jornal do CONASS - conselho nacional de nº.6 secretários de saúde consensus setembro / 2004 Pacto de Gestão Estados e Ministério assinam Carta de Com- na Saúde promisso do Projeto de Gilson Cantarino, presidente do CONASS; Expansão e Consolida- Humberto Costa, Ministro da Saúde; e ção da Saúde da Família Odorico de Andrade, presidente do (Proesf). Conasems. Pgs. 6 e 7 Pgs 8 e 9

Diretoria do CONASS terá audiência mensal com ministro. Pgs. 4 e 5

A FORÇA DOS ESTADOS NA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE Diálogo e resultados

GILSON CANTARINO O‘DWYER Presidente do CONASS consensus

Consensus é uma publicação mensal O CONASS acredita na capacidade do diálogo entre as do Conselho Nacional de três esferas de governo (estadual, municipal e federal) Secretários de Saúde (CONASS), como instrumento fundamental para o desenvolvimento do de distribuição gratuita. SUS. No fim do mês passado, obtivemos resultados positi- Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. vos nesse sentido.

As matérias publicadas em 31 de agosto – “Pressionado, COORDENAÇÃO EDITORIAL governo Lula prepara desafogo para dívidas dos estados”, Gilson Cantarino, Ana Luiza Wenke, da Folha de São Paulo, e “Governo exclui repasses para Júlio Müller, René Santos Ricardo F. Scotti Saúde do cálculo da dívida e alivia estados”, do Jornal O

Globo – são exemplos disso. Elas noticiam que o Ministério JORNALISTA RESPONSÁVEL da Fazenda considerou que os Estados podem excluir os Ana Luiza Wenke recursos referentes à Gestão Plena de Sistema de Saúde da RP 4313/14/21v/DF base de cálculo da receita líquida real para efeito de paga- REVISÃO mento de dívida com a União. Esse tema foi objeto de Gisela Avancini audiência da Diretoria do CONASS com o Ministro Humberto Costa. Ele assumiu o compromisso de buscar PROJETO GRÁFICO uma solução para o caso, e seu empenho junto a outros Fernanda Goulart órgãos do governo federal, como se vê, já produziu frutos LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO (ver matéria sobre o assunto nas páginas 4 e 5). Ad Hoc Comunicação Outro tema importante foi a realização da oficina deno- minada “Agenda do Pacto de Gestão”, no dia 5 de agosto. IMPRESSÃO E FOTOLITO Acqua Digital Nesse primeiro momento do processo de discussão

tripartite (estados, municípios e governo federal) sobre a TIRAGEM revisão do aparato normativo do Sistema Único de Saúde, 3.000 exemplares foi possível levar opiniões do conjunto dos Secretários ENDEREÇO E T ELEFONE Estaduais de Saúde, obtidas a partir de vários seminários e Esplanada dos Ministérios (EMI), encontros realizados desde julho do ano passado (ver Bloco G, sala 148 B matéria sobre a oficina do Pacto de Gestão na Saúde nas Ministério da Saúde – Ed. Anexo páginas 6 e 7). 70.058-900 – Brasilia - DF Sobre esse tema, ressalto a idéia do Contrato de Gestão Tel: (61) 315-2206 como reconhecimento da capacidade de condução do SUS Fax: (61) 315-2894 no âmbito dos estados, bem como do resgate do pleno E-MAIL exercício das macrofunções típicas da gestão estadual. [email protected] Lembro também a necessidade de um salto de qualidade que supere o atual modelo de financiamento, construindo INTERNET uma nova política de alocação de recursos visando à redu- www.conass.org.br ção de desigualdades. CONASS, Conasems e Ministério da Saúde não podem abrir mão do respeito à pactuação como tônica de suas relações no trabalho em favor da saúde da população.

2 consensus * setembro / 2004 Regulamentação da Emenda nO 29 é aprovada na Comissão de Seguridade

A Comissão de Seguridade Social da Mas a aplicação de outros dispositivos Câmara dos Deputados aprovou, no último presentes no projeto poderá dar fôlego maior dia 11 de agosto, o Projeto de Lei Comple- ao orçamento da saúde e quem sabe fazer mentar de autoria do deputado Roberto que o gasto por habitante/dia chegue a Gouveia que atualiza os percentuais mínimos R$ 1,00. É que a proposta aprovada veda a de participação da União, dos estados e dos inclusão de gastos com pagamento de amor- municípios para o financiamento da saúde, tizações, juros, encargos da dívida pública e garantido pela Emenda Constitucional nº 29. previdenciários no orçamento do setor e A proposta será ainda apreciada pelas caracteriza como crime de improbidade comissões de Finanças e Tributação e de administrativa o não cumprimento dos seus Constituição e Justiça, antes de ser votada dispositivos. Com isso, impede-se a gangorra em plenário. orçamentária, garantindo o fluxo de recursos O presidente da Frente Parlamentar da para a gestão plena dos municípios e a Saúde, Rafael Guerra (PSDB-MG), ex- efetiva implantação do SUS em todo o presidente do CONASS, disse que a saúde território nacional. pública do país vem sofrendo, ao longo dos Pela proposta, o gasto anual da saúde anos, um processo de descapitalização e de será fixado em dez das receitas correntes da dificuldades de financiamento. Segundo ele, União. Os Estados e o Distrito Federal deve- o gasto per capita do Brasil é menor que o rão aplicar em saúde 12% da receita obtida da Colômbia, o do Uruguai, o do Chile e o com ICMS (Imposto sobre Circulação de da Argentina. Mercadorias e Serviços) e IPVA (Imposto O governo federal reconhece que faltam sobre a Propriedade de Veículos ser aplicados, aproximadamente, R$ 600 Automotores) e também com os repasses da milhões para cumprimento da Emenda nº 29. União relativos à arrecadação do Imposto de Naturalmente, esse recurso deverá ser incor- Renda, deduzidas as transferências aos porado ao SUS e o Tribunal de Contas da União certamente fará questão que isso municípios. Já estes últimos e o Distrito aconteça, lembrou Guerra. Federal aplicarão em saúde 15% da arreca- dação com o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e de outros impostos municipais, além dos repasses da União relativos à arrecadação do Imposto de Renda. A regulamentação da EC nº 29 acompanha as deliberações da 12ª Conferência Nacional de Saúde e é resultado do esforço de entida- des, gestores, técnicos e parlamentares que acreditam que é preciso garantir o finan- ciamento de uma política pública nacional que promova a saúde do povo brasileiro. Conheça a íntegra do Projeto aprovado pela Comissão de Seguridade Social:

PRESIDENTE DA FRENTE PARLAMENTAR DE www.camara.gov.br/sileg/ Prop_Detalhe.asp?id=104342 SAÚDE, RAFAEL GUERRA.

consensus * setembro / 2004 3 Intergestores Diretoria do CONASS reúne-se com Encontros mensais tratarão de assuntos prioritários para os Estados, além de permitir diálogo sobre os temas para deliberação conjunta.

A Diretoria ampliada do Conselho Nacio- abordou questões como: Plano Nacional de nal de Secretários de Saúde (CONASS) foi Saúde, Alocação de Recursos Financeiros, recebida em audiências pelo Ministro Medicamentos Excepcionais e Relações Humberto Costa nos dias 4 e 18 de agosto. Intergestores. Segundo o presidente do CONASS, Gilson Cantarino O’Dwyer, o assunto principal dos encontros foi a situação observada na “O Ministro continua empenhado maioria dos Estados, nos quais os recursos em consolidar boas relações com referentes à Gestão Plena do Sistema de Saúde estavam sendo considerados na base as Secretarias Estaduais de de cálculo da receita líquida real para Saúde.” efeito de pagamento da dívida com a União, Gilson Cantarino O’Dwyer, o que levava a uma redução dos recursos reais disponíveis para saúde. presidente do CONASS. Outros temas que mereceram ênfase foram: a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, a gestão da Atenção Quanto à alocação de recursos, foi salien- Primária e o fluxo de encaminhamentos de tada a necessidade de ampliar os recursos propostas e critérios de seleção para a apro- financeiros para a assistência de média e alta vação de pleitos para habilitação de Centros complexidade ambulatorial e hospitalar, de Especialidades Odontológicas e Laborató- visando à redução das desigualdades regio- rios Regionais de Próteses Dentárias. nais, à recomposição dos tetos com vistas a O vice-presidente do CONASS, Osmar Terra, adequar os gastos atualmente existentes e à falou da necessidade de uma relação respeitosa implantação da Programação Pactuada e franca entre o conjunto dos Secretários Integrada (PPI). Estaduais de Saúde e o Ministério. Além disso, Sobre o tema medicamentos excepcionais, foram discutidas questões como a necessida- de de elaboração do Registro Nacional de Preços para os medicamentos desse tipo da tabela SIA/SUS; a formulação de um Projeto de Lei para disciplinar o acesso a esses medicamentos, com atuação dos gestores junto ao Congresso Nacional para a sua aprovação; e a necessidade de incremento dos recursos orçamentários do Ministério da Saúde em 2005 para aquisição desses medicamentos. “Ficou definido que teremos reuniões mensais com o Ministro para tratar dos assuntos prioritários para os Estados. Vamos PRESIDENTE DO discutir também as pautas para deliberação CONASS, GILSON CANTARINO na Comissão Intergestores Tripartite. Essa O’DWYER. decisão mostra que o Ministro continua

4 consensus * setembro / 2004 o Ministro Humberto Costa

SECRETÁRIOS DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SECRETÁRIOS DE SAÚDE DOS ESTADOS DE MINAS INSUMOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA GERAIS, MARCUS PESTANA; DO PARÁ, FERNANDO SAÚDE, LUIZ CARLOS BUENO; COORDENADOR DA DOURADO; E DO , CASSIANO DE OLIVEIRA. ASSESSORIA TÉCNICA DO CONASS, RENÉ SANTOS; SECRETÁRIOS DE SAÚDE DOS ESTADOS DE SÃO PAULO, LUIZ ROBERTO BARRADAS, E DO , OSMAR TERRA.

empenhado em consolidar boas relações com as Secretarias Estaduais de Saúde”, disse o Humberto Costa presidente do CONASS, Gilson Cantarino O’Dwyer. responde Participaram das audiências como repre- sentantes do CONASS: o presidente Gilson prontamente à Cantarino (RJ); os vice-presidentes Álvaro demanda dos estados Machado (AL), Fernando Dourado (PA), Osmar Terra (RS); os diretores Cassiano Oliveira (AC), Fernando Cupertino (GO), O Ministro Humberto Costa havia se Luiz Roberto Barradas (SP) e Marcus comprometido nas reuniões com a Pestana (MG). Diretoria do CONASS a verificar junto Da parte do Ministério da Saúde, além do ao Ministério da Fazenda – Secretaria Ministro Humberto Costa, estiveram presen- do Tesouro Nacional – a solução para tes: Gastão Wagner (Secretário-Executivo), a questão das dívidas dos estados. E Jorge Solla (Secretário de Atenção à Saúde), isso já foi feito. No último dia 31 de Maria Luiza Jaeger (Secretária de Gestão do agosto, matérias de jornais como Trabalho e da Educação na Saúde), Luiz Folha de São Paulo e O Globo noticia- Carlos Bueno (Secretário de Ciência, ram que o Ministério da Fazenda Tecnologia e Insumos Estratégicos), considerou que os estados podem Crescêncio Neto (Secretário de Gestão excluir os repasses recebidos pelo Participativa), Jarbas Barbosa (Secretário governo federal do cálculo da Receita de Vigilância à Saúde), Ana Paula Sóter Líquida Real para efeito de pagamento (Assessora Especial do Ministro) e Cipriano de dívidas com a União. Ou seja, as Vasconcelos (Diretor do Departamento de dívidas serão pagas sem prejuízos Apoio à Descentralização da Secretaria- para a saúde da população. Executiva do Ministério da Saúde).

consensus * setembro / 2004 5 Nova Norma União, estados e municípios d Secretários Estaduais de Saúde já debatem nova normatização do Sistem

O Ministério da Saúde organizou, no dia 5 de agosto passado, oficina denominada “Agenda do Pacto de Ges- tão”, com objetivo de dar início à discussão sobre a revi- Frases dos Secretário são das normas do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelecer as diretrizes, os conteúdos e a metodologia de trabalho para a elaboração de propostas para pactuação de questões fundamentais para a Gestão. “O espa Estavam presentes representantes do Conselho Nacional ser regiona de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de gestão e or Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e do Ministé- duais de Sa rio da Saúde. Representaram o CONASS, na oficina, os entre os pa Secretários Fernando Cupertino (GO), Marcus Pestana (MG), Cupertino, Luiz Roberto Barradas (SP) e Cassiano de Oliveira (AC). Saúde de G

PROPOSTAS DO CONASS Os Secretários reúnem-se para tratar do assunto desde “O SUS precisa evoluir de mun julho de 2003 (quando foi realizado o I Seminário do autárquica para regionalização CONASS para Construção de Consensos), e definiram, organizando racionalmente o nesse período, elenco de ações e prioridades relativas a meio da cooperação técnica, da Organização, Gestão e Financiamento do SUS. das CIBs regionais, sob a coordena Entre as conclusões, propuseram a elaboração de uma Estadual.” Marcus Pestana nova norma voltada para a construção de um modelo de CONASS e Secretário de Saú atenção que contemple os princípios e as diretrizes do SUS, em substituição à Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS/01/2002). Esta nova norma deve ser elaborada, segundo os Secretários Estaduais, sob a égide da responsabilidade sanitária, adequada à realidade de cada estado e região do país, integrando ações de promo- “Todos ção à saúde, Atenção Primária, assistência de média e alta planejamen complexidade, epidemiologia e controle de doenças, vigi- de sanitári lância sanitária e ambiental. de doenças Os Secretários propuseram, ainda, que seja estabelecida do CONAS nova modalidade nas relações intergestores com base em Estado de um tipo de Contrato de Gestão, cujos eixos sejam o reconhe- cimento da capacidade de condução do SUS no âmbito estadual e o exercício das macrofunções estaduais, com ênfase na cooperação técnica descentralizada e permanen- te, junto aos municípios. Tendo como base esse consenso, o CONASS apresentou “O Pacto de Gestão deve conte na oficina as seguintes propostas: pios normativos, entretanto dever aprimoramento de instrumentos como: Plano Diretor de autonomia para os atores Regionalização (PDR), Programação Pactuada Integrada municipais e se desapegar do d (PPI) e Plano Diretor de Investimentos (PDI), e também Cassiano de Oliveira, diretor do mecanismos de regulação; Secretário de Saúd

6 consensus * setembro / 2004 discutem novo Pacto de Gestão ma Único de Saúde desde julho do ano passado.

implementação de PPI nacional, que regule as questões de referências entre estados; os durante a oficina: estabelecimento de nova norma baseada nos textos legais vigentes; reafirmação da importância da organização de espaço regional de pactuação, gestão e orçamentação; observação de que o princípio ordenador do Pacto de aço de organização do sistema deve Gestão deve estar focado no direito do cidadão de acesso al, como espaço de pactuação, universal aos serviços de saúde; rçamentação. As Secretarias Esta- evolução do SUS de municipalização autárquica para aúde devem garantir a harmonia regionalização cooperativa, organizando racionalmente o actos municipais.” Fernando sistema, por meio da cooperação técnica, da implantação diretor do CONASS e Secretário de das Comissões Intergestores Bipartites (CIBs) regionais, Goiás. sob a coordenação da CIB estadual – que reúne estados e municípios. Os representantes do CONASS salientaram que não há nicipalização divergências na definição dos conteúdos gerais para o cooperativa, Pacto de Gestão, sendo que elas podem surgir no sistema, por detalhamento da implementação das propostas. implantação ação da CIB COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE a, diretor do Ficou decidido que a Câmara Técnica da CIT – que úde de Minas reúne representantes dos gestores da saúde dos governos Gerais. estaduais, municipais e federal – fará a coordenação dos trabalhos dos Grupos Temáticos da própria CIT no desen- volvimento das propostas para a revisão do processo normativo do SUS. São eles: Financiamento; Responsabili- os gestores deverão cumprir o dade Sanitária de Governo, de Gestão e de Respostas dos nto regional, com responsabilida- Sistemas e Serviços de Saúde; Planejamento, Programação a, assistência médica e controle e Avaliação; Organização da Assistência; Regionalização; s.” Luiz Roberto Barradas, diretor Regulação e Normalização do Sistema; e Participação S e Secretário de Saúde do Social e Controle Público do Sistema. São Paulo. Na reunião da CIT, realizada em 19 de agosto, foi apresentada minuta do documento-base contendo os princípios, os eixos temáticos e a metodologia de trabalho. O documento foi aprovado, acrescentando-se o eixo Gestão do Trabalho em Saúde. Além disso, o tema Organização da Assistência foi incorporado ao eixo Responsabilidade er os princí- Sanitária de Governo, de Gestão e de Respostas dos Siste- rá dar mais mas e Serviços de Saúde. Os grupos de trabalho devem estaduais e elaborar as propostas em setembro e outubro para pactuar etalhismo.” em novembro. CONASS e . de do Acre.

consensus * setembro / 2004 7 Proesf

Estados assinam Carta de Compromisso do e Consolidação da Saúde da Família Projeto traz mudanças para a dinâmica de avaliação da Atenção Pri- mária, viabiliza recursos para estruturação das equipes estaduais e busca integrar procedimentos de outros níveis de complexidade do SUS, além de aperfeiçoar tecnologias de avaliação e gestão.

MESA PRINCIPAL DA ASSINATURA DA CARTA-COMPROMISSO DO PROESF NA OPAS.

Os Secretários Estaduais de Saúde e o PRIORIDADE Ministro da Saúde, Humberto Costa, assina- A Atenção Primária foi uma das áreas ram, no dia 18 de agosto, na Organização que os Secretários Estaduais de Saúde Panamericana de Saúde (Opas), em Brasília, elegeram como prioritária em julho do ano a Carta-Compromisso do Projeto de Expan- passado, quando estiveram reunidos em são e Consolidação da Saúde da Família para o I Seminário do CONASS para (Proesf – Componente III). Construção de Consensos. No documento, firmam-se compromissos, A partir dessa priorização, o CONASS indicadores e recursos que serão realizou o II Seminário para Construção de disponibilizados pelo governo federal aos Consensos – Atenção Primária.1 Depois, estados para o desenvolvimento do projeto. elaborou e desenvolveu o “Projeto de Forta- O grande desafio é a institucionalização da lecimento das Secretarias Estaduais de avaliação da Atenção Primária pelas Secre- Saúde para Cooperação Técnica aos municí- tarias Estaduais de Saúde em todos os pios com ênfase na Regionalização da Assis- municípios brasileiros. tência e na Gestão da Atenção Básica”, por “Esse projeto será um indutor da meio do Progestores.2 mobilização técnica e política das Secreta- Durante o desenvolvimento desse projeto, rias Estaduais de Saúde, visando à qualifi- o Ministério da Saúde apresentou proposta cação e à consolidação da Atenção Primá- de institucionalização da avaliação na ria no território estadual, fortalecendo a Atenção Primária com recursos do Proesf, construção de um modelo de atenção à tendo como foco principal o fortalecimento saúde pautado no paradigma da promo- do papel das Secretarias Estaduais de Saúde ção”, explicou o presidente do CONASS, nesse processo. Gilson Cantarino O’Dwyer. Buscando integrar as iniciativas do con-

8 consensus * setembro / 2004 Explicando o Proesf*

Projeto de Expansão O Proesf propõe mudanças na dinâmi- ca do Programa de Saúde da Família (PSF), viabilizando recursos para estruturação das equipes/unidades, buscando integrar procedimentos de outros níveis de complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e aperfeiçoar tecnologias de gestão. Com os avanços no processo de descentralização das ações de saúde, devem ser ressaltadas as particularida- des das grandes cidades na reestruturação dos modelos de atenção à Saúde, na necessidade de regionalização PRESIDENTE DO e reorganização funcional do sistema. CONASS, GILSON A expansão e o fortalecimento do PSF CANTARINO O’DWYER. deverão combinar extensão de cobertura de serviços com maior qualidade da junto de Secretários Estaduais de Saúde e do atenção e da satisfação das necessidades Ministério, o CONASS participou ativamente de saúde para a população. das negociações para implementação dos Componente I – Direciona-se aos Planos Estaduais para o Fortalecimento das municípios com população superior a Ações de Monitoramento e Avaliação da 100 mil habitantes, propondo a substitui- Atenção Primária e realizou em julho deste ção do modelo tradicional de organiza- ano oficina para os técnicos das Secretarias ção de serviços de atenção básica pela Estaduais visando aprofundar as questões Estratégia de Saúde da Família. referentes ao monitoramento e à avaliação, Componente II – Direciona-se a toda elaborando material de apoio às Coordena- população coberta pelo PSF, concentran- ções Estaduais de Atenção Primária sobre do os investimentos em Desenvolvimento esse tema. (Mais informações sobre a oficina de Recursos Humanos. encontram-se no site: www.conass.org.br) Componente III – Monitoramento e Outra frente para institucionalização da Avaliação da Atenção Primária/PSF. avaliação, com foco na Atenção Primária, O volume total de recursos previstos vinha sendo desenvolvida pelo Departamento para o Proesf, de 2002 a 2009, é de de Avaliação da Situação de Saúde da US$ 550 milhões, sendo 50% financiados Secretaria de Vigilância à Saúde do Ministé- pelo Bird e 50% como contrapartida do rio e também foi integrada ao processo, governo brasileiro. culminando com o Curso de Avaliação em Para saber mais, acesse: Saúde, realizado em agosto último, com o http://dtr2002.saude.gov.br/Proesf/ objetivo de atualizar técnicos das Secretarias Estaduais e dos Centros Colaboradores. Contatos Gerência Geral Proesf (61) 315-2613 /3303. Componente III – POAs Estaduais 1 As conclusões do Seminário estão na publicação CONASS (61) 315-2185/2391. DOCUMENTA, n. 2: Atenção Primária – Seminário do CONASS para a Construção de Consensos. * Texto adaptado do site do Ministério da Saúde. 2 Programa de Informação e Apoio Técnico às Equipes Gestoras Estaduais do SUS.

consensus * setembro / 2004 9 AMAZONAS mortes de recém-nascidos até O Banco de Leite Humano do 2006, aproximando-se da estado pode virar referência meta preconizada pela nacional, com a implantação Organização Mundial de de um sistema de qualidade Saúde. Segundo o Secretário baseado nas normas ISO Estadual de Saúde, João 9002. Instalado na Materni- Felício Scárdua, em dez anos dade Ana Braga, inaugurada o estado saiu de uma morta- em maio deste ano, o banco lidade de 30,14 para cada foi indicado para o projeto mil nascidos vivos para piloto de implantação da ISO 15,89. “O trabalho de redu- que deverá se estender a ção faz parte da construção todos os bancos brasileiros e do SUS que nós queremos no ÁLVARO MACHADO latino-americanos. A escolha estado”, disse. foi motivada pelo nível O Estado terá laboratório de técnico da equipe local e pela PARAÍBA Entre janeiro e julho deste histocompatibilidade para estrutura da unidade, consi- fazer triagem de possíveis derada excelente. ano, o Centro Formador de Recursos Humanos (Cefor), doadores de medula óssea e O Banco de Leite será super- de rins, que funcionará no visionado pelo Instituto órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, formou Hemocentro (Hemoal). Fernandes Figueiras, do Rio O Ministério da Saúde inspe- de Janeiro, referência nacio- 600 técnicos de nível médio no curso de auxiliar de cionou o local antes de nal para Bancos de Leite credenciá-lo. “Com a realiza- Humano. enfermagem. Os participan- tes são funcionários de ção dos exames feitos no hospitais e de outras unida- estado, os transplantes serão ESPÍRITO SANTO des de saúde de 20 municípios mais rápidos e há chances de paraibanos. Em parceria com salvar mais vidas”, disse o a Fundação Nacional de Secretário Álvaro Machado. Saúde (Funasa), o Cefor vai qualificar 2.700 Agentes de A Secretaria Estadual de Vigilância Ambiental em Saúde conseguiu, em um ano Saúde, pelo Programa de de sua administração no Formação de Agentes de Hospital Infantil Maria Alice Vigilância em Saúde Fernandes, obter 78% de (Proformar). Desde o início aprovação dos seus usuários do ano, já treinou 1.580 com redução de 14% nos trabalhadores em saúde de custos e aumento de 16% no 53 municípios, que participa- número de atendimentos. JOÃO FELÍCIO SCÁRDUA ram do curso de auxiliar de O hospital é do estado, mas enfermagem. desde sua criação (1999) até agosto do ano passado era A saúde pública dá mais um administrado por empresa salto no estado. Foi lançado Com o objetivo de elaborar o privada. O diretor da unidade em 17 de agosto, no Palácio Plano Estadual de Assistên- de saúde, Paulo Xavier, diz Anchieta, o Programa Esta- cia Farmacêutica, a Secreta- que “o Maria Alice dual de Redução da Mortali- ria de Saúde de Minas Gerais Fernandes é um exemplo de dade Infantil e Materna e a Fundação Ezequiel Dias que o serviço público pode (Pró-vida). O objetivo é (Funed), presidida por Carlos dar certo”. reduzir em 20% o número de Alberto Pereira, estão reali-

1010 consensusconsensus ** setembrosetembro // 20042004 zando nove Seminários metodologia proporciona básico e campanhas de Regionais de Assistência grande alívio e aumento da vacinação são os principais Farmacêutica Básica. Dessa sobrevida para pacientes motivos para a queda da forma, os representantes dos graves. Para apresentação, taxa. Em 2002, o estado 853 municípios mineiros foram escolhidos dois pacien- ficou com 15,04. Em 2001, o terão oportunidade de pro- tes carentes do próprio índice foi de 16,07. Em 2000, gramar a sua cota de medi- Hospital, que é referência no foi de 17. Desde 1896, é camentos, estimando quanti- tratamento de doenças realizado o levantamento de dades, definindo prioridades cardiovasculares. mortalidade infantil. e otimizando os recursos financeiros. “É preciso selar GOIÁS uma forte parceria entre os Uma parceria da Secretaria gestores, o estado, o governo de Saúde de Goiás com a federal e os municípios, para Fundação Municipal de conseguirmos dar um salto Desenvolvimento Comunitá- de qualidade”, disse o Secre- rio de Goiânia (Fumdec) e a tário de Saúde do Estado, Rádio Universitária da Marcus Pestana. Universidade Federal de Goiás resultou em um projeto CEARÁ que divulga medidas de caráter preventivo junto à população. Trata-se do programa radiofônico “Saúde, Goiás”, que vai ao ar duas vezes por semana. O LUIZ EDUARDO CHEREM projeto aborda os cuidados em relação à saúde, com O Secretário de Estado da enfoque no trabalhador. Com Saúde, Luiz Eduardo participação de adolescentes Cherem, confirmou o repasse carentes, a expectativa é de à direção do Hospital que eles sejam agentes Marieta Konder Bornhausen, multiplicadores, ensinando de Itajaí, da primeira parcela em suas comunidades o que no valor de R$ 34 mil referen- aprendem sobre a saúde e a te ao convênio para a compra JURANDI FRUTUOSO SILVA produção das matérias. de aparelho de Raio-X. “O dinheiro não foi liberado Simpósio sobre arritmia teve SÃO PAULO antes por falta de documen- cirurgias cardíacas ao vivo. Mortalidade Infantil tem o tação do hospital, mas O objetivo era promover menor índice da história no conseguimos refazer o encontro com os melhores Estado. Levantamento da convênio e agilizar ao máxi- especialistas do Brasil na Secretaria Estadual de mo o repasse da verba”, área. No evento, realizado Saúde demonstra que nas explica Cherem. nos dias 6 e 7 de agosto, 645 cidades do estado o . foram apresentados: um caso índice em 2003 foi de 14,8 de implante de marcapasso (14,8 mortes para mil nasci- (que previne a morte súbita) dos vivos), 39,8% melhor e um outro de ablação que em 1995, quando se (tratamento curativo para registrou 24,6. Melhor assis- pacientes com arritmia tência ao recém-nascido, *Informações fornecidas pelas cardíaca). A nova expansão do saneamento Assessorias de Comunicação das SES.

consensusconsensus ** setembrosetembro // 20042004 11 serviços Aviso No mês de setembro, não haverá reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), nem Assembléia do CONASS.

13 de outubro

Reunião da Diretoria do CONASS com o Ministro da Saúde, Humberto Costa, 6 e 7 de outubro Brasília-DF.

Reunião da Assembléia do CONASS, Brasília-DF.

14 de outubro Reunião do Conselho Reunião da Comissão Nacional de Saúde, Intergestores Tripartite, Brasília-DF. Brasília-DF.

12 a 15 de outubro

O diretor de Relações Interinstitucionais do CONASS e Secretário de Saúde de Goiás, Fernando Cupertino, representará o CONASS no “Coló- quio Internacional de Programas Locais e Regionais de Saúde”, em Quebec, no Canadá. Durante o encontro, será realizado o Fórum Brasil que discutirá especificamente as experiências brasileiras.

PRESIDENTE: Gilson Cantarino O’Dwyer (RJ). VICE-PRESIDENTES: Álvaro Machado (AL), Fernando Dourado (PA), João Paulo Esteves (MS), Osmar Terra (RS). SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE SAÚDE: Altamir Ribeiro Lago (RR), Álvaro Machado (AL), Arnaldo Bernardino (DF), Bruno Cristiano Figueiredo (PI), Cassiano de Oliveira (AC), Cláudio Costa (AP), Cláudio Murilo Xavier (PR), Eduardo Alves Amorim (SE), Fernando Cupertino (GO), Fernando Dourado (PA), Gilson Cantarino (RJ), Guilherme Robalinho (PE), Helena Maria Ferreira (MA), Ivis Alberto Bezerra (RN), João Felício Scárdua (ES), João Paulo Esteves (MS), José Antônio Alves (BA), José Joácio Morais (PB), Jurandi Frutuoso Silva (CE), Leny Passos (AM), Luiz Eduardo Cherem (SC), Luiz Roberto Barradas (SP), Marcos Henrique Machado (MT), Marcus Vinícius Pestana (MG), Milton Luiz Moreira (RO), Osmar Terra (RS), Petrônio Bezerra Lola (TO). SECRETÁRIO-EXECUTIVO: Ricardo F. Scotti. ASSESSORIA TÉCNICA: Ana Luiza Wenke, Déa Carvalho, Gisele , Júlio Müller, Luis Fernando Rolim, Regina Nicoletti, René Santos, Rita Catanelli, Viviane Luiz. APOIO ADMINISTRATIVO: Adriano Salgado, Carolina Abad, Júlio B. C. Filho, Luciana Tolêdo Lopes, Luciléia de Souza Santos, Paulo de Paiva Arbués, Sheyla Ayala. CÂMARAS TÉCNICAS: Assistência Farmacêutica, Atenção à Saúde, Epidemiologia, Gestão e Financiamento, Informação e Informática, Recursos Humanos, Vigilância Sanitária.