radis_156.indd 1 27/08/2015 16:04:29 EXPRESSÕES E EXPERIÊNCIAS Comunicação pública nas redes

Prefeitura de Curitiba inova ao propor diálogo com a população nas redes, aliando serviço e humor

Laís Jannuzzi ainda não há ferramentas disponíveis para avaliar a recepção das mensagens entre o público e mensurar o real alcance das postagens, a equipe fez um estudo ifusão não é mais a única palavra de ordem na prévio sobre o comportamento do brasileiro dentro relação entre órgãos públicos e sociedade. Em das redes sociais, estudou tendências mundiais e cidades cada vez mais complexas, o alcance perfis de órgãos públicos nacionais e internacionais. das ações de comunicação promovidas pelas Para Marcos, entre os erros e acertos, a prefeitura de prefeiturasD é tão importante quanto o feedback da po- Curitiba não mantém apenas mais uma página no pulação. No caso de Curitiba, isso significa não apenas Facebook; ela constrói sua presença digital. oferecer ou melhorar serviços, mas também estabelecer A diferença, segundo ele, está na preocupação um canal para receber críticas de mais de um milhão e em construir um relacionamento com os usuários, e 800 mil cidadãos, potenciais focos de informação em não apenas receber grandes quantidades de curtidas rede. “Vivemos um momento de exposição individual e e compartilhamentos. A equipe responde a grande coletiva por causa das redes sociais. O meio corporativo maioria dos comentários e mensagens que chegam não está livre disso, ele pode ignorar e tentar esconder pelas redes, sempre buscando orientar, indicar e essa realidade ou interagir e tentar resolver as ques- utilizar as ferramentas legais para a resolução dos tões em conjunto com a mesma”, explica o jornalista problemas. Álvaro cita o uso do aplicativo Colab, Álvaro Borba, integrante da equipe da “Prefs”, como desenvolvido no Recife, que promove interação entre se apresenta a Prefeitura de Curitiba nas redes sociais. a sociedade e a prefeitura. Por meio do programa, o A partir dessa visão mais aberta à participação usuário pode registrar irregularidades e propor solu- social, os perfis da prefeitura da capital paranaense ções, enquanto a prefeitura responde às demandas. passaram a incluir postagens com músicas e memes, No Brasil, apenas quatro prefeituras aderiram ao criaram uma mascote (uma capivara) e desenvolve- uso do dispositivo — além de Curitiba, Teresina (PI), ram campanhas “virais” — mais comuns em perfis Rondonópolis (MT) e Foz do Iguaçu (PR). comerciais. As ideais inovadoras renderam mais de A mais recente novidade da “Prefs” é a cam- meio milhão de seguidores na rede social Facebook panha “Mulheres incompartilháveis”, criada para — e outros milhares em outras redes, como Twitter, combater a pornografia de vingança (revenge porn), Instagram e Snapchat, o que, para um órgão público, é crime que vem aumentando nos últimos anos. Foram uma estratégia de sucesso. A campanha “O Casamento desenvolvidas quatro peças e um vídeo, exclusivo para SAIBA MAIS: Vermelho”, de doação de sangue, é um bom exemplo o whatsapp. A ideia é usar o próprio canal onde as • http://www.curitiba. da repercussão positiva. Elaborada para comemorar o imagens e vídeos são compartilhados, para cons- pr.gov.br/ “matrimônio” entre as prefeituras de Curitiba e do Rio cientizar a população da gravidade da propagação • https://www. de Janeiro, a campanha aumentou significativamente desse tipo de conteúdo. Em entrevista ao site Update facebook.com/ a coleta de sangue na cidade do Paraná. or Die, Marcos explicou a motivação para abordar o PrefsCuritiba?fref=ts A experimentação e a análise crítica do conteúdo tema: “As propagandas institucionais da Prefeitura de • https://twitter.com/ produzido nas redes são essenciais para lidar com Curitiba têm hoje a marca da preocupação social e Curitiba_PMC • https://instagram. esse novo tipo de linguagem, que varia de acordo comportamental. É papel nosso, de comunicadores com/curitiba_pmc/ com a plataforma digital, ensina Marcos Giovanella, de um serviço público, orientar e informar o cidadão. • http://www.colab.re/ diretor de marketing da “Prefs”. Ele explica que como Por isso, vamos bater bastante nesse assunto”.

radis_156.indd 2 27/08/2015 16:04:31 Nº 156 EDITORIAL SET. 2015

SUS pago, nunca! Expressões e Experiências • Comunicação pública nas redes 2 eportávamos preocupações de aca- O cidadão já contribui para financia- Rdêmicos e ativistas da saúde coletiva e mento do SUS com impostos. O sistema só Editorial movimentos sociais com retrocessos que permanece subfinanciado devido à baixa • SUS pago, nunca! 3 ameaçam direitos e o SUS, quando fomos destinação de recursos públicos à Saúde nos surpreendidos por propostas ainda mais orçamentos de estados, municípios e, espe- Voz do leitor 4 conservadoras do que os projetos em dis- cialmente, da União, além da transferência cussão ou aprovados pelo Congresso, tema de fundos públicos à rede conveniada e ao de nossa matéria de capa, e os ajustes do sistema privado. governo que penalizam educação, saúde Os ataques à saúde e aos direitos da e políticas sociais, duramente criticados no população, à economia popular e à susten- 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva. tabilidade ambiental estão presentes em Súmula 5 A Agenda Brasil, apresentada pelo diversas outras propostas da agenda ultra- presidente do Senado, Renan Calheiros, conservadora. Mas ao lado da crítica, segue Radis Adverte 8 como passaporte para a governabilidade a esperança na resistência e ação coletiva. Toques da Redação 9 da presidenta da República, Dilma Rousseff, Que o diga o presidente da Abrasco, Gastão propõe leis e mudanças constitucionais Wagner, recém-eleito e cheio de gás para o Agenda Brasil tão retrógradas que nem esse Congresso, combate que a conjuntura regressiva requer. • SUS (ainda ameaçado) 10 sob hegemonia de interesses do capital A propósito, com a Fiocruz em greve financeiro e da privatização da saúde, do por recomposição salarial, direitos dos tra- Política agronegócio e do obscurantismo de setores balhadores em geral e fortalecimento do religiosos e da segurança pública, ousou papel público do Estado, a periodicidade • Vozes da saúde no Legislativo 14 aprovar nos últimos anos. desta revista poderia ser comprometida, • Casa do povo: participação popular no Congresso 19 Ex-ministros da Saúde reagiram à não fosse a compreensão, tradicional entre sugestão de cobrar procedimentos do SUS os trabalhadores da instituição, da impor- • Por dentro do Legislativo 22 aos usuários, conforme a faixa de renda de tância de manter em níveis responsáveis as • A saúde no Congresso Nacional 23 cada um: “ideia desbaratada e radicalmente atividades de atenção à saúde da população o oposta à Constituição”, “desastre político e a produção de medicamentos e vacinas, 11 Congresso Brasileiro de Saúde e equívoco conceitual”, “distorção do sis- além de garantir funcionamento excepcional Coletiva tema”. O atual, Arthur Chioro, defendeu e plantões que evitem prejuízos irremediáveis • Crítica e esperança em meio à crise 24 a universalidade do SUS e afirmou que a ao erário público ou a pesquisas, formação • Desenvolvimento pode gerar saúde Constituição impede tal proposta. Radis acadêmica e profissional, comunicação e ou iniquidade 27 iniciou, pelo Facebook, a campanha SUS inúmeras outras atividades essenciais que • Entrevista Gastão Wagner: "O SUS pago, não!, alcançando, em menos de 24 desenvolvemos. não é cachorro morto" 30 horas, mais de 3 mil compartilhamentos e Numa sociedade regulada pela mídia 300 mil visualizações. comercial, com espaços de mediação sufo- Ouvidoria A ampla e forte reação fez com que cados pelo excesso de informação irrelevante • Escuta ativa e cidadã 31 o texto fosse retirado rapidamente. Em e forças conservadoras atuando ininterrupta- seu lugar, porém, permanece a ameaça de mente contra a democracia e a saúde, nosso Serviço 34 atribuir aos “associados” de planos de saúde vínculo com mais de 85 mil leitores segue a obrigação que as empresas que lucram cada vez mais forte. Pós-Tudo vendendo saúde têm — e não cumprem • Um mundo sem aids. É possível? 35 — de ressarcimento ao SUS nos casos pre- Rogério Lannes Rocha vistos em lei. Editor-chefe e coordenador do Programa Radis

Capa Intervenção digital em foto de Favaro Jr. Sob licença Creative Commons. FOTO: GERSON CORTES FOTO:

RADIS . Jornalismo premiado pela Opas e pela Asfoc-SN

Parte da equipe do Radis em plantão de greve para a edição desta revista.

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radis_156.indd 3 27/08/2015 17:49:34 VOZ DO LEITOR

e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), professora que levou a revista para a sala Lei Antiterror , RJ de aula para apresentar alguns temas Câmara de Deputados, com uma de importantes. Me encantei pelo belíssimo suas composições mais retrógradas, trabalho da equipe que faz com que A Assistência social fisiológicas e desqualificadas, aprontou a revista chegue em nossas mãos tão mais uma: acaba de aprovar a chamada ou leitora fiel da Radis. Mesmo que o perfeita, com matérias extremamente Lei Antiterror, que por sua dureza e gene- Sfoco principal seja saúde, não posso importantes e de total utilidade pública. ralidade supera muitos dos decretos-lei que deixar de parabenizar a revista quando o Adoro o conteúdo e as notícias que são foram aplicados pela ditadura civil-militar assunto é assistência social. Sempre vejo publicadas, pois são de extrema utilidade que oprimiu o Brasil de 1964 a 1985. Trata- alguns assuntos relacionados a esse tema, nos meus estudos. Quero parabenizar a se de um retrocesso absurdo e inaceitável. pois saúde e assistência social fazem parte todos pelo excelentíssimo trabalho e que Na verdade, não é uma lei em defesa da do tripé da seguridade social, junto com a a Radis possa crescer a cada dia mais democracia e sim um dispositivo legal Previdência. Gostaria de ver mais reporta- levando saúde, informação e educação que visa disseminar o medo, criminalizar gens sobre o assunto. para toda população. os movimentos populares e impedir o • Angela Elisa Martins Chicarelli, • Isabela Trugilho e Souza, Rio de exercício da verdadeira democracia pela Fervedouro, MG Janeiro, RJ população, através da sua manifestação direta e de sua liberdade de organização ursando o técnico em Radiologia, um Obesidade infantil e mobilização. A Justiça e as autoridades Cprofessor indicou a Radis. Recebi meu já dispõem de um sólido arcabouço legal Radis 153 trouxe uma ótima matéria primeiro exemplar hoje e já li ele todo. para a defesa da propriedade privada e do Asobre “o peso do futuro”, um tema Muito boa mesmo a revista! Primeira de patrimônio do Estado e para coibir atos urgente de ser tratado por todos, prin- muitas edições que vou receber! Já irei violentos. Essa lei seria, portanto, uma lei cipalmente pelos profissionais de saúde. indicar a mais amigos! de exceção. Com qual objetivo, senão o de Aumenta a cada dia o número de crianças • Cristiano Almeida reprimir manifestações populares e tutelar com obesidade, diabetes, hipertensão, ainda mais a democracia? Em um país como doenças que podem trazer danos para o doro a revista, conteúdos e dinâmi- o nosso, onde juízes se comportam como resto da vida. Aca. Agradeço por ser assinante, pois verdadeiros imperadores, acima do direito • Maria Aparecida Manja, enfermeira, é de grande importância na minha prática e do senso comum, em que prisões preven- Teixeras, MG profissional. Obrigada por poder recebê-la. tivas, sem qualquer justificativa plausível, • Jussara de Faria Castro, Cacoal, RO são decretadas indefinidamente, onde atua Pauta uma das polícias mais violentas e discricio- Isabela, Cristiano e Jussara, a equipe nárias do mundo, principalmente contra lá, gostaria que vocês fizessem uma da Radis agradece pelos comentários! os mais pobres, não se pode concordar de Omatéria falando sobre a Reforma forma alguma com a aprovação de uma Psiquiátrica no Brasil e o Movimento da lei com essas características. Precisamos Luta Antimanicomial. Teste de HIV lutar contra essa lei maldita e conhecer, • Renan Galdino, estudante de ostaria de informações a respeito denunciar e execrar publicamente todos Enfermagem, Itapipoca, CE Gda comercialização do Teste de HIV os deputados que votaram a favor dessa (Radis 137). Já está sendo vendido em lei, sejam eles de que partido forem. Não Renan, a saúde mental é tema cons- todas as farmácias do Brasil? Não conse- importa, são traidores da democracia e tante na Radis. Sugerimos que leia as gui encontrar informações a respeito da do povo, inimigos da causa popular. Se o edições 146 e 38. Na busca do nosso comercialização. Obrigado. Governo pensa que se fortalece ao fazer site, você pode encontrar outras matérias • Joseval Nunes da Silva, Bauru, SP esse tipo de aliança absurda com os se- sobre o assunto. tores mais reacionários na sociedade e no Joseval, essa é uma pergunta que Parlamento é um engano, só agrava a perda Radis agradece recebemos com frequência. A venda nas da sua base e se torna ainda mais refém das farmácias do teste rápido de HIV ainda manipulações políticas da direita. ou estudante de Enfermagem e não começou. Mas lembramos que a • Umberto Trigueiros, diretor do Instituto Sassinante da revista há pouco tem- testagem é oferecida gratuitamente em de Comunicação e Informação Científica po. Conheci a Radis por meio de uma unidades de saúde.

EXPEDIENTE

® www.ensp.fiocruz.br/radis é uma publicação impressa e online da Documentação Jorge Ricardo Pereira, Sandra Fundação Oswaldo Cruz, editada pelo Programa Benigno e Sergio Eduardo de Oliveira Radis de Comunicação e Saúde, da Escola (fotografia) /RadisComunicacaoeSaude Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp). Administração Fábio Lucas e Natalia Calzavara Presidente da Fiocruz Paulo Gadelha USO DA INFORMAÇÃO • O conteúdo da Diretor da Ensp Hermano Castro Estágio Supervisionado Laís Jannuzzi revista Radis pode ser livremente reproduzido, (Reportagem) e Juliana da Silva Machado acompanhado dos créditos, em consonância com (Administração) a política de acesso livre à informação da Ensp/ Editor-chefe e coordenador do Radis Fiocruz. Solicitamos aos veículos que reproduzirem Rogério Lannes Rocha Assinatura grátis (sujeita a ampliação de ou citarem nossas publicações que enviem Subcoordenadora Justa Helena Franco cadastro) Periodicidade mensal | Tiragem 85.500 exemplar, referências ou URL. exemplares | Impressão Rotaplan Ouvidoria Fiocruz • Telefax (21) 3885-1762 Edição Adriano De Lavor Fale conosco (assinatura, sugestões e críticas) www.fiocruz.br/ouvidoria Reportagem Bruno Dominguez (subedição), Tel. (21) 3882-9118 Elisa Batalha, Liseane Morosini, Luiz Felipe E-mail [email protected] Stevanim e Ana Cláudia Peres Av. Brasil, 4.036, sala 510 — Manguinhos, Arte Carolina Niemeyer (subedição) e Felipe Rio de Janeiro / RJ • CEP 21040-361 Plauska

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radis_156.indd 4 27/08/2015 16:04:34 radis_156.indd 5 Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro (24/7). (24/7). Janeiro de Rio no Nacional, Arquivo ao (CNV) Verdade da Nacional Comissão pela entregues foram que Brasil, no militar reitos humanos cometidos durante o regime di de violações sobre 100 documentos mil de mais os entre estão militares instalações croquis de ementos, plantas periciais, laudos edepoi diligências públicas, audiências de vídeos 47 fotografias, mil política, repressão há controle sobre quem será punido. “O punido. será quem sobre controle há terrorismo de crime tipificar de necessidade há n que alertando vem tempo muito (Renap), há Populares Advogados de Nacional da Rede integrante Mariano, Patrick Oadvogado aprovação. àsua rios contrá e políticos ongs humanos, direitos contundentes de grupos de defesa dos críticas e religiosos”, recebeu oprojeto sindicais movimentos sociais, políticas, manifestações em pessoas de coletiva ou individual à conduta “não aplica se República da Presidência da cional institu segurança de gabinete do cargo a fica terrorismo de àprática e combate prevenção de trabalhos dos coordenação a projeto, Pelo anos. aoito cinco de varia que pena com terroristas, a organizações auxílio prestar quem ainda pune O texto públicos. serviços funcionam onde locais e hospitais ouferroviárias rodoviárias, transporte, portos, aeroportos, estações de ou comunicação de meios de namento ofuncio dados, de banco ou informática de sistemas público, como assim sabotar bem qualquer ou privados ou meios de transporte públicos como crime: incendiar, depredar massa. em destruição promover ou danos causar de nucleares ou outros meios capazes químicosconteúdos e biológicos, tóxicos, e gases explosivos dar e guar usar, ameaçar, transportar define como ato de terrorismo Oprojeto presidencial. sanção da antes Senado do apreciação para segue eagora Executivo Poder do autoria éde projeto do o texto urgência, de regime em votação (13/8). para Enviado Deputados dos Câmara na aprovado foi anos, 12 de variam que a30 penas lece eestabe Brasil no terrorismo de L O miliares, depoimentos de agentes da agentes de depoimentos miliares, efa vítimas de testemunhos ivros, 2.016/2015, crimes tipifica que Lei de Projeto polêmico Embora o texto enfatize que a lei alei que enfatize otexto Embora aponta Além também disso, e que, uma vez tipificado, não tipificado, vez uma eque, Lei Antiterrorismo aprovada na Câmara na aprovada Antiterrorismo Lei Documentos da repressão online - - ão ão ------Átila SDH. da osite é fundamental”, registrou esse como trabalho um ditadura, da volta a pedir para ruas às saem que pessoas de aque gente infelizmente a situações assiste em época uma “Em violações. novas venir a pre ajudar podem acervo do conteúdo do epromoção adivulgação que declarou (SDH-PR), República da Presidência da Humanos Direitos de Secretaria da Vargas, Pepe o ministro olançamento, Durante tipificação de crimes de terrorismo chega chega de terrorismo de crimes tipificação Capital sociais”, àCarta disse movimentos criminalizar não podemos mas vandalismo, de atos Repudiamos e populares. sociais movimentos nalizar ecrimi isso ampliar para ordem uma é aqui “O temos que aquestão. sobre torna uma desnecessário lei específica oque Penal, Código no previstos estão já determinados crimes os todos (Psol-SP), mou. Segundo o Ivan deputado Valente passados”, afir protestos dos experiência a com aprendizado um de mas paranoia, uma de vem (13/8). não medo “Nosso Mundi Opera notícias de osite informa como país, no protesto ao direito e do sociais movimentos de criminalização 2013de de cultura uma há que provam junho em Brasil no ocorreram que tantes - manifes de prisões as Conectas, Ong da reproduzida pelo site Viomundo (7/8). mídia”,e, éclaro, pela entrevista em disse dado por delegados, promotores, juízes será não ou éterrorismo conduta tal se determinar para realizado será que filtro Roque, diretor executivo da Anistia Anistia da executivo diretor Roque, Essa não é a primeira vez que a que vez é a primeira não Essa Calderoni, Vivian aadvogada Para (13/8). - - -

no portal do órgão ( órgão do portal no acessada ser pode já publicação da parte que justiça”. (24/7) informou AEBC de a falta e perpetua violência de o ciclo alimenta pública, segurança da área na cial espe em até hoje, persistem que humanos, de direitos às graves violações impunidade relatório mostrou de forma clara como a “O história. asua conheça asociedade que aos documentos é de grande relevância para Internacional, afirmou à Radis afirmou Internacional, indagou o deputado. lei?”, de oprojeto para e necessidade aurgência Cadê ésuficiente. já legislação enossa terroristas atos inexistem seja, aqui. por Ou terroristas temos grupos não eque 100 de anos mais há vizinhos seus com paz em vive país nosso que de oargumento com Dilma presidenta pela desarrazoada justificativa foi repudiada “A o terrorismo. evitar para o faziam que de com brasileiras a desculpa políticas autoridades ilegalmente grampearam Unidos Estados os quando Roussef Dilma presidenta própria da reflexão uma brou lem (PT-RJ) Damous Wadih o deputado (13/8), Foco em Congresso oportal para Direitos Humanos. e membro do Conselho Nacional de Terra Ong Direitos da de coordenação da afirmou ao Viomundo a democracia”, contra atendado é um urgência de regime e em caixa de toque a natureza dessa lei uma aprovar seja, Ou guerra. qualquer sem 100de anos mais há eestá terrorismo de histórico pronunciar.a se tem não “O Brasil SÚMULA

Ao criticar o projeto de lei em artigo artigo em lei de oprojeto criticar Ao FOTO: MÍDIA NINJA Câmara, as entidades voltaram voltaram entidades as Câmara, a para Executivo do projeto brasileira”.da população uma de classe seletiva eliminação e democráticas sociais das lutas como mecanismo de contenção mais que funciona gacionista, Penal segre aclamado Estado tão ojá “apenasiria incrementar teor esse com proposta uma de aaprovação que apontavam des entida as nota, Na Repúdio. de Manifesto um alançar populares movimentos dos 100 entidades de mais levou o que mista, são debatidas, por meio de comis aser começaram (PROS-RJ), e do Miro deputado Teixeira nador Romero Jucá (PMDB-RR) se do propostas passado, Ano à do pauta Congresso Nacional. Agora, com o envio do RADIS 156•SET/2015 http://goo.gl/

(7/8) Darci Frigo, Frigo, Darci (7/8) que o acesso o acesso que 27/08/2015 16:04:34 ORgrC0 online [5] ). ). ------radis_156.indd 6 ( Tratamento do Antirretroviral com Início nosbaseou primeiros resultados do estudo HIV”, do afirmou. transmissão de dade apossibili éanulada praticamente viral, acarga reduzir ao que, já ecoletivo, aids, à associadas de determinadas doenças com aredução individual, benefício um há que claro “É área. na saúde de política sua por exemplo como citado foi oBrasil que à edeclarou conferência na esteve Saúde, da Ministério do Virais, Hepatites e DST, de Aids Departamento do diretor Terapêuticas.e Diretrizes Fábio Mesquista, Clínico Protocolo do mento, aedição com trata de política como etratar” o “testar 2013 de dezembro adota desde oBrasil que (19/7) informou Aids da Notícias de profilática”. aAgência prática Já uma por infecção de risco com pessoas as eficaz maneira de proteger “pode preventiva terapia uma que provam estudos outros HIV, do enquanto à transmissão prevenção a possibilita diagnóstico do o início desde que um dicam tratamento administrado in pesquisas novas que destacou (20/7) Correio do Osite documento. Braziliense ao nome dá que canadense cidade na (foto), Tratamento ePrevenção realizada HIV, Patogênese, sobre Conferência 8ª durante a Society, Aids International da Breyer, Chris presidente por feito foi Oanúncio viral. carga sua de dentemente tir do momento do diagnóstico, indepen apar antirretroviral tratamento ao acesso ter devem oHIV com vivem que pessoas as todas que (19/7), defendeu que em [6] A Start Vancouver de o Consenso anunciou (OMS) Sáude da Mundial Organização OMS aaids e tratar” o“testar adota Fábio explicou que o consenso se se oconsenso que Fábio explicou , sigla em inglês), lançado em maio maio em lançado inglês), em , sigla RADIS 156•SET/2015 Radis - - - - -

obstáculos ao enfrentamento da epidemia. da enfrentamento ao obstáculos são aassociação, segundo que, mentos medica dos preço alto do além países, alguns em HIV do transmissão eda drogas de uso do prostituição, da a criminalização estão Abia pela destacados pontos os Entre dados científicos”, o alertou comunicado. novos destes promessas as zar, prática, na reali para éocaminho qual indiquem que concretas políticas de propostas precisa o mundo animadoras, dedeclarações Além aconta? pagará quem mundo, no epidemia da fim ao e próximos científicas bertas desco das avanço franco neste estamos fato, de “Se, mundial. nível em à epidemia de lideranças internacionais para responder do financiamento global e do compromisso redução de tendência uma há que advertiu AAbia disponíveis. atualmente recursos os com meta esta alcançar se de chance pouca há epidemia, da ofim para medida desta impacto edo científica evidência da apesar que, salientou aassociação (24/7), gada Vancouver de Consenso do aposição quanto Start do resultados os tanto cautela com recebeu (Abia) Aids de aproveitá-la”, odocumento. diz devemos e aepidemia contra oportunidades de era nova auma Chegamos epidemia. da fim o alcançar de objetivo do rapidamente aproximar enos vidas de milhões salvar —pode preventivos usos outros e de antirretrovirais — por meio do tratamento nadas à infecção. morrer ou desenvolver doenças relacio de risco 53% têm menos imediatamente tratados pacientes os que indica que inglês), em sigla (NHI, Unidos Estados pelo Instituto Nacional de Saúde dos A Associação Brasileira Interdisciplinar Interdisciplinar Brasileira A Associação

“O uso estratégico dos dos “O estratégico uso . Em nota divul . Emnota - - - - - E indicou o Portal da Saúde. da oPortal indicou consecutivos, 28 dias dura tratamento O risco. ao aexposição após horas duas primeiras nas feito seja uso seu que ideal sendo vírus, ao aexposição após 72 horas até ministrados sejam otratamento para comenda que os medicamentos utilizados HIV. do re Oprotocolo aprevenção para importantes são mecanismos os todos que prevê que combinada, prevenção de tégia a estra utiliza o Brasil que explicaram tério Técnicos minis do (23/7). Saúde da Portal no Saúde, da oMinistério divulgou todo, um como saúde de profissionais os para oprocedimento facilitar também mas geral, forma de àpopulação oacesso ampliar irá só não Amedida prontos-socorros. como especializadas, não saúde de unidades em ofertados ritonavir), e atazanavir vudina, (tenofovir, lami medicamentos quatro de ouso prevê protocolo Onovo aids. em dependia de consulta com um especialista —e desprotegida sexual relação tiveram que epessoas sexual violência de vítimas saúde, de — profissionais HIV ao exposto se havia que grupo cada para diferente era Imparcial jornal do o site Segundo risco. de ções situa após oferecidos (PEP) pós-exposição profilaxia de tipos três os eunifica julho desde SUS no disponível está tratamento HIV. O vírus ao exposição após prevenção para usada àmedicação oacesso plificar anunciou medidas que pretendem sim Saúde da oMinistério isso, nquanto pós-exposição tratamento (29/7), até então, o atendimento atendimento o então, até (29/7), Ampliado 27/08/2015 16:04:36 O ------

FOTO: STEVE FORREST / IAS Margaridas marcham contra a violência

a 5ª edição da Marcha das Margaridas, Ntrabalhadoras rurais, extrativistas, indí- genas e quilombolas tomaram as ruas da capital federal (12/8) para dialogar com o governo federal. Entre as reivindicações, o fim da violência contra a mulher, a luta pela reforma agrária, a soberania alimentar e a igualdade de direitos. “Estaremos nas ruas BRASIL JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA FOTO: quantas vezes for necessário para defender o projeto que acreditamos, para defender a democracia, para dizer que as margaridas estão unidas contra qualquer forma de violência e preconceito contra a mulher”, disse Alessandra Lunas, coordenadora- -geral da Marcha, ao site da Contag (12/8). À Agência Brasil (12/8), Alessandra ressaltou que a marcha cria um marco de referência sobre a importância e a força da unidade de luta das mulheres. “É impossível falar nas políticas públicas para as mulheres sem falar da Marcha das Margaridas”, declarou. Juntas, as margaridas marcharam em uma das principais vias de Brasília, o Eixo Monumental, que leva à Praça dos Três Poderes, onde estão o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, exibin- tipo de violência, informou a EBC (12/8). dimensão da marcha, ainda desconhecida do faixas contra a violência doméstica Coordenada pela Confederação de grande parte do público — e pratica- e o racismo e em favor da democracia, Nacional dos Trabalhadores na Agricultura mente ignorada pela chamada grande como registrou o site da Folha de S.Paulo (Contag) com apoio de outras entidades mídia — a Agência Brasil ouviu mulheres (12/8). Segundo os organizadores, havia sindicais, a Marcha das Margaridas ocorre de várias partes do país e viajou mais de 100 mil pessoas na marcha — número de quatro em quatro anos. Ela é uma 2 mil quilômetros em uma jornada de 44 reduzido para 30 mil na estimativa da homenagem a Margarida Maria Alves, horas para acompanhar um grupo vindo Polícia Militar. Ao discursar na cerimônia líder sindical que foi assassinada, aos dos arredores de Campina Grande, na de encerramento, a presidenta Dilma 50 anos, em 1983, por um latifundiário Paraíba, e entender as razões que moti- Rousseff disse que o governo terá “to- que se sentia ameaçado pela luta da vam e animam a caminhada. O especial lerância zero” com a violência contra a ativista. Segundo registrou a EBC (10/8), O Caminho das Margaridas pode ser mulher no campo e anunciou a criação esta é maior mobilização de mulheres da acessado em: http://www.ebc.com.br/ de patrulhas rurais para combater esse América Latina. Para divulgar e ampliar a ocaminhodasmargaridas.

Novidades no tratamento de Alzheimer e câncer

studos com anticorpos monoclonais dobrar até 2030. Jairo assinalou que essa são cada vez mais frequentes em uma E(proteínas produzidas pelo corpo, mas é a primeira novidade no tratamento do população que envelhece. Um estudo fabricadas em laboratório, que ajudam o Alzheimer na última década. britânico, realizado pela Universidade de sistema imunológico a combater vírus, bac- Os monoclonais também podem Bournemouth, revelou que, além dos lap- térias e câncer através do reconhecimento auxiliar tratamentos contra o câncer, no sos de memória, que progridem para um de antígenos) podem trazer esperança para futuro. A Comissão Europeia aprovou, em esquecimento severo, é preciso também o tratamento da doença de Alzheimer e julho, o uso de uma droga chamada pem- estar atento a um problema muito comum de vários tipos graves de câncer. Pesquisa brolizumab para casos de um tumor de pele nas pessoas com Alzheimer: a desnutrição, anunciada durante a conferência da não operável e extremamente agressivo. que pode levar à grande perda de peso. Associação Internacional de Alzheimer, Esses medicamentos vêm sendo testados Ao acompanhar 150 pacientes, a pesquisa ocorrida nos Estados Unidos, em julho, como alternativa à quimioterapia, que cos- apontou que 40% estavam abaixo do mostrou que a droga solanezumab foi tuma trazer muitas complicações e efeitos peso ideal e alguns ingeriam apenas 700 capaz de retardar em 30% a evolução da colaterais, além de serem empregados calorias por dia, enquanto a Organização doença em estágios moderados, noticiou o como “terapia de resgate” nos casos mais Mundial de Saúde (OMS) recomenda, no psiquiatra Jairo Bauer, em texto publicado graves da doença. A nova substância está mínimo, 1.200, para que os órgãos pos- em O Estado de S. Paulo (26/07). Os remé- sendo utilizada para vários tipos de tumo- sam funcionar normalmente. A dificuldade dios até então disponíveis aliviam apenas os res, como pulmão, mama, bexiga e cabeça para se alimentar e se hidratar é comum sintomas, tais como esquecimento e deso- e pescoço. Como informou a matéria de nesses pacientes em razão de problemas rientação, sem tratar as causas. A doença capa da Radis 155, a doença pode chegar na coordenação motora, perda de apetite, afeta hoje cerca de 40 milhões de pessoas a 24 milhões de casos no mundo até 2035. dificuldades de mastigar e por se sentirem no mundo, número que deve praticamente Tanto o câncer quanto o Alzheimer cansados rapidamente.

RADIS 156 • SET / 2015 [7]

radis_156.indd 7 27/08/2015 16:04:37 Comprimido e ANS suspende 73 planos de saúde

vacina contra a etenta e três planos de saúde de de Monitoramento da Garantia de S15 operadoras tiveram suas vendas Atendimento da agência, que analisa dengue interrompidas em 20 de agosto pela reclamações de consumidores a respeito Agência Nacional de Saúde Suplementar de eventuais irregularidades cometidas pesquisa e inovação em saúde marca- (ANS) devido a problemas como a falta pelas operadoras. O monitoramento se A ram dois gols no combate à dengue. de cumprimento de prazos máximos de refere ao período de 19/3 a 18/06, quan- Um comprimido que impede o desenvol- atendimento e negativas indevidas de do a ANS recebeu 21 mil reclamações de vimento das larvas do mosquito Aedes cobertura. Segundo informou a agência beneficiários sobre os serviços prestados. aegypti foi desenvolvido pela Fiocruz e (14/8), os três milhões de beneficiários dos Destas, 14 mil eram queixas referentes à está prestes a chegar ao mercado. Trata- planos suspensos não foram prejudicados, cobertura assistencial. De acordo com a se de um biolarvicida para ser colocado já que as operadoras terão que melhorar agência, todas foram tratadas pela media- em recipientes onde se acumula água, os serviços oferecidos para que possam ção de conflitos, sendo que 6,5 mil foram mesmo que estejam secos, e que invia- receber novos consumidores. A multa para relacionadas a temas não assistenciais biliza o criadouro por um período de 60 as empresas que negaram indevidamente (contratos e reajuste, por exemplo) e 14,2 dias, informou O Dia (25/07). cobertura variou entre R$80 mil e R$ mil referentes a cobertura assistencial. Diferente dos inseticidas, o com- 100 mil, informou o jornal O Dia (15/8). Das 15 operadoras com planos suspensos primido, que contém o Bacillus thurin- Em paralelo à suspensão, a ANS, que é nesse ciclo, 11 também constavam da giensis israelensis (Bti), é inofensivo ao encarregada de fiscalizar os planos de lista do levantamento anterior. Desde o ser humano e não deixa o mosquito saúde, liberou outros 52 planos de saúde início do Programa de Monitoramento, mais resistente, explicou a pesquisadora que estavam com a comercialização sus- 1.140 planos de 155 operadoras tiveram responsável pela inovação, Elisabeth pensa, por terem se ajustado aos padrões as vendas suspensas e outros 976 planos Sanches, em notícia da Agência Brasil exigidos no atendimento ao cidadão. voltaram ao mercado após comprovar (23/07). O produto deve ser vendido A suspensão da comercialização melhorias no atendimento, informou a no mercado por um preço estimado de dos convênios é resultado do Programa Rádio Globo (15/3). R$ 30 por cada 10 doses. Para isso, ele ainda precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). SUS para todos A responsável pela comercialização será a BR3, empresa associada ao Centro Ministério da Saúde lançou no Dia de rua, reúne materiais diversos como de Inovação, Empreendedorismo e ONacional de Luta da Pessoa em Situação vídeos, cartazes e folhetos. As redes so- Tecnologia (Cietec). de Rua (19/8) a campanha Políticas de ciais também serão usadas na campanha, Já o Instituto Butantan, em São equidade para tratar bem de todos. segundo informou O Globo (19/8). O Paulo, deve iniciar a terceira e última fase Saúde da população em situação de rua, jornal também destacou outras ações já de testes de uma vacina contra a dengue. A que defende o acesso destas pessoas ao desenvolvidas pelo ministério destinadas nova etapa do estudo clínico foi aprovada SUS e a desconstrução do preconceito. A a esta população, como o Consultório de por unanimidade pela Comissão Técnica mobilização enfatiza o princípio da equi- Rua, que conta com 144 equipes em 83 Nacional de Biossegurança (CTNBio), in- dade, destacando o dever dos gestores e municípios e a aprovação da portaria que formou o site de notícias G1 (06/08). Foi profissionais da saúde pública em atende- dispensa a obrigatoriedade de apresenta- a primeira vez que a comissão aprovou rem qualquer indivíduo que necessite de ção de comprovante de endereço para a um organismo geneticamente modificado cuidados médicos, independente de seus aquisição do cartão SUS, grande entrave para uso em humanos, mas ainda faltam hábitos ou aparência. A campanha, que de acesso desta população aos serviços as aprovações da Anvisa e da Comissão inclui a participação de alguns moradores de saúde. Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Os testes preveem que cerca de 20 mil volun- tários, entre 2 e 59 anos, sejam vacinados Radis Adverte no período de um ano, em 15 centros em todo o país. Durante a fase 2 do estudo, 300 pessoas receberam a vacina, em testes clínicos realizados pela Universidade de São Paulo. Outra pesquisa para a mes- ma vacina também é desenvolvida pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a vacina contra a dengue deverá estar disponível em 2018, como publicou a Agência Brasil (13/08). De acordo com o Ministério, já foram regis- trados 1,3 milhão de casos da doença no Brasil até meados de julho. Já as mortes por dengue confirmadas pelo Boletim Epidemiológico cresceram 68% em comparação ao mesmo período em 2014, com um total de 600 casos, contra 357 no ano passado. S.E.O.

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FOTO: IGOR CRUZ/SMS RJ R e não inclusão... com exclusão, combinasse educação se siva responsabilidade” do Como Estado. “exclu é de deficiência com estudantes dos aeducação que advoga entidade A e matrículas. anuidades salidades, de valores adicionais em suas men acobrança sem deficiência com pessoa à qualidade de educação ofereçam 2016 privadas de a partir instituições que determina que com Deficiência, Pessoa da oEstatuto diz oque é contra A Confenen deficiência. com estudantes aos educação assegurar de toriedade aobriga contra (STF) Tribunal Federal Supremo no (ADI) Inconstitucionalidade de Direta Ação uma com to entrou agos (Confenen), em que Ensino Nacional dos de Estabelecimentos Confederação da àatitude contrárias vozes as com solidariza se isso, Por ciais. ameace a conquista de direitos so direitos de aconquista ameace adis Cadêinclusão? a saúde em toda acidade. toda em saúde da 12 2015, promoção de de Até ofim previstos painéis religiosas. estão crenças diferentes às erespeito tabagismo ao combate de além edição), Pós-Tudo, a seção desta (que ilustra (foto), à diversidade Cristo respeito Santo do bairro no Carmo, do Messias José Saúde de Municipal o Centro abordam temas como importantes a normal, valorização do parto que colore trabalhos Os Sonbil. Emanuel por assinados com grafites cidade da saúde de unidades das externa aárea ocupar ao eprevenção, comunicação de lorida co estratégia numa investido tem Janeiro de Rio do Saúde de A secretaria repudia qualquer ação que repudiaqualquer ação - - - - - “O cionais na região Centro-oeste do Brasil. cionais na região Centro-oeste tradi terras suas de eKaiowá Guarani índios 6mil àforça despejar para rada prepa está apolícia que de relatos os Tauli-Corpuz,Victoria preocupada com ONU, da Indígenas Povos dos Direitos regresso”. do a opção com possível, que e, sempre equitativa e justa uma indenização sobre prévio indígenas interessados interessados indígenas povos dos einformado prévio livre, o consentimento sem ocorrer deve ção realoca Nenhuma afetados. indígenas povos dos eproteção segurança pela contínuospadrões temo de violência, e tradicionais terras de aposse sobre resolvidas não data longa de questões incluindo Sul, do Grosso Mato do tado es no edesconfiança insegurança de contínua a situação Dada territórios. ou Defesa dos índios Da relatora especial sobre os sobre especial relatora Da removidos à força de suas terras terras suas de àforça removidos ser devem não indígenas s povos e sem um acordo acordo um e sem TOQUES DA REDAÇÃO - - - - - “U C O mesmo período. no (Alaesp), Pública Saúde de Escolas de Latino-Americana Associação da (1994 e1997)gestões epresidente duas em Ensp da ex-diretor bém tam foi Adauto Unidos. Estados nos Nebraska, de Universidade da Reinhard, Jan Karl com parceria em 2012,em escreveram dois os que paleoparasitologia Jabuti com o livro olivro com Jabuti — ancestrais nossos afetaram provavelmente, que, identificação de agentes patogênicos — apaleoparasitologia científico, po cam novo um consolidou o professor Ferreira, Fernando Luiz mestre seu de Fiocruz), falecido em agosto. Ao lado (Ensp/ Arouca Sergio Pública Saúde daSamuel Pessoa Escola Nacional de Araújo, de do Endemias Departamento vivem no país, independente de sua idade. sua de independente país, no vivem que todos para eintegral éuniversal que éoSUS, mesmo bom plano que adverte a Já Justiça. na questionada ser deve e é abusiva aprática que orienta Paulo São de até 18 têm OProcon que anos. clientes do mais até 500% acustar de amensalida levar pode casos, alguns em que, aumento Um idade. aessa chegam quando prestação da odobro que do mais adesembolsar obrigados sendo estão tes clien muitos coletivos, planos de reajuste o limite que legislação há enão 59 anos, até os idade de mudança por aumento permite só Idoso do o Estatuto Como saúde. de privados planos dos grego de para 14, depois para 12, para 14, odeputado. para depois disse reduziremos anos, vinte “Em limites. tem não redução da favor em acruzada que claro deixou também (PR-DF) Bessa Guardian T inglês jornal ao entrevista Em penal. 171/93, PEC da amaioridade reduz que relator pelo dada declaração uma de sim mas duvidosa, qualidade de científica ficção de filme de roteiro um de saiu não àluz”. dar para Afrase permissão terá não amãe sim, ese àcriminalidade, cias tendên tem útero, no ainda bebê, um se idade estão recebendo um presente presente um recebendo estão idade onsumidores recém chegados à terceira menagem ao pesquisador Adautomenagem ao pesquisador suaprograma ho registra Radis Proibido adoecer Trevas nofuturo em que será possível determinar determinar possível será que em estágio aum chegaremos m dia, Homenagem (29/6), federal o deputado e conquistou o prêmio RADIS 156•SET/2015

(Editora Fiocruz), Fundamentos da Fundamentos 27/08/2015 16:04:39 que para para que Radis Radis [9] he he a ------radis_156.indd 10

CHARGE: VITOR TEIXEIRA AGENDA BRASIL ameaçado SUS SUS (ainda) 27/08/2015 16:04:40

AGENDA BRASIL

Reação da sociedade derruba proposta de copagamento do SUS. Mas a ameaça continua no novo texto do pacote apresentado pelo Senado, em agosto, ao Governo Federal

Ana Cláudia Peres texto fazendo cair sobre os associados – e não sobre as operadoras – o ressarcimento do SUS.

um intervalo de menos de 48 horas, o Sistema Único de Saúde viveu o sobe e desce de ETERNA VIGILÂNCIA uma gangorra ameaçadora. Era segunda- -feira, 10 de agosto, quando o senador Para Ana Costa, presidente do Centro Brasileiro RenanN Calheiros (PMDB-AL) encaminhou ao Palácio de Estudos de Saúde (Cebes), houve de fato uma rea- do Planalto um documento intitulado Agenda Brasil ção vigorosa que permitiu reverter o susto inicial. Da — conjunto de 28 medidas para enfrentar a crise forma que estava, haveria um SUS segmentado e par- econômica no país. Ninguém podia imaginar que, tido. Um SUS para aqueles que podem pagar; e um em meio a outras propostas controversas, o pacote outro para os que não podem. “Mas não podemos trouxesse uma ameaça explícita ao SUS. Estava lá, no ter ilusões. Esta proposta está sobre a mesa, dentro terceiro ponto do eixo que se refere à proteção social: de alguma para ser reapresentada novamente “Avaliar possibilidade de cobrança diferenciada de a qualquer conjuntura mais propícia”, alertou, em en- procedimentos do SUS por faixa de renda”. Na prática, trevista à Radis. “No momento contamos com amplo um rasgo na Constituição: o fim do SUS universal, apoio, inclusive no interior do governo, o que ne- como aprovado na Carta Magna de 1988. cessariamente não se garantirá em tempos futuros”. A reação veio em peso e de modo imediato por Ana lembrou que o desmonte da seguridade está na meio das entidades de saúde e movimentos sociais, pauta liberal e tem sido realizado em todo o mundo, além de importantes atores políticos. Em um debate mesmo nos países cujos sistemas de proteção social sobre “Direito à Saúde X Ofensiva Conservadora”, estavam estabilizados e consolidados. “Tem sido o Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, disse que ‘remédio’ para as crises do capitalismo que quer a proposta caminhava no desencontro de eixos sempre se revigorar da exploração do trabalho, dos estruturantes do SUS e de conquistas históricas, e direitos sociais dos trabalhadores”, disse. “O conjunto que “pagar pelo SUS é uma distorção ao Sistema”. de dificuldades associadas ao emperramento para José Gomes Temporão, que esteve à frente da pasta que o SUS se consolide como um sistema universal entre 2007 e 2010, deu uma entrevista contundente e de qualidade tem a ver com o jogo de interesses, à Folha de S.Paulo (11/8), em que chamou a proposta particularmente com os grupos que apostam no seu de “ideia desbaratada”. “Politicamente é um desastre desmonte e descaracterização”. e conceitualmente é um equívoco: é radicalmente Mesmo sem saber dizer exatamente de onde oposta ao que está na Constituição. Significa mais partiu essa proposta, o ex-ministro Temporão não uma tentativa de colocar sobre as famílias brasileiras tem dúvidas sobre a que interesses ela serve. “Aos o ônus do financiamento da saúde”, argumentou. que defendem a fragilização do SUS enquanto po- Ao Estado de São Paulo (11/8), o atual ministro lítica pública, universal, equânime e financiada com da Saúde, Arthur Chioro, lembrou que a Constituição recursos de toda a sociedade através do orçamento prevê que o Sistema de Saúde seja público e universal, fiscal”. Para ele, o SUS não é uma obra concluída, o que impediria a proposta apresentada por Renan mas fruto da luta de gerações de brasileiros que Calheiros. Uma enxurrada de manifestações nas redes deve continuar sendo aperfeiçoado pelas novas sociais fez coro às opiniões contrárias ao copagamento gerações. “Toda política social é inconclusa, é uma do SUS. Só a campanha “SUS pago, não!”, encabeçada obra aberta”, diz. “Portanto ‘o preço da liberdade é pela página de Radis no Facebook, teve mais de 3 mil a eterna vigilância’ e precisamos estar atentos às an- compartilhamentos e 300 mil visualiazações apenas tigas e novas ameaças que possam colocar em risco nas primeiras 24 horas. O resultado é que, depois das o que está na Constituição”. À Folha de S. Paulo, muitas críticas, inclusive de setores do próprio governo, Temporão já havia dito que, ao ver a proposta, teve houve um recuo por parte dos autores da proposta. a impressão de que “estava delirando, voltando aos Na nova versão da Agenda Brasil apresentada na tempos da ditadura militar, com ideias desse tipo, quarta-feira, 12 de agosto, em vez de 28, um conjunto como as de Leonel Miranda (ministro da Saúde de de 43 propostas, e a retirada do item sobre a cobran- 1967 a 1969), que propunha a privatização de toda ça do SUS. Em substituição a esse, um novo artigo a saúde brasileira”. foi incluído: “Regulamentar o ressarcimento pelos associados de planos de saúde, dos procedimentos MANOBRA TEXTUAL? e atendimentos realizados pelo SUS”. Mas, cumpre- -se dizer, a ameaça ainda está à espreita. Pelo que O alívio com a retirada da proposta de copaga- se pode ler, a cobrança pelo SUS continua no novo mento do SUS da Agenda Brasil não durou muito. O

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radis_156.indd 11 27/08/2015 16:04:40 novo item incluído na pauta e divulgado dia 12/8 Ana Costa, fica claro que essa é uma demanda — “Regulamentar o ressarcimento, pelos asso- dos planos. “Certamente, dessa forma vaga como ciados dos planos de saúde, dos procedimentos aparece no texto, fica pendente qual o recheio des- e atendimentos realizados pelo SUS” — também sa empada de massa podre”, lamentou. “De todo preocupa os que defendem um sistema universal modo, para que isso possa valer, terão que refazer e gratuito, uma vez que revela a intenção de livrar a lei. Mas eles tentarão. Não tenhamos nenhuma as operadoras dos planos de saúde do ressarci- incerteza disso”. mento ao SUS. Vejamos: a Lei 9.656, de 1998, que cria a OUTRAS AMEAÇAS Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), já estabelece que todo e qualquer atendimento na Apresentada como uma “agenda positiva” SAIBA MAIS rede pública a pessoas que tenham cobertura por para o país, o conjunto de propostas da Agenda planos e seguros deve ser reembolsado ao SUS pelas Brasil traz ainda outros temas que afetam direta- Agenda Brasil operadoras de planos de saúde. “Fazer a cobrança mente o SUS, a Previdência e outras políticas sociais http://www12.senado.leg.br/ cair sobre os associados (como diz a redação da nesse momento e soam como um retrocesso de noticias/materias/2015/08/12/ nova proposta) seria não apenas um contrasenso direitos (ver Saiba Mais com todas as 43 propostas). agenda-brasil como um crime contra a economia popular”, en- Assuntos que não são mais novidade prometem Carta à presidenta Dilma fatizou Temporão. “O ressarcimento deve incidir voltar à tona nos próximos dias quando começam Roussef e à sociedade – evidentemente sobre as operadoras e não sobre a ir à votação em plenário, a exemplo do item que Nota pública sobre o SUS as pessoas que pagam, e caro, por esse serviço”. sugere “aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo e a Agenda Brasil Dito de outra maneira, da forma como está escrito, de financiamento da saúde. Avaliar a proibição de http://goo.gl/3AhmTE o cidadão que tem plano de saúde e, por algum liminares judiciais que determinam o tratamento motivo, for atendido pela rede pública, vai pagar com procedimentos experimentais onerosos ou três vezes: por meio dos impostos, da mensalidade não homologados pelo SUS”. dos planos (ou co-pagamento de plano de coletivo, Ou ainda a sugestão de “favorecer uma maior quando houver) e pelo uso do SUS. desvinculação da receita orçamentária, dando Rosa Maria Marques, presidente da maior flexibilidade ao gasto público”, “ampliar a Associação Brasileira de Economia da Saúde idade mínima para aposentadoria”, “regulamentar (ABrES), disse à Radis que a nova redação não os trabalhadores terceirizados” e as propostas que faz nenhum sentido. “Os planos de saúde são visam flexibilizar terras indígenas, áreas naturais empresas, cujo objetivo é fazer lucro a partir da protegidas e o licenciamento ambiental. Em relação produção e venda de uma mercadoria — no caso, a estas, ONGs do movimento ambiental lançaram os cuidados com a saúde nas diversas situações uma carta de repúdio em que tratam a Agenda em que a necessidade se apresentar, balizado pelo Brasil como um “pacote de medidas que aprofunda contrato estabelecido entre as partes”, analisou, os retrocessos em questões socioambientais, rifan- acrescentando que o recurso ao uso da saúde do os direitos territoriais indígenas e a regulação pública cria a necessidade de ressarcimento do ambiental e colocando o país na contramão das custo desse uso, dado que a formação do lucro respostas que exige a crise climática”. do plano de saúde não é interrompida. Em relação ao SUS, Rosa Marques chamou Por outro lado, a professora ponderou que a atenção para o fato de, no capitalismo contem- pode haver a intenção de que o ressarcimento seja porâneo, o endividamento dos Estados e a relação feito diretamente ao usuário. “Mas isso também não estabelecida entre esses e seus credores falar mais faria sentido uma vez que o atendimento do SUS alto. “Honrar os contratos, mesmo que draconia- é gratuito para ele, que não perde o direito de ser nos, torna-se prioridade número um, de modo que assistido pelo SUS por ter plano ou seguro privado tudo mais fica a ele subsumido”, disse. “Introduzir de saúde”, sugeriu. Para a presidente do Cebes, o copagamento no SUS resultaria em diminuir o

• Revisar os marcos jurídicos que regulam áreas indígena, como forma de compati- As principais bilizá-las com atividades produtivas.

• Revisar a legislação de licenciamento de ameaças aos investimentos na zona costeira, áreas na- turais protegidas e cidades históricas como direitos na forma de incentivar novos investimentos produtivos. Agenda Brasil • Simplificar o licenciamento para constru- ção de equipamentos e infraestrutura tu- rística em cidades históricas, orla marítima e unidades de conservação, melhorando a atração de investimentos.

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radis_156.indd 12 27/08/2015 16:04:40 FOTO: JREPRODUÇÃO FOTO:

Reação à proposta de copagamento do SUS chegou também às redes sociais, por exemplo na página do senador Romário. No Facebook da Radis, a campanha “SUS pago, não!” teve cerca de 3 mil compartilhamentos e 300 mil visualizações em apenas 24 horas. Pressão levou ao recuo por parte dos autores da agenda

gasto social e dispor de mais recursos exatamente sua página na internet, o senador Romário (PSB-RJ) para honrar essa dívida”. Segundo a professora, a afirmou: “Antes de discutirmos o pagamento de expressão “ditadura da dívida”, que muitas vezes procedimentos no SUS, temos que implementar associamos a mero discurso ideológico, é bastan- uma boa administração dos recursos públicos que te concreta, principalmente quando os recursos financiam a saúde”. começam a se tornar escassos em função de crise Em carta à presidenta Dilma Roussef e à socieda- econômica nacional e internacional. de, entidades que compõem o movimento da Reforma Na Câmara e no Senado, muitas vozes se Sanitária Brasileira afirmaram que “desmantelar o SUS, levantaram contra a proposta apresentada na em nome da superação das crises política e econômi- Agenda Brasil. O deputado federal Jorge Solla ca, poderá conduzir a outra crise sem precedentes: (PT-BA) foi enfático. “Se a proposta do PMDB a da saúde”. O SUS, ainda que incompleto, diz ainda previa que quem tivesse mais dinheiro, pagaria a carta, com suas limitações e contradições, gerou mais no uso do SUS, eu sugiro que aprovemos a ações de saúde de amplo alcance, com resultados regulamentação da taxação das grandes fortunas. inequívocos de eficiência econômica e relevância Será a chance de realmente colocar os custos da social e sanitária. “Cobrar de alguns pelo atendimento melhoria do SUS na conta de quem lucra com a em saúde, pela vacinação, pelo tratamento da aids, produção de riquezas da nossa classe trabalhado- pelo transplante, pela urgência e emergência, dentre ra, que é quem majoritariamente usa o SUS”. Ao tantos exemplos, é aniquilar políticas que só deram lançar a campanha “Não à cobrança do SUS”, em certo porque são universais”.

• Simplificar procedimentos de licenciamento ambien- Estabelecer um TAC fiscal para “zerar o jogo” e tal, com a consolidação ou codificação da legislação permitir melhor gestão fiscal futura. do setor, que é complexa e muito esparsa. • Aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo de finan- • Regulamentar o ambiente institucional dos traba- ciamento da saúde. Avaliar a proibição de limina- lhadores terceirizados, melhorando a segurança res judiciais que determinam o tratamento com jurídica face ao passivo trabalhista potencial exis- procedimentos experimentais onerosos ou não tente e a necessidade de regras claras para o setor. homologados pelo SUS.

• Definir a idade mínima para aposentadoria, me- • Regulamentar o ressarcimento pelos associados de diante estudos atuariais e levando-se em conta a planos de saúde, dos procedimentos e atendimen- realidade das contas da previdência social. tos realizados pelo SUS.

• Favorecer maior desvinculação da receita orçamen- • Confira a íntegra das 43 propostas em http://goo. tária, dando maior flexibilidade ao gasto público. gl/0AHvx8

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radis_156.indd 13 27/08/2015 16:04:41 radis_156.indd 14 [14] POLÍTICA RADIS 156•SET/2015 que o Legislativo brasileiro seja de fato um espaço democrático. espaço um fato de seja brasileiro oLegislativo que garantir podem cidadãos dos eaparticipação a cobrança mente so que vozes concordam diferentes As Parlamento. do membros Radis Nacional, Congresso no saúde da agenda da trás por interesses os (DST/Aids). entender Transmissíveis Para Sexualmente Doenças de área na eações biossegurança indígena, saúde aborto, como negligenciadas, questões enquanto são outros tributárias, eisenções benefícios de concessões como saúde, da agenda na esenadores deputados de atenção mais recebem temas alguns Brasília, àFiocruz ligado Legislativo, no Saúde da Observatório do levantamento um apontou como Mas expressar. se podem vozes as todas que em oespaço ser deveria este porque falar] SUS. ao ameaça de Congresso do recado um mais apenas foi este sanitário, movimento do entidades as apontam Como privada. saúde da ganhos os aumentar pode que o funcionários, aseus saúde de planos aoferecer o empregador obriga que (PMDB-RJ), Cunha Eduardo Deputados, dos Câmara da presidente do autoria de projeto um está polêmicas, mais e de alimentos. Entre farmacêuticas as iniciativas e indústrias hospitais planos, estão quais os dentre privados, segmentos e pública saúde da defensores entre interesses de disputa pela é permeado Nacional o Congresso que mostra à saúde o direito (SUS). Saúde de Único Sistema do acontinuidade até mesmo e constitucionais liberdades de a garantia penal, maioridade da aredução como tais brasileiros, os todos de direitos os para estratégicas questões cena em estão que em senadores), os para oito deputados, os para (quatro anos duração longa de peça uma ato de oprimeiro apenas ovoto representa verdade na política, a com envolvimento oseu terminava ali que pense quem há Se habitantes. de milhões 204 de país um de legislativa instância Q Luiz Felipe Stevanim VOZES impactam navidadetodos Congresso Nacionalreflete em relação atemasque A palavra “parlamento” vem de “parler” [em francês, [em francês, “parler” “parlamento” de vem A palavra ameaça sob colocam que recentes medidas de A aprovação ouviu pesquisadores, integrantes de movimentos sociais e e sociais movimentos de integrantes pesquisadores, ouviu A agendadasaúdeno disputas deinteresses bidos de novo mandato no Congresso Nacional, maior maior Nacional, Congresso no mandato novo de bidos incum foram 81 terço eum dos senadores deputados 2014, de outubro de 05 dia no 513 eletrônica, urna “confirma” atecla da apertou eleitor oúltimo uando os brasileiros da SAÚDE da

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FOTO: FABIO RODRIGUES / AGÊNCIA BRASIL 27/08/2015 16:04:42 no LEGISLATIVO no POLÍTICA VOZES da SAÚDE no LEGISLATIVO

No plenário da Câmara, deputados discutem a reforma política, em junho: cenário de disputas políticas que repecutem na condução das políticas públicas, incluindo a saúde

radis_156.indd 15 27/08/2015 16:04:43 radis_156.indd 16 [16] RADIS 156•SET/2015 a pesquisadora, o debate aprofundado também a pesquisadora, 16 Para para anos. diminuída seja penal a idade que exigir para da imprensa em notícias alarmistas basear se costumam penal maioridade da redução da defensores os exemplo, por aviolência, sobre emoções do momento”, ela No debate ressalta. enas oportunismo no baseadas propostas evitar para debate, emuito cautela com sempre decida asociedade. para importam que questões de oamadurecimento envolve que Legislativo”, do “tempo do parte fazem exaustivos Brasília), (Prodisa/Fiocruz Sanitário os debates Direito de Programa edo Legislativo no Saúde da Célia Delduque, coordenadora do Observatório Maria Para aprovada. aser chega nem delas parte eamaior evotação análise de etapas diversas percorre avaler. proposta Cada passar até otexto caminho longo um há lei, nova uma de o projeto Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj). Janeiro de Rio do Estado do Universidade da Social Medicina de Instituto pelo em maio Brasileiro, Legislativo promovido seminário o durante o Saúde+10”, apesquisadora, afirmou como popular iniciativa de projeto um rejeitar de pois de oSUS prejudicam que medidas aprova Nacional “O Congresso asaúde. para vai que odinheiro limita 86/2015), que Constitucional (Emenda impositivo 13.097/2015) (Lei saúde de orçamento eochamado serviços os todos em estrangeiro capital de entrada a como aprovadas, recentemente medidas a outras soma se que Congresso do recado um mais apenas 451 aPEC (Cebes), Saúde de é Estudos de Brasileiro campanha. sua para S/A Saúde recebido R$ 250 mil como doação do Bradesco Eduardo Cunha. Segundo o levantamento, ele teria 451, Deputados, dos Câmara da presidente oatual PEC da oautor está beneficiados, principais os Entre (TSE). Eleitoral Tribunal do Superior oficiais números em e baseiam-se (UFRJ), Janeiro de Rio do Federal Paulo (Usp),de São da Bahia, Universidade e Lígia Universidade da Scheffer, Mário pesquisadores pelos divulgados foram dados esenador. Os federal tado depu de cargo ao acandidatos 5,9 R$ de milhões 2014, cerca em de doação responsáveis, pela foram empresas essas que fato de pelo explique se talvez privados. planos de avenda estimular deve também a iniciativa à saúde, a assistência segmentar de Além (Abrasco). Coletiva de Saúde Brasileira Associação ea (Cebes) Saúde de Estudos de Brasileiro Centro o como entidades pública, nota em alertam, que Éo Constituição. na conquistado àsaúde, direito o viola amedida formal, vínculo com balhadores tra os para privado plano de a obrigatoriedade 2014de determinar ao armadilha: uma esconde 451 (PEC) Constitucional Emenda de a Proposta Porém, saúde. de plano tenha trabalhador todo que propor ao social, benefício um mais parecer “É bom para a democracia que o Legislativo oLegislativo que ademocracia para bom “É Quando um ou deputado senador apresenta Ao olhar menos atento, o projeto pode atento, oprojeto menos olhar Ao Na visão de Ana Costa, presidente do Centro Centro do presidente Costa, Ana de visão Na Congresso no saúde de planos dos A força SUS SOBAMEAÇA CAMINHO DA LEI - - - coletiva para atender a quem financiou acampanha. financiou aquem atender para coletiva avontade representar de deixam vezes muitas que parlamentar, cada de trás por estão que interesses nos base com tomadas sejam decisões as que evita te beneficiem a população. apopulação. te beneficiem necessariamen —enão parlamentares aos política visibilidade deem que assuntos por abusca reflete prática essa Célia, Maria não. Segundo ou aprovado será oprojeto se acompanhar em preocupação há sempre nem que porém, aponta, Ela eleitores. seus a imediata satisfação darem parlamentares os de a coordenadora é uma do observatório, essa forma Para legislatura. da ano primeiro no logo tramitar 2011entre e2014, a 42% de começaram cerca Senado eno Câmara na apresentadas saúde da político”, destaca. benefício seu apenas visar para oelegeu, que população da necessidades nas pensar de deixa “O parlamentar a coletividade. enão grupos determinados beneficiar para voltada está legislativa aatividade como mostra dado esse 211 2011 de propostas a2014). Célia, Maria Para de (um total impostos de eisenções indenizações benefícios, foram anos quatro últimos nos área sa nes proposições gerou mais que o tema Congresso, no saúde da aagenda acompanha que servatório, bastante contraditórios. Segundo o estudo, ela seria seria ela oestudo, Segundo contraditórios. bastante interesses com mas saúde, da bancada uma de aexistência (Diap), revela Parlamentar Assessoria de Intersindical Departamento pelo divulgada fumo. do àindústria relação em restritiva mais política uma adotem que projetos a estados desses parlamentares dos resistência de gran há consequência, Como tabagista. indústria própria da dados segundo Brasil, no tabaco de 95% de mais produção da por éresponsável Sul Aregião antifumo. aleis opor ase tende que Sul, do Grande Rio do a bancada com ocorre como contrariados, são não também financiadores dos interesses Os Célia. político”, Maria nicho enfatiza seu ao interessa que aquilo aenxergar tendem de acordo com dados do observatório. atenção, bastante receberam que questões são bém (182) (176) e drogas insumos tabaco e álcool, tam e vacinas anos). quatro Medicamentos, em projetos (203 frequente mais assunto osegundo integram recursos, de edestinação competências novas como SUS, do administrativos aspectos sobre propostas Já razão de serem consideradas questões polêmicas. em muito —, — 13 respectivamente e20 projetos, atenção receberam pouca também e biossegurança, 2011 entre jeto e2014. DST/aids como temas, Outros pro um apenas gerou que indígena, asaúde como atenção, agendas outras foram negligenciadas, recebeu mais que saúde da otema integram fícios Segundo levantamentoSegundo realizado pelo ob Se indenizações, isenções de impostos ebene impostos de isenções indenizações, Se àárea 2.771 as relacionadas Entre propostas A radiografia do Congresso eleito em 2014, em eleito Congresso do A radiografia parlamentares os da área social, “Dentro BANCADA DA SAÚDE TEMAS EMDISPUTA 27/08/2015 16:04:43 ------

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“Declaro promulgado o documento da liberdade, formada por três grupos: aqueles que defendem a cada vez mais isolados no Congresso. da democracia e da saúde pública, estatal e gratuita; os que advogam os Na visão do sanitarista Eduardo Levicovitz, justiça social do Brasil”, interesses das santas casas e hospitais filantrópicos; consultor da Organização Pan-Americana da Saúde disse Ulysses Guimarães, e, por fim, os parlamentares ligados aos interesses (Opas/OMS), as políticas de saúde são resultado do no discurso que fez na da saúde privada. conflito de interesses entre três grupos: usuários, Câmara dos Deputados no dia da promulgação da Para a pesquisadora da Escola Nacional de trabalhadores e gestores, que podem ser públicos Constituição Cidadã, em Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Tatiana ou privados. “Os usuários querem mais e melhores outubro de 1988. Direitos Wargas, a chamada Frente Parlamentar da Saúde serviços; os trabalhadores querem ser melhor remu- sociais ameaçados no reúne diferentes projetos para as políticas nessa nerados; já os prestadores privados querem mais mesmo local onde foram área. “Briga por mais recursos para a saúde quem lucro e o Estado quer gastar menos, por causa do garantidos é da saúde pública, quem é das santas casas e eterno problema fiscal”, explicou durante o seminário quem é da saúde privada, mas cada grupo tem sua Legislativo Brasileiro, na Uerj. Para o pesquisador, concepção de saúde”, explica. Ela considera ainda esses três grupos criam uma arena de disputa em que o peso das instituições privadas e filantrópicas que os mais fortes acabam sendo mais beneficiados. é bem maior na chamada “bancada da saúde”. Algumas categorias profissionais também Criada em 1993, a frente reúne atualmente exercem bastante pressão no Congresso, como 201 deputados e 10 senadores. A pauta central médicos, farmacêuticos e agentes comunitários de defendida pelo presidente, o deputado Osmar saúde — estes últimos conseguiram aprovar uma Terra (PMDB-RS), é o aumento de recursos para a lei que institui o piso salarial nacional para esses saúde. Ele argumenta que fatores como o cresci- profissionais (Lei 12.994/2014). “A aprovação da lei mento da expectativa de vida e das necessidades foi fruto da nossa luta, em que os agentes comuni- da população exigem mais verbas para o setor, tários não deixavam o Congresso vazio”, conta Ruth mas os municípios brasileiros não têm condições Brilhante, presidente da Confederação Nacional dos de expandir seus investimentos em saúde. Para Agentes Comunitários de Saúde (Conacs). ele, cabe à União ampliar sua fatia nesse bolo. “Não basta simplesmente aumentar impostos, mas PRESSÕES DA SAÚDE PRIVADA tornar efetiva a aplicação dos recursos”, destacou durante o Simpósio Nacional de Saúde, promovido Os pesquisadores Mário Scheffer e Lígia Bahia pela Câmara dos Deputados, em junho. acompanham o dinheiro doado por planos de saúde a campanhas eleitorais pelo menos desde 2002 e os números do último pleito revelam um crescimento INTERESSES EM JOGO exponencial do volume de doações: foram R$ 54,9 Entre os interesses por trás do Congresso, milhões repassados por essas empresas para 131 Tatiana cita o exemplo das indústrias de alimentos candidatos a diferentes cargos, valor cerca de 4,5 e bebidas, que impedem o avanço de leis que vezes maior do que o doado em 2010. “Tais empre- restrinjam a publicidade desses produtos, espe- sas passam a disputar agendas e políticas públicas, cialmente no caso de alimentos nocivos à saúde. com mais chances de expor suas demandas e de “Há também um lobby fortíssimo do amianto e o reter maior parcela do fundo público para seus Brasil não consegue bani-lo, ao contrário de outros negócios”, explica Mário Scheffer. países”, acrescenta. Ela considera ainda que os O Congresso Nacional tem se mostrado um parlamentares defensores da saúde pública estão “mercado” atrativo para as empresas de planos

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radis_156.indd 17 27/08/2015 16:04:43 FOTO: AGÊNCIA BRASIL AGÊNCIA FOTO:

Cidadãos acompanham das galerias sessão no plenário do Senado, onde também de saúde. Em uma lógica de verdadeira troca de VOZES DOS MAIS FORTES atuam parlamentares com favores, projetos favoráveis são aprovados, en- diferentes perfis: há os que quanto aqueles que podem prejudicar seus lucros Diferentes visões sobre a saúde remetem a defendem a saúde pública, são barrados. Um exemplo foi a Lei 12.873 de 2013 posições discordantes sobre o papel do Estado estatal e gratuita e também que garantiu a redução de 80% na base de cálculo nesse setor. É o que defende a deputada federal os que advogam interesses da rede conveniada e da das contribuições sociais (PIS/Cofins) para os planos. Jandira Feghali (PCdoB-RJ), uma das parlamen- saúde privada Esses mesmos grupos empresariais que recebem tares mais atuantes na área da saúde. “Todos isenções para seus negócios incentivam um discurso defendem a saúde como um direito, até mesmo de fracasso do SUS, alertam os pesquisadores. os planos, mas o problema é saber qual é o dever do Estado”, declarou à Radis. Para ela, o impor- tante é decidir como o poder público vai cumprir QUEM PAGA A CONTA o que está definido na Constituição de 1988. O parlamentar que mais recebeu doações de Outro deputado atuante em defesa da saú- planos de saúde foi um dos fundadores da Frente de pública, Jorge Solla (PT-BA), critica a postura Parlamentar da Saúde e seu presidente até o início do Congresso Nacional em priorizar pautas que deste ano, Darsício Perondi (PMDB-RS), cuja cam- representam a retirada de direitos da popula- panha em 2014 arrecadou R$ 520 mil de empresas ção. Entre elas, ele destaca projetos sobre o fim desse tipo. O atual líder da frente, Osmar Terra da rotulagem dos alimentos transgênicos (PL (PMDB-RS), também integra a lista dos 29 deputa- 4148/2008), a proposta de redução da maiori- dos federais que receberam doações. Já no Senado, dade penal (PEC 171/1993) e a obrigatoriedade os dois maiores beneficiados eleitos foram Fernando dos planos de saúde para empregados (PEC Collor (PTB-AL) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). 451/2014). “O atual Congresso não representa A doação de planos de saúde para candidatos os interesses da população brasileira, mas de- não é ilegal, mas mostra a presença de interesses fende, em grande parte, lobbies de empresas e que pretendem influenciar as decisões do Legislativo, interesses econômicos”, apontou. avalia Mário. “O que esses parlamentares têm em Já na visão do consultor legislativo da comum é o exercício de mandatos marcados pela Câmara dos Deputados, Fábio de Barros Gomes, atuação em temas de políticas de saúde”, sublinha. alguns segmentos têm dificuldade para pautar Outro dado importante destacado pelos pesqui- suas demandas no Legislativo. Para ele, sem sadores é que a entrada de capital estrangeiro na apoio amplo da sociedade, torna-se mais difícil saúde foi proposta por um deputado que também aprovar políticas sociais que garantam os direitos recebeu doações de planos. O trecho da Lei 13.097, da população. “Os grupos que mais encontram de 2014, que autoriza a participação de dinheiro do voz são aqueles que detêm o poder econômi- exterior em todos os serviços de saúde no Brasil, foi co”, enfatiza. Como os mais fortes conseguem uma emenda acrescentada pelo deputado Manuel representar melhor seus interesses, fica longe a Junior (PMDB-PB), que recebeu cerca de R$ 105 mil noção de um Parlamento verdadeiramente como de planos, em 2014. a casa do povo.

radis_156.indd 18 27/08/2015 16:04:45 Casa do povo: participação popular no Congresso

letra de “Luís Inácio (300 picaretas)”, música “cabo de força” entre os defensores de políticas Ade Herbert Vianna, lembra o episódio em que sociais e aqueles que representam os interesses o então líder do Partido dos Trabalhadores (PT), do grande capital. Luís Inácio Lula da Silva, acusou haver uma maioria Para aproximar mais o Congresso do povo, de “300 picaretas” no Congresso Nacional, em tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado 1993. Mesmo sem tomar a sentença de Lula ao Federal oferecem ferramentas que buscam esti- pé da letra, a frase indica a distância entre o Poder mular a participação dos cidadãos nos processos Legislativo e o povo brasileiro. Seja como um “es- decisórios. Dentre elas, estão iniciativas como pelho” da sociedade, seja como um espaço das o “Parlamento Jovem” e a “Câmara Mirim”, que elites, o Parlamento é apontado como expressão procuram fazer com que crianças e adolescentes das contradições sociais. compreendam a atividade legislativa. Projetos po- O Congresso Nacional representou, durante a pulares também podem virar lei. Para isso, precisam maior parte de sua história, os interesses das elites ser apresentados por, no mínimo, um por cento do brasileiras, analisa a pesquisadora da Ensp/Fiocruz, eleitorado nacional — em torno de 1,4 milhão de Tatiana Wargas. “Hoje falamos da bancada BBB assinaturas —, distribuído pelo menos por cinco (dos bispos, da bala e do boi), que defende os estados, com não menos que 0,3% dos eleitores interesses do grande capital rural e das igrejas, em cada um deles. A lei mais conhecida que teve com projetos ultraconservadores e impactos na origem popular foi a da Ficha Limpa, aprovada em área da saúde”, ressalta. Segundo ela, o Congresso 2010. Existe um projeto oriundo do Senado, em não é mais um espaço somente das elites, porque tramitação na Câmara, que alteraria um pouco houve a entrada de novos grupos nas últimas essa regra, ao permitir que as assinaturas também duas décadas, que levaram ao que ela chama de possam ser acrescentadas pela internet. FOTO: AGÊNCIA BRASIL AGÊNCIA FOTO: Em situação inédita na história do Congresso Nacional, índios ocupam o plenário da Câmara dos Deputados, em abril de 2013, na tentativa de impedir a aprovação de projetos que ameçavam os seus direitos: participação popular é garantida e necessária para garantir o respeito a direitos conquistados

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radis_156.indd 19 27/08/2015 16:04:46 radis_156.indd 20 [20] RADIS 156•SET/2015 Líquida (RCL) à saúde. Com a alteração, ao invés invés ao aalteração, Com àsaúde. (RCL) Líquida 15% Corrente destinar deve Receita da a União que determina que 86), aEmenda março como 2013, 358 de (PEC em constitucional da aprovada emen uma para espaço perdeu aproposta Porém, Ferreira dos Santos. 10% de sua receita bruta para a saúde ( asaúde para bruta 10% receita sua de 321 2013 de destinasse aUnião que previa que —, (PLP) Popular Lei de Projeto no — convertido texto um Congresso ao apresentou ogrupo naturas, à espaço das grandes contradições sociais”, contou o Legislativo no encontra que enfrentamento um de Saúde+10 “O resultado movimento saúde. foi à direito do defesa em organizações de dezenas Saúde+10 2012 como em surgiu nhecida eagregou co também amobilização asaúde, para recursos mais reivindicar Para Pública. Saúde da Defesa em Nacional oMovimento com nasceu saúde da área tamento das desigualdades sociais. desigualdades das tamento oenfren dificulta que epolítica, tributária área na conservadora legislação uma manteve oBrasil que Tatiana Cidadã, da chamada Constituição acredita a partir foram que sociais implementadas políticas as de Apesar grupos. diferentes dos interesses os erefletir poderes outros os contrabalançar deveria ela, o Congresso Segundo enfatiza a pesquisadora. encaminhava”, oExecutivo que leis as implementar anos). quatro de (mais 1.700 (PT-SP), por Jorge tramitou Eduardo dias (Lei 9.263/1996), de autoria do então deputado Familiar Planejamento de política da trata que 9.961/2000), aquela (Lei 22 dias enquanto em aprovada foi Cardoso, Henrique Fernando de no gover pelo proposta (ANS), Suplementar Saúde de citar quebasta a lei que criou a Agência Nacional exemplos, Como meses. ou dias em aprovadas são geralmente Executivo pelo encaminhadas propostas as enquanto tramitação, em anos ficar projetos e de senadores deputados chegam a que 1988 de eaponta Constituição da depois de doutorado, Tatiana as estudou leis da saúde tese sua Em Congresso. pelo urgência com didas deci ser devem eque dias sessenta de vigência Provisórias), de imediatovaler (as com Medidas a passam que medidas assinar de opoder tem a serem votadas no Parlamento, mas também Legislativo”, no explica. presente muito Executivo do atuação uma emostram lei de força têm que cretos, ede provisórias medidas como instrumentos, alguns Tatiana. “Até destaca prevalecem hoje passado, no sofreu oLegislativo que autoritárias intervenções as ainda por meio ouvidos, de são práticas que lembram Brasil pelo vividos civil-militar ditadura de períodos dos ecos os Porém, democrática. mais instituição uma tornar se pode oCongresso Legislativo, no espaço seu por lutar decidem minorias e outras Radis Com o apoio de mais de 2 milhões de assi de 2milhões de mais de oapoio Com O exemplo de um projeto de lei popular na popular lei de projeto um de O exemplo “No Brasil, o Legislativo foi pensado para foi Brasil,“No o pensado Legislativo O presidente da República propor pode leis Quando indígenas, trabalhadores sem-terra o coordenador do movimento, Ronald FORÇA DOLEGISLATIVO LEI POPULAR Radis 150). 150). ------suas demandas, principalmente no SUS”, no principalmente demandas, suas analisa. vocalizar de dificuldade grande têm sociedade da carentes mais setores os mas ocidadão, voz para de espaço um ser de afunção tem “O Congresso direitos. de a garantia e cobrar público poder do ações as fiscalizar podem população da olhos os que Parlamento do meio Épor Casa. da projetos de elaboração na eauxilia Congresso no saúde da da a agen estuda que Barros, Fábio de Deputados, dos Câmara da oconsultor destaca Éoque leis. produzir eleitoral e isso afeta a agenda da saúde”, da aagenda enfatiza. afeta eisso eleitoral processo último no gigantesco avanço um teve sociais necessidades as e não capital do interesse de forças conservadoras nas últimas eleições. “O àvitória devem se ameaças essas que aponta Santos dos Ronald Já Deputados. dos Câmara na Saúde, de Nacional oSimpósio durante governos”, destacou, consumidora de e recursos nunca foi prioridade dos e problema grande como “Asaúde. é vista saúde de público sistema do crise uma representam mudanças essas Terra Osmar (PMDB-RS), Saúde, bilhões. 64 R$ para caiu àsaúde destinado o valor dos R$ 257 bilhões reivindicados pela lei popular, importantes que estão paradas, enquanto outras outras enquanto paradas, estão que importantes propostas poder. de muitas “Há instituições as a agenda da saúde e entender como funcionam acompanhar precisam também sociais vimentos 141, Complementar Lei 2012. de mo os ele, Para a determina como exemplo, por SUS, do dinheiro o é aplicado como acompanhar ao Executivo, do ações das fiscalização de papel esse melhor cer Câmara e do Senado. edo Câmara da sites nos e interação disponíveis informação de canais aos eoacesso ecobranças, sugestões com esenadores, deputados os para e-mails de oenvio sugere legislativo”, Ela comenta. processo no intervenção da odireito desconhece pessoas “A das todos. de vida maioria na e impactam em discussão acompanhar projetos os estão que precisam cidadãos os eaté mesmo presentativos re grupos sociais, movimentos os ela, Segundo ecobrança. fiscalização de meio é por Célia, 1988. de Constituição da conquistas as gerou que luta de oespírito recuperar de anecessidade brasileira”, lembrar ao enfatiza, sociedade pela conquistado foi dado, foi não SUS “O sociedade. da segmentos amplos agregar de acapacidade tem saúde da abandeira ele, Para (Fenafar). Farmacêuticos dos Nacional Federação da presidente também Ronald, Legislativo”,no aponta democráticas pautas pressionar para mobilizar se precisam àsaúde odireito defendem que sociais “As forças “descansar”. pode não SUS do defesa do movimento defende que a mobilização em aprovada pelo Parlamento. Por isso, o coordenador foi não ainda aproposta assinaturas, de lhões Fábio ressalta que o Congresso poderia exer poderia oCongresso que Fábio ressalta de apenas afunção tem não O Legislativo Mesmo com a adesão de mais de dois mi dois de mais de a com adesão Mesmo da Parlamentar Frente da opresidente Para Outra forma de participação, aponta Maria Maria aponta participação, de forma Outra MOBILIZAÇÃO SEMDESCANSO FISCALIZAR OEXECUTIVO 27/08/2015 16:04:46 - - - - -

FOTO: MARCELO CAMARGO / EBC sem importância ficam avolumando a pauta de debatidas antes das decisões. decisão”, enfatiza. Fábio lembra a ideia do filósofo norte-ame- De acordo com sua visão, o Legislativo tem ricano John Rawls (1921-2002), para quem não atuado na área da saúde de modo inconsisten- há justiça sem igualdade de acesso às instituições te e fragmentado, sempre a reboque do Poder políticas. “Alguns grupos podem achar que vão Executivo. “O grande ausente no debate sobre se beneficiar com a ausência de debate em certa o financiamento da saúde permanece sendo o ocasião, mas em outras podem ser prejudicados”, cidadão-usuário totalmente dependente do SUS”, destaca. Para Mário Scheffer, o primeiro passo para sublinha. Para ele, a superação do chamado “subfi- se ter um Legislativo mais democrático é mostrar nanciamento” só é possível com maior envolvimen- para os cidadãos o que está por trás do financia- to dos cidadãos e setores organizados. mento dos parlamentares. A população tem que se atentar que não é só com o voto no dia da eleição que se participa PODER EMANA DO POVO da política, lembra o deputado Jorge Solla. “Os Somente o olhar atento e a cobrança dos ci- cidadãos precisam conhecer os projetos que estão dadãos podem evitar que projetos de lei prejudiciais na Casa e cobrar dos seus parlamentares uma aos direitos de todos os brasileiros sejam aprovados. posição em defesa da saúde e outros direitos”, Pesquisadores, ativistas e deputados ouvidos pela aponta. Para Ronald, os ataques conservadores aos Radis enfatizam a necessidade de ampliar os canais direitos sociais exigem mobilizações de resistência e de participação e fiscalização no Congresso brasi- afirmação da Constituição de 1988. Como lembra o leiro. Para Fábio Gomes, em todas as democracias texto constitucional, todo o poder emana do povo é legítimo ocorrer pressão dos grupos de interesse — ideia que não pode ser esquecida na Praça dos no Parlamento, mas as questões precisam ser bem Três Poderes, em Brasília. FOTO: MARCELO CAMARGO / EBC CAMARGO MARCELO FOTO:

Durante os protestos organizados em todo o país em junho de 2013, centenas de manifestantes se unem em grande número e ocupam a rampa do Congresso Nacional e uma das cúpulas do prédio: participação popular não se encerra no ato do voto, mas permite mobilização na defesa de direitos

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radis_156.indd 23 27/08/2015 16:05:33 radis_156.indd 24 11º Cr Pesquisadores, professores eprofissionais reunidos no to e desigualdade. Mas também sobre resistência, ativismo ativismo resistência, sobre também Mas to edesigualdade. subfinanciamen à saúde, o direito sobre capital do avanço golpe, de tentativa conservador, Congresso fiscal, ajuste sobre Falou-se universal”. SUS do odesafio e democracia: desenvolvimento —“Saúde, evento do geral otema nham compu que áreas às ameaças reverter para caminhos tar apon buscou Goiânia, em Goiás, de Federal Universidade da Samambaia campus no reunidos Coletiva, Saúde da emilitantes profissionais gestores, técnicos, estudantes, professores, 4.555 de total pesquisadores, Um agosto. de C Adriano DeLavor, BrunoDominguezeLuiz Felipe Stevanim Abrascão reafirmam lutapelodireito àsaúdeepela CONGRESSO BRASILEIRO DE SA em meio meio em de Saúde Coletiva (Abrasco), entre 28 de julho e1º julho 28 de entre (Abrasco), Coletiva Saúde de Brasileira Associação pela organizado o Abrascão, Coletiva, Saúde de 11º do xões Brasileiro Congresso refle das ocentro foi momento do apalavra rise: democracia, diantedeenxurrada deameaças ítica eesperança Ú DE COLETIVA - - - - ser ovacionado pela plateia. pela ovacionado ser seguida em logo para Eugenio, Luis disse resistiremos!”, Nós àsaúde! direito no tocar ousem não povo do inimigos os Que democracia! da ou SUS do afalência permitiremos 30). “Não pág. na até2018 entrevista organização (leia da àfrente substituí-lo para eleito foi Campinas, de da e Social Preventiva Medicina de Wagner, professor — Gastão encontro do abertura na Bahia, da Federal Universidade da Coletiva Saúde de Instituto do professor , Eugenio Luis Abrasco da não ousem tocar no direito à saúde! Nós resistiremos!” Nós àsaúde! direito no tocar ousem não “Que indica: final trecho Seu Brasil. no Coletiva a Saúde para epropostas discussões das documento-síntese como Goiânia” de a“Carta aprovaram Abrascão do participantes os trabalho, de apresentações e6.263 debates grandes 118 de quatro final Ao e esperança. mesas-redondas, à crise A frase foi adaptada do discurso do então presidente presidente então do discurso do adaptada foi A frase Universidade Estadual Estadual Universidade 27/08/2015 16:05:35

FOTO: GUILHERME KANNO/CCI/ENSP/FIOCRUZ 11º CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA

O tema do Abrascão 2015 fora escolhido um haja a possibilidade de um retrocesso desse tama- ano e meio antes, relembrou ele, na expectativa de nho, que favorece interesses econômicos contrários se discutir como inserir o SUS em um processo de aos interesses da maioria da população brasileira”. desenvolvimento econômico e social e de ampliação da democracia. “A década anterior, de melhoria das AÇÃO OU OMISSÃO condições de vida de milhões de brasileiros, nos incitava a apontar os limites e a querer mais: de- Quem quer entender a cara da saúde coletiva senvolvimento sustentável, superação das desigual- no Brasil deve mergulhar nos debates políticos que dades históricas, soberania nacional, democracia decidem os rumos do país. É o que defendeu o participativa, políticas universalistas…”, explicou. sanitarista Jairnilson Paim, do Instituto de Saúde Mas, passada a eleição presidencial de 2014, Coletiva da Universidade Federal da Bahia, para abriu-se espaço para “facções conservadoras que quem é preciso identificar ameaças e oportunida- não se intimidam em destilar sua aversão às institui- des para fortalecer o SUS no contexto de disputas. ções democráticas”, nas palavras de Luis Eugenio. E “Sempre existem políticas de saúde, seja por ação o governo, “ao invés dos ajustes necessários para ou por omissão. A diferença é que as políticas a continuidade do crescimento e da redução das explícitas podem ser planejadas”, apontou. Entre disparidades sociais”, deu início a “uma reorientação os debates que impactam na saúde, o sanitarista radical da política econômica, a qual tem provocado citou a política tributária. recessão, desemprego e diminuição de investimen- Para ele, o estímulo histórico do Estado brasi- tos nas políticas sociais”. leiro ao setor privado por meio de renúncias fiscais gerou uma estrutura injusta de tributos e promoveu a mercantilização da saúde. “Quem paga mais CRISE CIVILIZATÓRIA impostos no Brasil são os mais pobres, justamente A presidente do Conselho Nacional de Saúde, os mais prejudicados no acesso e na qualidade dos Maria do Socorro de Souza, descreveu a conjuntura serviços públicos, inclusive no SUS”. política e econômica atual como “uma das mais Jairnilson lembrou ainda que, embora o Brasil complexas e duras da democracia brasileira”. O tenha optado por um sistema de saúde de caráter presidente do Abrascão 2015, Elias Rassi Neto, falou universal, a contribuição do Estado com gastos em “crise civilizatória”: “Uma crise que abrange cin- públicos em saúde é menor do que em países co grandes crises — econômica, social, ambiental, onde o direito à saúde não é garantido a todos, política e de valores”. como nos Estados Unidos. Segundo o Conselho Nesse cenário, a saúde tem sido marcada Nacional de Secretários de Saúde no período recente por “retrocessos”, avaliou Luis (Conass), a participação da União no Eugenio. Ele citou como exemplos a derrota do financiamento do SUS caiu de 72%, Projeto de Lei de Iniciativa Popular que destinaria em 1993, para 42,93%, em 2013, "Lutaremos contra a 10% das Receitas Correntes Brutas da União para citou o sanitarista. Em contrapartida, PEC 451, que favorece a saúde, a “constitucionalização do subfinancia- o setor privado tem sido favorecido mento” com a EC-86 (que definiu como piso o nas últimas décadas, como mostra interesses econômicos investimento na saúde de 15% da receita corrente o crescimento de cerca de 500% no contrários ao da líquida federal) e o reforço da mercantilização e volume de seus atendimentos, entre maioria da população" da financeirização da prestação de serviços com a 1981 e 1998. abertura ao capital estrangeiro. Também a presidente do Ministro Arthur Chioro “Precisamos exigir a mudança de orientação Centro Brasileiro de Estudos de da política econômica, recusando as políticas de Saúde, Ana Maria Costa, destacou ajuste que comprometem as condições de vida e a que a saúde está na mira do capital internacional. saúde dos trabalhadores e da população brasileira. “A presença dos interesses de mercado sobre a E é fundamental que nos manifestemos em defesa saúde tem resultado no desmonte de direitos e de da legalidade democrática, contra qualquer golpe à conquistas históricas em toda a América Latina”, ordem constitucional”, alertou. No âmbito do SUS, afirmou. O sanitarista dos ele apontou a necessidade de barrar os ataques à Santos, o Nelsão, defendeu ser necessário elevar o universalidade e à igualdade da atenção. “Vamos financiamento da saúde e incentivar a criação de resistir à lógica privatista e reafirmar o direito à projetos que viabilizem sua implementação. Para saúde como dever do Estado”. ele, o subfinanciamento que se originou nos anos Representante do governo na mesa de aber- 1990 permitiu que o setor de saúde complementar tura, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse fosse se tornando “substitutivo”, ao mesmo tempo “reafirmar o compromisso do Ministério da Saúde em que foi permitindo a precarização do trabalho. e do governo brasileiro com a saúde como direito”. “O que predomina é um outro sistema. Não é o FOTO: GUILHERME KANNO/CCI/ENSP/FIOCRUZ FOTO: “Lutaremos contra a PEC 451 (que obriga as em- SUS; é a cobertura universal segmentada, que é presas a pagarem planos de saúde para todos seus um anti-SUS”, advertiu. O sanitarista orientou ser o empregados), que é um retrocesso em relação às momento da “coragem estratégica”. Segundo ele, conquistas que tivemos na Constituição de 1988. se houvesse vontade política para cumprir os prin- Temos que mobilizar todas as forças para que não cípios do SUS, não seria necessário um programa

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radis_156.indd 25 27/08/2015 16:05:36 FOTO: ABRASCO DIVULGA ABRASCO FOTO:

Participantes do Abrascão manifestam repúdio à agenda dos tempos como o Mais Médicos para garantir a realização tratar do aumento na quantidade e na qualidade da de crise: ajuste fiscal, profissional das equipes multidisciplinares de saúde. militância técnica pelo SUS. “Nós não trabalhamos financiamento empresarial Uma ameaça recente imposta ao sistema é a em vão”, assegurou, argumentando que quanto de campanha e capital política de ajuste fiscal, com cortes orçamentários mais ameaças sofre o sistema mais se fortalecem os estrangeiro anunciados pela presidente Dilma Rousseff nas ativistas. “São ilhas de resistência que acumularam áreas de saúde e educação, observou o economista experiência técnica e doutrinária na área de atenção Áquilas Mendes, professor da Universidade de São básica; são nichos e núcleos locais e regionais de Paulo. “Esse ajuste não está em sintonia com a po- solidariedade”, definiu o pesquisador do Instituto lítica de saúde que defendemos”, enfatizou. Além de Direito Sanitário Aplicado. de novas fontes de recursos para a saúde, como a Nelsão considerou que estes ativistas prova- tributação sobre grandes fortunas, o pesquisador ram na prática que “nós temos uma atenção básica defendeu que é preciso deixar claro não apenas a que pode resolver 80%, 90% dos problemas com origem, mas o destino do dinheiro que vai para o eficácia e efetividade”, e apontou o programa Mais setor. Na sua visão, os recursos devem ser direcio- Médicos como um incentivo adicional para essa nados para fortalecer a regionalização do SUS, de militância, já que é um espaço onde é possível se acordo com as necessidades de cada região. demonstrar “a espontaneidade do acolhimento e da solidariedade que não terminam na consulta médica”. Ele observou, no entanto, que alguns A FORÇA DO SUS CONCRETO desafios se apresentam para a atenção básica: Para o novo presidente da Abrasco, Gastão Como aumentar a resolutividade, diminuindo a Wagner, é preciso retomar os princípios da reforma medicalização do usuário? Como priorizar os mais sanitária, dentre eles o fortalecimento da democra- vulneráveis, sem perder de vista a ampliação do cia. Desde sua origem, entre os anos 1970 e 1980, atendimento para as camadas médias da popula- o movimento não se restringia à área de cuidados: ção? Como garantir a mesma qualidade na média se vinculava a uma noção ampliada de saúde. “A re- e na alta complexidade? forma sanitária passava por democracia e pela luta Ana Costa opinou que o próprio SUS é política, pela necessidade de radicalizar as formas um exemplo de resistência, apesar das amea- de participação”, apontou. Gastão avaliou que, por ças recentes. Em entrevista à Radis, Madel um lado, o sistema foi bem-sucedido em reformular Therezinha Luz, professora colaboradora da o modelo assistencial, com foco na atenção básica Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do com equipes multiprofissionais, mas, por outro, não Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva conseguiu mudar o Estado brasileiro e melhorar a da Universidade Federal Fluminense, alertou que gestão pública. Contra os discursos que colocam nesse contexto de “conjuntura adversa”, não se em xeque o direito à saúde, o professor da Unicamp pode “ceder ao pessimismo” ou “perder a espe- defendeu o que chamou de “SUS concreto”. “A rança”. “As conquistas do SUS serão reafirmadas nossa principal força está em cada equipe de saúde à medida em que um todo sólido, coerente e úni- que atende na ponta”, afirmou. co responder a qualquer tentativa de golpismo O sanitarista Nelson Rodrigues dos Santos, o na política de saúde, de privatizar ou desmerecer Nelsão, usou a expressão “ilhas de resistência” para os ganhos até aqui obtidos”.

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radis_156.indd 26 27/08/2015 16:05:37 Desenvolvimento pode gerar saúde ou iniquidade

aúde é, ao mesmo tempo, condição e conse- em média; quem não tem acessa menos de duas Squência do desenvolvimento sócio-econômico consultas médicas por ano. “Isso é um vetor de e da democracia que permitem a superação das desigualdade tremendo”, avaliou ela. iniquidades sociais. Essa foi a mensagem geral do Em mesa-redonda que discutia os desafios Abrascão 2015, cujo tema era “Saúde, desenvolvi- do SUS na atenção a populações vulneráveis — mento e democracia: o desafio do SUS universal”. pessoas que vivem nas ruas ou estão nas prisões, Posta a pergunta “Desenvolvimento leva à saúde?”, além de migrantes e indígenas —, o cientista social o pesquisador Carlos Médicis Morel, do Centro de Paulo Artur Malvasi, integrante do Centro Brasileiro Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz, de Análise e Planejamento, identificou que há, no opinou que melhorias na saúde e na longevidade interior do sistema, uma disputa entre o que prevê não são apenas consequência do desenvolvimento: “uma agenda progressista de defesa dos direitos “A saúde é determinante-chave para o desenvolvi- humanos” e “uma prática medicalizante”, aliada a mento e redução da pobreza”, defendeu. interesses econômicos. Ele reconheceu que alguns desafios se apre- sentam para os tomadores de decisão: “Investir primeiro em quê”, por exemplo? Para o pesquisa- dor, a resposta deve ter como foco a defesa e o fortalecimento da democracia. Ou o que se gera é iniquidade. “Austeridade mata”, advertiu Morel, lembrando que o crescimento do desemprego que FELIPE PLAUSKA FOTO: atingiu a Rússia, com o fim da União Soviética, nos anos 1990, foi responsável por um aumento considerável no número de mortes e problemas de saúde, como o alcoolismo, no país. Em outra citação, comparou a situação de dois países que reagiram de forma diferente a períodos de recessão econômica. Ao contrário da Islândia, que enfrentou a crise financeira em 2008 sem aderir às medidas de austeridade propostas pela União Europeia, a Grécia optou por cortes nos investimentos em saúde e proteção social, o que levou a aumento nos casos de suicídio, transtornos mentais, malária e aids.

VETOR DE DESIGUALDADE No Brasil, a privatização do SUS, que englo- ba gestão dos serviços e das estruturas públicas, crescimento dos gastos privados e incentivos para expansão do mercado de planos e seguros de saú- de, corrói os valores de igualdade, de justiça e de solidariedade das políticas e programas universais, como lembra a Carta de Goiânia. Ligia Bahia, pro- fessora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva Carlos Morel, da Fiocruz: saúde não é da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi uma SAÚDE: O QUÊ, PARA QUEM? só consequência do das vozes a tocar na “intensificação dramática da desenvolvimento, mas desigualdade” causada pelo crescimento do setor Os direitos humanos são um campo de dis- determinante-chave dele privado. “Esse mercado foi criado pelo Estado desde puta de sentidos sobre o que significa bem-estar, o primeiro minuto: recebeu dinheiro na veia em saúde e vida digna, alertou o pesquisador. Essa seu começo e hoje tem outros tipos de benefícios, disputa se reflete na concepção do que se enten- especialmente via política fiscal”, observou ela. de por saúde e, consequentemente, no tipo de “Não somos contra os planos de saúde. Somos atendimento prestado a essas populações. Além contra o fato de os planos serem o principal vetor disso, sustentou Paulo, dificulta a compreensão de desigualdade em saúde no Brasil, de haver do profissional de saúde sobre as consequên- esquemas de assistência privados financiados com cias de algumas causas externas na saúde da recursos públicos”, disse. Ligia citou alguns dados população (em especial a violência), bem como para comprovar a geração de iniquidades: quem permite que se reproduza essa violência, dentro tem plano acessa sete consultas médicas por ano, do próprio sistema.

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radis_156.indd 27 27/08/2015 16:05:39 A assistente social Lúcia Maria Xavier, da ONG apesar de o problema ser superdimensionado pela Criola, que atua na defesa e promoção de direitos mídia. Ele informou que os migrantes representam das mulheres negras, corroborou a visão de Paulo. apenas 1% da população brasileira, mas considerou Ela acrescentou que existe no campo de direitos que são sempre retratados negativamente, seja humanos e saúde uma disputa por “um padrão de como invasores do mercado de trabalho, seja como civilidade”, o que traz repercussões não somente responsáveis pela situação de trabalho informal e na construção de programas e na destinação de precário a que são submetidos. recursos, mas também na estruturação das cida- A diferença entre ricos e pobres no Brasil des. “Há um descompasso entre a formulação impacta em questões epidemiológicas, como a do sistema e as práticas violentas de violação de mortalidade materna e infantil. De acordo com o direitos”, disse, citando a negligência e a falta ou pesquisador da Universidade Federal de Pelotas dificuldade de acesso como consequências dessa César Victora, nas últimas três décadas houve uma ausência de sintonia. “Os serviços são estruturados melhora nos determinantes sociais da saúde da po- não para atender as pessoas, mas sim para atender pulação, como nível de escolaridade e renda, além as necessidades dos próprios serviços”, definiu. de impactos positivos de políticas como vacinação, Ela citou como exemplo números do Instituto aleitamento materno e acesso a saneamento básico. Brasileiro de Geografia e Estatística, que indicam Ainda assim, segundo ele, persistem desigualdades diferença no acesso aos serviços de saúde bucal socioeconômicas, étnicas e geográficas. “Temos entre brancos (50,4%), pretos (38,2%) e pardos diferenças inaceitáveis entre ricos e pobres no (39,2%). “O problema é que essas pessoas têm um Brasil. E existe um desafio contínuo para assegurar estilo de vida incompatível com o funcionamento o direito à saúde de todos os brasileiros”, destacou. dos serviços”, avaliou. Lúcia lamentou a grande distância que há entre normas e políticas e “frágeis O DESAFIO DA MORTALIDADE ações que não revigoram o sistema”, sugerindo a MATERNA efetivação do princípio da equidade. “Ao invés de todos iguais perante a lei, deveria ser todos iguais O enfrentamento da mortalidade materna perante os recursos e os conhecimentos”. permanece como um desafio para a saúde coletiva, César Victora, da Professor da Faculdade de Ciências Médicas enfatizou o pesquisador. Um dos oito Objetivos Universidade Federal da Santa Casa de São Paulo e pesquisador da de Desenvolvimento do Milênio, preconizados de Pelotas: diferenças Universidade Federal de São Paulo, Cássio Silveira pela Organização das Nações Unidas, a redução inaceitáveis entre ricos problematizou a inclusão de migrantes nos servi- do número de mortes entre mães está longe de e pobres, como na mortalidade materna e ços de saúde, advertindo que o contingente de ser cumprida pelo Brasil até este ano, prazo limite infantil estrangeiros atendidos no SUS ainda é pequeno, estabelecido pela instituição para alcançar as metas. FOTO: JFELIPE PLAUSKA FOTO:

radis_156.indd 28 27/08/2015 16:05:41 Se de um lado o país teve sucesso na redução da “Estamos diante de uma nova realidade com ideias mortalidade infantil, fatores como obesidade e velhas”, diagnosticou Pochmann. sobrepeso na gravidez, o alto número de abortos Reconhecido o contexto, ele orientou que um ilegais e a “cultura da cesariana” contribuem para programa de transição para uma nova sociedade que o objetivo de reduzir a mortalidade materna deve se basear em promover qualidade de vida, não tenha sido alcançado, avalia César. repensar o papel do Estado e em uma reforma tribu- Em 1990, eram 140 mortes de mães para cada tária “que pense na ecologia e no meio ambiente”, 100 mil nascimentos. Em 2007, este número chegou além de uma mudança ética no mundo produtivo. a 75 mortes, mas estabilizou no patamar de 60 por “O que nos impede de avançar é o medo de não 100 mil, enquanto a meta era reduzir para 40. Na pensar com as ideias dos que já morreram”, advertiu avaliação de Victora, que publicou uma série de o pesquisador, indicando que é preciso revolucionar estudos sobre o tema na revista britânica Lancet, as formas de representação de interesses e apostar a chamada “cultura da cesariana” está arraigada na “construção, com humildade, de uma nova na sociedade brasileira. “O Brasil atualmente é o sociedade sem preconceitos e com coragem para recordista mundial em cesarianas, com índice de colocar novos temas no debate social”. 57% entre os partos, enquanto a Organização Pioneiro da epidemiologia brasileira, Moyses Mundial da Saúde preconiza que esse número Szklo, professor da Johns Hopkins Bloomberg fique em torno de 15%”, apontou. De acordo com School of Public Health, destacou a importância o pesquisador, a cesariana é responsável por cer- de os epidemiologistas colocarem ca de 23% das mortes maternas no Brasil, o que seu conhecimento a serviço da representa um cenário de verdadeira epidemia e população, visando melhorias em "Nova sociedade deve agressão a mães e bebês. programas, políticas públicas e Ainda assim, a sociedade brasileira tem res- intervenções. Comparando com a promover qualidade de pondido a esse tema de saúde coletiva por meio de epidemiologia acadêmica, o pes- vida, repensar Estado um movimento de baixo para cima, para forçar a quisador defendeu a “epidemiologia e realizar reforma mudança nos serviços de saúde, destacou o pesqui- translacional” — aquela que trans- sador. Outro desafio que impacta na mortalidade fere novos conhecimentos obtidos a tributária" materna é a discussão sobre o aborto ilegal. Para partir de estudos epidemiológicos ao Marcio Pochmann Victora, o aborto é uma questão de saúde pública e planejamento de programas de po- não deve ser encarado de acordo com os princípios líticas de controle de enfermidades religiosos de uma parte da população. “Um dos em nível individual e populacional. desafios da saúde coletiva no Brasil é lidar com as Mas ele próprio ressalvou os limites do trabalho dos pressões de grupos religiosos, que querem que seus epidemiologistas: “As evidências frequentemente se preceitos e crenças recaiam sobre a vida de todas chocam com obstáculos de natureza ética e política as pessoas”, enfatizou. Segundo ele, a estimativa e do ponto de vista dos recursos”. é de cerca de 1 milhão de abortos ilegais no Brasil a cada ano, o que significa que, de cada quatro SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS gestações, uma acaba em aborto ilegal — dados também apontados na série de estudos da Lancet Marco Akerman, professor da Faculdade SAIBA MAIS (Radis 107). de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, • Abrasco – www.abrasco. defendeu a efetivação da Saúde em Todas as org.br Políticas — conceito da Organização Mundial da • Carta de Goiânia - www. EM BUSCA DE SOLUÇÕES saudecoletiva.org.br/ Saúde que indica ser mais fácil alcançar os objetivos • TV Abrasco - https://goo. Professor da Universidade Estadual de do governo quando todos os setores incorporam a gl/5Zlc1X Campinas, o economista Marcio Pochmann avaliou saúde e o bem-estar como componentes centrais que há um quadro de alienação na sociedade re- no desenvolvimento de políticas. “Devemos ver sultante da perspectiva neoliberal de interpretação a saúde não como setor, mas como aspiração”, da realidade, “que nos faz abandonar a história em definiu o pesquisador. função do mercado e do curto prazo”, e o predomí- Ele propôs uma “agenda viva”, que considere nio do pensamento pós-moderno, a partir do qual as dinâmicas do espaço local e resgate a possi- “cada vez mais estudos nos permitem ver a parte bilidade de as vozes se pronunciarem a partir da ao invés do todo”. Nesse cenário, ele enxerga a vida cotidiana. “Como conectar a necessidade das oportunidade de se criar uma sociedade superior, pessoas com as regras? Como fazer conversar a na qual deve ser observado um contexto de tripla Saúde em Todas as Políticas com o local?”, inda- transição. gou. Ele argumentou que nem sempre há conexão A primeira transição diz respeito à mudança entre os diagnósticos feitos por especialistas e as na demografia brasileira, o que implica novos ques- necessidades sociais. tionamentos acerca da longevidade, da velhice, da Para que a orientação da OMS se efetive, aposentadoria e até da estrutura familiar. A segunda é preciso que haja articulação e valorização das está relacionada ao predomínio do trabalho imate- potencialidades do espaço e de seu território, rial — o que aponta para a falta de “concretude” defendeu. "Isso é política pura", disse Marco, ar- da produção, baseada nos serviços, no marketing, gumentando que o caminho para se avançar na na pesquisa e na distribuição —, que traz em si o concretização da saúde em todas as políticas não é aumento da jornada de trabalho e das formas de fácil e passa pelo fortalecimento da intersetorialida- exploração do trabalhador. A terceira se afirma na de. Esta, no entanto, não pode ser tutelada, alertou. centralidade da educação, que faz da informação "As pessoas e as políticas não podem perder sua e da atualização requisitos essenciais para a vida. identidade", orientou o professor.

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radis_156.indd 29 27/08/2015 16:05:42 radis_156.indd 30 [30] apontando a composi a apontando Tecnol Carlos Morel [ O pesquisador sociais direito ede novamente criar de uma plataforma papel esse direitos de confer a que Espero civil. sociedade a influenciar pol efetividade guir diferentes,prioridades t que mas agroneg ligado ao com entrada do capital estrangeiro e a PEC 451? eaPEC estrangeiro capital do entrada com essa àRadis, entrevista em da eSocial Preventiva Medicina sa 3... mais pouco um Estou otimista (risos). confer As Conselho Nacional Sa de discuss A 1988.de Est dora. Eles est disso,muita coisa certo!deu Sa do que fizermos na confer na fizermos que do ocapital,para eo“um” oconservadorismo, para vai depender dire nessa sinalizam para a 15 já que Abrasco da Congresso do temas os são Quais apopulação. com articulação uma ater avoltar o Congresso governantes, os obrigar, constranger, empurrar para interlocução uma conseguir deve também Agente pública. segurança por transporte, por urbana, reforma pela aluta sociais: lutas outras com Saúde, da opessoal nossa, articulação uma implica Isso SUS. ao odireito saúde, ú sa de plano capital estrangeiro, garantirem empresas de obrigatoriedade a e da democracia, inclusive odireito brasileira.Temos milh SUS atentamque contra apol Federal da Bahia] falou n que de negocia press de mobilização, de capacidade anossa aumentar a gente sa Diante desse cenário, quais os para desafios principais a N morto! transplantes, tratamento c do “O SUS não écachorro morto” ú úde de t de é crise diante d diante crise muito da maior avida para importante da popula parte O M Voc O principal desafio é a reconstrução do movimento sanitário, sanitário, movimento do éareconstrução desafio O principal coletiva? ó ê RADIS 156•SET/2015 gico em Sa em gico m sido as ó ê á ã çã s temos uma capacidades temos rea de çã rcio Pochmann [pesquisador da Unicamp]rcio Pochmann [pesquisador estava tem usado o termo “crise no SUS”. Como reverter SUS”. no “crise reverter otermo Como usado tem o sobre financiamento j financiamento sobre o ã o e de proposição das forças que defendem o direito odireito defendem que forças das proposição o ede o.JairnilsonO Paim [professor da Universidade de a todos que t que todos a de o atacando item item por pilares os da cidadania ã o fazendo uma desconstru o fazendo ó í S mocracia. “ mocracia. de eda cidadania da pilares eaoutros à saúde direito ao ameaças as a impedir modo de tário, sani movimento do Wagner, é a reconstrução humano no centro da vida”, diz o professor de vida”, da centro de no humano oprofessor diz oser recolocar para políticas ede recursos de ntese v de cio en cio à a expans í ú tica, pressionar governos, os parlamento, çã

do presidente eleito da Abrasco, Gast Abrasco, da eleito presidente do “crise éde SUS”, no e omomento areceita sa õ em um intervalo do Abrascão. do intervalo um em de da Fiocruz da de es de trabalhadores de es ligados ao SUS. Al o do Congresso (2/3 Congresso o do empres de ª ú ú de que nos unifique. nos que de Confer ã de. A Carta da Abrasco tamb de. da Abrasco ACarta í o tica p tica ê à ncia. Eu est diria que á Nosso papel é forçar atransfer éforçar papel Nosso â Universidade Estadual de Campinas Campinas de Estadual Universidade s lutas urbanas), muito conserva ão do mercado sobre asaúde sobre mercado do ão ê do Centro de Desenvolvimento Desenvolvimento de Centro do rios movimentos sociais t que rios ncer… ncer… ó m carteira assinada, s assinada, carteira m ú s estamos perdendo de 7 a 1 7a1 de perdendo s estamos ê ú blica, apol ncia Nacional de Sa de Nacional ncia ê de mental, de aten m que compor para conse para compor m que à ] alertou sobre ocar sobre ] alertou E Entrevista Gastão Wagner Gastão Entrevista

á nfim, n nfim, sa foi articulada com o ú de. concess As çã çã o da Constituiçã ã o muito grande. í tica o social. Mas o somos cachorro cachorro somos o á ê çã 7a2, 7a ncia tenha ncia tenha á ê o b o ã rios, 1/3 1/3 rios, ncias de de ncias é o ideias ideias o m mira mira m õ á es ao ao es ê úde sica, sica, ncia ncia á çã ê é ter ter ão ã m m o o, o, - - - o , à ? -

FOTO: FELIPE PLAUSKA e sa oassunto? sobre opinião condicionante da sa interesses privados, que n interesses que privados, posi certa inclusivesa em econ crescimento valorizando a opini a valorizando problemas ecaminhos. Agente uma avalia quer da cidadania, apontar prioridades, de tempo ao mesmo mas ú sa de necessidades tiva das entidade governamental fa —que n — eaAbrasco uma entidade civil mos da sociedade ele funcionari avaliasistema de nacional venceu aelei que chapa, Sua n maneirade arecolocar centro humano no oser da vida. Se Nosso papel é papel Nosso econ poder seu de cimento sua riqueza, de ocupa distribui da aumento mano, acesso de PIB.do Temos medi-lo que por capitalor do mesmo ou lar desenvolvimento indicadores somente por econ articulado com estar humano. oser precisa N explora de amea em çã redundar destrui em pode a enfoques, como para eter tanto discurso um asociedade para tiva comv os as institui as apontar onde queremos. (ADL eBD) queremos. (ADL apontar onde a gente n ã á o, n o, rea cient rea . Vamos ver criar conseguimos uma narrativa se com v ú O desenvolvimento n O SUS tem feito muitas avaliaçõ de s de çã ã o h o urbana saud o urbana á ã ç çõ rios setores da sociedade civil. N setores da sociedade rios ó çã o fique apenas gritando por mais recursos, mas possa possa mas recursos, mais por gritando apenas fique o çã á as aos direitos aos as sociais, formas em contempor

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Liseane Morosini

papel do ouvidor nas instituições, a necessidade de implementar canais de contato com o cidadão e a contribuição das ouvidorias públicas para a democracia e a transparência estiveram em pauta noO 2º Fórum de Ouvidorias Públicas do Rio de Janeiro, ocorrido na Fiocruz, em julho. Durante o evento, Gilberto Waller Júnior, ouvidor-geral adjunto da União, defendeu que cabe à ouvidoria receber o cidadão e tentar solucionar seu problema junto ao gestor ou órgão de controle. “A ouvidoria tem que ter a visão do cidadão, ela é o canal para desburocratizar a gestão. Para isso, ela tem que ter uma ‘cara’: o cidadão tem que saber o que somos, o que fazemos; tem que saber o quê e como pode demandar”, declarou. Para ele, a ouvidoria é uma via de mão dupla e também deve permitir que o gestor seja avaliado. “Por meio do atendimento da ouvidoria, é possível verificar a demanda da sociedade e se ela está sendo levada em conta no trabalho da gestão. A manifestação é um termômetro sobre a qualidade do serviço”, afirmou. Segundo o ouvidor geral, as 187 ouvidorias públicas federais contabilizaram 2,3 milhões de manifestações em 2012; em 2013, registraram 2,8 milhões, e, em 2014, 4,2 milhões — entre sugestões, elogios, solicitações, reclamações e denúncias. “Sempre nos preocupamos com a solução mediada, sem conflito, para evitar a judicialização das demandas. É importante negociar. E para haver negociação é preciso que cada uma das partes abra mão de suas posições”, orientou. Escuta ativa e cidadã

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radis_156.indd 31 27/08/2015 16:05:45 Gilberto apresentou o Sistema de Ouvidorias mesmo ambiente”, disse o ouvidor. Acoplado ao do Poder Executivo Federal (e-Ouv), lançado em e-Ouv, foi também criada uma Sala de Ouvidorias dezembro de 2014, e oferecido pela Controladoria- com as demonstrações enviadas pelos cidadãos. Geral da União (CGU) para receber manifestações Na Sala, todas as manifestações são repassadas de qualquer órgão federal. “O e-Ouv é um canal em tempo real para um painel onde é possível único pelo qual o cidadão pode reclamar, denunciar verificar a localidade, tipo e assunto do que está e fazer sugestões para qualquer órgão público fe- sendo tratado. “Esse é um instrumento de gestão valioso para saber o que o cidadão quer do Estado. Queremos que a Sala de Ouvidorias monitore a insatisfação do cidadão e permita a tomada de decisão mais rápida dos gestores”, afirmou.

COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO Lucas Betti de Vasconcellos, analista técni- co de políticas sociais do Ministério da Saúde, esclareceu que a ouvidoria é uma forma de fortalecer a comunicação entre a sociedade e os órgãos públicos, buscando os direitos da po- pulação. “Ela promove o atendimento legítimo ao cidadão, aprimorando a participação social e a conscientização da cidadania”, disse, desta- cando a implantação de ouvidorias como uma das formas de fortalecer a gestão estratégica e participativa no SUS. “As conferências nacionais identificaram a necessidade de mais participação dentro da gestão. E um dos encaminhamentos da 12ª conferência de saúde, de 2003, foi a necessidade de ter um departamento de ouvi- doria”, indicou. De acordo com Lucas, a ouvidoria geral do SUS criou meios para que a população dialogue com a gestão. “Por telefone, o Disque Saúde 136 ainda é o grande canal de aproximação com a po- pulação. Em 2014, houve o registro de cerca de 30 mil manifestações e disseminação de 6,5 milhões de informações”, disse. Pela internet, a entrada se dá pelo Portal da Saúde, onde o usuário pode preencher um formulário no site da ouvidoria. “Este é um canal que tem crescido muito”, disse Lucas. Ele ainda citou outros canais como a Carta SUS e o atendimento presencial — fortemente utilizado em hospitais —, além das manifestações por intermédio da Lei de Acesso à Informação (LAI) (Lei nº 12.527/2011). “Essa é a forma tradicional de trabalhar”, ressaltou. Dentro do que classifica como “ouvidoria ativa”, ele ressaltou o papel das ações itinerantes, “quando a equipe sai do ar con- dicionado e vai para o território”; a Carta SUS e as pesquisas sobre os programas do MS que chegam à ouvidoria do SUS para verificação de como estão sendo implementados. “Nosso tempo máximo de resposta é de 30 dias”, informa. A Carta SUS existe desde 2012 e é enviada para o usuário que passou por procedimento de saúde no sistema público e que tenha en- Carta SUS é um dos instrumentos para ouvir dereço completo. De acordo com Lucas, até o cidadão: 37 milhões foram momento foram enviadas mais de 37 milhões de enviadas, com apenas 10% deral. A ideia é que o canal de ouvidorias do SUS cartas, que têm seu porte pago para o retorno de resposta seja também integrado a ele”, disse. De acordo de respostas. Para ele, dos quatro objetivos da com Gilberto, assim que posta uma mensagem carta (fiscalização do gasto, transparência, par- no e-Ouv, a pessoa recebe uma mensagem com ticipação popular e pesquisa de satisfação) não um número único de protocolo para acompanhar houve avanço na participação popular. “Temos o histórico da resposta. “O sistema permite ver a um retorno de aproximadamente 10% das cartas. data-limite para resposta da manifestação. Caso A taxa de retorno é baixa”, lamenta. Segundo esta não seja obedecida, é possível fazer uma Lucas, o leiaute da carta, semelhante a um boleto reclamação da atuação daquela ouvidoria neste bancário, deixa a desejar. “Estamos com a ideia

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radis_156.indd 32 27/08/2015 16:05:46 de aprimorar esteticamente a carta, pois percebemos que o leiaute prejudica a compreensão”, disse.

QUEM É O OUVIDOR Mas, qual o perfil ideal de um ouvidor? “Uma boa escuta, a capacidade de se sensibilizar com as questões do outro, de atuar com imparcialidade e direcionar as questões com clareza”, definiu Tania Almeida. Consultora, docente e pesquisadora em mediação de conflitos e facilitação de diálogos, Tania argumentou que o profis- sional deve ser uma pessoa com curiosidade genuína que permita fazer as perguntas que vão colher as informações necessárias para resolver as questões. Para ela, o enorme alcance social da atividade do ouvidor interfere na vida das pessoas. “Cabe a ele buscar soluções para as questões levantadas, otimizar as formas de comunicação, preservar a imagem pública da organização, reduzir processos ad- ministrativos e judiciais e procurar, de forma consensual, solução efetiva para as questões”. Tania defendeu que as ouvidorias podem ser instâncias mediadoras de conflitos. “A mediação é um instrumento que pode ser utilizado em qualquer con- texto de convivência, público ou privado. O mediador é um terceiro, imparcial, que por meio de uma série de técnicas de comunicação e de negociação, auxilia as partes em conflito a exporem as suas ideias, a iden- tificarem os seus interesses (comuns, complementares ou divergentes) e a co-construírem alternativas de solução que apresentem benefício mútuo”, apontou. Dependendo da instituição, disse a consultora, os ouvidores têm como identificar se poderão atuar com o rito da mediação, que é um rito estruturado de diá- logo, ou se vão usar outras ferramentas da mediação. “A mediação não faz restrição a profissões de origem. Ela tem uma riqueza de ferramentas de comunicação e de negociação e tudo isso pode ser utilizado pelos ouvidores para ampliar habilidades de pessoas no am- biente de trabalho e na convivência”, ressaltou. Para ela, o ouvidor (ou o facilitador de uma mediação) deve encaminhar ao corpo gestor relatórios com informações que visem à correção de falhas e ao redirecionamento de ações para a melhoria contínua dos processos e serviços — não somente na construção do consenso, mas na reestruturação do diálogo. “Um dos maiores benefícios do diálogo é encontrar consensos. Na realidade, essa é a composição de uma colcha de retalhos de diferenças”, disse. “O melhor cenário não é aquele que tem perdedor e ganhador, mas que as partes em conflito viabilizem soluções de benefício mútuo”. Rafael Antonio Dal-Rosso, da Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação (CGRAI), da Ouvidoria Geral da União (OGU), também disse acre- ditar que o ouvidor tem que ser uma pessoa que tenha facilidade no diálogo para poder propor a mediação de modo satisfatório para as duas partes. “Que seja uma pessoa questionadora, que tenha conhecimento técnico daquela área, ou seja, que possa se posicionar sobre aquela questão, facilitando o diálogo para que uma solução seja encontrada no âmbito da discus- são”. No Fórum, ele mostrou o que vem sendo feito SAIBA MAIS: em termos de resolução de conflitos na CGU, como • https://sistema.ouvidorias.gov.br instituição recursal à LAI. “É a chamada resolução • www.ouvidorias.gov.br/sistema negociada, que é uma tentativa de resolução informal na qual entramos em contato com o órgão recorrido para buscar esclarecimentos e tentar orientar sobre como proceder”.

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radis_156.indd 33 27/08/2015 16:05:47 radis_156.indd 34 [34] ção discussões e debates sobre atualizações em probióticos, probióticos, em atualizações sobre e debates discussões ção tem na sua programa também Transição Hospitalar-Domicílio, na Terapia central Nutricional tema como tem O evento, que Parenteral eEnteral 21º Congresso Brasileiro de Nutrição Info RJ Janeiro, de Rio Local Data Howe. Amanda família”, de medicina da britânica da o sucesso Gotzsche, e “Pessoas, política e poesia — três boas razões para eles”, Peter por dinamarquês do mortos são muitos eporque mam to que medicamentos dos beneficiam se pacientes poucos tão que “Por conferências as confirmadas Já organização. eda saúde de sistema do eagestão pré-teste aprobabilidade qualidade, da avaliação frequentes, saúde de problemas de gestão saúde, de quaternária, “sobrediagnóstico”,a prevenção eletrônicos registros como temas sobre debates previstos estão onde científico, campo ecomo acadêmica disciplina uma como família de medicina da desenvolvimento do tratará inglês) em (Wonca, Família de Médicos de Mundial Organização pela promovido O encontro, Família 21ª Conferência Mundial de Médicos de EVENTOS 15 anosde aids Manuais de Saúde Mental PUBLICAÇÕES íntegra em http://goo.gl/bDt4bI na acessado ser pode Orelatório dispositivos. os todos para dos adapta etabelas gráficos acessíveis, mapas de meio por o HIV sobre e nacionais regionais globais, dados visualizar usuários aos dos grupos participantes para mental saúde em mútuos suporte ea (https://goo.gl/iS5RGM) e Drogas Mental Saúde em eFamiliares Usuários dos e Deveres www.wonca2016.com 3322-1021 e(48) 2 a 6 de novembro 2a6de RADIS 156•SET/2015

( https://goo.gl/4OPYkD mentos incluem o incluem mentos docu Os gratuita. seja adistribuição que aindapode requerer exemplares, desde interessadaQualquer entidade pública gratuitamente. ser baixados podem —eque desenhos —incluindo público ogrande para acessível linguagem utilizam longas, mandaram pesquisas de que mental saúde sobre teriais O L aidsinfo.nih.gov/ ( o AIDSinfo dados, de visualização de ferramenta sua de versão nova uma lançou (Unaids) eAids oHIV para Unidas Nações das Conjunto oPrograma tório, orela com Juntamente àaids. resposta 15 da eofuturo últimos os anos retrata rança a partir da resposta àAIDS resposta da apartir rança espe de 15 6: 15ODM lições anos, SERVIÇO Como a AIDS mudou tudo — tudo mudou a AIDS Como 2015, de julho em ançado orelatório e Territórios está reeditando ma reeditando está e Territórios Federal Distrito do Público Ministério (em inglês). ). ). O ambiente permite permite ). Oambiente Cartilha de ajuda e ajuda de Cartilha Manual de Direitos Direitos de Manual https:// ------

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15 a19 2016 de fevereiro de 18 a21 outubro de http://www.lionstours.com.br/universidad_2016_-cu Brasília, DF Brasília, da Reforma Sanitária iniciado ainda iniciado no da Reforma Sanitária movimento do período, largo um gendo abran sociais, movimentos dos papel do do sistema de saúde brasileiro por meio aformação discute Tranches Melo, de Mauad X), da Daniela pesquisadora Saúde de Único Sistema do e Sanitário Movimento do periência aex Brasil: no Saúde de Públicas O O revistas — seja por meio dos títulos títulos dos meio por —seja revistas das anteriores números aos acesso tem lose. Na publicação, o leitor eapedicu aelefantíase como ciadas intelectual, além de doenças negligen sobre inovaçãoartigos e propriedade 74ª sua Na apresenta edição, sitárias. e infecciosas para a doenças relação em principalmente saúde, em tífica à cien informação ampliar o acesso . Institucionalização deInstitucionalização Políticas livro Biblioteca de Manguinhos da Eletrônico Boletim e(61) 3889-9909 Movimentos Sociais e Sociais Movimentos e Tecnológica em Saúde também também 27/08/2015 16:05:48 (Editora visa visa ------

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