UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS ATUANDO COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO SOCIAL EM SUAS COMUNIDADES

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL Por: Marcos Vinícius Siqueira de Souza

Orientador Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro 2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS ATUANDO COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO SOCIAL EM SUAS COMUNIDADES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Projetos Por: Marcos Vinícius Siqueira de Souza

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos e familiares.

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DEDICATÓRIA

A minha mãe Rute Siqueira de Souza, pelo incentivo, apoio e amor de sempre.

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RESUMO

Esse estudo se concentra na análise de projetos sociais desenvolvidos por Escolas de Samba em suas comunidades, promovendo uma melhora na qualidade de vida dos moradores dessas comunidades. O carnaval carioca, considerado por muitos o maior espetáculo da terra, movimenta alguns milhões de reais todo ano e projeta à imagem do Brasil nos quatro cantos do planeta, toda essa importância, contrastam com a realidade social vivida pelas comunidades de origem dessas agremiações, carentes de todo tipo de assistência por parte do poder público. Muitas vezes essas agremiações e por conseqüência os projetos sociais desenvolvidos, são usados como trampolim eleitoral em virtude do grande poder de persuasão que as Escolas de Samba têm sobre seus componentes e admiradores.

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METODOLOGIA

O instrumento de pesquisa utilizado para coleta das informações quanto aos fins será a pesquisa metodológica. A pesquisa metodológica se refere a captar informações que serão utilizadas no desenvolvimento da pesquisa feita com integrantes das Escolas de Samba e pessoas beneficiadas pelos programas sociais, onde respondem questões relacionadas ao problema exposto. Quanto aos meios à pesquisa será de campo, documental e bibliográfica, para trazer novas informações ao trabalho, serão utilizados como instrumento de busca: livros, sites, artigos e pesquisas bibliográficas. A pesquisa de campo será realizada por meio de entrevistas e serão aplicados questionários com a finalidade de identificar como os projetos sociais influenciam na melhora da qualidade de vida de seus beneficiários, porém somente através de pesquisa que as pessoas internas podem nos passar informações que possam enriquecer o trabalho. A pesquisa documental é feita através de documentos disponíveis na internet, nos sites das agremiações para termos um melhor entendimento referente ao tema exposto. A pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa feita com base em publicações como revistas, livros e artigos relacionados aos objetivos da pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Abre alas da atuação social das Escolas de Samba em suas comunidades – O conceito 09

CAPÍTULO II - Evolução dos Enredos dos Projetos Sociais, discussões e debates 18

CAPÍTULO III – Apoteose e resultados dos projetos sociais 27

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

A escolha do tema surgiu do meu interesse e admiração pelo carnaval carioca que sempre me fascinou por sua beleza e originalidade, mas principalmente por sua capacidade de mobilizar a população em torno de um objetivo comum. Segundo Nilza de Oliveira em Quaesitu (Nilza Oliveira, 1996, p.18): O que é uma Escola de Samba? Afirma que dentre as várias características que qualificam uma Escola de Samba, a principal é a capacidade de mutação, pois a cada ano ela se renova e apresenta-se de maneira diferente. Essa mobilização não se limita apenas em torno da criação e execução do desfile, mas também pelo lado social, através de projetos bem sucedidos e reconhecidos internacionalmente. Projetos que beneficiam suas comunidades gerando emprego e renda, organização comunitária e outros tipos de assistência. O trabalho apresentará discussões sobre o tema contribuindo para o entendimento e enfatizando a abordagens de autores. Serão apresentados grandes projetos sociais desenvolvidos por Escolas de Samba como Mangueira e Beija-Flor premiados internacionalmente e como essas ações influenciam no cotidiano de suas comunidades. Serão detalhados os projetos integrantes do programa social de agremiações, para que se tenha uma idéia da abrangência e importância dessas iniciativas e de que forma esses projetos influenciam na política, no cotidiano de suas comunidades, promovendo uma melhora na qualidade de vida de suas comunidades de origem.

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CAPÍTULO I ABRE ALAS DA ATUAÇÃO SOCIAL DAS ESCOLAS DE SAMBA EM SUAS COMUNIDADES O CONCEITO

O termo Responsabilidade Social abre espaço para diversas interpretações, para alguns representa a idéia de obrigação legal, há os que traduzem como uma prática ou função social. Outros a vêem como comportamento eticamente responsável ou caridade. Há ainda os que a associam a um simples sinônimo de socialmente irresponsável (Duarte e Dias, 1986, p.36). O movimento de Responsabilidade Social teve o seu marco inicial atribuído à obra Howard R. Bowen em 1953, intitulada “Social Responsibilites off the Businessman”, iniciando assim os debates do tema no meio acadêmico. O desenvolvimento do tema teve seu auge na década de 1970, quando grandes empresas do chamado primeiro mundo, começaram a procurar um equilíbrio entre os seus interesses e os da sociedade como um todo, através de ações relacionadas ao combate à pobreza e da degradação urbana.

A partir desse ponto cria-se a expressão “sabedoria convencional”, referindo-se a empresa socialmente responsável, que não almeja apenas o lucro, e sim aquela que considera todas as partes envolvidas como funcionários, fornecedores e todas as pessoas inseridas na comunidade em que a empresa está alocada, visando questões ambientais e sociais (Carroll, 1999, p.274). Dentre as diversas empresas e organizações que seguem as diretrizes da Responsabilidade Social, abordaremos nesse trabalho os projetos sociais desenvolvidos pelas Escolas de Samba, que vem contribuindo para a melhoria da qualidade de vida em suas comunidades.

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1.1 O Carnaval Carioca

O carnaval carioca segundo Sebe (Sebe, 1986, p.123) foi influenciado por um tipo de manifestação de origem portuguesa chamada de entrudo, muito popular no Brasil do século XVIII, que consistia basicamente no lançamento mútuo de água e pó. A novidade do carnaval na entrada do século XX era o chamado Corso carnavalesco, ou simplesmente corso, nome dado aos passeios das sociedades carnavalescas. Podem-se entender os corsos como o ponto de partida para o surgimento dos carros alegóricos, que consistia numa brincadeira na qual carruagens enfeitadas (e, posteriormente, automóveis sem capota) repletos de foliões desfilavam percorrendo a Avenida Central. Paralelamente, os segmentos mais pobres da nossa sociedade, passaram a se manifestar em pequenos blocos formados pela população das favelas, todos fantasiados, sem muita organização, que desfilavam nos morros do Centro do . Basicamente estes blocos eram constituídos por negros e imigrantes. Foi através destes blocos que surgiram as primeiras Escolas de Samba, símbolo do carnaval brasileiro e carioca. Na opinião de Cavalcanti (Cavalcanti, 1994, p.85), existia uma diferença entre as diversas manifestações de rua na cidade do Rio de Janeiro, "Os ranchos, surgidos em fins do século XIX, desfilavam com um enredo, fantasiados e com carros alegóricos, ao som de sua marcha característica, e eram organizados pela pequena burguesia urbana. Os blocos forma menos estruturada, abrigavam grupos cujas bases situavam-se nas áreas de moradia das camadas mais pobres da população, os morros e subúrbios cariocas”. No ano de 1932, começou o desfile das escolas no centro da cidade, mais precisamente na Praça Onze, abandonando os redutos (os morros e periferias da cidade), o que significava que a elite e o poder público passaram a enxergar, para além do viés cultural, o potencial econômico do carnaval.

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O primeiro desfile foi com o número de 19 escolas, o local ficou lotado para assistir e a vencedora foi a Mangueira, na ocasião a competição contou com um júri que definiu a necessidade de uma definição de quesitos e um primeiro regulamento. Nesse mesmo período, havia uma postura extremamente repressora aos movimentos sociais, em que os segmentos mais pobres eram associados às “classes perigosas”. O samba, expressão cultural, até então de formação majoritariamente negra e de moradores de favelas, ficando as Escolas de Samba, e conseqüentemente os sambistas, restritos a se manifestarem nos morros da cidade. Com o passar dos anos o espetáculo cresceu e hoje tem o título de maior show da terra. As Escolas de Samba se profissionalizaram e hoje tem estrutura de grandes empresas, administrando orçamentos milionários para a. Confecção do desfile. Em paralelo está a dura realidade social vivida pelas comunidades de origem dessas agremiações que convivem com todo abandono por parte do Estado, vivendo em muitos casos abaixo da linha da pobreza, desemprego, analfabetismo e guerra de tráfico.

1.2 Realidade Social

Segundo dados do Censo demográfico IBGE (Censo IBGE, 2010, p.180), o Rio de Janeiro é a cidade brasileira com a maior população vivendo em favelas do Brasil. Apostando na mudança do cenário desfavorável vivido pelos jovens de suas comunidades, as Escolas de Samba desenvolveram uma série de projetos sociais que se tornou em muitos casos uma alternativa real ao crime e a miséria predominante em comunidades carentes. Para muitos o desfile de uma escola de samba está relacionado apenas a aspectos artísticos, porém a sua organização e concepção vão, além disso. Que outro movimento consegue agregar milhares de pessoas pontualmente durante meses no mesmo local, fazer com que os participantes obedeçam

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cegamente às ordens dos fiscais e no final provocar choro com uma derrota? Essa capacidade mobilização é um fator primordial para o sucesso alcançado por projetos sociais desenvolvidos por agremiações carnavalescas. Segundo Caillois (Caillois,1950, p.250) a reunião de um grande número de pessoas, fazendo movimentos, contribui para a produção de grande quantidade de “energia”, que é redistribuída para todos os outros participantes, essa afirmação surge quando o autor analisa o sacrifício que para ele implica em uma consagração. Os sacrifícios que as agremiações vivenciam ao longo do ano buscam atingir um resultado de consagração. As Escolas de Samba normalmente estão localizadas em regiões onde a maioria dos habitantes não possui perspectivas de melhoria em suas condições de vida e excluídos pelo pode público, dessa forma as agremiações com suas ações sociais ocupam um papel que seria dever do Estado. Essas ações englobam diversas áreas como esporte, educação, saúde, cultura, qualificação profissional e beneficiam em sua maioria jovens habitantes de suas comunidades e adjacências. Quase todas as agremiações tradicionais do carnaval carioca desenvolvem projetos sociais, alguns reconhecidos a nível internacional. Como seria inviável falar de todos eles nesse trabalho escolhi como exemplo o projeto desenvolvido pelo Grêmio Recreativo Estação Primeira de Mangueira.

1.3 Grêmio Recreativo Estação Primeira de Mangueira

1.3.1 Programa social da Mangueira

A comunidade da Mangueira é a terceira mais antiga da cidade do Rio de Janeiro, o início de sua ocupação se deu por pessoas retiradas de cortiços na região central da cidade. A Escola de Samba Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, segundo o site oficial da agremiação foi fundada no dia 28 de abril de 1928, por Euclides Satur (Saturnino Gonçalves), Massu

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(Marcelino José Claudino), Pedro Paquetá (Pedro Caim), Abelardo da Bolinha, Cartola (Angenor de Oliveira) e Zé Espinguela (José Gomes da Costa), em uma reunião na localidade conhecida como Buraco Quente, região central da Mangueira. Carlos Cachaça também era do núcleo, mas não assinou a ata da fundação porque tinha que trabalhar naquele dia. O Grêmio Recreativo Estação Primeira de Mangueira tornou-se uma potência do carnaval carioca com 17 títulos de campeã, segundo o site oficial da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba). Segundo Sérgio Cabral em As Escolas de Samba - o que, quem, onde, como, quando e porque (Sergio Cabral, 1974, p.85) afirma que a Mangueira foi à primeira escola que criou a ala de compositores, incluindo mulheres; mantém, desde a sua fundação, uma única marcação, com o surdo de primeira, na sua bateria e, contando com Marcelino Claudino, o Massu, introduziu as figuras do mestre-sala e da porta-bandeira no Carnaval. No símbolo da escola, o surdo representa o samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos. O projeto Vila Olímpica da Mangueira teve início no ano de 1987 e foi idealizado por Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, atual presidente da escola. Em sua fase inicial o projeto tinha o objetivo de afastar crianças e adolescentes da Mangueira do consumo de bebidas e drogas, teve o apoio da Xerox em um dos primeiros casos de parceira entre grandes empresas e projetos sociais comunitários através do difundido conceito de Marketing de responsabilidade social. As primeiras instalações aconteceram em um terreno cedido pelo Governo Federal e o carro chefe foi o projeto Vila Olímpica com objetivo de incentivar a prática esportiva individual e coletiva, utilizando assim o fascínio que o esporte exerce sobre os jovens servindo assim como a ferramenta principal de ingresso social e desenvolvimento físico e psíquico, trazendo aos jovens um elemento novo que ajudaria no desenvolvimento pessoal e profissional.

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A única premissa para o jovem participar do projeto era estar matriculado na rede de ensino, e apresentar consequentemente comprovantes de freqüência e boas notas. Nascido inicialmente como um programa esportivo, com a criação da Vila Olímpica da Mangueira, o Projeto seguiu seu objetivo através do peso realiza trabalhos específicos com a terceira idade e com pessoas desenvolvimento de atividades esportivas organizadas e da melhora na qualidade de vida para a terceira idade; educando e formando cidadãos. Além do Centro de Referência Esportiva, que possui equipe de atletismo, basquete, futebol, ginástica rítmica, natação, boxe e levantamento de portadoras de necessidades especiais. Com o incentivo de grandes empresas houve uma ampliação nas áreas de atuação e o projeto que inicialmente estava voltado ao esporte, foi expandida também para as áreas de cultura, saúde, educação, capacitação profissional, inclusão social e cidadania.

1.3.2 Projetos

1.3.2.1 Posto de Saúde Vila Olímpica e Candelária

Criado em 1989 para atender os atletas do projeto olímpico, em parceria com a iniciativa privada (inicialmente administrado pela Golden Cross), o Posto de Saúde instalado no Complexo passou em 1997 a atender a toda a comunidade, por meio da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. As consultas têm horário marcado, determinado pela distribuição de senhas pela manhã, havendo também distribuição gratuita de medicamentos.

1.3.2.2 Projeto Cultural e Resgate de Cidadania Com o objetivo de complementar os outros projetos, o programa estabeleceu um convênio com a Universidade Castelo Branco, que visa garantir assistência jurídica, social e pedagógica aos integrantes do programa. O trabalho é

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realizado por estagiários e supervisores, e se inicia na inscrição, quando a situação sócio-familiar de crianças e jovens são avaliadas.

1.3.2.3 Serviço de Atendimento Comunitário

Implantado com o objetivo de conscientizar os pais ou responsáveis pelas crianças e jovens da comunidade dos benefícios oferecidos pelo Programa. Além de regularizar a documentação das crianças e jovens, providenciando a matrícula escolar, o atendimento busca oportunidades de inserção dos pais no mercado de trabalho.

1.3.2.4 Estação da Melhor Idade

Criado em março de 2000, tem por objetivo promover a inserção e a reintegração social dos idosos, que tem benefícios oferecidos por programas de saúde, educação e esportes.

1.3.2.5 Dançando para não Dançar

A associação Dançando para não Dançar é uma instituição não governamental que desenvolveu um programa para ensino de dança clássica em comunidades carentes. Em 1997, a Vila Olímpica passou a ser a sede oficial do programa.

1.3.2.6 Vidro é Cidadania

O projeto foi criado em novembro de 2002, visando unir preservação do meio ambiente à manutenção e supervisão do trabalho de catadores de vidro· . 1.3.2.7 Casa Lar

Criada em 2003 para atender os portadores de deficiência mental, física e/ou sensorial. Atualmente abriga 30 pessoas. Algumas crianças têm suas

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atitudes de autonomia desenvolvidas para que tenham uma interação social. Neste caso, ficam na Casa-Lar em caráter provisório até poderem ser reinseridas ao núcleo familiar. Já as crianças em situação de risco pessoal e social, a Casa oferece residência permanente.

1.3.2.8 Mangueira do Amanhã

Criado em 1987, idealizado pela cantora Alcione, com o objetivo de preservação da cultura da Escola de Samba.

1.3.2.9 Clube Escolar

Criado em 1997, com o objetivo de oferecer atividades esportivas extraclasses aos alunos da rede municipal. É parte do programa de Extensão Educacional da Secretaria Municipal de Educação.

1.3.2.10 Escola Tia Neuma Inaugurada em 2001 em parceria com a Rede Santa Mônica Centro Educacional, onde ficou estabelecido que todos os projetos desenvolvidos na rede Santa Mônica Centro Educacional são realizados na Escola Tia Neuma. Visa atender o Ensino fundamental do CA à 4ª série.

1.3.2.11CIEP Nação Mangueirense

Inaugurado em 1994, em parceria com a Secretaria de Estado, oferece além de Ensino Fundamental e Médio, oportunidade de participação nas oficinas culturais do Projeto Artisticamente Mangueira, cujo objetivo é despertar o gosto dos alunos pela arte e pela cultura.

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1.3.2.12 Camp (Círculo dos Amigos do Menino Patrulheiro)

Implementado em 1989 como forma de apoiar a educação formal dos jovens em idade escolar, através de apoio, orientação e treinamento de equipes especializadas. O treinamento tem carga horária de 384 horas e entre as matérias estudadas estão: matemática, português, informática, iniciação ao trabalho, relações humanas, espanhol, ética, e cidadania, técnicas comerciais, higiene pessoal, orientação sexual, xadrez e atividades culturais.

Os alunos recebem bolsa de 1 salário mínimo, auxílio-refeição, vale transporte.

1.3.2.13 Projeto Faz-Tudo

Projeto profissionalizante inaugurado em maio de 2000, com objetivo de promover o desenvolvimento de jovens e adolescentes, contribuindo para a. construção da autoestima, da dignidade, da cidadania e, posteriormente, empregabilidade dos alunos. Os alunos recebem uma bolsa-auxílio e cesta básica. O projeto possui uma equipe interdisciplinar e é coordenado por uma assistente social.

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CAPÍTULO II EVOLUÇÃO DO ENREDO DOS PROJETOS SOCIAIS, DISCUSSÕES E DEBATES O CONCEITO

O carnaval injeta milhões de reais todos os anos na economia brasileira, principalmente em setores ligados ao turismo, e o Rio de Janeiro é um dos grandes destinos durante o período da folia de Momo. As Escolas de Samba como protagonistas desse movimento desenvolvem projetos sociais como forma de amenizar as dificuldades sociais vivenciadas por suas comunidades.

Segundo Gasnier, (Gasnier 2006, p.134) “Projetos são empreendimentos temporários conduzidos para criar um resultado único”, portanto buscam resultados que não necessariamente precisa ser o financeiro e envolvem diversos desafios. O poder público participa dos projetos sociais desenvolvidos pelas Escolas de Samba como parceiros, fornecendo infraestrutura para as instalações dos projetos ou financiando e auxiliando na gestão dos mesmos. O Programa social da Mangueira colhe resultados positivos que mostram como é importante o trabalho desenvolvido pelas agremiações em suas comunidades. Segundo dados do Senso IBGE (2010), o nível de escolaridade na Comunidade da Mangueira subiu em 15 anos de 40% para 96%. Alem disso segundo dados da 1ª Vara da Infância e Juventude, entre as maiores comunidades cariocas, a Mangueira possui o menor índice de jovens e crianças envolvidos com drogas e marginalidade. Como o Estado se mostra ausente em ações de melhoria nas condições de vida dessas comunidades, abre se o espaço para a atuação de outras instituições como as Escolas de Samba no âmbito social para o desenvolvimento de projetos no interior dessas comunidades.

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Os Projetos Sociais desenvolvidos em comunidades carentes inicialmente vinham de iniciativas religiosas na forma assistencialista, como doações de roupas, alimentos e medicamentos, ainda sem organização e planejamento definidos. Na atualidade os projetos sociais desenvolvidos por agremiações carnavalescas, contam com suportes profissionais especializados, metas e objetivos pré-definidos. Com isso novas alianças surgem trazendo especialização técnica, parcerias com empresas privadas que tem possibilitado o aumento na visibilidade desses projetos e ampliando suas áreas de atuação. Segundo Tancredi e Kisil (Tancredi e Kisil, 1996, p.136), nossa prática no planejamento e programação, supervisão e avaliação de projetos sociais, aliada a nossa preocupação como educadores da universidade, mostram que as noções tradicionalmente englobadas no campo da gerência de projetos são pouco conhecidas, ou pouco valorizadas ou, mesmo, rejeitadas por aqueles que militam no Campo dos projetos sociais.

2.1 Gerenciamento de Projetos

O PMI (Project Management Institute(PMI, 2004, p.47) define Gestão de Projetos como sendo o processo através do qual se aplicam conhecimentos, capacidades, instrumentos e técnicas às atividades do projeto de forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos diversos stakeholders que são indivíduos ativamente envolvidos no projeto ou cujo resultado do mesmo poderá afetá-los positivamente ou negativamente.

2.1.1 História do Gerenciamento de Projetos

Na década de 1950 teve início a era moderna da gerência de projetos. Antes disso, os projetos eram controlados utilizando-se basicamente os gráficos de Gantt, técnicas informais e ferramentas. Nesse tempo, dois modelos de projetos matemáticos, foram desenvolvidos, O "Program Evaluation and Review Technique" ou o PERT,

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desenvolvido como parte do programa do míssil para o submarino Polaris da marinha unida dos estados (conjuntamente com o Lockheed Corporation); e o "Critical Path Method" (CPM), desenvolvido em conjunto por DuPont Corporation e Remington Rand Corporation, para projetos da manutenção de planta. Em 1969, o Project Management Institute (PMI) iniciou o desenvolvimento de uma metodologia de gerenciamento para servir aos interesses das mais diversas empresas, da indústria de software à de construção. Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento de um guia de projetos, o Project Management Body of Knowledge, contendo os padrões e as linhas mestras das práticas que passaram a ser amplamente utilizadas. Paralelamente a profissionalização que os projetos sociais desenvolvidos por escolas de Samba têm alcançado, está à grande influência que a contravenção conhecida como exerce na administração e gestão das Escolas de Samba e por conseqüência também nos projetos desenvolvidos pelas instituições. 2.2 Carnaval e a Contravenção

Em 1993 a Polícia Federal e o Ministério Público encontraram, além de US$ 3 Milhões de reais, uma lista com a contabilidade de Castor com nomes de autoridades, policiais e políticos suspeitos de receber suborno e de ter campanhas financiadas pelo jogo do bicho. Foram presos na ocasião: Castor de Andrade - patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, Paulinho Costa Andrade - filho adotivo de Castor de Andrade, Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, Luisinho Pacheco Drummond - patrono da Imperatriz Leopoldinense e ex-vice- presidente de futebol do Botafogo, Aniz Abrahão David, o Anísio - presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, Waldemir Paes Garcia, o Maninho - filho do bicheiro Miro e ligado ao Salgueiro, era conhecido como “Rei da Zona Sul”,

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Waldomiro Garcia, o Miro -patrono do Salgueiro, Carlos Teixeira Martins, o Carlinhos Maracanã - ex-patrono da Portela, Antônio Petrus Kalil, o Turcão - um dos últimos grandes banqueiros do bicho no Rio, José Petrus Khalil, o Zinho - irmão de Turcão comandava o bicho no Centro da cidade, José Carlos Caruzzo Escafura, o Piruinha - dono da casa de shows Sambola e Emil Pinheiro - ex-dirigente do Botafogo. Com a prisão dos patronos do jogo do bicho, as escolas de samba foram obrigadas a desenvolver enredos com temas que possibilitassem a captação recursos e patrocínios de empresas, cidades e buscando com isso a manutenção do alto padrão dos desfiles. Os órgãos públicos também aumentaram a sua participação na ajuda às escolas, engrandecendo assim o espetáculo. Com isso uma mudança na cultura administrativa das escolas de samba trouxe uma maior profissionalização ao carnaval e também refletiu positivamente nos projetos sociais desenvolvidos pelas agremiações, pois além de uma maior qualificação profissional dos envolvidos na gestão dos projetos, possibilitou o aumento da parceria com empresas através de patrocínios.

As Escolas de Samba não cumprem apenas o “papel” cultural, pois estão envolvidas em diversas questões, como por exemplo, a política, e em muitos casos tornaram-se importantes trunfos eleitoreiros, questões econômicas, pois geram milhões de reais para a cidade, não só nos dias de carnaval, mas durante todo o ano, com eventos relacionados ao samba e à criação de empregos. Podemos destacar como exemplo da influência das Escolas de Samba e seus projetos sociais na política e na economia citando o Município de Nilópolis na Baixada Fluminense, comunidade do GRES Beija-Flor.

2.3 Influência do Beija-Flor em Nilópolis

O município de Nilópolis integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Seu nome foi dado em homenagem ao presidente da república Nilo

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Peçanha. Localiza-se onde existia a antiga Fazenda São Mateus. Até hoje existe a capela de mesmo nome. O município já foi o menor do Brasil e recebeu presença de imigrantes de origem judaica e notavelmente imigrantes de origem sírio-libanesa nas primeiras décadas do século XX. Segundos dados do Censo IBGE/2010, possui uma população de 182.000 habitantes, PIB R$ 1 347 246,082 mil IBGE/2008 e PIB per capita de R$ 8 472,98 IBGE/2008.

2.4 Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, iniciado por um bloco carnavalesco, de Nilópolis, no dia 25 de Dezembro de 1948, um grupo formado por Martje F., Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Helles Ferreira da Silva, Mário Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva. A mãe de Negão da Cuíca, Dona Eulália, sugeriu o nome da agremiação, o que lhe valeu o direito de ser admitida como fundadora. O nome foi inspirado no Rancho Beija-Flor, que existia na cidade de Valença, no interior do Rio. Somente em 1953, o bloco, que virou vitorioso no bairro, se transformou em escola de samba, fazendo o seu primeiro desfile oficial em 1954 pelo Segundo Grupo, quando obteve a primeira colocação. Após vários anos pelas divisões inferiores, apenas em 1973, quando apresentou um enredo sobre a educação, conquistou o vice-campeonato do segundo grupo, conquistando novamente o acesso à divisão principal. Ao todo, a Beija-Flor venceu 12 dos desfiles de carnaval do Rio de Janeiro, nos anos de: 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008 e 2011. Foi vice-campeã outras 12 vezes, nos anos de: 1979, 1981, 1985, 1986, 1989, 1990, 1999, 2000, 2001, 2002, 2009 e 2013.

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2.5 Programa Social da Beija-Flor

A azul e branco de Nilópolis desenvolve projetos sociais para a sua comunidade desde o ano de 1978, através da família David. Os projetos atuam com profissionais contratados conforme período de duração dos projetos e também com alguns voluntários, que beneficiam a todos os moradores de Nilópolis e também de municípios limítrofes da Baixada Fluminense como Mesquita e São João de Meriti, segundo dados da própria escola.

2.6 Projetos sociais do programa

Possui projetos em diversas áreas como educação, saúde, esportes e cultura que foram pensados com o objetivo de auxiliar a comunidade de Nilópolis afastando as crianças das ruas e do aliciamento pelo mundo do crime.

2.6.1 Projeto sonho do Beija-Flor

Oferece aulas de informática, confecção de adereços para fantasias e alegorias, sapataria, carpintaria e outras carreiras voltadas à indústria do Carnaval. Esse projeto possui apoio da Petrobrás, segundo o site oficial da escola. Luiz Fernando Nery, gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, definiu como um “casamento perfeito” a parceria feita com a escola. São duas grandes instituições: uma grande campeã do Carnaval carioca e a Petrobras, uma grande realizadora de projetos sociais. A Petrobras veio para ampliar o trabalho que a Beija-Flor já fazia – comentou o diretor da Petrobras, informando que a empresa repassou à escola R$ 1,5 milhão, quantia referente ao contrato que termina em novembro deste ano, mas, que, segundo ele, deve ter continuidade. A meta da escola e da empresa é que, até novembro, o número de crianças, jovens e adultos atendidos pelo projeto suba dos atuais 1.600 para três mil.

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2.6.2 Projeto Formação de mestres-sala, porta-bandeiras e passistas

Comandado por Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor, o projeto visa à formação de novos talentos para o samba carioca, além da arte da dança.

Tem o objetivo de despertar, entre as crianças e jovens da comunidade, a disciplina e a cidadania. As aulas são ministradas por Selminha e pelo mestre-sala Claudinho. Entre os projetos sociais da escola, as turmas de formação de mestres-sala e porta-bandeira e de passistas estão entre as mais procuradas.

2.6.3 Creche Júlia Abrão David

O objetivo da creche era responder a demanda das mães da comunidade, que necessitavam trabalhar, mas não tinham onde deixar seus filhos. Normalmente essas mulheres trabalham em lugares distantes do município de Nilópolis, o que necessitaria de um atendimento em horário integral.

Foi criada no ano de 1978 com o nome de Casulo I Beija-Flor. Inicialmente, eram apenas 70 crianças atendidas, gratuitamente, na faixa etária dos 2 aos 6 anos. No entanto, logo foi sentida a necessidade de ampliar o atendimento, em virtude da grande procura.

Em 17 de fevereiro de 1982 foi inaugurada a nova sede da creche. A partir de 1992, a Creche passou a se chamar Creche Júlia Abrão David.

2.6.4 Educandário Abraão David

O Educandário foi concebido para oferecer, gratuitamente, além do Ensino Fundamental, alimentação e atendimento médico e odontológico a todos os alunos. Isso representa uma estrutura própria de 875m2 que conta, hoje, com 13 salas de aula, laboratórios de ciências e informática, refeitório

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com 120 lugares, biblioteca, cozinha industrial e demais dependências administrativas. O Educandário possui sua secretaria toda informatizada desde 1991 o que traz agilidade e qualidade no atendimento e manutenção dos registros do corpo discente. Segundo fontes da escola, o Educandário conta também com avaliação continuada, no modelo de recuperação paralela, na realização de reuniões com os pais antes das avaliações ajudando a focar os esforços nas reais deficiências do aluno, na sistemática rotina de exercícios discursivos entre outros.

2.6.5 Centro Comunitário Nelson Abraão David

Foi implantado com o nome de Centro de Apoio Comunitário Beija-Flor. O objetivo era preencher o mercado de trabalho da cidade, até então deficiente, pela falta de mão de obra qualificada. Com apoio do SENAC, SENAI e Nestlé, iniciou-se uma série de cursos profissionalizantes, na área onde funcionava a antiga quadra da Escola.

2.6.6 Projeto Esporte

A área esportiva merece uma atenção especial por parte do presidente administrativo da Beija-Flor, que é ex-dirigente do Fluminense, Farid Abrão, que já organizou diversos torneios de futebol na cidade. No Parque Aquático Nelson Abrão David, é oferecido aulas de natação para as crianças e de hidroginástica aos adultos. Há onze anos, mestre Besouro ensina a arte da capoeira para crianças e adolescente na quadra da escola de samba, por onde já passaram mais de 1.200 alunos. A novidade em 2001 ficou por conta da criação de uma escolinha de balé, desde outubro, a bailarina de formação internacional e coreógrafa da Comissão de Frente da Beija-Flor, Ghislaine Cavalcanti, está ensinando a arte

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do balé a crianças e adolescentes da comunidade de Nilópolis divididas em turmas conforme a faixa etária, que vai de 4 a 17 anos. A escola desenvolve um projeto de esportes em parceria com o projeto do ex-jogador de futebol Gerson, o Canhotinha de Ouro. Além de futebol de salão, os alunos têm aula de jiu-jítsu, futebol society, natação e balé.

2.6.7 A Beija-Flor em Nilópolis

A Beija-flor tornou - se a maior expressão da cidade de Nilópolis e a Família Abrão David que administra a escola domina há décadas o cenário político na cidade. Entre 1983 e 2009, a cidade teve apenas seis prefeitos, destes, 4 pertencem ao grupo Abraão-Sessim ligados à administração da escola.

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CAPÍTULO III APOTEOSE E RESULTADOS DOS PROJETOS SOCIAIS O CONCEITO

As agremiações que protagonizam o chamado “maior espetáculo da terra”, podem promover ações sociais e melhorias na qualidade de vida em suas comunidades de origem? Enganam-se os que pensam que todas as atividades desenvolvidas pelas Escolas de Samba terminam na quarta-feira de cinzas. As agremiações carnavalescas possuem uma agenda movimentada durante todo o ano, com importantes eventos, promovendo discussões que são de interesse do meio, além de variadas atividades culturais e principalmente sociais. Constatamos que cada Escola de Samba é um ponto de aglomeração e união dentro de sua comunidade, onde ambos estão voltados para um propósito comum. E a comunidade participa da organização de festas das diversas alas, para levantar fundos para as compras e manutenção da escola, pagamento de aluguel, luz, telefone, para adiantar os preparativos de carnaval e também para promover ações sócio-educativas, como campanhas de doação de sangue ou preventivas contra DST. O mundo do Carnaval muitas vezes é associado à idéia de muita folia, bagunça, cerveja, mulheres com poucos trajes, um clima de erotismo e irresponsabilidade. As propagandas e campanhas sobre o carnaval promovidas pelo governo, e pela mídia em geral, também contribuem para essa idéia. O ambiente das escolas é de festa, amizade, companheirismo, rigidez, organização, muito trabalho e suor e a tentativa de superar-se a cada ano. Isso além de algumas verem nas outras escolas não rivais, e sim como co-irmãs, tratando-se com cordialidade.

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Campelo (Campelo, 2006, p.334) afirma que ao longo do tempo o mundo vem passando por diversos problemas de ordem social, diante disso as comunidades vêm se organizando tanto no sentido de cobrar uma postura do poder público, como também para identificar soluções para os problemas e pô- las em prática. Pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), afirmam que a ação social das empresas privadas no Brasil vem crescendo a cada ano (PELIANO, 2002; 2006, p.122 e p.86). A grande maioria desenvolvida por organizações sem fins lucrativos e contam com o apoio de parceiros para que tais ações sejam concretizadas. Diversos estudiosos da área de avaliação de projetos sociais ressaltam que os objetivos de um projeto social são de extrema importância para que o mesmo seja desenvolvido. Tal afirmação foi contemplada na revisão bibliográfica do presente estudo, de fato a afirmação é verdadeira, uma vez que são os objetivos que apontarão onde se pretende chegar, isto é, o que se pretende alcançar. Uma dessas fragilidades dos projetos, diz respeito aos objetivos do projeto social desenvolvido, uma vez que a grande maioria não são claros e evidentes. Algumas vezes não existe nenhum tipo de formalização contratual, relacionado a patrocínio. Talvez isso ocorra por não existir um planejamento detalhado a cerca do projeto. Normalmente, o que existe é uma reunião, sempre no começo do ano (quando não há atividades do projeto) para definir os cursos e atividades que continuarão a ser desenvolvidos, e aqueles que deixarão de existir. Essa reunião é composta somente pela equipe. Essa fragilidade apontada é possivelmente aceitável e compreensível uma vez que, conforme foi visto na afirmação de Peliano (Peliano 2002; 2006 p.122 e p.86) e Zavala (Zavala, 2008, p.198), as ações sociais existem e são amplamente executadas, no entanto mesmo as empresas privadas apresentam dificuldades e deficiências semelhantes. Não obstante, a escola de samba é uma entidade cultural, que tem na sua razão de ser, ou seja, o desenvolvimento do carnaval, não é uma entidade

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do terceiro setor que nasce com o propósito de efetuar ações sociais, os projetos sociais das escolas de samba estão inseridas dentre as diversas outras atividades que a instituição desenvolve.

3.1 Resultados Gerais

Mesmo diante de todas as dificuldades apontadas, pelas organizações que executam alguma atividade social, ou então as dificuldades especificas do projeto social avaliado, é importante ressaltar que o trabalho tem sido realizado. O projeto tem uma gestão frágil, porém, ainda assim consegue atingir resultados interessantes que dão credibilidade perante o público de maneira geral. Na grande maioria dos projetos ainda predomina um caráter assistencialista, porém prevalece à intenção de mudança na vida das pessoas, seja por meio dos cursos profissionalizantes ou pelas outras formas de aprendizado dos projetos. Embora o número de pessoas atendidas nos projetos seja realmente notável e considerável, não está isento de questionamentos pertinentes, pois muitas vezes os números informados pelas escolas de beneficiados não são exatos. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz é uma escola de samba da cidade do Rio de Janeiro com sede no bairro de Santa Cruz, zona oeste. 2 Dentre as escolas de samba do carnaval carioca que já desfilaram na Marquês de Sapucaí, é a que se situa mais distante do sambódromo, localizada na Rua do Império em Santa Cruz. Atualmente é filiada a LIERJ, entidade que fundou juntamente com outras seis escolas em 2008, e participa da Série A. Desde a sua estréia no carnaval carioca sempre foi tida como a escola de samba representante da zona rural do Rio, fato este que, por vezes implicava em preconceito por parte da mídia e de sambistas de outras escolas. Já no seu quarto ano de desfiles no Rio de Janeiro figurava entre as grandes

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do carnaval carioca. Fato este que se repetiria por mais oito vezes. A Acadêmicos de Santa Cruz, porém, nunca permaneceu neste grupo. A escola sempre esteve atrelada as manifestações culturais do seu bairro e ligada aos projetos sociais. Estes já beneficiaram crianças e jovens, adultos e idosos ao longo dos anos. Acordos com a iniciativa privada, principalmente empresários e comerciantes locais sempre foram fundamentais para a realização dos seus desfiles e a manutenção destes projetos. A Santa Cruz como é conhecida, desenvolve um projeto destinado aos jovens e crianças o número de pessoas participantes gira em tomo de 300 beneficiários. A escola distribui cerca de 80 cestas básicas por mês e realiza eventos em nove creches da região, essas informações foram fornecidas pela diretora social do projeto Maria Aparecida Andrade Herdy, residente da comunidade que acompanha o projeto social da escola há oito anos. Existe um projeto dentro da Santa Cruz, chamado Beleza & Cidadania, dirigido por Elisabete da Silva, que visa à formação de profissionais dentro da comunidade para o mercado de estética, apesar de todas as deficiências, tanto na gestão dos processos quanto na gestão das informações, é um dos projetos sociais, desenvolvidos por escolas de samba, mais antigos da Cidade do Rio de Janeiro. A escola possui uma comunidade forte e atuante, porém, passaremos a evidenciar alguns resultados considerados relevantes uma vez que, de acordo com a bibliografia abordada, o propósito de um projeto ou programa social é propiciar mudança no comportamento e/ou nas condições de vida da sociedade. Para isso algumas pessoas que já foram beneficiárias do projeto foram entrevistadas com o objetivo de averiguar de que modo o mesmo influenciou a vida dessas pessoas, além destas foram entrevistadas também algumas mães de crianças que participam como beneficiárias do projeto desenvolvido. André Teles, fez o curso de maquiagem proporcionado pelo projeto Beleza & Cidadania no ano de 2007. Antes de fazer esse curso o mesmo atuava em uma grande rede internacional de refeições rápidas. Durante a

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entrevista ele evidenciou que não gostava de trabalhar nesse estabelecimento e la atuava em virtude da necessidade, disse também que a sua grande vontade era trabalhar na área de cosmética e beleza, para isso procurou os cursos oferecidos pelo projeto social da Santa Cruz. Além do curso de maquiagem ele fez o de cabeleireiro, entretanto foi no primeiro que ele se destacou. Uma política do projeto social que, os professores dos cursos oferecidos sejam formados nos próprios cursos, os professores dos cursos não provem de fora dos mesmos já que neles existem pessoas altamente capacitadas para suprir essa necessidade, além disso, é uma forma de estimular os participantes dos cursos e oferecer uma oportunidade para os que se destacarem. Como já foi mencionado André Teles foi uma dessas pessoas que se destacaram no curso de maquiagem, desta forma o mesmo foi convidado a participar do projeto e hoje atua como professor do curso de maquiagem, ele atuou durante dois meses como voluntário e hoje recebe uma ajuda de custo, essa ajuda permite que ele se dedique única e exclusivamente as atividades do projeto sem que seja necessário recorrer a outras fontes de renda para que se mantenha. Para ele a participação nos cursos oferecidos pela escola proporcionou uma mudança na sua vida, isso porque, ele passou a exercer algo que gosta, e sente satisfação em fazer o que faz pelo fato de acreditar que está ajudando as pessoas assim como ele foi ajudado. Um exemplo de pessoa que teve seu comportamento alterado em virtude da participação nos cursos oferecidos pelos projetos sociais desenvolvidos pela escola. Tão importante quanto os beneficiários são as famílias desses já que qualquer mudança no comportamento ou nas condições de vida de um beneficiário surtirá efeitos na esfera familiar de cada um deles. Além do mais, muitas vezes a própria condição da família que faz com que uma determinada

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pessoa procure um projeto como o que foi avaliado para que possa alterar o quadro de uma situação adversa ou incômoda. Segundo Chianca, Marino e Schiesari (Chianca, Marino e Schiesari, 2001, p.139), a avaliação dos projetos, tem como principal utilidade fornecer informações aos gestores para que eles deliberem acerca dos rumos do projeto social. As escolas de samba e seus colaboradores são interessados nos processos de avaliação realizados, isso porque é essa entidade que mantém o projeto avaliado. Por isso, é natural que as pessoas da agremiação queiram conhecer os resultados do processo avaliativo pelo fato de que a entidade investe recursos para manutenção de tal projeto, sendo assim essas pessoas esperam que os investimentos feitos proporcionem o melhor retomo possível tanto para a escola quanto para os outros envolvidos com o projeto. Pode-se também destacar o interesse dos parceiros das agremiações que colaboram para que os projetos sejam realizados, incluem-se aqui desde os mais evidentes, como as grandes empresas patrocinadoras, até aqueles que preferem permanecer anônimos, o interesse desse grupo se justifica na medida em que eles também são responsáveis pelo trabalho realizado e, assim como a instituição, investem recursos na consecução do projeto e esperam que os retornos sejam maximizados e que os recursos sejam utilizados da melhor maneira possível. É importante salientar que existem outros possíveis interessados, destacamos o poder público, uma vez que se trata de uma intervenção junto à população e ha uso de recursos públicos na execução dos projetos.

3.2 Pontos fortes e fracos do projeto

Segundo Chianca, Marino e Schiesari (Segundo Chianca, Marino e Schiesari, 2001, p.142), em um processo avaliativo é importante que os pontos positivos e pontos negativos dos projetos ou programas sociais, sejam evidenciados para proporcionar uma melhor tomada de decisão por parte dos gestores de tal ação social. Neste sentido o presente estudo pretende destacar

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os aspectos considerados positivos e os aspectos considerados negativos tanto na visão do pesquisador quanto na visão das pessoas que participam dos programas sociais das escolas de samba e seus respectivos gestores. No que se referem aos aspectos positivos alguns podem ser destacados. Um deles é o fato dos cursos obterem um bom nível de qualidade mesmo sendo gratuitos, algumas pessoas entrevistadas afirmaram que o nível de qualidade dos cursos oferecidos pelo projeto social da Acadêmicos de Santa Cruz, principalmente os de capacitação profissional, está no mesmo patamar, às vezes acima, dos cursos pagos oferecidos por outras empresas. Um fato que confirma a qualidade dos cursos oferecidos é a grande procura pelos mesmos, eles contam com a participação de pessoas das mais variadas localidades da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, e até mesmo do município de Itaguaí. . Outro aspecto considerado positivo em relação ao projeto social da Acadêmicos de Santa Cruz é a parceria com a ONG AfroReagge em virtude de a referida organização ser, amplamente reconhecida no meio em que atua, ela também conta com diversos parceiros da iniciativa privada. Além disso, como podemos ver nos resultados alcançados, a ONG tem uma participação importante na consecução do projeto social da escola. Também merece destaque o fato do projeto social desenvolvido pela agremiação contemplar todos os públicos, ou seja, participam do mesmo crianças, adolescentes, adultos e idosos, de ambos os sexos. Desta forma o projeto visa atender a um público variado e não somente uma pequena parcela da população. Mais um aspecto considerado positivo no projeto social da Acadêmicos de Santa Cruz é o fato de ele proporcionar atividades durante o ano todo, somente no período do carnaval é que as atividades não são realizadas, contudo nesse período há um esforço para que sejam tomadas decisões referentes às atividades do ano vindouro. As parcerias da escola com outras empresas para a consecução do projeto social também foram consideradas um aspecto positivo. Embora alguns

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dos parceiros preferissem permanecerem anônimos, as parcerias são de suma importância uma vez que, conforme afirmam os estudiosos do tema, as organizações que desenvolvem ações sociais, principalmente as ONGs e outras organizações sem fins lucrativos como as Escolas de Samba, carecem de apoio para realizar tais intervenções. Neste quesito acredita-se que a escola esteja em boa situação. Embora o projeto tenha sido desenvolvido ao longo de todos esses anos, os resultados tenham aparecido, diversas pessoas têm participado, é importante salientar que, como qualquer outra ação de intervenção social, o projeto apresenta algumas deficiências. Cremos que a principal deficiência do projeto seja a falta de objetividade, há certa resistência ao uso de metas (quantificação dos objetivos), as decisões são tomadas somente pela equipe de gestão do projeto e pela diretoria da escola, ou seja, dificilmente o processo decisório conta com a participação dos beneficiários do projeto, tanto os efetivos quanto os potenciais, representantes da comunidade e os parceiros. As não oferecem as condições desejadas para a realização das atividades do projeto, tanto é que, de acordo com alguns relatos, um dos principais desejos do Presidente da escola é construir um local adequado, próprio para uso do projeto social, esse local contará com os recursos necessários para que as atividades inerentes ao projeto sejam realizadas. Outro aspecto negativo encontrado é o fato dos cursos de capacitação profissional estar muito voltados ao público feminino. Embora não se tenha pretensão, isso acontece em virtude do ainda persistente preconceito quanto à participação do público masculino em cursos da Área de estética e beleza. Mais uma deficiência do projeto diz respeito aos pais, principalmente as mães, das crianças que participam dos cursos que são oferecidos pelo projeto, muitas delas, quando levam as crianças para realizar as atividades dos cursos, precisam esperar pelos seus filhos nas dependências da escola, no entanto não é oferecida nenhuma atividade que contemple a participação dessas mães que ficam nas dependências da agremiação. Algumas dizem já ter

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solicitado alguma oficina para os gestores do projeto, entretanto o pedido ainda não foi atendido. Outra deficiência detectada reside no fato de que nunca se procurou fazer um estudo para conhecer as razões que levam as pessoas da comunidade local a não participarem dos cursos de capacitação profissional oferecidos pelo projeto social. A participação da comunidade limita-se As ações assistencialistas, como a distribuição de cestas básicas e leite, e As atividades oferecidas Às crianças, principalmente as festas e atividades de recreação. É provável que existam outros aspectos que mereçam destaque, tanto positivos como negativos, mas acredita-se que os principais foram evidenciados, pelo menos na proposta do trabalho realizado, e que os aspectos levantados poderão proporcionar tomadas de decisão acerca do projeto para que sejam efetuadas as devidas melhorias. Para coleta das informações, procuramos indivíduos que estivessem em permanente contato com a realidade da escola de samba, assim como a realidade do projeto social, desta forma foi possível juntar um volume de informações considerável para que este objetivo fosse atingido. Quando tratamos de identificar os resultados alcançados pelo referido projeto social, notamos que a frágil gestão do projeto social não proporcionou a apuração de informações precisas e detalhadas acerca desses resultados, para que essa necessidade fosse suprida procuramos entrevistar e conversar também com outras pessoas que não as responsáveis diretas pela gestão do projeto social da Acadêmicos de Santa Cruz. Além disso, era essencial que a opinião de antigos e atuais beneficiários do projeto fossem levadas em consideração para que o presente trabalho ganhasse credibilidade e o referido objetivo fosse também alcançado. Este estudo possibilitou conhecer a realidade de uma ação social, apontamos as diversas dificuldades com que se deparam ao desenvolver um projeto social, também apontamos os aspectos positivos dos projetos sociais em questão e evidenciamos os resultados gerais e, principalmente, os

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resultados considerados relevantes já que, como defendem os autores utilizados na revisão de literatura, o propósito de um projeto social é gerar mudança nos padrões de vida da população por ele beneficiada. Como em diversos projetos sociais, o da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, possui algumas fragilidades, uma dessas fragilidades diz respeito À gestão do projeto, uma vez que não foram encontrados objetivos claramente definidos algumas ações são executadas de maneira distinta ao que defendem os teóricos sobre o assunto, as informações também não são bem geridas e as instalações onde ocorre o projeto não oferecem as condições desejadas para a realização do mesmo. Embora o projeto sofra com as fragilidades apontadas, é importante dizer que os resultados vêm ocorrendo. Muitas pessoas são atendidas pelo projeto, há diversas atividades desenvolvidas para todas as idades. Quanto aos cursos oferecidos notou-se que eles têm contribuído para o aprendizado dos beneficiários, alguns deles após fazerem os cursos conseguem atuar como colaboradores da ONG parceira do projeto, outros investem no estabelecimento do seu próprio salão de beleza, há ainda os que conseguem, por meio das parcerias da ONG, um emprego em grandes empresas da área de cosmética e beleza. Quanto às crianças vimos que, conforme relatos das mães, os cursos contribuem para a complementação do aprendizado escolar e mantém as crianças ocupadas afastando-as das ruas e, por conseguinte da marginalidade. Por esses motivos exaltamos a importância dos projetos sociais desenvolvidos pelas escolas de samba em suas comunidades. As gestões dos projetos sociais desenvolvidos pelas Escolas de Samba devem investir no que diz respeito à gestão dos projetos sociais, onde mais pessoas devem auxiliar na gestão desses projetos, com profissionais da área social ou oferecer vagas de estágio a serem preenchidas por graduandos do curso de administração ou afins. Além disso, é importante que a gestão abra mais espaço para a participação de representantes da comunidade no intuito de deliberar acerca dos rumos do projeto, outra possibilidade é contar com a participação de gestores dos principais parceiros.

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Outro importante fator seria incentivar a participação de outros componentes da escola no projeto social, isso porque, no decorrer deste estudo, foi possível notar que algumas pessoas da própria escola desconheciam o trabalho executado pelo projeto social. Defendemos um maior intercâmbio entre as escolas, para troca de informações e com isso desenvolver e assimilar boas práticas realizadas em outros projetos sociais, assim ambas sairão ganhando e mais ainda os beneficiários dos projetos dessas escolas, com a ampliação ou variação dos curós oferecidos gratuitamente na maioria dos projetos, pois em muitos casos são oferecidos na área de estética e beleza. Isso se justifica pelo fato de que, mesmo de forma não intencional, os cursos dessa Área acabam atraindo um grande contingente de público feminino, isso acontece porque ainda há grande preconceito e machismo quanto à participação de homens nesses cursos. Desta forma seria interessante oferecer cursos em que a participação do público masculino fosse maior, uma vez que em muitos projetos tem predominância além de cursos de estética e beleza, outros relacionados à produção do carnaval que também tem maior proximidade com o público feminino como corte e costura bordados e artesanato. Segundo Ashley (Ashley, 2003, p.6) responsabilidade social deve ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela.

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CONCLUSÃO

Este estudo se concentrou na análise de como os projetos sociais desenvolvidos pelas agremiações carnavalescas em suas comunidades vem contribuindo para a melhoria na qualidade de vida de suas comunidades de origem. Foi analisada a evolução de projetos sociais que se transformaram em grandes referências para mundo como é o caso do Programa Social da Mangueira, premiado e reconhecido internacionalmente, tornando-se referência em termos de projeto social para todo o chamado terceiro mundo. Analisamos a evolução em termos de profissionalização dos principais projetos como os desenvolvidos pela mangueira e Beija-flor e como as técnicas de Gerenciamento de Projetos podem e vem ajudando no sucesso alcançado pelos projetos sociais desenvolvidos pelas Escolas de samba. Mostramos a influência do jogo do bicho e da contravenção na admisntração das Escolas e seus projetos e como essa influência afeta a política como é o caso da cidade de Nilópolis, breco do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor. Por outro lado existem projetos que mesmo realizando um grande trabalho e atingindo o seu objetivo social, ainda carece de profissionalização, descentralização e intercâmbio com projetos de outras escolas para promover a troca de boas práticas e informações de possam elevar a qualidade os serviços prestados a comunidade e promover um resultado mais prático na promoção da qualidade de vida de suas comunidades.

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BIBLIOGRAFIA

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CABRAL, Sérgio. As escolas de samba, o que, quem, como, quando e porquê? Rio de Janeiro: Fontana, 1974.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Carnaval Carioca: dos bastidores ao desfile. 1ª ed. Rio de Janeiro: FUNARTE/UFRJ, 1994.

Galeria do Samba (www.galeriadosamba.com.br)

LEOPOLDI, José Sávio. Escola de samba, ritual e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1978.

Liesa (www..com.br)

MAIA, Rosemere. Franjas do Estado - assistência nas Escolas de Samba do Rio de Janeiro. S/Ed: 1993. G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira (www.mangueira.com.br)

Nilza de Oliveira em Quaesitu: O que é uma Escola de Samba?

SEBE, José Carlos. Carnaval, carnavais. São Paulo: Ática, 1986.

VIEIRA, Cláudio. A História e as histórias das Escolas de Samba. Disponível em: http://academiadosamba.com.br/memoriasamba. Acesso em 19 mai. 2008.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - ABRE ALAS 9 1.1 O Carnaval Carioca 10 1.2 Realidade Social 11 1;3 Grêmio Recreativo Estação Primeira de Mangueira 12 1.3.1 Programa social da Mangueira 13 1.3.2 Projetos 14 1.3.2.1 Posto de Saúde Vila Olímpica e Candelária 14 1.3.2.2 Projeto Cultural e Resgate de Cidadania 15 1.3.2.3 Serviço de Atendimento Comunitário 15 1.3.2.4 Estação da Melhor Idade 15 1.3.2.5 Dançando para não Dançar 15 1.3.2.6 Vidro é Cidadania 16 1.3.2.7 Casa Lar 16 1.3.2.8 Mangueira do Amanhã 16 1.3.2.9 Clube Escolar 16 1.3.2.10 Escola Tia Neuma 16 1.3.2.11CIEP Nação Mangueirense 17 1.3.2.12 Camp (Círculo dos Amigos do Menino Patrulheiro) 17 1.3.2.13 Projeto Faz-Tudo 17

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CAPÍTULO II – EVOLUÇÃO DOS ENREDOS DOS PROJETOS SOCIAIS, DISCUSSÕES E DEBATES 18

2.1 Gerenciamento de Projetos 19 2.1.1 História do Gerenciamento de Projetos 20 2.2 Carnaval e Contravenção 20 2.3 Influência da Beija-Flor em Nilópolis 22 2.4 O Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor 22 2.5 Programa Social da Beija-Flor 23 2;6 Projetos Sociais do Programa 23 2.6.1 Projeto sonho do Beija-Flor 23 2.6.2 Projeto Formação de mestres-sala, porta-bandeiras 24 2.6.3 Creche Júlia Abrão David 24 2.6.4 Educandário Abraão David 25 2.6.5 Centro Comunitário Nelson Abraão David 25 2.6.6 Projeto Esporte 26

CAPÍTULO III APOTEOSE RESULTADOS DOS PROJETOS SOCIAIS 27 3.1 Resultados Gerais 29 3.2 Pontos Fortes e Pontos Fracos do Projeto 33

CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE 40