24 de Agosto de 2015 • Jornal Oficial Eletrônico dos Municípios do Estado de • ANO X | N" 2.296

nals. a serem Utilizadas pela Câmara Municipal de /MT. Art. 6o. O Poder Executivo se responsabilizará pela execução do Plano Nos termos do § 3o do art 22 da Lei n° 8.666/93. o edital do procedimen­ Municipal de Educação nos termos dos princípios adotados e da legislação to licitatono em questão teve sua cópia afixada no mural deste órgão e no vigente aplicável á espécie. jornal oficial dos municípios no dia 13 de agosto de 2015. Foram convida­ Art. 7o. Caberá ao Fórum Municipal Permanente de Educação, sob convo­ das para participar do Convite epigrafado. as empresasSomfur Turismo e cação da Secretária Municipal de Educação, o acompanhamento, controle Trasportes LTDA-ME, Vivaz Viagens e Turismo LTDA ME. Adriane Trans­ e avaliação da execução do Plano Municipal de Educação e a opção pela portes e turismo LTDA-ME Maxtur Agencia de Viagens e Turismo LTDA, deflagração das Conferências Municipais de Educação a serem definidas Débora Carvalho Lopes ME. Manifestaram interesse em participar do re­ pelo Fórum. ferido convite através do placar a empresa Maxtur Agencia de Viagens Art. 8o. O Poder Legislativo acompanhará a execução do Plano Municipal e Turismo LTDA, conforme protocolo de envelopes pela sócia propnetá- de Educação e se reportará formal e periodicamente a respeito, diretamen­ na. Após 30 (tnnta) minutos de tolerância, considerando o comparecimen- te ao Poder Executivo, para as medidas que se fizerem necessánas, tendo to apenas da empresa Maxtur Agencia de Viagens e Turismo LTDA e assento cativo no Fórum Municipal Permanente de Educação e nas Con­ assim não havendo comparecimento do número mínimo de participante, ferências Municipais de Educação, quando deflagradas, conforme convo­ ou seja. 03 (três) convidados, decide a Comissão Permanente de Licita­ cação da Secretaria Municipal de Educação. ção prorrogar o prazo para a apresentação dos Envelopes de documen­ tos de habilitação e das propostas de preço, para o dia 31 de agosto de Art. 9o. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão a conta 2015 as 09 horas e 30 minutos, devolvendo-se os envelopes devidamente das verbas orçamentárias própnas, suplementadas se necessário, e de lacrados à Empresa presente, remetendo-se oficio as Empresas já convi­ outros recursos captados no decorrer da execução do Plano. dadas. para querendo compareçam na data aprazada e o afixamento no Art. 10. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se quadro própno de avisos desta Casa de Leis para que surta os efeitos de as disposições em contráno. Publicação, conforme determina a Lei. Em seguida, a senhora Presidente Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Ipiranga do Norte-MT. em leu a Ata para que a Empresa presente se manifestasse ou recorresse, a 20 agosto de 2015. mesma manifestou-se pela renúncia de prazo recursal, estando em plena concordância com a decisão da Comissão Permanente de Licitação, e não havendo mais nada a tratar deu-se por encerrada os trabalhos, lavrada a Sérgio Medeiros de Araújo presente Ata que lida e achada conforme, vai assinada pelos membros da Presidente Comissão, pelos presentes e por mim Ariany Caetano Andrade que secre­ tariei a presente reunião. REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE

PREFEITURA MUNICIPAL / RECURSOS HUMANOS Graciele Angélica Ferreira 1o TERMO ADITIVO AO CONTRATO ADMINISTRATIVO N° 011/2015. Presidente “PRIMEIRO TERMO ADITIVO AO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROFISSIONAIS, ENTRE O MUNICÍPIO DE IPIRANGA Anany Caetano Andrade Claudir Luiz Dapper DO NORTE - MT E A SR* HELIAMARA MARIA ALMEIDA".

Secretária Membro Pelo presente Termo Aditivo Contratual que fazem entre si. de um lado o MUNICÍPIO DE IPIRANGA DO NORTE, Estado de Mato Grosso. Pes­

CAMARA MUNICIPAL soa Juridica de Direito Público, com sede na Rua dos Girassóis, s/n, cen­ LEI MUNICIPAL N° 530 DE 20 DE AGOSTO DE 2015. tro. nesta cidade de Ipiranga do Norte/MT, inscrita no CNPJ sob N° 07. 209.245/0001-72. representado por seu Prefeito Municipal. Sr. Pedro Fer- LEI MUNICIPAL N" 530 DE 20 DE AGOSTO DE 2015. ronatto brasileiro, casado, agricultor, inscnto no CPF/MF N° 345.727. “Aprova o Plano Municipal de Educação - PME - para o período plu- 169-20, portador da Cédula de Identidade RG N° 24216453-SSP/MT, resi­ rianual de 2015 a 2025, e dá outras Providências".. dente e domiciliado na Rua das Azaléias, n° 801, nesta cidade, de ora em diante simplesmente denominado de CONTRATANTE, e. de outro lado a O Presidente da Câmara Municipal de Ipiranga do Norte, Estado de Mato HELIAMARA MARIA ALMEIDA, brasileira, casada, maior. Professora de Grosso, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Muni­ Pedagogia Educação Infantil. Carteira de Identidade Civil RG. 1735210-0 cipal aprovou, e ele PROMULGA a presente de Lei: SSP/MT. e CPF N° 017.253.881-54, residente e domiciliado na Avenida Art Io Fica aprovado o Plano Municipal de Educação - PME para o perío­ Cem, lote 02, quadra 38, na cidade de Ipiranga do Norte, Estado de Ma­ do plunanual de 2015 a 2025, nos termos do texto que segue em anexo, o to Grosso, de ora em diante designada de CONTRATADA, resolvem ce­ qual faz parte integrante desta Lei. lebrar o presente termo aditivo mediante as cláusulas e condições seguir An. 2°. O Plano Municipal de Educação terá duração de 10 (dez) anos. estabelecidas:

Art. 3fl. O Plano Municipal de Educação reger-se-á pelos princípios da de­ CLÁUSULA PRIMEIRA DA PRORROGAÇÃO DE PRAZO mocracia e da autonomia, conforme preconiza a Constituição Federal e a 1.1 - Pelo presente Termo Aditivo as partes identificadas em comum acor­ legislação vigente aplicavel a espécie, com especificidade para a Lei Fe­ do resolvem prorrogar até a data de 22 de fevereiro de 2016, o prazo men­ deral n° 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - cionado na clausula quinta, do Contrato n°. 011/2015, poderá ser recendi­ LDB e suas alterações posteriores. do antecipadamente caso se encerre a situação ensejadora. Art. 4° O Plano Municipal de Educação contém a proposta político peda­ CLÁUSULA SEGUNDA - DO FUNDAMENTO LEGAL gógica do Município, com suas respectivas diretnzes. objetivos e metas. 2.1 - O presente aditivo, além do dispositivo legal citado na Cláusula Pri­ Art. 5° O PME foi elaborado com participação da sociedade, sob a coor­ meira, encontra embasamento na Lei Municipal N°. 007/2005 e 008/2005, denação da Secretaria Municipal de Educação - SME, em conformidade e na Cláusula Segunda do Contrato n° 011/2015. com as diretrizes, metas e estratégias definidas pelo Ministério da Educa­ ção - MEC. para inclusão na atualização do Plano Nacional de Educação - PNE vigente diariomunidpal org/mt/amm • www.amm.org.br 109 Assinado Digitalmente Câmara Municipal de Ipiranga do Norte Av. Vitória, n° 972 - Centro — Caixa Postal 04 Ipiranga do Norte/MT — CEP 78.578-000 CNPJ: 07.221.699/0001-69 Fone/Fax: (66) 3588 1623/1893

LEI MUNICIPAL N" 530 DE 20 DE AGOSTO DE 2015.

PROTOCOLO “Aprova o Plano Municipal de Educação - n° ófyV______PME - para o período plurianual de 2015 a 2025, e dá outras Providências”..

I Iptrsnu* *••*•*» ’ () Presidente da Câmara Municipal de Ipiranga do Norte, Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal aprovou, e ele PROMULGA a presente de Lei:

Art. 1”. Fica aprovado o Plano Municipal dc Educação - PME para o período plunanual de 201 5 a 2025, nos termos do texto que segue em anexo, o qual faz parte integrante desta Lei.

Art. 2U. () Plano Municipal de Educação terá duração de 10 (dez) anos.

Art. 3“. O Plano Municipal de Educação reger-sc-á pelos princípios da democracia e da autonomia, conforme preconiza a Constituição Federal e a legislação vigente aplicável a espécie, com especificidade para a Lei Federal n° 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB e suas alterações posteriores.

Art. 4°. O Plano Municipal dc Educação contém a proposta político pedagógica do Município, com suas respectivas diretrizes, objetivos e metas.

Art. 5". O PME foi elaborado com participação da sociedade, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação - SME, cm conformidade com as diretrizes, metas e estratégias definidas pelo Ministério da Educação - MEC, para inclusão na atualização do Plano Nacional de Educação - PNE vigente.

Art. 6". O Poder Executivo se responsabilizará pela execução do Plano Municipal de I ducação nos termos dos princípios adotados e da legislação vigente aplicável à espécie.

Art. 7°. Caberá ao Fórum Municipal Permanente dc Educação, sob convocação da Secretária Municipal de Educação, o acompanhamento, controle c avaliação da execução do Plano Municipal de Educação c a opção pela deflagração das Conferências Municipais de Educação a serem definidas pelo Fórum.

Art. 8". O Poder Legislativo acompanhará a execução do Plano Municipal de Educação e se reportará formal e periodicamente a respeito, diretamente ao Poder Executivo, para as medidas que se fizerem necessárias, tendo assento cadvo no Fórum Municipal Permanente de I ducação e nas Conferências Municipais de Educação, quando deflagradas, conforme convocação da Secretaria Municipal de Educação. >/ Câmara Municipal de Ipiranga do Norte Av. Vitória, n° 972 - Centro - Caixa Postal 04 Ipiranga do Norte/MT — CEP 78.578-000 CNPJ: 07.221.699/0001-69 Fone/Fax: (66) 3588 1623/1893

Art. 9o. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão a conta das verbas orçamentárias próprias, suplementadas se necessário, e de outros recursos captados no decorrer da execução do Plano.

Art. 10. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Ipiranga do Norte-MT, em 20 agosto de 2015.

Presidente

Kl GISTRE-SE E PUBLIQUE-SE PREFEITURA MUNICIPAL DE IPIRANGA DO NORTE - MT

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

IPIRANGA DO NORTE - MT

2015 PEDRO FERRONATTO

Prefeito Municipal

LISANDRO LUIZ DE JESUS FERREIRA

Vice-Prefeito

ENI SAVENE SCHNEIDER ZANATTA

Secretária Municipal de Educação, Cultura e Esporte

COMISSÃO TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Eni Savene Schneider Zanatta

Carine Lagemann

Valdinéia Valero Ruiz

Michele Guerrieri Correa

Mariza Terezinha Konrath

Mariana Machado Barbosa

FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte

Eni Savene Schneider Zanatta

Carine Lagemann

Secretaria de Finanças/Gestão Pública

Mariza Terezinha Konrath

Alci Luiz Romanini

Representante Pode Legislativo

Susana Teixeira

Karynne Patrícia Fernandes da Silva

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal

Lovani Petrikic Schmitz

Simone Prada Cordova

Representantes dos Diretores das Escolas Públicas

Markelly Silva Marquez Marques

Dilva Taffarel

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Valcir Batista Gheno

Solange Lopes Bernardes

Representantes do FUNDEB

Valdinéia Valero Ruiz

Vera Lúcia Cantoni Escobar

Representantes de Pais de Alunos da Escola Pública

Denise Maas Foguesatto

Maria Dejanira Freire de Siqueira

Representantes dos professores da rede municipal e estadual de ensino

Adriane Damin Cechetti

Michele Guerrieri Correa

Representantes da Secretaria de Assistência Social

Katcilene Nunes Correa Rosa

Cris Nunes da Silva

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde

Luís Carlos Munsi

Aparecida Carmo dos Santos Oliveira

Representantes de Instituição de Ensino Superior

Ângela Alves da Silva

Mairi Teresinha da Silva

Representantes do Conselho Municipal de Educação

Luciene de Oliveira Dias

Luzimar Eterno Campos de Carvalho

Representantes do Poder Executivo

Pedro Alessandro Alves do Nascimento

Annye Crhstine Leimann

Representantes CDL/ACEIPI

Loreci de Araújo Palhano

Jussara Inês Kuntzler

Conselho Municipal da Criança e do Adolescente

Mariana Machado Brazil Barbosa

Fernanda Beatriz da Silva Santos

Conselho Deliberativo das Unidades Escolares Municipais e Estaduais

Elisângela Marin Carbonari

Ivan Teodoro Português Joice Maria Frasson

Joana Conrad Grando

Rogério do Carmo Gabriel

Cristiane Paula Papini

Laís Helena F. F. Parolari

Márcia Alves Nunes

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ...... 08

2. INTRODUÇÃO ...... 10

3. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO ...... 13

4. DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO ...... 14

4.1. Principais acessos ao município ...... 16

4.2. Aspectos sócio-econômicos ...... 17

4.2.1. Produção agropecuária ...... 18

4.2.2. Meios de transporte ...... 20

4.2.3. Aspectos demográficos ...... 20

4.2.4. Moradia ...... 23

5. SAÚDE ...... 25

6. EDUCAÇÃO ...... 26

6.1. História da Educação do município ...... 26

6.2. Principais demandas da educação do município ...... 29

7. LEVANTAMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS ...... 35

7.1. Indicadores legais ...... 35

7.1.1. Indicadores das Receitas vinculadas ao ensino ...... 35

7.2. Indicadores de Dispêndio financeiro ...... 36

7.2.1. Evolução Histórica dos valores aplicados no Ensino Fundamental ...... 37

7.2.2. Evolução Histórica dos valores aplicados no Ensino Infantil ...... 37 7.2.3. Evolução Histórica dos valores aplicados nas demais modalidades de ensino ...... 39

7.3. Indicadores de dispêndio com pessoal ...... 40

7.4. Indicadores do gasto educacional por aluno ...... 41

7.5. Gasto educacional com professor por aluno ...... 41

8. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ...... 43

9. METAS E ESTRATÉGIAS ...... 49

10. REFERÊNCIAS...... 70

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1 APRESENTAÇÃO

Este Plano Municipal de Educação é reflexo de um esforço conjunto realizado por representantes dos diferentes segmentos de nossa sociedade local, em especial das comunidades escolares, que a vista de seu cotidiano e de suas aspirações, procurou sintetizar um conjunto de perspectivas que assumidas pelo Poder Público Municipal, possam conduzir a superação das expectativas sociais de um mundo melhor atingindo os objetivos encontrados e estabelecidos, por meio do estabelecimento de metas e recursos racionalmente definidos, garantindo o princípio de uma educação como direito, como processo de inclusão social bem como instrumento propulsor do desenvolvimento econômico e social.

Como resultado do conjunto de aspirações comunitárias, constitui-se em instrumento fundamental para que nosso município possa definir com clareza e responsabilidade a sua competência na área educacional, aspecto imprescindível para que possamos assumir o comando de nosso processo de desenvolvimento sócio-econômico-cultural sustentável.

Trata-se do primeiro Plano Municipal de Educação do município de Ipiranga do Norte-Mato Grosso.

Ele será o norteador da Política Educacional do Município, pois em sua apresentação como programa detalhado quantificando e qualificando no espaço e no tempo, configura-se com o registro de objetivos e metas comuns, decorrentes de um processo de discussão e reflexão sobre as nossas necessidades efetivamente identificadas, as ações já realizadas até aqui, os recursos financeiros disponíveis e previstos, os aspectos legais que nos dão sustentação e que deverão ser atendidos e o reconhecimento das obrigações legais para com a Educação. Este Plano aponta para num período correspondente de 10 anos o que cabe ao município realizar, e o que lhe compete demandar a outras instâncias governamentais, para, de forma articulada, coerente e racionalmente integradas as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação e o Plano Estadual de Educação, responder as questões educacionais do município. 9

Lembramos o contido na Lei Federal nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em que o município deverá desenvolver suas ações educacionais integralmente às Políticas e Planos Educacionais da União e do Estado, destarte, este Plano Municipal considerou em suas diretrizes, objetivos e metas o Plano Nacional de Educação aprovado pela Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 e o Plano Estadual de Educação aprovado pela Lei nº 10.111 de 06 de junho de 2014. Tanto quanto considerado no PNE, este Plano Municipal de Educação objetiva contribuir gradativamente, para a melhoria das condições e da qualidade de vida de toda a sociedade, propondo uma Educação de Qualidade a todos os níveis, elevação global do nível de escolarização da população, redução nas desigualdades sociais, a democratização da gestão do ensino e a realização de uma educação efetivamente inclusiva.

Este Plano Municipal de Educação que projeta políticas e fixa objetivos para a Educação Municipal em diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, concretamente responsabiliza-se pelas demandas e respectivos recursos para sua atual rede e seu crescimento nas áreas da Educação Infantil e Ensino Fundamental, com ações em curto, médio e longo prazo.

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2 INTRODUÇÃO

Do ponto de vista jurídico, normativo e institucional, o Brasil vivenciou avanços consideráveis com a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando se garantiu a adoção de uma concepção ampla de educação, sua inscrição como direito social inalienável, a corresponsabilidade dos entes federados por sua implantação e a ampliação dos percentuais mínimos dos impostos arrecadados para o seu funcionamento (Dourado, 1997).

Na sequência, vários instrumentos legais de grande impacto para a educação brasileira foram aprovadas pelo Congresso Nacional na década de 1990, destacando-se a LDB/1996 e a Emenda Constitucional nº 14/1996, que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Na década seguinte, foi importante a Lei nº 10.172/2001, que estabeleceu o PNE (2001-2010).

É importante ressaltar o processo histórico de onde surge o Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 10.172/2001, que não é fruto de decisão isolada de nenhuma autoridade de grupos políticos ou segmentos educacionais de mobilização recente impostos ao país. Sua história já vem de muitas décadas. Localizá-lo nessa perspectiva é de suma importância para entender a sua política educacional e acompanhar os próximos movimentos. O Manifesto dos Pioneiros da Educação, lançado pelos intelectuais e educadores brasileiros em 1932, já indicava ser necessário a elaboração de um plano único para a reconstrução do Sistema Educacional Brasileiro. A Constituição de 1934, depois dessa indicação, inclui um artigo (art. 150) como competência da União: “fixar o Plano Nacional de Educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos, comuns e especializados”. Esse tema foi retirado da Constituição de 1937, voltou a fazer parte do texto em 1946 e se manteve na Constituição de 1967. Lentamente foi-se consolidado, assim como, a nossa democracia. Sob o amparo da Lei nº 4.024/61, o primeiro Plano Nacional de Educação foi elaborado pelo MEC e aprovado pelo Conselho Federal de Educação de 1962. Fixava objetivos e metas para 8 anos. Passou em 1965 por uma revisão, em que foram estabelecidas normas descentralizadoras para auxiliar na elaboração dos planos estaduais. No período de 1970 a 1984, dos Planos Nacionais 11

de Desenvolvimento (PND), foram elaborados os Planos Setoriais de Educação Cultura e Desporto. Em 1988, a Assembleia Nacional Constituinte acolhe a proposta de explicitar na Constituição Brasileira o dispositivo sobre o Plano Nacional de Educação de forma mais aberta. Foram mais de 08 anos (1988 a 1996) de negociações, discussões e procura de consenso até a aprovação da nova LDB (Lei nº 9394/96).

Nesse período, realizou-se a Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien, Tailândia, 1990) promovido pela UNESCO com a elaboração do PNUB, UNICEF, BANCO MUNDIAL, vários organismos internacionais e centenas de organizações da sociedade civil.

Decorrente dessa Conferência foi a formação do EFA-9: países com maior número de analfabetos (o Brasil faz parte deles), que elaboraram os Planos Decenais de Educação para Todos.

Além destes documentos resultantes de mobilizações regionais e nacionais que foram apresentados pelo Brasil nas conferências da Unesco constituíram subsídios importantíssimos na elaboração do documento. Dentre as instituições que foram consultadas pelo MEC, destaca-se o CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação e a UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.

O MEC liderou a elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, no período de 1993 a 1994, em processos crescentes, criando planos municipais, estaduais e nacional. Nesse processo, grande parte dos dirigentes municipais e estaduais de educação teve alguma participação. A LDB instituiu a Década da Educação, vigorando a partir de 1997 (art. 87) e determinando à União o encaminhamento ao Poder Legislativo, no prazo de um ano, o PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Novamente obtem-se avanços: o plano nacional deve estar sintonizado com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ter duração de 10 anos.

Nos anos de 1998, 1999 e 2000, período de tramitação no Congresso Nacional, segue-se um amplo e constante programa de debates com emendas e sugestões apresentadas. Requerimento assinado pelas lideranças de todos os 12

partidos políticos fez com que o projeto fosse encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados, para análise e votação em regime de urgência.

No dia 09 de janeiro de 2001, o Presidente FHC sancionou a lei que instituiu o Plano Nacional de Educação com vetos a nove metas, propostos pelo Ministério da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, que foram também colocados em votação no Congresso Nacional.

No dia 25 de junho de 2014, a Presidente Dilma Roussef sancionou a Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação para o período de 2014- 2024.

O PNE trata-se de um Plano Nacional e não de um plano da União. Os objetivos e metas nele fixados são de todo o país, é um plano de Estado, não um plano de governo. Ele ultrapassa pelo menos dois períodos governamentais.

No que se refere ao Plano Municipal de Educação temos que ter clareza de que o mesmo não será um Plano de Governo, nem um Plano da rede Municipal. Ele será um Plano Educacional do município onde estarão sendo definidos diretrizes, metas e objetivos, para todos os níveis de ensino, dimensionando a cooperação dos entes federados e a aplicação criteriosa dos recursos financeiros envolvidos.

O PME servirá como instrumento para a organização sistemática da Secretaria Municipal de Educação garantindo transparência e coerência nas ações desencadeadas, bem como esclarecer e informar à população sobre a Política Educacional do município.

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3 HISTÓRIA DO MUNICÍPIO

Através da lei nº 7.265 de 29 de março de 2000 fica oficializada a emancipação política administrativa de Ipiranga do Norte-MT, desmembrando-se do município de Tapurah e em 30 de janeiro de 2002 pela lei nº 7.640 ocorre à redefinição dos limites e da área do Município. Entretanto, a implantação da primeira gestão administrativa ocorreu em 1º de janeiro de 2005.

Os primeiros trabalhos de colonização da região de Tapurah ficaram por conta de Libertino Lourenço da Silva e José Roberto, em 1969, doze anos mais tarde a Lei Estadual nº 4.407, de 30 de Novembro de 1981, criou o distrito de Tapurah, no município de . O município de Tapurah foi criado através da Lei Estadual nº 5.316, de 4 de Julho de 1988, com território desmembrado do município de Diamantino, com extensão territorial de 18.518,284 Km².

Em 1992 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA compra uma área de 34.047,00 hectares e 351 famílias são assentadas no Projeto de Assentamento ELDORADO I criado pela Resolução nº 0075 de 12 de Agosto de de 1993 que teve sua ocupação iniciada em meados de 1992, onde um grupo de famílias oriundas do Rio Grande do Sul e que se encontravam acampadas no município de - MT desde 1989, foram assentadas, pondo fim a um “conflito” que perdurava por mais de três anos.

O projeto foi desenvolvido em duas etapas demarcatórias, sendo a primeira inicialmente com 149 parcelas (lotes) de terra e a segunda de 202, com área média de 90 hectares, beneficiando um contingente de 351 famílias de trabalhadores rurais, as quais organizadas, na sua maioria, por grupos de origem: Grupo Gaúcho; grupo ; grupo Tapurah; grupo ; grupo .

Em 03 de outubro de 2004 ocorreu a 1ª eleição municipal, elegendo Ilberto Effting como Prefeito, Orlei José Grasseli como Vice-Prefeito e como vereadores Ângelo Motta da Cunha, Sérgio Alencar da Silva, Pedro Ferronatto, Ademir José Lauxen, Inês Carmen Manfrin, Everaldo Antônio Cazzarotto, Sérgio de Andrade, Gisele Tochetto e Ismael Marcolino, empossados em 1º de janeiro de 2005. 14

4 DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO

Tabela I - Aspectos Físicos e territoriais

Aspectos Indicadores

Localização geográfica Macrorregião Norte Matogrossense, Microrregião Alto Teles Pires

Área geográfica em km² 4.185,12

Extensão territorial 337.000há

População 2000 2.530

População 2010 5.123

População 2011 5.382

População 2012 5.631

Densidade demográfica (hab/km²) 1,11

Altitude 470m

Distância da capital em km 455

Limites Norte: Tabaporã e Porto dos Gaúchos; Sul: Tapurah; Leste: Sinop e Sorriso; Oeste: Itanhangá.

Comarca Sorriso

Solo predominante Predominância de solo argiloso, baixa fertilidade natural, acidez elevada, boa textura e drenagem.

Relevo Chapada dos Parecis

Hidrografia Grande Bacia Amazônica 15

Clima Equatorial (quente e úmido, seca de maio e agosto)

Temperatura 24°

Vegetação 80% cerrado e 20% mata ciliar e mata de transição

Malha hídrica Rio Teles Pires, Rio Verde, Rio Branco, Rio dos Porcos, Rio Ipiranga e Córregos Peroba, Perobinha, Matrinchã, São Paulo.

Principais atividades econômicas Agropecuária

Coordenadas 12°14’17” latitude sul e 56°09’08” longitude oeste

Data de Fundação 2005

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Governo do Estado de Mato Grosso/Prefeitura Municipal.

Figura I Mapa de Mato Grosso, Microrregião do Teles Pires - 2009

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4.1 Principais acessos ao município

Em 2006 ganhou acesso pavimentado para Sorriso graças à parceria do Governo de Mato Grosso com produtores rurais dos dois municípios, que resultou num consórcio rodoviário. Essa parceria pavimentou os 66 km da MT-242, agora com praça de pedágio perto de Sorriso, para garantir a manutenção dessa rodovia. Rodovia MT-220 Rodovia MT- 242. Rodovia MT-222 Rodovia MT- 010.

Figura II Localização do Município de Ipiranga do Norte – MT

DISTÂNCIA EM KM ENTRE OS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO Cláudia: 272 km; : 222 km; Itanhangá: 65 km; Lucas do Rio Verde: 108 km; : 196 Km; Nova Ubiratã: 188 km

ASSENTAMENTOS RURAIS REGULARIZADOS PELO INCRA:

Projeto de Assentamento Eldorado I

Projeto de Assentamento Bogorni

Projeto de Assentamento Cristalmel 17

Projeto de Assentamento Mogiana I

Projeto de Assentamento Mogiana II

Projeto de Assentamento Furnas III

Projeto de Assentamento Santa Irene

4.2 Aspectos sócio-econômicos

A atividade econômica basal do município de Ipiranga do Norte – MT compreende a agricultura mecanizada, tendo como principais cultivos: soja, milho, arroz e algodão. Em menos escala, o município possui como atividades econômicas a agropecuária, prestação de serviços, construção civil e extrativismo.

Quando analisamos os aspectos econômicos do município, é importante levar em consideração, dentre outros fatores, a sua capacidade de geração de renda através de atividades nas áreas da agricultura e pecuária.

O município possuía 213 agricultores familiares em 2006, que correspondia a 63% dos seus produtores. Esses agricultores familiares acessavam a 09% da área, ocupavam 40% da mão de obra do setor e participavam com 10% do valor da produção agropecuária municipal. Atualmente, temos 160 agricultores familiares cadastrados com DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf).

Figura III – Valor Interno Bruto

Fonte: IBGE. 18

Figura IV – Participação dos Setores econômicos no PIB 2010

Administração Pública Impostos

Serviços

Indústria

Agropecuária

Fonte: PPA – 2014/2017

Abaixo a tabela II caracteriza as empresas, o pessoal e o salário a nível municipal:

Tabela II - Características das Empresas, Pessoal e Salário – 2011

Número de empresas atuantes 160 Unidades

Número de unidades locais 163 Unidades

Pessoal ocupado assalariado 702 Pessoas

Pessoal ocupado total 879 Pessoas

Salário médio mensal 2,8 Salários Mínimos

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

4.2.1 Produção agropecuária

É importante levar em consideração, dentre outros fatores, a capacidade de geração de renda através de atividades nas áreas da pecuária e agricultura. No caso da pecuária, dados coletados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, referentes a 2013, apontam que as 5 (cinco) principais cultural de rebanho local são as indicadas no gráfico a seguir, assim como também as principais culturas agrícolas no 19

município, divididas entre aquelas permanentes e aquelas temporárias, conforme demonstrado no gráfico que segue.

Figura V - Distribuição das 5(cinco) principais culturas de rebanho do município - 2013

Fonte: IBGE.

Figura VI – Distribuição das principais culturas de agricultura do município

Fonte: IBGE.

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4.2.2 Meios de Transporte

Abaixo discorremos quanto ao tipo de frota existente no município. Repare a ascensão no quantitativo do tipo de transporte de 2011 para 2012, isso reflete as melhores condições e poder aquisitivo acompanhando o crescimento populacional.

Tabela III - Frota existente no município – 2011 e 2012

Meio de Transporte 2011 Percentual 2012 Percentual

Automóvel 604 35,48% 727 34,53%

Caminhão 106 6,22% 130 6,17%

Trator 45 2,64% 71 3,37%

Caminhonete/Camionete 289 16,98% 361 17,14%

Micro-ônibus 2 0,11% 3 0,14%

Motocicleta/motoneta 564 33,13% 659 31,3%

Ônibus 5 0,29% 6 0,28%

Utilitários 5 0,29% 13 0,61%

Outros 82 4,81% 135 6,41%

Total de veículos 1.702 100% 2.105 100%

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

4.2.3 Aspectos demográficos

O município foi criado em 2000, porém os dados oficiais sobre a população referem-se ao ano de 2010 com previsão de crescimento até 2014, conforme IBGE. 21

Figura VII – Evolução Populacional

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

A população residente apresenta perfil jovem, sendo que a maior parte, 2.086 habitantes, é natural da região sul. (IBGE, Censo Demográfico 2010).

Devido o cultivo de lavouras (entressafras) e produtos do campo, há uma grande necessidade de mão-de-obra e em alguns casos é necessário recrutar trabalhadores de outras regiões do país, principalmente norte e nordeste.

É importante salientar um considerável grau de urbanização e conseqüente êxodo rural de Ipiranga do Norte, pois a população urbana de 2010 representa 67,8% e a rural 32,2%.

22

Figura VIII - População residente no município por faixa etária – 2010

Ipiranga do Norte Idade Homens Mulheres 0 a 4 anos 193 161 5 a 9 anos 259 205 10 a 14 anos 266 218 15 a 19 anos 218 253 20 a 24 anos 275 215 25 a 29 anos 285 253 30 a 34 anos 258 247 35 a 39 anos 231 196 40 a 44 anos 219 162 45 a 49 anos 193 128 50 a 54 anos 127 95 55 a 59 anos 81 66 60 a 64 anos 48 39 65 a 69 anos 39 27 70 a 74 anos 24 15 75 a 79 anos 13 5 80 a 84 anos 2 5 85 a 89 anos 1 2 90 a 94 anos 2 0 95 a 99 anos 0 0 Mais de 100 anos 0 1 Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

Tabela IV – População 2010

Censo População Urbana 1.648 Populacional IBGE/2010 População Rural 3.475

Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

23

4.2.4 Moradia

Quanto ao tipo de habitação, conforme base de dados do Datasus há predominância de residências de alvenaria. De acordo com a fonte, o município possuía em 2012, 1.485 residências, sendo que 1.055 (71%) estavam localizadas na zona urbana e 430 (29%) na zona rural. As casas de madeira merecem também um destaque, tanto na zona rural, quanto na zona urbana.

O município de Ipiranga do Norte – MT tem implantado projetos de habitação para melhorar as condições de moradia da população mais carente. Os benefícios sociais e ambientais desses projetos contribuem significativamente para a melhoria das condições de vida da população.

Tabela V - Tipo de habitação – 2011

Tipo de casa/família 2011 Característica

Zona rural % Zona % Urbana

Alvenaria 878 269 30,6 609 69,4

Taipa 13 - - 13 100

Taipa não revestida 4 3 75 1 25

Madeira 474 149 31,5 325 68,5

Material Aproveitado 8 - - 8 100

Outros 2 - - 2 100

Total de famílias 1.379 421 30,5 958 69,5

Fonte: Datasus.

24

Tabela VI - Tipo de Habitação – 2012

Tipo de casa/família 2012 Característica

Zona rural % Zona % Urbana

Alvenaria 999 290 29 709 71

Taipa revestida 11 - - 11 100

Taipa não revestida 4 3 75 1 25

Madeira 463 137 29,5 326 70,5

Material Aproveitado 7 - - 7 100

Outros 1 - - 1 100

Total de famílias 1.485 430 28,9 1.055 71,1

Fonte: Datasus.

25

5 SAÚDE

Dados demográficos do município de Ipiranga do Norte, segundo IBGE, SIM e SINASC.

Tabela VII - Indicadores de Natalidade de Ipiranga do Norte-MT – 2011 e 2012

Período Nascidos vivos População Taxa bruta de residente natalidade

2011 91 5.382 16,9

2012 87 5.631 15,4

Fonte: IBGE/SINASC.

Tabela VIII - Indicadores de mortalidade de Ipiranga do Norte – MT – 2011 e 2012

Período Óbitos População Taxa bruta de residente mortalidade

2011 15 5.382 2,7

2012 16 5.631 2,8

Fonte: IBGE/SIM.

As tabelas permitem identificar uma queda discreta, na taxa de natalidade, se comparado o ano de 2011 ao ano de 2012, o contrário se aplica a taxa de mortalidade.

26

6 EDUCAÇÃO

6.1 História da Educação do município

A origem da organização social de Ipiranga do Norte ocorreu através de assentamentos de reforma agrária do INCRA. Em 29/03/2000 através da Lei 7.265 fica oficializada a emancipação política administrativa de Ipiranga do Norte-MT. Entretanto, a implantação da primeira gestão administrativa ocorreu em 01 de janeiro de 2005. Cabe salientar que do ano de 2000 a 2005, a comunidade de Ipiranga do Norte ficou com a responsabilidade de auto-gestão sem poder de gerir seus recursos financeiros. O que está implantado nesta localidade é por esforço da comunidade e isso a torna merecedora de respeito e admiração do poder público.

Ipiranga do Norte caracteriza-se por uma população jovem formada por famílias que vieram de vários lugares deste país em busca de oportunidades oferecidas pela exploração da atividade agrícola e de outras atividades que dela dependem. Logo, define-se o perfil de Ipiranga do Norte. Um município novo que necessita de "cuidados especiais", pois tem uma demanda de necessidades básicas para atender a população, entre elas, a educação.

Em 1993 foi fundada a primeira escola, denominada Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida que atende alunos do Ensino Fundamental até 5º ano. Em 1998 foi criada a Escola Estadual André Antônio Maggi, que atende do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio. Em 2010 o Centro Municipal de Educação Infantil “Primeiros Passos” foi criado para atender crianças de 0 à 3 anos e em 2013 criou-se a Escola Municipal Crescer e Aprender para atender crianças de 4 e 5 anos.

Atualmente a clientela das três unidades escolares municipais e uma da rede estadual são oriundas de todas as regiões do Brasil, justificando a grande diversidade cultural existente.

As escolas estão inseridas num contexto sócio, econômico, político, cultural e educacional, que influencia diretamente as práticas pedagógicas, fazendo-se necessário, conhecer e analisar sua realidade. 27

A equipe de professores das unidades escolares é composta na sua totalidade por profissionais com o curso de Nível Superior e especialização na área de educação.

Os alunos são procedentes da área urbana e da área rural os quais utilizam o transporte escolar gratuito. Alguns alunos residem a mais de 80 km de distância da escola, o que pode muitas vezes, causar o desinteresse pelos estudos, pelas dificuldades e pelo período que passam dentro do ônibus. Sendo assim recebem um lanche antes de entrar para sala de aula as 06h45min e as 12h45min horário que chegam a escola.

As escolas possuem Projeto Político Pedagógico que prioriza o diálogo com as famílias buscando acolher e respeitar as diferentes culturas e estruturas familiares sem, contudo, perder de vista seus princípios educativos.

Nessa proposta de ação colaborativa e democrática, a escola oferece espaços de interlocução com as famílias dentre os quais: reuniões de pais, momentos culturais (festas), encontros pedagógicos e eventos temáticos.

Sabe-se que é essencial o aprimoramento da educação, assim sendo o município busca cada vez mais aprimorar suas atividades voltadas à educação da população residente. Abaixo segue a tabela que mostra a distribuição dos alunos matriculados de acordo com a instituição.

Tabela X - Rede escolar - 2014

Instituição Quantidade %

Cmei “Primeiros Passos” 195 12,20

Escola Municipal Crescer e Aprender 187 11,70

Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida 459 28,70

Escola Estadual André Antônio Maggi 758 47,40

Total de alunos matriculados nas escolas 1.599 100%

Fonte: INEP/MEC. 28

Tabela XI - Escolaridade - 2010

Número de pessoas

Sem instrução/fundamental incompleto 2.254

Fundamental completo/Médio incompleto 911

Médio completo/superior incompleto 826

Superior completo 211

Não determinado 11

Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IBED) do município de Ipiranga do Norte apresenta um avanço considerável em relação ao estado e o país.

Tabela IX – Metas projetadas Ideb

Ideb Observado Metas projetadas Escola 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Escola Mun. Nossa 2,4 4,9 5,5 5,4 6,0 2,6 3,3 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 Senhora Aparecida Escola Est. André 3,5 3,7 4,7 4,3 5,1 3,5 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5 Antônio Maggi Fonte: MEC/INEP/IDEB.

No que se refere ao Ensino Superior, o município oferece auxílio financeiro para contratação de veículos para transporte dos acadêmicos até Sorriso. No município existe uma Instituição privada à Distância, que fornece vários cursos de nível superior e técnico. 29

No ano de 2014 iniciaram no município os cursos técnicos em Agropecuária, Informática e Zootecnia. Os cursos são desenvolvidos através do Pronatec e Instituto Federal do Mato Grosso em parceria com a Prefeitura Municipal.

6.2 Principais demandas da educação do município

Abaixo são apresentadas tabelas que tem como objetivo identificar as deficiências e ter maior clareza da situação educacional no município.

Tabela XII – Escola/Localização/Matrícula

MATRÍCULA MATRÍCULA ENS. MATRÍCULA ENS. MATRÍCULA MATRÍCULA LOCALI ED. FUNDAMENTAL II MÉDIO ESCOLA ED. INFANTIL/ ENSINO ZAÇÃO INFANTIL/PRÉ CRECHE FUNDAMENTAL I ESCOLA

Regular EJA Regular EJA

Centro Municipal de Educação Infantil Sede 190 ------“Primeiros Passos”

Escola Municipal Sede - 186 - - - - - Crescer e Aprender

Escola Municipal Nossa Senhora Sede - - 505 - - - - Aparecida

Escola Estadual André Sede - - - 366 77 319 97 Antônio Maggi

Fonte: Secretaria Municipal de Educação/Ipiranga do Norte –MT/Censo Escolar 2014.

30

Tabela XIII – Taxa de crescimento de matrícula da Educação Infantil - Creche

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XIV – Taxa de crescimento de matrícula da Educação Infantil – Pré Escola

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

31

Tabela XV – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XVI – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Finais

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

32

Tabela XVII – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Médio

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XVIII – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Finais - EJA

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

33

Tabela XIX – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Médio – EJA

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XX – Demanda ativa por Educação Infantil (0 à 3 anos)

IDADE TOTAL MATRICULADO NÃO MATRICULADO

<1 79 14 65

1 79 52 27

2 98 66 32

3 99 70 29

TOTAL 355 202 153

Fonte: Datasus - CGPNI/DEVEP/SVS-MS e Escolas Municipais.

34

Tabela XXI – Demanda ativa por Educação Infantil (4 e 5 anos)

IDADE TOTAL MATRICULADO NÃO MATRICULADO

4 100 82 18

5 100 89 11

TOTAL 200 171 29

Fonte: Datasus - CGPNI/DEVEP/SVS-MS e Escolas Municipais.

35

7 LEVANTAMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS

7.1 Indicadores Legais Tabela XXII – Indicadores legais

Fonte: SIOPE/MEC.

Os indicadores Legais representam a situação do município ao longo do período 2010-2014, em relação ao cumprimento legal estabelecido na Constituição Federal da aplicação de no mínino 25% das receitas de impostos e transferências em Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.

O resultado indica que o município tem cumprido o limite constitucional sempre acima do limite mínimo previsto fechando em média 28,12% ao ano.

7.1.1 Indicadores das Receitas Vinculadas ao Ensino

Tabela XXIII – Receitas vinculadas ao ensino

Fonte: SIOPE/MEC.

36

Da mesma forma, demonstra a regularidade no cumprimento ao limite mínimo dos 60% do FUNDEB, destinando em média 92,04% dos recursos para pagamento da remuneração dos professores. Atualmente com a consolidação da Carreira dos profissionais e adequação ao piso nacional dos professores, 100% dos recursos do FUNDEB serão destinados para pagamento de salários dos professores.

7.2 Indicadores de Dispêndio Financeiro

Tabela XXIV – Dispêndio financeiro

Fonte: SIOPE/MEC.

Os indicadores do dispêndio financeiro demonstram que o Ensino Fundamental detém a maior parte do dispêndio financeiro no âmbito do total das despesas com educação perfazendo em média 70% dos gastos, seguido da Educação infantil com 19,25% e as demais despesas com ensino superior e alimentação escolar paga com recursos próprios.

37

7.2.1 Evolução Histórica dos Valores aplicados no Ensino Fundamental

O ensino fundamental apesar de deter maior parte dos dispêndios financeiros, não sofreu grandes alterações ao longo dos anos haja vista a baixa variação em relação ao número de matrículas para esta modalidade. A despesa de custeio cresceu proporcionalmente em relação ao número de alunos, estando, portanto as maiores variações da despesa relacionadas aos investimentos realizados, como construção e ampliação da rede física escolar, aquisição de veículos para o transporte escolar e aparelhamento da escola em geral.

Tabela XXV – Dispêndio Ensino Fundamental

Fonte: SIOPE/MEC.

7.2.2 Evolução Histórica dos Valores aplicados no Ensino Infantil

Os dispêndios no ensino infantil, ao contrário da modalidade anterior, tiveram maior variação ao longo dos anos haja vista a grande rotatividade de matrículas nesta modalidade. A oferta do Centro de Educação Infantil – CMEI, (Creche), resultou num aumento considerável das despesas na educação infantil a partir de 38

2011. Da mesma forma as despesas com a Pré escola também tiveram um crescimento considerado ao longo dos anos.

Tabela XXVI – Dispêndio Educação Infantil

Fonte: SIOPE/MEC.

Tabela XXVII – Detalhamento das despesas da Creche Detalhamento das Despesas da Creche - Exercício 2014

Total geral de Funcionários 39 Nº professores Efetivos 14 Nº Professores Contratados 4 Nº Demais profissionais de apoio 21 Total de Alunos Matriculados 164 Custo Total 1.300.014 Salário e encargos sociais 1.094.293 Bens e Serviços 158.562 Alimentação 47.159

Tabela XXVIII – Detalhamento das despesas com pré escola Detalhamento das Despesas com Pré-Escola – Exercício 2014 Total geral de Funcionários 17 Nº professores Efetivos 13 Nº Demais profissionais de apoio 4 Total de Alunos Matriculados 166 39

Custo Total 909.938 Salário e encargos sociais 684.170 Bens e Serviços 190.378 Alimentação 35.390

7.2.3 Evolução Histórica dos Valores aplicados nas demais modalidades de Ensino

As demais modalidades de ensino referem-se à educação Especial, Ensino superior e Profissionalizante. Destaca-se que na educação especial concentram-se as despesas da oferta de ensino para alunos portadores de necessidades especiais das mais diversas formas, inclusive os alunos com dificuldade de aprendizagem com necessidade de atendimento especializado. As despesas com ensino superior representam aproximadamente 2% do total do dispêndio na educação, haja vista o atendimento estar voltado no âmbito da atenção básica municipal. Portanto, as despesas com ensino superior e profissional provém de parcerias com instituições públicas e privadas visando o apoio no atendimento destas modalidades.

Tabela XXIX – Dispêndio Financeiro

Fonte: SIOPE/MEC.

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Tabela XXX – Detalhamento das despesas com ensino fundamental

Detalhamento das Despesas com Ensino Fundamental – Exercício 2014 Total geral de Funcionários 51 Nº professores Efetivos 26 Nº Professores Contratados 5 Nº Demais profissionais de apoio 20 Total de Alunos Matriculados 448 Custo Total 3.411.253 Salário e encargos sociais 2.155.047 Bens e Serviços 1.186.877 Alimentação 69.328

7.3 Indicadores de Dispêndio com Pessoal

Tabela XXXI – Dispêndio com pessoal

Fonte: SIOPE/MEC.

Este indicador demonstra que as despesas com pessoal e encargos sociais da área educacional ativa representaram em média 98% das despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino, sendo 44,76% despesas com professores e 17,94% com os demais profissionais não docentes.

41

7.4 Indicadores do Gasto Educacional por aluno

Este indicador demonstra o gasto educacional por aluno no âmbito da educação básica abrangendo as modalidades: fundamental, infantil e especial.

O aluno do ensino fundamental representa o maior gasto, contudo, destaca- se o crescimento expressivo no gasto com aluno educação infantil como apresentado a seguir:

Tabela XXXII – Gasto educacional por aluno

Fonte: SIOPE/MEC.

7.5 Gasto Educacional com Professor por Aluno

Este indicador demonstra as despesas com professores por aluno da educação básica. Percebe-se que a partir de 2011, com a implantação da política de carreira e valorização salarial através da elaboração do plano de cargos e carreiras para os profissionais da educação básica, o gasto com professor aluno tem aumentado. Da mesma forma, o aumento na demanda necessitou a ampliação do número de vagas e conseqüentemente a contratação de novos profissionais o que favoreceu para este aumento. 42

Tabela XXXIII – Despesa com professor por aluno

Fonte: SIOPE/MEC.

43

8 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Durante toda a História Brasileira, desde o Período Colonial, pode-se observar diferentes políticas educacionais,por assim dizer, mas não propriamente dispositivos legais que normatizassem a Educação no país, dando a esta a importância e destaque merecidos e investimentos necessários, a não ser a partir da década de 20 do século XX, quando iniciaram-se questionamentos diversos com relação à estrutura educacional do país, tendo como principais defensores os próprios profissionais da área, culminando, em 1932, com o Manifesto dos Pioneiros. Para tanto, segue-se um breve histórico relativo ao Plano Nacional de Educação no Brasil, desde a estruturação da Educação no Período Colonial até os dias atuais.

No Brasil Colônia, antes da expulsão dos Jesuítas, eram estes que geriam a Educação no Brasil, através de recursos oriundos de suas atividades comerciais de compra e venda de gado, permitidos pela Coroa Portuguesa para tal, além da redízima ( 10% do dízimo arrecadado pela Igreja) repassada por esta aos religiosos. A clientela da época se limitava aos filhos de portugueses residentes no Brasil e os mais que aqui chegavam, além dos indígenas (para catequização destes pelos jesuítas). Durante o tempo em que os Jesuítas dirigiram o sistema educacional da época, os recursos foram suficientes para a criação de dezessete colégios e centenas de escolas em vários pontos da Colônia. Contudo, com a expulsão dos Jesuítas, ocorreu uma carência de escolas em vários locais onde já havia clientela para tal, e em 1772, foram instituídas as Aulas Régias pelo Marquês de Pombal, estas para atendimento exclusivamente à população masculina de brancos e mamelucos, e mantida por recursos ( precaríssimos) oriundos do “ subsídio literário” da Câmara Municipal, arrecadados de impostos pagos por açougues e destilarias. Estes recursos eram destinados ao sustento do sistema educacional, tanto aos custos com o ensino bem como para pagamento dos professores.

No Brasil Imperial, D. Pedro I sancionou uma lei de criação de escolas públicas e gratuitas, em 1827, para atendimentos de meninos e meninas em vários pontos do país. Mas em 1834, a responsabilidade com as despesas com a Educação no Ensino primário e secundário, passa a ser de responsabilidade das 44

Províncias, tanto nos custos com o ensino bem como para o pagamento de professores e funcionários. Os recursos repassados eram oriundos de impostos arrecadados, equivalentes ao ICMS atual.

No início da República, a Constituição garantiu o ensino público, laico e gratuito à toda a população, permitindo também atuações da iniciativa privada (ensino particular), em que os custos eram divididos entre a União, Estados e Municípios, com repasses oriundos de arrecadação de seus impostos, sendo que esta arrecadação supria não só o setor educacional, mas também os demais setores da administração.

Somente no início do século XX começará a haver uma maior preocupação com a Educação, ao nível de um planejamento nacional, e na década de 20, políticos e educadores, preocupados com o grande aumento da demanda pelo ensino (devido à abolição, imigração, urbanização e industrialização) e a qualidade do mesmo, palpáveis e a cada dia mais desiguais, começaram um questionamento do sistema com relação à necessidade de um planejamento a nível nacional. Com isto, ocorrem diversos congressos e conferências nacionais. Inclusive, a Reforma Rocha Vaz tenta universalizar o ensino primário e trabalhar na valorização salarial dos professores através de convênios entre Estados e Municípios. Todo esse questionamento culminaria com o lançamento do Manifesto dos Pioneiros, em 1932, em que se propunha uma reconstrução do sistema educacional, na forma de um plano nacional e cientificamente embasado. Este manifesto teve profunda influência, a ponto de influenciar na Constituição de 1934, onde, em seu Artigo 150, passa a constar como dever da União “ fixar o plano nacional de educação compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País.” No entanto, a Golpe de 1937 centralizou as atividades, embora as propostas não fossem esquecidas.

Ao longo do tempo, todas as Constituições ( de 1946, de 1967 e de 1988) incorporaram a idéia de um plano nacional, seja ou não na forma da lei. A primeira legislação referente é sancionada em 1962, a Lei 4024/61, elaborada pelo MEC durante o Governo de João Goulart. Contudo, ocorrido o Golpe Militar de 1964, ela sofre revisão pelo Governo de Castelo Branco em 1965. 45

Durante os anos de ditadura militar, a ideia de um plano nacional de educação foi substituída pelos Planos Nacionais de Desenvolvimento, onde nestes, a Educação era somente um dos itens. E enquanto a demanda nos Estados e Municípios aumentava, os recursos não eram suficientes para a manutenção, bem como a oferta, o que se refletiu no prejuízo da qualidade de ensino, tanto em meios para o sistema como na desvalorização dos professores.

Com o processo de redemocratização, veio com ela uma reflexão do sistema educacional. O ensino privado havia crescido em sua oferta, e inclusive recebendo recursos públicos (período de 1971 a 1986), havendo também aumento de disponibilidade de verbas públicas através da Emenda Calmon, de 1983, com vinculação de 13 % dos impostos federais e 25 % dos estaduais e municipais à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Durante a Constituinte, além de estabelecer a educação como direito de todos e dever do Estado, a gratuidade do ensino em todos os níveis, tentou-se a vinculação todos os recursos públicos para as escolas públicas, bem como carreira nacional para os professores,onde estes foram combatidos pela iniciativa privada, que encontrou apoio nos constituintes do “Centrão”. Contudo, apesar da promulgação da Constituição em 1988, a ideia de realização de um plano nacional de educação ficou de certa forma estagnada devido às políticas neoliberais no governo Collor. Além disso, foram diversos textos de propostas para o plano nacional de educação, sendo dez na Câmara e três no Senado, atrasando, com isso, a dinamização na discussão e elaboração do mesmo. Ainda mais com um plano que se propunha à erradicação do analfabetismo (o que equivalia alfabetizar mais de 25 milhões de pessoas acima dos quinze anos, à época) e a universalizar o atendimento escolar, nos 1º, 2º e 3º graus. Durante todo o período de elaboração da Constituição, houve a atuação sempre presente do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, formado por vários segmentos da sociedade civil, além dos profissionais da Educação nos três segmentos ( professores, funcionários e alunos). Este fórum foi responsável por inúmeras propostas legislativas para a Constituição e a LDB.

Para garantir um início de atividades relativas ao plano nacional, adiciona-se à Constituição, texto que garantia, nos dez primeiros anos da nova Constituição 46

(Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Artigo 60) esforços do Poder Público para a erradicação do analfabetismo e universalização do ensino fundamental. Apesar disso, não houve encaminhamento algum, de projeto de lei para PNE, e por isso, executando-se o Plano Decenal, de 1993-94, nada se definiu quanto ao plano, durante a gestão de três presidentes (José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco), e com isso, apesar de constante na Constituição, na prática ainda nada havia sido realizado.

Ainda durante a Constituinte, treze projetos para a LDB foram protocolados no Congresso Nacional, e discutia-se uma LDB garantindo repasses de verbas de forma crescente e proporcionais à demanda e à qualidade, não esquecendo-se a valorização dos professores. Contudo, após as eleições de 1990, alguns constituintes influentes para viabilização de uma LDB justa não são reeleitos, e com isso a direita assume a Comissão de Educação e a do relatório do projeto, e a LDB anteriormente discutida sofre alterações que inviabilizam a realização em determinados aspectos. Por fim, o projeto de lei para a nova LDB que seria aprovado foi o de autoria do Senador Darcy Ribeiro. Na nova LDB, a União fica responsável pela elaboração do PNE, bem como o mesmo deveria estar terminado até o ano de 1998, e pronto para implementação.

Em 1996 acontece com sucesso o primeiro Congresso Nacional de Educação – CONED com objetivo de discutir a política nacional de educação, contestando as práticas do Governo FHC e propor um PNE alternativo. Após a sanção da nova LDB foi organizado e realizado o II CONED em novembro de 1997 que, devido à falta de avanços no setor, não houve maiores discussões, que ocorreram nos enfoques do TV Escola, PCNs, Dinheiro Direto na Escola, programas do Livro Didático e Merenda Escolar, ainda mais considerando o adiantamento da vigência do FUNDEF para 1º de janeiro de 1998, com isso, as demais discussões não tinham a amplitude necessária para discussão por falta de legitimidade, bem como de recursos. Apesar disso, o Fórum reuniu uma comissão que elaborou o PNE, subscrito por deputados do PT e protocolado na Câmara como Projeto de Lei 4155, no entanto, este PNE do CONED não vai muito além do já estabelecido na Constituição.

No dia seguinte ao protocolamento do PNE do CONED, o MEC protocola sua versão, o Projeto de Lei 4173/98. Este PNE era o adequado somente às políticas do 47

Governo FHC, perdendo as possibilidades de financiamentos crescentes, bem como não atendia de forma suficiente à questão da quantidade/qualidade. Além do mais, o tempo compreendido entre sua formulação e execução foi de quase três anos, de 11/02/98 a 09/01/2001, caracterizando uma falta de interesse maior por parte do governo federal.

O PNE foi aprovado na Comissão de Educação e no Senado em dezembro de 2000, e em seguida, sancionado pelo Presidente da República, com nove vetos.

Os vetos são de ordem econômica, sendo que o governo federal justificou-se por não ser possível prover, no Plano Plurianual –PPA, com os recursos federais necessários, devido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Apesar de todos os obstáculos surgidos e de todos os esforços, o PNE ainda não atenderia às reais necessidades. E será somente com esforço da sociedade e dos políticos compromissados com a causa educacional, que esta situação poderá ser revertida.

O Plano Estadual de Educação – PEE, não teve referência na Constituição do Estado de Mato Grosso, de 1989, ainda que a Constituição Federal, de 1988, estabelece a necessidade de formulação do Plano em nível nacional, o que, se estende aos Estados e Municípios brasileiros.

O V Encontro Estadual de Educação, em 1997, “Escola, Salário, Emprego – Construindo um Plano Estadual de Educação”, o SINTEP-MT, após debate ocorridos no I CONED, em 1996, e se preparando para o II CONSED, constituiu um espaço democrático para que fosse proposto, discutido e elaborado o Plano Estadual de Educação – MT.

Como constava na versão preliminar do PEE-MT, “o principal marco histórico – jurídico-político-educacional para a criação do PEE-MT, é a Lei Complementar nº49/98 – Lei do Sistema Estadual de Ensino, de 1 º de outubro de 1998. Este instrumento jurídico situava o PEE-MT como um processo em permanente construção. Enquanto tal é que deverão ser definidos os mecanismos, as relações e os processos que nortearão e elaboração e execução do referido Plano. Enquanto processo, o PEE – MT deverá ser construído partindo de um diagnóstico das questões que serão tratadas, definindo suas diretrizes, prioridades, objetivos, metas, sujeitos, espaços, fontes, recursos, custos e forma de gestão”. 48

Passados os 10 anos, e após muitas discussões, em 25 de junho de 2014, a Presidente Dilma Roussef, através da Lei nº 13.005/2014 sanciona o atual Plano Nacional de Educação.

Em 06 de junho de 2014, através da Lei nº 10.111, o Governador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, dispõe sobre a revisão e alteração do Plano Estadual de Educação, instituído pela Lei 8.806/2008.

No dia 30 de janeiro de 2014, é instituído a Comissão Técnica de elaboração do Plano Municipal de Educação de Ipiranga do Norte-MT, por meio do Decreto nº019/2014.

Através da Lei Municipal nº 510 de 28 de abril de 2015, é criado o Fórum Permanente de Educação para implementação, acompanhamento, avaliação, revisão e emendas do PME.

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9 METAS E ESTRATÉGIAS

META 1 - Ofertar educação infantil a 100% (cem por cento) da demanda de crianças de 0 a 03 anos até 2017.

Indicador - número de crianças de 0 a 3 anos atendidas em relação ao total de crianças nessa faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar, em regime de colaboração, levantamento anual da demanda da população de até 03 anos, criando banco de dados e publicizando-o para planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade).

3. Assegurar que as unidades escolares tenham definido sua política para a Educação Infantil, com base nas diretrizes e sugestões de referenciais curriculares nacionais e nas normas complementares estaduais e municipais.

4. Garantir que todas as instituições que ofertam a Educação Infantil tenham formulado seus projetos pedagógicos com a participação dos profissionais de educação e comunidade escolar, observando o Plano Nacional de educação infantil e os seguintes fundamentos norteadores: a) princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. 50

5. Criar e construir centros de Educação Infantil, ampliando os já existentes, para atendimento conjunto de crianças de 0 a 03 anos, conforme padrões mínimos exigidos pela Legislação, considerando a demanda do município com a contrapartida do Estado e União.

6. Garantir que as unidades escolares de educação infantil façam a devida adequação de seu funcionamento, atendendo às necessidades da comunidade em que estão inseridas.

7. Garantir alimentação escolar adequada para todas as crianças atendidas nos estabelecimentos públicos e conveniados de Educação Infantil.

8. Garantir ações complementares socioeducativas de apoio às famílias de crianças de 0 a 03 anos, tais como palestras sobre desenvolvimento infantil e oficinas pedagógicas, promovendo a interação pais/crianças.

META 2 - Ofertar a Educação Infantil para 100% (cem por cento) de crianças de 04 e 05 anos até 2016.

Indicador: número de crianças de 4 a 5 anos atendidas em relação ao total de crianças nessa faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar, em regime de colaboração, levantamento anual da demanda da população de 04 e 05 anos, criando banco de dados e publicizando-o para planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade). 51

3. Assegurar que as unidades escolares tenham definido sua política para a Educação Infantil, com base nas diretrizes e sugestões de referenciais curriculares nacionais e nas normas complementares estaduais e municipais.

4. Garantir que todas as instituições que ofertam a Educação Infantil tenham formulado seus projetos pedagógicos, com a participação dos profissionais de educação e comunidade escolar, observando a política municipal de educação infantil e os seguintes fundamentos norteadores: a) princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

5. Criar e construir centros de Educação Infantil, ampliando os já existentes, para atendimento conjunto de crianças de 04 e 05 anos, conforme padrões mínimos exigidos pela legislação, considerando a demanda do município com a contrapartida do estado e união.

6. Garantir que as unidades escolares de educação infantil façam a devida adequação de seu funcionamento, atendendo as necessidades da comunidade em que estão inseridas.

7. Garantir alimentação escolar adequada para todas as crianças atendidas nos estabelecimentos públicos e conveniados de Educação Infantil.

8. Garantir ações complementares socioeducativas de apoio às famílias de crianças de 04 e 05 anos, tais como palestras sobre desenvolvimento infantil e oficinas pedagógicas, promovendo a interação pais/crianças.

9. Atender a demanda de transporte escolar para alunos oriundos da zona rural e terras ocupadas por indígenas, quilombolas e assentados, em regime de colaboração entre União, Estado e Município, observando aos princípios básicos de 52

segurança exigidos pelo Departamento Nacional de Trânsito, e ainda, levando em consideração: a) Tempo de permanência e idade mínima dos alunos que se beneficiarão dele; b) Presença de um monitor por veículo para ajudar o motorista a cuidar dos alunos.

META 3 - Atender 100% (cem por cento) da população escolarizável no ensino fundamental até 2015 na idade apropriada.

Indicador: percentual da população atendida no ensino fundamental na idade apropriada em relação ao total da população escolarizável, nesta faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar anualmente o mapeamento da população escolarizável em idade escolar obrigatória que se encontra fora da escola, por residência e local de trabalho dos pais.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade).

3. Reduzir em 100% (cem por cento) a distorção idade/ano, com qualidade na aprendizagem.

4. Reduzir em 100% (cem por cento) a repetência e a evasão no ensino fundamental, primando pela qualidade da Educação.

5. Atender a demanda de transporte escolar para alunos oriundos da zona rural e terras ocupadas por indígenas, quilombolas e assentados, em regime de colaboração entre União, Estado e Municípios, observando aos princípios básicos de segurança exigidos pelo Departamento Nacional de Trânsito, e ainda, levando em consideração: a) tempo de permanência e idade mínima dos alunos que se beneficiarão dele; 53

b) presença de um monitor por veículo para ajudar o motorista a cuidar dos alunos.

6. Assegurar a observância e implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem desenvolvidos pelo MEC para os (as) alunos (as) do ensino fundamental;

7. Criar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as) do ensino fundamental e otimizar a aplicação dos mecanismos disponíveis;

8. Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude.

META 4 - Apoiar a oferta de ensino médio.

Indicador: número de matrículas no ensino médio em relação a população escolarizável.

Estratégias:

1. Apoiar a oferta do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional para atender a demanda.

2. Apoiar cursos profissionalizantes presenciais e a distância, com elevação da escolaridade, para atender demandas específicas, especialmente trabalhadores que atuam em setores econômicos sazonais.

3. Incentivar a participação dos estudantes concluintes do ensino médio no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.

54

META 5 - Atender aos estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, atendendo a 100% (cem por cento).

Indicador: número de estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade ou superdotação atendidos em relação à demanda total.

Estratégias:

1. Estabelecer parcerias com as áreas de assistência social e saúde para a realização de mapeamento e busca ativa de pessoas com deficiência fora da escola, por residência ou local de trabalho.

2. Oferecer espaços físicos com adequação de acessibilidade aos diversos tipos de deficiências, além de incluir os profissionais da educação que tenham algum tipo de necessidade especial.

3. Garantir salas de recursos nas escolas da rede pública de educação básica sempre que se fizer pertinente ou necessário.

4. Ampliar e fortalecer o atendimento individualizado, em parceria com assistência social e saúde, aos estudantes que tenham impedimento comprovado por meio de laudo médico.

5. Atender a demanda pelos serviços e apoios especializados como complementação do processo de escolarização.

6. Expandir o atendimento às pessoas com surdez, garantindo intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para estudantes surdos nas salas regulares, investindo na formação de recursos humanos, em parcerias com as IES públicas e organizações não governamentais.

7. Fortalecer e ampliar transporte adaptado para estudantes com necessidades especiais das escolas, em parceria com Secretaria Municipal de Assistência Social e Saúde. 55

8. Capacitar os profissionais da educação das unidades escolares municipais, para que se assegure, na proposta pedagógica, a inclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais.

9. Disponibilizar livros de literatura e didáticos em Braille, falados e em caracteres ampliados, às escolas que têm estudantes cegos e de baixa visão, bem como livros adaptados para alunos com deficiência física, por intermédio de parcerias com instituições de assistência social, cultura e organizações não governamentais, União e Estado.

10. Estabelecer parcerias com a área de saúde e assistência social do Estado e Município, previdência e outras instituições civis afins, para aplicar testes de acuidade visual, auditiva e demais exames especializados nos estudantes das instituições de educação básica.

12. Apoiar ações e programas de inclusão digital às pessoas com necessidades educacionais especiais.

13. Elaborar estudos para disponibilizar monitor ou cuidador dos alunos com necessidades de apoio nas atividades de higienização, alimentação e locomoção entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.

14. Ofertar treinamentos esportivos aos estudantes com deficiências em parceria com as demais Secretarias.

15. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas na rede pública de ensino;

16. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do 56

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino;

17. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo;

18. Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado;

META 6 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

Indicador: número de crianças alfabetizadas até o final do 3º ano do ensino fundamental em relação ao total da população escolarizável, nesta faixa etária.

Estratégias:

1. Implantar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as) professores (as) com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;

2. Aplicar avaliações nacionais periódicas e específicas para aferir a alfabetização das crianças, aplicadas a cada ano, bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental; 57

3. Selecionar, divulgar e estimular tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nas escolas em que forem aplicadas;

4. Incentivar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade;

5. Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós- graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) para a alfabetização;

6. Apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal.

META 7 - Aumentar progressivamente a carga horária em 1 hora por dia, atingindo pelo menos 7 horas diárias, para 25% (vinte e cinco por cento) dos estudantes matriculados na educação básica até 2018.

Indicador: número de estudantes matriculados na educação básica em escolas com carga horária entre 5 e 7 horas diárias pelo número de matrículas na educação básica.

Estratégias:

1. Assegurar estrutura física adequada, materiais pedagógicos, recursos financeiros e profissionais da educação necessários para o atendimento da carga horária ampliada. 58

2. Garantir atividades de apoio às tarefas escolares de todas as escolas que implantarem carga horária de 7 horas, com previsão de espaço físico, recursos financeiros e número suficiente de profissionais da educação qualificados.

3. Fomentar a articulação das escolas com os diferentes espaços educativos culturais e esportivos e equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários.

4. Criar um sistema para acompanhamento e avaliação dos resultados obtidos na implementação do currículo com carga horária ampliada.

5. Criar Centros de Educação Infantil para atendimento conjunto de crianças de 0 a 05 anos, em tempo integral, conforme padrões mínimos exigidos pela Legislação.

7. Garantir, no mínimo, 03 (três) refeições diárias em todas as escolas que implantarem carga horária de 7 horas.

8. Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais.

9. Garantir atividades de apoio às tarefas escolares de todas as escolas que implantarem carga horária de 07 horas, com previsão de espaço físico, recursos financeiros e profissionais da educação em número suficiente.

META 8 - Aferir a qualidade da educação em 100% (cem por cento) das unidades de ensino da rede municipal de educação até 2016.

Indicador - número de escolas com qualidade aferida por número total de escolas.

Estratégias:

1. Assegurar que todas as escolas de educação básica, em todas as modalidades, mantenham atualizado o Projeto Político Pedagógico, com observância das 59

Diretrizes Curriculares e/ou políticas estadual e municipal, com efetiva participação da comunidade.

2. Garantir instrumentos legais que assegurem eleição direta de gestores pela comunidade, em todas as unidades escolares da rede municipal, para os cargos de Diretor e Coordenador Pedagógico, a cada 03 (três) anos sem direito a reeleição para mandato subseqüente.

3. Definir expectativas de aprendizagem para a educação básica, com vista a garantir formação geral comum.

4. Implantar a avaliação sistêmica do processo educacional da educação básica, baseada na realidade, particularidades e peculiaridades regionais.

5. Realizar campanhas contínuas de mídia promovidas pelo órgão mantenedor visando otimizar a participação da comunidade escolar nos CDCE, grêmios estudantis, conselhos diretores.

6. Capacitar os membros dos conselhos escolares, conselhos diretores e conselhos municipais de educação para que possam exercer seu papel de controle social.

7. Fomentar ações que visem à interação entre família e escola.

8. Garantir aos grêmios estudantis suporte e estrutura na organização de ações, eventos pedagógicos, sociais e culturais realizados nas unidades escolares.

9. Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar da rede municipal, mediante transferência direta de recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática.

10. Apoiar tecnicamente ações de incentivo à divulgação da cultura, em especial a mato-grossense.

11. Garantir políticas de combate à violência na escola e a construção da cultura de paz e ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar. 60

12. Implantar e implementar rede de comunicação contínua e eficiente entre unidades escolares, estadual, municipal e unidades administrativas centrais e descentralizadas públicas.

13. Assegurar o desenvolvimento de projetos curriculares articulados com a base nacional comum, relacionados à Educação Ambiental, à Educação das Relações Étnico-Raciais e dos direitos humanos e música.

14. Garantir meios e espaços permanentes de divulgação, discussão e compartilhamento de vivências e experiências exitosas de todas as etapas e modalidades da educação básica.

15. Disponibilizar transporte escolar, obedecendo padrões de legislação de trânsito, para alunos da zona rural.

16. Assegurar apoio financeiro e pedagógico para as escolas que apresentarem projetos que visem ao desenvolvimento significativo dos estudantes, bem como a participação em jogos estudantis intermunicipais e estaduais, mostras científicas e similares.

17. Estabelecer parcerias entre União, Estado e município, envolvendo as Secretarias de Educação, de Saúde, Ambiental, de Cultura, de Ação Social, Conselhos Tutelares e Conselhos Municipais de Educação para o pleno atendimento das necessidades dos estudantes da educação básica, incluindo equipe multiprofissional (pedagogos, assistente social, fonoaudiólogos e outros), sem ônus para a educação.

18. Apoiar ações de Educação Ambiental articuladas com os projetos políticos- pedagógicos das escolas que contribuam ou promovam o desenvolvimento local sustentável.

19. Fomentar parcerias com órgãos gestores da política ambiental estadual e municipal para abertura de editais anuais de apoio a projetos de Educação Ambiental, visando sua concretização nas escolas e em espaços não escolarizados.

20. Orientar as escolas para que o ensino da educação religiosa e as solenidades escolares sejam realizados com base na laicidade do ensino, primando pelo direito 61

democrático da religiosidade de todos os povos e culturas, conforme legislação vigente.

21. Constituir comissão com a participação dos profissionais da educação, entidades civis e organizadas para elaborar orientações para o processo de escolha e adoção de livros e materiais didáticos, acervo das bibliotecas escolares, observando as especificidades das relações étnico-raciais.

22. Garantir a fruição a bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, de forma integrada ao currículo escolar.

23. Garantir a renovação e manutenção periódica dos equipamentos de multimídia, informática e laboratoriais, com profissional capacitado por turno de funcionamento da unidade escolar com a atribuição de auxiliar o professor.

24. Adotar medidas administrativas, pedagógicas e organizacionais necessárias para garantir ao estudante o acesso e a permanência na escola sem discriminação.

25. Realizar parcerias com instituições de educação superior e de educação profissional e tecnológica para a oferta de cursos de extensão, para prover as necessidades de educação continuada.

26. Contribuir em colaboração entre a União, o Estado e o Município, na constituição de um conjunto nacional de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;

27. Estimular processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação;

28. Aplicar os instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental, bem como apoiar o uso dos resultados das avaliações pelas escolas para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas; 62

29. Contribuir com o melhor desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, tomado como instrumento externo de referência, internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:

PISA 2015 2018 2021

Média dos resultados em matemática, leitura e 438 455 473 ciências

30. Aderir a programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

31. Assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;

32. Informatizar integralmente a gestão das escolas públicas da rede municipal e da Secretaria de Educação, bem como manter programa de formação inicial e continuada para o pessoal técnico;

33. Garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro- brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil.

34. Acompanhar oferta da educação básica pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função social da educação;

35. Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e 63

emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

36. Recorrer a assistência técnica financeira da união para o cumprimento de metas que assegurem a qualidade da educação, visando atingir o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB estabelecido;

37. Garantir o transporte escolar para Profissionais de Educação da área rural até sua unidade escolar. Em forma de ajuda de custo/auxilio transporte, inclusive em datas em que não haja aula, mas que o Profissional esteja em atividade escolar. A partir da aprovação deste Plano.

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0

Anos finais do ensino fundamental 4,7 5,0 5,2 5,5

Ensino Médio 4,3 4,7 5,0 5,2

META 9 - Ofertar vagas de Educação de Jovens e Adultos - EJA para 100% (cem por cento) da demanda existente.

Indicador: número de vagas ofertadas para EJA em relação à demanda de jovens e adultos.

Estratégias:

1. Estabelecer parcerias com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude, para a realização de mapeamento e busca ativa de jovens e adultos fora da escola, por residência ou local de trabalho, visando identificar a demanda e programar a oferta da EJA. 64

2. Alfabetizar todos os jovens e adultos no município com garantia da continuidade da escolarização básica em todos os turnos, conforme a necessidade.

3. Garantir a relação professor/estudante, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características da demanda da EJA, conforme os padrões do CAQ - Custo Aluno Qualidade.

4. Apoiar acesso gratuito a exames de certificação de conclusão e/ou de prosseguimento de estudos nos ensinos fundamental e médio.

5. Estabelecer parcerias entre União, Estado e município, envolvendo Secretarias de Educação, de Saúde, Ambiental, de Cultura, de Ação Social, executando ações de atendimento ao estudante da EJA por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde.

6. Garantir a diversificação curricular da EJA integrando a formação geral à preparação para o mundo do trabalho, estabelecendo interrelação entre teoria e prática nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e os espaços pedagógicos adequados às características desses estudantes.

7. Fomentar programas especiais de educação à população urbana e do campo, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, com qualificação social e profissional para jovens que estejam fora da escola e com defasagem idade série.

8. Apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores voltados à alfabetização na educação de jovens e adultos que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às necessidade específicas desses (as) alunos (as);

META 10 - Apoiar a educação superior para alunos que tenham concluído o ensino médio.

Indicador: número de matrículas de alunos na Educação Superior pelo número total de pessoas com ensino médio concluído. 65

Estratégias:

1. Criar e implantar um plano de políticas públicas de incentivo ao deslocamento de alunos do ensino superior.

2. Incentivar as instituições de educação a ofertarem cursos de nível superior no município.

3. Estimular o desenvolvimento e/ou uso de ambientes virtuais de aprendizagem.

4. Averiguar constantemente a regularidade dos programas de ensino superior que vierem a instalarem-se no município;

5. Realizar mapeamento de demandas para curso de nível superior.

META 11 - Oportunizar formação específica continuada.

Indicador: número de vagas oferecidas para formação específica continuada pelo total de pessoas que atuam na educação.

Estratégias:

1. Estimular os profissionais da educação a realizarem formação continuada com ênfase na educação especial.

2. Ofertar curso de formação continuada aos profissionais da educação, de forma articulada e integrada com a prática no contexto do processo educativo.

3. Acompanhar e avaliar a formação docente continuada dos profissionais da educação.

4. Estabelecer e garantir parcerias para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e de extensão, entre instituições formadoras e os sistemas de ensino Federal, Estadual e Municipal. 66

5. Ofertar a formação continuada específica dos professores e gestores das rede pública que atuam na Educação de Jovens e Adultos e educação profissional e tecnológica.

6. Ofertar formação continuada aos profissionais na função de gestores da educação pública.

7. Oferecer formação continuada com especialistas aos profissionais da educação básica pública que atendem alunos com necessidades educacionais especiais.

8. Promover formação aos professores da rede pública que atuam em língua espanhola ou inglesa para atender a demanda estabelecida.

9. Oferecer cursos de formação continuada sobre História e Cultura Afro-Brasileiras e Relações Étnico-Raciais e Indígenas aos profissionais da educação e de maneira específica aos professores da rede pública que atuam nas disciplinas referidas nas Leis Federais nºs 10.639, de 09 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008.

10. Oferecer formação continuada na área de agroecologia, sustentabilidade e economia solidária aos profissionais da educação, em parceria com as Secretarias Municipais e Estadual de Meio Ambiente, Agricultura, Educação e outras instituições.

11. Garantir e aplicar recursos pedagógicos, financeiros, humanos e físicos para a participação dos profissionais da educação da rede pública em fóruns, seminários e grupos de estudos relativos à temática da educação.

12. Desenvolver políticas de concessão de bolsas de modo a incentivar o Profissional de Educação à especializar-se e manter-se atuante e inovar no mercado de trabalho, através de cursos de Pós Graduação lato sensu e stricto sensu, por meio de parcerias entre União, Estado e Município.

13. Buscar parcerias com Universidades Públicas e Privadas para que os Profissionais da Educação possam ter acesso ao Mestrado e Doutorado, garantidos pela Rede Municipal de Ensino o incentivo em forma de Licença Remunerada. A partir do segundo ano da aprovação do PME, segundo orientações do Plano de Cargos Carreiras e salários – PCCs, do Município de Ipiranga do Norte-MT. 67

META 12 – Assegurar a existência de plano de carreira para os profissionais da educação básica pública.

Indicador: Plano de Carreira dos profissionais da educação básica.

Estratégias:

1. Avaliar e atualizar, o Plano de Carreira, Cargos e Salários dos profissionais da educação básica, quando necessário.

2. Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente até o final do sexto ano de vigência deste PME, em conformidade com viabilidade financeira do Município e parcerias com o Governo Federal.

3. Garantir a valorização dos Profissionais de Educação, criando uma comissão permanente com representações do Poderes Executivo, Legislativo, CME – Conselho Municipal de Educação, SINTEP – Sindicato dos Profissionais do Ensino Público e representantes das Unidades Escolares Municipais; para estudar a receita municipal e acompanhar a atualização progressiva do valor do Piso Salarial para os Profissionais do Magistério Público de Educação Básica (Lei 11.738/2008); Respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, e a viabilidade financeira do município, mas objetivando atingir a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente até o ano de 2021.

4. Valorizar os Profissionais não docentes em conformidade com a Constituição Federal/88, artigo 206, inciso VIII e de acordo com a Lei Federal 12.014 de 06/08/2009, sendo a mesma comissão citada na estratégia 3, responsável pelo estudo a fim de garantir a mesma evolução salarial da Lei Federal 11.738/2008, respeitando a viabilidade financeira do Município.

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META 13 - Assegurar condições de continuidade da gestão democrática na educação da rede municipal.

Indicador: número de escolas com eleições para diretor e coordenador em relação ao número de escolas.

Estratégias:

1. Incentivar a participação em programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar e de outros representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;

2. Manter o Fórum Permanente de Educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PME.

3. Estimular a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se-lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;

4. Estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselho municipal de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive em participação de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo;

5. Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares.

6. Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 69

7. Incentivar a participação em programas de formação de diretores e gestores escolares.

8. Assegurar a escolha de diretores das unidades escolares mediante participação da comunidade escolar através do voto.

META 14 – Garantir a aplicabilidade integral dos recursos financeiros públicos, conforme previsto em lei, destinados à educação.

Indicador - total de recursos aplicados na educação pelo total de recursos destinados para a educação.

Estratégias:

1. Garantir, imediatamente, a aplicabilidade integral dos recursos financeiros destinados à educação, conforme os 25% (vinte e cinco por cento) estabelecidos na Constituição Federal e elevando gradativamente, se necessário e havendo disponibilidade financeira, chegando ao investimento de 35% (trinta e cinco por cento) até o término de vigência do PME.

2. Garantir, imediatamente, a aplicabilidade integral dos recursos financeiros públicos destinados à educação, conforme o estabelecido na Lei Orgânica Municipal.

3. Assegurar outras fontes de receita à educação, incluindo na vinculação todos os tributos (impostos, taxas e contribuições).

4. Utilizar o piso salarial profissional nacional pautado na Lei Federal nº 11.738 de 16 de julho de 2008, como patamar mínimo de referência para a elaboração do Plano de Carreiras, Cargos e Salários.

5. Implantar um padrão de gestão que priorize a destinação de recursos para as atividades-fim, a descentralização, a autonomia da escola, a equidade, o foco na aprendizagem dos alunos e a participação da comunidade. 70

6. Assegurar, por intermédio de instrumentos legais, a autonomia administrativa, pedagógica e financeira das escolas públicas, garantindo o repasse direto de recursos para despesas de manutenção e capital para o cumprimento de sua proposta didático-pedagógica.

7. Avaliar os mecanismos atualmente existentes de gestão dos recursos financeiros da escola, construindo um plano de trabalho conjunto órgão gestor/unidade escolar/CDCE.

8. Assegurar, por intermédio de instrumentos legais específicos, que o pagamento das tarifas de água, energia elétrica, telefônica e internet das escolas públicas seja mantido pelas respectivas entidades mantenedoras, independente dos repasses de manutenção e conservação.

9. Elaborar estudos para que se assegure a utilização do Produto Interno Bruto – PIB, como referência de financiamento para a educação, conforme preconiza a Emenda Constitucional nº59/2009.

10. Destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art.212 da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do “caput” do art.214 da Constituição Federal.

11. Garantir a Valorização Profissional da Educação, constituindo uma equipe de estudos formada pelos Professores, Sintep, Sociedade, Poder Executivo, Câmara de Vereadores e Conselho Municipal de Educação, para apreciar anualmente o ingresso de recursos do Governo Federal e Estadual que possam ser usados após definida a viabilização financeira em melhoria salarial desses profissionais, respeitando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

71

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 35ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte - Aspectos Históricos, Geográficos e Econômicos. Disponível em

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte – Dados Populacionais e Aspectos Socioeconômicos. Disponível em

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte – Taxa de Analfabetismo e Escolaridade Média. Disponível em

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL, MEC/INEP - Censo da Educação Básica INEP/MEC, 2014.

BRASIL, MEC. Ideb, 2013. Disponível em < http://portal.mec.gov.br >. Acesso em 13 de abril de 2015.

LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014. Disponível em Acesso em 10 de abril de 2015.

LEI Nº 10.111, DE 06 DE JUNHO DE 2014. Disponível em Acesso em 10 de abril de 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE IPIRANGA DO NORTE - MT

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

IPIRANGA DO NORTE - MT

2015 PEDRO FERRONATTO

Prefeito Municipal

LISANDRO LUIZ DE JESUS FERREIRA

Vice-Prefeito

ENI SAVENE SCHNEIDER ZANATTA

Secretária Municipal de Educação, Cultura e Esporte

COMISSÃO TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Eni Savene Schneider Zanatta

Carine Lagemann

Valdinéia Valero Ruiz

Michele Guerrieri Correa

Mariza Terezinha Konrath

Mariana Machado Brazil Barbosa

FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte

Eni Savene Schneider Zanatta

Carine Lagemann

Secretaria de Finanças/Gestão Pública

Mariza Terezinha Konrath

Alci Luiz Romanini

Representante Pode Legislativo

Susana Teixeira

Karynne Patrícia Fernandes da Silva

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal

Lovani Petrikic Schmitz

Simone Prada Cordova

Representantes dos Diretores das Escolas Públicas

Markelly Silva Marquez Marques

Dilva Taffarel

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Valcir Batista Gheno

Solange Lopes Bernardes

Representantes do FUNDEB

Valdinéia Valero Ruiz

Vera Lúcia Cantoni Escobar

Representantes de Pais de Alunos da Escola Pública

Denise Maas Foguesatto

Maria Dejanira Freire de Siqueira

Representantes dos professores da rede municipal e estadual de ensino

Adriane Damin Cechetti

Michele Guerrieri Correa

Representantes da Secretaria de Assistência Social

Katcilene Nunes Correa Rosa

Cris Nunes da Silva

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde

Luís Carlos Munsi

Aparecida Carmo dos Santos Oliveira

Representantes de Instituição de Ensino Superior

Ângela Alves da Silva

Mairi Teresinha da Silva

Representantes do Conselho Municipal de Educação

Luciene de Oliveira Dias

Luzimar Eterno Campos de Carvalho

Representantes do Poder Executivo

Pedro Alessandro Alves do Nascimento

Annye Crhstine Leimann

Representantes CDL/ACEIPI

Loreci de Araújo Palhano

Jussara Inês Kuntzler

Conselho Municipal da Criança e do Adolescente

Mariana Machado Brazil Barbosa

Fernanda Beatriz da Silva Santos

Conselho Deliberativo das Unidades Escolares Municipais e Estaduais

Elisângela Marin Carbonari

Ivan Teodoro Português Joice Maria Frasson

Joana Conrad Grando

Rogério do Carmo Gabriel

Cristiane Paula Papini

Laís Helena F. F. Parolari

Márcia Alves Nunes

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ...... 08

2. INTRODUÇÃO ...... 10

3. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO ...... 13

4. DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO ...... 14

4.1. Principais acessos ao município ...... 16

4.2. Aspectos sócio-econômicos ...... 17

4.2.1. Produção agropecuária ...... 18

4.2.2. Meios de transporte ...... 20

4.2.3. Aspectos demográficos ...... 20

4.2.4. Moradia ...... 23

5. SAÚDE ...... 25

6. EDUCAÇÃO ...... 26

6.1. História da Educação do município ...... 26

6.2. Principais demandas da educação do município ...... 29

7. LEVANTAMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS ...... 35

7.1. Indicadores legais ...... 35

7.1.1. Indicadores das Receitas vinculadas ao ensino ...... 35

7.2. Indicadores de Dispêndio financeiro ...... 36

7.2.1. Evolução Histórica dos valores aplicados no Ensino Fundamental ...... 37

7.2.2. Evolução Histórica dos valores aplicados no Ensino Infantil ...... 37 7.2.3. Evolução Histórica dos valores aplicados nas demais modalidades de ensino ...... 39

7.3. Indicadores de dispêndio com pessoal ...... 40

7.4. Indicadores do gasto educacional por aluno ...... 41

7.5. Gasto educacional com professor por aluno ...... 41

8. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ...... 43

9. METAS E ESTRATÉGIAS ...... 49

10. REFERÊNCIAS...... 70

8

1 APRESENTAÇÃO

Este Plano Municipal de Educação é reflexo de um esforço conjunto realizado por representantes dos diferentes segmentos de nossa sociedade local, em especial das comunidades escolares, que a vista de seu cotidiano e de suas aspirações, procurou sintetizar um conjunto de perspectivas que assumidas pelo Poder Público Municipal, possam conduzir a superação das expectativas sociais de um mundo melhor atingindo os objetivos encontrados e estabelecidos, por meio do estabelecimento de metas e recursos racionalmente definidos, garantindo o princípio de uma educação como direito, como processo de inclusão social bem como instrumento propulsor do desenvolvimento econômico e social.

Como resultado do conjunto de aspirações comunitárias, constitui-se em instrumento fundamental para que nosso município possa definir com clareza e responsabilidade a sua competência na área educacional, aspecto imprescindível para que possamos assumir o comando de nosso processo de desenvolvimento sócio-econômico-cultural sustentável.

Trata-se do primeiro Plano Municipal de Educação do município de Ipiranga do Norte-Mato Grosso.

Ele será o norteador da Política Educacional do Município, pois em sua apresentação como programa detalhado quantificando e qualificando no espaço e no tempo, configura-se com o registro de objetivos e metas comuns, decorrentes de um processo de discussão e reflexão sobre as nossas necessidades efetivamente identificadas, as ações já realizadas até aqui, os recursos financeiros disponíveis e previstos, os aspectos legais que nos dão sustentação e que deverão ser atendidos e o reconhecimento das obrigações legais para com a Educação. Este Plano aponta para num período correspondente de 10 anos o que cabe ao município realizar, e o que lhe compete demandar a outras instâncias governamentais, para, de forma articulada, coerente e racionalmente integradas as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação e o Plano Estadual de Educação, responder as questões educacionais do município. 9

Lembramos o contido na Lei Federal nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em que o município deverá desenvolver suas ações educacionais integralmente às Políticas e Planos Educacionais da União e do Estado, destarte, este Plano Municipal considerou em suas diretrizes, objetivos e metas o Plano Nacional de Educação aprovado pela Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 e o Plano Estadual de Educação aprovado pela Lei nº 10.111 de 06 de junho de 2014. Tanto quanto considerado no PNE, este Plano Municipal de Educação objetiva contribuir gradativamente, para a melhoria das condições e da qualidade de vida de toda a sociedade, propondo uma Educação de Qualidade a todos os níveis, elevação global do nível de escolarização da população, redução nas desigualdades sociais, a democratização da gestão do ensino e a realização de uma educação efetivamente inclusiva.

Este Plano Municipal de Educação que projeta políticas e fixa objetivos para a Educação Municipal em diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, concretamente responsabiliza-se pelas demandas e respectivos recursos para sua atual rede e seu crescimento nas áreas da Educação Infantil e Ensino Fundamental, com ações em curto, médio e longo prazo.

10

2 INTRODUÇÃO

Do ponto de vista jurídico, normativo e institucional, o Brasil vivenciou avanços consideráveis com a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando se garantiu a adoção de uma concepção ampla de educação, sua inscrição como direito social inalienável, a corresponsabilidade dos entes federados por sua implantação e a ampliação dos percentuais mínimos dos impostos arrecadados para o seu funcionamento (Dourado, 1997).

Na sequência, vários instrumentos legais de grande impacto para a educação brasileira foram aprovadas pelo Congresso Nacional na década de 1990, destacando-se a LDB/1996 e a Emenda Constitucional nº 14/1996, que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Na década seguinte, foi importante a Lei nº 10.172/2001, que estabeleceu o PNE (2001-2010).

É importante ressaltar o processo histórico de onde surge o Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 10.172/2001, que não é fruto de decisão isolada de nenhuma autoridade de grupos políticos ou segmentos educacionais de mobilização recente impostos ao país. Sua história já vem de muitas décadas. Localizá-lo nessa perspectiva é de suma importância para entender a sua política educacional e acompanhar os próximos movimentos. O Manifesto dos Pioneiros da Educação, lançado pelos intelectuais e educadores brasileiros em 1932, já indicava ser necessário a elaboração de um plano único para a reconstrução do Sistema Educacional Brasileiro. A Constituição de 1934, depois dessa indicação, inclui um artigo (art. 150) como competência da União: “fixar o Plano Nacional de Educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos, comuns e especializados”. Esse tema foi retirado da Constituição de 1937, voltou a fazer parte do texto em 1946 e se manteve na Constituição de 1967. Lentamente foi-se consolidado, assim como, a nossa democracia. Sob o amparo da Lei nº 4.024/61, o primeiro Plano Nacional de Educação foi elaborado pelo MEC e aprovado pelo Conselho Federal de Educação de 1962. Fixava objetivos e metas para 8 anos. Passou em 1965 por uma revisão, em que foram estabelecidas normas descentralizadoras para auxiliar na elaboração dos planos estaduais. No período de 1970 a 1984, dos Planos Nacionais 11

de Desenvolvimento (PND), foram elaborados os Planos Setoriais de Educação Cultura e Desporto. Em 1988, a Assembleia Nacional Constituinte acolhe a proposta de explicitar na Constituição Brasileira o dispositivo sobre o Plano Nacional de Educação de forma mais aberta. Foram mais de 08 anos (1988 a 1996) de negociações, discussões e procura de consenso até a aprovação da nova LDB (Lei nº 9394/96).

Nesse período, realizou-se a Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien, Tailândia, 1990) promovido pela UNESCO com a elaboração do PNUB, UNICEF, BANCO MUNDIAL, vários organismos internacionais e centenas de organizações da sociedade civil.

Decorrente dessa Conferência foi a formação do EFA-9: países com maior número de analfabetos (o Brasil faz parte deles), que elaboraram os Planos Decenais de Educação para Todos.

Além destes documentos resultantes de mobilizações regionais e nacionais que foram apresentados pelo Brasil nas conferências da Unesco constituíram subsídios importantíssimos na elaboração do documento. Dentre as instituições que foram consultadas pelo MEC, destaca-se o CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação e a UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.

O MEC liderou a elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, no período de 1993 a 1994, em processos crescentes, criando planos municipais, estaduais e nacional. Nesse processo, grande parte dos dirigentes municipais e estaduais de educação teve alguma participação. A LDB instituiu a Década da Educação, vigorando a partir de 1997 (art. 87) e determinando à União o encaminhamento ao Poder Legislativo, no prazo de um ano, o PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Novamente obtem-se avanços: o plano nacional deve estar sintonizado com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ter duração de 10 anos.

Nos anos de 1998, 1999 e 2000, período de tramitação no Congresso Nacional, segue-se um amplo e constante programa de debates com emendas e sugestões apresentadas. Requerimento assinado pelas lideranças de todos os 12

partidos políticos fez com que o projeto fosse encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados, para análise e votação em regime de urgência.

No dia 09 de janeiro de 2001, o Presidente FHC sancionou a lei que instituiu o Plano Nacional de Educação com vetos a nove metas, propostos pelo Ministério da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, que foram também colocados em votação no Congresso Nacional.

No dia 25 de junho de 2014, a Presidente Dilma Roussef sancionou a Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação para o período de 2014- 2024.

O PNE trata-se de um Plano Nacional e não de um plano da União. Os objetivos e metas nele fixados são de todo o país, é um plano de Estado, não um plano de governo. Ele ultrapassa pelo menos dois períodos governamentais.

No que se refere ao Plano Municipal de Educação temos que ter clareza de que o mesmo não será um Plano de Governo, nem um Plano da rede Municipal. Ele será um Plano Educacional do município onde estarão sendo definidos diretrizes, metas e objetivos, para todos os níveis de ensino, dimensionando a cooperação dos entes federados e a aplicação criteriosa dos recursos financeiros envolvidos.

O PME servirá como instrumento para a organização sistemática da Secretaria Municipal de Educação garantindo transparência e coerência nas ações desencadeadas, bem como esclarecer e informar à população sobre a Política Educacional do município.

13

3 HISTÓRIA DO MUNICÍPIO

Através da lei nº 7.265 de 29 de março de 2000 fica oficializada a emancipação política administrativa de Ipiranga do Norte-MT, desmembrando-se do município de Tapurah e em 30 de janeiro de 2002 pela lei nº 7.640 ocorre à redefinição dos limites e da área do Município. Entretanto, a implantação da primeira gestão administrativa ocorreu em 1º de janeiro de 2005.

Os primeiros trabalhos de colonização da região de Tapurah ficaram por conta de Libertino Lourenço da Silva e José Roberto, em 1969, doze anos mais tarde a Lei Estadual nº 4.407, de 30 de Novembro de 1981, criou o distrito de Tapurah, no município de Diamantino. O município de Tapurah foi criado através da Lei Estadual nº 5.316, de 4 de Julho de 1988, com território desmembrado do município de Diamantino, com extensão territorial de 18.518,284 Km².

Em 1992 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA compra uma área de 34.047,00 hectares e 351 famílias são assentadas no Projeto de Assentamento ELDORADO I criado pela Resolução nº 0075 de 12 de Agosto de de 1993 que teve sua ocupação iniciada em meados de 1992, onde um grupo de famílias oriundas do Rio Grande do Sul e que se encontravam acampadas no município de Nobres - MT desde 1989, foram assentadas, pondo fim a um “conflito” que perdurava por mais de três anos.

O projeto foi desenvolvido em duas etapas demarcatórias, sendo a primeira inicialmente com 149 parcelas (lotes) de terra e a segunda de 202, com área média de 90 hectares, beneficiando um contingente de 351 famílias de trabalhadores rurais, as quais organizadas, na sua maioria, por grupos de origem: Grupo Gaúcho; grupo Pedra Preta; grupo Tapurah; grupo Sorriso; grupo Lucas do Rio Verde.

Em 03 de outubro de 2004 ocorreu a 1ª eleição municipal, elegendo Ilberto Effting como Prefeito, Orlei José Grasseli como Vice-Prefeito e como vereadores Ângelo Motta da Cunha, Sérgio Alencar da Silva, Pedro Ferronatto, Ademir José Lauxen, Inês Carmen Manfrin, Everaldo Antônio Cazzarotto, Sérgio de Andrade, Gisele Tochetto e Ismael Marcolino, empossados em 1º de janeiro de 2005. 14

4 DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO

Tabela I - Aspectos Físicos e territoriais

Aspectos Indicadores

Localização geográfica Macrorregião Norte Matogrossense, Microrregião Alto Teles Pires

Área geográfica em km² 4.185,12

Extensão territorial 337.000há

População 2000 2.530

População 2010 5.123

População 2011 5.382

População 2012 5.631

Densidade demográfica (hab/km²) 1,11

Altitude 470m

Distância da capital em km 455

Limites Norte: Tabaporã e Porto dos Gaúchos; Sul: Tapurah; Leste: Sinop e Sorriso; Oeste: Itanhangá.

Comarca Sorriso

Solo predominante Predominância de solo argiloso, baixa fertilidade natural, acidez elevada, boa textura e drenagem.

Relevo Chapada dos Parecis

Hidrografia Grande Bacia Amazônica 15

Clima Equatorial (quente e úmido, seca de maio e agosto)

Temperatura 24°

Vegetação 80% cerrado e 20% mata ciliar e mata de transição

Malha hídrica Rio Teles Pires, Rio Verde, Rio Branco, Rio dos Porcos, Rio Ipiranga e Córregos Peroba, Perobinha, Matrinchã, São Paulo.

Principais atividades econômicas Agropecuária

Coordenadas 12°14’17” latitude sul e 56°09’08” longitude oeste

Data de Fundação 2005

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Governo do Estado de Mato Grosso/Prefeitura Municipal.

Figura I Mapa de Mato Grosso, Microrregião do Teles Pires - 2009

16

4.1 Principais acessos ao município

Em 2006 ganhou acesso pavimentado para Sorriso graças à parceria do Governo de Mato Grosso com produtores rurais dos dois municípios, que resultou num consórcio rodoviário. Essa parceria pavimentou os 66 km da MT-242, agora com praça de pedágio perto de Sorriso, para garantir a manutenção dessa rodovia. Rodovia MT-220 Rodovia MT- 242. Rodovia MT-222 Rodovia MT- 010.

Figura II Localização do Município de Ipiranga do Norte – MT

DISTÂNCIA EM KM ENTRE OS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO Cláudia: 272 km; Feliz Natal: 222 km; Itanhangá: 65 km; Lucas do Rio Verde: 108 km; Nova Mutum: 196 Km; Nova Ubiratã: 188 km

ASSENTAMENTOS RURAIS REGULARIZADOS PELO INCRA:

Projeto de Assentamento Eldorado I

Projeto de Assentamento Bogorni

Projeto de Assentamento Cristalmel 17

Projeto de Assentamento Mogiana I

Projeto de Assentamento Mogiana II

Projeto de Assentamento Furnas III

Projeto de Assentamento Santa Irene

4.2 Aspectos sócio-econômicos

A atividade econômica basal do município de Ipiranga do Norte – MT compreende a agricultura mecanizada, tendo como principais cultivos: soja, milho, arroz e algodão. Em menos escala, o município possui como atividades econômicas a agropecuária, prestação de serviços, construção civil e extrativismo.

Quando analisamos os aspectos econômicos do município, é importante levar em consideração, dentre outros fatores, a sua capacidade de geração de renda através de atividades nas áreas da agricultura e pecuária.

O município possuía 213 agricultores familiares em 2006, que correspondia a 63% dos seus produtores. Esses agricultores familiares acessavam a 09% da área, ocupavam 40% da mão de obra do setor e participavam com 10% do valor da produção agropecuária municipal. Atualmente, temos 160 agricultores familiares cadastrados com DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf).

Figura III – Valor Interno Bruto

Fonte: IBGE. 18

Figura IV – Participação dos Setores econômicos no PIB 2010

Administração Pública Impostos

Serviços

Indústria

Agropecuária

Fonte: PPA – 2014/2017

Abaixo a tabela II caracteriza as empresas, o pessoal e o salário a nível municipal:

Tabela II - Características das Empresas, Pessoal e Salário – 2011

Número de empresas atuantes 160 Unidades

Número de unidades locais 163 Unidades

Pessoal ocupado assalariado 702 Pessoas

Pessoal ocupado total 879 Pessoas

Salário médio mensal 2,8 Salários Mínimos

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

4.2.1 Produção agropecuária

É importante levar em consideração, dentre outros fatores, a capacidade de geração de renda através de atividades nas áreas da pecuária e agricultura. No caso da pecuária, dados coletados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, referentes a 2013, apontam que as 5 (cinco) principais cultural de rebanho local são as indicadas no gráfico a seguir, assim como também as principais culturas agrícolas no 19

município, divididas entre aquelas permanentes e aquelas temporárias, conforme demonstrado no gráfico que segue.

Figura V - Distribuição das 5(cinco) principais culturas de rebanho do município - 2013

Fonte: IBGE.

Figura VI – Distribuição das principais culturas de agricultura do município

Fonte: IBGE.

20

4.2.2 Meios de Transporte

Abaixo discorremos quanto ao tipo de frota existente no município. Repare a ascensão no quantitativo do tipo de transporte de 2011 para 2012, isso reflete as melhores condições e poder aquisitivo acompanhando o crescimento populacional.

Tabela III - Frota existente no município – 2011 e 2012

Meio de Transporte 2011 Percentual 2012 Percentual

Automóvel 604 35,48% 727 34,53%

Caminhão 106 6,22% 130 6,17%

Trator 45 2,64% 71 3,37%

Caminhonete/Camionete 289 16,98% 361 17,14%

Micro-ônibus 2 0,11% 3 0,14%

Motocicleta/motoneta 564 33,13% 659 31,3%

Ônibus 5 0,29% 6 0,28%

Utilitários 5 0,29% 13 0,61%

Outros 82 4,81% 135 6,41%

Total de veículos 1.702 100% 2.105 100%

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

4.2.3 Aspectos demográficos

O município foi criado em 2000, porém os dados oficiais sobre a população referem-se ao ano de 2010 com previsão de crescimento até 2014, conforme IBGE. 21

Figura VII – Evolução Populacional

Fonte: IBGE, Censo Demográfico.

A população residente apresenta perfil jovem, sendo que a maior parte, 2.086 habitantes, é natural da região sul. (IBGE, Censo Demográfico 2010).

Devido o cultivo de lavouras (entressafras) e produtos do campo, há uma grande necessidade de mão-de-obra e em alguns casos é necessário recrutar trabalhadores de outras regiões do país, principalmente norte e nordeste.

É importante salientar um considerável grau de urbanização e conseqüente êxodo rural de Ipiranga do Norte, pois a população urbana de 2010 representa 67,8% e a rural 32,2%.

22

Figura VIII - População residente no município por faixa etária – 2010

Ipiranga do Norte Idade Homens Mulheres 0 a 4 anos 193 161 5 a 9 anos 259 205 10 a 14 anos 266 218 15 a 19 anos 218 253 20 a 24 anos 275 215 25 a 29 anos 285 253 30 a 34 anos 258 247 35 a 39 anos 231 196 40 a 44 anos 219 162 45 a 49 anos 193 128 50 a 54 anos 127 95 55 a 59 anos 81 66 60 a 64 anos 48 39 65 a 69 anos 39 27 70 a 74 anos 24 15 75 a 79 anos 13 5 80 a 84 anos 2 5 85 a 89 anos 1 2 90 a 94 anos 2 0 95 a 99 anos 0 0 Mais de 100 anos 0 1 Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

Tabela IV – População 2010

Censo População Urbana 1.648 Populacional IBGE/2010 População Rural 3.475

Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

23

4.2.4 Moradia

Quanto ao tipo de habitação, conforme base de dados do Datasus há predominância de residências de alvenaria. De acordo com a fonte, o município possuía em 2012, 1.485 residências, sendo que 1.055 (71%) estavam localizadas na zona urbana e 430 (29%) na zona rural. As casas de madeira merecem também um destaque, tanto na zona rural, quanto na zona urbana.

O município de Ipiranga do Norte – MT tem implantado projetos de habitação para melhorar as condições de moradia da população mais carente. Os benefícios sociais e ambientais desses projetos contribuem significativamente para a melhoria das condições de vida da população.

Tabela V - Tipo de habitação – 2011

Tipo de casa/família 2011 Característica

Zona rural % Zona % Urbana

Alvenaria 878 269 30,6 609 69,4

Taipa 13 - - 13 100

Taipa não revestida 4 3 75 1 25

Madeira 474 149 31,5 325 68,5

Material Aproveitado 8 - - 8 100

Outros 2 - - 2 100

Total de famílias 1.379 421 30,5 958 69,5

Fonte: Datasus.

24

Tabela VI - Tipo de Habitação – 2012

Tipo de casa/família 2012 Característica

Zona rural % Zona % Urbana

Alvenaria 999 290 29 709 71

Taipa revestida 11 - - 11 100

Taipa não revestida 4 3 75 1 25

Madeira 463 137 29,5 326 70,5

Material Aproveitado 7 - - 7 100

Outros 1 - - 1 100

Total de famílias 1.485 430 28,9 1.055 71,1

Fonte: Datasus.

25

5 SAÚDE

Dados demográficos do município de Ipiranga do Norte, segundo IBGE, SIM e SINASC.

Tabela VII - Indicadores de Natalidade de Ipiranga do Norte-MT – 2011 e 2012

Período Nascidos vivos População Taxa bruta de residente natalidade

2011 91 5.382 16,9

2012 87 5.631 15,4

Fonte: IBGE/SINASC.

Tabela VIII - Indicadores de mortalidade de Ipiranga do Norte – MT – 2011 e 2012

Período Óbitos População Taxa bruta de residente mortalidade

2011 15 5.382 2,7

2012 16 5.631 2,8

Fonte: IBGE/SIM.

As tabelas permitem identificar uma queda discreta, na taxa de natalidade, se comparado o ano de 2011 ao ano de 2012, o contrário se aplica a taxa de mortalidade.

26

6 EDUCAÇÃO

6.1 História da Educação do município

A origem da organização social de Ipiranga do Norte ocorreu através de assentamentos de reforma agrária do INCRA. Em 29/03/2000 através da Lei 7.265 fica oficializada a emancipação política administrativa de Ipiranga do Norte-MT. Entretanto, a implantação da primeira gestão administrativa ocorreu em 01 de janeiro de 2005. Cabe salientar que do ano de 2000 a 2005, a comunidade de Ipiranga do Norte ficou com a responsabilidade de auto-gestão sem poder de gerir seus recursos financeiros. O que está implantado nesta localidade é por esforço da comunidade e isso a torna merecedora de respeito e admiração do poder público.

Ipiranga do Norte caracteriza-se por uma população jovem formada por famílias que vieram de vários lugares deste país em busca de oportunidades oferecidas pela exploração da atividade agrícola e de outras atividades que dela dependem. Logo, define-se o perfil de Ipiranga do Norte. Um município novo que necessita de "cuidados especiais", pois tem uma demanda de necessidades básicas para atender a população, entre elas, a educação.

Em 1993 foi fundada a primeira escola, denominada Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida que atende alunos do Ensino Fundamental até 5º ano. Em 1998 foi criada a Escola Estadual André Antônio Maggi, que atende do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio. Em 2010 o Centro Municipal de Educação Infantil “Primeiros Passos” foi criado para atender crianças de 0 à 3 anos e em 2013 criou-se a Escola Municipal Crescer e Aprender para atender crianças de 4 e 5 anos.

Atualmente a clientela das três unidades escolares municipais e uma da rede estadual são oriundas de todas as regiões do Brasil, justificando a grande diversidade cultural existente.

As escolas estão inseridas num contexto sócio, econômico, político, cultural e educacional, que influencia diretamente as práticas pedagógicas, fazendo-se necessário, conhecer e analisar sua realidade. 27

A equipe de professores das unidades escolares é composta na sua totalidade por profissionais com o curso de Nível Superior e especialização na área de educação.

Os alunos são procedentes da área urbana e da área rural os quais utilizam o transporte escolar gratuito. Alguns alunos residem a mais de 80 km de distância da escola, o que pode muitas vezes, causar o desinteresse pelos estudos, pelas dificuldades e pelo período que passam dentro do ônibus. Sendo assim recebem um lanche antes de entrar para sala de aula as 06h45min e as 12h45min horário que chegam a escola.

As escolas possuem Projeto Político Pedagógico que prioriza o diálogo com as famílias buscando acolher e respeitar as diferentes culturas e estruturas familiares sem, contudo, perder de vista seus princípios educativos.

Nessa proposta de ação colaborativa e democrática, a escola oferece espaços de interlocução com as famílias dentre os quais: reuniões de pais, momentos culturais (festas), encontros pedagógicos e eventos temáticos.

Sabe-se que é essencial o aprimoramento da educação, assim sendo o município busca cada vez mais aprimorar suas atividades voltadas à educação da população residente. Abaixo segue a tabela que mostra a distribuição dos alunos matriculados de acordo com a instituição.

Tabela X - Rede escolar - 2014

Instituição Quantidade %

Cmei “Primeiros Passos” 195 12,20

Escola Municipal Crescer e Aprender 187 11,70

Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida 459 28,70

Escola Estadual André Antônio Maggi 758 47,40

Total de alunos matriculados nas escolas 1.599 100%

Fonte: INEP/MEC. 28

Tabela XI - Escolaridade - 2010

Número de pessoas

Sem instrução/fundamental incompleto 2.254

Fundamental completo/Médio incompleto 911

Médio completo/superior incompleto 826

Superior completo 211

Não determinado 11

Fonte: IBGE/Censo Populacional 2010.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IBED) do município de Ipiranga do Norte apresenta um avanço considerável em relação ao estado e o país.

Tabela IX – Metas projetadas Ideb

Ideb Observado Metas projetadas Escola 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Escola Mun. Nossa 2,4 4,9 5,5 5,4 6,0 2,6 3,3 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 Senhora Aparecida Escola Est. André 3,5 3,7 4,7 4,3 5,1 3,5 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5 Antônio Maggi Fonte: MEC/INEP/IDEB.

No que se refere ao Ensino Superior, o município oferece auxílio financeiro para contratação de veículos para transporte dos acadêmicos até Sorriso. No município existe uma Instituição privada à Distância, que fornece vários cursos de nível superior e técnico. 29

No ano de 2014 iniciaram no município os cursos técnicos em Agropecuária, Informática e Zootecnia. Os cursos são desenvolvidos através do Pronatec e Instituto Federal do Mato Grosso em parceria com a Prefeitura Municipal.

6.2 Principais demandas da educação do município

Abaixo são apresentadas tabelas que tem como objetivo identificar as deficiências e ter maior clareza da situação educacional no município.

Tabela XII – Escola/Localização/Matrícula

MATRÍCULA MATRÍCULA ENS. MATRÍCULA ENS. MATRÍCULA MATRÍCULA LOCALI ED. FUNDAMENTAL II MÉDIO ESCOLA ED. INFANTIL/ ENSINO ZAÇÃO INFANTIL/PRÉ CRECHE FUNDAMENTAL I ESCOLA

Regular EJA Regular EJA

Centro Municipal de Educação Infantil Sede 190 ------“Primeiros Passos”

Escola Municipal Sede - 186 - - - - - Crescer e Aprender

Escola Municipal Nossa Senhora Sede - - 505 - - - - Aparecida

Escola Estadual André Sede - - - 366 77 319 97 Antônio Maggi

Fonte: Secretaria Municipal de Educação/Ipiranga do Norte –MT/Censo Escolar 2014.

30

Tabela XIII – Taxa de crescimento de matrícula da Educação Infantil - Creche

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XIV – Taxa de crescimento de matrícula da Educação Infantil – Pré Escola

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

31

Tabela XV – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XVI – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Finais

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

32

Tabela XVII – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Médio

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XVIII – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Fundamental – Anos Finais - EJA

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

33

Tabela XIX – Taxa de crescimento de matrícula do Ensino Médio – EJA

Fonte: Censo Escolar-INEP/MEC.

Tabela XX – Demanda ativa por Educação Infantil (0 à 3 anos)

IDADE TOTAL MATRICULADO NÃO MATRICULADO

<1 79 14 65

1 79 52 27

2 98 66 32

3 99 70 29

TOTAL 355 202 153

Fonte: Datasus - CGPNI/DEVEP/SVS-MS e Escolas Municipais.

34

Tabela XXI – Demanda ativa por Educação Infantil (4 e 5 anos)

IDADE TOTAL MATRICULADO NÃO MATRICULADO

4 100 82 18

5 100 89 11

TOTAL 200 171 29

Fonte: Datasus - CGPNI/DEVEP/SVS-MS e Escolas Municipais.

35

7 LEVANTAMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS

7.1 Indicadores Legais Tabela XXII – Indicadores legais

Fonte: SIOPE/MEC.

Os indicadores Legais representam a situação do município ao longo do período 2010-2014, em relação ao cumprimento legal estabelecido na Constituição Federal da aplicação de no mínino 25% das receitas de impostos e transferências em Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.

O resultado indica que o município tem cumprido o limite constitucional sempre acima do limite mínimo previsto fechando em média 28,12% ao ano.

7.1.1 Indicadores das Receitas Vinculadas ao Ensino

Tabela XXIII – Receitas vinculadas ao ensino

Fonte: SIOPE/MEC.

36

Da mesma forma, demonstra a regularidade no cumprimento ao limite mínimo dos 60% do FUNDEB, destinando em média 92,04% dos recursos para pagamento da remuneração dos professores. Atualmente com a consolidação da Carreira dos profissionais e adequação ao piso nacional dos professores, 100% dos recursos do FUNDEB serão destinados para pagamento de salários dos professores.

7.2 Indicadores de Dispêndio Financeiro

Tabela XXIV – Dispêndio financeiro

Fonte: SIOPE/MEC.

Os indicadores do dispêndio financeiro demonstram que o Ensino Fundamental detém a maior parte do dispêndio financeiro no âmbito do total das despesas com educação perfazendo em média 70% dos gastos, seguido da Educação infantil com 19,25% e as demais despesas com ensino superior e alimentação escolar paga com recursos próprios.

37

7.2.1 Evolução Histórica dos Valores aplicados no Ensino Fundamental

O ensino fundamental apesar de deter maior parte dos dispêndios financeiros, não sofreu grandes alterações ao longo dos anos haja vista a baixa variação em relação ao número de matrículas para esta modalidade. A despesa de custeio cresceu proporcionalmente em relação ao número de alunos, estando, portanto as maiores variações da despesa relacionadas aos investimentos realizados, como construção e ampliação da rede física escolar, aquisição de veículos para o transporte escolar e aparelhamento da escola em geral.

Tabela XXV – Dispêndio Ensino Fundamental

Fonte: SIOPE/MEC.

7.2.2 Evolução Histórica dos Valores aplicados no Ensino Infantil

Os dispêndios no ensino infantil, ao contrário da modalidade anterior, tiveram maior variação ao longo dos anos haja vista a grande rotatividade de matrículas nesta modalidade. A oferta do Centro de Educação Infantil – CMEI, (Creche), resultou num aumento considerável das despesas na educação infantil a partir de 38

2011. Da mesma forma as despesas com a Pré escola também tiveram um crescimento considerado ao longo dos anos.

Tabela XXVI – Dispêndio Educação Infantil

Fonte: SIOPE/MEC.

Tabela XXVII – Detalhamento das despesas da Creche Detalhamento das Despesas da Creche - Exercício 2014

Total geral de Funcionários 39 Nº professores Efetivos 14 Nº Professores Contratados 4 Nº Demais profissionais de apoio 21 Total de Alunos Matriculados 164 Custo Total 1.300.014 Salário e encargos sociais 1.094.293 Bens e Serviços 158.562 Alimentação 47.159

Tabela XXVIII – Detalhamento das despesas com pré escola Detalhamento das Despesas com Pré-Escola – Exercício 2014 Total geral de Funcionários 17 Nº professores Efetivos 13 Nº Demais profissionais de apoio 4 Total de Alunos Matriculados 166 39

Custo Total 909.938 Salário e encargos sociais 684.170 Bens e Serviços 190.378 Alimentação 35.390

7.2.3 Evolução Histórica dos Valores aplicados nas demais modalidades de Ensino

As demais modalidades de ensino referem-se à educação Especial, Ensino superior e Profissionalizante. Destaca-se que na educação especial concentram-se as despesas da oferta de ensino para alunos portadores de necessidades especiais das mais diversas formas, inclusive os alunos com dificuldade de aprendizagem com necessidade de atendimento especializado. As despesas com ensino superior representam aproximadamente 2% do total do dispêndio na educação, haja vista o atendimento estar voltado no âmbito da atenção básica municipal. Portanto, as despesas com ensino superior e profissional provém de parcerias com instituições públicas e privadas visando o apoio no atendimento destas modalidades.

Tabela XXIX – Dispêndio Financeiro

Fonte: SIOPE/MEC.

40

Tabela XXX – Detalhamento das despesas com ensino fundamental

Detalhamento das Despesas com Ensino Fundamental – Exercício 2014 Total geral de Funcionários 51 Nº professores Efetivos 26 Nº Professores Contratados 5 Nº Demais profissionais de apoio 20 Total de Alunos Matriculados 448 Custo Total 3.411.253 Salário e encargos sociais 2.155.047 Bens e Serviços 1.186.877 Alimentação 69.328

7.3 Indicadores de Dispêndio com Pessoal

Tabela XXXI – Dispêndio com pessoal

Fonte: SIOPE/MEC.

Este indicador demonstra que as despesas com pessoal e encargos sociais da área educacional ativa representaram em média 98% das despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino, sendo 44,76% despesas com professores e 17,94% com os demais profissionais não docentes.

41

7.4 Indicadores do Gasto Educacional por aluno

Este indicador demonstra o gasto educacional por aluno no âmbito da educação básica abrangendo as modalidades: fundamental, infantil e especial.

O aluno do ensino fundamental representa o maior gasto, contudo, destaca- se o crescimento expressivo no gasto com aluno educação infantil como apresentado a seguir:

Tabela XXXII – Gasto educacional por aluno

Fonte: SIOPE/MEC.

7.5 Gasto Educacional com Professor por Aluno

Este indicador demonstra as despesas com professores por aluno da educação básica. Percebe-se que a partir de 2011, com a implantação da política de carreira e valorização salarial através da elaboração do plano de cargos e carreiras para os profissionais da educação básica, o gasto com professor aluno tem aumentado. Da mesma forma, o aumento na demanda necessitou a ampliação do número de vagas e conseqüentemente a contratação de novos profissionais o que favoreceu para este aumento. 42

Tabela XXXIII – Despesa com professor por aluno

Fonte: SIOPE/MEC.

43

8 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Durante toda a História Brasileira, desde o Período Colonial, pode-se observar diferentes políticas educacionais,por assim dizer, mas não propriamente dispositivos legais que normatizassem a Educação no país, dando a esta a importância e destaque merecidos e investimentos necessários, a não ser a partir da década de 20 do século XX, quando iniciaram-se questionamentos diversos com relação à estrutura educacional do país, tendo como principais defensores os próprios profissionais da área, culminando, em 1932, com o Manifesto dos Pioneiros. Para tanto, segue-se um breve histórico relativo ao Plano Nacional de Educação no Brasil, desde a estruturação da Educação no Período Colonial até os dias atuais.

No Brasil Colônia, antes da expulsão dos Jesuítas, eram estes que geriam a Educação no Brasil, através de recursos oriundos de suas atividades comerciais de compra e venda de gado, permitidos pela Coroa Portuguesa para tal, além da redízima ( 10% do dízimo arrecadado pela Igreja) repassada por esta aos religiosos. A clientela da época se limitava aos filhos de portugueses residentes no Brasil e os mais que aqui chegavam, além dos indígenas (para catequização destes pelos jesuítas). Durante o tempo em que os Jesuítas dirigiram o sistema educacional da época, os recursos foram suficientes para a criação de dezessete colégios e centenas de escolas em vários pontos da Colônia. Contudo, com a expulsão dos Jesuítas, ocorreu uma carência de escolas em vários locais onde já havia clientela para tal, e em 1772, foram instituídas as Aulas Régias pelo Marquês de Pombal, estas para atendimento exclusivamente à população masculina de brancos e mamelucos, e mantida por recursos ( precaríssimos) oriundos do “ subsídio literário” da Câmara Municipal, arrecadados de impostos pagos por açougues e destilarias. Estes recursos eram destinados ao sustento do sistema educacional, tanto aos custos com o ensino bem como para pagamento dos professores.

No Brasil Imperial, D. Pedro I sancionou uma lei de criação de escolas públicas e gratuitas, em 1827, para atendimentos de meninos e meninas em vários pontos do país. Mas em 1834, a responsabilidade com as despesas com a Educação no Ensino primário e secundário, passa a ser de responsabilidade das 44

Províncias, tanto nos custos com o ensino bem como para o pagamento de professores e funcionários. Os recursos repassados eram oriundos de impostos arrecadados, equivalentes ao ICMS atual.

No início da República, a Constituição garantiu o ensino público, laico e gratuito à toda a população, permitindo também atuações da iniciativa privada (ensino particular), em que os custos eram divididos entre a União, Estados e Municípios, com repasses oriundos de arrecadação de seus impostos, sendo que esta arrecadação supria não só o setor educacional, mas também os demais setores da administração.

Somente no início do século XX começará a haver uma maior preocupação com a Educação, ao nível de um planejamento nacional, e na década de 20, políticos e educadores, preocupados com o grande aumento da demanda pelo ensino (devido à abolição, imigração, urbanização e industrialização) e a qualidade do mesmo, palpáveis e a cada dia mais desiguais, começaram um questionamento do sistema com relação à necessidade de um planejamento a nível nacional. Com isto, ocorrem diversos congressos e conferências nacionais. Inclusive, a Reforma Rocha Vaz tenta universalizar o ensino primário e trabalhar na valorização salarial dos professores através de convênios entre Estados e Municípios. Todo esse questionamento culminaria com o lançamento do Manifesto dos Pioneiros, em 1932, em que se propunha uma reconstrução do sistema educacional, na forma de um plano nacional e cientificamente embasado. Este manifesto teve profunda influência, a ponto de influenciar na Constituição de 1934, onde, em seu Artigo 150, passa a constar como dever da União “ fixar o plano nacional de educação compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País.” No entanto, a Golpe de 1937 centralizou as atividades, embora as propostas não fossem esquecidas.

Ao longo do tempo, todas as Constituições ( de 1946, de 1967 e de 1988) incorporaram a idéia de um plano nacional, seja ou não na forma da lei. A primeira legislação referente é sancionada em 1962, a Lei 4024/61, elaborada pelo MEC durante o Governo de João Goulart. Contudo, ocorrido o Golpe Militar de 1964, ela sofre revisão pelo Governo de Castelo Branco em 1965. 45

Durante os anos de ditadura militar, a ideia de um plano nacional de educação foi substituída pelos Planos Nacionais de Desenvolvimento, onde nestes, a Educação era somente um dos itens. E enquanto a demanda nos Estados e Municípios aumentava, os recursos não eram suficientes para a manutenção, bem como a oferta, o que se refletiu no prejuízo da qualidade de ensino, tanto em meios para o sistema como na desvalorização dos professores.

Com o processo de redemocratização, veio com ela uma reflexão do sistema educacional. O ensino privado havia crescido em sua oferta, e inclusive recebendo recursos públicos (período de 1971 a 1986), havendo também aumento de disponibilidade de verbas públicas através da Emenda Calmon, de 1983, com vinculação de 13 % dos impostos federais e 25 % dos estaduais e municipais à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Durante a Constituinte, além de estabelecer a educação como direito de todos e dever do Estado, a gratuidade do ensino em todos os níveis, tentou-se a vinculação todos os recursos públicos para as escolas públicas, bem como carreira nacional para os professores,onde estes foram combatidos pela iniciativa privada, que encontrou apoio nos constituintes do “Centrão”. Contudo, apesar da promulgação da Constituição em 1988, a ideia de realização de um plano nacional de educação ficou de certa forma estagnada devido às políticas neoliberais no governo Collor. Além disso, foram diversos textos de propostas para o plano nacional de educação, sendo dez na Câmara e três no Senado, atrasando, com isso, a dinamização na discussão e elaboração do mesmo. Ainda mais com um plano que se propunha à erradicação do analfabetismo (o que equivalia alfabetizar mais de 25 milhões de pessoas acima dos quinze anos, à época) e a universalizar o atendimento escolar, nos 1º, 2º e 3º graus. Durante todo o período de elaboração da Constituição, houve a atuação sempre presente do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, formado por vários segmentos da sociedade civil, além dos profissionais da Educação nos três segmentos ( professores, funcionários e alunos). Este fórum foi responsável por inúmeras propostas legislativas para a Constituição e a LDB.

Para garantir um início de atividades relativas ao plano nacional, adiciona-se à Constituição, texto que garantia, nos dez primeiros anos da nova Constituição 46

(Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Artigo 60) esforços do Poder Público para a erradicação do analfabetismo e universalização do ensino fundamental. Apesar disso, não houve encaminhamento algum, de projeto de lei para PNE, e por isso, executando-se o Plano Decenal, de 1993-94, nada se definiu quanto ao plano, durante a gestão de três presidentes (José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco), e com isso, apesar de constante na Constituição, na prática ainda nada havia sido realizado.

Ainda durante a Constituinte, treze projetos para a LDB foram protocolados no Congresso Nacional, e discutia-se uma LDB garantindo repasses de verbas de forma crescente e proporcionais à demanda e à qualidade, não esquecendo-se a valorização dos professores. Contudo, após as eleições de 1990, alguns constituintes influentes para viabilização de uma LDB justa não são reeleitos, e com isso a direita assume a Comissão de Educação e a do relatório do projeto, e a LDB anteriormente discutida sofre alterações que inviabilizam a realização em determinados aspectos. Por fim, o projeto de lei para a nova LDB que seria aprovado foi o de autoria do Senador Darcy Ribeiro. Na nova LDB, a União fica responsável pela elaboração do PNE, bem como o mesmo deveria estar terminado até o ano de 1998, e pronto para implementação.

Em 1996 acontece com sucesso o primeiro Congresso Nacional de Educação – CONED com objetivo de discutir a política nacional de educação, contestando as práticas do Governo FHC e propor um PNE alternativo. Após a sanção da nova LDB foi organizado e realizado o II CONED em novembro de 1997 que, devido à falta de avanços no setor, não houve maiores discussões, que ocorreram nos enfoques do TV Escola, PCNs, Dinheiro Direto na Escola, programas do Livro Didático e Merenda Escolar, ainda mais considerando o adiantamento da vigência do FUNDEF para 1º de janeiro de 1998, com isso, as demais discussões não tinham a amplitude necessária para discussão por falta de legitimidade, bem como de recursos. Apesar disso, o Fórum reuniu uma comissão que elaborou o PNE, subscrito por deputados do PT e protocolado na Câmara como Projeto de Lei 4155, no entanto, este PNE do CONED não vai muito além do já estabelecido na Constituição.

No dia seguinte ao protocolamento do PNE do CONED, o MEC protocola sua versão, o Projeto de Lei 4173/98. Este PNE era o adequado somente às políticas do 47

Governo FHC, perdendo as possibilidades de financiamentos crescentes, bem como não atendia de forma suficiente à questão da quantidade/qualidade. Além do mais, o tempo compreendido entre sua formulação e execução foi de quase três anos, de 11/02/98 a 09/01/2001, caracterizando uma falta de interesse maior por parte do governo federal.

O PNE foi aprovado na Comissão de Educação e no Senado em dezembro de 2000, e em seguida, sancionado pelo Presidente da República, com nove vetos.

Os vetos são de ordem econômica, sendo que o governo federal justificou-se por não ser possível prover, no Plano Plurianual –PPA, com os recursos federais necessários, devido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Apesar de todos os obstáculos surgidos e de todos os esforços, o PNE ainda não atenderia às reais necessidades. E será somente com esforço da sociedade e dos políticos compromissados com a causa educacional, que esta situação poderá ser revertida.

O Plano Estadual de Educação – PEE, não teve referência na Constituição do Estado de Mato Grosso, de 1989, ainda que a Constituição Federal, de 1988, estabelece a necessidade de formulação do Plano em nível nacional, o que, se estende aos Estados e Municípios brasileiros.

O V Encontro Estadual de Educação, em 1997, “Escola, Salário, Emprego – Construindo um Plano Estadual de Educação”, o SINTEP-MT, após debate ocorridos no I CONED, em 1996, e se preparando para o II CONSED, constituiu um espaço democrático para que fosse proposto, discutido e elaborado o Plano Estadual de Educação – MT.

Como constava na versão preliminar do PEE-MT, “o principal marco histórico – jurídico-político-educacional para a criação do PEE-MT, é a Lei Complementar nº49/98 – Lei do Sistema Estadual de Ensino, de 1 º de outubro de 1998. Este instrumento jurídico situava o PEE-MT como um processo em permanente construção. Enquanto tal é que deverão ser definidos os mecanismos, as relações e os processos que nortearão e elaboração e execução do referido Plano. Enquanto processo, o PEE – MT deverá ser construído partindo de um diagnóstico das questões que serão tratadas, definindo suas diretrizes, prioridades, objetivos, metas, sujeitos, espaços, fontes, recursos, custos e forma de gestão”. 48

Passados os 10 anos, e após muitas discussões, em 25 de junho de 2014, a Presidente Dilma Roussef, através da Lei nº 13.005/2014 sanciona o atual Plano Nacional de Educação.

Em 06 de junho de 2014, através da Lei nº 10.111, o Governador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, dispõe sobre a revisão e alteração do Plano Estadual de Educação, instituído pela Lei 8.806/2008.

No dia 30 de janeiro de 2014, é instituído a Comissão Técnica de elaboração do Plano Municipal de Educação de Ipiranga do Norte-MT, por meio do Decreto nº019/2014.

Através da Lei Municipal nº 510 de 28 de abril de 2015, é criado o Fórum Permanente de Educação para implementação, acompanhamento, avaliação, revisão e emendas do PME.

49

9 METAS E ESTRATÉGIAS

META 1 - Ofertar educação infantil a 100% (cem por cento) da demanda de crianças de 0 a 03 anos até 2017.

Indicador - número de crianças de 0 a 3 anos atendidas em relação ao total de crianças nessa faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar, em regime de colaboração, levantamento anual da demanda da população de até 03 anos, criando banco de dados e publicizando-o para planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade).

3. Assegurar que as unidades escolares tenham definido sua política para a Educação Infantil, com base nas diretrizes e sugestões de referenciais curriculares nacionais e nas normas complementares estaduais e municipais.

4. Garantir que todas as instituições que ofertam a Educação Infantil tenham formulado seus projetos pedagógicos com a participação dos profissionais de educação e comunidade escolar, observando o Plano Nacional de educação infantil e os seguintes fundamentos norteadores: a) princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. 50

5. Criar e construir centros de Educação Infantil, ampliando os já existentes, para atendimento conjunto de crianças de 0 a 03 anos, conforme padrões mínimos exigidos pela Legislação, considerando a demanda do município com a contrapartida do Estado e União.

6. Garantir que as unidades escolares de educação infantil façam a devida adequação de seu funcionamento, atendendo às necessidades da comunidade em que estão inseridas.

7. Garantir alimentação escolar adequada para todas as crianças atendidas nos estabelecimentos públicos e conveniados de Educação Infantil.

8. Garantir ações complementares socioeducativas de apoio às famílias de crianças de 0 a 03 anos, tais como palestras sobre desenvolvimento infantil e oficinas pedagógicas, promovendo a interação pais/crianças.

META 2 - Ofertar a Educação Infantil para 100% (cem por cento) de crianças de 04 e 05 anos até 2016.

Indicador: número de crianças de 4 a 5 anos atendidas em relação ao total de crianças nessa faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar, em regime de colaboração, levantamento anual da demanda da população de 04 e 05 anos, criando banco de dados e publicizando-o para planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade). 51

3. Assegurar que as unidades escolares tenham definido sua política para a Educação Infantil, com base nas diretrizes e sugestões de referenciais curriculares nacionais e nas normas complementares estaduais e municipais.

4. Garantir que todas as instituições que ofertam a Educação Infantil tenham formulado seus projetos pedagógicos, com a participação dos profissionais de educação e comunidade escolar, observando a política municipal de educação infantil e os seguintes fundamentos norteadores: a) princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

5. Criar e construir centros de Educação Infantil, ampliando os já existentes, para atendimento conjunto de crianças de 04 e 05 anos, conforme padrões mínimos exigidos pela legislação, considerando a demanda do município com a contrapartida do estado e união.

6. Garantir que as unidades escolares de educação infantil façam a devida adequação de seu funcionamento, atendendo as necessidades da comunidade em que estão inseridas.

7. Garantir alimentação escolar adequada para todas as crianças atendidas nos estabelecimentos públicos e conveniados de Educação Infantil.

8. Garantir ações complementares socioeducativas de apoio às famílias de crianças de 04 e 05 anos, tais como palestras sobre desenvolvimento infantil e oficinas pedagógicas, promovendo a interação pais/crianças.

9. Atender a demanda de transporte escolar para alunos oriundos da zona rural e terras ocupadas por indígenas, quilombolas e assentados, em regime de colaboração entre União, Estado e Município, observando aos princípios básicos de 52

segurança exigidos pelo Departamento Nacional de Trânsito, e ainda, levando em consideração: a) Tempo de permanência e idade mínima dos alunos que se beneficiarão dele; b) Presença de um monitor por veículo para ajudar o motorista a cuidar dos alunos.

META 3 - Atender 100% (cem por cento) da população escolarizável no ensino fundamental até 2015 na idade apropriada.

Indicador: percentual da população atendida no ensino fundamental na idade apropriada em relação ao total da população escolarizável, nesta faixa etária.

Estratégias:

1. Realizar anualmente o mapeamento da população escolarizável em idade escolar obrigatória que se encontra fora da escola, por residência e local de trabalho dos pais.

2. Garantir relação professor/criança, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade).

3. Reduzir em 100% (cem por cento) a distorção idade/ano, com qualidade na aprendizagem.

4. Reduzir em 100% (cem por cento) a repetência e a evasão no ensino fundamental, primando pela qualidade da Educação.

5. Atender a demanda de transporte escolar para alunos oriundos da zona rural e terras ocupadas por indígenas, quilombolas e assentados, em regime de colaboração entre União, Estado e Municípios, observando aos princípios básicos de segurança exigidos pelo Departamento Nacional de Trânsito, e ainda, levando em consideração: a) tempo de permanência e idade mínima dos alunos que se beneficiarão dele; 53

b) presença de um monitor por veículo para ajudar o motorista a cuidar dos alunos.

6. Assegurar a observância e implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem desenvolvidos pelo MEC para os (as) alunos (as) do ensino fundamental;

7. Criar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as) do ensino fundamental e otimizar a aplicação dos mecanismos disponíveis;

8. Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude.

META 4 - Apoiar a oferta de ensino médio.

Indicador: número de matrículas no ensino médio em relação a população escolarizável.

Estratégias:

1. Apoiar a oferta do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional para atender a demanda.

2. Apoiar cursos profissionalizantes presenciais e a distância, com elevação da escolaridade, para atender demandas específicas, especialmente trabalhadores que atuam em setores econômicos sazonais.

3. Incentivar a participação dos estudantes concluintes do ensino médio no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.

54

META 5 - Atender aos estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, atendendo a 100% (cem por cento).

Indicador: número de estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade ou superdotação atendidos em relação à demanda total.

Estratégias:

1. Estabelecer parcerias com as áreas de assistência social e saúde para a realização de mapeamento e busca ativa de pessoas com deficiência fora da escola, por residência ou local de trabalho.

2. Oferecer espaços físicos com adequação de acessibilidade aos diversos tipos de deficiências, além de incluir os profissionais da educação que tenham algum tipo de necessidade especial.

3. Garantir salas de recursos nas escolas da rede pública de educação básica sempre que se fizer pertinente ou necessário.

4. Ampliar e fortalecer o atendimento individualizado, em parceria com assistência social e saúde, aos estudantes que tenham impedimento comprovado por meio de laudo médico.

5. Atender a demanda pelos serviços e apoios especializados como complementação do processo de escolarização.

6. Expandir o atendimento às pessoas com surdez, garantindo intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para estudantes surdos nas salas regulares, investindo na formação de recursos humanos, em parcerias com as IES públicas e organizações não governamentais.

7. Fortalecer e ampliar transporte adaptado para estudantes com necessidades especiais das escolas, em parceria com Secretaria Municipal de Assistência Social e Saúde. 55

8. Capacitar os profissionais da educação das unidades escolares municipais, para que se assegure, na proposta pedagógica, a inclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais.

9. Disponibilizar livros de literatura e didáticos em Braille, falados e em caracteres ampliados, às escolas que têm estudantes cegos e de baixa visão, bem como livros adaptados para alunos com deficiência física, por intermédio de parcerias com instituições de assistência social, cultura e organizações não governamentais, União e Estado.

10. Estabelecer parcerias com a área de saúde e assistência social do Estado e Município, previdência e outras instituições civis afins, para aplicar testes de acuidade visual, auditiva e demais exames especializados nos estudantes das instituições de educação básica.

12. Apoiar ações e programas de inclusão digital às pessoas com necessidades educacionais especiais.

13. Elaborar estudos para disponibilizar monitor ou cuidador dos alunos com necessidades de apoio nas atividades de higienização, alimentação e locomoção entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.

14. Ofertar treinamentos esportivos aos estudantes com deficiências em parceria com as demais Secretarias.

15. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas na rede pública de ensino;

16. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do 56

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino;

17. Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo;

18. Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado;

META 6 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

Indicador: número de crianças alfabetizadas até o final do 3º ano do ensino fundamental em relação ao total da população escolarizável, nesta faixa etária.

Estratégias:

1. Implantar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as) professores (as) com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;

2. Aplicar avaliações nacionais periódicas e específicas para aferir a alfabetização das crianças, aplicadas a cada ano, bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental; 57

3. Selecionar, divulgar e estimular tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nas escolas em que forem aplicadas;

4. Incentivar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade;

5. Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós- graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) para a alfabetização;

6. Apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal.

META 7 - Aumentar progressivamente a carga horária em 1 hora por dia, atingindo pelo menos 7 horas diárias, para 25% (vinte e cinco por cento) dos estudantes matriculados na educação básica até 2018.

Indicador: número de estudantes matriculados na educação básica em escolas com carga horária entre 5 e 7 horas diárias pelo número de matrículas na educação básica.

Estratégias:

1. Assegurar estrutura física adequada, materiais pedagógicos, recursos financeiros e profissionais da educação necessários para o atendimento da carga horária ampliada. 58

2. Garantir atividades de apoio às tarefas escolares de todas as escolas que implantarem carga horária de 7 horas, com previsão de espaço físico, recursos financeiros e número suficiente de profissionais da educação qualificados.

3. Fomentar a articulação das escolas com os diferentes espaços educativos culturais e esportivos e equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários.

4. Criar um sistema para acompanhamento e avaliação dos resultados obtidos na implementação do currículo com carga horária ampliada.

5. Criar Centros de Educação Infantil para atendimento conjunto de crianças de 0 a 05 anos, em tempo integral, conforme padrões mínimos exigidos pela Legislação.

7. Garantir, no mínimo, 03 (três) refeições diárias em todas as escolas que implantarem carga horária de 7 horas.

8. Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais.

9. Garantir atividades de apoio às tarefas escolares de todas as escolas que implantarem carga horária de 07 horas, com previsão de espaço físico, recursos financeiros e profissionais da educação em número suficiente.

META 8 - Aferir a qualidade da educação em 100% (cem por cento) das unidades de ensino da rede municipal de educação até 2016.

Indicador - número de escolas com qualidade aferida por número total de escolas.

Estratégias:

1. Assegurar que todas as escolas de educação básica, em todas as modalidades, mantenham atualizado o Projeto Político Pedagógico, com observância das 59

Diretrizes Curriculares e/ou políticas estadual e municipal, com efetiva participação da comunidade.

2. Garantir instrumentos legais que assegurem eleição direta de gestores pela comunidade, em todas as unidades escolares da rede municipal, para os cargos de Diretor e Coordenador Pedagógico, a cada 03 (três) anos sem direito a reeleição para mandato subseqüente.

3. Definir expectativas de aprendizagem para a educação básica, com vista a garantir formação geral comum.

4. Implantar a avaliação sistêmica do processo educacional da educação básica, baseada na realidade, particularidades e peculiaridades regionais.

5. Realizar campanhas contínuas de mídia promovidas pelo órgão mantenedor visando otimizar a participação da comunidade escolar nos CDCE, grêmios estudantis, conselhos diretores.

6. Capacitar os membros dos conselhos escolares, conselhos diretores e conselhos municipais de educação para que possam exercer seu papel de controle social.

7. Fomentar ações que visem à interação entre família e escola.

8. Garantir aos grêmios estudantis suporte e estrutura na organização de ações, eventos pedagógicos, sociais e culturais realizados nas unidades escolares.

9. Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar da rede municipal, mediante transferência direta de recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática.

10. Apoiar tecnicamente ações de incentivo à divulgação da cultura, em especial a mato-grossense.

11. Garantir políticas de combate à violência na escola e a construção da cultura de paz e ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar. 60

12. Implantar e implementar rede de comunicação contínua e eficiente entre unidades escolares, estadual, municipal e unidades administrativas centrais e descentralizadas públicas.

13. Assegurar o desenvolvimento de projetos curriculares articulados com a base nacional comum, relacionados à Educação Ambiental, à Educação das Relações Étnico-Raciais e dos direitos humanos e música.

14. Garantir meios e espaços permanentes de divulgação, discussão e compartilhamento de vivências e experiências exitosas de todas as etapas e modalidades da educação básica.

15. Disponibilizar transporte escolar, obedecendo padrões de legislação de trânsito, para alunos da zona rural.

16. Assegurar apoio financeiro e pedagógico para as escolas que apresentarem projetos que visem ao desenvolvimento significativo dos estudantes, bem como a participação em jogos estudantis intermunicipais e estaduais, mostras científicas e similares.

17. Estabelecer parcerias entre União, Estado e município, envolvendo as Secretarias de Educação, de Saúde, Ambiental, de Cultura, de Ação Social, Conselhos Tutelares e Conselhos Municipais de Educação para o pleno atendimento das necessidades dos estudantes da educação básica, incluindo equipe multiprofissional (pedagogos, assistente social, fonoaudiólogos e outros), sem ônus para a educação.

18. Apoiar ações de Educação Ambiental articuladas com os projetos políticos- pedagógicos das escolas que contribuam ou promovam o desenvolvimento local sustentável.

19. Fomentar parcerias com órgãos gestores da política ambiental estadual e municipal para abertura de editais anuais de apoio a projetos de Educação Ambiental, visando sua concretização nas escolas e em espaços não escolarizados.

20. Orientar as escolas para que o ensino da educação religiosa e as solenidades escolares sejam realizados com base na laicidade do ensino, primando pelo direito 61

democrático da religiosidade de todos os povos e culturas, conforme legislação vigente.

21. Constituir comissão com a participação dos profissionais da educação, entidades civis e organizadas para elaborar orientações para o processo de escolha e adoção de livros e materiais didáticos, acervo das bibliotecas escolares, observando as especificidades das relações étnico-raciais.

22. Garantir a fruição a bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, de forma integrada ao currículo escolar.

23. Garantir a renovação e manutenção periódica dos equipamentos de multimídia, informática e laboratoriais, com profissional capacitado por turno de funcionamento da unidade escolar com a atribuição de auxiliar o professor.

24. Adotar medidas administrativas, pedagógicas e organizacionais necessárias para garantir ao estudante o acesso e a permanência na escola sem discriminação.

25. Realizar parcerias com instituições de educação superior e de educação profissional e tecnológica para a oferta de cursos de extensão, para prover as necessidades de educação continuada.

26. Contribuir em colaboração entre a União, o Estado e o Município, na constituição de um conjunto nacional de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;

27. Estimular processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação;

28. Aplicar os instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental, bem como apoiar o uso dos resultados das avaliações pelas escolas para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas; 62

29. Contribuir com o melhor desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, tomado como instrumento externo de referência, internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:

PISA 2015 2018 2021

Média dos resultados em matemática, leitura e 438 455 473 ciências

30. Aderir a programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

31. Assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;

32. Informatizar integralmente a gestão das escolas públicas da rede municipal e da Secretaria de Educação, bem como manter programa de formação inicial e continuada para o pessoal técnico;

33. Garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro- brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil.

34. Acompanhar oferta da educação básica pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função social da educação;

35. Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e 63

emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

36. Recorrer a assistência técnica financeira da união para o cumprimento de metas que assegurem a qualidade da educação, visando atingir o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB estabelecido;

37. Garantir o transporte escolar para Profissionais de Educação da área rural até sua unidade escolar. Em forma de ajuda de custo/auxilio transporte, inclusive em datas em que não haja aula, mas que o Profissional esteja em atividade escolar. A partir da aprovação deste Plano.

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0

Anos finais do ensino fundamental 4,7 5,0 5,2 5,5

Ensino Médio 4,3 4,7 5,0 5,2

META 9 - Ofertar vagas de Educação de Jovens e Adultos - EJA para 100% (cem por cento) da demanda existente.

Indicador: número de vagas ofertadas para EJA em relação à demanda de jovens e adultos.

Estratégias:

1. Estabelecer parcerias com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude, para a realização de mapeamento e busca ativa de jovens e adultos fora da escola, por residência ou local de trabalho, visando identificar a demanda e programar a oferta da EJA. 64

2. Alfabetizar todos os jovens e adultos no município com garantia da continuidade da escolarização básica em todos os turnos, conforme a necessidade.

3. Garantir a relação professor/estudante, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características da demanda da EJA, conforme os padrões do CAQ - Custo Aluno Qualidade.

4. Apoiar acesso gratuito a exames de certificação de conclusão e/ou de prosseguimento de estudos nos ensinos fundamental e médio.

5. Estabelecer parcerias entre União, Estado e município, envolvendo Secretarias de Educação, de Saúde, Ambiental, de Cultura, de Ação Social, executando ações de atendimento ao estudante da EJA por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde.

6. Garantir a diversificação curricular da EJA integrando a formação geral à preparação para o mundo do trabalho, estabelecendo interrelação entre teoria e prática nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e os espaços pedagógicos adequados às características desses estudantes.

7. Fomentar programas especiais de educação à população urbana e do campo, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, com qualificação social e profissional para jovens que estejam fora da escola e com defasagem idade série.

8. Apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores voltados à alfabetização na educação de jovens e adultos que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às necessidade específicas desses (as) alunos (as);

META 10 - Apoiar a educação superior para alunos que tenham concluído o ensino médio.

Indicador: número de matrículas de alunos na Educação Superior pelo número total de pessoas com ensino médio concluído. 65

Estratégias:

1. Criar e implantar um plano de políticas públicas de incentivo ao deslocamento de alunos do ensino superior.

2. Incentivar as instituições de educação a ofertarem cursos de nível superior no município.

3. Estimular o desenvolvimento e/ou uso de ambientes virtuais de aprendizagem.

4. Averiguar constantemente a regularidade dos programas de ensino superior que vierem a instalarem-se no município;

5. Realizar mapeamento de demandas para curso de nível superior.

META 11 - Oportunizar formação específica continuada.

Indicador: número de vagas oferecidas para formação específica continuada pelo total de pessoas que atuam na educação.

Estratégias:

1. Estimular os profissionais da educação a realizarem formação continuada com ênfase na educação especial.

2. Ofertar curso de formação continuada aos profissionais da educação, de forma articulada e integrada com a prática no contexto do processo educativo.

3. Acompanhar e avaliar a formação docente continuada dos profissionais da educação.

4. Estabelecer e garantir parcerias para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e de extensão, entre instituições formadoras e os sistemas de ensino Federal, Estadual e Municipal. 66

5. Ofertar a formação continuada específica dos professores e gestores das rede pública que atuam na Educação de Jovens e Adultos e educação profissional e tecnológica.

6. Ofertar formação continuada aos profissionais na função de gestores da educação pública.

7. Oferecer formação continuada com especialistas aos profissionais da educação básica pública que atendem alunos com necessidades educacionais especiais.

8. Promover formação aos professores da rede pública que atuam em língua espanhola ou inglesa para atender a demanda estabelecida.

9. Oferecer cursos de formação continuada sobre História e Cultura Afro-Brasileiras e Relações Étnico-Raciais e Indígenas aos profissionais da educação e de maneira específica aos professores da rede pública que atuam nas disciplinas referidas nas Leis Federais nºs 10.639, de 09 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008.

10. Oferecer formação continuada na área de agroecologia, sustentabilidade e economia solidária aos profissionais da educação, em parceria com as Secretarias Municipais e Estadual de Meio Ambiente, Agricultura, Educação e outras instituições.

11. Garantir e aplicar recursos pedagógicos, financeiros, humanos e físicos para a participação dos profissionais da educação da rede pública em fóruns, seminários e grupos de estudos relativos à temática da educação.

12. Desenvolver políticas de concessão de bolsas de modo a incentivar o Profissional de Educação à especializar-se e manter-se atuante e inovar no mercado de trabalho, através de cursos de Pós Graduação lato sensu e stricto sensu, por meio de parcerias entre União, Estado e Município.

13. Buscar parcerias com Universidades Públicas e Privadas para que os Profissionais da Educação possam ter acesso ao Mestrado e Doutorado, garantidos pela Rede Municipal de Ensino o incentivo em forma de Licença Remunerada. A partir do segundo ano da aprovação do PME, segundo orientações do Plano de Cargos Carreiras e salários – PCCs, do Município de Ipiranga do Norte-MT. 67

META 12 – Assegurar a existência de plano de carreira para os profissionais da educação básica pública.

Indicador: Plano de Carreira dos profissionais da educação básica.

Estratégias:

1. Avaliar e atualizar, o Plano de Carreira, Cargos e Salários dos profissionais da educação básica, quando necessário.

2. Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente até o final do sexto ano de vigência deste PME, em conformidade com viabilidade financeira do Município e parcerias com o Governo Federal.

3. Garantir a valorização dos Profissionais de Educação, criando uma comissão permanente com representações do Poderes Executivo, Legislativo, CME – Conselho Municipal de Educação, SINTEP – Sindicato dos Profissionais do Ensino Público e representantes das Unidades Escolares Municipais; para estudar a receita municipal e acompanhar a atualização progressiva do valor do Piso Salarial para os Profissionais do Magistério Público de Educação Básica (Lei 11.738/2008); Respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, e a viabilidade financeira do município, mas objetivando atingir a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente até o ano de 2021.

4. Valorizar os Profissionais não docentes em conformidade com a Constituição Federal/88, artigo 206, inciso VIII e de acordo com a Lei Federal 12.014 de 06/08/2009, sendo a mesma comissão citada na estratégia 3, responsável pelo estudo a fim de garantir a mesma evolução salarial da Lei Federal 11.738/2008, respeitando a viabilidade financeira do Município.

68

META 13 - Assegurar condições de continuidade da gestão democrática na educação da rede municipal.

Indicador: número de escolas com eleições para diretor e coordenador em relação ao número de escolas.

Estratégias:

1. Incentivar a participação em programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar e de outros representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;

2. Manter o Fórum Permanente de Educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PME.

3. Estimular a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se-lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;

4. Estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselho municipal de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive em participação de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo;

5. Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares.

6. Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 69

7. Incentivar a participação em programas de formação de diretores e gestores escolares.

8. Assegurar a escolha de diretores das unidades escolares mediante participação da comunidade escolar através do voto.

META 14 – Garantir a aplicabilidade integral dos recursos financeiros públicos, conforme previsto em lei, destinados à educação.

Indicador - total de recursos aplicados na educação pelo total de recursos destinados para a educação.

Estratégias:

1. Garantir, imediatamente, a aplicabilidade integral dos recursos financeiros destinados à educação, conforme os 25% (vinte e cinco por cento) estabelecidos na Constituição Federal e elevando gradativamente, se necessário e havendo disponibilidade financeira, chegando ao investimento de 35% (trinta e cinco por cento) até o término de vigência do PME.

2. Garantir, imediatamente, a aplicabilidade integral dos recursos financeiros públicos destinados à educação, conforme o estabelecido na Lei Orgânica Municipal.

3. Assegurar outras fontes de receita à educação, incluindo na vinculação todos os tributos (impostos, taxas e contribuições).

4. Utilizar o piso salarial profissional nacional pautado na Lei Federal nº 11.738 de 16 de julho de 2008, como patamar mínimo de referência para a elaboração do Plano de Carreiras, Cargos e Salários.

5. Implantar um padrão de gestão que priorize a destinação de recursos para as atividades-fim, a descentralização, a autonomia da escola, a equidade, o foco na aprendizagem dos alunos e a participação da comunidade. 70

6. Assegurar, por intermédio de instrumentos legais, a autonomia administrativa, pedagógica e financeira das escolas públicas, garantindo o repasse direto de recursos para despesas de manutenção e capital para o cumprimento de sua proposta didático-pedagógica.

7. Avaliar os mecanismos atualmente existentes de gestão dos recursos financeiros da escola, construindo um plano de trabalho conjunto órgão gestor/unidade escolar/CDCE.

8. Assegurar, por intermédio de instrumentos legais específicos, que o pagamento das tarifas de água, energia elétrica, telefônica e internet das escolas públicas seja mantido pelas respectivas entidades mantenedoras, independente dos repasses de manutenção e conservação.

9. Elaborar estudos para que se assegure a utilização do Produto Interno Bruto – PIB, como referência de financiamento para a educação, conforme preconiza a Emenda Constitucional nº59/2009.

10. Destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art.212 da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do “caput” do art.214 da Constituição Federal.

11. Garantir a Valorização Profissional da Educação, constituindo uma equipe de estudos formada pelos Professores, Sintep, Sociedade, Poder Executivo, Câmara de Vereadores e Conselho Municipal de Educação, para apreciar anualmente o ingresso de recursos do Governo Federal e Estadual que possam ser usados após definida a viabilização financeira em melhoria salarial desses profissionais, respeitando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

71

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 35ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte - Aspectos Históricos, Geográficos e Econômicos. Disponível em

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte – Dados Populacionais e Aspectos Socioeconômicos. Disponível em

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ipiranga do Norte – Taxa de Analfabetismo e Escolaridade Média. Disponível em

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL, MEC/INEP - Censo da Educação Básica INEP/MEC, 2014.

BRASIL, MEC. Ideb, 2013. Disponível em < http://portal.mec.gov.br >. Acesso em 13 de abril de 2015.

LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014. Disponível em Acesso em 10 de abril de 2015.

LEI Nº 10.111, DE 06 DE JUNHO DE 2014. Disponível em Acesso em 10 de abril de 2015.