Plano de Ação Estratégico Município de Soure

Índice

MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CÂMARA ...... 6

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO ...... 7

2. METODOLOGIA DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO MUNICIPAL ...... 10

3. ENQUADRAMENTO COMUNITÁRIO – HORIZONTE TEMPORAL 2014 – 2020 ...... 13

4. ENQUADRAMENTO GERAL DO CONCELHO DE SOURE ...... 17

HISTÓRIA DO CONCELHO ...... 17

IDENTIDADES E CENTRALIDADES DO CONCELHO ...... 18

DEMOGRAFIA E VARIAÇÃO POPULACIONAL ...... 23

EMPREGO, CARACTERIZAÇÃO SETORIAL E EMPRESAS ...... 31

A EDUCAÇÃO, A FORMAÇÃO E A INOVAÇÃO ...... 40

O TURISMO E A GASTRONOMIA ...... 46

SAÚDE E AÇÃO SOCIAL ...... 57

INFRAESTRUTURAS MUNICIPAIS ...... 58

OPORTUNIDADES E DESAFIOS ...... 62

5. TODOS COM SOURE ...... 65

SOURE, UM CENTRO CRIATIVO E CULTURAL ...... 68

SOURE, UM CENTRO URBANO COM MELHORES ACESSIBILIDADES ...... 69

SOURE E TURISMO, O POTENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ...... 71

SOURE, UM TERRITÓRIO INTEGRADOR E SOCIAL ...... 72

SOURE, UM TERRITÓRIO COM QUALIDADE AMBIENTAL ...... 73

SOURE E EDUCAÇÃO, O VÍNCULO ESSENCIAL COM A INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ...... 74

SOURE, UM TERRITÓRIO INTEGRADO COM A COMUNIDADE ...... 75

SOURE, ATRAÇÃO DE EMPRESAS E INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL ...... 76

6. TODOS POR SOURE ...... 78

7. PLANO DE AÇÃO DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 80

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DE SOURE ...... 83

PRIORIDADES DE INTERVENÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO ...... 87

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 2

8. GOVERNAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO MUNICIPAL ...... 140

Dezembro/2015

Índice de Figuras

FIGURA 1. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PLANEAMENTO ESTRATÉGICO ...... 8

FIGURA 2. METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO MUNICIPAL ...... 10

FIGURA 3. BASES DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO MUNICIPAL ...... 11

FIGURA 4. PRIORIDADES EUROPA 2020 ...... 14

FIGURA 5. INDICADORES E METAS DO PROGRAMA NACIONAL DE REFORMAS DE ...... 16

FIGURA 6. LOCALIZAÇÃO NUT II – REGIÃO CENTRO - E NUT III – REGIÃO DE ...... 18

FIGURA 7. TERRITÓRIO ABRANGIDO PELO MUNICÍPIO DE SOURE | 2013 ...... 19

FIGURA 8. SOURE NO MAPA DAS ACESSIBILIDADES VIÁRIAS ...... 21

FIGURA 9. SOURE NO MAPA DAS ACESSIBILIDADES FERROVIÁRIAS ...... 22

FIGURA 10. TAXA DE DESEMPREGO | 2011 ...... 39

FIGURA 13. ABANDONO ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE SOURE | 2011 ...... 44

FIGURA 14. PROJETOS DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 45

FIGURA 15. ESTRATÉGIA INTEGRADA TURÍSTICA NO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 47

FIGURA 16. PRINCIPAIS MONUMENTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 48

FIGURA 17. GASTRONOMIA DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 49

FIGURA 18. SOURE NO CONTEXTO DAS ÁREAS SIC/ ZPE/ RAMSAR ...... 51

FIGURA 19. EIXOS ESTRATÉGICOS DEFINIDOS NO PENT ...... 53

FIGURA 20. A OFERTA TURÍSTICA SEGUNDO A SUA FINALIDADE ...... 56

FIGURA 21. INFRAESTRUTURAS DE SAÚDE E AÇÃO SOCIAL DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 58

FIGURA 22. INFRAESTRUTURAS MUNICIPAIS DE SOURE ...... 61

FIGURA 23. PROGRAMAS OPERACIONAIS DO PORTUGAL 2020 ...... 83

FIGURA 24. ESTRATÉGIA DO MUNICÍPIO DE SOURE PARA O PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO ESTRUTURAL 2014-2020 ...... 88

FIGURA 25. ESTRATÉGIA DE REGENERAÇÃO URBANA ...... 93

FIGURA 26. ESTRATÉGIA INTEGRADA DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 94

FIGURA 27. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - POLÍTICA DAS CIDADES ...... 95

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 3

FIGURA 28. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ...... 109

FIGURA 29. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - ÁGUA E RESÍDUOS ...... 113

FIGURA 30. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - GESTÃO E PREVENÇÃO DE RISCOS ...... 120

FIGURA 31. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ...... 123

FIGURA 32. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA NO SETOR DAS PESSOAS E INCLUSÃO SOCIAL ...... 125

FIGURA 33. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - PESSOAS E INCLUSÃO SOCIAL ...... 126

FIGURA 34. AÇÕES DO MUNICÍPIO DE SOURE - PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL ...... 133

FIGURA 35. RECURSOS ENDÓGENOS DO MUNICÍPIO DA SOURE ...... 134

FIGURA 36. POTENCIALIDADES DO MARKETING TERRITORIAL ...... 136

Índice de Tabelas

TABELA 1. PROXIMIDADE DO MUNICÍPIO DE SOURE COM LOCAIS ESTRATÉGICOS ...... 20

TABELA 2. DECOMPOSIÇÃO DA VARIAÇÃO DEMOGRÁFICA POR GRUPOS ETÁRIOS | 2001-2011 ...... 25

TABELA 3. POPULAÇÃO RESIDENTE POR | 2001 - 2011 ...... 26

TABELA 4. DENSIDADE POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE SOURE E MUNICÍPIOS LIMÍTROFES | 2001-2011 ...... 27

TABELA 5. POSICIONAMENTO DEMOGRÁFICO DE SOURE NO CONTEXTO REGIONAL | 2014 ...... 28

TABELA 6. ALOJAMENTOS FAMILIARES OCUPADOS POR INSTALAÇÕES EXISTENTES | 2001-2011 ...... 29

TABELA 7. NÚMERO DE SOCIEDADES CONSTITUÍDAS POR NÚMERO DE SOCIEDADES DISSOLVIDAS | 2010-2014 ... 31

TABELA 8. NÍVEIS DE CONSOLIDAÇÃO DAS ÁREAS INDUSTRIAIS ...... 32

TABELA 9. REDE EDUCATIVA DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 40

TABELA 10. NÍVEL DE ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃO RESIDENTE DO CONCELHO DE SOURE | 2001-2011 ...... 41

TABELA 11. ÍNDICE DE ANALFABETISMO NO MUNICÍPIO DE SOURE | 2001-2011 ...... 43

TABELA 12. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES NO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 45

TABELA 13. MATRIZ ESTRATÉGICA DE DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS NO TERRITÓRIO ...... 53

TABELA 14. INFRAESTRUTURAS MUNICIPAIS DE SOURE ...... 59

TABELA 15. OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA O MUNICÍPIO DE SOURE ...... 62

TABELA 16. DIAGNÓSTICOS E CONTRIBUTOS DAS FORÇAS VIVAS RELEVANTES DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 67

TABELA 17. MATRIZ DE ESTRUTURAÇÃO TEMÁTICA DO PORTUGAL 2020 ...... 81

TABELA 18. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS NA BASE DA DEFINIÇÃO DO MODELO ESTRATÉGICO DE

DESENVOLVIMENTO ...... 89

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 4

Índice de Gráficos

GRÁFICO 1. VARIAÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE SOURE | 1801-2011 ...... 23

GRÁFICO 2. VARIAÇÃO DEMOGRÁFICA DOS MUNICÍPIOS DA CIM – REGIÃO DE COIMBRA (%) | 2001-2011 ...... 24

GRÁFICO 3. TAXAS DE CRESCIMENTO NATURAL E MIGRATÓRIO NO MUNICÍPIO DE SOURE | 2001-2013 ...... 28

GRÁFICO 4. PODER DE COMPRA PER CAPITA NO MUNICÍPIO DE SOURE | 2009-2013 ...... 30

GRÁFICO 5. POPULAÇÃO EMPREGADA NO SETOR PRIMÁRIO | 2001-2011 ...... 34

GRÁFICO 6. POPULAÇÃO EMPREGADA NO SETOR SECUNDÁRIO | 2001-2011 ...... 35

GRÁFICO 7. POPULAÇÃO EMPREGADA NO SETOR TERCIÁRIO | 2001-2011 ...... 36

GRÁFICO 8. EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO NO MUNICÍPIO DE SOURE | 2001-2011 ...... 38

GRÁFICO 9. TAXA DE ATIVIDADE | 2011 ...... 38

GRÁFICO 10. ENQUADRAMENTO DA AUDIÇÃO DAS FORÇAS VIVAS RELEVANTES DO MUNICÍPIO DE SOURE ...... 66

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 5

Mensagem do Presidente da Câmara

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1. Enquadramento do Plano de Ação Estratégico

Na medida em que os novos paradigmas fundamentam a necessidade de definição de estratégias integradas de desenvolvimento, adequadas ao potencial socioeconómico de cada território, a Câmara Municipal de Soure assume o desafio de planear a sua estratégia para o período 2014-2020. A linha orientadora desta estratégia proposta pelo Município de Soure, reflete uma lógica de valorização dos pontos fortes e oportunidades e, uma resposta sustentável e eficiente a áreas de melhoria e desafios.

Portanto, tendo em vista a conceção do Plano de Ação Estratégico Municipal para o Município de Soure, foi efetuado um diagnóstico socioeconómico aprofundado do território, em que as diversas óticas de observação – centrada no território, nas empresas, nas pessoas, etc… – são adotadas num quadro de equilíbrio entre um território competitivo e uma sociedade coesa - o qual permitiu definir as oportunidades e desafios locais -, que servirá como referência para a definição dos objetivos estratégico e respetivo Plano de Ação.

O aprofundado diagnóstico levado a cabo, sintetiza e apresenta as linhas orientadoras para a definição do Plano de Ação Estratégico Municipal (2014-2020), assente em domínios definidos pela Estratégia Europa 2020 em áreas como o emprego, a educação, a utilização da energia e a inovação, a fim de ultrapassar o impacto da crise económica e colocar o Município de Soure na via do crescimento, constituindo o referencial central das políticas comunitárias até ao final da presente década, assim como do desenho dos fundos estruturais durante o período 2014-2020.

Em virtude do mencionado, a organização da estratégia e Plano de Ação está fortemente articulada com a estrutura dos Eixos Prioritários definidos nos Regulamentos que estruturam o Quadro Estratégico Comum 2014-2020 e comprometida com as prioridades europeias de crescimento inteligente (desenvolver uma economia baseada no conhecimento e na inovação), de crescimento sustentável (promover uma economia mais eficiente em termos de utilização dos recursos, mais ecológica e mais competitiva) e de crescimento inclusivo (fomentar uma economia com níveis elevados de emprego que assegura a coesão social e territorial).

Pretende-se assim que a Estratégia definida para o Município de Soure, durante o período 2014- 2020 contribua para a coesão e competitividade local através da valorização de uma economia baseada no conhecimento (crescimento inteligente), da promoção de uma economia mais eficiente em termos de recursos, mais ecológica e mais competitiva (crescimento sustentável) e favorecer

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uma economia com níveis elevados de emprego que assegurem uma maior coesão económica, social e territorial (crescimento inclusivo), no sentido de melhorar a qualidade de vida e o contexto socioeconómico local.

Figura 1. Processo de implementação do planeamento estratégico

Fonte: Elaboração própria

Neste contexto, o Município de Soure e a FNWAY - Consulting, desenvolveram um plano de ação técnico-funcional estruturado numa metodologia operacional, subsequente criação e acompanhamento de equipas técnico-funcionais para cada eixo prioritário de ação acordado entre as partes, e as definições conjuntas das ações específicas e dos projetos estruturantes com possível enquadramento comunitário.

No âmbito do processo de definição estratégico do Município de Soure para o horizonte temporal 2014-2020, o presente documento encontra-se estruturado nos seguintes pontos fundamentais:

I. O primeiro, em que se clarifica o processo de construção da estratégia, discriminando a metodologia do processo de desenvolvimento e implementação do Plano de Ação Estratégico Municipal em cada uma das fases de trabalho; II. O segundo, em que se apresenta uma síntese do enquadramento comunitário para o horizonte temporal 2014-2020, as prioridades estabelecidas (crescimento inteligente, sustentável e inclusivo) e as metas Europa 2020. III. O terceiro, em que se elenca os principais elementos e conclusões retirados do diagnóstico efetuado, este que permitirá definir as oportunidades e desafios locais e, consecutivamente, as intervenções, os investimentos e as prioridades de financiamento

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necessárias para promover neste Município, um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo; IV. O quarto, em que são apresentados os contributos provenientes da auscultação das forças vivas relevantes do Município de Soure, ou seja, no âmbito da definição da estratégia para o horizonte temporal 2014-2020, o processo de participação dos vários agentes locais assume peculiar relevância para os domínios estratégicos do Concelho; V. O quinto, em que se elenca as ações estratégicas definidas pelo Executivo da Câmara Municipal de Soure a ser alavancadas pela intervenção dos fundos comunitários do período 2014-2020; VI. O sexto, em que se elaborou o plano de ação para as intervenções ambicionadas pelo Município de Soure, elencando quer as opções do Executivo quer intervenções consagradas nas ITI; VII. O sétimo, em que são abordadas as questões sobre o modelo de gestão e governação territorial, de acordo com orientações nacionais e comunitárias; VIII. Por fim, o nono, em forma de anexo, onde são apresentados um conjunto de elementos que suportaram o desenvolvimento desde documento, nomeadamente, os elementos de auscultação das forças vivas relevantes.

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2. Metodologia do Processo de Desenvolvimento e Implementação do Plano de Ação Estratégico Municipal

O presente documento sintetiza e apresenta a Estratégia de Desenvolvimento Integrado do Concelho de Soure (2014-2020), dinamizada pela Câmara Municipal de Soure que estrutura a Visão, Estratégia e Plano de Ação do Concelho para o próximo período de programação estrutural. Em termos estratégicos é fundamental proceder à auscultação de diferentes perspetivas de forma a compreender as especificidades do Concelho de Soure e respetivas potencialidades. Desta forma, o processo de desenvolvimento do presente plano decorre da aplicação de uma metodologia com o seguinte enquadramento:

Figura 2. Metodologia de Implementação do Plano de Ação Estratégico Municipal

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O planeamento e gestão estratégica de base territorial é um instrumento crucial no fomento da competitividade, da coesão e da afirmação dos territórios, pré-condições para a promoção de um desenvolvimento económico e social sustentado. A definição de uma visão para um território, da estratégia que a deverá materializar e do correspondente plano de ação que lhe dá corpo, num horizonte temporal relativamente longo, deve obedecer a um conjunto de princípios que integrem os avanços e ensinamentos recentes em matéria de planeamento e gestão estratégica de base territorial.

Figura 3. Bases de elaboração do Plano de Ação Estratégico Municipal

O processo de planeamento e gestão territorial devem ser entendidos como processos de promoção da participação, partindo-se do reconhecimento da relevância que as “forças vivas” locais possuem na construção e concretização das estratégias de desenvolvimento territorial. Neste âmbito, foram definidas as principais linhas de atuação e prioridades do Concelho, para o horizonte temporal 2014-2020, considerando, nomeadamente, o quadro de orientações e princípios, a nível

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local, nacional e comunitário, que suportam o próximo período de programação – abordagem top down -, bem como, a recolha de contributos e perspetivas de atuação das forças vivas relevantes com papel determinante no processo de desenvolvimento local - abordagem Bottom up.

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3. Enquadramento Comunitário – Horizonte Temporal 2014 – 2020

O Mundo tem passado por um rápido e intensivo processo de transformação a todos os níveis que afetam os mercados, as organizações e os próprios indivíduos. Este desenvolvimento deve-se sobretudo a um fenómeno chamado globalização, que tem na sua génese a evolução tecnológica promovida pelos avanços ao nível das telecomunicações e dos transportes que promoveram a integração dos mercados nacionais no mercado mundial.

A União Europeia (UE), enquanto órgão de coesão comunitária entre os diferentes estados membros assegura, também, uma parceria económica e política com características únicas, constituída por 28 países europeus independentes cujo principal objetivo é o aproximar dos países e o convergir das nações a nível económico e social. A UE, através dos seus membros, instituiu um mercado comum, onde é assegurada a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. Subsequentemente, a União Monetária, composta por 18 Estados-Membros permitiu a criação de uma identidade monetária e uma política económica comum, processo este evolutivo que permitiu uma convergência ao nível dos diferentes países que compõem a união.

Contudo, o recente clima de incerteza vivido nos mercados internacionais, conjugado com o cenário de abrandamento económico verificado no espaço Europeu afeta substancialmente o consumo e o crescimento da UE. Este fenómeno de instabilidade leva a União Europeia, no âmbito das suas funções políticas, a desenvolver estratégias de apoio ao progresso e à expansão económica, no caminho de crescimento sustentado.

A política de Coesão, criada em 1988, é o principal mecanismo com o objetivo de desenvolver um crescimento harmonioso do conjunto da União e, em especial, contribuir para reduzir a disparidade entre os níveis de desenvolvimento das diversas regiões e o atraso das regiões mais desfavorecidas. A Politica de Coesão constitui a garantia de um quadro plurianual estável de investimento público estruturante e transversal aos diversos Estados-Membros. Este tem-se desenvolvido por ciclos plurianuais desde então: 1989-1993; 1994-1999; 2000-2006; 2007-2013 e 2014-2020.

Tendo por base o términus do anterior Quadro Comunitário, a União Europeia elaborou um plano estratégico de crescimento e apoio comunitário denominado Estratégia Europa 2020, este que tem como objetivo responder à crise económica e financeira através do investimento na criação de

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empregos e crescimento, dirigindo-se, igualmente, às preocupações individuais sobre os meios de subsistência, saúde, envelhecimento, segurança e ambiente.

Consequentemente, este quadro deve contribuir para a criação de uma sociedade e economia baseadas no conhecimento e na inovação em toda a União ao exercer um efeito de alavanca para a mobilização de um financiamento adicional na investigação, desenvolvimento e inovação, por forma a contribuir para atingir os objetivos de investigação e desenvolvimento, nomeadamente o objetivo de dedicar 3% do PIB à investigação e à inovação em toda a União até 2020.

A UE aspira tornar-se a economia baseada no conhecimento mais dinâmica do mundo, o que pressupõe um forte investimento na investigação, na educação e na formação, que proporcione aos cidadãos acesso a esses novos conhecimentos. Desta forma, a Investigação e Desenvolvimento (I&D), constituem a chave para o futuro do crescimento económico e do emprego.

Desta forma, foram estabelecidas três prioridades:

Figura 4. Prioridades Europa 2020

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Por crescimento inteligente entende-se uma melhoria substancial na qualidade do ensino, reforço do desempenho da investigação, promoção da inovação e transferência de conhecimento na UE, assegurando a transformação de ideias inovadoras em novos produtos e serviços que promovam o crescimento e emprego. Desta forma, pretende-se combater os desafios que se colocam a nível europeu e mundial.

Na vertente crescimento sustentável, pretende-se explorar a liderança da Europa no desenvolvimento de novos processos e tecnologias, usando para o efeito tecnologias “verdes”. Desta forma, pretende-se que as vantagens competitivas das empresas sejam reforçadas, especialmente a nível industrial e das PME.

O terceiro pilar pressupõe capacitar as pessoas, investindo para o efeito nas qualificações, modernizando o mercado de trabalho e os sistemas de formação e de proteção social, ajudando os indivíduos a antecipar e a gerir a mudança, alavancando assim elevadas taxas de emprego. Com isto, pretende-se assegurar igualdade de oportunidades para todos os cidadãos ao longo da vida.

A União Europeia prevê com estas ações ultrapassar a crise e criar condições de uma economia mais competitiva, criadora de emprego e sustentável. A estratégia Europa 2020 visa criar um crescimento inteligente, mediante investimento na educação, na investigação e na inovação, sustentável, dando prioridade à transição para uma economia de baixo teor de carbono, e inclusive, prestando especial atenção à criação de emprego e à redução da pobreza.

Consequentemente, as presentes prioridades são transformadas em cinco objetivos, nomeadamente:

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Figura 5. Indicadores e metas do Programa Nacional de Reformas de Portugal

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4. Enquadramento Geral do Concelho de Soure

História do Concelho

Vem de longe a importância do Concelho de Soure, quer no contexto regional, quer mesmo nacional.

Com os dados disponíveis não é possível procurar um marco que assinale o início da ocupação humana neste território. Porém, os vestígios arqueológicos, sobretudo do período neolítico e romano, aliados às condições naturais que desde cedo atraíram a ocupação humana, indicam que este espaço foi ocupado desde tempos imemoriais.

O documento escrito mais antigo que se conhece e se refere a Soure data de 1043 assinalando a doação, ao Convento da Vacariça, de um mosteiro que aqui possuíam os irmãos João, Sisnando, Ordonho e Soleima. Em Julho de 1111 o Conde Dom Henrique e a rainha Dona Teresa concederam foral à vila de Soure, este documento estipulava um conjunto de privilégios fiscais com o objetivo de atrair e fixar as populações. Além disso, depois da ocupação árabe, Soure foi a primeira sede dos Templários e, hoje, encontram-se muitos vestígios da sua passagem pelo Concelho, quer através das tradições agrícolas, quer dos vestígios culturais.

Na Idade Média, mais concretamente no período da reconquista Cristã, Soure assume um papel de importância estratégica vital. O seu castelo é, até à conquista de Lisboa, uma praça fortificada, incluída na cintura de edificações militares da defesa de Coimbra definitivamente conquistada em 1064. Em 1128, Dona Teresa doa o Castelo de Soure à ordem dos Templários.

Com o decorrer dos tempos, a função militar foi desaparecendo e Soure passou a caracterizar-se, a partir da Idade Média, por uma região marcadamente rural dada a apetência agrícola dos seus terrenos enriquecidos pela água dos rios Anços, Arunca e Pranto.

O Castelo de Soure tinha uma situação estratégica privilegiada, dada a sua posição de ligação entre os castelos e rotas que atravessavam os territórios de Coimbra e Montemor-o-Velho e a sua proximidade com a confluência dos rios Anços e Arunca que lhe servia de fosso natural.

Em 13 de Fevereiro de 1513, el-rei D. Manuel outorgou um novo Foral à Vila de Soure. As alterações administrativas, que ao longo dos tempos foram sendo feitas, determinaram que tivesse havido

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permutas de freguesias entre Concelhos adjacentes, sobretudo com o de Montemor-o-Velho e os extintos de Verride e Santo Varão.

Identidades e Centralidades do Concelho

O Concelho de Soure pertence ao Distrito de Coimbra e tem por limites, a Norte o Concelho de Montemor-o-Velho; a Nascente, os Concelhos de Condeixa -a Nova e ; a Sul, os Concelhos de Pombal e Ansião, e a Oeste o Concelho de . Este Concelho pertence administrativamente, à Região Centro – NUT II-, e parte integrante da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra – NUT III.

A CIM Região de Coimbra é uma comunidade intermunicipal que integra os Municípios de , Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, , Montemor-o-Velho, Mortágua, , , , Penela, Soure, , , constituída ao abrigo da Lei nº75/2013 de 12 de setembro.

Figura 6. Localização NUT II – Região Centro - e NUT III – Região de Coimbra

Fonte: Município de Soure

O Concelho tem uma área total de 265,1 km2 e uma população de 19 245 habitantes (Censos 2011). Está dividido administrativamente em dez freguesias, desde a reorganização administrativa de

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2012/2013, de seu nome: Alfarelos; União de Freguesias de Degracias e Pombalinho; Figueiró do Campo; União de Freguesias de Gesteira e Brunhós; Granja do Ulmeiro; Samuel; Soure; Tapéus; Vinha da Rainha e; Vila Nova de Anços.

Figura 7. Território abrangido pelo Município de Soure | 2013

Fonte: Município de Soure

Geograficamente o Concelho de Soure apresenta duas zonas com características bem diferenciadas, uma delas é a zona Serrana, que integra a sub-região de Sicó e é constituída pelas Freguesias de Tapéus e União de de Degracias e Pombalinho. A produção de queijo de qualidade continua a ser uma das atividades características desta zona. De referir também, o funcionamento de unidades de extração de calcário e uma unidade industrial de torrefação de frutos secos.

A outra zona caraterística corresponde ao restante Concelho, mais plano, dominado pelas bacias de aluvião dos rios Anços, Arunca e Pranto, com maior riqueza de solo e uma maior proximidade

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dos principais eixos de comunicação da região e do país, naturalmente, tem apresentado um maior índice de desenvolvimento, assente num quadro diversificado de atividades no plano sectorial.

Soure trata-se de um dos poucos Municípios de Portugal territorialmente descontínuos. O caso de Soure é único no contexto português, pois a descontinuidade do Concelho é dupla e deve-se à própria descontinuidade territorial da União de Freguesias de Degracias e Pombalinho (que possui um pequeno enclave encaixado entre os Concelhos de Penela, no Distrito de Coimbra, e Ansião, no Distrito de Leiria) e Figueiró do Campo (que possui um ainda mais pequeno enclave, encaixado entre duas freguesias do Concelho de Montemor-o-Velho, efetivamente criando um pequeno enclave neste Município do Distrito de Coimbra).

O Concelho de Soure é rico em associativismo, designadamente nos âmbitos cultural (grupos de folclore, de teatro, filarmónicas, escolas de música e tunas), desportivo e de ação social. A Câmara Municipal de Soure tem vindo a consolidar uma política integrada e diversificada de apoios, sempre com dimensão concelhia, opção assumidamente descentralizadora que se tem revelado como um dos vetores mais relevantes na realização efetiva de um investimento público intenso, espacial e funcionalmente equilibrado, estratégia considerada como única e mesmo imperativa, quando o que está em causa é que se continue a fazer de Soure um Concelho cada vez mais atrativo, onde todos se possam sentir cada vez melhor.

A seguinte tabela (tabela 1) apresenta-nos algumas das vias de acesso mais relevantes, distâncias e durações, em redes rodoviárias. Esta informação assume peculiar importância, pois um dos domínios essenciais para o fomento da competitividade e coesão económica e social é a existência de boas acessibilidades, capazes de melhorar a circulação de pessoas, bens e serviços essenciais para a atividade económica, bem como de encurtar distâncias não só para o processo produtivo (proximidade às matérias-primas e mercados), como também para a informação, para os recursos humanos, e para outros centros empresariais (nacionais ou estrangeiros).

Tabela 1. Proximidade do Município de Soure com locais estratégicos

Locais Estratégicos Vias de Acesso Distância Duração

Vigo (Porto Marítimo) A1 e A3 291 Km 3 Horas

Aeroporto do Porto A1 155 Km 1 Hora e 30 Minutos

Porto Marítimo de Aveiro A1 98 Km 1 Hora

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Porto Marítimo da Figueira da Foz A14 40 Km 45 Minutos

Aeroporto de Lisboa A1 180 Km 1 Hora e 40 Minutos

Vilar Formoso A1 e A25 215 Km 2 Horas e 30 Minutos

Fonte: Elaboração própria

Figura 8. Soure no mapa das acessibilidades viárias

Fonte: Via Michelin

O Concelho de Soure é também significativamente servido pela Rede Ferroviária Nacional, sendo atravessado pela Linha do Norte que serve, basicamente as Freguesias de Soure, Vila Nova de Anços, Alfarelos e Granja do Ulmeiro; nesta estação de Alfarelos/ Granja do Ulmeiro situa-se um importante entroncamento ferroviário, pois nela se cruzam as linhas do Norte e do Oeste, encontrando-se, também, lá instalada uma Plataforma Logística – Rodoferroviária.

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Figura 9. Soure no mapa das acessibilidades ferroviárias

Fonte: Mapa da Rede de Mercadorias – CP Carga

Como podemos verificar, o Município de Soure encontra-se numa posição privilegiada no que diz respeito à sua posição geográfica, com as principais vias de acesso, quer rodoviárias quer ferroviárias. Verifica-se igualmente uma facilidade de acesso e existência de infraestruturas no acesso aos principais polos empresariais e de conhecimento da Região, nomeadamente, Coimbra, Figueira da Foz, Aveiro e Viseu, permitindo deste modo, estabelecer uma relação de proximidade, e possibilitando dinamizar e acrescentar valor aos clusters de especialização local.

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Demografia e Variação Populacional

Com o estudo da variação populacional e análise demográfica do Concelho é possível conhecer as características gerais da população residente. São diversas as razões que podem estar na base do comportamento demográfico de um território, nomeadamente, o dinamismo da economia local e do mercado de trabalho, a existência de infraestruturas (ex.: como sejam as acessibilidades), o contexto social e cultural, bem como, os padrões ambientais patentes no Concelho. São inúmeros os indicadores passíveis da presente análise, tendo sido selecionados os que, melhor demonstram e caracterizam a especificidade cultural e modus vivendi da população residente neste Concelho.

Importa salientar ainda, o facto de Soure se encontrar estrategicamente como um ponto de passagem entre o Norte e Sul do país, ou entre a própria região Centro, o que levou a algumas transformações e adaptações internas.

No gráfico seguinte (gráfico 1) podemos verificar a evolução demográfica em Soure, até aos dados do Censos de 2011 (acrescentando a estimativas da população residente em 2014) ainda anteriores à efetivação da reforma do ordenamento do território e administração local, que acabaria por unir as freguesias de Gesteira com Brunhós, e, ainda as freguesias Degracias com Pombalino.

Gráfico 1. Variação demográfica no Município de Soure | 1960-2011

26 575

22 570 20 940 19 245 18 231

1960 1981 2001 2011 2014

Fonte: INE - Pordata

Pela análise do gráfico infra, relativo à variação demográfica em Soure e territórios limítrofes, verifica-se que, a população residente, no último período intercensitário, diminuiu aproximadamente 8%. Relativamente à variação demográfica registada nos territórios limítrofes, pertencentes administrativamente à CIM – Região de Coimbra, verifica-se que apenas os Concelhos

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de Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho é que registaram um perfil de aumento do quantitativo demográfico, no último período intercensitário.

Os impactos destas alterações evidenciam problemas de sustentabilidade demográfica, já que, destacam assimetrias significativas ao nível da capacidade de atração e retenção de população residente, com consequentes impactos no aprofundamento das problemáticas de coesão social.

Gráfico 2. Variação demográfica dos Municípios da CIM – Região de Coimbra (%) | 2001-2011

-10 -5 0 5 10 15

Continente

Centro

Região de Coimbra

Cantanhede

Coimbra

Condeixa-a-Nova

Figueira da Foz

Montemor-o-Velho

Mortágua

Penacova

Soure

Fonte: INE - Pordata

Relativamente ao retrato demográfico da estrutura da população por grupo etário, Soure apresenta uma perda de mais de 10% da população jovem, com idade até aos 14 anos, conjugado com uma diminuição de 12% da população em idade ativa e um aumento de 3% da população com mais de 65 anos. A evolução demográfica perspetivada coloca, desde logo, um desafio na definição da estratégia local, nomeadamente, considerando o contínuo envelhecimento da população e o necessário desenvolvimento de respostas sociais adequadas às necessidades deste grupo etário,

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principalmente considerando os territórios de baixa densidade onde a existência de serviços de proximidade se farão sentir com maior intensidade.

Num contexto em que se antevê um decréscimo populacional, a melhoria da atratividade de Soure revela-se fundamental para uma estratégia que vise a retenção da população, e promova a captação de novos residentes. No que respeita à evolução demográfica e às suas implicações no mercado de trabalho, a diminuição da bolsa de mão-de-obra disponível pode representar ainda um handicap estrutural com implicações na captação de investimento e, em última estancia, na competitividade de Soure.

Tabela 2. Decomposição da variação demográfica por grupos etários | 2001-2011

0-14 15-64 65 + Território 2011 Var. 2011 Var. 2011 Var.

Continente 1 484 120 -4,7% 6 625 713 -0,9% 1 937 788 19%

CIM – Região de 59 278 -10,6% 296 131 -5,6% 104 730 13,4% Coimbra

Coimbra 17 837 -13,1% 96 773 -6,4% 28 786 17,3%

Condeixa-a-Nova 2 738 21,6% 11 094 8,7% 3 246 12,6%

Figueira da Foz 8 065 -5,1% 39 891 -4,8% 14 169 16%

Montemor-o-Velho 3 382 -4,4% 16 943 2% 5 846 9,8%

Penela 731 -11,2% 3 498 -12% 1 754 -2,3%

Soure 2 258 -10,4% 11 601 -12,1% 5 386 3%

Ansião 1 683 -11,1% 7 921 -8,9% 3 524 12,7%

Pombal 7 728 -11,9% 34 3190 -6,1% 13 170 19,8%

Fonte: INE - Censos 2011

Relativamente à distribuição da população pelas Freguesias, verifica-se que, em 2001, Soure, sendo a Freguesia com maior área do Concelho, também é a mais populosa, com 8459 habitantes, a que corresponde uma percentagem de 40% da população total do Concelho. Por outro lado, a menor Freguesia, Brunhós era a menos populosa do Concelho, com 0,96% da população total. Situação que se mantém em 2011, em que as percentagens são bastante semelhantes, 41,14% (7917

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habitantes) no caso de Soure e de 0,93% (180 habitantes) em Brunhós ( freguesia posteriormente agregada).

Apresenta-se, adicionalmente, a variação do quantitativo demográfico nas freguesias do Concelho, no último período intercensitário:

Tabela 3. População Residente por freguesias | 2001 - 2011

População Residente Território 2011 Var (2011-2001) %

Alfarelos 1 439 -8,1

Brunhós 180 -10,9

Degracias 453 -12,2

Figueiró do Campo 1 507 -9,9

Gesteira 974 -11,8

Granja do Ulmeiro 1 866 11,8

Pombalinho 807 -19,8

Samuel 1 254 -10,3

Soure 7 917 -6,4

Tapéus 338 -24,4

Vila Nova de Anços 1 113 -15,6

Vinha da Rainha 1 397 -11,7

CONCELHO 19 245 -8,1

Fonte: INE – Censos 2011

De salientar que Granja do Ulmeiro foi a única Freguesia a registar um acréscimo populacional de cerca de 12%. Este aumento deve-se à proximidade desta Freguesia aos Centros Urbanos de Coimbra e Figueira da Foz, conjugado com a existência da estação ferroviária de Alfarelos – Granja do Ulmeiro e de um parque habitacional com preços mais competitivos que os de Coimbra.

Para além destes fenómenos, também se verifica um aumento da população idosa (mais de 65 anos), e este grupo representa igualmente um desafio para o Município de Soure na medida em que carece de cuidados de ação social e saúde. Trata-se de uma população maioritariamente iletrada e cujos valores de pensão de reforma representam valores muito baixos, já que, segundo

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a média nacional, a maioria dos pensionistas de velhice da Segurança Social (77,9%) recebe pensões inferiores ao salário mínimo nacional. Aliás, Portugal surge colocado em sétimo lugar entre os países com maior percentagem de pessoas idosas que vivem sozinhas e abaixo do limiar da pobreza, e encontra-se acima da média da UE (23,6%). Todas estas tendências da população são um desafio para o Município que deverá ter o papel de integrar jovens e idosos de modo a constituir um Concelho sustentável.

Importa ainda destacar que a densidade populacional, no Município de Soure, apontava para os 72,6 hab./km2 e, tal apresenta-se como um território com uma baixa densidade populacional comparativamente aos territórios limítrofes, mormente Figueira da Foz, Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho, os quais apenas são suplantados, pelo Município de Coimbra, muito acima da média da densidade populacional da Região de Coimbra, que se situa nos 449 hab./km2.

Tabela 4. Densidade populacional no Município de Soure e territórios limítrofes | 2001-2011

Território Densidade Populacional

Continente 112,8

Centro 82,5

Coimbra 449

Condeixa-a-Nova 123,2

Figueira da Foz 163,9

Montemor-o-Velho 114,3

Penela 44,4

Soure 72,6

Ansião 74,6

Pombal 88,2

Fonte: INE - Censos 2011

A referida perda populacional de Soure no período intercensitários 2001-2011, resulta de uma dupla evolução negativa dos saldos natural (-4,3%) e migratório (-3,9%), componentes explicativas do crescimento populacional. Apesar da evolução globalmente negativa, a capacidade de atração

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populacional traduz-se num saldo migratório negativo em termos globais, que atenua o saldo natural negativo.

Esta tendência demográfica representa assim um desafio para a tomada de decisões que motivem a fixação da população jovem, e promovam o aumento da natalidade, bem como assegurar condições para a melhoria da qualidade de vida da população idosa, de forma a tentar reverter os dados estatísticos, que se vêm agravando desde 2001.

Gráfico 3. Taxa de crescimento Natural e Migratória no Município de Soure | 2001-2013

50 Saldo Natural Saldo Migratório

0 2001 2009 2010 2011 2012 2013

-50

-100

-150

-200

Fonte: INE – Pordata

O envelhecimento populacional é também um fenómeno evidente e em agravamento. Entre 2001 e 2014, o índice de dependência total em Soure aumentou (66,2% em 2014, +0,9 p.p. comparativamente a 2011), facto totalmente justificado pelo crescimento da representatividade dos idosos no total da população ativa (47,3%, +1,9 p.p. face a 2011) que mais do que compensa a quebra observada no peso dos jovens (18,8% em 2014, -1,1 p.p. face a 2011).

Tabela 5. Posicionamento demográfico de Soure no contexto regional | 2014

Indicador Soure CIM – Região de Coimbra

Índice de Dependência Total (%) 66,2 56,7

Índice de Dependência de Idosos (%) 47,3 37,1

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Índice de Dependência de Jovens (%) 18,8 19,7

Índice de Envelhecimento (%) 251,2 188,7

Fonte: INE - Pordata

Ao nível de condições habitacionais do Município de Soure, verifica-se que existe um esforço para melhorias das habitações nesse sentido, nomeadamente ao nível das instalações sanitárias, que na última década sofreram um aumento significativo, de aproximadamente, 25%, superior à média que se registou na CIM Região de Coimbra.

A disposição adequada dos esgotos é essencial para a proteção da saúde pública, assim como para preservação do meio ambiente. Neste sentido, o Município de Soure tem vindo a direcionar os seus esforços no sentido de seguir a média dos territórios limítrofes e melhorar as suas redes, aumentando e melhorando os acessos ao mesmo.

Tabela 6. Alojamentos familiares ocupados por instalações existentes | 2001-2011

Água Canalizada Instalações Sanitárias Esgoto

Território Var. (2001 Var. (2001 Var. (2001 2011 2011 2011 – 2011) % – 2011) % – 2011) %

Continente 3 799 582 13% 3 789 905 17% 3 805 100 12,6% CIM – Região de 177 090 8% 176 274 16% 177 264 8% Coimbra Coimbra 57 128 8% 57 014 15% 57 164 8% Condeixa-a- 6 189 19% 6 151 29% 6 191 18% Nova Figueira da 24 069 10% 24 014 16% 24 105 10% Foz Montemor- 9 525 15% 9 451 30% 9 542 15% o-Velho Penela 2 328 -2% 2 292 7% 2 333 -3%

Soure 7 550 --% 7 477 25% 7 556 --%

Ansião 5 087 4% 5 014 13% 5 089 4%

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Pombal 20 897 6% 20 788 9% 20 924 6%

Fonte: INE – Censos 2011

Pelo estudo do poder de compra per capita pretende-se ter uma ideia geral sobre o poder de compra manifestado quotidianamente nos diferentes territórios limítrofes a Soure, tendo por referência o valor base nacional (100). Este indicador permite-nos aferir a distribuição espacial do poder de compra por Município, e tem como objetivo comparar, numa visão ampla, o bem-estar material da população.

Gráfico 4. Poder de compra per capita no Município de Soure | 2011-2013

85,32 Pombal 81,98

73,93 Ansião 69,1

72,47 Soure 68,61

70,93 Penela 65,65

Montemor-o- 72,8 Velho 71,34

95,73 Figueira da Foz 96,5

81,62 Condeixa-a-Nova 80,5

130,32 Coimbra 131,69

Região de 95,4 Coimbra 93,93

2013 2011

Fonte: INE - Pordata

Os resultados do Indicador per Capita (IpC) apontam para um território assimétrico em termos de poder de compra manifestado, relativamente aos territórios limítrofes a Soure. De acordo com os

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dados relativos a 2013, apesar do Município de Soure ter registado um aumento na ordem dos quatro pontos percentuais, continua a existir uma disparidade significativa relativamente ao valor base nacional.

Relativamente a Coimbra, que se apresenta na linha da frente dos territórios em análise, sofreu um ligeiro decréscimo, em média de aproximadamente de 9%. Quanto ao Município de Soure, este evidencia uma tendência latente de aumento do poder de compra mas que representa, igualmente, um desafio para este território, no sentido de fortalecer a economia concelhia e, consequente contribuir para uma maior qualidade de vida da população residente, fazendo de Soure um território atrativo, quer para trabalhar quer para viver.

Emprego, Caracterização Setorial e Empresas

A proximidade a Coimbra — principal núcleo urbano da Região Centro — influiu, desde sempre e inegavelmente, na dinâmica de desenvolvimento do Município de Soure. Este, tem procurado fomentar o investimento, estimular a oferta comercial diversificada, criar serviços e infraestruturas que assegurem, o mais possível, a sua autonomia; em suma, tem procurado imprimir a sua própria dinâmica de desenvolvimento contando também, para isso, com recursos e valências próprias.

A consideração mais pormenorizada do perfil económico do Concelho por sectores de atividade, bem como a análise do peso relativo de cada um deles, em diferentes pontos do seu território, encontra justificação nas diferentes dinâmicas demográficas e económicas das dez freguesias que o integram.

Tabela 7. Número de sociedades constituídas por número de sociedades dissolvidas | 2010-2014

Território 2010 2011 2012 2013 2014

Continente 1,3 1 1,1 1,8 0,9

CIM – Região de Coimbra 1,7 1,1 1,2 2,2 1,3

Coimbra 1,7 1,1 1,1 2,4 1,3

Condeixa-a-Nova 1,5 1 2,4 3 1,3

Figueira da Foz 1,8 1,2 1,3 1,5 1,4

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Montemor-o-Velho 1,5 1,5 1,5 1,4 1,6

Ansião 1,4 1,6 1,0 1,8 1,2

Penela 2,7 5 0,9 2 2

Soure 1,4 1,6 1,2 2,1 1,9

Pombal 1,9 1,2 1,3 1,4 1,1 Fonte: INE – Pordata

Tendo por referência o rácio de constituição de novas empresas por empresas dissolvidas, que se verificaram nos últimos cinco anos desde 2010, encontra-se patente um panorama de atratividade do Município de Soure para a fixação de empresas (tabela 7). Como se verifica, o ano em que ocorreram mais constituições de empresas foi em 2013 (2,1), o que corrobora os valores para a CIM – Região de Coimbra (2,2) e que surgem acima da média nacional (1,8). Comparativamente aos territórios limítrofes, o Município de Condeixa-a-Nova, igualmente em 2013, apresenta uma posição privilegiada, ou seja, por cada empresa dissolvida em 2013, três foram constituídas.

No geral, o Concelho de Soure revela-se um território atrativo para a fixação de empresas, sendo que para tal contribuem fatores económicos e sociais, nomeadamente, a proximidade a grandes centros urbanos (Aveiro e Coimbra), a existência de infraestruturas viárias e ferroviárias essenciais para o fluxo de matérias-primas e pessoas e, por último mas não menos importante, pelo potencial turístico de Soure e excelência dos recursos endógenos.

O Município de Soure deverá ainda acompanhar a dinâmica empreendedora a nível nacional, garantindo uma dinamização de ações de apoio ao empreendedorismo local, que combinem uma lógica transversal (sensibilização, educação, incubação, e financiamento) e centrada nos clusters estratégicos de Soure.

Tabela 8. Níveis de consolidação das áreas industriais

Freguesia Área Consolidada (ha) Área Total (ha) % Consolidado

Vinha da Rainha 0,78 0,78 100%

Soure 36,69 73,17 50,14%

Granja do Ulmeiro 0 8,14 0%

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TOTAL 37,47 82,09 45,64

Fonte: PDM de Soure

No que diz respeito ao nível de consolidação das áreas de atividade industrial, os resultados são bastante díspares, ou seja, se por um lado a Zona Industrial da Freguesia de Vinha da Rainha se encontra perfeitamente consolidada, nas outras freguesias onde existem áreas de atividade industrial, o mesmo não acontece, o que implica a necessidade de, não apenas reconfigurar novas áreas para o fim, mas também adaptar as existentes às novas realidades existentes no território, tendo sempre em conta e acautelando as necessidades futuras.

Quanto à Zona Industrial de Soure, na Camparca, esta é a de maior dimensão e caracteriza-se pela concentração de unidades empresariais diversificadas. A Zona Industrial de Soure, situada junto à estação do caminho-de-ferro tem apenas uma empresa em laboração na área da indústria da madeira. O terceiro polo de atividade económica é de menor dimensão, designadamente o de Queitide, na Freguesia da Vinha da Rainha, que serve a zona poente do Concelho, ocupado por cinco empresas com investimentos nos ramos de atividade da carpintaria, metalomecânica e serralharia.

Além das empresas localizadas nestes polos de atividade económica, existem outras unidades industriais, de pequena e média dimensão, dos mais diversos ramos – metalomecânica, mármores, mobiliário, têxteis, extrativas, torrefação /frutos secos, turismo, dispersas pelas freguesias do Concelho. No que concerne à atividade turística o Concelho de Soure usufrui de grandes potencialidades que se alicerçam no seu património natural e histórico.

4.4.1. Agricultura e exploração de pedreiras

Não diferindo das tendências observadas nos dois últimos decénios na generalidade do território nacional, o processo de terciarização da economia registou em Soure um impacto relevante, em detrimento sobretudo das atividades associadas à agricultura. O sector primário representava, em 2011, 2,7% da população ativa (gráfico 5), não demonstrando grandes diferenças entre os valores nacionais e da própria CIM Região de Coimbra.

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Gráfico 5. População empregada no setor primário | 2001-2011

2001 2011

4,8% 2,9% 5,4% 2,8% 4,4% 2,7%

CONTINENTE CIM - REGIÃO DE SOURE COIMBRA

Fonte: INE – Censos 2011

O Concelho de Soure faz parte da bacia hidrográfica do Baixo Mondego, existindo dois espaços essenciais: o campo e a serra. O aproveitamento e a valorização dos recursos locais e dos produtos da terra são, portanto, vertentes que devem ser capitalizadas para o reforço da competitividade do tecido produtivo local.

Nos rios de Arunca e Anços confluem uma série de ribeiras que abrem vales largos constituindo planícies de aluvião, de grande fertilidade, que desde sempre atraíram população. As freguesias de Vinha da Rainha, Vila Nova de Anços e Samuel são caraterizadas pela exploração agrícola, essencialmente de arroz e milho; apesar de existirem algumas unidades industriais que vão empregando uma parte substancial da população. Em Tapéus a exploração de pedreiras, nomeadamente de calcário, também assume alguma importância na economia local.

Em termos de área ocupada, o olival e a vinha ocupam um claro lugar de destaque, principalmente nas freguesias de Soure, Pombalinho e Degracias. A vinha ganha relevo na freguesia de Soure.

4.4.2. O tecido industrial

O sector secundário tem vindo a diminuir a sua importância na estrutura da população ativa (gráfico 6), representando, em 2011, 24,2% do total concelhio, enquanto em 2001 corresponderia a 32,5% da população empregada. A indústria transformadora evidencia-se claramente como o subsector

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mais importante do secundário, com mais de 60% da população ativa (na CIM Região de Coimbra, representa 56%).

Gráfico 6. População empregada no setor secundário | 2001-2011

2001 2011

35,5% 26,9% 31,5% 24,9% 32,5% 24,2%

CONTINENTE CIM - REGIÃO DE SOURE COIMBRA

Fonte: INE - Censos 2011

A Zona Industrial (ZI) de Soure é um polo de atividade económica com aproximadamente 50 lotes e equipada com infraestruturas básicas, que permitem o desenvolvimento de atividades de indústria, comércio e serviços, como por exemplo, setor automóvel (venda de peças), produção de plásticos, maquinaria para construção civil e reciclagem de sucata.

Nesta ZI destaca-se a multinacional OMYA como a maior empregadora do Concelho, que produz minerais industriais, principalmente cargas e pigmentos derivados de carbonato de cálcio e dolomita – é um distribuidor mundial de especialidades químicas. Os seus principais mercados são produtos florestais (produtos à base de fibras, tais como papel, cartão e tecido), polímeros, materiais de construção (tintas, revestimentos, velantes, adesivos e construção civil), bem como das ciências da vida (alimentos, alimentos para animais, produtos farmacêuticos, cosméticos, ambiente e agricultura).

A ZI de Queitide, localizada na Freguesia da Vinha da Rainha, integra 6 lotes, essencialmente de serviços e indústria, dentro das quais carpintaria, construção civil e distribuição de equipamentos industriais gráficos.

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4.4.3. O comércio e os serviços

O dinamismo das atividades comerciais e dos serviços é evidente na estrutura da população ativa que, em 2011, representava 73,1% da mão-de-obra concelhia, quando em 2001 representava 63,1% (-10 p.p.), refletindo a tendência a nível regional e nacional (gráfico 7).

Gráfico 7. População empregada no setor terciário | 2001-2011

2001 2011

59,7% 70,2% 63,0% 72,3% 63,1% 73,1%

CONTINENTE CIM - REGIÃO DE SOURE COIMBRA

Fonte: INE - Censos 2011

O importante crescimento observado nos serviços públicos, designadamente nos serviços sociais, reflete, por um lado, a melhoria das condições de vida das populações, expressas numa maior oferta de serviços de educação, saúde, desporto, cultura e, por outro lado, a dependência da base económica local relativamente ao terciário social, em detrimento do terciário económico.

Este panorama tem vindo a ser paulatinamente contrariado com o desenvolvimento de atividades financeiras e de serviços qualificados de apoio às empresas, o que decorre, também, da instalação de unidades na Zona Industrial com maiores e mais exigentes necessidades deste tipo de serviços. E neste domínio, respondendo a uma crescente procura local, importa diversificar funções que possibilitem apoiar a expansão e a consolidação do Parque Empresarial/Industrial.

Excetuando alguns estabelecimentos mais qualificados no centro da Vila, a maioria das unidades de comércio a retalho são de pequena dimensão e de natureza familiar, com pequenas áreas de influência, o que também é o resultado da (grande) proximidade a Coimbra, que funciona como um

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fator inibidor da afirmação de algumas atividades. Embora cobrindo um vasto leque de funções, estão essencialmente direcionadas para o comércio de produtos alimentares e vestuário.

Em jeito de conclusão, a evolução da estrutura setorial económica de Soure denota um claro processo de terciarização da economia local (73,1% em 2011, +10 p.p. relativamente a 2001), e um processo gradual de decréscimo de emprego no setor primário (2,7% em 2011, -1,7 p.p. relativamente a 2001) e no setor secundário (24,2% em 2011, -8,3 p.p. relativamente a 2001), principalmente devido à redução das necessidades de recursos humanos associada, respetivamente, à mecanização e/ou abandono das atividades agrícolas e à desindustrialização.

4.4.4. As empresas e o Emprego

As dinâmicas do mercado de trabalho da população residente em Soure encontram-se intimamente relacionadas com a bacia de emprego regional, polarizada pela cidade de Coimbra. Soure procura assumir-se como um centro sustentado e dinâmico, numa perspetiva policêntrica do Baixo Mondego, evidenciado no domínio da ocupação profissional dos seus residentes, uma relação muito forte com Coimbra, com elevados movimentos pendulares residência-trabalho.

Tendo em consideração o decréscimo demográfico de Soure e a população ativa em 2011, conclui- se que para o universo populacional do Concelho, 802 habitantes encontravam-se desempregados, sendo que, 18% diz respeito à população à procura do 1º emprego e, os restantes, à procura de novo emprego. Fica evidente que apesar do decréscimo demográfico, que se verificou entre 2001 e 2011, o tecido empresarial não conseguiu absorver a mão-de-obra existente no mercado.

Esta situação pode estar relacionada com a estrutura empresarial que é marcada, na sua maioria, por empresas de pequena e média dimensão que são caraterizadas por ser de grande volatilidade dada a pouca estrutura para enfrentar situações económicas e financeiras mais instáveis. A necessidade de inovar e criar novas soluções empresariais, e dinamizar o potencial do turismo é um desafio para o Concelho. O emprego no setor terciário aumentou, em média e aproximadamente, 3%, enquanto para o setor primário diminuiu, em média e aproximadamente, 44% e para o setor secundário verificou-se também uma diminuição, cuja taxa se situou em, média em 34%.

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Gráfico 8. Evolução da taxa de desemprego no Município de Soure | 2001-2011

2001 2011

6,8% 13,2% 6,2% 10,3% 6,5% 10,2%

PORTUGAL CIM - REGIÃO DE SOURE COIMBRA

Fonte: INE- Censos 2011

No gráfico supra, encontramos uma framework geral do emprego do Concelho de Soure, onde se evidencia que a taxa de desemprego, em 2001, era equivalente à média regional e nacional, sendo que, em 2011, verifica-se que é inferior em três pontos percentuais, contudo, tal panorama deriva também da diminuição da população em idade ativa.

Em suma, o Concelho de Soure deve reforçar continuamente a competitividade dos vários setores de atividade de modo a fixar, de modo permanente, população jovem e ativa, num tecido empresarial capaz de aumentar a empregabilidade, e consequentemente, conduzir a melhorias do bem-estar material, conduzindo ao aumento do poder de compra da população.

Gráfico 9. Taxa de atividade | 2011

53% 46%

CIM – Região de Coimbra Município de Soure

Fonte: INE – Censos 2011

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Por sua vez, a taxa de atividade é de 46%, contudo, torna-se imperativo analisar conjuntamente com este indicador, a evolução do quantitativo demográfico relativo à população em idade ativa. Desde modo, observa-se que, da diminuição da população residente em cerca de 8%, entre 2001 e 2011, cerca de 78% diz respeito a população em idade ativa.

Figura 10. Taxa de desemprego | 2011

10,3 10,2

CIM – Região de Coimbra Município de Soure

Fonte: INE – Censos 2011

Por sua vez, a taxa de desemprego em Soure, relativamente a 2011, ronda os 10,2%, superior à que se verificada em 2001, que rondava os 6,5%. Importa referir que, a tendência que se verifica em Soure, acompanha a tendência a nível regional. Nesta perspetiva, Soure deverá ser capaz de manter uma maior resistência ao desemprego em relação ao País e Região, garantindo, principalmente, a diminuição do desemprego jovem e do desemprego qualificado.

Tendo em conta os recursos naturais e endógenos, bem como as potencialidades estruturais e estratégicas do Município, estão reunidas um conjunto de dinâmicas para o desenvolvimento da economia de Soure, com especial incidência para aumento do investimento industrial e no setor primário, sendo que, é necessário igualmente um equilíbrio entre o emprego criado e as competências dos trabalhadores, profissionalizando o ensino e melhorando as qualificações da população ativa.

Reconhece-se ainda o efeito, que o desenvolvimento de uma estratégia assente no turismo, pode representar na geração de riqueza e emprego, alicerçado nos valores e tradições locais, contribuindo para a preservação e conservação dos recursos naturais. A capacidade do turismo de afirmar-se como veículo de melhoria da qualidade de vida das populações e de redução das assimetrias regionais, constitui prioridade das políticas públicas de turismo e a assunção de que os

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espaços rurais naturais de qualidade e as atividades a eles ligadas são fatores essenciais para a diferenciação e qualificação, de diferentes sectores de oferta turística e para a atenuação da forte sazonalidade.

A Educação, a Formação e a Inovação

Os cinco grandes objetivos definidos para o atual quadro comunitário no seu todo ao nível do emprego, da I&D e inovação, das alterações climáticas e energia, da educação e da pobreza e inclusão social deverão ser atingidos por via de um conjunto de medidas, a nível nacional e comunitário.

A interligação e a interdependência entre tais objetivos afiguram-se como evidentes: a melhoria da educação contribui para o aumento do emprego e para a redução da pobreza; uma economia mais fortemente baseada em I&D e inovação, promovendo a eficácia na aplicação de recursos, torna a Europa mais competitiva e gera mais postos de trabalho; o investimento em tecnologias mais limpas contribui para a luta contra as alterações climáticas e cria novas oportunidades para o comércio e para o emprego.

A educação assume-se como pedra basilar no desenvolvimento de um Concelho, mas também de cada indivíduo. Como tal, através do investimento na educação, garantimos o desenvolvimento social, económico e cultural. É então indiscutível e comprovado que os países que priorizam o ensino de qualidade nas últimas décadas registam um crescimento económico acima da média. O relatório da UNESCO mostrou que cada ano adicional de escolaridade aumenta a média anual do PIB em 0,37%.

O Concelho de Soure no que diz respeito a infraestruturas tem os seus 1 864 alunos do Concelho divididos pelas seguintes instituições do Agrupamento de Escolas Martinho Árias - Soure (AEMA) e Instituto Pedro Hispano, nos seguintes níveis de escolaridade:

Tabela 9. Rede Educativa do Município de Soure

Rede Educativa Número de Estabelecimentos N.º de Alunos

Jardins de Infância 12 187

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Escolas Básico 1º Ciclo 11 547

Escolas Básico 2º Ciclo 1 171

ES/3 Martinho Árias 1 512

Instituto Pedro Hispano 1 447

TOTAL 26 1864

Fonte: Relatório de avaliação do Agrupamento de Escolas de Soure

A representatividade do nível de escolaridade da população e qual a tendência que se vem verificar, constitui um fundamental indicador para a definição de uma estratégia que se mostre coesa e eficiente.

Portugal apresenta-se como um dos países com maior taxa de abandono escolar em toda a Europa. Um relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) revela que, embora o analfabetismo tenha caído para metade nos últimos 50 anos, o país permanece nos últimos lugares da tabela a nível europeu. No entanto, é possível afirmar que o país tem efetuado um esforço no sentido de alfabetizar a sua população, já que, de 2001 para 2011, houve uma diminuição de 41% da população sem nível de escolaridade, e apenas 10,3% dos portugueses não sabe ler nem escrever.

Tabela 10. Nível de escolaridade da população residente do Concelho de Soure | 2001-2011

S/ nível de Básico 1º, 2º e Secundário Superior Escolaridade 3º Ciclo Território 2011 Var. (2001- 2011 Var. (2001- 2011 Var. (2001- 2011 Var. (2001- (%) 2011) (%) 2011) (%) 2011) (%) 2011)

Continente 10,3 -40,6% 58,8 8,1% 15,8 21% 14 88,2%

CIM – Região 12,2 -42% 56,6 0% 14,9 16% 15,5 87% de Coimbra

Coimbra 7,4 -44% 47,8 -21% 16,9 -7% 26,9 65%

Condeixa-a- 11,9 -50% 52,7 -5% 17 31% 17,3 111% Nova

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Figueira da 12,3 -41% 57,3 -4% 16 19% 13,6 94% Foz

Montemor-o- 14,3 -46% 59,4 4% 14,9 52% 10,6 240% Velho

Penela 17,4 -46% 61,6 46% 12 47% 7,9 149%

Soure 18,9 -38% 57,2 15% 15,2 34% 7,8 159%

Ansião 17,7 -39% 60,2 28% 13,7 53% 7,1 150%

Pombal 18,8 -37% 58,6 11% 13,6 58% 8 127%

Fonte: INE – CENSOS 2011

Ao nível das habilitações e níveis de escolaridade da população residente em Soure, conclui-se que, existem em média, mais indivíduos no Município sem nível de escolaridade do que quando comparado com a média registada na CIM Região de Coimbra e, apresenta igualmente um registo acima do que se regista nos territórios limítrofes. Ou seja, não obstante verificar-se uma redução significativa (-38%) do número de pessoas sem nenhum nível de escolaridade, torna-se necessário definir um processo de convergência positiva, relativamente ao panorama registado a nível regional.

Relativamente aos habitantes com formação superior, também se verifica que são em menor número que as respetivas médias regionais e nacionais, no entanto, na década em estudo, verificou-se um aumento significativo (+159%), sendo que, apenas o Município de Montemor-o- Velho conseguiu melhores resultados (+240%).

Este é um indicador relevante, na medida em que, pode tornar-se uma mais-valia para o Concelho, caso estas pessoas se fixem no Concelho, pois são pessoas especializadas e que podem trazer progresso para o desenvolvimento local, contribuindo para um Concelho e Região mais competitivos.

Por outro lado, Soure encontra um desafio assinalável de qualificação da população residente, sobretudo nos níveis de habilitações mais elevados, onde a convergência com as metas estipuladas na estratégia Europa 2020, pressupõe que 40% da população entre os 30 e 34 anos deve ter uma qualificação de nível superior, já que, tal objetivo constitui um mecanismo de melhoria da coesão e competitividade local.

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Tabela 11. Índice de analfabetismo no Município de Soure | 2001-2011

Índice de Analfabetismo (%) Território 2011 Var. (2001-2011)

Portugal 5,2 -42,1

CIM – Região de Coimbra 5,9 -41,4

Soure 10,3 -39,4

Fonte: INE – Censos 2011

O nível de analfabetismo da população também é uma das prioridades para a gestão do Município. Como podemos verificar (tabela 11) pela significativa redução, de cerca de 39%, da população sem nenhum nível de qualificação, mas ainda assim, verifica-se um significativo distanciamento relativamente à situação regional e nacional.

Segundo a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), num estudo sobre a Avaliação Externa das Escolas, o Relatório do Agrupamento de Escolas de Soure (2013), indica que as taxas de conclusão/ transição verificadas no último triénio (2009-2010 a 2011-2012), para o 1.º, 2.º e 3.º ciclo do ensino básico, situaram-se acima das observadas a nível nacional.

Destaca-se ainda o progresso consistente da taxa de conclusão do 9.º ano de escolaridade e, inversamente, a descida da taxa de transição do 5.º ano e da taxa de conclusão do 6.º ano. Nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário, alcançaram-se, globalmente, taxas de transição/ conclusão bastante satisfatórias, sendo de destacar a melhoria muito significativa na taxa de conclusão do 12.º ano no último ano letivo.

Nos cursos profissionais, que representam cerca de 50% dos alunos no ensino secundário, os resultados foram muito positivos, com taxas de conclusão superiores às nacionais (biénio 2009- 2010 e 2010-2011) e em nítida melhoria no último ano.

Ainda no mesmo relatório refere-se que, nos últimos três anos, o abandono escolar no ensino básico, incluindo cursos de educação e formação, bem como a saída antecipada da escola no ensino secundário regular e profissional, assumiram valores residuais (respetivamente, 0,26%; 0,27%; 0,0%; 2,9%; 1,0%). Neste contexto, o Município de Soure destaca-se como um dos exemplos a

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seguir, dada a diminuta taxa de abandono escolar que se situa nos 1%, para a população entre os 18 e 24 anos, em todo o Município (figura 13).

Figura 11. Abandono escolar do Município de Soure | 2011

Abandono Escolar (%)

• Meta: 10 % Abandono Escolar do Munícipio de Soure (%)

• Taxa de 1% (Ano letivo 2011/2012)

Fonte: Avaliação do Agrupamento de Escolas de Soure - IGE

Ainda a respeito do Relatório do Agrupamento de Escolas de Soure (2013) , os resultados académicos e sociais dos alunos são bastante valorizados pelo Agrupamento. Foram criados quadros de valor e excelência; são distinguidas as melhores turmas (concurso Top Turma); os trabalhos de alunos nas várias escolas são exibidos em exposições frequentes e no portal do Agrupamento. A divulgação de atividades na imprensa e a entrega de diplomas em cerimónias públicas contribuem, igualmente, para dar a conhecer os sucessos dos alunos e o valor das aprendizagens, dignificando-os perante a comunidade.

O impacto da ação do Agrupamento no desenvolvimento do Concelho é fortemente reconhecido pela comunidade, traduzindo-se, sobretudo, numa oferta educativa e formativa adequada às necessidades de jovens e adultos, de que a criação e dinamização da Universidade Sénior CulturÁrias (figura 14) é, também, um bom exemplo. A ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares.

De igual modo, a educação para os valores e a assunção de regras de conduta são adequadamente valorizadas pelo Município de Soure, não apenas no âmbito da área curricular de Educação para a

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Cidadania (inclui disciplina de oferta complementar no 3.º ciclo), mas também pela via da Aula de Convivência, que promove a autorreflexão sobre os comportamentos desajustados, no sentido de promover a aceitação e o cumprimento das normas estabelecidas.

A corresponsabilização dos alunos pela melhoria dos resultados e das suas atitudes está contemplada nos critérios de avaliação das várias disciplinas e no âmbito do concurso Top Turma. A dinamização de atividades de Desporto Escolar, da Brigada dos Tinteiros (Eco-Escolas), do Projeto + Contigo, da prevenção do bullying, bem como a realização de campanhas de cariz social (p. ex., iniciativa Loja SolidÁrias) (figura 14) contribuem para o desenvolvimento de atitudes cívicas, incrementando igualmente hábitos de vida saudáveis.

Figura 12. Projetos de educação para a cidadania no Município de Soure

CulturÁrias SolidÁrias

Fonte: Relatório de Avaliação do Agrupamento de Escolas de Soure do IGEC (2013)

Ainda no mesmo relatório, é referido que as crianças e os alunos realizam atividades que visam a participação na organização das suas salas de aula e escolas. São ouvidos, através da aplicação de questionários, no âmbito do processo de autoavaliação organizacional, e é-lhes frequentemente solicitada a opinião quanto ao funcionamento das atividades extracurriculares (tabela 12). Conhecem os aspetos fundamentais do regulamento interno e, em menor grau, os restantes documentos estruturantes do Agrupamento. A sua intervenção através da apresentação de propostas concretiza-se no âmbito dos órgãos onde estão representados, bem como nas assembleias de delegados do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, que reúnem, por vezes, com a direção.

Tabela 12. Atividades extracurriculares no Município de Soure

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Atividades Extracurriculares

Clube de Alemão – Deutsche Ecke

Clube Art’e Vícios

Clube Europeu

Clube Experimenta Ciência

Clube de Francês

Clube de Inglês

Clube Partilh’Arte

Clube RecriArte

Fonte: Agrupamento de Escolas Martinho Árias em http://escolasdesoure.pt

Quanto aos equipamentos escolares no Concelho de Soure existe uma considerável rede de estabelecimentos para os 1º. 2º e 3º ciclos do ensino básico e de ensino secundário. Não existe oferta ao nível do ensino superior. Relativamente ao 1º ciclo, existem no Concelho 11 escolas. A Escola Básica e Secundária Martinho Árias, situada em Soure, constitui o estabelecimento de ensino de referência para o 2º e 3º ciclos do ensino básico, bem como para o secundário.

O Turismo e a Gastronomia

O Concelho de Soure usufrui de um potencial turístico muito elevado, derivado da sua localização estratégica e das condições naturais que possui. O Concelho é extremamente rural, não possuindo grandes parques industriais e dessa forma apresenta uma qualidade de ar acima da média. Esta vantagem competitiva está perfeitamente alinhada com os desígnios do Portugal 2020 que pretende reduzir a emissão de gases poluentes em cerca de 20%, e o Concelho pretende continuar a investir nesta sua vantagem promovendo o uso das energias renováveis e assim reduzindo a emissão de CO2 para a atmosfera. O turismo rural tem todas as condições para prosperar, existindo já alguns equipamentos turísticos tais como casas rurais.

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No entanto, e tendo em conta toda a envolvente do Concelho, considera-se existir um grande potencial de exploração turístico, nomeadamente: os antigos moinhos, as águas termais, as florestas e matas, os monumentos históricos e as casas antigas. Assim será possível integrar o meio rural, a cultura e os pontos históricos de forma a potenciar a economia concelhia e envolvendo a população (figura 15).

Figura 13. Estratégia integrada turística no Município de Soure

Rural

Histórico Cultural

Fonte: Elaboração própria

O Concelho de Soure também tem as condições ideais para o turismo histórico, visto que conta com colossais pontos de interesse (figura 16), nomeadamente: Castelo de Soure, Igreja Matriz de São Tiago, Igreja da Misericórdia, Capela de São Pedro da Várzea, Capela da Quinta de São Tomé, Capela de São Mateus, Capela da Quinta de Baixo, Capela do Cemitério, Capela de Nossa Senhora do Bonsucesso, Igreja de Nossa Senhora de Finisterra, Quinta da Madalena, Edifício do Paços do Concelho.

Para além destes recursos históricos e arquitetónicos, Soure também possui um conjunto de quintas e casa solarengas que merecem uma visita mais demorada como o Solar dos Freitas, o Solar do Dr. Mourão de Paiva, o Solar dos Melos e oEdifício da antiga Casa do Povo. O Concelho também detém arqueologia industrial como a fábrica de Paleão, antiga delegação da EFANOR, onde estão os moinhos dos Novos e de Paleão.

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Na construção de oferta turística diferenciada e atrativa, o Município de Soure deve igualmente capitalizar as potencialidades decorrentes da sua localização estratégica, na medida em que, estando geograficamente próximo de Coimbra e Condeixa-a-Nova, deve estruturar uma oferta que se mostre complementar com os monumentos históricos de Coimbra, e com as Ruínas de Conímbriga, situadas em Condeixa-a-Nova.

Figura 14. Principais monumentos históricos do Município de Soure

Igreja Matriz de São Castelo de Soure Tiago

Edifício Paços de Concelho

Fonte: https://cm-soure.pt

O turismo gastronómico é uma das melhores maneiras de descobrir a cultura e as “raízes” da génese do Concelho de Soure. Perder-se pelos diferentes mercados locais ou participar em provas de degustação sem esquecer de petiscar em pequenos restaurantes familiares, tudo isto oferecerá uma visão privilegiada de como é a gastronomia dos habitantes locais.

A gastronomia do Concelho é bastante rica (figura 17). Cada freguesia do Concelho de Soure tem iguarias próprias e as mesmas são festejadas em certames organizados pela Câmara Municipal ou a nível local, nas freguesias. A doçaria é o grande trunfo do Concelho nomeadamente através dos biscoitos de azeite, suspiros e o expoente máximo: o afamado pão-de-ló de Soure.

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No Concelho regista-se ainda a existência de atividades ligadas à silvo pastorícia e à apicultura. A atividade silvo pastoril, essencialmente de caprinos, para a produção do Queijo Rabaçal com DOP e de ovinos (elevada densidade pecuária). A prática da atividade apícola faz com que Soure seja produtor de mel de qualidade. Aos produtos mencionados, acrescem ainda a produção de vinho e azeite, os frutos secos e as ervas aromáticas.

Figura 15. Gastronomia do Município de Soure

Biscoitos de Azeite Pão de ló de Soure

Queijo do Rabaçal Chanfana

Ensopado de Enguias

Fonte: https://cm-soure.pt

4.6.1. Terras de Sicó

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A serra de Sicó é uma área com importante valor ambiental e paisagístico devido à sua diversidade em fauna e flora. Entre a diversa fauna existente podemos destacar espécies como a Águia- Cobreira, Bufo-Real, Cobra-Rateira, Trintão-Marmorado, Gralha etc.

Para além dos valores ambientais trata-se de uma zona de forte valor patrimonial e gastronómico. Ao nível gastronómico podemos destacar principalmente os vinhos, o azeite, o mel, as ervas aromáticas, os frutos secos e ainda a produção de animais como o cabrito e o borrego. No que diz respeito ao património, trata-se de uma serra com elevado valor onde existem diversos castelos e museus, símbolos da antiga ocupação da área.

4.6.2. Turismo de Natureza e Zonas Classificadas

Na vertente de turismo de natureza destaca-se o sítio Natura 2000 “Sicó/Alvaiázere”, a zona de proteção especial e o sítio RAMSAR com o nome de “Paul da Madriz”.

O sítio Sicó-Alvaiázere, que no Concelho de Soure abrange a União de Freguesias de Degracias, Pombalinho e Freguesia de Tapéus, segundo o ICNF, “possui uma elevada diversidade de habitats associados ao substrato calcário. Inclui as maiores e bem conservadas áreas do país de carvalhal de carvalho-cerquinho (Quercus faginea subsp. Broteroi (9240) e manchas notáveis de azinhais (Quercus rotundifólia) sobre calcários (9340), em bom estado de conservação.”

O sítio Paul da Madriz está classificado como Zona de Proteção Especial pela Diretiva Aves 79/409/CEE. É uma importante zona húmida rodeada de bosques ripícolas, encaixada num vale e localiza-se a sul da povoação do Casal do Rendinho, na baixa do Rio Arunca, entre as freguesias de Vila Nova de Anços e Alfarelos.

A zona do Paul é ocupada por áreas agrícolas e florestais de elevado interesse para a avifauna. Carateriza-se quer pela sua diversidade, beleza, valor, como também pela sua importância na sobrevivência das espécies. Abrange uma área de cerca de 40 hectares, sendo drenado pela Vala do Moinho que o atravessa e se liga à Vala do Canal.

Saliente-se também que, segundo dados do Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro, Soure é um dos Concelhos com maior proporção de área florestal intervencionada em resultado dos apoios públicos ao investimento.

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Segundo o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral, é possível identificar usos potenciais e aptidões de produção florestal no Concelho de Soure, sendo possível sistematizar em cindo pontos fundamentais:

 Com importância para a conservação destacam-se os sítios, Rede Natura 2000: Paul de Madriz e Sicó;  Essencialmente o centro do Concelho apresenta uma funcionalidade importante para a produção florestal;  A função proteção é importante a norte do Concelho com o rio Mondego, junta da Vila de Soure e também a sul do Concelho, onde se destaca a Serra de Sicó;  A função de recreio e paisagem assume muita importância nas áreas envolventes aos rios Arunca, Mondego e Pranto;  Todo o Concelho a sul da estrada 342 assume uma funcionalidade importante da silvo pastorícia e da pesca.

Figura 16. Soure no contexto das áreas SIC/ ZPE/ RAMSAR

Fonte: Plano Diretor Municipal (PDM) de Soure

4.6.3. Orientações estratégicas segundo o PENT

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De acordo com a revisão do PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) para o período 2013- 2015, todos os produtos definidos no PENT continuam válidos, reforçando a importância da estabilidade da oferta na perceção externa do destino.

Nesta revisão, introduziu-se: a) maior segmentação no turismo de natureza, náutico e de saúde, assim como, os circuitos turísticos religiosos e culturais, onde o Turismo Religioso assume um papel estratégico. No quadro dos produtos conjuntos turísticos integrados assume-se como prioritário o escoamento das unidades existentes no domínio do turismo residencial; e b) Valorização dos recursos naturais, paisagísticos e culturais, no sentido do enriquecimento do produto e da promoção das respetivas atividades, destacando-se as apostas nos 6 produtos:

a) Valorizar o turismo cultural e paisagístico, melhorando as condições dos recursos, equipamentos, serviços e envolvente paisagística dos principais clusters e assegurar a integração com outras ofertas complementares que enriqueçam a proposta de valor;

b) Dinamizar as estadias de curta duração, integrando recursos culturais, propostas de itinerários e oferta de experiências, incluindo eventos, que promovam a atratividade dos territórios e zonas envolventes;

c) Estruturar a oferta de turismo de natureza, nomeadamente através da contemplação e fruição do meio rural (turismo rural) e também de segmentos mais ativos, como passeios (a pé, de bicicleta ou a cavalo), de observação de aves ou do turismo equestre, melhorando as condições de visitação e a formação dos recursos humanos;

d) Consolidar os investimentos e garantir elevados padrões de qualidade em novos projetos de turismo residencial, produto de relevância estratégica acrescida, clarificando incentivos e procedimentos para a instalação em Portugal de indivíduos de nacionalidade estrangeira;

e) Qualificar e classificar a oferta de turismo de saúde, com vista ao desenvolvimento e crescimento deste produto de relevância estratégica para Portugal, nas componentes médicas, termalismo, spa e talassoterapia, estimulando a estruturação e a promoção conjunta das valências médica e turística;

f) Promover a riqueza e qualidade da gastronomia e vinhos como complemento da experiência turística, estimulando assim a aplicação da marca/conceito «Prove Soure» em produtos, equipamentos e serviços.

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) define objetivos e linhas de desenvolvimento estratégico para o sector do Turismo no período 2006-2015, materializados em 5 eixos estratégicos:

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Figura 17. Eixos estratégicos definidos no PENT

EIXO I EIXO V Territórios, Inovação e Destinos e Conhecimento Produtos

EIXO IV EIXO II Distribuição e Marcas e Comercialização Mercados

EIXO III Qualificação de Recursos

Fonte: PENT

O PENT define assim a seguinte Visão para o Turismo nacional :Portugal deverá ser um dos destinos de maior crescimento na Europa, através do desenvolvimento baseado na qualificação e competitividade da oferta, transformando o sector num dos motores de crescimento da economia nacional, o qual ambiciona contribuir mais para o PIB nacional, aumentar o emprego qualificado e acelerar o crescimento do turismo interno.

A implementação da Visão é estruturada em 5 eixos: Território, Destinos e Produtos; Marcas e Mercados; Qualificação de Recursos, Distribuição e Comercialização e Inovação e Conhecimento.

Tabela 13. Matriz estratégica de desenvolvimento dos produtos no território

Regiões/ Destinos Turísticos

Produtos Porto e Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira Norte

Touring Cultural e ●●● ●●● ●●● ●●● ● ●● ●● Paisagístico

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Saúde e Bem-estar ●●● ●● ●●● ●● ●●● ●● ●●

Golf Travel ● ● ●●● ● ●●● ● ●●

Turismo de Natureza ●●● ●●● ● ●● ●● ●●● ●●●

Tours de Vinho e ●●● ●●● ●● ●●● ● ● ● Gastronomia

City Shorts Breaks ●●● ●●● ●

Turismo de ●●● ● ●●● ● ●● ● ●● Negócios/Reuniões

Turismo Sol & Mar ●● ●● ●● ●●● ●●● ●●●

Turismo Náutico ●● ●● ●●● ●● ●●● ●●● ●●●

Turismo Residencial ●● ● ●●● ●● ●●● ● ●

●●● Muito Alto ●● Alto ● Limitado

Fonte: PENT

No contexto do PENT, o Concelho de Soure possui recursos turísticos que se enquadram nos fatores distintivos que, pelo seu potencial de projeção e impacto à escala nacional, segmenta para a região de Coimbra e Centro (região de turismo onde o Município de Soure se insere).

Então, após uma análise pormenorizada, podemos afirmar que de todos os produtos selecionados pelo PENT para a Região Centro de Portugal, Soure terá aptidão principalmente para o:

 Turismo Cultural e Paisagístico;  Turismo de Natureza;  Gastronomia e Vinhos;  Turismo de Saúde e Bem-estar (talassoterapia).

É evidente que nos últimos anos tem-se observado uma alteração nos gostos e motivações que levam à escolha do destino turístico. A crescente procura por destinos turísticos alternativos aos destinos convencionais cria novas oportunidades e impulsiona a oferta de um turismo alternativo de qualidade, mais ativo e participativo, centrado em atividades que permitam desfrutar e interagir com a natureza e com a expressão cultural.

A estratégia definida no PENT destaca ainda as seguintes linhas de atuação para os produtos identificados para o Município de Soure:

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 Nos circuitos turísticos, verifica-se a necessidade de colocar os recursos georreferenciados em valor e desenvolver conteúdos e informação para o cliente, bem como incentivar e diversificar as experiências e colocar o produto no mercado;  No turismo de natureza, na vertente passeios, verifica-se a necessidade de dinamizar os recursos/ infraestruturas existentes e desenvolver serviços especializados, criar conteúdos e a sua disponibilização em canais, colocar o produto dos passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo no mercado;  No âmbito da gastronomia e vinhos verifica-se a necessidade de densificar atividades, desenvolver conteúdos e experiências e integrar a oferta em plataformas de promoção e comercialização;  No turismo de saúde suportado na procura termal, verifica-se a necessidade de requalificar as zonas envolventes, desenvolver serviços especializados, criar conteúdos para disponibilização em canais internos e externos e reposicionar o produto termal no mercado. A nível do bem-estar (spa e talassoterapia), verifica-se a necessidade de desenvolver conteúdos para a sua disponibilização em canais específicos, bem como apostar na diversidade de experiências de spa e talassoterapia. No domínio do turismo médico verifica-se a necessidade de fazer um diagnóstico global da articulação entre serviços médicos e de turismo, bem como proceder à análise da situação competitiva nacional e definição do modelo de negócio que melhor potencie os serviços de turismo.

Revela-se ainda fundamental, desenvolver os domínios que integram a oferta turística local, de modo a complementarem-se mutuamente e a beneficiarem do bom funcionamento de todos e do conjunto que formam. A figura seguinte ilustra isso mesmo, ou seja, os domínios que fazem parte de uma oferta turística diferenciadora/integrada, que inclui a atração (os recursos endógenos locais), a receção (hospitalidade), a fixação (condições de alojamento), a animação (cultural) e a deslocação (transportes):

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Figura 18. A oferta turística segundo a sua finalidade

• ATRAÇÃO Oferta • RECEÇÃO • FIXAÇÃO Turística • ANIMAÇÃO • DESLOCAÇÃO

Fonte: PENT

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Saúde e Ação Social

4.7.1. Saúde

Os equipamentos de saúde existentes em Soure enquadram-se exclusivamente no âmbito dos cuidados de saúde primários. O Concelho dispõe de várias unidades de cuidados de saúde personalizados (Alfarelos, Degracias, Samuel, Figueiró do Campo, Granja do Ulmeiro, Vinha da Rainha) e a Unidade de Saúde Familiar VitaSaurium.

O Concelho de Soure apresenta um rácio de 1 médico por cada 800 habitantes, o que nos leva a concluir que tem um rácio médico/utente muito reduzido. Torna-se ainda necessário comparar estes resultados com o que se regista em média para Região de Coimbra, que se encontra com um rácio de 93 utentes por médico, contudo, este resultado é muito influenciado pela situação que se verifica na Cidade de Coimbra de 33 utentes por médico.

O centro de saúde e a unidade de saúde familiar localizam-se ambos na sede de Concelho de Soure. Não existe no Concelho qualquer unidade hospitalar, sendo a mais próxima o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e o Hospital Distrital da Figueira da Foz.. No entanto, deve considerar-se que todos estes serviços podem ainda ser complementados por consultórios e clínicas privadas e também pelos 8 estabelecimentos farmacêuticos existentes no Concelho.

4.7.2. Ação Social

Quanto à ação social, o Município de Soure tem ainda um perfil claramente vincado de apoio social de proximidade, não só nos serviços de acompanhamento da Câmara Municipal de Soure, como no suporte e incentivo da rede de respostas sociais existentes no Concelho. Para além da resposta social, existem múltiplas associações e instituições de ação social e de solidariedade, que complementam as infraestruturas e serviços de saúde, para além do seu objetivo primordial de apoio social aos grupos de risco como as crianças e os jovens, os idosos e outros grupos sociais, vítimas de qualquer tipo de exclusão social.

Destaca-se assim a existência de equipamentos pertencentes a instituições/ entidades que asseguram várias respostas sociais, designadamente estabelecimentos que possuem Creche, Jardim-de-infância, ATL, Centro de Dia, Estruturas Residenciais para Idosos e Serviço de Apoio

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Domiciliário, geridos por instituições de natureza jurídica muito diversificadas. Destacam-se as IPSS, na medida em que respondem e asseguram a maioria das valências existentes.

Figura 19. Exemplos de Infraestruturas de saúde e ação social do Município de Soure

•IPSS - APPACDM de Soure •IPSS - Santa Casa da •Centro de Saúde de Soure Misericórdia de Soure

Fonte: www.cm-soure.pt

Infraestruturas Municipais

O Concelho de Soure dispõe de uma oferta bastante variada de infraestruturas desportivas que contribuem para uma maior coesão e, por conseguinte, apresentam um efeito dinamizador no Concelho.

Em todas as freguesias existem equipamentos culturais e desportivos, onde se desenvolvem atividades que têm um papel fundamental na dinamização e ocupação dos Tempos Livres. Assim, ao longo do ano, sucedem-se numerosos eventos de carácter desportivo, recreativo e cultural, organizados quer pelas próprias coletividades, com o apoio da Autarquia, que tem vindo a consolidar uma política integrada e diversificada de apoios, sempre com dimensão concelhia e com carácter descentralizador, quer pela Câmara Municipal, que organiza diferentes eventos marcados pela participação ativa dos diversos grupos culturais, sociais e desportivos do Concelho.

Além das 83 associações existentes no Concelho, há também uma Biblioteca Municipal e um Museu Municipal. A Biblioteca Municipal, localizada na sede do Concelho, é um equipamento cultural ao serviço de toda a comunidade, cuja função primordial é satisfazer os munícipes nas áreas da informação, educação, cultura e lazer.

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No que se refere a equipamentos desportivos, o Município de Soure apresenta uma oferta alargada, quer em termos quantitativos quer qualitativos, bem como uma diversidade satisfatória de instalações, as quais devem ser alicerçadas num conjunto de medidas de incentivo à prática de desporto.

Tabela 14. Infraestruturas Municipais de Soure

COMPLEXOS DESPORTIVOS AO AR LIVRE

Polidesportivo Municipal de Alfarelos

Polidesportivo da A.C.R.D de Casal do Redinho

Polidesportivo Municipal de Brunhós

Polidesportivo Municipal de Degracias

Polidesportivo Municipal de Figueiró do Campo

Polidesportivo da ACSS de Casal do Cimeiro

Polidesportivo Municipal da Freguesia da Gesteira

Polidesportivo da Banda do Cercal

Polidesportivo Municipal de Granja do Ulmeiro

Polidesportivo Municipal de Ramalheira

Polidesportivo da Associação Cultural, Recreativa e Social de Samuel

Polidesportivo Municipal de Palmeira (Soure)

Polidesportivo Municipal do Sobral

Polidesportivo Municipal da Pouca Pena

Polidesportivo Municipal de Tapéus

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Polidesportivo da Casa do Povo de Vila Nova de Anços

Polidesportivo Municipal de Vinha da Rainha

Fonte: www.cm-soure.pt

CAMPOS DE FUTEBOL

Campo de Futebol do Grupo Desportivo Alfarelense

Campo de Futebol do Pinheiro Manso (Figueiró do Campo)

Campo de Futebol-Centro R.C.D. Moinho de Almoxarife

Campo de Futebol do Grupo Desportivo Sourense (relvado e c/ bancadas)

Campo de Futebol do Futebol Clube da Carvalheira

Campo de Futebol do Espírito Santo

Campo de Futebol da UDV

Campo de Futebol da A. C. D. S. da Vinha da Rainha

Fonte: www.cm-soure.pt

GIMNODESPORTIVOS

Pavilhão Desportivo Municipal da Encosta do Sol - Soure

Pavilhão Desportivo Municipal da Quinta da Coutada - Soure

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária Martinho Áreas

Pavilhão Municipal da Granja do Ulmeiro e Alfarelos

Fonte: www.cm-soure.pt

PISCINAS MUNICIPAIS

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Piscina Coberta da APPACDM de Soure

Piscinas Municipais ao Ar Livre de Soure

Piscinas Municipais Cobertas - Vila Nova de Anços

Fonte: www.cm-soure.pt

Figura 20. Infraestruturas Municipais de Soure

Pavilhão Desportivo Municipal Campo de Futebol do Sourense da Quinta da Coutada (Soure)

Piscinas Municipais Cobertas de Polidesportivo Municipal ao Ar Vila Nova de Anços Livre de Granja do Ulmeiro

Fonte: https://cm-soure.pt

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Oportunidades e Desafios

Tabela 15. Oportunidades e desafios para o Município de Soure

Pontos Fortes Pontos Fracos

“Oportunidades” “Desafios”

Comportamento demográfico regressivo com Forte apetência para a fruição do turismo perdas de população de aproximadamente 8% termal de saúde e bem-estar; no último período intercensitário;

Significativo potencial turístico decorrente da Crescente envelhecimento da população e riqueza patrimonial, gastronómica, natural e consequente pressão social para a paisagística; manutenção das infraestruturas sociais;

Adequação do turismo como gerador de Fraco envolvimento e participação da postos de trabalho e o aparecimento de novos população no processo de desenvolvimento serviços a ele associados; local;

Dificuldade do contexto económico-financeiro Percentagem do território classificado como para a atração de mais e melhor investimento área protegida (Rede Natura 2000); e empresas;

Baixa densidade empresarial (5,67) face à Desemprego local (10,2%) abaixo da média média regional (8,48) e nacional (11,90), nacional (13,2%) e regional (11%); condicionando o desenvolvimento de sinergias e economias de aglomeração e de escala.

Potencial do ensino profissionalizante com empregabilidade nas empresas do Concelho e --- Região;

Possibilidade de fixação de residentes devido à --- proximidade com centros de saber/ espaços de

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localização empresarial limítrofes (Leiria - Aveiro – Coimbra);

Proximidade e fácil acesso a recursos naturais (recursos agrícolas, hídricos e florestais), com --- possibilidade de internacionalização da fileira florestal;

Capitalização da vocação do território para a --- produção de energias renováveis;

Adequada oferta de equipamentos --- desportivos, de lazer e lúdicos;

Posicionamento de proximidade com polo de serviços e cuidados de saúde com relevância --- nacional (Centro Hospital Universitário de Coimbra);

Reforço da oferta de ações de formação --- adequadas ao mercado de trabalho;

Qualificada cobertura de infraestruturas e --- equipamentos de ensino;

Importância do Parque Logístico e Empresarial de Alfarelos no fomento da competitividade das empresas e no gerar de novos negócios, --- com repercussões no crescimento e desenvolvimento económico, e na criação de emprego;

Aproveitamento do potencial logístico resultado da excelente localização, e na --- articulação das infraestruturas estruturantes rodoviárias (A1 – A17 – IC 2);

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Valorização dos recursos endógenos num quadro que promova o equilíbrio entre a --- preservação do património natural e o desenvolvimento de atividades económicas;

Incentivo para o desenvolvimento de dinâmicas de cooperação entre agentes institucionais, económicos e culturais para a --- construção de pacotes turísticos integrados e competitivos.

Fonte: Elaboração própria

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5. Todos Com Soure

Depois de concluído o trabalho inicial de avaliação dos instrumentos de apoio ao desenvolvimento de carácter local e regional, através de uma exaustiva caracterização socioeconómica e audição das forças vivas relevantes, urge neste momento, com base nos inputs registados, definir uma estratégia estruturada e competitiva para o Município de Soure.

Na elaboração de uma estratégia que vá de encontro às necessidades do Município de Soure, foram definidos vários protagonistas do Concelho dotados de capacidade de diagnóstico e contribuição que, representam em conjunto, a caracterização política, socioeconómica e sectorial, a que chamamos de forças vivas relevantes do Concelho.

As opções estratégicas aqui definidas permitem direcionar o Município rumo a uma consolidação socioeconómica e territorial, e, deste modo será definida uma estratégia envolta, coerente e integrada com a realidade local. Com base na sua identidade, este plano estratégico procura, além de potenciar as vantagens competitivas, identificar também as fragilidades, de tal modo que o Município de Soure possa encontrar o caminho para o seu crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

No caso do Município de Soure, foram compilados os diagnósticos e contributos das seguintes “forças vivas”:

 IPSSs e representantes do sistema educativo;

 Coligação Soure para Todos;

 Presidentes de Junta do Concelho de Soure;

 Empresários;

 Representantes da Coligação Democrática Unitária (CDU);

 Coletividades do Município;

Nas audições públicas dos protagonistas mencionados pelo Município, foram compilados dois tipos de informação de interesse, ou seja, as suas visões e avaliação do estado da arte do Concelho – Diagnóstico – e, as suas propostas para uma estratégia integrada na comunidade – Contributos, informação esta que se apresenta sistematizada em anexo. Estas análises e sugestões foram

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orientadas para as seguintes áreas estratégicas do Município e, que definem a sua posição no contexto nacional e regional:

Gráfico 10. Enquadramento da audição das forças vivas relevantes do Município de Soure

Of. cultural, Desporto, TL e Lazer

Mobilid./Acessib. e Reabil. urbana

Turismo

Ação social e Saúde

Comércio e Serv. de base local

Ambiente e Eficiência energética

Educação

Projetos-âncora DES (priv/publ)

Prestação serviço municipal

Indústria

Outras áreas

Outros sectores

Tecnologia

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Fonte: Elaboração própria

Numa primeira abordagem à análise dos principais contributos recolhidos nas audições públicas, verificamos que a prioridade das audições remete-nos para a mobilidade, acessibilidades e reabilitação urbana, isto é, fica claramente evidenciado que este setor estratégico precisa de ser reforçada pelo Município. Seguidamente, surgem de forma idêntica a necessidade do reforço da oferta cultural e afins e, também, a necessidade de apoio à ação social e saúde do Concelho. É de ressalvar ainda a importância estratégica do turismo para a competitividade do Município, sendo este um facto reconhecido pelos protagonistas do Concelho como sendo uma das áreas que ainda pode ser melhorada e priorizada.

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Findas as sessões de audição das forças vivas relevantes do Município de Soure, foram registadas no conjunto 67 informações de diagnóstico e 144 contribuições e propostas para o futuro do Concelho nos mais variados setores que necessitam de uma estratégia direcionada.

Tabela 16. Diagnósticos e contributos das forças vivas relevantes do Município de Soure

% Rel. De Setor Diagnóstico Contributo Contributos

Oferta cultural, Desporto, TL e Lazer 21 65 16%

Mobilidade/Acessibilidade e Reabil. Urbana 23 62 15%

Turismo 23 58 14%

Ação Social e Saúde 22 55 13%

Comércio e Serviços de Base Local 20 56 13%

Ambiente e Eficiência Energética 8 36 9%

Educação 10 33 8%

Indústria 4 12 3%

Prestação Serviço Municipal 4 7 2%

Projetos-âncora DES (Priv/Públ) 4 10 2%

Outros setores 3 10 2%

Tecnologia 3 6 1%

Outras áreas 7 5 1%

Fonte: Elaboração própria

Compiladas as informações, urge agora fazer uma análise mais exploratória aos principais setores, para que seja possível entender as necessidades e potencialidades do Município de Soure. Para o efeito, será principalmente dada prioridade aos contributos e, posteriormente será feito uma ligação com os setores com que se relacionam. Em conformidade com os dados recolhidos e respetiva importância relativa, destacam-se três: oferta cultural, desporto, tempos livres e lazer; mobilidade e acessibilidade e reabilitação urbana; e turismo.

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Da audição das forças vivas relevantes, apurámos que além da possibilidade de usufruição dos espaços que estão em desuso, uma das prioridades encontra-se também na requalificação das infraestruturas existentes, visto que tal abordagem também se encontra em coerência com a nova lógica de programação estrutural.

Não obstante as estratégias que assentem na recuperação e revitalização das estruturas já existentes, será também necessário seguir as tendências e fazer os investimentos necessários, para assim incentivar o crescimento da população residente do Concelho, tais como a criação de ciclovias e outras atividades de natureza desportiva e associativa, de modo a promover hábitos de vida mais saudáveis na população.

Destaca-se ainda a preocupação das forças vivas pelo menor consumo de recursos naturais e energéticos nos espaços destinados à oferta cultural e desportiva, ou seja, a estratégia do Concelho deverá também contemplar a poupança energética e o desenvolvimento de espaços mais sustentáveis.

A agenda cultural também foi um dos assuntos em discussão e tal iniciativa é apoiada pelos diversos intervenientes, pois assim será possível quebrar a rotina do dia-a-dia e ao mesmo tempo, manter as pessoas ligadas ao Concelho. Esta agenda cultural deverá ter caraterísticas multifacetadas no que diz respeito aos grupos etários a abranger, e deve também promover as tradições da região e valorizar as potencialidades económicas e turísticas do Concelho.

Soure, um Centro Criativo e Cultural

A cultura desempenha uma importante centralidade, quer pela sua materialidade, enquanto mercado de bens e de serviços, quer pela sua imaterialidade, simbólica e representativa. Pela atração que desempenha, confere aos territórios maior visibilidade e sentido de pertença às suas populações.

Neste âmbito, Soure usufrui de um potencial cultural que importa preservar e ampliar, que passa imperativamente pelo reordenamento da rede de equipamentos culturais e pela diversificação dos eventos. Mas o principal objetivo reside na inserção do Concelho em movimentos da contemporaneidade das artes e da cultura em geral, para que possa afirmar-se como uma referência crescentemente valorizada e valorizável, no contexto do mosaico cultural da Região Centro.

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O desenvolvimento de atividades relacionadas com práticas culturais e de animação pressupõe a existência de equipamentos e de infraestruturas com requisitos qualitativos mínimos. A requalificação e o reordenamento da rede de equipamentos culturais e religiosos e de apoio à animação, na continuidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, deve procurar superar as carências concelhias, pela valorização e modernização dos moinhos, das florestas e matas com vista à construção de ciclovias, ecovias, percursos pedestres e locais de pesca.

Revela-se neste âmbito necessário assinalar que o Município de Soure é um dos 14 Municípios que tem vindo a participar no projeto “Caminhos de Fátima”, através do qual será estruturado um conjunto de itinerários alternativos aos principais traçados rodoviários no percurso Gaia – Fátima, para incremento da segurança e melhoria das condições de fruição turística e cultural de todos aqueles que, aos milhares, todos os anos os percorrem a pé. Este projeto vai permitir fomentar o turismo religioso (um dos produtos estratégicos definidos no PENT) potenciando assim a região e o próprio Concelho. No decorrer das audições, configurou-se ainda a necessidade de reabilitar um edifício e transformá-lo em albergue, para que os peregrinos e caminhantes possam pernoitar, e requalificar as ruas e caminhos, de modo a qualificar estas rotas de turismo religioso.

Revela-se também essencial a dinamização de mais atividades históricas no Município, tais como: criar um circuito turístico dos lugares requalificados, reabilitar a Via da Levada até à nascente do Arão com vista à recuperação de antigos moinhos, e fomentar o turismo à Serra de Sicó, assim como apostar no turismo termal.

A promoção da interligação das ações culturais envolvendo a comunidade escolar afigura-se também como um objetivo a consolidar na afirmação e desenvolvimento cultural concelhio, designadamente na vertente relacionada com o incremento de práticas culturais regulares entre os estudantes, e entre gerações, através das diversas associações culturais e desportivas do Município.

Soure, um Centro Urbano com Melhores Acessibilidades

A coesão territorial, o desenvolvimento e a competitividade do território concelhio requerem o reforço de estratégias que têm vindo a ser encetadas no domínio da mobilidade e acessibilidades. É importante para Soure a melhoria das condições de acessibilidades, nomeadamente numa

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melhor rede de transportes multifuncional que permita uma melhor resposta às carências sociais, educacionais e turísticas do Município.

Revela-se de extrema importância melhorar os acessos a Soure, dado que se encontra entre as principais redes viárias nacionais (A17 - A14 - A1), conjuntamente com melhorias das ofertas turísticas de cultura, desporto e lazer, que auxiliam as atividades de indústria, de turismo e do comércio e dos serviços locais.

Na medida em que se dá primazia à utilização eficiente dos recursos já instalados e à valorização de estratégias que assentem na revitalização de estruturas já existentes, os intervenientes que integram as forças vivas relevantes do Município de Soure, fazem referências a vários projetos que necessitam de intervenção. Estes projetos enquadram-se em diversos setores de intervenção, entre eles a reabilitação do cineteatro, reabilitação de edifícios devolutos na área envolvente do Concelho, reabilitação e limpeza de florestas e matas, etc.

No domínio da reabilitação urbana, as forças vivas relevantes evidenciaram a carência de intervenções em espaços públicos, edifícios e ações de gestão e dinamização da área urbana, nomeadamente na promoção do comércio local. Assim como a necessidade de reabilitar os parques industriais existentes, de forma a atrair tecido empresarial diversificado e potenciador para a economia concelhia. Este tecido empresarial deverá efetuar parcerias entre empresas e escolas, de forma a potenciar a formação profissional adquirida pelos munícipes, contribuindo desta forma para a diminuição da taxa de desemprego e estimulando a fixação de população. Para tal, a rede de transportes públicos, em cooperação com as empresas e instituições, deverão constituir planos de forma a melhorar a mobilidade das pessoas dentro do Município.

Para além destes fatores, divulgou-se também a necessidade de criar infraestruturas que suportem as atividades desportivas e culturais do Município, nomeadamente: Academia de Futsal, folclore, clube de caça e pesca, e apoio às artes com a reabilitação do cineteatro. Reabilitar e requalificar edifícios foi uma das prioridades circunscrevidas pelas forças vivas relevantes, de forma a integrar as várias atividades associativas do Município que vão desde as artes até ao desporto, melhorando para tal, os acessos e as infraestruturas de apoio a essas atividades.

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Soure e Turismo, o Potencial para o Desenvolvimento Económico

Numa análise profunda das informações prestadas pelos representantes das forças vivas do Município, verificamos a perseverante presença do Turismo que, além de ser um dos mais referenciados neste modelo de diagnóstico/contributo, é vetor comum a várias propostas em outras áreas, principalmente relacionadas com o desenvolvimento económico.

O Município de Soure não apresenta um acentuado desenvolvimento turístico, contudo, a sua proximidade com vias de acesso estratégica (i.e., A1, A14 e A17) permite-lhe ambicionar uma maior afirmação regional e nacional, que sejam concordantes com os recursos que possui.

Em face dos seus recursos endógenos mais relevantes, o Município deverá mobilizar esforços no sentido de desenvolver uma estratégia que seja sustentável e dinâmica, e transversal aos vários grupos etários. Tal estratégia deve abranger tanto a qualidade como a diversidade da experiência turística ao nível dos recursos existentes, acrescentando-lhes valor, pela afirmação de novas ofertas que se articulem e complementem com os recursos-âncora e que promovam a diversificação de produtos.

A promoção desta estratégia para os principais recursos endógenos do Concelho de Soure, diz maioritariamente respeito à promoção do Festival Templário de Soure. A simbiose deste com o turismo rural que Soure tem para oferecer, complementarmente às potencialidades consignadas pela serra de Sicó para um turismo de aventura, são fatores de propagação do desenvolvimento económico. Não obstante, será ainda necessário promover melhor o segmento do turismo termal.

O Concelho de Soure possui ainda um oásis de biodiversidade, o Paul da Madriz. Situado num vale cada vez mais uniformizado, mas que ainda possui áreas agrícolas e florestais de elevado interesse para a avifauna. Este é um espaço pouco significativo em termos de área ocupada, mas pleno de diversidade, de beleza, de valor e de importância na sobrevivência das espécies. É um espaço que se encontra menosprezado na sua importância por quem lhe passa ao lado sem o procurar ver, conhecer e perceber.

Os grupos de folclore estão também consignados na promoção da cultura do Concelho. Esta tradição faz parte do código genético da região e são dinamizadores da imagem do Concelho a nível nacional e internacional. Portanto, na sua qualidade de dinamizadores, enfatiza-se a necessidade de reforçar os apoios a estes grupos, uma vez que estes apoiam indiretamente o desenvolvimento

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económico do Município, com os seus espetáculos e com toda a envolvência indispensável para a produção dos mesmos.

As forças vivas relevantes consideraram ainda que a oferta turística é indissociável do desenvolvimento do comércio local. Dada a sua proximidade com Coimbra e Figueira da Foz, dois centros urbanos de grande dimensão, o pequeno comércio sente dificuldades relativamente à sua posição na economia concelhia. Deste modo, considera-se pertinente a existência de apoios de cooperação entre os diversos agentes do Município para a promoção dos produtos endógenos, nomeadamente o queijo do Rabaçal, o coelho à Gesteira, as enguias, o pão-de-ló de Soure, e os biscoitos de azeite. A participação em feiras nacionais e internacionais tem um efeito dinamizador nestes produtos de base local.

Acrescenta-se ainda que o pequeno comércio é gerador de emprego, e portanto subsiste uma dupla valência de importância deste setor: a económica e a social. As forças vivas também advogam que possa ser benéfico proceder a um maior incentivo aos consumidores para o comércio local, bem como a criação de um espaço atrativo e de fixação de multipolaridade comercial.

O património turístico de Soure engloba ainda os vários moinhos existentes. Estas infraestruturas fazem parte da identidade do Concelho e, fica registada nas sessões temáticas a necessidade de proceder a uma recuperação destes locais, sobretudo a sua reconfiguração para locais que sejam mais friendly do ponto de vista turístico. De forma idêntica, e sendo fiel às suas origens fica registada a carência de um Museu Ferroviário que, demonstre o papel que este meio de comunicação e transporte teve no desenvolvimento económico e social da região.

Soure, um Território Integrador e Social

As políticas de prevenção nas áreas da saúde e ação social constituem hoje em dia um dos grandes desafios das sociedades desenvolvidas, essencialmente devido ao envelhecimento da população. Deste modo, um Concelho com qualidade de vida deve abranger uma maior participação cívica, particularmente no apoio e acompanhamento da população mais idosa e carenciada, do ponto de vista económico e social.

Enquanto grupo demográfico mais predominante da população do Concelho e face à evolução crescente do envelhecimento populacional, é necessária uma resposta às necessidades deste

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grupo etário, considerando propostas para o envelhecimento ativo e o acompanhamento social e de saúde da população idosa com propostas, como por exemplo programas de resposta e prevenção de quedas de idosos, através da criação de melhores acessibilidades urbanas, ou mesmo pela resposta a problemas de exclusão social. As forças vivas relevantes do Concelho de Soure evidenciaram, assim, a necessidade de proceder à reabilitação das estruturas em funcionamento neste Concelho, assim como das condições de acessibilidade urbanas.

Apesar de existir uma boa cobertura de IPSS em todas as freguesias, fica mencionado que é necessária uma maior coordenação entre estas associações de modo a ser possível prestar um serviço mais eficiente. Ainda assim, e de modo a dar uma resposta às extensões de saúde que encerraram, é necessário uma coordenação entre as freguesias e o centro de saúde. Ao nível destas IPSS regista-se que apresentam resposta às necessidades da população mais envelhecida e, que a sustentabilidade destas associações é imprescindível para a manutenção da empregabilidade que se regista no Município de Soure.

Soure, um Território com Qualidade Ambiental

Tratando-se de um domínio de grande relevância no atual quadro comunitário, importa aproveitar as oportunidades de investimento que surgirão já no curto prazo, em duas áreas essenciais: valorização de espaços verdes e dinamização de atividades ao ar livre. Refere-se assim à criação de percursos pedestres, ciclovias , locais de pesca e ao reajuste da rede de transportes para que possam responder mais eficazmente às necessidades da população, e potenciando a utilização de meios de transporte coletivos. Será igualmente relevante dinamizar atividades que potenciem o contacto com a natureza e a sua preservação, como é o caso da pesca e do centro náutico de remo que revelam impactos relevantes ao nível ambiental e agrícola, uma vez que só através da eficiente utilização de recursos endógenos será possível a realização de tais atividades.

É ainda necessário intervir preventivamente para a erradicação dos pontos de despejo e abandono de sucata e outros resíduos, de forma a melhorar a qualidade ambiental do Município, e torná-lo mais “amigo do ambiente”. Paralelamente, foi sugerido o desenvolvimento de planos de limpeza de caminhos e matas (de modo a prevenir fogos florestais), dinamizar atividades que incentivem a

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reflorestação, e desenvolver projetos de intervenção florestal através da valorização e rentabilização da rede viária existente.

Revela-se também de extrema importância dotar os Bombeiros de Soure de mais e melhores meios de combate aos incêndios florestais. Os terrenos baldios também são uma problemática do Município e, portanto, foi proposto a criação de um plano de reabilitação desses terrenos e limpeza dos mesmos.

De modo a melhorar a qualidade de vida da população também é indispensável promover a cobertura plena do Concelho de uma rede de saneamento eficaz e eficiente, assim como afirmar Soure como um Concelho “amigo das indústrias não poluentes”.

O apoio da autarquia às associações desportivas e culturais é primordial na dinamização de atividades desportivas, sociais e recreativas, que integram a população de Soure e potenciam o convívio entre gerações. Assim como potenciam os espaços verdes, os edifícios de relevância histórica (moinhos, serra de Sicó, termas, o espaço ribeirinho) agregados ao turismo rural, termal, religioso e de aventura, que reforça a integração da comunidade na luta por uma melhor envolvente ambiental apoiada pelas atividades turísticas e pelo comércio local.

Nas audições públicas, foi ainda proposto um esforço de concertação com os territórios limítrofes, direcionado para os interesses comuns partilhados nestes domínios, que possibilitem a geração de sinergias. Sendo importante, portanto, uma estratégia de coordenação de esforços para o melhor aproveitamento possível das contingências que surgem, no âmbito do novo período de apoio comunitário.

Soure e Educação, o Vínculo Essencial com a Inovação e

Desenvolvimento

No Município de Soure verifica-se uma insuficiente qualificação académica e profissional da população. Posto isto, torna-se imperativo proceder a uma estratégia concertada que melhore este cenário. Para a concretização deste objetivo especifico, é importante adotar uma estratégia de

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esforços e coordenação, entre os vários atores locais e regionais, criando um ambiente favorável tanto à formação como à posterior empregabilidade da população residente.

A materialização desta estratégia engloba um conjunto de ações relacionadas com a consolidação de um sistema dual de ensino, ou seja, é necessário proceder a novas ofertas formativas, para diferentes necessidades, que englobam o ensino formal e a formação profissional. Esta estratégia é dirigida, sobretudo, para suprir as carências atuais e previsíveis no curto prazo das empresas. Importa ainda, dinamizar a aposta que poderá ser desenvolvida na estrutura tecnológica e o contributo que esta terá para a formação de técnicos especializados.

Com o objetivo de melhorar os níveis de qualificação ao nível dos registados na CIM Região de Coimbra, verifica-se igualmente a necessidade de ampliar as atividades extracurriculares para a população mais jovem. Estas atividades dizem respeito à sensibilidade para a sustentabilidade ambiental, educação financeira e educação musical (maioritariamente relevante dada a ligação cultural do Concelho com Folclores Regionais) que, como podemos verificar, são temas importantes que necessitam de ser disseminados.

As forças vivas relevantes fazem ainda referência para as carências que se verificam ao nível de equipamentos de ensino, nomeadamente no que diz respeito a equipamentos informáticos e acesso a internet. O reforço dos investimentos na base tecnológica, são essenciais para Soure, pois são dinamizadores de um maior progresso e, consequentemente, minimizam as assimetrias entre territórios/ regiões.

O Município de Soure apresenta-se ainda com um potencial estratégico para investigação no Paul da Madriz, pois existe neste território um elevado nível de biodiversidade. Será apenas necessário proceder a parcerias com institutos politécnicos e universidades para explorar o local, e como consequência desta investigação, poderá surgir uma estratégia para a atração de empresas de âmbito científico.

Soure, um Território Integrado com a Comunidade

As freguesias que compõem o Concelho de Soure são de pequena dimensão, logo, a proximidade entre os cidadãos e o Município deve ser valorizada, de forma a atender de forma mais eficiente e eficaz, às necessidades da população. Para tal, segundo as forças vivas relevantes, é necessário

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eliminar as barreiras físicas ao edifício dos Paços do Concelho, e melhorar a rede de transportes coletivos, pois esta não se revela eficiente em termos de acessos e horários disponíveis, colocando entraves à população relativamente à interação com o centro administrativo.

Foi também sugerido a criação de um “Plano Municipal Anual de Desporto” e uma “Carta Desportiva do Município” disseminando as diversas alternativas sobre estas atividades a todos os munícipes de forma a integrar cada vez mais jovens, e aumentando o seu potencial. Tal influenciará positivamente o desenvolvimento de desporto e o comércio, uma vez que estes se encontram interligados, desde a compra de equipamentos até à estadia de uma equipa que se desloque para disfrutar de uma partida desportiva.

Paralelamente, foi proposto a realização de um “Plano Diretor do Ambiente” que anuncie à população quais as diretrizes que se pretendem aplicar, e de que modo vai influenciar positivamente o seu quotidiano. De forma a integrar a população desempregada de longa duração foi proposta a sua integração em atividades sociais geradoras de riqueza. Assim como a modernização dos serviços administrativos de forma a aproximar a população mais jovem às atividades do Município, com ferramentas simples e pouco burocráticas facilitando a comunicação dos intervenientes e minimizando tempos de espera, agilizando portanto os processos.

Revelou-se, igualmente, necessário inventariar todo o Património Municipal de modo a verificar o estado de conservação e o seu potencial interesse arquitetónico, para que, as intervenções futuras sejam realizadas de modo mais eficaz e eficiente, e seguindo um plano estratégico, de forma a potenciar: o turismo, o comércio, a indústria e a tecnologia.

Uma vez que o associativismo tem um peso relevante nas atividades do Município é importante também debater a possibilidade de isentar associações do pagamento de IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis), que seria bastante benéfico para as mesmas, na medida em que poderiam canalizar esse valor para a aquisição de novos equipamentos, ou melhorias nas infraestruturas.

Soure, Atração de Empresas e Investimento Sustentável

Soure é um Concelho, em que a sua principal atividade económica diz respeito à agricultura, verificando-se ainda fragilidades para a atração de empresas/ investimento, apesar do seu

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posicionamento estratégico e fruição de privilegiadas acessibilidades. Nas zonas industriais construídas para o efeito, existem mais empresas com enfoque no comércio.

As sessões de diagnóstico revelaram ainda que, a nível concelhio, existem três parques industriais, em Queitide e Soure Destaca-se ainda que existe uma utilização destes espaços de forma responsável, ecológica e com eficiência energética. As sessões de diagnóstico relativamente a este setor, e às zonas industriais em particular, evidenciaram a diminuta dimensão destas como fator inibidor para a consolidação destes espaços industriais.

Para superar as adversidades, fica registado que se deve proceder a uma maior divulgação e promoção de uma zona industrial intermunicipal, que passe por explorar as várias sinergias com os territórios limítrofes. Do mesmo modo, é necessário proceder à criação de um “Fórum Anual de Desenvolvimento” para as entidades locais e regionais. As forças vivas do Município fazem ainda referência à necessidade de proceder a incentivos para a fixação de empresas em Vinha da Rainha.

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6. Todos Por Soure

Dado por finalizado o processo de audição das forças vivas relevantes do Município de Soure, importa agora verificar e analisar a definição estratégica levada a cabo pelo Executivo da Câmara Municipal de Soure.

O turismo contribui, como nenhuma outra atividade, para a correção de assimetrias e para a criação de emprego sendo já um dos principais motores do desenvolvimento regional em Portugal. Assim, no âmbito do desenvolvimento económico, e de modo a alavancar os recursos endógenos de Soure, o executivo pretende reestruturar e requalificar parte dos edifícios e estruturas do Concelho. No conjunto dessas atividades para além de auxiliar a promoção dos pontos turísticos e de lazer de interesse, o Município pretende:

 Reabilitação da casa do moinho, para que este possa integrar uma das ofertas turísticas do Concelho, conforme foi enunciado por algumas das forças vivas relevante;  Levantamento de necessidades de intervenção em edifícios, de modo a que possam fazer parte de pontos de interesse turístico;  Alterar o perímetro da ARU (Área de Reabilitação Urbana) de forma a integrar de modo sistemático as partes relevantes do Município, inclusive do centro da Vila de Soure;  Intervir nos Paços do Concelho no âmbito da reabilitação urbana;  Integrar as TIC como parte pertinente na divulgação das atividades (feiras, certames, eventos desportivos, etc.) do Concelho;

Mais, para que seja viável o aumento do turismo no Concelho pretende-se melhorar os acessos da ligação à A17, da ligação ao nó da A1 e as acessibilidades da N342, que ligam o Concelho ao país, e consequentemente permite também aumentar a competitividade do tecido empresarial e respetiva taxa de emprego, bem como, o poder de compra per capita, fazendo de Soure, um Município cada vez mais sustentável e competitivo.

Ainda no desenvolvimento económico da região, e sendo que o Concelho de Soure é fortemente influenciado pelo efeito polarizador de Coimbra, importa tirar partido das vantagens competitivas e valorizar o Concelho, nomeadamente com a promoção do empreendedorismo e captação de recursos humanos altamente qualificados, através de parcerias de cooperação com as universidades. Assumindo que a sustentabilidade e inovação, é cada vez mais uma tendência global

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e transversal aos diversos setores da economia, é necessário que seja dinamizado o apoio logístico, financeiro e técnico ao empreendedorismo e associativismo do Concelho.

No plano de mobilidade e acessibilidade, as pessoas que todos os dias se deparam com grandes dificuldades ou se veem impossibilitadas de frequentar locais públicos, devido quer ao conjunto de obstáculos existentes na via pública ou nos transportes, quer à falta de condições de acesso e de circulação, tanto nas ruas como nos edifícios de utilização coletiva, pretende-se:

 Melhorar as acessibilidades aos edifícios públicos no âmbito da reabilitação urbana;  Melhorar a rede de transportes, relativamente aos horários e pontos de recolha, no âmbito das melhorias das acessibilidades urbanas, em particular a espaços/edifícios públicos de interesse para a população;  Melhorar a comunicação entre o munícipe e o Município através das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), criando plataformas para os diversos serviços camarários, promovendo assim, o contacto com o público mais jovem relativamente aos projetos do Município.

O panorama energético português caracteriza-se por uma forte dependência externa na satisfação do aprovisionamento energético. A eficiência energética portuguesa implica a mudança do modelo energético atual procurando a diversificação das fontes através da constituição de um mix energético efetivo e equilibrado, cujas diversas componentes permitam a redução do impacto das oscilações nos custos provocadas por movimentos especulativos e/ou excesso de procura das fontes tradicionais exógenas (petróleo, gás natural). Também as questões ambientais assumem peculiar relevância no contexto dos acordos internacionais, como é o caso do Protocolo de Quioto, com a obrigatoriedade de redução das emissões de CO2.

Deste modo, a estratégia do Município face à eficiência energética e sustentabilidade ambiental, incide sobretudo em consolidar e otimizar a gestão de resíduos urbanos, combater o desperdício de água, incrementar medidas de eficiência energética e, talvez a medida mais importante, sensibilizar e informar a população para estas temáticas. Deste modo, no domínio da eficiência energética e sustentabilidade ambiental, as ações a mobilizar pelo Município de Soure são as seguintes:

 Elaboração de cadastro de águas e saneamento, de forma a delinear um plano de intervenção concertado com as necessidades do Concelho;

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 Alargamento da rede de saneamento existente, de modo a abranger cada vez mais população na rede;  Melhorar a eficiência energética de diversos edifícios tais como: a Câmara Municipal, a Biblioteca Municipal e as Piscinas Municipais.

7. Plano de Ação do Município de Soure

O Plano de Ação é um mecanismo de implementação da estratégia proposto para o Município de Soure ao longo do período temporal 2014-2020, que é suportada pelos elementos do diagnóstico efetuado, que assumiu como perspetivas centrais a leitura do posicionamento do Município face à Estratégia Europa 2020 e às grandes opções nacionais, mas igualmente da realidade local e, em particular, numa análise por domínios chave.

O diagnóstico realizado por sua vez centrou-se na identificação dinâmica e rigorosa das oportunidades (pontos fortes) e dos desafios (pontos fracos) do Município de Soure e dos seus

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stakeholders, e como tal, foi possível projetar uma Visão para o Município que “obriga” a estabelecer e concretizar as grandes opções do Município de Soure. Pretende-se assim alcançar níveis adequados de relevância, isto é, garantir que as escolhas estratégicas correspondem à realidade das “populações alvo” e aos contornos e tendências do respetivo contexto social, económico e institucional, e de pertinência, bem como garantir que os objetivos propostos possam responder com eficácia às necessidades, incorporar as lições da experiência e integrar-se nos esforços desenvolvidos à escala nacional e comunitária.

Apresenta-se de seguida uma matriz que salienta a coerência das propostas de desenvolvimento estratégico assumidas pelo Município de Soure com os 11 Objetivos Temáticos definidos na programação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), evidenciando a coerência que se verifica entre as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo do Município de Soure. Por sua vez, a estruturação da programação e implementação do Portugal 2020 fundamenta-se em 11 objetivos temáticos (OT) e assenta numa lógica de intervenção organizada em torno de quatro domínios temáticos - competitividade e internacionalização, inclusão social e emprego, capital humano, sustentabilidade e eficiência no uso de recursos -, bem como dois domínios transversais relativos à reforma da Administração Pública e à territorialização das intervenções, numa lógica matricial.

Tabela 17. Matriz de estruturação temática do PORTUGAL 2020

Domínios transversais

Abordagem territorial Reforma da Administração Pública

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Objetivos temáticos (OT) centrais:

OT 1. Reforço da Investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação

OT 2. Melhoria do acesso às TIC, bem como a sua utilização e a sua Competitividade e qualidade Internacionalização OT 3. Reforço da competitividade das PME

OT 4. Promoção de transportes sustentáveis e eliminação dos estrangulamentos nas principais infraestruturas das redes

OT 5. Reforço da capacidade institucional das autoridades públicas e das partes interessadas e da eficiência da administração pública

Objetivos temáticos (OT) centrais:

OT 8. Promoção da sustentabilidade e da qualidade do emprego e Inclusão Social e apoio à mobilidade dos trabalhadores Emprego OT 9. Promoção da inclusão social e combate à pobreza e à descriminação

Domínios temáticos Domínios Objetivo temático (OT) central:

OT 10. Investimento na educação, na formação e na formação Capital Humano profissional para a aquisição de competências e a aprendizagem ao longo da vida

Objetivos temáticos (OT) centrais:

OT 4. Apoio à transição para uma economia de baixo teor de carbono Sustentabilidade e em todos os setores Eficiência no Uso de OT 5. Promoção da adaptação às alterações climáticas e prevenção e Recursos gestão de riscos

OT 6. Preservação e proteção do ambiente e promoção da utilização eficiente dos recursos Fonte: Acordo de Parceria 2014-2020

Os eixos estratégicos constituem, nesta fase, o fio condutor da estratégia de implementação que deverá permitir materializar o desafio subjacente à Visão para o Município de Soure. Neste contexto, as dimensões de valorização estratégica deste território são estruturadas em quatro

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domínios de natureza mais temática e, os restantes de natureza transversal, de suporte a todos os eixos temáticos.

Os domínios temáticos são os seguintes:

Figura 21. Programas operacionais do PORTUGAL 2020

Competividade e Internacionalização (PO CI)

Inclusão Social e Emprego (PO ISE)

Capital Humano (PO CH)

Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recuros (PO SEUR)

Reforma da Administração Pública

Territorialização das políticas

Fonte: Acordo de Parceria 2014-2020

Estratégia de desenvolvimento de Soure

Considerando o quadro das dinâmicas concelhias e intermunicipais, o objetivo central será o de desenvolver e executar uma estratégia de desenvolvimento/ crescimento sustentável, inteligente e inclusivo para o Concelho de Soure que potencie a qualidade e a eficácia dos serviços municipais, bem como sustente o fortalecimento e afirmação da base económica local num equilíbrio perfeito com o meio, a cultura e as identidades locais.

Este objetivo central incide na preocupação de orientar o processo de desenvolvimento municipal considerando três vertentes que estarão sempre articuladas e integradas e que se manifestarão sempre respeitadores umas das outras:

 O Território que, por um lado, se deseja atrativo para novas gentes e para novos investimentos capazes de gerar emprego qualificado e de produzir efeitos multiplicadores

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na base económica local e , por outro , exige uma atitude de preservação, proteção ou talvez mesmo de compreensão pelos seus valores naturais e ambientais;

 As atividades que em respeito pelas características naturais do território, pelo quadro de recurso e de potencialidades e pelas formas culturais e identitárias da população, podem e devem ser instaladas e desenvolvidas numa perspetiva clara de afirmação de atividades inovadoras, diferenciadas e afirmativas das potencialidades locais;

 A população, cujos valores histórico, culturais e de identidade devem acima de tudo ser preservados e afirmados numa perspetiva de proporcionar, a todos, níveis de qualidade de vida agradáveis e modelos urbanos nos quais a sua população se reveja.

As componentes mais fortes do sistema Dinâmicas/ Território, que possam servir de âncora na definição de um modelo estratégico de desenvolvimento, são, para o Concelho de Soure, sistematizadas em 4 áreas.

São nestas áreas que as dinâmicas supra municipais decorrentes da integração de Soure num quadro de associativismo intermunicipal se farão sentir de uma forma mais evidente.

7.1.1. Desenvolvimento da Base Económica Agrícola/ Industrial

Soure é um Concelho de matriz e de base rural. A sua localização geográfica e a relação com as bacias de aluvião dos rios Anços, Arunca e Pranto, associado à riqueza dos seus solos, sempre propiciaram a prática agrícola ou agropecuária.

O tipo de povoamento e as características de ocupação dita urbana, no território também revelam uma vocação para a prática de uma agricultura familiar que teve e tem ainda, duas componentes a considerar:

a) Constitui uma forma de rendimento familiar complementar, fator importante do ponto de vista social; b) Constitui, cada vez mais, um modelo de ocupação do espaço que associa ao local de habitação uma parcela onde se realiza uma agricultura de vocação para o lazer e a ocupação dos tempos livres.

Finalmente uma breve referência às questões mais recentes do emprego e da industrialização do Concelho revelam também, em Soure, alguma mudança no panorama das dinâmicas e da fixação empresarial.

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Com uma reduzida tradição industrial quando comparada com a Região onde se insere e sem uma vocação industrial por força das suas características biofísicas e condições de acessibilidade, Soure tem estruturado a sua base económica no setor terciário.

Mas a execução recente da ligação ao nó da A1, onde se encontram identificadas áreas para instalações de futuras áreas de atividade económica, pode e deve ser reveladora de um traço de empreendedorismo empresarial que não é negligenciável. Esta localização pode, pela sua dimensão, não ser concorrente em termos regionais ou nacionais, mas em termos de localização será certamente reveladora de uma forte capacidade de atração e de fixação de novos investimentos no Município de Soure. A perspetiva de execução do projeto da Plataforma Multimodal - Alfarelos/ Granja do Ulmeiro e de ligação do Município de Soure ao Oeste através da EN 342, com ligação ao nó viário do IC1 (A17), serão certamente outros investimentos estratégicos para o Município, que irão contribuir fortemente para potenciar a capacidade de atração e de fixação de novos investimentos no Município de Soure.

7.1.2. Ambiente Urbano e Espaço Público

As características biofísicas marcam profundamente o Território. Território também de uma apropriação intensa, face à densidade dos caminhos criados de acesso à produção agrícola onde as ligações viárias foram fortemente impulsionadoras da expansão dos aglomerados, de génese nuclear mas que se transforma num povoamento linear quase contínuo ao longo dos arruamentos.

A prática agrícola originou um povoamento que se foi estruturando em “quarteirões agrícolas” e onde a ocupação das parcelas revela uma forte complementaridade entre a função habitacional e a prática de uma agricultura de base familiar.

Como principal centro urbano destaca-se Soure, como centro administrativo e onde se localizam as principais funções urbanas. O espaço urbano construído evidencia, pois, algumas características de desqualificação, como sejam algumas diferenças morfológicas, contrastes cénicos e disfuncionalidades associadas a modelos de crescimento à face de vias de distribuição. Neste contexto, um Concelho que quer apostar no Turismo e num ambiente de uma certa ruralidade para ser atrativo e competitivo à sua escala, tem necessariamente de apresentar e oferecer espaços urbanos e espaços públicos qualificados que garantam uma vida com qualidade.

Ao esforço de investimento em infraestruturação deve ser, agora, acrescentado o esforço na qualificação dos centros urbanos em especial do centro de Soure, por forma a dar uma imagem

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muito mais qualificada, bem como uma aposta na criação de espaços vocacionados para o recreio e o lazer deverá ser outras das prioridades.

7.1.3. Património Cultural e Natural

Com espaços naturais de valor assinalável, o Concelho de Soure é fortemente marcado pela presença da Serra de Sicó e das bacias de aluvião dos rios Anços, Arunca e Pranto. Se a estes elementos de excelência na paisagem juntarmos o património cultural e edificado que o Município de Soure oferece, podemos e devemos imaginar a importância do património cultural, ambiental e natural que Soure evidencia.

Considera-se, assim, ao que de forma simplista chamamos desenvolvimento cultural/natural/ambiental e que deve acima de tudo contemplar:

 Definição e preservação de espaços fundamentais ao equilíbrio e que, por isso, deverão ser alvo de regras mais “equilibradas” de uso e apropriação;  Definição de modelos de ocupação do espaço agrícola que favoreçam a continuidade de um modelo organizacional que se baseia na pluriatividade e nas práticas agrícolas de base familiar, segundo um código de boas práticas agrícolas e ambientais.

7.1.4. Turismo e Território de Lazer

A aposta nesta vertente de desenvolvimento só é possível se articulada com as duas vertentes anteriores, isto é, as vantagens comparativas que o Município de Soure pode oferecer nesta vertente estão irrefutavelmente associadas à sua capacidade de criar e gerir um território coeso e equilibrado do ponto de vista sócio urbanístico (exacerbar desequilíbrios e estratificações sociais gera conflitos e insegurança, pontos de partida para o insucesso do turismo) e de preservar o património edificado, cultural e natural como imagem de marca e de excelência.

O Concelho integra a rede dos Castelos e Muralhas do Mondego. No âmbito da rede as intervenções projetadas para o Castelo de Soure implicam: o desenvolvimento de trabalhos de arqueologia, a entrada em funcionamento do Centro de Interpretação do Castelo de Soure e obras de adaptação do Museu Municipal.

Destaca-se ainda a aposta no termalismo, a Oeste do Concelho, no extremo próximo da Figueira da Foz, constituída por três estâncias termais, suas delas em funcionamento. Uma delas, vocacionada

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para quem procura um contacto mais próximo com a natura. A segunda é um empreendimento que comporta um grande hotel, um hotel de charme e um balneário termal , no Bicanho.

Prioridades de Intervenção do Plano de Ação Estratégico

Consubstanciados os domínios temáticos definidos para a estratégia de intervenção dos fundos europeus estruturais e de investimento, para o período de programação 2014-2020, urge articular estes domínios com a formulação da orientação estratégica definida pelo Município de Soure.

A identificação dos recursos endógenos de Soure constituem o mecanismo de correspondência entre a visão ambicionada para este território e a sua operacionalização em caminhos que traduzem a hierarquização de prioridades. Este mecanismo traduz-se na definição de Vetores Estratégicos de Intervenção, enquanto mecanismos facilitadores da implementação das ações estratégicas municipais:

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 87

Figura 22. Estratégia do Município de Soure para o período de programação estrutural 2014-2020

Fonte: Elaboração própria

Tabela 18. Objetivos Estratégicos na base da definição do Modelo Estratégico de Desenvolvimento

OE1 1 | ASSEGURAR INFRAESTRUTURAS BÁSICAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE

VIDA DOS MUNICÍPES

Apostar na reabilitação da Rede Escolar

Intervir na beneficiação da Rede Viária concelhia

Remodelação da Rede de Abastecimento de Águas

Aumentar a cobertura da Rede de Saneamento Básico

Desenvolver um sistema integrado de transportes públicos e privados e de estacionamentos, privilegiando a mobilidade sustentável e a melhoria das acessibilidades

Sensibilizar a Administração Central para o desenvolvimento de ações concretas de melhoria das acessibilidades regionais no Concelho, designadamente a criação de um nó da A17 na zona oeste do Concelho

OE 2 | ASSEGURAR BONS NÍVEIS DE INVESTIMENTO PÚBLICO

Maximizar as candidaturas a Fundos Comunitários, isoladamente ou em estratégias de intervenção integradas territorialmente

Definir estratégia orçamental em função das necessidades prioritárias

OE 3 | PROMOVER O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL

Captar investimento empresarial, como fator gerador de emprego

Implementação da Revisão do Plano Diretor Municipal

Manter a aposta primária na Educação e Qualificação das pessoas

Desenvolver e assegurar políticas de Ação Social para os mais vulneráveis

Contribuir para a existência de uma Rede de Cuidados de Saúde que satisfaça as necessidades dos Munícipes

Assumir uma Política Fiscal Autárquica socialmente eficaz

Desenvolver políticas direcionadas à Juventude

Potenciar atividades de apoio à produção e comercialização de produtos endógenos

OE 4 | APOSTAR NO TURISMO E ANIMAÇÃO CULTURAL

Captar mais investimentos para a corda termal do Concelho

1 Objetivo Estratégico

Promover os espetáculos e espaços culturais como fatores de atração

Garantir a todos, o acesso à cultura e à prática desportiva

Apoiar a criação e desenvolvimento de novos produtos turísticos

OE 5 | MELHORAR A QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS AOS MUNÍCIPES

Implementar um Sistema de Gestão de Gestão da Qualidade nos serviços municipais

Melhorar e disponibilizar novas formas de atendimento

Otimizar os recursos existentes

OT 6 | GARANTIR A PROTEÇÃO E SEGURANÇA DAS PESSOAS E PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Investir na Proteção Civil, nomeadamente na continuidade da articulação de respostas com os BVS e demais autoridades

Promover a implementação de um novo Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios e respetiva Carta de Riscos

OT 7 | REFORÇAR A REDE DE PARCERIAS

Estabelecer parcerias com os principais agentes do Concelho, tais como Juntas de Freguesias, IPSS, Associações e Empresas

Estabelecer parcerias com outras entidades que potenciem o investimento e o desenvolvimento do Concelho

Criar condições de atração de iniciativas empresariais de investimento, premiando o empreendedorismo local

Fonte: Município de Soure

Na medida em que o Município de Soure beneficia de recursos endógenos diferenciadores e de elevado valor acrescentado, a valorização e preservação do património e recursos naturais, constitui pedra basilar para o desenvolvimento deste Município. Não obstante beneficiar da apetência de uma localização face aos eixos viários e ferroviários de circulação que constitui um domínio essencial para o fomento da competitividade e coesão económica e social do Município, beneficia ainda da inserção num território onde o património natural e paisagístico, contribui para o seu reconhecimento e projeção.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 90

Os territórios urbanos acompanham os novos paradigmas de desenvolvimento e mudança no contexto de desígnios que pretendem promover territórios mais coesos, competitivos, atrativos e com valor económico e cultural. Iniciou-se a implementação de políticas de desenvolvimento com viabilidade técnica, financeira e económica, designadas de Política das Cidades, privilegiando atores públicos e privados.

Portanto, o Município de Soure tem que saber tirar vantagens competitivas dos instrumentos consagrados na Política das Cidades, e que surge com o objetivo de atenuar os impactos provocados pelas atividades humanas, reorganizar o espaço de forma sustentável, inclusiva, coesa e coerente e valorizar e fortalecer o ambiente urbano.

Os apoios consagrados têm como objetivo específico a melhoria do ambiente urbano através da sua revitalização, por via da reabilitação física do edificado específico, da qualificação ambiental e urbanística das áreas industriais abandonadas, assim como a redução da poluição do ar e do ruído.

A regeneração e revitalização urbana, incide particularmente no que se refere aos centros urbanos antigos dos aglomerados, promovendo não só a reabilitação do edificado, mas também a adequação da malha e dos espaços de circulação, a implementação de equipamento urbano, a qualificação dos espaços verdes e de estadia, a adequação da oferta de equipamentos coletivos e serviços, a valorização do património cultural e construído e a dinamização do comércio local.

A reabilitação urbana , contudo, requer a mobilização de meios financeiros avultados, que garantam um ritmo de intervenção acentuado com a qualidade exigível, envolvendo projetos públicos e privados e permitindo a captação de investimentos sustentáveis. Quantos aos instrumentos à disposição dos munícipes para este efeito, destacam-se os incentivos fiscais e isenção/redução das taxas urbanísticos, apoios decorrentes das estratégias das ARU e, apoios decorrentes de instrumentos com apoio da União Europeia, nomeadamente o IFRRU 2020 (Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas).

Revela-se ainda elementar conseguir alavancar o investimento privado a partir do investimento dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), este que é um dos principais constrangimentos à reabilitação urbana. Na mesma linha estruturante, de modo a reforçar uma política sustentável de reabilitação, torna-se necessário definir um contexto regulamentar, económico e fiscal propício à reabilitação; facultar aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações um conjunto mais alargado de incentivos disponíveis,

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e ainda incentivar a atividade económica nos sectores ligados à reabilitação urbana, contribuindo para a criação/manutenção de emprego.

Neste domínio estratégico, a regeneração dos espaços urbanos, são um aspeto central da estratégia do Município de Soure para o horizonte 2020, enquanto espaços dotados de potencial competitivo, ligado, sobretudo, com os valores patrimoniais, culturais e arquitetónicos. O plano de ação para esta temática contempla um lato conjunto de operações de requalificação do espaço público, dos equipamentos, do sistema viário/mobilidade e alguns focos de tecido empresarial.

Esta plano integrado de regeneração do tecido urbano é, ainda decisivo para o fortalecimento dos seguintes nós estruturantes de um sistema urbano:

 Competitividade económica;  Atratividade dos centros urbanos, assegurando a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;  Impulso proporcionado à qualidade de vida e ao bem-estar dos seus habitantes;  Promoção de cidades mais “inteligentes”;  Garantir a proteção e promover a valorização do património cultural e afirmar os valores patrimoniais, materiais e simbólicos como fatores de identidade, diferenciação e competitividade urbana;  Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos e requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos públicos de utilização coletiva;  Promover a melhoria geral da mobilidade e das acessibilidades para cidadãos com mobilidade condicionada;  Fomentar a adoção de critérios de eficiência energética em edifícios públicos e privados e utilizar tecnologias “verdes” e soluções sustentáveis (ex.: promover soluções baseadas em architecture cost management);  Eliminação de barreiras arquitetónicas;

Com base nos estudos desenvolvidos pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), podemos sistematizar a estratégia de regeneração urbana pelo seguinte esquema:

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Figura 23. Estratégia de regeneração urbana

Fonte: Confederação Empresarial de Portugal, Projeto Fazer acontecer a regeneração urbana

Estes processos devem ser seguidos pela regeneração urbana, por estratégias de intervenção que contribuam para o aumento da qualidade de vida da população, que vão de encontro às temáticas do desenvolvimento sustentável.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 93

Figura 24. Estratégia integrada do Município de Soure

MAIS PESSOAS MAIS EMPREGO

SOURE 2020

Fonte: Elaboração própria

Dado o exposto, no domínio da Política das Cidades, as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo Municipal de Soure, são as seguintes:

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Figura 25. Ações do Município de Soure - Política das Cidades

VETOR 1 - POLÍTICA DAS CIDADES •Elaboração de planos de mobilidade municipais ou intermunicipais •Requalificação da rede rodoviária e do tipo "last mile" •Ampliação da Plataforma Rodoferroviária de Alfarelos / Granja do Ulmeiro •Apoio à capacitação, consolidação e expansão das infraestruturas de incubação e acolhimento empresarial •Apoio a iniciativas de cooperação interempresarial •Apoio a projetos de empreendedorismo qualificado e criativo •Reconversão da EB 1,2 de Soure para Centro Escolar •"Soure Centro" - Regeneração Urbana para a Competitividade

AÇÃO 1.1 | ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MOBILIDADES MUNICIPAIS OU INTERMUNICIPAIS

OT 4. Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

PI 4.5. Promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 95

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

A UE aposta desde há algum tempo no desenvolvimento de políticas de mobilidade sustentáveis 2 , que têm como principais objetivos a independência, eficácia e eficiência energéticas, a redução dos impactes sobre a saúde e o ambiente e a redução das emissões de

CO2. Por conseguinte, a mobilidade urbana deve permitir assegurar o desenvolvimento económico no Município de Soure, a qualidade de vida dos seus habitante e a defesa do respetivo ambiente.

O plano de mobilidade municipal do Município de Soure tem como objetivo principal melhorar a acessibilidade de uma zona urbana e proporcionar mobilidade e transportes de alta qualidade e sustentáveis no interior da zona urbana e através dela.

As ações previstas preveem ainda melhorar o ambiente urbano no que diz respeito a barreiras urbanísticas / arquitetónicas. Consideram-se nesta temática, barreiras urbanísticas e arquitetónicas, todas as que detêm um caráter permanente de implementação no território. Neste âmbito, incluem-se vários elementos de mobiliário urbano, sinalética e elementos construídos capazes de impedir a livre circulação dos peões, de forma segura e confortável.

METAS/IMPACTOS

 Promover a eficiente utilização de recursos de uma forma mais sustentável (crescimento sustentável);  Eliminação de barreiras arquitetónicas, criando no dia-a-dia da população maior mobilidade, maior segurança e consequentemente melhor qualidade de vida;  Valorização turística do Concelho;  Materialização da lógica de “cidades inteligentes”;  Promover a elaboração de planos de mobilidade intermunicipais que contribuam para reforçar a complementaridade entre centros urbanos vizinhos e que contemplem o transporte acessível para todos;  Promover o desenvolvimento de soluções inovadoras na organização de sistemas de transportes à escala local (municipal/intermunicipal) no Município de Soure, incluindo a acessibilidade a todos os grupos da população das áreas rurais de baixa densidade.

2 “Livro Verde – Para uma Nova Cultura de Mobilidade Urbana”

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 96

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Instituto da Mobilidade e dos Transportes - IMTT  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Confederação empresarial de Portugal (CIP)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 1.2 | REQUALIFICAÇÃO DA REDE RODOVIÁRIA E DO TIPO “LAST MILE”

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.5. Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

Esta intervenção está direcionada para iniciativas relacionadas com a gestão integrada da infraestrutura rodoviária, enquanto objetivo que visa materializar a aplicação de princípios de gestão territorial inovadora, em particular, intervenções que promovam a articulação territorial de competências municipais.

Verifica-se que apesar da cobertura nacional de redes rodoviárias de alta capacidade, ainda existem diversos constrangimentos ao nível regional e local, designadamente, em ligações do tipo "last mile", que impedem o acesso de indústrias e populações à rede principal em adequadas

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condições de circulação e segurança. Aqueles constrangimentos traduzem-se numa falta de conexões logísticas eficientes e com capacidade de carga, condicionando a competitividade e a internacionalização das empresas, que visem a concretização de conexões logísticas eficientes e com capacidade de carga e que permitam, em particular, o escoamento de produtos para exportação.

Esta intervenção tem como finalidade a construção/beneficiação de itinerários complementares, troços da rede viária nacional e regional, troços da rede municipal e de eixos supramunicipais e de variantes a centros urbanos que contribuam para organizar uma rede local de itinerários estruturantes.

Portanto, as intervenções a mobilizar que sustentam a promoção de uma maior mobilidade e capacidade logística são as seguintes:

a) Ligação variante das Zonas Industriais de Soure (1 e 2), ao novo nó de Soure (A1); b) Requalificação da EN 342 – Troço das Zonas Industriais (1 e 2), ao nó do Louriçal (A17) e IC 8.

METAS/IMPACTOS

 Promover a eficiente utilização de recursos de uma forma mais competitiva (crescimento inteligente);  Garantir o eficiente escoamento de produtos para exportações, assegurando a competitividade e internacionalização das empresas.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Infraestruturas de Portugal  Associação Empresarial de Soure

Fonte: Elaboração própria

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 98

AÇÃO 1.3 | AMPLIAÇÃO DA PLATAFORMA RODOFERROVIÁRIA DE ALFARELOS / GRANJA DO ULMEIRO

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.5. Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

A presente ação enquadra-se na promoção do desenvolvimento, da competitividade, da reabilitação, da segurança, da sustentabilidade económica, da interoperabilidade, intermodalidade e acessos dos sistemas e infraestruturas de transportes e logística com baixas emissões de carbono nos domínios:

i) Marítimo-portuário e fluvial; ii) Autoestradas do Mar; iii) Plataformas logísticas multimodais. A eficiência das cadeias logísticas e a diminuição dos custos de contexto, consubstanciam um desígnio com uma importância crucial para a afirmação competitiva do Município de Soure e da própria região, pelo efeito de alavanca gerado no aumento da capacidade de internacionalização das empresas dos setores transacionáveis e pelo contributo para a melhoria da balança comercial.

O Município de Soure assume este investimento como estratégico para o desenvolvimento da zona norte do Concelho e deve servir como uma “alavanca” para a criação na zona da Granja do Ulmeiro/Alfarelos desta plataforma rodoviária.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 99

METAS/IMPACTOS

 Promover a eficiente utilização de recursos de uma forma mais competitiva (crescimento inteligente);  Garantir o eficiente escoamento de produtos para exportações, assegurando a competitividade e internacionalização das empresas;  Consolidação da rede de infraestruturas de transporte e logística de suporte à afirmação externa do Município de Soure (e Região de Coimbra) incluindo soluções de transporte ferroviário de alta prestação adequadas, enquanto elemento central na exportação de bens transacionáveis;  Dinamização de fluxos internacionais de mercadorias;  Melhoria das condições de intermobilidade e acessibilidade logística a espaços relevantes, à escala regional, de localização de empresas.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Infraestruturas de Portugal

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 1.4 | APOIO À CAPACITAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO E EXPANSÃO DAS INFRAESTRUTURAS DE INCUBAÇÃO E ACOLHIMENTO EMPRESARIAL

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.5. Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 100

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI – CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

A atração de investimento e fixação de empresas depende em grande medida das condições que lhes são proporcionadas, pelo que a atratividade das zonas industriais empresariais e a capacidade de as promover junto dos agentes empresarias, se apresentam como fatores de relevância significativa.

A presente intervenção visa a requalificação da Zona de Atividade Económica de Queitide bem como proceder à criação do Parque de Negócios e Empreendedorismo da Venda Nova / Presa.

Complementarmente à criação desta infraestrutura, deverá ser promovida a cooperação desta com instituições de ensino superior e profissional da região, em particular com os respetivos gabinetes de apoio a empresas ou emprego, de forma a estabelecer pontes entre o tecido empresarial, e meio académico e os jovens.

A presente iniciativa permitirá potenciar o desenvolvimento das unidades empresariais do Município de Soure, fomentando:

i) O aumento das exportações do Concelho e região; ii) A inovação; iii) O (auto) emprego. A atração de investimento e a fixação de empresas no Município de Soure, ambicionadas pelo presente projeto, são essenciais ao desenvolvimento economicamente sustentável, não só pela consequente criação de postos de trabalho mas também pela respetiva atração e fixação de população.

METAS/IMPACTOS

 Apoiar empresas inovadoras e potenciar a competitividade das empresas do Município;  Promover a qualidade ambiental, urbanística e paisagística do território por via da requalificação do edificado;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 101

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Universidade de Coimbra (UC), Universidade de Aveiro (UA) e outras instituições de ensino superior consideradas relevantes  Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)  Confederação Empresarial de Portugal (CIP)  Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI)  Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)  Associação Empresarial de Soure

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 1.5 | APOIO A INICIATIVAS DE COOPERAÇÃO INTEREMPRESARIAL

OT 3. Reforçar a competitividade das PME, do setor agrícola e do setor das pescas e da aquicultura

PI 3.1. Promoção do espírito empresarial, nomeadamente facilitando a exploração económica de ideias novas e incentivando a criação de novas empresas, designadamente através de viveiros de empresas

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Janeiro/2016

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 102

Encerramento: Março/2016

DESCRIÇÃO

A medida a implementar no âmbito da promoção de iniciativas de cooperação interempresarial, prevê a criação do “Serviço Intermunicipal de Apoio ao Empresário”, este que permitirá providenciar um elementar apoio às iniciativas de cooperação interempresarial. Este serviço deve deter a capacidade técnica de dar apoio efetivo aos empresários do Concelho de Soure.

Este serviço de apoio ao empresário, entre outros apoios considerados relevantes, contempla:

a) Difusão dos instrumentos e dos vários programas especiais de apoio na área do comércio, indústria, agricultura e serviços; b) Estabelecimento de canais de ligação com os agentes económicos dos Concelho e suas associações representativas; c) Esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos administrativos, como sejam as exigências legais à atividade empresarial, licenças, alvarás, obrigações e benefícios fiscais, constituição de empresas, bem como o respetivo encaminhamento para a sua concretização.

METAS/IMPACTOS

 Intensificar a formação dos empresários para a reorganização e melhoria das capacidades de gestão assim como dos ativos das empresas apoiadas em temáticas associadas à inovação e à mudança;  Capacitação dos agentes locais em matéria de Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI);  Formação para a gestão e inovação empresarial.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)

Fonte: Elaboração própria

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 103

AÇÃO 1.6 | APOIO A PROJETOS DE EMPREENDEDORISMO QUALIFICADO E CRIATIVO

OT 3. Reforçar a competitividade das PME, do setor agrícola e do setor das pescas e da aquicultura

PI 3.1. Promoção do espírito empresarial, nomeadamente facilitando a exploração económica de ideias novas e incentivando a criação de novas empresas, designadamente através de viveiros de empresas

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Janeiro/2016

Encerramento: Março/2016

DESCRIÇÃO

O empreendedorismo é o meio privilegiado de introdução de inovações significativas na economia e de instigar processos de reestruturação dos mercados pelo que assume uma particular importância na geração de crescimento económico e emprego, ao potenciar o aproveitamento económico de oportunidades de negócio.

Como tal, a presente intervenção corporiza um programa integrado de estímulo ao empreendedorismo através da deteção, identificação e apoio a iniciativas inovadoras. Engloba a qualificação das infraestruturas de incubação e a capacitação dos diferentes agentes para a consolidação do ecossistema empreendedor, a dinamização da rede local de empreendedorismo, a facilitação do acesso à criação de novas empresas, o acompanhamento dos projetos empresariais e a promoção do empreendedorismo nas escolas.

METAS/IMPACTOS

 Deteção, estímulo e apoio à concretização de novas empresas e novos negócios;  Dinamizar ações de estímulo ao espírito empresarial e à criação de empresas;  Apoio à capacitação e dinamização das infraestruturas de incubação;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 104

 Apoio direto aos empreendedores/empresas em fase embrionária, contemplando a atração de talentos;  Apoio à criação de serviços de aconselhamento empresarial;  Criação de plataformas de serviços de apoio aos negócios criativos que ajudem a estabelecer redes de parceria;  Aumentar a criação de emprego sustentável, designadamente para desempregados;  Dinamizar o empreendedorismo, a criação de empresas e a criação de empregos por conta própria de forma sustentável.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 1.7 | RECONVERSÃO DA EB 1,2 DE SOURE PARA CENTRO ESCOLAR

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.5. Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

Encerramento: A definir

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 105

DESCRIÇÃO

Completando a rede de equipamentos escolares, preconiza-se a reconversão da EB 1,2 de Soure para um novo Centro Escolar. Esta intervenção, no âmbito do reordenamento da rede atribui uma clara prioridade, em termos de programação das intervenções, ao aproveitamento de instalações escolares ocupadas.

Esta intervenção visa garantir a igualdade de oportunidade de acesso a espaços educativos de dimensão e recursos adequados ao sucesso educativo. Importa assim, dar prioridade à reorganização da rede de escolas, identificando, num trabalho de proximidade entre o Município de Soure e o Ministério da Educação a recuperação de estabelecimentos de ensino.

METAS/IMPACTOS

 Reaproveitamento de infraestruturas de cariz público;  Promover a eficiente utilização de recursos de uma forma mais competitiva e sustentável;

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  CIM – Região de Coimbra  Direção Regional de Educação do Centro (DREC)  Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 1.8 | “SOURE CENTRO” – REGENERAÇÃO URBANA PARA A COMPETITIVIDADE

OT 4. Apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores

PI 4.5. A promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente, as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 106

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

Com a visível degradação do património construído e a consequente desertificação da zona central do Município de Soure, apresenta-se a Reabilitação Urbana como uma necessidade e solução dos problemas urbanísticos, sociais e económicos.

A presente intervenção, enquadrada na Política das Cidades prevê medidas no âmbito da reabilitação urbana sustentável para a qualificação do Espaço Público, incluindo nessa iniciativa estratégica da inclusão social, com a Regeneração Urbana de Soure, que é dotar o núcleo central da vila, a “zona histórica”, a zona que é transversal à vila que vai desde o Município ao Castelo e desde o Palácio da Justiça à ponte sobre os Rios. Na zona baixa, o Município possui alguns edifícios já de sua propriedade e que os pode requalificar, repovoar e dinamiza-los em termos empresariais.

Assim, poderá afirmar-se que a reabilitação deverá estar alicerçada no respeito pelo património e valorização arquitetónica, mas também na alteração de pressupostos como a adaptação do Município de Soure às oportunidades e estratégias atuais, com a conciliação de padrões atuais de viver, em que os edifícios e as suas valências serão o ponto-chave para essa atração, oportunidade e valorização.

Acresce ainda que, em Portugal, o sector residencial, contribuiu com 17,7% do consumo de energia final em termos nacionais, representando cerca de 30% do consumo de eletricidade, o que evidencia, desde logo, a necessidade de moderar especialmente o consumo elétrico. Em virtude do mencionado, sendo uma das fraquezas a nível nacional o baixo índice de eficiência energética do edificado, as operações de regeneração urbana deverão promover o aumento da eficiência na utilização de energia, com particular ênfase nas intervenções em habitação social, noutros edifícios residenciais, de serviços e públicos, na rede de iluminação pública e na mobilidade urbana sustentável (promoção de modos suaves), contribuindo para a diminuição do consumo e das emissões associadas à utilização da energia fóssil.

As fachadas são o elemento da envolvente que faz a interface das pessoas entre o ambiente exterior e o interior, contudo, existe uma característica intrínseca a este equipamento que tem

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 107

vindo a aumentar devido à atual conjuntura ambiental e económica (viabilidade), ou seja, o desempenho energético. Deste modo, a reabilitação das fachadas constitui um investimento essencial, na medida em que, o enfoque é sobre a redução do consumo energético do edificado, nomeadamente através do contributo térmico dos elementos das fachadas, para a redução das necessidades energéticas para a climatização.

METAS/IMPACTOS

 Reforçar estruturar a rede de equipamentos de promoção da segurança pedonal;  Organizar e regular as várias atividades no espaço público (circulação, estadia e Estacionamento);  Organização/ordenamento do espaço público;  Assegurar a qualidade ambiental;  Melhorar a acessibilidade pedonal à rede de transportes coletivos;  Requalificar o espaço público, aumentando a qualidade da circulação pedonal .

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Confederação Empresarial de Portugal (CIP)  Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU)

Fonte: Elaboração própria

Um Município que prima pela valorização e preservação dos recursos e valores ambientais deverá promover o desafio da eficiência energética como um princípio fundamental para o seu desenvolvimento, considerando a necessidade de racionalizar os consumos, reduzir as despesas com energia, usar de forma mais eficiente os recursos e diminuir as emissões de gases com efeito estufa, princípios fundamentais por forma a assegurar uma maior sustentabilidade e coesão territorial.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 108

Portanto, as intervenções no domínio da eficiência energética estão focalizadas no alcance das metas traçadas no quadro das metas europeias «20-20-20»3. Estas que Incorporam diferentes frentes de atuação, ou seja, do lado da procura pretende-se uma atuação ao nível da alteração dos padrões de consumo energético, quer pela diminuição do consumo de energia, quer pela promoção da eficiência energética e, pelo lado da oferta, pretende-se incentivar o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e a produção de energia com recurso a fontes de energia renováveis. Todos os apoios serão antecedidos de uma auditoria/análise energética que permitirá estruturar um projeto e efetuar a respetiva candidatura final.

Neste âmbito, importa ainda referir que do mesmo modo que o IFRRU 2020 pretende alavancar os projetos de reabilitação urbana, o Instrumento Financeiro para a Energia (IFE 2020) procura otimizar as condições de alavancagem dos recursos públicos através da mobilização de recursos privados e de instituições financeiras, bem como estimular a criação de subfundos retalhistas regionais ou de âmbito nacional, respondendo assim à necessidade de maximizar os apoios financeiros para ações na área da energia

No domínio da promoção da eficiência energética, as ações estratégicas definidas pelo Município de Soure para a valorização do território são as seguintes:

Figura 26. Ações do Município de Soure - Eficiência Energética

VETOR 2 - REDE DE FICIÊNCIA ENERGÉTICA

•Rede de Iluminação pública •Eficiência energética nos edíficios público

Fonte: Elaboração própria

3 Redução em 25% do consumo de energia primária, sendo a meta específica para a Administração Pública de 30% no mesmo período; atingir 31% do consumo final bruto de energia associado a fontes de energias renováveis (FER), com uma meta específica para o setor dos transportes (10% da energia utilizada) e limitar o aumento das emissões nacionais nos setores não abrangidos pelo CELE a +1% em 2020.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 109

No âmbito do vetor da eficiência dos recursos energéticos é essencial proceder a um conjunto de investimentos estratégicos, ligados aos princípios da agenda europeia para a eficiência energética e para o desenvolvimento sustentável. O objetivo deste vetor passa pela promoção da alteração dos padrões de consumo no Município de Soure, nomeadamente no que concerne com os serviços e espaços públicos.

Neste contexto, configura-se um conjunto de desafios, de âmbito alargado, no sentido da:

1. Reabilitação de edifícios públicos e racionalização do seu desempenho energético, nomeadamente considerando a necessidade de refuncionalização e adaptação para serviços de outros domínios;

2. Integração de soluções energéticas sustentáveis ao nível do espaço público, diminuindo substancialmente a fatura energética dos Municípios com energia, através de tecnologias recentes ligadas com tecnologia LED e monitorização da iluminação pública, melhorando a imagem dos centros urbanos e a eficiência do espaço público;

3. Desenvolvimento e implementação de Planos de Racionalização de Consumos de Energia.

Destaca-se ainda que, de acordo com um estudo promovido pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Portugal, em 2008, esteve entre os países da União Europeia cujo peso das energias renováveis no total da eletricidade consumida foi mais elevado, correspondendo no caso português, esta proporção, a 38% do consumo nacional de energia elétrica.

AÇÃO 2.1 | REDE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

OT 4. Apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores

PI 4.3. Concessão de apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos e no setor da habitação

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: A definir

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 110

Encerramento: A definir

DESCRIÇÃO

A eficiência energética afirma-se como uma necessidade decisiva para o desenvolvimento comunitário e para o equilíbrio ambiental do território. Um dos impactos mais significativos da utilização de energia, com base em fontes não renováveis, fósseis ou convencionais, é o aumento do efeito de estufa e o consequente aquecimento à escala global, contribuindo para as alterações climáticas. Neste contexto, o estilo de vida atual pode estar comprometido pelo que é decisivo encontrar novas e mais eficientes alternativas à utilização de energia. Como exemplo, pode-se assinalar o caso dos edifícios em Portugal que representam cerca de 30% dos consumos energéticos, 60% do consumo elétrico e correspondem ao segundo setor que mais contribui para

as emissões de CO2 para a atmosfera.

Neste contexto, existe um número considerável de ações ligadas com a eficiência energética que podem ser implementados, numa lógica de rede territorial integrada no Município de Soure, com realce para os equipamentos coletivos, infraestruturas e espaço público urbano, a saber:

I. No que corresponde aos edifícios coletivos/ públicos (existem soluções adaptadas para a construção, sobretudo, na envolvente dos edifícios - paredes, coberturas, vãos envidraçados e pavimentos, bem como painéis solares e fotovoltaicos, contribuindo para a definição de níveis de qualidade dos parâmetros de desempenho térmico); II. Em termos da iluminação pública, promover a implementação de equipamentos mais eficientes e modernos (em particular, com base em reguladores do fluxo luminoso, substituição de luminárias e balastros ineficientes ou obsoletos, substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio por fontes de luz mais eficientes e instalação de tecnologias de controlo); Com a implementação deste conjunto de medidas será possível promover a redução dos custos energéticos nos serviços e organismos da administração pública, contribuindo para a concretização plena dos objetivos estabelecidos no Programa Nacional para as Alterações climáticas (PNAC), no Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética para o período 2013 - 2016 (PNAEE 2016), o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis para o período 2013 -2020 (PNAER 2020) e, o Eixo 3 do PO SEUR – Apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores.

METAS/IMPACTOS

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 111

 Promoção da eficiência energética e da utilização de energias renováveis, ao nível das infraestruturas públicas, e da adoção de estratégias de baixo teor de carbono;  Promover a implementação de soluções integradas e inovadoras ligadas com a eficiência energética;  Conservar, valorizar e gerir racionalmente os recursos naturais, fomentar a utilização de energias renováveis e o aumento da eficiência energética, apoiando Soure na transição para uma economia mais eficiente e sustentável.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Entidades públicas e privadas de I&D&I  Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Regional  Entidades de proteção, salvaguarda e valorização do património  Tecido empresarial  Instituições de Ensino Superior e Profissional  Redes institucionais nas diversas áreas temáticas  Agência para a energia (ADENE)

Fonte: Elaboração própria

No domínio associado à proteção do ambiente e eficiência dos recursos, a superação dos constrangimentos no setor da água consubstancia-se num conjunto de intervenções a apoiar pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) no período 2014-2020, com destaque particular da vertente do saneamento de águas residuais, visando o cumprimento do normativo Diretiva Águas Residuais Urbanas (DARU), concorrendo para a melhoria da qualidade das massas de água e a proteção do ambiente, previstas na Diretiva Quadro da Água (DQA).

No setor dos resíduos, também em resultado do esforço realizado nos últimos anos, o território português encontra-se dotado de redes e infraestruturas de gestão de resíduos. Assim, nesta área a prioridade dos apoios deve dirigir-se para a valorização dos resíduos como recurso; a consolidação da hierarquia de gestão de resíduos, privilegiando a atuação a montante na prevenção da sua produção; o aumento significativo da reciclagem e o desvio de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) de aterro (de modo a cumprir as exigentes comunitárias fixadas para 2020); a eliminação

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 112

progressiva da deposição direta em aterro; e o contributo do setor dos resíduos para outras estratégias e prioridades nacionais, incluindo a redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e a promoção da economia circular.

Em termos de estratégia para o sector de RU, a mesma foi alvo de uma recente revisão, tendo sido revisto o PERSU II, dando origem ao PERSU 2020. Com esta nova estratégia, pretende-se assegurar as obrigações em termos de cumprimento de metas comunitárias aplicáveis, as quais foram alteradas no decorrer da estratégia anterior (PERSU II) com a entrada em vigor da Diretiva Quadro dos Resíduos (DQR) de 2008.

A concretização das prioridades estratégicas delineadas para o Município de Soure, neste vetor estratégico, serão alcançadas através da mobilização das seguintes intervenções que incidem sobre:

Figura 27. Ações do Município de Soure - Água e Resíduos

VETOR 3 - ÁGUAS E RESÍDUOS

•Remodelação e ampliação da rede de água e saneamento •Promoção da reciclagem multimaterial e valorização orgânica de resíduos urbanos

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 3.1 | CADASTRO DAS INFRAESTRUTURAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (AA) E SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS (SAR)

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.2. Investimentos no setor da água para satisfazer os requisitos do acervo ambiental da União e atender às necessidades de investimento identificadas pelos Estados- Membros que vão além desses requisitos.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 113

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Julho/2015

Encerramento: Outubro/2015

DESCRIÇÃO

O abastecimento de água (AA) e o saneamento de águas residuais (SAR) urbanas constituem um serviço público de carácter estrutural, essencial para o funcionamento do tecido social e económico, bem como para a proteção e melhoria da saúde pública e do ambiente.

Portanto, a presente intervenção é enquadrável no eixo prioritário 3 do PO SEUR e, tem como objetivo a proteção do ambiente e a melhoria dos níveis de eficiência operacional das entidades gestoras, garantindo a qualidade do serviço prestado às populações e a sustentabilidade dos sistemas, no âmbito do ciclo urbano da água. Pretende-se assim reforçar a sustentabilidade dos sistemas, considerando-se fundamental a intervenção nas infraestruturas existentes, sobretudo as mais antigas e com menor desempenho, bem como continuar a garantir a melhor eficácia ambiental através do desempenho e das suas práticas.

A elaboração do cadastro é assim, inquestionável na medida em que o Município de Soure tem carência de informação georreferenciada da rede de abastecimento de água (AA) e saneamento de águas residuais (SAR). A intervenção a mobilizar estima-se que tenha uma extensão da conduta (distribuição e adução) de cerca de 420,4 Km e, existem inúmeros ramais domiciliários, cuja extensão se desconhece.

METAS/IMPACTOS

 Elaboração do cadastro das infraestruturas existentes do sistema de abastecimento de água (AA) e saneamento de águas residuais (SAR) em baixa, com vista à obtenção de informação que permita uma gestão eficiente do ciclo urbano de água;  Melhorar os níveis de eficiência operacional das entidades gestoras das redes de abastecimento da água (AA) e saneamento de águas residuais (SAR), nomeadamente através

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 114

de uma gestão eficiente dos ativos, bem como responder à evolução das exigências técnicas e às melhores técnicas ambientais disponíveis;  Garantir um “Índice de Conhecimento Infraestrutural e Gestão Patrimonial” disponibilizado pela ERSAR, nos sistemas de AA e/ou SAR de pelo menos 40 pontos;  Assegurar um incremento da recuperação de gastos do Município que, garantam a sua sustentabilidade económica e financeira, bem como a sustentabilidade social destes serviços;  Implementar abordagens inovadoras que promovam a sustentabilidade do setor nomeadamente através da implementação de um Sistema de Informação Geográfica (SIG).

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Agência Portuguesa do Ambiente (APA)  Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR);  Águas de Portugal (AdP)  Associação Portuguesa dos Distribuidores de Água (APDA)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 3.2 | REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA REDE DE ÁGUA E SANEAMENTO

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.2. Investimentos no setor da água para satisfazer os requisitos do acervo ambiental da União e atender às necessidades de investimento identificadas pelos Estados- Membros que vão além desses requisitos.

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Setembro/2016

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 115

Encerramento: Janeiro/2017

DESCRIÇÃO

A presente intervenção prevê a remodelação e ampliação da rede de água e saneamento no Concelho de Soure. A natureza deste investimento acarreta uma natureza indispensável para assegurar um desenvolvimento sustentável, na medida em que a acessibilidade a serviços de abastecimento de água e saneamento é percebida como uma realidade adquirida para a generalidade dos cidadãos portugueses.

No entanto, o Município de Soure depara-se ainda com alguns casos onde os serviços descritos não são uma realidade na sua plenitude. Ademais, uma parte significativa das atuais infraestruturas das redes de abastecimento de água e saneamento do Concelho, apresentam necessidades de renovação, devido a alguns sintomas de degradação, e/ou revelam o uso de materiais ultrapassados (ex: fibrocimento).

Neste âmbito, tendo em conta os constrangimentos descritos, uma primeira vertente da presente medida respeita maioritariamente a intervenções físicas nas redes de abastecimento de água e saneamento, a dois níveis distintos: ampliação e remodelação.

Além das questões de ordem técnica, pretende-se com estas (e outras) iniciativas atingir um conjunto de resultados relevantes, como: i) a redução do volume de perdas (de água) da rede, ii) a minimização de avarias e outras ocorrências na rede, iii) a diminuição da percentagem de água no sistema que não é faturada, iv) a melhoria da qualidade das massas de água e proteção do ambiente e v) a melhoria da qualidade e sustentabilidade dos serviços prestados aos utentes.

Em suma, a medida descrita apresenta uma relevância significativa para o Município dado os serviços públicos de carácter estrutural em causa. A sua prossecução terá a capacidade de influenciar positiva e determinantemente várias dimensões – económicas, ambientais e sociais – da realidade deste território.

METAS/IMPACTOS

 Garantir a reabilitação dos ativos que compõem a rede, nomeadamente dos que apresentam um maior estado de degradação, na medida em que este panorama implica repercussões negativas no desempenho do setor;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 116

 Assegurar um incremento da população servida no Concelho pela rede de abastecimento de água e saneamento;  Atração de população residente para o Concelho por via da melhoria das infraestruturas municipais.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Agência Portuguesa do Ambiente (APA)  Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR)  Águas de Portugal (AdP)  Associação Portuguesa dos Distribuidores de Água (APDA)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 3.3 | PROMOÇÃO DA RECICLAGEM MULTIMATERIAL E VALORIZAÇÃO ORGÂNICA DE RESÍDUOS URBANOS

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.1. Investimentos no setor dos resíduos para satisfazer os requisitos do acervo ambiental da União e atender às necessidades de investimento identificadas pelos Estados-Membros que vão além desses requisitos

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Julho/2015

Encerramento: Dezembro/2015

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 117

DESCRIÇÃO

A presente operação no âmbito da valorização dos recursos deve conduzir à promoção da reciclagem multimaterial e valorização orgânica de resíduos urbanos. No presente projeto prevê- se:

I. Reforço das redes de recolha seletiva existentes, através de aquisição de centros ecológicos a distribuir pelos principais núcleos populacionais do Concelho e, aquisição de viatura de recolha seletiva. As operações em causa apresentam uma atuação nas seguintes freguesias: Alfarelos; União das Freguesias de Degracias e Pombalinho; Figueiró do Campo; União das Freguesias de Gesteira e Brunhós; Granja do Ulmeiro; Samuel; Soure; Tapéus; Vinha da Rainha e; Vila Nova de Anços. II. Promover ações de educação e sensibilização com o enfoque nos primeiros patamares da pirâmide da gestão de resíduos. Estas ações de sensibilização englobam a distribuição de material comunicacional, colocação de sinalética de informações dos novos pontos de recolha e ações de formação. III. Em concertação com a adoção de estratégias de comunicação e sensibilização à população relativamente aos resíduos, o Município pretende executar o projeto piloto com as seguintes caraterísticas: - Serão escolhidas 30 famílias, às quais serão atribuídos 90 ecopontos domésticos (3 por cada família para: vidro, papel/cartão e embalagens) e serão monitorizadas de forma a verificar qual o impacto na redução de RSU produzidos;

METAS/IMPACTOS

 Implementar uma estratégia para os resíduos mantendo o objetivo de garantir um alto nível de proteção ambiental e da saúde humana, através do uso de processos, tecnologias e infraestruturas adequadas;  Eliminação progressiva da deposição de resíduos em aterro, com vista à erradicação da deposição direta de RU em aterro até 2030;  Aproveitamento do potencial do setor dos RU para estimular economias locais e a economia nacional: uma atividade de valor acrescentado para as pessoas, para as autarquias e para as empresas, com capacidade de internacionalização, no quadro da uma economia verde;  Envolvimento direto do cidadão na estratégia dos RU, apostando-se na informação e em facilitar a redução e separação, tendo em vista a reciclagem;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 118

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM Região de Coimbra  Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS)  Associação Portuguesa do Ambiente (APA)  Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)

Fonte: Elaboração própria

As ações elencadas no domínio da gestão e prevenção de riscos pretendem reforçar a resiliência do território nacional assumindo duas prioridades de investimento que se inter- relacionam. Uma primeira que se refere à adaptação às alterações climáticas e uma segunda que se foca na prevenção e gestão de riscos múltiplos, sejam naturais ou tecnológicos. Apesar da diferenciação existente entre as duas prioridades, na realidade elas encontram-se inter- relacionadas e poderão complementar-se e apoiar-se mutuamente.

As ações a implementar incorporam um conjunto de projetos relacionados com a preservação e dinamização dos recursos naturais e ambientais do Concelho de Soure. São ainda definidos um conjunto de projetos, com um espetro alargado, ligados com operações de promoção dos serviços de proteção civil e criação/definição de instrumentos de gestão e monitorização dos valores naturais e paisagísticos do Concelho.

Dado o exposto, no domínio da Gestão e Prevenção de Riscos, as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo Municipal de Soure, são as seguintes:

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 119

Figura 28. Ações do Município de Soure - Gestão e Prevenção de Riscos

VETOR 4 - GESTÃO E PREVENÇÃO DE RISCOS

•Apoio à instalação de redes de defesa da floresta contra incêndios •PDR 2020 (Planos de flosteração e reflosteração)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 4.1 | APOIO À INSTALAÇÃO DE REDES DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS, CHEIAS E INUNDAÇÕES

OT 5. Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão dos riscos

PI 5.2. Promoção de investimentos para fazer face a riscos específicos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura:

Encerramento:

DESCRIÇÃO

O Município de Soure (incluindo o vasto património natural) apresenta uma relevante mancha florestal, com um elevado potencial económico, que merece especial atenção no que refere à sustentação da capacidade de resiliência dos seus sistemas naturais e, em particular, da

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 120

otimização da recomendação europeia (e posteriormente vertida à escala nacional e da região Centro) de concentração de intervenções em torno de prioridades de investimento ligadas aos objetivos de promoção de um crescimento sustentável.

Neste contexto, considera-se imperativo gerir de forma partilhada e integrada os meios disponíveis, ou seja, através da criação de uma base logística para Bombeiros e Proteção Civil, que opere em coordenação e gestão partilhada os equipamentos no âmbito da prevenção e combate a fenómenos extremos (ex.: limpeza do espaço florestal; criação de áreas tampão piloto; planos de florestação e reflosteração, etc…) atuando pelo lado da prevenção e, reforçando os meios (logísticos e de resposta) e equipamentos atualmente existentes.

A criação desta base logística de cooperação permitirá não só a otimização operacional na gestão dos recursos, que se refletirá, por exemplo, numa maior capacidade de resposta às referidas situações, mas também uma otimização dos recursos financeiros associados aos mesmos, através da captação de sinergias e economias de escala (ex.: manutenção de equipamentos) entre as referidas entidades (bombeiros e proteção civil).

Além do âmbito florestal, a presente intervenção estratégica deverá alargar o âmbito de atuação, nomeadamente no que diz respeito a cheias e inundações.

Destaca-se ainda que este projeto está sinalizado em termos da estratégia sub-regional da Região de Coimbra, uma intervenção estratégica de proteção, qualificação, valorização e ordenamento dos recursos ambientais agrícolas e florestais, apoio à instalação de redes de defesa da floresta contra incêndios, base logística para bombeiros e proteção civil.

METAS/IMPACTOS

 Garantir a existência de estratégias de monitorização e prevenção de riscos;  Reforço do nível de conhecimento e planeamento sobre os riscos que afetam o território nacional e as capacidades em termos de sistemas informação e monitorização;  Valorização dos recursos florestais, na medida em que o desenvolvimento económico do Município de Soure depende em larga escala do setor primário da atividade económica;  Maior eficácia na prevenção de gestão de gestão de riscos;  Aumento da resiliência e valorização económica dos sistemas naturais;  Proceder à reflorestação tendo em consideração a diversidade de fins da floresta, incluindo a valorização energética e material, o enquadramento paisagístico e o contributo ecológico.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 121

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  CIM – Região de Coimbra  Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS)  Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)  Associações Florestais Locais e Empresas Florestais Locais  Sistema Nacional de Exploração e Gestão de Informação Cadastral (SiNErGIC)  Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Soure  Autoridade Nacional de Proteção Civil  Saurium Florestal

Fonte: Elaboração própria

Nos últimos anos, os fundos estruturais têm contribuído para a modernização administrativa e a capacitação da Administração Pública e, consequentemente para a diminuição dos custos de contexto, financiando projetos de reengenharia e desmaterialização de processos, de facilitação na relação com os utentes e de melhoria da qualidade dos serviços prestados.

Por conseguinte, durante o período 2014-2020, dando continuidade e densificando o esforço iniciado no QREN os fundos serão mobilizados para este mesmo fim por via do apoio a investimentos que se revelem fundamentais para a maior qualidade, transparência, independência e eficiência, quer do funcionamento interno da Administração Pública, quer dos serviços por ela prestados a cidadãos e empresas, segundo uma lógica de intervenção complementar assente em dois vetores:

 Modernização administrativa, beneficiando das potencialidades das TIC, reforçando a oferta qualificada de serviços totalmente desmaterializados aos cidadãos e às empresas, devidamente complementadas com medidas de divulgação do acesso e uso destes serviços, valorizando novos modelos de prestação de serviços, mais descentralizados e eficazes na interação Estado/ cidadãos-empresas, centrado nas efetivas necessidades dos vários tipos

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 122

de utentes de serviços públicos (e.g. serviços de atendimento digital assistido, a implementar em parceria com diversos tipos de entidades, nomeadamente da Administração Pública central, das autarquias locais, do terceiro setor ou de associações empresariais).  Capacitação das instituições e dos recursos humanos, incluindo, o reforço da capacidade técnica, de gestão e de adaptação a novas realidades e modelos das instituições públicas e dos trabalhadores em funções públicas (incluindo ações de formação diretamente associadas a processos de modernização ou inovação na Administração Pública, bem como a formação de trabalhadores integrados no sistema de requalificação com vista à sua recolocação). Dado o exposto, no domínio da Modernização Administrativa, as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo Municipal de Soure, são as seguintes:

Figura 29. Ações do Município de Soure - Modernização Administrativa

VETOR 5 - MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

•Melhoria Administrativa, Cartografia e Sistema de Informação Geográfica (SIG) Regional •Requalificação e Modernização das Infraestruturas Físicas dos Serviços Municipais

AÇÃO 4.1 | AÇÃO INTEGRADA DE MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

OT 2. Melhorar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a sua utilização e qualidade

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 123

PI 2.3. Reforço das aplicações de TIC na administração em linha, aprendizagem em linha, infoinclusão, cultura em linha e saúde em linha

OT 11. Reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente

PI 11.1. Investimento nas capacidades institucionais e na eficiência das administrações e dos serviços públicos, a fim de realizar reformas, legislar melhor e governar bem

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura:

Encerramento:

DESCRIÇÃO

A operação em causa visa a racionalização dos modelos de organização e gestão da administração pública, através de intervenções de simplificação, desmaterialização e integração em rede de processos, contribuindo para uma maior proximidade entre cidadãos e administração pública, redução de custos e melhoria do atendimento.

Entre as tipologias a implementar destacam-se a criação/qualificação de balcões de atendimento único, organização e integração transversal de serviços administrativos, racionalização e simplificação organizacional, reengenharia de processos.

Destacam-se ainda operações no âmbito de soluções de interoperabilidade e comunicação integrada entre os vários sistemas de informação da Administração Pública, disponibilização de serviços com recurso a tecnologias multicanal, desmaterialização de processos, aquisição de apoio técnico à coordenação, dinamização, execução e acompanhamento do plano de ação territoriais e setoriais, aquisição de equipamentos, formação, estudos.

METAS/IMPACTOS

 Garantir novos modelos organizativos mais descentralizados e eficazes na interação Estado/ cidadãos-empresas;  Promover ganhos de eficiência no funcionamento interno da Administração Pública;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 124

 Redução dos custos de contexto (em especial para as empresas), contribuindo para reduzir a burocracia, a ineficiência de gestão e a morosidade processual que ainda caracterizam a Administração Pública;  Reduzir os elevados níveis de literacia digital e baixa utilização das TIC por parte dos cidadãos em Portugal.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  AMA - Agência para a Modernização Administrativa  Empresas de base tecnológica

Fonte: Elaboração própria

O vetor âncora Pessoas e Inclusão Social, apresenta uma tónica claramente vincada para a prossecução de duas iniciativas estruturantes, que se interrelacionam entre si:

Figura 30. Estratégia de implementação da estratégia no setor das Pessoas e Inclusão Social

INICIATIVA VETOR ÂNCORA ESTRUTURANTE

Capital Humano PESSOAS E INCLUSÃO SOCIAL Inclusão Social e Emprego

A aposta no capital humano para o período 2014‐2020 visa a necessidade de reconversão profissional das pessoas desempregadas ou em risco de desemprego, bem como a capacitação ao nível das formações de base (pré‐escolar, vias regulares e profissionalizantes no ensino básico e secundário e a formação de nível superior). A intervenção das políticas públicas neste domínio deve ter como prioridades a resposta a três grandes domínios de constrangimentos: (i) o nível médio das qualificações da população adulta e jovem; (ii) a qualidade e eficiência do sistema de

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 125

educação/formação; e (iii) o ajustamento entre as qualificações produzidas e as requeridas pelo mercado de trabalho.

O alcance de um sistema de educação e formação de qualidade e eficiente passa, designadamente, pela melhoria da respetiva gestão e coordenação, dos modelos pedagógicos, das infraestruturas e equipamentos, e da articulação entre escolas e o meio empresarial. O ajustamento entre a oferta e a procura de qualificações procurará vincular a estruturação da oferta formativa às dinâmicas regionais, mediante a orientação e encaminhamento de jovens e adultos para as necessidades do tecido produtivo, uma maior coerência da oferta formativa em cada território e a racionalidade da rede formativa.

No domínio temático referente à Inclusão Social e Emprego, este tem como finalidade o combate à pobreza e exclusão social e ao desemprego, bem como a promoção da empregabilidade, este domínio encontra-se sustentado numa abordagem integrada, multidimensional e territorializada da intervenção social, sendo alicerçado em políticas preventivas e/ou de intervenção precoce, por um lado, e em políticas reparadoras e/ou ativação, por outro. As políticas de promoção da empregabilidade e de reforço da criação e manutenção de emprego sustentável deverão fazer face a um elevado nível de desemprego (designadamente estrutural), a uma forte segmentação do mercado de trabalho e à persistência de um elevado nível de pobreza monetária e de exclusão social.

Dado o exposto, no domínio da implementação de programas de inclusão social, as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo Municipal de Soure, são as seguintes:

Figura 31. Ações do Município de Soure - Pessoas e Inclusão Social

VETOR 6 - PESSOAS E INCLUSÃO SOCIAL

•Ação Integrada para o setor Educativo •Ação Integrada para o setor da Cultura, Desporto e Tempos Livres •Ação Integrada para o setor da Ação Social

Fonte: Elaboração própria

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 126

AÇÃO 6.1 | AÇÃO INTEGRADA PARA O SETOR EDUCATIVO

OT 10. Investir no ensino, nas competências e na aprendizagem ao longo da vida

PI 10.1. Redução e prevenção do abandono escolar precoce e promoção da igualdade de acesso a um ensino infantil, primário e secundário de boa qualidade, incluindo percursos de aprendizagem formais, não formais e informais para a reintegração no ensino e na formação

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Fevereiro/2016

Encerramento: Abril/2016

DESCRIÇÃO

A elevada taxa de analfabetismo (10,3 % em 2011), face à verificada no referencial nacional e regional (5,2% e 5,9%, respetivamente) e os baixos níveis de qualificação da população verificadas no Município de Soure, são constrangimentos ao desenvolvimento local. Acresce a este cenário a elevada taxa de desemprego jovem (23,6 % segundo Censos 2011) que fazem aumentar as necessidades de intervenção na área da educação, nomeadamente nas várias fases do ciclo de ensino e formação.

Relativamente ao Ensino Pré-Escolar, a presente iniciativa prevê continuar a desenvolver e melhorar o Programa de Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar, bem como o Serviço de Apoio à Família e Transportes, bem como desenvolver diversas atividade tendo em vista o bem-estar e o crescimento saudável das crianças.

Quanto ao Ensino Básico e Secundário, continuará a prestar-se o Serviço de Apoio à Família e Transportes, a desenvolver o Programa das Atividades de Enriquecimento Escolar, dando continuidade à aposta nas aulas de Natação iniciadas em 2016, bem como continuar o Programa da Fruta Escolar e as diversas atividades realizadas no âmbito deste último.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 127

A medida de apoio à aquisição dos manuais escolares para os alunos do Ensino Básico, iniciado em 2015, continuará em 2016, assim como as candidaturas aos Auxílios Económicos a agregados familiares mais vulneráveis.

No que toca à Educação de Adultos e Ensino Técnico-Profissional, o Município de Soure, continuará atento às ofertas e apoiará as entidades que desenvolvam projetos que potenciem o aumento das qualificações de jovens e adultos em áreas que sejam pertinentes para o desenvolvimento do Concelho que deem resposta às necessidade de emprego que o Concelho reflete, tendo em conta as linhas traçadas nos Programas Operacionais para o período 2014- 2020 e no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da CIM Região de Coimbra.

A Câmara Municipal de Soure estará também especialmente atenta ao desenvolvimento de políticas de combate ao abandono e insucesso escolar precoce, constituindo-se como parceria de projetos a desenvolver nestes domínios, bem como continuará a apostar no reordenamento da Rede Escolar, tendo em consideração a Carta Educativa, cuja revisão estará concluída em 2016, e as opções de investimento já refletidas no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da CIM Região de Coimbra.

Por fim, quanto à Biblioteca Municipal, esta continuará a desenvolver projetos, que abrangem os vários níveis de ensino, constituindo-se como uma oferta complementar à rede educativa e solidária.

METAS/IMPACTOS

 Redução e prevenção do abandono e insucesso escolar, permitindo a introdução de percursos de aprendizagem para a reintegração no ensino e formação;  Manter a taxa de abandono escolar precoce inferior a 10% e, consolidar para pelo menos 40% da população dos 30 aos 34 anos que deve ter formação superior concluída;  Igualdade de condições de acesso à educação;  Captar, desenvolver e reter talento;  Promover ações de formação contínua aos empresários locais;  Desenvolver competências em todos os níveis de ensino nas áreas do empreendedorismo, criatividade, qualidade, inovação, voluntariado, cidadania, artes, inglês, ciências e tecnologia;  Promover a conciliação de aprendizagens académicas com modalidades desportivas;  Melhorar as condições de inserção dos jovens no mercado de trabalho;

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 128

 Aumentar a base de competências dos recursos humanos que desenvolvem atividade no Município;  Reforçar o trabalho de parceria entre as instituições responsáveis pelas políticas de solidariedade e que têm responsabilidades ao nível das políticas de emprego, educação e formação.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Direção Regional de Educação do Centro (DREC)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 6.2 | AÇÃO INTEGRADA PARA O SETOR DA CULTURA, DESPORTO E TEMPOS LIVRES

OT 6. Preservar e proteger o ambiente e promover a utilização eficiente dos recursos

PI 6.3. Conservação, proteção, promoção e o desenvolvimento do património natural e cultural

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Dezembro/2015

Encerramento: Janeiro/2016

DESCRIÇÃO

Neste domínio, a Câmara Municipal de Soure continuará a ser membro da Rede Urbana “Castelos e Muralhas Medievais do Mondego” e a ter uma participação ativa nos projetos de desenvolvimento pela Agência, nomeadamente no que diz respeito à programação cultural em rede e ao acolhimento de iniciativas inseridas no mesmo.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 129

A Biblioteca Municipal, para além da sua função no domínio da Educação, dará continuidade à execução de atividades e projetos direcionados às famílias e ao público em geral, constituindo- se como um pólo de desenvolvimento cultural do Concelho.

O Museu, o Centro Interpretativo do Espaço Muralhado e o Posto de Turismo, continuarão a desenvolver as suas atividades de forma complementar, no sentido de dar resposta aos visitantes, no que diz respeito à história do Concelho e locais a visitar, bem como no acolhimento de Exposições de Arte, proporcionando aos munícipes o contato com diversas formas de expressão artística e cultural. A política e apoio ao funcionamento que abrange as Escolas de Música, Grupos de Folclore, Bandas de Música Grupos de Teatro, Escolas de Dança e as diversas Atividades Desportivas, tais como: Futebol, Basquetebol, Futsal, Xadrez, Downhill, Atletismo, Remo Adaptado e Escalada, realizadas no Concelho terá continuidade, representando uma fatia considerável do orçamento Municipal, mas que permite aos praticantes e às entidades responsáveis, o acesso a estas atividades que por si só teriam dificuldade ou seria impossível suportarem. Esta política é complementada com o apoio ao investimento às diversas entidades, bem como a disponibilização de transporte.

O Município é membro fundador da Associação Caminhos de Fátima, que numa primeira fase agrega 14 Municípios e cujo objetivo principal é desenhar soluções alternativas à peregrinação que se faz pelo IC2, desde o Porto a Fátima e que coloca em causa a segurança dos peregrinos, tendo inclusive, nos últimos anos, feito vítimas mortais. A entrada do Município de Soure no grupo de estudo inicial, veio traduzir-se na resolução de um grave problema, que se prendia com a definição de um traçado alternativo ao IC2 entre Condeixa e Pombal. A definição de um traçado alternativo com passagem por Soure, traz desde logo um reforço de segurança inquestionável à peregrinação e projeta um conjunto de investimentos no Concelho no sentido de melhorar as condições de circulação dos peregrinos, através da limpeza e melhoria de caminhos e até da construção de uma ponte pedonal sobre o rio, na zona do Sobral. Este investimento e a aposta na criação de condições para a passagem dos peregrinos, potenciam investimentos no alojamento e são vistas por este Executivo como um ponto de partida para a aposta que também se pretende fazer nos Caminhos de Santiago, uma vez que Soure se encontra referenciado como ponto de passagem.

No que diz respeito à Área da Juventude, prevê-se a dinamização e promoção de iniciativas da juventude, em articulação com outras pessoas e entidades, fomentando o encontro de culturas e gerações. A realização dos Encontro de Juventude do Concelho de Soure promovendo o

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 130

desporto, a cultura e a música que existe preferencialmente no Concelho, irá contemplar, entre outras iniciativas, o Open de Natação, o Concurso de Bandas de Garagem e o Cross Trail. O balanço positivo dos intercâmbios juvenis realizados nos dois últimos anos, justifica a sua continuidade em articulação com a ADPNC. Na procura da defesa e promoção do património do Concelho, o CMJS propõe-se organizar, em colaboração com a ADPCNS, um Fórum sobre o Património Ambiental e Construído do Concelho de Soure. A comemoração do Dia Internacional da Juventude será, à semelhança do ano anterior, um evento que se pretende assinalar.

METAS/IMPACTOS

 Potenciar a inversão da tendência de decréscimo populacional e garantir a estabilização e, se possível, a atração de população pela promoção de um território com qualidade de vida;  Valorização e promoção de bens histórico-culturais com elevado interesse turístico (e.g. monumentos, museus);  Promoção turística de territórios de elevado valor natural, cultural e paisagístico;  Desenvolvimento de projetos de animação e programação cultural com potencial de captação de fluxos turísticos;  Organização e promoção de eventos culturais com impacto nacional e internacional.

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra  Direção Regional de Educação do Centro (DREC)

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 6.3 | AÇÃO INTEGRADA PARA O SETOR DE AÇÃO SOCIAL

OT 9. Promover a inclusão social e combater a pobreza e a discriminação

PI 9.6. Estratégias de desenvolvimento local de base comunitária

PI 9.10 Investimentos no contexto de estratégias de desenvolvimento local de base comunitária

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

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PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 131

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Fevereiro/2016

Encerramento: Abril/2016

DESCRIÇÃO

Neste domínio, serão prosseguidas as atividades de Apoio à Família, assim como de Apoio à Habitação Social, no âmbito do PROHABITA – Programa de Financiamento para acesso à habitação, Apoio ao Arrendamento e Realojamento de Agregados Familiares.

Relativamente ao Programa Rede Social, continuará a assumir-se a responsabilidade de acompanhamento e dinamização da Rede, bem como de atualização do Diagnóstico Social do Concelho e de monitorização do Plano de Desenvolvimento Social, elaborado em 2015.

A continuidade de protocolos celebrados com diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) continuará a ser uma realidade, complementados os Acordos celebrados entre estas e a Segurança Social.

O célere envelhecimento populacional, igualmente motivado pelo decréscimo da natalidade, que se manifestou no Município de Soure e a continuação da tendência de queda entre 2001 e 2011 (7% e 5,9%), embora ligeiramente superior à média nacional (9,2%, em 2011), destaca-se a implementação do programa “Cegonhas”, com o intuito de incentivar a natalidade.

METAS/IMPACTOS

 Garantir a existência de apostas na economia social, nomeadamente ao nível de novas respostas de proximidade para os grupos sociais mais vulneráveis;  Consolidar e qualificar a rede institucional e de respostas sociais, segundo a lógica de serviços de proximidade  Reforçar o trabalho de parceria entre as instituições responsáveis pelas políticas de solidariedade e que têm responsabilidades ao nível das políticas de emprego, educação e formação  Reforçar as políticas locais, de atuação imediata, possibilitadoras de colmatar problemas existentes através da garantia de recursos mínimos e da satisfação de necessidades básicas;

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 132

 CIM – Região de Coimbra

Fonte: Elaboração própria

Os apoios à proteção e desenvolvimento do património cultural e natural serão prosseguidos nos Programas Operacionais Regionais, numa lógica de complementaridade face aos investimentos realizados com o apoio dos fundos estruturais ao longo dos diversos períodos de programação, seguindo uma lógica de grande seletividade e racionalidade económica. A sua implementação será realizada através de medidas tais como: a valorização e promoção de bens histórico-culturais com elevado interesse turístico; a promoção turística de territórios com elevado valor paisagístico, natural e cultural; e o desenvolvimento de projetos de animação e programação cultural com potencial de captação de fluxos turísticos.

Serão particularmente visados os investimentos de escala local de valorização das atividades locais sustentáveis em áreas classificadas, a sua promoção e o desenvolvimento de infraestruturas de apoio à visitação, nomeadamente sinalética, trilhos, passadiços e infraestruturas de relação com a natureza.

Dado o exposto, no domínio da promoção e valorização dos recursos endógenos, as intervenções estratégicas definidas pelo Executivo Municipal de Soure, são as seguintes:

Figura 32. Ações do Município de Soure - Património Natural e Cultural

VETOR 7 - PROMOÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS ENDÓGENOS

•Parque e feira do gado do Rabaçal •Rede estruturante de apoio à corda termal da Azenha / Amieira

Fonte: Elaboração própria

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 133

A estratégia do Município de Soure para se apresentar como território competitivo, deve promover a construção de uma oferta turística integrada, que se mostre competitiva e não esqueça as valências e recursos do Concelho, como um mecanismo de dinamização do turismo, divulgando as grandes “marcas” do território e promovendo, valorizando e projetando no exterior o seu potencial endógeno.

A transformação do conjunto de recursos em produtos turísticos é um processo complexo e dinâmico, que envolve estratégias de marketing territorial que estruturem um produto alicerçado na marca distintiva do território e com uma imagem emblemática.

As ações previstas no plano de marketing territorial contemplam:

 A promoção turística do Município de Soure no site do Município possibilitando o download de documentação relativa ao turismo no território (guias, brochuras e filmes);  Divulgação do território em sites de agências online e outros sites que sugerem férias em Portugal;  Organização de visitas com jornalistas, agências de turismo e operadores turísticos incoming e bloggers;  Divulgação do Município em blogues generalistas e promoção nas redes sociais. Exige-se também a complementaridade de iniciativas para a valorização dos elementos patrimoniais relevantes e orientadas para uma procura segmentada – turismo de lazer, turismo termal, turismo rural, gastronomia, e cultura.

Figura 33. Recursos endógenos do Município da Soure

Festas de Turismo Terras de Castelo de Pão-de-ló Queijo São Mateus Artesanato Termal Sicó Soure de Soure Rabaçal - FATACIS

Marketing Territorial como instrumento de valorização dos recursos endógenos

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 134

Fonte: Elaboração própria

O Município de Soure como já tivemos oportunidade de verificar no domínio do profundo diagnóstico realizado, apresenta uma economia fortemente polarizada pelas atividades agrícolas, nomeadamente no que diz respeito a milho e arroz (importantes em Soure, vale secundário do rio Arunca e em Montemor-o-Velho, nos terços médio e a jusante do vale do rio Mondego).

Estes constituem o tripé mais valioso do Concelho de Soure, uma vez que sobre estes se sustentam e dinamizam a atividade económica deste território, apesar da necessidade de um reforço organizativo ao nível da cadeia de comercialização dos referidos produtos.

Portanto, torna-se necessário promover sob a mesma “insígnia” (ex: “Soure, um Concelho com tradições”), o conceito de uma “marca” agregadora dos diferentes recursos endógenos, de forma a criar uma perceção associado ao Município que lhe dê visibilidade, reconhecimento e notoriedade como um produto de excelência e diferenciador. Adicionalmente, serão apoiados os circuitos turísticos e mercados locais, a realização e participação em feiras e certames na própria região, noutras regiões ou no estrangeiro que contribuam para uma maior visibilidade dos produtos junto do consumidor final e para a cooperação entre produtores e comercializadores.

Por conseguinte, dando continuidade à promoção dos recursos diferenciadores do Município de Soure, fundamenta-se a implementação de medidas de marketing territorial enquanto dimensão transversal de intervenção., direcionada para a projeção de uma imagem coerente do Concelho, valorizadora da sua baixa densidade de ocupação.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 135

Figura 34. Potencialidades do marketing territorial

Potencialidades do Marketing Territorial

• Permite o conhecimento sobre a realidade territorial • Cria novas atrações que melhorem a qualidade de vida das pessoas residentes • Contribui para dinamizar o tecido económico e produtivo local • Promove o bem-estar e a qualidade de vida • Melhora a auto-estima e a identidade local • Desenvolve um conjunto de imagens coerentes sobre o território • Desenvolve e posiciona uma "Marca Territorial" que valoriza o território • Projeta o território para espaços mais vastos (regional, nacional, mundial) • Assegura a satisfação dos cidadãos, investidores e visitantes • Cria uma imagem hospitaleira e entusiástica, de modo a atrair novas empresas, investimentos e visitantes

Fonte: Adaptado de Kotler, Haider e Rein (1993) e Cidrais, 1998

Pensar o Município de Soure como um produto para o qual é ambicionado o sucesso e competitividade é a forma mais correta de, num mundo cada vez mais competitivo e global, criar e gerir territórios vencedores e sustentáveis. O Marketing territorial é uma poderosa ferramenta que deverá estar presente nas estratégias de desenvolvimento e planeamento de qualquer Município, sejam eles grandes aglomerados populacionais ou “pequenas maravilhas” da natureza. Identificar as vantagens competitivas e apostar naquelas que mais se destacam e maior valor podem trazer à cidade, constitui a estratégia fundamental para desenvolver territórios que se ambicionam competitivos, sustentáveis e inclusivos.

Na dimensão do desenvolvimento de uma estratégia assente na promoção da competitividade dos recursos endógenos deste território, importa destacar o papel que as entidades de ensino superior podem ter para este fim, com destaque para a Universidade de Coimbra (UC) ou o Instituto Politécnico de Coimbra, entre outras consideradas relevantes.

AÇÃO 7.1 | PARQUE E FEIRA DO GADO DO RABAÇAL

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 136

PI 6.3. Conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património natural e cultural

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Dezembro/2015

Encerramento: Janeiro/2016

DESCRIÇÃO

O Parque e Feira de Gado do Sicó Rabaçal, é uma intervenção estratégica de qualificação das atividades em meio rural e valorização dos produtos endógenos, apoio a estratégicas específicas de valorização económica de recursos endógenos em territórios de baixa densidade, em conjunto com os Município de Penela, Ansião e Condeixa-a-Nova.

Este investimento e estratégia são importantes para a agricultura no Concelho de Soure, para a produção dos pequenos agricultores que dão origem ao famoso e muito prestigiante Queijo do Rabaçal. Neste momento, há vários projetos ao PRODER aprovados no Concelho de Soure de privados. Daí que este Parque e Feira de Gado do Sicó Rabaçal seja importante e é essencial que o Município de Soure seja parceiro.

METAS/IMPACTOS

 Projetar os produtos endógenos e garantir o escoamento da produção local especializada;  Otimizar as escalas de produção e, consequentemente, a eficiência produtiva e a cadeia de valor dos setores tradicionais como é o caso evidente da agroalimentar;  Valorizar economicamente os recursos endógenos, através da dinamização de ações integradas, que visem, designadamente, a promoção de maior valor acrescentado, inovação e processos de certificação;  Fomentar a criação de sinergias e de novos fatores de competitividade, através, da clusterização e do empreendedorismo qualificado em cadeias produtivas fortemente alicerçadas nos recursos endógenos.

PROMOTOR PARCEIROS

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 137

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento local  CIM – Região de Coimbra  Municípios de Condeixa-a-Nova, Ansião e Penela

Fonte: Elaboração própria

AÇÃO 7.2 | REDE ESTRUTURANTE DE APOIO À CORDA TERMAL DA AZENHA / AMIEIRA

OT 6. Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

PI 6.3. Conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património natural e cultural

INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO

PO CI PO ISE PO CH PO SEUR PO CENTRO ITI - CIMRC

CALENDÁRIO EM VIGOR

Abertura: Dezembro/2015

Encerramento: Janeiro/2016

DESCRIÇÃO

O Município de Soure detém tem um inegável potencial turístico, nomeadamente para touring cultural e paisagístico, turismo de natureza e turismo termal, associado ao património edificado e cultural, ao imenso valor natural e paisagístico, e ao seu carácter rural. Estes valores são, aliás, reconhecidos pelo Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT).

Neste âmbito, destacam-se as Termas da Azenha e da Amieira, dados os seus recursos de grande riqueza hidrogeológica. O objetivo é vocacionar a oferta do produto para os turistas cuja motivação primária é a obtenção de benefícios relacionados com os cuidados de saúde, articulando a valência médica com as valências turísticas que lhe estão direta e indiretamente associadas, desde o termalismo ao lazer e passando pelo bem-estar

Deste modo, as ações direcionadas para os recursos termais existentes elencam ações com vista a requalificar as zonas envolventes, desenvolver serviços especializados, criar conteúdos para disponibilização em canais internos e externos e reposicionar o produto termal no mercado.

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 138

A estratégia de desenvolvimento deste território, deve além de outros, incorporar as seguintes ações:

 Apoio técnico aos operadores turísticos através dos pontos de informação turística distribuídos no território;  Investir no desenvolvimento de selos de qualidade baseados no Total Quality Management para diferenciar as ofertas de touring. Exemplos: ‘Descobrimentos’, Rotas das Terras de Sicó’, ‘Monumentos Históricos’;  Delinear programas de incentivos dirigidos a sectores chave da indústria do touring. Exemplo: formação de profissionais de hotelaria, apoio tecnológico a pequenas empresas, etc…;  Implementar uma sinalização clara e homogénea na rede de estradas;  Investir em alojamentos próximos de todos os pontos de interesse turístico. Exemplo: reabilitar casas em estado devoluto próximas onde ocorrem os tours;

METAS/IMPACTOS

 Valorização e promoção de bens histórico-culturais com elevado interesse turístico;  Desenvolvimento de projetos de programação cultural com potencial de captação de fluxos turísticos;  Garantir sinergias turísticas entre os Municípios integrantes do território “Terras de Sicó;  Exponenciar a importância turística e patrimonial do Município de Soure;  Implementar rotas e circuitos turísticos planeados e estruturados;  Transformar o turismo numa verdadeira alavanca ao serviço do desenvolvimento territorial de Soure, contribuindo para a melhoria progressiva dos níveis de vida e para a redução das assimetrias sociais e territoriais;  Reforçar a diferenciação e diversificação da cadeia de produtos turísticos regional e nacional, gerando maior valor acrescentado, aumentando taxas de ocupação, estadas médias e níveis de internacionalização da atividade, num quadro de excelência ambiental e paisagística;  Consolidar Soure como destino turístico de visitação nacional, com forte reconhecimento doméstico e internacional, assente na valorização e promoção da sua forte matriz identitária e, do seu extenso património natural e cultural;

PROMOTOR PARCEIROS

 Câmara Municipal de Soure  Associações de Desenvolvimento Local  CIM – Região de Coimbra

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 139

 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)  Direção Regional de Cultura do Centro  Turismo do Centro  Associação das Termas de Portugal  Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem- Estar

Fonte: Elaboração própria

8. Governação do Plano de Ação Estratégico Municipal

Partindo de um diagnóstico geral do Município de Soure, o Plano de Ação que aqui apresentamos orientou-se sempre por um princípio de rigor e de procura das soluções mais adequadas às especificidades de Soure e aos desafios que lhe são colocados.

Como percurso metodológico, privilegiámos, desde logo, a análise dos dados quantitativos disponíveis relativos à caracterização demográfica, económica, social e cultural deste território, procurando deles obter informações concretas sobre as fragilidades e as oportunidades inerentes a Soure, num contexto em que se torna urgente e essencial criar novos paradigmas de desenvolvimento económico e de melhoria da qualidade de vida.

O enquadramento da estratégia traçada no Plano de Ação teve como referência o distintivo posicionamento deste território e o potencial de valorização económica resultante da conjugação dos recursos ainda por explorar. Neste contexto, a estratégia delineada para Soure está assente na

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SOURE 140

valorização e promoção da sua forte matriz identitária e, por conseguinte ancorada às dimensões de proximidade, inclusão e competitividade, estas que constituem o seu tripé distintivo no período de programação 2014-2020.

Portanto, as propostas estratégicas que lhe estão subjacentes constituem um referencial de excelência para o progresso do modelo de desenvolvimento da economia de Soure e, encontram- se orientadas para a conceção de uma reforçada cadeia de valor para o Município. Nele está patente a oportunidade do Município se consolidar – nos panoramas regional, nacional, europeu e internacional – como um Concelho competitivo, favorável à inovação e ao conhecimento, capitalizando o magnífico património histórico e natural que possui, os elementos instalados de notoriedade cultural, e o valor e know-how associados aos produtos de base local do Concelho, para se reposicionar nas cadeias de valor globais, gerando mais e melhor emprego e novas fontes de valor económico.

A sustentabilidade e eficácia da estratégia desenhada em termos de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, constitui portanto uma peça central no posicionamento do Município de Soure no futuro período de programação comunitária 2014-2020. Ao culminar com a identificação das linhas de intervenções estratégicas, relativos aos investimentos respeitantes ao próximo período de programação comunitário, este documento procura traduzir, assim, quais serão as prioridades do Município, numa articulação de esforços para fazer face aos desafios que este enfrenta e aos objetivos estratégicos que pretende atingir neste período.

Todavia, a governança constituí nesta fase o princípio mais inovador, alinhado com a estratégia desenhada, numa tentativa de oferecer ao plano estratégico um caráter organizativo e de gestão a que os mesmos não podem alhear-se.

Ao longo do profundo diagnóstico e respetiva auscultação das forças vivas relevantes, conducentes à definição da Estratégia, foram identificados diversos projetos e iniciativas, e como tal a materialização do plano de ação é o culminar da implementação da estratégia.

Contudo, a implementação do Plano de Ação Estratégico Municipal de Soure deve acontecer de forma integrada, demonstrando a complementaridade entre investimentos públicos e privados para o alcance das metas e objetivos definidos. Assume-se assim um modelo de implementação que permita garantir as condições de execução dos projetos e demonstrar o seu impacto integrado no Concelho.

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