Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de

O PAPEL DA INDÚSTRIA MOVELEIRA NA ECONOMIA DA CIDADE DE ITATIBA – SÃO PAULO – BRASIL1

Márcio Adriano BREDARIOL 2

INTRODUÇÃO

O século XX foi marcado por mudanças profundas no que se refere às relações de trabalho e aos sistemas de produção. O Primeiro Choque do Petróleo, ocorrido em 1973 foi um marco no lento processo de superação do modelo fordista de produção, que culminaria no modelo denominado de acumulação flexível. Este trabalho tem como objetivo principal estudar os impactos causados por esta quebra de paradigma, na economia da cidade de Itatiba, no que concerne às tradicionais indústrias de móveis em estilo colonial que eram a marca daquele município. A passagem de um sistema de produção com algumas características fordistas combinados a um tipo de produção mais arcaica (uma vez que se produzia em larga escala, mas não em série, além de não haver separação entre trabalho intelectual e de execução, dividindo o espaço da fábrica) para o denominado sistema de acumulação flexível, impactou de maneira significativa a economia itatibense.

Desde a instalação das primeiras indústrias moveleiras em Itatiba, na década de 1960, esta sempre produziu móveis em estilo colonial3. Até o final da década de 1980, a indústria do móvel colonial tinha papel de destaque na economia itatibense, uma vez que os lucros obtidos por este setor industrial se mostravam atraentes e o número de empregos gerados pelo mesmo era significativo. Porém, com a abertura do mercado brasileiro às exportações no início da década de 1990 as vendas de móveis caíram significativamente e o setor moveleiro itatibense entrou em decadência. De pólo moveleiro nacionalmente conhecido e de alta produtividade, Itatiba passou a desempenhar papel secundário neste ramo industrial. No panorama

1 Pesquisa de iniciação científica ligada ao GAsPERR (Grupo Acadêmico Produção do Espaço e Redefinições Regionais), sob a orientação do Prof. Dr. Arthur Magon Whitacker. 2 Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente [email protected] 3 Entende-se por móvel colonial aquele que apresenta muitos detalhes de acabamento, numa mistura de formas retas e curvilíneas.

2365 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo nacional emergiram novos pólos moveleiros adequados ao sistema de acumulação flexível utilizando máquinas e equipamentos mais modernos, aumentando a produção podendo competir assim nos mercados interno e externo.

LOCALIZAÇÃO

Itatiba localiza-se na região sudeste do estado de São Paulo e sua área total é de 325 km2 . O município integra a Região de Governo de Jundiaí que compõe, juntamente com outras seis Regiões de Governo a Região Administrativa de . Itatiba limita-se ao Norte com , ao Sul com Jundiaí, a Oeste com e , a Leste e a Sudeste com , a Sudoeste com e a Noroeste com Bragança Paulista. A cidade encontra-se a 80 quilômetros da capital do estado, a 26 quilômetros da cidade de Campinas (sede da Região Administrativa) e a 27 quilômetros de Jundiaí (sede da Região de Governo) (FIGURA 1).

Figura1: Localização do município de Itatiba na região de Governo de Jundiaí.

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20º S

24º S 51º O 45º O

Morungaba

Itatiba

Louveira Legenda Jarinu Itupeva Jundiaí Região de Governo de Jundiaí Campo Limpo Paulista Município de Itatiba Várzea Paulista

Cabreúva Escala 0 300 Km

Fonte: IBGE (2003) Organizador: Elias Oliveira Noronha (2004)

O POVOAMENTO E AS PRIMEIRAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

O povoamento da área que mais tarde viria a ser o município de Itatiba se deu nos primeiros anos do século XIX, por volta de 1804, por foragidos da justiça de Santo Antonio da Cachoeira, atual Piracaia, e , que fundaram um povoado que ficou conhecido como Bairro dos Lopes. Logo, povoadores de Jundiaí e Atibaia fixaram-se no local e outros bairros surgiram.

A maior concentração de pessoas, porém, ficou em torno de um sítio onde, por volta de 1814, foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora do Belém. Foi junto a essa capela que surgiu a povoação que por muito tempo conservou o nome de sua padroeira (o povoado era conhecido pelo nome de Capela de Nossa Senhora do

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Belém), e que a partir do ano de 1857 seria a sede do município. Durante quase toda a primeira metade do século XIX, os habitantes da então chamada Capela de Nossa Senhora do Belém viveram dentro de um sistema de economia fechada, produzindo o suficiente apenas para a subsistência. Segundo Navarra

O isolamento decorrente da precariedade das comunicações, a inexistência de mercados próximos e de fácil acesso, e também a falta de um produto de maior rentabilidade do que os cereais plantados pelos primeiros moradores constituíram um entrave ao desenvolvimento da economia da região (NAVARRA, 1977, p.16).

A lavoura canavieira foi o elemento que alterou esse quadro, por marcar uma pequena participação do povoado no sistema aberto de economia de mercado. Porém, a participação da cana na economia da Capela de Nossa Senhora do Belém teve curta duração.

Já no final da década de 1830 houve uma substituição quase que absoluta de todas as lavouras de subsistência e canavieira por lavouras de café. Nesse mesmo ano a então Capela de Nossa Senhora do Belém é elevada a categoria de Freguesia. Passou-se então a chamar o povoado de Freguesia de Nossa Senhora do Belém de Jundiaí. Como observa Silva (1986), já na década de 1840 o café era o principal produto de exportação brasileiro.

A partir de 1850 as plantações de café tornaram-se tão volumosas, que a então Freguesia de Nossa Senhora do Belém de Jundiaí, já estava produzindo 200 mil arrobas de café por ano. Tal fato contribuiu muito para que no ano de 1857, acontecesse a elevação de categoria de Freguesia para Vila; o povoado passa a ser denominado Vila de Nossa Senhora do Belém de Jundiaí. É somente no ano de 1876 que Itatiba é elevada a categoria de cidade, devido a sua alta produção de café; chamavam-na neste período de Cidade do Belém de Jundiaí e, já no ano de 1877 a mesma passa a ser denominada Cidade de Itatiba.

No ano de 1876, a produção itatibense de café batia a marca de 373.333 arrobas. Na chamada Zona Central produtora de café, Itatiba ficava atrás somente da cidade de Campinas, que tinha uma produção de 1,5 milhão de arrobas. Municípios vizinhos como Atibaia, Bragança

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Paulista e Jundiaí, tinham nesse período produção cafeeira muito inferior a de Itatiba. Durante as décadas de 1870 e 1880 observa-se uma mudança do centro geográfico das plantações de café do Rio de Janeiro para São Paulo e, do Vale do Paraíba para os planaltos paulistas.

No ano de 1880 o café torna-se o centro motor do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, com uma produção média de cinco milhões de sacas por ano. Como em Itatiba a produção cafeeira também crescia constantemente durante este período, os fazendeiros viam a necessidade da construção de uma linha férrea que pudesse escoar a produção, que na época ainda era feita em lombo de burros até a cidade de Jundiaí para ser embarcada nos trens da Paulista, inaugurada em 1872. A pressão dos fazendeiros itatibenses foi tal, que no ano de 1889 era inaugurada a Estrada de Ferro Itatibense, que se ligava a cidade de Louveira, local de baldeação para a Paulista. Como destaca Silva

O desenvolvimento da economia cafeeira não teria sido possível sem as estradas de ferro. As antigas tropas de mulas não podiam escoar uma grande produção espalhada por milhares de quilômetros. Com as estradas de ferro as distâncias deixaram de ser obstáculo importante. Todo o interior de São Paulo estava, portanto, apto a ser conquistado pelos “pioneiros” do café. As plantações não seriam mais esmagadas sob o peso de colheitas impossíveis de escoar. (SILVA, 1986, p.50).

O café tirou de Itatiba sua condição de marginalidade, integrando a cidade no sistema econômico e viário do Estado de São Paulo. Em 1876 existiam duas estradas provinciais, ligando Itatiba a Jundiaí e Santo Antonio da Cachoeira, atual Piracaia, e três estradas municipais que ligavam Itatiba a Bragança Paulista, Campinas e Amparo. No ano de 1885, com o objetivo de se beneficiar o escoamento do café, nova estrada foi aberta em direção a cidade de Campo Limpo. Os fazendeiros da cidade, ainda não satisfeitos, pois objetivavam escoar mais rapidamente a produção, pressionaram até que em 1889 foi inaugurada a Estrada de Ferro Itatibense.

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Além da inclusão econômica e viária da cidade de Itatiba, ao contexto estadual, é viável lembrar o papel desempenhado pelo café no que concerne ao comando da dinâmica populacional do município. O café foi responsável pelo incremento do crescimento populacional, fazendo com que em menos de meio século, um município com pouco mais de 6 mil habitantes, passasse a ter quase 23 mil. Além disso, o café alterou a composição populacional de Itatiba com a entrada maciça de imigrantes europeus, em especial italianos, que deixaram características peculiares, principalmente na área rural, onde se estabeleceram pequenos proprietários de terra.

DA ECONOMIA BASEADA NO CAFÉ À INDUSTRIALIZAÇÃO

As primeiras indústrias começam a operar em Itatiba já no final do século XIX. Em sua maioria produziam alimentos e bens de consumo não duráveis, como tecidos e calçados. Em Itatiba vale ressaltar a atuação das indústrias do ramo têxtil, que inauguram uma nova era na economia da cidade. A produção dessas indústrias era voltada basicamente às necessidades locais, em virtude das grandes lavouras de café existentes na cidade.

Desde fins do século XIX o Brasil enfrentava problemas com a superprodução de café, porém, por medidas protecionistas do governo brasileiro, forçado pela elite cafeicultora, tal superprodução nunca chegou a equacionar numa grande crise. A primeira grande crise relacionada ao café no Brasil se estendeu de 1918 a 1922, e teve como fator impulsionador um fenômeno da natureza: a geada. A crise que se alongou de 1918 a 1922 foi basicamente uma crise de produção, uma vez que, a compra, manutenção do preço entre outros elementos, continuava a ser bancada pelo governo.

Itatiba que em finais do século XIX chegou a produzir 373.333 arrobas de café, no ano de 1920 produz apenas 186 mil arrobas. A situação se mostra ainda pior após a Crise de 1929; no ano de 1935 a produção itatibense de café é reduzida a 50 mil arrobas, conforme gráfico abaixo:

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Consequências da Crise de 1929

400000

A 350000 300000 250000 200000 150000 (ARROBAS) 100000 50000 QUANTIDADE PRODUZID 0 1850 1876 1886 1920 1935 PERÍODO

Fonte: NAVARRA (1977)

Org.: BREDARIOL, Márcio Adriano

Segundo Navarra (1977), a diminuição da grande propriedade no município e a proliferação de pequenas e médias seria uma conseqüência da crise do café; crise esta que proporcionou a assalariados, colonos e ex-colonos, obter seu pedaço de terra. Outra conseqüência da Crise de 1929 foi a evasão demográfica. Em 1920 a população total girava em torno de 23 mil pessoas; em 1934 cai para 19.270 e, em 1940 chega a 15.615 pessoas, conforme gráfico abaixo:

EVASÃO DEMOGRÁFICA EM VIRTUDE DA CRISE DE 1929 25000 23.000

20000 19.270

15000 15.615

10000 POPULAÇÃO 5000 1920 1934 1940 0 ANOS

Fonte: NAVARRA (1977)

Org.:BREDARIOL, Márcio Adriano

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A Crise de 1929 gerou desemprego nas fazendas e falta de dinheiro. Foram as indústrias que haviam se estabelecido alguns anos antes da grande crise do café, em especial as têxteis, as responsáveis por absorver a mão-de-obra oriunda do campo. Tem início aí o êxodo rural.

Os efeitos da Crise de 1929 e também da Revolução Constitucionalista de 19324, fizeram com que o governo brasileiro adotasse uma política econômica mais industrial e nacionalista. O Brasil teria de deixar de ser um país essencialmente monocultor e que dependia estritamente do mercado externo. No ano de 1939, um plano qüinqüenal foi elaborado por Getúlio Vargas e seu ministro da Fazenda, Souza Costa. Tal plano tinha como algumas de suas principais metas, a construção de uma usina de aço, uma fábrica de aviões, usinas hidrelétricas, drenagem do Rio São Francisco, construção de estradas de ferro e de rodagem, além da compra na Alemanha de navios, destróieres e aviões. Apenas parte das metas foi levada até o fim, porém, em âmbito nacional a importância das inovações efetivadas não foi pequena. A Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) também foi favorável a industrialização em curso no Brasil; indústrias brasileiras dos mais diversos ramos tiveram de preencher a lacuna deixada em outros países, com a perda de contato de fornecedores de produtos manufaturados. Pela primeira vez, a exportação de manufaturados se tornava um item importante na pauta de exportações brasileira. Isso fez com que os ex-Barões do Café passassem a investir seu capital em outras atividades. Logo, outras indústrias foram se estabelecendo em Itatiba. Além da têxtil, maior empregadora, Gabuardi (2004) faz menção a indústria de calçados, massas, bebidas, troles, entre outras.

A partir da década de 1940 até a década de 1950, há uma expansão do parque industrial brasileiro, o que acaba por gerar um significativo êxodo rural. Itatiba não fica de fora desta nova realidade. Em finais da década de 1950, a cidade conta com 27 indústrias divididas em têxteis, de calçados, ladrilhos de cimento, varas de

4 A Revolução Constitucionalista de 1932 eclodiu no Estado de São Paulo a 9 de julho de 1932 e, durante três meses os paulistas se rebelaram contra a Federação numa atitude isolada. A revolta se deu pela perda de hegemonia de São Paulo frente às outras unidades da Federação, devido ao fato de a “política dos governadores” e a política de valorização do café, terem sido postas de lado pelo governo federal.

2372 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo pesca, garrafas, palitos e bebidas. As décadas de 1940 e 1950 são marcadas ainda por um processo de intensa urbanização em todo o Estado. Cidades próximas a Itatiba, como Campinas e Jundiaí, além da capital do Estado, vão apresentar um crescimento populacional acelerado, em virtude do processo de industrialização que se intensifica no momento.

A industrialização, a expansão urbana, e o desenvolvimento da rede de comunicações criaram uma nova conjuntura para o Estado de São Paulo e nesta, se integrou Itatiba. Vale ressaltar também, o fato de as décadas de 1940 e 1950 serem para Itatiba um período de recuperação demográfica e aumento da população urbana que se equipara a população rural, atingindo 48% do total populacional.

O SURTO INDUSTRIAL MOVELEIRO

A partir da década de 1960 o setor industrial itatibense tornou-se mais variado. Começava a se estabelecer na cidade a indústria de móveis com design colonial em madeira maciça. Segundo Gabuardi (2004), os pioneiros da indústria do móvel colonial em Itatiba foram José Chadadd e Salvador Salermo. Em 1960 era fundada a “Colonial Comércio e Indústria de Móveis” que fabricava cópias de peças antigas em madeira maciça.

O lucro obtido por estes empreendedores pioneiros, despertou a atenção de outros empresários dispostos a investir no setor. No ano de 1967 realiza-se a Primeira FEIMOC (Feira Itatibense do Móvel Colonial), reconhecida nacionalmente. Na década de 1970, Itatiba passou a ser conhecida como a “Capital Brasileira do Móvel Colonial”.

Vale salientar que as décadas de 1970 e 1980 foram de grande euforia para este setor industrial. O período do chamado “Milagre Brasileiro”5, que se estendeu de 1969 a 1973, combinou um expressivo crescimento econômico com taxas relativamente baixas de inflação, o que beneficiou o desenvolvimento da indústria moveleira itatibense. Porém, o Primeiro Choque do Petróleo ocorrido em 1973, apesar de

5 Apesar do expressivo crescimento econômico, durante este período a situação social e política do Brasil era de extrema gravidade. Esse aspecto não foi percebido pela maioria da população. A ditadura militar que havia se instaurado no Brasil em 1964 trouxe, em especial no período compreendido entre 1969 e 1973, uma grande ilusão de prosperidade que encobria todas as mazelas existentes no país. Tal ilusão “reprimia” manifestações populares e havia até mesmo um clima de euforia. Delfim Netto talvez tenha sido o maior ícone entre os tecnocratas que elaboraram o plano econômico mais tarde denominado “Milagre Brasileiro”.

2373 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo não impactar de maneira imediata a indústria de móveis carregava consigo o germe para sua posterior decadência. A Crise do Petróleo contribuiu para que o modelo fordista de produção (característica mais marcante da indústria moveleira de Itatiba) fosse gradativamente substituído pelo denominado sistema de acumulação flexível.

A economia brasileira que cresceu a passos largos no período denominado “milagre”, no que diz respeito a industrialização, vai adentrar a década de 1980 tendo de enfrentar sérios problemas econômicos. A dívida externa que somente crescia era cobrada pelos credores e, um segundo choque do petróleo somente agravou a situação. O Brasil começava a mergulhar numa recessão. Pela primeira vez desde 1947, quando os indicadores do PIB começaram a ser estabelecidos, o resultado em 1981 foi negativo. A economia somente é reativada a partir do ano de 1984, por conta da exportação de produtos industrializados. Porém, a inflação ainda era gigantesca atingindo naquele ano 223%. No ano de 1985 o então presidente, General João Batista Figueiredo, último presidente militar, deixava a situação financeira do país um pouco aliviada, porém, a chamada “década perdida” (1980) trouxe consigo dois dados bastante interessantes: 1) a inflação que em 1978 era de 40,8% sobe para 223% no ano de 1984; 2) no mesmo período, a dívida externa brasileira que girava em torno de 43,5 bilhões de dólares chegou ao índice de 91 bilhões.

Apesar de todos os problemas por que passava o Brasil durante a década de 1980, a indústria de móveis em Itatiba não foi fortemente impactada pela gradual substituição do modelo fordista de produção. Conforme material de propaganda da Associação das Indústrias do Móvel Colonial de Itatiba6 , ainda durante a década de 1980 a cidade contava com “[...] um parque industrial de 60 empresas de pequeno, médio e grande porte, que empregam direta e indiretamente cinco mil pessoas [...]”.

Segundo Amélio Vieira Neto7, diretor da escola Senai8 Luiz Scavone, uma das instituições que mais acreditam na reativação deste

6 Material de propaganda da já extinta Associação das Indústrias do Móvel Colonial de Itatiba, e provavelmente datando da década de 1980. 7 Entrevista concedida ao autor em 16 de outubro de 2003. 8 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

2374 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo setor industrial na cidade o declínio da indústria de móveis coloniais em Itatiba se deu a partir da segunda metade da década de 1980: “[...] Chegamos a ter cem indústrias aqui, com média de quarenta a cinqüenta funcionários. Eram pequenas empresas, mas no total dava um volume grande de pessoas trabalhando; aí no final da década de 1980, no meio da década de 1980, 1984, 1985, foi que começou a declinar. Final da década de 1980, que foi realmente acho que a pá de cal mesmo. Por quê? Tem vários fatores aí que influenciam. Acho que o principal é a perda do poder aquisitivo da população; aquela ilusão do Brasil dos anos 70, todo aquele marketing da era militar no Brasil, “Brasil país do futuro”, muito dinheiro entrando no país através de empréstimos e tudo mais, então criou-se uma bolha de consumo. Então aí o que acontecia? Tinham grandes fortunas no Brasil, grandes empresários, fazendeiros; aqui vendia muito para o pessoal do Mato Grosso, norte de São Paulo, sul de Minas Gerais. Muita gente vinha aqui comprava a casa inteira, mandava fazer os móveis e acabou; e o móvel tinha uma tendência colonial, aquele móvel pesado, existia madeira em abundância [...].”

A década de 1980 já é para os países industrializados do norte marcada pela chamada Terceira Revolução Industrial; revolução esta caracterizada pela utilização de alta tecnologia e com a meta de superar a crise do sistema fordista: a queda de produtividade e lucratividade.

Pode-se colocar, portanto, como principal fator para a decadência da indústria do móvel colonial em Itatiba a sua não adesão aos novos sistemas de produção estabelecidos pela Terceira Revolução Industrial, o que pode haver tornado a indústria obsoleta e ultrapassada. Conforme Gorini

Na medida em que a indústria reduziu preços, os móveis foram perdendo o seu anterior caráter de bens de luxo, o que resultou no declínio do ciclo de reposição. Ao que tudo indica, as fortes tendências para o futuro residem, principalmente num tipo de móvel prático, padronizado e confeccionado, principalmente, com madeira de reflorestamento, de baixo custo. (GORINI, 2000, p.17).

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Já nos primeiros anos da década de 1990, as vendas de móvel colonial caem drasticamente e, de pólo moveleiro nacionalmente conhecido e de alta produtividade, Itatiba passa a desempenhar papel secundário neste setor industrial.

Evidentemente a economia da cidade foi afetada pela decadência da indústria do móvel colonial, que possui relação direta com a passagem de um modelo de desenvolvimento com características fordistas, para o modelo denominado acumulação flexível. Empregamos aqui o termo modelo de desenvolvimento com características fordistas, pelo fato de o pólo moveleiro de Itatiba possuir alta produtividade, porém não seriada, uma vez que a produção do móvel colonial é feita por encomenda e de maneira quase que totalmente artesanal; além de não haver no espaço da fábrica a separação entre trabalho intelectual e de execução, pois, geralmente não há uma pessoa que somente projete o móvel e aquela que somente se encarregue da fabricação da peça. O pólo moveleiro de Itatiba se caracteriza pelo fato de ter se originado através de marcenarias familiares, e por essa peculiaridade, geralmente os donos das empresas se encarregam do projeto e fabricação das peças, assim como seus funcionários.

A INDÚSTRIA MOVELEIRA ITATIBENSE NA ATUALIDADE

Atualmente a indústria do móvel colonial não mais é o carro chefe da economia itatibense. Provavelmente, os prejuízos causados a economia da cidade com o declínio deste setor industrial, devem-se ao fato deste não haver se adequado ao sistema de acumulação flexível.

A indústria que até meados da década de 1980 gerava em torno de cinco mil empregos diretos e indiretos, na atualidade gera um total de apenas 747 postos de trabalho num grupo de 68 empresas atuantes no ramo9. Das 68 empresas atuantes no ramo, apenas duas exportam parte de sua produção, além de menos de 20% desse total serem associadas a Associação Industrial e Comercial de Itatiba10.

É válido ainda salientar que das duas empresas que exportam parte de sua produção, uma teve de se adequar às exigências do

9 Informação concedida pela responsável do Departamento Comercial da Associação Industrial e Comercial de Itatiba, Sra. Áurea Zanutto Clozel, em entrevista em 11 de dezembro de 2003. 10 Idem a 8.

2376 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo mercado e não produz mais móveis em estilo colonial, fabricando agora cozinhas planejadas no estilo linha reta. Conforme Gorini

A nova tendência entre os consumidores de classe média são os moveis modulares, também classificados na categoria retilíneos seriados, mas produzidos em módulos adaptáveis a um determinado projeto. (GORINI, 2000, p.40).

De maneira geral, a indústria que fabrica móveis utilizando-se de madeira nobre mostra-se defasada tecnologicamente. Seus equipamentos e instalações são por muitas vezes deficientes e ultrapassados, o que leva a imprecisões nas medidas por tais indústrias trabalharem de maneira quase que inteiramente artesanal. Além do mais, a antiga vantagem competitiva de se fabricar o móvel se utilizando madeira nativa mostra-se inviável nos dias atuais, num mundo cada vez mais preocupado com questões ambientais.

Pensando-se na revitalização do setor industrial moveleiro em Itatiba o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), propôs através de um projeto de desenvolvimento empresarial apresentado no mês de junho de 2003, promover novos cursos de profissionalização em sua unidade na cidade, visando capacitar os profissionais da área, para que estes posteriormente, mudem o perfil do material produzido o tornando mais competitivo dentro da lógica do mercado consumidor. Além do tradicional curso de Marcenaria já existente na escola, instalaram-se também os dois cursos técnicos em Movelaria e Design de Móveis.

Conforme Amélio Vieira Neto11, diretor da escola Senai12 Luiz Scavone: “[...] O Senai, ele passou o ano de 2001 e 2002 fazendo investimentos em setores com uma demanda de formação, e principalmente em escolas que tivessem uma característica regional. O Senai optou por Itatiba porque é uma escola com característica moveleira desde sempre; temos curso aqui na área de marcenaria como aprendizagem, e no estado de São Paulo só tem um centro de referência na área de madeira que é , muito longe de São Paulo. Então, a outra opção seria mesmo Itatiba ou São Bernardo do Campo, então a opção foi Itatiba porque a escola já apresentava as

11 Idem a 6. 12 Idem a 7.

2377 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo melhores condições pra isso. Juntou aí a necessidade da cidade em melhorar o setor moveleiro, revigorar isso, com o potencial que a escola já tem, e o interesse do Senai em investir. Então, essas três coisas somadas resultaram numa grande reforma da escola, uma atualização tecnológica de máquinas, equipamentos, com um investimento aí de quase dois milhões de reais só em máquinas; uma contratação de uma equipe de seis engenheiros. Então, a equipe que foi formada na escola, junto com a estrutura que nós já tínhamos, mais os investimentos que o Senai fez, nós ficamos qualificados a fazer essa mudança no perfil da movelaria [...]”.

Além do Senai, o projeto mais tarde denominado “Programa Móveis Itatiba”, contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Itatiba, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP – Jundiaí), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE – SP), Universidade São Francisco, Associação Industrial e Comercial de Itatiba (AICITA) e Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário de Itatiba e Região (SINDICOM).

Conforme o projeto apresentado pelo Senai, a princípio pretende- se atender um total de 50 micros, médias e pequenas empresas atuantes no setor da madeira e mobiliário; posteriormente pretende-se levar informações técnicas e tecnológicas aos municípios produtores de móveis que estão localizados num raio de 150 quilômetros, a partir de Itatiba, que totalizam 4004 empresas de pequeno, médio e grande portes e 255850 empregos diretos e indiretos.

Pretende-se desta forma, adequar o sistema produtivo moveleiro itatibense aos moldes do sistema de acumulação flexível através do grande emprego de tecnologia, porém, sem deixar de se produzir o móvel colonial, que possui como marca registrada a presença de um sistema de produção com características fordistas. Pretende-se ainda, transformar a cidade em um grande pólo moveleiro conhecido nacionalmente pela alta qualidade do material produzido.

PANORAMA DOS PRINCIPAIS PÓLOS MOVELEIROS DO PAÍS NA ATUALIDADE

Segundo Coutinho (1999), a indústria de móveis se encontra localizada principalmente na região centro-sul do país, responsável por 90% da produção nacional e 70% do emprego da mão-de-obra no

2378 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo setor. Ainda segundo o autor, como em outros países a indústria do móvel se caracteriza pela organização em pólos regionais, sendo os principais: a Grande São Paulo (SP), Bento Gonçalves (RS), São Bento do Sul (SC), Arapongas (PR), Ubá (MG), Votuporanga e (SP).

Dentre os pólos moveleiros regionais mais expressivos, Matushima, a respeito de Mirassol afirma que

O setor moveleiro representa a principal atividade industrial, bem à frente dos demais setores como metalúrgica, alimentos e outros. Segundo dados do Sindicato Patronal das Indústrias de Mobiliário de Mirassol, o setor emprega cerca de 2700 pessoas, num total de 3935 empregos no setor industrial na cidade.Este ramo tem grande peso na economia local, o que pode ocasionar grave crise social caso o setor moveleiro entre em crise. (MATUSHIMA, 2001, p.49).

Voltando-se a escala nacional, o setor conta com cerca de 13500 empresas das quais aproximadamente 10 mil são microempresas, possuindo até 15 funcionários; 3 mil pequenas empresas, possuindo de 15 a 150 funcionários e 500 empresas de porte médio, empregando acima de 150 funcionários, conforme quadro abaixo:

Microempresas – Até 15 funcionários 10 mil empresas Pequenas Empresas – De 15 a 150 funcionários 3 mil empresas Médias Empresas – Acima de 150 funcionários 500 empresas TOTAL 13.500 empresas Fonte: COUTINHO (1999)

Org: M. A. BREDARIOL

Estas empresas, na sua quase totalidade, constituem-se por empresas familiares de capital nacional. Quanto às características da formação industrial dos principais pólos moveleiros no Brasil, podemos assim caracterizá-los:

PÓLOS ORIGEM CONSOLIDAÇÃO

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Grande São Paulo (SP) Marcenarias familiares com 1950 presença de imigrantes Votuporanga e Mirassol (SP) Iniciativa de empresários 1980 locais Ubá (MG) Instalação da Móveis Itatiaia 1980 na década de 1960 Arapongas (PR) Empresariado local com apoio 1980 governamental São Bento do Sul (SC) Apoio governamental nas 1970 décadas de 1960 e 1970 Bento Gonçalves (RS) Manufaturas de móveis de 1960 madeira e metal originados da fabricação de instrumentos musicais e telas metálicas

Fonte: COUTINHO (1999)

Dos pólos moveleiros constantes na tabela anterior, somente os pólos de Bento Gonçalves, São Bento do Sul, Arapongas e a Grande São Paulo exportam parte de sua produção, por possuírem empresas de alta tecnologia, adequadas ao sistema de acumulação flexível, característico da Terceira Revolução Industrial.

Considerações Finais

Assim como a maioria das cidades brasileiras, não é possível compreender como se deu o processo de industrialização de Itatiba, sem antes realizar um resgate histórico que nos leve a compreender como se deu a inserção da cidade na economia aberta de mercado. É válido, portanto, salientar a importância da introdução da cultura canavieira dentro desse contexto e, posteriormente a implantação da cultura cafeeira, que além de proporcionar altos lucros a economia da cidade, tirou-a de sua condição marginal no contexto econômico e viário do estado. Além disso, a cultura cafeeira contribuiu para um desenvolvimento mais acelerado das relações capitalistas e uma posterior instalação de indústrias na cidade já no início do século XX.

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As primeiras indústrias a se instalar em Itatiba produziam em sua maioria alimentos, bebidas e bens de consumo não-duráveis, como calçados e tecidos, por exemplo. É válido, porém, citar a importância das indústrias têxteis instaladas em Itatiba e que tiveram papel primordial na absorção de mão-de-obra oriunda do campo, em virtude da grande crise ocorrida em 1929. O café, até então carro chefe não só da economia itatibense, mas nacional, perderá sua importância em virtude da mudança de postura econômica do governo federal frente à crise enfrentada em 1929 e a Revolução Constitucionalista de 1932, adotando um caráter político e econômico mais voltado à industrialização e ao nacionalismo.

Tal atitude vai marcar as décadas de 1940 e 1950 no que diz respeito à urbanização acelerada, devido ao êxodo rural e ao crescimento acelerado das cidades, além de um desenvolvimento no sistema de comunicações.

Para Itatiba, estas décadas serão importantes no que concerne a um reaquecimento da economia através da instalação de novas indústrias e, uma retomada do crescimento populacional urbano que se equipara ao rural. A década de 1960 será ainda mais importante para a cidade em virtude da instalação de um novo e promissor ramo da indústria: o de móveis coloniais em madeira maciça. O material produzido por estas indústrias, que tinham essencialmente o caráter de bens de luxo, irá sustentar a economia da cidade de Itatiba durante as décadas de 1960, 1970 e parte da década de 1980, apesar da crise profunda por que passava o país durante este período, devido ao Choque do Petróleo de 1973 e gradual substituição do sistema fordista de produção, característica mais marcante e presente no setor fabricante de móveis. A economia da cidade só sofrerá as conseqüências do lento processo de superação do paradigma fordista, em meados da década de 1980, quando a população perde grande parte de seu poder aquisitivo passando a adquirir produtos de menor valor agregado que os coloniais de Itatiba.

A abertura do mercado brasileiro aos importados pelo governo Collor na década de 1990 foi o fator que levou de vez, a indústria itatibense de móveis a bancarrota. Por não haver se ajustado ao sistema de acumulação flexível, a mesma não conseguiu competir com os produtos importados e, nem mesmo com os novos pólos nacionais

2381 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo de produção de móveis que surgiram no país, totalmente tecnificados e adequados ao sistema de acumulação flexível, portanto, aptos a competir tanto no mercado externo como no mercado interno.

Por fim, o setor industrial itatibense que na década de 1980 chegou a empregar um número de cinco mil trabalhadores, chegou ao século XXI, segundo estimativas, empregando menos de 800 pessoas. Porém, como a cidade mostra um potencial no que diz respeito ao setor de móveis, o Senai, numa investida visionária resolveu investir em sua unidade na cidade uma quantia estimada em quase dois milhões de reais com o objetivo de revitalizar este setor industrial, adequando-o ao sistema de acumulação flexível, tecnificando profissionais ligados a área para que o material produzido possa ser inserido na lógica do mercado cada vez mais competitivo e exigente de qualidade. Além do Senai, há uma articulação entre o poder público, outras entidades de ensino, serviços de apoio ao empresário e sindicatos ligados a indústria moveleira para reverter a situação em que esta se encontra atualmente.

Vale lembrar, porém, que a modernização do processo produtivo industrial itatibense pode tirar este setor industrial de seu atual estado de crise através do emprego de novas tecnologias, assim como minar um número ainda maior de postos de trabalho, tecnificando a produção e reduzindo o emprego de mão-de-obra.

Porém, espera-se que a indústria que reinou absoluta durante quase trinta anos retome seu lugar de destaque na economia da cidade de Itatiba.

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