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TRIBUNAL DE CONTAS DE DIRETORIA DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL - DCE INSPETORIA 3 DIVISÃO 7

PROCESSO Nº RLA 08/00644182 UNIDADE GESTORA CELESC DISTRIBUIÇÃO S/A – AGÊNCIA REGIONAL DE RESPONSÁVEL E VALDECI JOSÉ BRITO – CHEFE DA AGÊNCIA INTERESSADO ASSUNTO AUDITORIA IN LOCO EM ATOS DE PESSOAL REFERENTE AO PERÍODO DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2007 RELATÓRIO DE AUDITORIA DCE/INSP3/DIV7/Nº 232/2008

1 INTRODUÇÃO

Em cumprimento ao que determinam a Constituição Estadual – art. 59, IV, a Lei Complementar 202/00 – art. 25 e o Regimento Interno deste Tribunal (Resolução TC-06/01) – art. 46, a Agência Regional da CELESC Distribuição S/A em Rio do Sul – ARRSL foi auditada pela Diretoria de Controle da Administração Estadual – DCE deste Tribunal de Contas, com base no planejamento e projeto preliminar acostados às fls. 02 a 07, MEMO DCE Nº 0112/2008 e Solicitação de Diária nº 0234/2008 (fls. 08), autorizados pela Presidência desta Casa, e efetuados por meio do Ofício nº TCE/DCE/AUD. 14.866/2008, de 08/10/08 (fls. 09).

A auditoria, executada no período de 06/10/08 a 10/10/08, abrangeu a verificação dos atos de pessoal relativos ao exercício de 2007, incluindo movimentação de pessoal, registro de freqüência, serviços extraordinários, adicionais, sobreavisos e serviços terceirizados, tendo a análise sido baseada na documentação apresentada pela Regional, de

24 presumida veracidade ideológica, a qual foi entregue em atendimento à Requisição de Documentos nº 001/2008 (fls. 10), bem como às demais solicitações feitas durante a inspeção.

Ademais, registre-se que a auditoria ordinária junto à Agência Regional de Rio do Sul também abrangeu a verificação dos aspectos contábeis da Companhia referentes ao mesmo período, encontrando-se os respectivos autos (RLA 08/00644344) em tramitação nesta Casa.

2 INSTRUÇÃO

A Agência Regional da CELESC Distribuição S/A em Rio do Sul - ARRSL é administrada por um Chefe de Agência nomeado por Resolução do Diretor Presidente da Companhia. Em 2007, essa chefia foi ocupada por Valdeci José Brito, assistente administrativo, CPF nº 501.150.499-91, residente e domiciliado à Rua Belém, nº 177, Bairro Eugênio Schneider, Rio do Sul/SC, Cep 89160-000, nomeado através da Resolução nº 83103, de 07/01/2003, permanecendo na função até os dias atuais.

A área de atuação da ARRSL compreende toda a região do Alto Vale, englobando 28 (vinte e oito) municípios, e é composta pela Agência Regional em Rio do Sul, 04 (quatro) agências distribuídas nas micro regiões do Alto Vale (Agências de Distribuição II) situadas em Taió, Trombudo Central, e , 10 (dez) escritórios com estrutura de atendimento comercial e manutenção de emergência (Agências de Distribuição III) localizados em Presidente Getúlio, Witmarsum, , , Imbuia, Petrolândia, , , e , e 04 (quatro) postos de atendimento ao consumidor situados em Agrolândia, , Aurora e José Boiteaux. Há, ainda, 05 (cinco) lojas de atendimento na Regional, encontrando-se uma na agência em Rio do Sul, e as outras quatro em cada Agência de Distribuição II.

Para realizar suas atividades, a Agência contava em 2007 com 155 (cento e cinqüenta e cinco) empregados e 15 (quinze) estagiários, distribuídos conforme tabelas abaixo:

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EMPREGADOS

LOTAÇÃO NÚMERO DE EMPREGADOS RIO DO SUL 81 TROMBUDO CENTRAL 09 TAIÓ 08 ITUPORANGA 09 IBIRAMA 09 PRESIDENTE GETÚLIO 07 WITMARSUM 03 VIDAL RAMOS 02 IMBUIA 02 LONTRAS 03 PETROLÂNDIA 02 POUSO REDONDO 03 RIO DO CAMPO 02 RIO DO OESTE 03 VITOR MEIRELES 03 AGROLÂNDIA 03 SALETE 03 AURORA 01 JOSÉ BOITEAUX 02 TOTAL 155

POSTOS DE ATENDIMENTO

LOTAÇÃO CARGO NÚMERO DE EMPREGADOS AGROLÂNDIA ATENDENTE COMERCIAL 01 ELETRICISTA 02 SALETE ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 AURORA ASS. ADMINISTRATIVO 01 JOSÉ BOITEAUX ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 01 TOTAL 09

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AGÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO III

LOTAÇÃO CARGO NÚMERO DE EMPREGADOS WITMARSUM ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 LONTRAS ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 VIDAL RAMOS ELETRICISTA 02 POUSO REDONDO ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 IMBUIA ELETRICISTA 02 PETROLÂNDIA ELETRICISTA 02 PRESIDENTE ASS. ADMINISTRATIVO 01 GETÚLIO ELETRICISTA 06 RIO DO CAMPO ELETRICISTA 02 RIO DO OESTE ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 VITOR MEIRELES ASS. ADMINISTRATIVO 01 ELETRICISTA 02 TOTAL 30

AGÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO II

LOTAÇÃO CARGO NÚMERO DE EMPREGADOS IBIRAMA ELETRICISTA 06 ASS. ADMINISTRATIVO 01 AUXILIAR TÉCNICO 01 ATENDENTE COMERCIAL 01 ITUPORANGA ELETRICISTA 07 ASS. ADMINISTRATIVO 01 AUXILIAR TÉCNICO 01 TAIÓ ELETRICISTA 06 ASS. ADMINISTRATIVO 01

FISCAL DE REDES 01 TROMBUDO ELETRICISTA 06 CENTRAL FISCAL DE REDES 02 ATENDENTE COMERCIAL 01

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TOTAL 35

AGÊNCIA REGIONAL EM RIO DO SUL

LOTAÇÃO CARGO NÚMERO DE EMPREGADOS RIO DO SUL ASS. SOCIAL 01 ASS. ADMINISTRATIVO 21 ESCRITURÁRIO 01 TÉCNICO CONTÁBIL 02 ADMINISTRADOR 01 ATENDENTE COMERCIAL 03 ELETRICISTA 23 FISCAL MEDIÇÃO 02 ENGENHEIRO ELÉTRICO 03 FISCAL GRUPO A 01 TÉCNICO INDUSTRIAL 05 FISCAL MANUTENÇÃO 03 DESPACHANTE 05 AUXILIAR TÉCNICO 03 FISCAL CONSTRUÇÃO 04 ADVOGADO 02 TÉCNICO SEGURANÇA 01 TOTAL 81

ESTAGIÁRIOS

LOTAÇÃO NÚMERO DE EMPREGADOS AGÊNCIA REGIONAL - RIO DO SUL 11 AGÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO II – 01 ITUPORANGA AGÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO III – 01 AGÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO III - JOSÉ 01 BOITEAUX AGÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO III – 01 PRESIDENTE GETÚLIO TOTAL 15

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2.1 ADMISSÕES/DEMISSÕES DE EMPREGADOS

Em 02/04/07, Sara Regina Claudiano Semptikovski, aprovada no Concurso Público da CELESC S/A nº 01/2006 para o cargo de atendente comercial, foi admitida como empregada da CELESC Distribuição S/A e lotada em Agrolândia, sendo esta a única admissão realizada na ARRSL no exercício auditado. De outro lado, não foi apresentado registro de demissões ocorridas na Regional durante o mesmo período.

2.2 ESTAGIÁRIOS

A Agência Regional de Rio do Sul, assim como as demais Agências da CELESC Distribuição S/A distribuídas por todo o Estado, utiliza-se dos serviços de estagiários na execução de suas atividades, com a finalidade de proporcionar ao estudante participação em situações reais de vida e trabalho e promover a inserção adequada dos futuros profissionais de mercado.

Os estagiários têm carga horária de 04 (quatro) horas diárias ou 20 (vinte) horas semanais, compreendida entre os horários de 07:30 às 11:30 e/ou das 13:30 às 17:30, de 2ª à 6ª feira, e são remunerados a título de “bolsa de estágio” nos valores de R$ 300,00 (trezentos reais) para o ensino médio e R$ 400,00 (quatrocentos reais), tendo a Regional mantido 15 (quinze) estagiários supervisionados em 2007:

ESTAGIÁRIO CURSO LOTAÇÃO PERÍODO EM 2007 GABRIEL LOSI ENGENHARIA CADASTRO/DVDI - RIO DO 16/01/07 - ELÉTRICA SUL 31/12/07 JULIANA DIREITO FATURAMENTO/DVCL/SPFA 04/12/07 - BRANGER - RIO DO SUL 31/12/07 GUILHERME ENSINO MÉDIO PROCESSAMENTO DE 11/06/07 - DADOS, DVAF/SPEF - RIO

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VOTA PEREIRA DO SUL 31/12/07 TIAGO JUTTEL DIREITO ADVOGADO/JUR - RIO DO 10/12/07 - SUL 31/12/07 FRANCINE ENSINO MÉDIO TRANSPORTE, DVAF/SPAD - 25/10/07 - DANIELE RIO DO SUL 31/12/07 BADJAK DANIELA DIREITO JURÍDICA, SEJUR - RIO DO 16/01/07 - MARCHI ALVES SUL 31/12/07 CINTIA ADMINISTRAÇÃO AG. D. II - ITUPORANGA, 03/11/07 - FERREIRA A2/IAA - ITUPORANGA 31/12/07 CAROLINE ENSINO MÉDIO ATENDIMENTO, DVCL/SPAT 02/01/07 - JESSICA - RIO DO SUL 31/12/07 FAGUNDES ANA CLÁUDIA ENSINO MÉDIO ATENDIMENTO, DVCL/SPAT 02/01/07 - MINATTO - RIO DO SUL 31/12/07 TIAGO ELIAS CIÊNCIAS AG. D. III - LEOBERTO LEAL, 18/01/07 - ECONÔMICAS A3/LLL - LEOBERTO LEAL 31/12/07 LARISSA ENSINO MÉDIO CADASTRO, DVDI/SPPC - 05/06/07 - VOLTOLINI RIO DO SUL 31/12/07 NUNES LUCIANA PSICOLOGIA FATURAMENTO, DVCL/SPFA 01/01/07 - SOARES - RIO DO SUL 13/12/07 PRISCILA ENSINO MÉDIO SECRETARIA, DVAF/SPAD - 01/01/07 - DOLSAN RIO DO SUL 31/12/07 DAYANE ADMINISTRAÇÃO AG. D. III - JOSÉ BOITEAUX, 01/01/07 - BOAVENTURA A3/JBX - JOSÉ BOITEAUX 31/12/07 CAMILA ENGENHARIA AG. D. III – PRESIDENTE 10/05/07 - SCHMIDT CIVIL GETÚLIO 01/12/07

Os estágios relacionados acima foram realizados mediante termo de compromisso celebrados entre a CELESC Distribuição S/A – ARRSL e o estudante, com a interveniência da respectiva instituição de ensino, de acordo com o art. 3º, caput, da Lei Federal nº 6494/77, aplicável à época, tendo sido o estagiário protegido contra acidentes pessoais por conta e a cargo da Companhia, consoante art. 4º da mesma lei.

Não obstante, verificou-se algumas irregularidades com relação à documentação referente aos estagiários apresentada durante a auditoria in loco, as quais serão discorridas a seguir:

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a) Ausência do controle de horas de estágio, referente aos meses de março a dezembro de 2007, da estagiária Daniela Marchi Alves;

b) Ausência do controle de horas de estágio, referente aos meses de setembro e dezembro de 2007, da estagiária Caroline Jéssica Fagundes;

c) Ausência do controle de horas de estágio, referente ao mês de agosto de 2007, da estagiária Ana Cláudia Minatto;

d) Ausência do controle de horas de estágio, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2007, da estagiária Dayane Boaventura.

Tais restrições não comprovam o atendimento de uma das condições exigidas pelo art. 4º da Lei Estadual nº 10.864/98 na contratação de estudante estagiário, qual seja, “a contraprestação, pelo estagiário, através de atividades definidas no termo de compromisso, com jornada de trabalho diária em horário compatível com a vida escolar” (inciso IV).

Além disso, verificou-se a falta da assinatura do supervisor de estágio nas fichas de freqüência do estagiário Tiago Elias referentes aos meses de janeiro, julho e setembro de 2007, bem como na ficha de freqüência da estagiária Larissa Voltolini Nunes relativa ao mês de dezembro de 2007, não restando demonstrado o cumprimento do art. 1º, parágrafo único, in fine, da Lei Estadual nº 10.864/98:

Art. 1º É facultado aos órgãos e às entidades da administração pública direta e indireta conceder estágio a aluno matriculado em curso regular de ensino mantido pelo poder público ou pela iniciativa privada, com funcionamento autorizado ou reconhecido pelos órgãos competentes. Parágrafo único. A concessão de que trata o “caput” deste artigo fica condicionada à existência, no órgão ou na entidade, de estrutura que assegure ao estagiário experiência prática em sua área de formação, sob supervisão e orientação de profissional habilitado.

Por fim, observou-se que o estágio da estudante de psicologia Luciane Soares, realizado na Agência de Rio do Sul, no setor de Faturamento, DVCL – Divisão Comercial/SPFA – Supervisão de Faturamento, não assegurou àquela experiência prática em sua área de formação, não havendo correlação entre a área de psicologia e as atividades desenvolvidas no estágio, pelo que foram desrespeitados o art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei Federal nº 6.494/77, bem

31 como o art. 1º, parágrafo único, e art. 4º, inciso V, da Lei Estadual nº 10.864/98, verbis:

LEI FEDERAL Nº 6.494/77: Art. 1º As pessoas jurídicas de Direito Privado, os órgãos de Administração Pública e as Instituições de Ensino podem aceitar, como estagiários, os alunos regularmente matriculados em cursos vinculados ao ensino público e particular. [...] § 2º O estágio somente poderá verificar-se em unidades que tenham condições de proporcionar experiência prática na linha de formação do estagiário, devendo o aluno estar em condições de realizar o estágio, segundo o disposto na regulamentação da presente lei. § 3º Os estágios devem propiciar a complementação do ensino e da aprendizagem e ser planejados, executados, acompanhados e avaliados em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares.

LEI ESTADUAL Nº 10.864/98: Art. 1º É facultado aos órgãos e às entidades da administração pública direta e indireta conceder estágio a aluno matriculado em curso regular de ensino mantido pelo poder público ou pela iniciativa privada, com funcionamento autorizado ou reconhecido pelos órgãos competentes. Parágrafo único. A concessão de que trata o “caput” deste artigo fica condicionada à existência, no órgão ou na entidade, de estrutura que assegure ao estagiário experiência prática em sua área de formação, sob supervisão e orientação de profissional habilitado.

Art. 4º Na contratação de estudante estagiário, serão observadas as seguintes condições: [...] V – correlação comprovada entre as atividades desenvolvidas no estágio e a área de formação escolar do estagiário.

2.3 TERCEIRIZADOS

Em 10/11/06 e 10/05/07, respectivamente, foram firmados o 6º e o 7º Aditivos ao Contrato nº 27979, celebrado em 14/11/01 entre a CELESC Distribuição S/A e a empresa ONDREPSB – Limpeza e Serviços Especiais Ltda, decorrente da Concorrência Pública nº 027/99 referente à prestação de serviços de limpeza e conservação, copeiragem e mensageria para a Companhia, através dos quais o prazo contratual foi prorrogado até dezembro

32 de 2007, garantindo na Agência Regional de Rio do Sul, assim, durante o exercício auditado, a disposição dos terceirizados relacionados abaixo:

NOME DO TERCEIRIZADO POSTO DE TRABALHO CARGO JULIANO SILVA RIO DO SUL/ALMOX-COMPRAS CONTÍNUO TIAGO JOSÉ NECKEL RIO DO SUL/SPAD CONTÍNUO LOIRI TEREZINHA SANDER RIO DO SUL/LIMPEZA SERVENTE JOSÉ ARMANDO BAZAN RIO DO SUL/ALMOX SERVENTE QUIROZ EROS BORGES RIO DO SUL/ALMOX SERVENTE FRANCINE DANIELE RIO DO SUL/SPAD - CONTÍNUO BADJAK TRANSPORTE SÍLVIA ROPELLATO RIO DO SUL/LIMPEZA SERVENTE VERA LÚCIA MOSER RIO DO SUL/LIMPEZA SERVENTE MARIA CLARA DE CUNHA ITUPORANGA/LIMPEZA SERVENTE MADALENA MARIA MAZERA LONTRAS/LIMPEZA SERVENTE MARIA LUCIMAR VAZ POUSO REDONDO/LIMPEZA SERVENTE IRAIR PATERNO TAIÓ/LIMPEZA SERVENTE MARILENE CARDOSO TROMBUDO CENTRAL/LIMPEZA SERVENTE IANÁTAINA THOLL TROMBUDO CENTRAL/SERV. CONTÍNUO ADM. VALDIRA MARAES BRUDER IBIRAMA/LIMPEZA SERVENTE JANAÍNA WIHELM PRESIDENTE SERVENTE GETÚLIO/LIMPEZA DOMINGOS SÁVIO DA SE TC E DEMAIS SERVENTE SILVA

Em 24/02/06, 01/03/07, 31/08/07 e 10/12/07, foram assinados, respectivamente, o 5º, 6º, 7º e 8º Aditivos ao Contrato nº 29557, firmado em 04/01/02 entre a CELESC Distribuição S/A e a empresa ORCALI – Serviços de Segurança Ltda, decorrente do Processo de Licitação nº 11.281/99 – Concorrência Pública nº 026/99 referente à prestação de serviços de vigilância na Companhia, através dos quais o prazo contratual foi sucessivamente prorrogado, justificando, desta feita, a permanência na Regional de Rio do Sul em 2007 dos seguintes terceirizados:

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NOME DO TERCEIRIZADO POSTO DE TRABALHO CARGO UNCAS ARON WEISE RIO DO SUL VIGILANTE JOSÉ LUIZ NAVARRO LINS RIO DO SUL VIGILANTE DEISE WESSEL RIO DO SUL VIGILANTE IRINEU KORB RIO DO SUL VIGILANTE

Por fim, registre-se que em 09/05/06, a CELESC Distribuição S/A, mediante o Processo Licitatório nº 017/2006 – Tomada de Preços nº 049/2006, contratou a empresa SLC – Construção e Serviços Ltda para a prestação de serviços de recepcionistas nas Agências Regionais da Companhia, tendo sido o prazo contratual prorrogado por mais 03 (três) meses em 09/11/07 através de termo aditivo, garantindo, desse modo, a permanência da secretária Juciara da Silva na Regional da CELESC em Rio do Sul durante o exercício de 2007.

2.4 REGISTRO DE FREQÜÊNCIA

O horário de funcionamento na Agência Regional em Rio do Sul, nas Agências de Distribuição II e respectivas lojas de atendimento, Agências de Distribuição III e nos Postos de Atendimento é das 07:30h às 11:30h, e das 13:15h às 17:15h, com intervalo de 2 (duas) horas para refeição/almoço. Na loja de atendimento da Agência de Rio do Sul, o horário de funcionamento é das 07:30h às 17:15h, ininterrupto, sendo feito um revezamento entre os empregados no horário de almoço para não prejudicar o atendimento externo.

Além destes empregados que laboram no horário comercial, há os que trabalham em turnos de revezamento, normalmente eletricistas, para atendimento de emergência. Conforme informado pelo Supervisor de Recursos Humanos e do Financeiro da Regional, Sr. Wanderlei Branger, existe o sistema de revezamento 3 X 2, onde o empregado trabalha o primeiro dia das 06:00h às 14:00h, o segundo dia das 14:00h às 22:00h, e o terceiro dia das 22:00h às 06:00h, folgando nos 02 dias seguintes. E há o sistema 4 X 2, onde o

34 empregado trabalha durante 02 dias consecutivos das 06:00h às 14:00h, mais 02 dias consecutivos das 14:00h às 22:00h, e folga nos 02 dias seguintes.

O registro de freqüência é efetuado pelo telefone (teleponto) na Agência em Rio do Sul, e pelo computador nas Agências de Distribuição e Postos de Atendimento, através de senha individual, informando o empregado seus horários de entrada e saída, bem como as saídas ocorridas durante o expediente. A partir dessas informações, são elaboradas as fichas de freqüência pelo sistema, ficando registrado o número de horas laboradas pelo empregado, cabendo ao chefe imediato codificar no programa a justificativa pela não realização de horas ou pela falta da informação das mesmas.

Os serviços extraordinários são demonstrados mediante resumo, com indicação, através de códigos específicos, de horas extras com 50% e 100% de remuneração por dia trabalhado, sendo ressaltadas, ainda, as horas com direito a adicionais noturno e de periculosidade. Com base nessas informações, é elaborado o “Relatório de Horas Aprovadas”, indicando as horas normais, de risco, noturna, sobreaviso, excesso, extraordinárias com 50% e 100%, consideradas para cálculo da remuneração do empregado, assinado pela chefia da Divisão e pela chefia do Departamento ou da Regional.

Com o intuito de verificar a regularidade e a confiabilidade do sistema de controle de freqüência adotado pela Agência Regional de Rio do Sul, foram analisadas, por amostragem, as fichas de freqüência relativas aos meses de junho e setembro de 2007 de alguns empregados da Regional, tendo sido constatadas algumas situações com relação a essa documentação:

MÊS DE SETEMBRO

Empregado: Maurício Tholl

Lotação: Ag. D. II - Trombudo

DATA SITUAÇÃO 13/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde

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14/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 17/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 25/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 26/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 27/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã

Empregado: Nelson José Tonon

Lotação: Operação – Rio do Sul

DATA SITUAÇÃO 13/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 17/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 20/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde 21/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 27/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã

Empregado: Amarildo Vicente

Lotação: Ag. D. II - Trombudo

DATA SITUAÇÃO 02/09/2007 Não foi registrado horário de entrada 17/09/2007 Não foi registrado horário de entrada e saída 21/09/2007 Não foi registrado horário de entrada e saída

Empregado: Adimir Curt Schattenberg

Lotação: Ag. D. III – Presidente Getúlio

DATA SITUAÇÃO 24/09/2007 Não foi registrado horário de saída

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Empregado: Airton Fossa

Lotação: Ag. D. II - Ibirama

DATA SITUAÇÃO 10/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 18/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 21/09/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da tarde 25/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde

Empregado: Waneila Filomena Pacher

Lotação: Ag. D. II - Taió

DATA SITUAÇÃO 04/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 05/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 06/09/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da tarde

Empregado: Ayres Mariano Rocha

Lotação: Ag. D. III – Presidente Getúlio

DATA SITUAÇÃO 03/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 18/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde

Empregado: Alfredo Dalfovo Neto

Lotação: Superv. Utiliz. de Energia – Rio do Sul

DATA SITUAÇÃO 03/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 04/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 05/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde 06/09/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da

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manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 10/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 13/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 14/09/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 17/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 19/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 21/09/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 25/09/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 26/09/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da tarde

MÊS DE JUNHO

Empregado: Maurício Tholl

Lotação: Ag. D. II - Trombudo

DATA SITUAÇÃO 01/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde 04/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 12/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã

Empregado: Nelson José Tonon

Lotação: Operação – Rio do Sul

DATA SITUAÇÃO 04/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde 05/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 08/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde 11/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde 12/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde

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26/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 27/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 28/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde

Empregado: Valdemar May

Lotação: Manutenção – Rio do Sul

DATA SITUAÇÃO 29/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã

Empregado: Adimir Curt Schattenberg

Lotação: Ag. D. III – Presidente Getúlio

DATA SITUAÇÃO 23/06/2007 Não foi registrado horário de saída

Empregado: Airton Fossa

Lotação: Ag. D. II - Ibirama

DATA SITUAÇÃO 04/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da manhã 05/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 11/06/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 14/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 21/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde 26/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde

Empregado: Waneila Filomena Pacher

Lotação: Ag. D. II - Taió

DATA SITUAÇÃO 11/06/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da manhã

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15/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de saída no período da tarde 20/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã 25/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 28/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde 29/06/2007 Não foram registrados horários de entrada e de saída no período da manhã, tampouco horários de entrada e de saída no período da tarde

Empregado: Ayres Mariano Rocha

Lotação: Ag. D. III – Presidente Getúlio

DATA SITUAÇÃO 19/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde 20/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã 29/06/2007 Não foi registrado horário de entrada no período da tarde

Empregado: Alfredo Dalfovo Neto

Lotação: Superv. Utiliz. de Energia – Rio do Sul

DATA SITUAÇÃO 14/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 15/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da manhã, tampouco horário de entrada no período da tarde 26/06/2007 Não foi registrado horário de saída no período da tarde

Em todas as ocorrências relacionadas acima, foi registrado pela respectiva chefia do empregado o código 72 – Esquecimento de Ponto e, automaticamente, supridas as informações que não haviam sido efetuadas pelo telefone/computador, ou seja, o sistema entende, a partir de tal codificação, que o horário de expediente foi cumprido pelo empregado, não sendo o controle de freqüência adotado na ARRSL, portanto, confiável, pelo que se sugere ao Pleno deste Tribunal recomendar a revisão do sistema de ponto adotado pela Regional.

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2.5 SERVIÇOS EXTRAORDINÁRIOS

O serviço extraordinário está regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, a qual determina a obrigatoriedade do registro em cartão-ponto ou fichas de controle individualizadas que demonstrem o início e o fim de cada jornada diária, devendo sua remuneração ser calculada de acordo com normas constantes dos Acordos Coletivos de Trabalho em conformidade com aquela legislação.

A CELESC Distribuição S/A mantém regulamentação do serviço extraordinário mediante Instruções Normativas e cláusulas de Acordos Coletivos para todos os empregados da empresa, definindo-o o item 4.1 da Instrução Normativa nº 132.0043 como

o trabalho previamente autorizado e realizado além da jornada diária contratual, em final de semana, nos dias de ponto facultativo/feriado, em substituição a empregado na escala de turno de revezamento e durante a escala de sobreaviso.

Durante o exercício auditado, a Companhia manteve sua sistemática de remuneração de horas extras, com adicional de 100% (cem por cento) do valor da hora normal quando o trabalho é exercido em domingos e feriados do calendário civil, e com adicional de 50% (cinqüenta por cento) da hora normal, quando o trabalho é realizado aos sábados, ponto facultativo ou em dias úteis, além da jornada normal de trabalho, consoante cláusula 24ª, § 2º, do ACT 2006/2007, cláusula 28ª, § 2º, do ACT 2007/2008 e item 5.3, subitem 5.3.1 da I-132.0043.

Ressalte-se que de acordo com as cláusulas dos Acordos Coletivos de Trabalho referidas acima, a CELESC Distribuição S/A fica autorizada, para os empregados que venham a ser convocados formalmente pelas respectivas chefias para prorrogação da jornada de trabalho, a manter, alternativamente, como forma de pagamento, um sistema de compensação de horas extras, com horas creditadas por opção do empregado, tendo sido estabelecido nas alíneas subseqüentes os limites à forma como se dará essa compensação.

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Na Agência Regional da Companhia em Rio do Sul, conforme relatório apresentado na auditoria, os gastos com horas extras em 2007 somaram a quantia de R$ 840.906,62 (oitocentos e quarenta mil e novecentos e seis reais e sessenta e dois centavos), equivalente à realização de 39.565:11 horas extraordinárias por seus empregados, sendo especificados o número de horas realizadas e o montante despendido mês a mês na tabela abaixo:

MÊS DO ANO VALOR (R$) Nº HORAS EXTRAS JANEIRO 105.779,28 5.660:04 FEVEREIRO 73.459,02 3.902:19 MARÇO 78.399,46 4.460:23 ABRIL 69.999,57 3.850:15 MAIO 61.982,7 2.628:31 JUNHO 47.674,45 2.091:08 JULHO 60.512,17 2.486:30 AGOSTO 54.834,61 2.359:39 SETEMBRO 49.609,99 2.156:38 OUTUBRO 74.567,36 3.028:53 NOVEMBRO 93.790,38 4.035:39 DEZEMBRO 70.297,63 2.905:12 TOTAL 840.906,62 39.565:11

2.5.1 HORAS EXTRAS EM EXCESSO

A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu art. 58, define a duração normal do trabalho dos empregados em até 8 (oito) horas diárias, dispondo o art. 59 daquela legislação, entretanto, que

a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

Não obstante, verificou-se da análise do controle de horas extras da ARRSL realizadas em 2007 que vários empregados da Regional

42 extrapolaram o limite de horas extraordinárias permitido pela legislação trabalhista, qual seja, 2 (duas) horas diárias e 60 (sessenta) por mês, tendo sido relacionadas algumas situações a título de exemplo:

JANEIRO DE 2007

EMPREGADO LOTAÇÃO Nº HORAS VALOR (R$) SERGIO KLETTEMBERG AG. D. II - IBIRAMA 108:50 2.015,44 MARCELO A. GAZETI AG. D. II - IBIRAMA 117:28 1.062,10 SÉRGIO LUIS DOERNER AG. D. II - ITUPORANGA 119:25 2.790,08 EDSON JOSÉ WILHELM AG. D. II - TAIÓ 122:30 2.759,46 DIOGO GONÇALVES AG. D. II - TAIÓ 115:52 791,40 DANILO SAUTNER AG. D. II - TROMBUDO 102:30 2.502,07 VALDAIR JOSÉ ROCHA AG. D. III - PRESIDENTE 100:00 852,00 GETÚLIO HARRI LUIZ MARCELINO SUPERV. OPERAÇÃO DA 114:45 3.275,36 DISTR. - RIO DO SUL CLAUDINEI RENKEN SUPERV. OPERAÇÃO DA 117:45 2.781,63 DISTR. - RIO DO SUL

MARÇO DE 2007

EMPREGADO LOTAÇÃO Nº HORAS VALOR (R$) MARCELO A. GAZETI AG. D. II - IBIRAMA 88:25 751,25 AMILTON FRUTUOSO AG. D. III – LONTRAS 129:02 1.507,11 ALEANDRO EFFTING AG. D. III – POUSO 89:30 932,20 REDONDO SÉRGIO LUIS DOERNER AG. D. II – ITUPORANGA 98:15 2.398,36 DIOGO GONÇALVES AG. D. II - TAIÓ 103:01 852,28 CELIO ANDREANI AG. D. II – TAIÓ 102:00 881,08 LINDOMAR SERGIO SUPERV. MANUT. DISTR. 123:15 2.215,80 SIMAS - RIO DO SUL ADAIR DOS SANTOS SUPERV. OPERAÇÃO DA 92:00 3.663,46 DISTR. - RIO DO SUL LUIZ GONZAGA SUPERV. OPERAÇÃO DA 104:00 3.092,54 DUARTE DISTR. - RIO DO SUL

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NOVEMBRO DE 2007

EMPREGADO LOTAÇÃO Nº HORAS VALOR (R$) OZAIR SOARES AG. D. III - IMBÚIA 68:05 1.589,52 WALFRID SCHIESTL AG. D. III - PETROLÃNDIA 105:30 2.215,08 NEIMAR PETERSEN AG. D. III - VITOR 116:24 1.267,03 MEIRELLES ALDO POSSAMAI AG. D. III - WITMARSUM 117:35 2.840,78 DIOGO GONÇALVES AG. D. II - TAIÓ 83:30 934,83 AMARILDO VICENTE AG. D. II - TROMBUDO 77:40 2.042,70 VILCESIO ADAMI PO - SALETE 78:02 1.983,78 ADAIR DOS SANTOS SUPERV. OPERAÇÃO DA 119:00 5.413,19 DISTR. - RIO DO SUL ALFREDO RIBEIRO DA SUPERV. OPERAÇÃO DA 118:30 3.791,53 SILVA DISTR. - RIO DO SUL

Sobre o elevado número de horas extras realizado pelos servidores da ARRSL da CELESC Distribuição S/A, cabe lembrar a Recomendação já feita à Companhia por este Tribunal de Contas, constante do Acórdão n. 1403/2005, proferido nos autos do Processo n. APE – 04/03395216, referente à auditoria em atos de pessoal da CELESC do exercício de 2003:

ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts. 59 da Constituição Estadual e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, em: [...] 6.3 Recomendar à CELESC a adoção de providências visando: 6.3.1. à realização de concurso público no intuito de suprir a carência de pessoal existente na Companhia, evitando, assim, o pagamento excessivo de horas-extras (itens 3.1 a 3.6 do Relatório DCE); 6.3.2. às modificações necessárias no sistema de registro de freqüência dos empregados, para facilitar a averiguação das horas ordinárias e extraordinárias efetivamente laboradas.

Desta feita, a liberdade dada aos empregados para realizar horas extraordinárias além do permitido não só infringe os arts. 58 e 59 da CLT, mas também o princípio da economicidade consagrado no art. 70 da Constituição Federal, a recomendação deste Tribunal descrita acima, além de caracterizar

44 ato de liberalidade do Administrador, vedado pelo art. 154, § 2º, “a”, da Lei nº 6.404/76.

2.5.2 HORAS EXTRAS CONTINUADAS

Ainda sobre horas extraordinárias, dispõe a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu art. 61 e parágrafos, o seguinte:

Art. 61 – Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. § 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação. § 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. § 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

Como se pode observar, o cumprimento de horas extras pelo empregado só deve ser feito excepcionalmente, quando de fato for necessário à realização/conclusão de serviços inadiáveis ou para evitar prejuízo à Administração, sendo a Instrução Normativa nº 132.0043 da CELESC estabelecida no mesmo sentido, conforme demonstram seus itens 5.1.1, 5.1.2 e 5.1.3, transcritos a seguir:

5.1.1. A execução de horas extras deve ficar restrita à necessidade imperiosa de realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, mediante

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autorização prévia e por escrito, ressalvado os casos de emergência, que deverá ser objeto de formalizar sua realização imediatamente após o fato gerador. 5.1.2. Em vista da natureza diferenciada de um órgão para outro e das reais necessidades de horas extras, cabe essencialmente à chefia imediata, gerenciar as horas extras de forma criteriosa e com o menor dispêndio possível. 5.1.3. Cada órgão deve planejar a concessão de férias, licenças- prêmio e outros afastamentos de empregados ao trabalho, de forma a minimizar a ocorrência de horas extras.

Não obstante, constatou-se da análise das Fichas Financeiras de alguns empregados da ARRSL que estes foram remunerados com adicional de horas extras todos os meses do ano de 2007, contrariando, assim, o disposto na legislação trabalhista, como também as próprias normas internas da Companhia, conforme demonstrado nas tabelas a seguir:

EMPREGADO ADAIR DOS SANTOS LUIZ GONZAGA LINDOMAR SÉRGIO DUARTE SIMAS MÊS Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR EXTRAS EXTRAS EXTRAS JAN 91:00 3.256,42 62:00 2.359,44 86:30 1.598,43 FEV 8:00 361,82 80:00 2.696,07 129:45 2.308,53 MAR 92:00 3.663,46 104:00 3.092,54 123:15 2.215,80 ABR 50:30 2.187,91 32:00 951,55 81:30 1.492,78 MAI 72:00 2.986,56 18:00 701,57 33:45 784,44 JUN 16:00 796,42 49:00 2.148,55 40:00 813,60 JUL 63:00 3.036,34 129:00 5.250,80 40:00 945,83 AGO 64:00 2.911,89 83:00 2.893,97 34:15 729,25 SET 39:00 1.543,05 8:00 263,09 30:00 635,07 OUT 46:00 2.018,48 89:00 3.689,27 40:00 913,32 NOV 119:00 5.413,19 61:25 2.551,89 69:00 1.627,02 DEZ 70:00 3.540,01 49:00 1.708,96 64:00 1.401,25

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EMPREGADO DANILO SAUTNER ALFREDO RIBEIRO DA SÉRGIO LUIS SILVA DOERNER MÊS Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR EXTRAS EXTRAS EXTRAS JAN 102:30 2.502,07 63:30 2.026,69 119:25 2.790,08 FEV 53:00 1.344,25 122:45 3.785,83 87:25 2.052,26 MAR 76:00 1.833,98 59:30 1.571,63 98:15 2.398,36 ABR 20:30 529,88 106:00 3.105,35 88:20 2.062,14 MAI 40:00 1.288,65 75:10 2.746,26 21:45 625,41 JUN 19:00 548,93 81:30 2.539,61 11:00 373,96 JUL 40:00 1.154,23 20:30 595,75 7:30 189,95 AGO 32:00 961,02 84:50 2.969,07 30:00 834,66 SET 31:00 855,06 39:41 1.356,67 22:30 686,65 OUT 30:30 887,44 131:00 4.447,27 32:40 1.022,93 NOV 64:30 2.191,13 118:30 3.791,53 15:30 414,18 DEZ 19:45 668,00 113:12 4.075,59 36:45 1.131,95

EMPREGADO CLAUDINEI RENKEN EDSON JOSÉ WALFRID SCHIESTL WILHELM MÊS Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR EXTRAS EXTRAS EXTRAS JAN 117:45 2.781,63 122:30 2.759,46 73:30 1.167,79 FEV 34:15 873,81 61:55 1.429,81 57:30 963,73 MAR 10:00 204,39 48:10 1.095,36 47:00 749,55 ABR 22:00 533,99 27:00 672,95 67:35 1.037,53 MAI 11:34 331,62 32:00 891,75 40:00 701,28 JUN 17:00 513,70 40:00 1.129,75 40:00 723,98 JUL 16:30 517,40 37:00 1.112,58 38:20 722,50 AGO 4:50 118,06 21:00 599,97 19:45 368,68 SET 29:30 784,84 32:35 841,35 33:00 649,41 OUT 2:00 68,52 36:00 1.037,14 40:00 867,15 NOV 26:20 819,38 29:45 886,01 105:30 2.215,08 DEZ 37:30 1.089,39 45:20 1.358,44 58:25 1.181,18

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EMPREGADO AMILTON FRUTUOSO DIOGO GONÇALVES MARCELO ALEXANDRE GAZETI MÊS Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR Nº HORAS VALOR EXTRAS EXTRAS EXTRAS JAN 74:35 841,29 115:52 791,40 117:28 1.062,10 FEV 68:33 787,30 81:20 575,88 63:20 579,34 MAR 129:02 1.507,11 103:01 852,28 88:25 751,25 ABR 85:14 965,59 96:50 1.183,78 62:01 578,29 MAI 36:31 515,81 39:51 441,47 40:00 537,51 JUN 37:31 474,06 28:51 282,64 29:10 405,65 JUL 22:55 288,34 30:54 297,85 38:50 487,80 AGO 38:40 508,93 40:00 414,87 40:00 545,67 SET 11:17 141,26 28:26 271,00 37:40 506,28 OUT 39:59 632,97 40:00 446,68 40:00 564,71 NOV 39:03 578,97 83:30 934,83 62:30 874,83 DEZ 39:17 589,28 28:10 316,06 45:55 665,28

Ressalte-se, outrossim, que a continuidade desse procedimento dá oportunidade aos empregados requererem direitos trabalhistas com conseqüências desfavoráveis à empresa, pois aqueles que estejam percebendo adicionais de horas extras ininterruptas por pelo menos 1 (um) ano têm assegurado direito à indenização em caso de supressão do serviço suplementar prestado com habitualidade, consoante Súmula nº 291 do TST:

A supressão pelo empregador, do serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos um ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 (doze) meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.

Desta feita, verifica-se que a ARRSL está diante de uma situação nada confortável frente aos 12 (doze) empregados destacados acima, uma vez que os mesmos já estão cumprindo jornada de trabalho extraordinária há mais

48 de 1 (um) ano, sendo grande a possibilidade de recorrerem à Justiça do Trabalho em caso de supressão das horas extras habitualmente realizadas.

2.6 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE CONVOCÁVEL

O adicional de periculosidade na CELESC Distribuição S/A está autorizado pela Deliberação nº 187/97 e regulamentado pelas Instruções Normativas nºs. 134.0010 e 134.0011 editadas pela Companhia, com fundamento nos arts. 142 e 195 da CLT e respectivos parágrafos, bem como na Lei Federal nº 7.369/85, que instituiu o referido adicional para os empregados do setor de energia elétrica, regulamentada pelo Decreto nº 93.412/86.

Esse decreto estabeleceu o pagamento do adicional de periculosidade proporcional ao tempo de exposição, conforme se verifica da leitura do seu art. 2º, verbis:

Art. 2º É exclusivamente suscetível de gerar direito à percepção da remuneração adicional de que trata o artigo 1º da Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, o exercício das atividades constantes do Quadro anexo, desde que o empregado, independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa: I – permaneça habitualmente em área de risco, executando ou aguardando ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento do adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral; II – ingresse, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre salário do tempo despendido pelo empregado na execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à disposição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.

Dessa forma, foram estabelecidos dois critérios para o pagamento do adicional, sendo o primeiro destinado aos empregados que permanecem habitualmente em área de risco, cuja incidência é sobre o salário integral, e o segundo dirigido àqueles que ingressam em área de risco de modo intermitente e habitual, sendo o pagamento incidente sobre o salário de tempo despendido pelo empregado ou à disposição do empregador.

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Esse pagamento proporcional, contudo, foi tão duramente criticado e rechaçado pelos próprios juízes, que acabou surgindo o Enunciado nº 361, de 13 de agosto de 1998, do Tribunal Superior do Trabalho – TST, o qual passou a orientar de forma diferente a questão:

Enunciado 361 – TST – Adicional de Periculosidade – Eletricitários – Exposição intermitente: o trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, tendo em vista que a Lei 7369/85 não estabelece qualquer proporcionalidade em relação ao seu pagamento.

Assim, a restrição ao pagamento da remuneração adicional limitou-se, apenas, à exposição eventual, a qual, segundo o Decreto nº 93.412/86, não gera direito à percepção do acréscimo indenizatório, conforme expresso no seu art. 2º, § 1º:

Art. 2º...

§ 1º O ingresso ou a permanência eventual em área de risco não geram direito ao adicional de periculosidade.

Consoante a Instrução Normativa nº 134.0010, a CELESC Distribuição S/A paga o adicional de periculosidade fixo de 30% sobre o salário base aos empregados que trabalham diariamente em área de risco, bem como o adicional de periculosidade convocável, no mesmo percentual, aos empregados que são convocados para laborar, quando necessário, em condições de periculosidade.

Para a classificação de empregados como convocáveis, as chefias devem preencher o Laudo Técnico Administrativo – LTA, com análise e parecer do Engenheiro de Segurança do Trabalho, sendo que só deve ser classificado como suscetível de convocação para trabalhar em condições de periculosidade do setor de energia elétrica os empregados da CELESC qualificados, que estejam enquadrados no cargo de eletromecânico, instrutor (área técnica-operacional) ou técnico de segurança do trabalho.

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Analogamente, os empregados da Companhia qualificados que estejam enquadrados num dos cargos/funções de auxiliar técnico ou técnico industrial ou de engenheiro, desempenhando, efetivamente, as tarefas compatíveis com uma das funções relacionadas nos subitens 5.6.2.1 e 5.6.2.2 da Instrução Normativa nº 134.0010, também poderão ser convocados para laborar em condições de periculosidade.

Dentre os procedimentos para a convocação, caberá às chefias de Departamento ou da Agência Regional emitir o documento “Autorização para Trabalhar em Atividades/Área de Risco”, o qual autoriza o empregado a trabalhar em condições de periculosidade como convocado, no mês corrente, não podendo ser superior a 30 dias e ultrapassar o último dia útil do mês da convocação (item 5.7.1 da I-134.0010).

Ressalta a Instrução Normativa, ainda, que deve existir um interregno de 3 (três) meses entre as convocações do mesmo empregado (item 5.7.2), só devendo ser convocado empregado para trabalhar em condições de periculosidade em caso de impossibilidade do serviço ser executado por profissional credenciado ou por outro que foi convocado para aquele mês (item 5.7.4),e que não devem ser convocadas chefias, cujo nível hierárquico seja igual ou superior à Divisão, exceto em situação emergencial (item 5.7.7).

Não obstante todas as normas citadas, verificou-se, da análise das Fichas Financeiras de alguns empregados da ARRSL, que estes foram remunerados com adicional de periculosidade convocável mensalmente, como se fixo fosse, não sendo observado o interregno mínimo de 3 (três) meses entre as convocações do mesmo empregado, conforme demonstram as tabelas abaixo:

EMPREGADO (CARGO) PODALIRIO FORSTER OSMAR WENDHAUSEN GERD WETZSTEIN (AUXILIAR TÉCNICO) (TÉCNICO INDUSTRIAL) (TÉCNICO INDUSTRIAL) MÊS Ad. Pc. Cv. F.G.G. Ad. Pc. Cv. F.G.G. Ad. Pc. Cv. F.G.G. JAN 817,35 570,16 1.327,86 788,17 423,05 788,17 FEV 794,80 570,16 1.332,82 788,17 425,92 788,17 MAR 783,99 570,16 1.335,23 788,17 433,26 788,17

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ABR 783,69 570,16 1.324,92 788,17 433,28 788,17 MAI 948,97 570,16 1.420,66 788,17 465,56 788,17 JUN 965,18 570,16 1.419,16 788,17 473,74 788,17 JUL 959,27 570,16 1.419,32 788,17 466,30 788,17 AGO 957,65 570,16 1.432,00 788,17 467,05 788,17 SET 977,51 570,16 1.442,06 788,17 467,58 788,17 OUT 1.010,17 570,16 1.495,66 788,17 496,52 788,17 NOV 1.002,16 798,22 1.501,82 1.103,43 496,43 1.103,43 DEZ 1.006,25 798,22 1.502,15 1.103,43 499,39 1.103,43

Legenda: Ad. Pc. Cv. : Adicional de Periculosidade Convocável

F.G.G. : Função Gratificada Gerencial

EMPREGADO (CARGO) JACSON R. ARNHOLD MARCO A. BOLDRINI NICANOR G. ALEGRI (ENGENHEIRO) (TÉCNICO INDUSTRIAL) (ENGENHEIRO) MÊS Ad. Pc. Cv. F.G.G. Ad. Pc. Cv. F.G.G. Ad. Pc. Cv. F.G.G. JAN 892,50 1.006,17 944,01 788,17 2.083,96 788,17 FEV 894,35 1.509,26 946,73 788,17 2.089,37 788,17 MAR 892,50 1.509,26 945,87 788,17 2.091,17 788,17 ABR 980,33 1.509,26 949,80 788,17 2.083,94 788,17 MAI 985,09 1.509,26 1.044,19 788,17 2.347,36 788,17 JUN 1.000,61 1.509,26 1.047,86 788,17 2.352,02 788,17 JUL 988,76 1.509,26 1.044,36 788,17 2.374,39 788,17 AGO 986,47 1.509,26 1.053,84 788,17 2.375,42 788,17 SET 985,75 1.509,26 1.053,53 788,17 2.368,76 788,17 OUT 993,49 1.509,26 1.101,54 788,17 2.477,58 788,17 NOV 994,12 2.112,96 1.100,38 1.103,43 2.480,75 1.103,43 DEZ 983,81 2.112,96 1.101,36 1.103,43 2.486,19 1.103,43

Legenda: Ad. Pc. Cv. : Adicional de Periculosidade Convocável

F.G.G. : Função Gratificada Gerencial

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EMPREGADO (CARGO) LINDOMAR S. SIMAS (TÉCNICO NEIMAR PETERSEN (AUXILIAR INDUSTRIAL) OPERACIONAL) MÊS Ad. Pc. Cv. F.G.G. Ad. Pc. Cv. F.G.G. JAN 599,70 - 205,15 - FEV 607,46 - 205,15 - MAR 606,86 - - - ABR 610,43 - - - MAI 719,41 - - - JUN 721,82 - - - JUL 716,49 - - - AGO 716,67 - - - SET 711,01 - - - OUT 751,85 - - - NOV 748,56 - 718,41 - DEZ 750,88 - - -

Legenda: Ad. Pc. Cv. : Adicional de Periculosidade Convocável

F.G.G. : Função Gratificada Gerencial

Além disso, constatou-se que foram convocados e remunerados com o adicional de periculosidade convocável empregados ocupantes de função gratificada gerencial (chefia), descumprindo a Agência Regional de Rio do Sul, assim, as normas internas da própria Companhia.

2.7 SOBREAVISO

O regime de sobreaviso na CELESC Distribuição S/A está regulamentado pela Instrução Normativa nº 132.0018, com fundamento no art. 244, § 2º, da CLT, aplicável, por analogia, aos eletricitários, consoante Enunciado 229 do TST, bem como no Acordo Coletivo CELESC/Intercel, de 30/09/97, e Termo Aditivo ao ACT 1998/1999, assinado em 26/07/99.

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Segundo a referida instrução, esse regime caracteriza-se pela permanência do empregado à disposição da empresa, no âmbito de sua residência, por um período estipulado em escala específica, fora de sua jornada normal de trabalho, a fim de atender eventual necessidade de convocação para o trabalho (item 4.1).

A escala de sobreaviso deve ser elaborada mensalmente, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da sua aplicação, e afixada em mural no local de trabalho dos empregados envolvidos (item 5.4.1), os quais terão conhecimento prévio de sua designação mediante o registro do ciente na referida escala (item 5.4.4), não podendo os mesmos empregados figurarem em mais de 03 (três) escalas consecutivas (item 5.4.3).

As horas efetivas de sobreaviso, ou seja, o número de horas da escala menos o número de horas trabalhadas durante a mesma, são remuneradas na base de 1/3 (um terço) do valor da hora normal, podendo, outrossim, ser compensadas na proporção de 1 hora normal para cada 3 horas de sobreaviso mediante acordo empregado/chefia.

Analisadas as escalas de sobreaviso de 2007 da sede da ARRSL em Rio do Sul (fls. 11 a 22), constatou-se que as relativas aos meses de janeiro, fevereiro, março, agosto e dezembro não foram elaboradas com antecedência mínima de 15 dias de suas aplicações, conforme exigia a I- 132.0018, tendo sido as escalas referentes a abril e maio elaboradas posteriormente ao início em que foram aplicadas.

Verificou-se, ainda, que os empregados escalados para o sobreaviso não apuseram o ciente nas respectivas escalas, conforme determinava o item 5.4.4 da mesma instrução.

Ademais, foi constatado que os empregados relacionados abaixo figuraram em mais de 03 (três) escalas consecutivas de sobreaviso durante o exercício de 2007, contrariando, assim, norma interna da própria Companhia:

EMPREGADO ESCALAS CONSECUTIVAS AMILTON FRUTUOSO JANEIRO/2007 A DEZEMBRO/2007 VALMOR JOSÉ BASTOS JANEIRO/2007 A DEZEMBRO/2007

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ANTÔNIO LAURI LAUERMAN JANEIRO/2007 A AGOSTO/2007 AIRTON FRANÇA JANEIRO/2007 A AGOSTO/2007 DANIEL FRONZA JANEIRO/2007 A MAIO/2007 AGOSTINHO MÁRIO MEES JUNHO/2007 A DEZEMBRO/2007 OSNI WANDRESEN JUNHO/2007 A DEZEMBRO/2007 PAULO ELICKER JANEIRO/2007 A OUTUBRO/2007 EDSON NOGUEIRA AGOSTO/2007 A DEZEMBRO/2007 CLEITON SCHWARTZ MAIO/2007 A DEZEMBRO/2007

3 CONCLUSÃO

Ante o exposto, sugere-se que seja procedida a AUDIÊNCIA do Sr. Valdeci José Brito, Chefe da Agência Regional da CELESC Distribuição S/A em Rio do Sul – ARRSL no período de janeiro a dezembro de 2007, CPF nº 501.150.499-91, residente e domiciliado à Rua Belém, nº 177, Bairro Eugênio Schneider, Rio do Sul/SC, Cep nº 89160-000, nos termos do art. 29, §º, da Lei Complementar nº 202/2000, para apresentação de justificativas, em observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa, a respeito das irregularidades constantes do presente relatório, sujeitas à aplicação de multa prevista na Lei Orgânica deste Tribunal e no seu Regimento Interno, conforme segue:

3.1 Ausência do controle de horas de estágio realizadas por alguns estagiários da Regional, não sendo comprovado, assim, o atendimento do art. 4º, inciso IV, da Lei Estadual nº 10.864/98 (item 2.2, do presente relatório);

3.2 Falta de assinatura do supervisor de estágio nas fichas de freqüência de alguns estagiários, não restando demonstrado, desta feita, o cumprimento do art. 1º, parágrafo único, in fine, da Lei Estadual nº 10.864/98 (item 2.2, do presente relatório);

3.3 Realização de estágio na Regional, sem assegurar ao estagiário, contudo, experiência prática em sua área de formação, sendo

55 desrespeitados o art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei Federal nº 6.494/77, vigente à época, bem como o art. 1º, parágrafo único, e art. 4º, inciso V, da Lei Estadual nº 10.864/98 (item 2.2, do presente relatório);

3.4 Realização de horas extraordinárias acima do permitido pela legislação trabalhista, sendo infringidos os arts. 58 e 59 da CLT, o princípio da economicidade consagrado no art. 70 da Constituição Federal, recomendação feita por este Tribunal de Contas, além de caracterizado ato de liberalidade do Administrador, vedado pelo art. 154, § 2º, “a”, da Lei nº 6.404/76 (item 2.5.1, do presente relatório);

3.5 Pagamento de horas extras a empregados da Regional durante todos os meses do exercício auditado, quando a realização de horas extraordinárias só deve ser feita excepcionalmente, em caso de necessidade, contrariando, assim, o art. 61 da CLT e os itens 5.1.1 a 5.1.3 da Instrução Normativa nº 132.0043 da CELESC (item 2.5.2, do presente relatório);

3.6 Pagamento de adicional de periculosidade convocável a empregados da Regional durante todos os meses de 2007, não tendo sido observado o interregno mínimo de 3 (três) meses entre as convocações do mesmo empregado, exigido pelo item 5.7.2 da Instrução Normativa nº 134.0010 da CELESC (item 2.6, do presente relatório);

3.7 Convocação e pagamento de adicional de periculosidade convocável a empregados ocupantes de função gratificada gerencial (chefia), sendo descumprido o item 5.7.7 da Instrução Normativa nº 134.0010 da CELESC (item 2.6, do presente relatório);

3.8 As escalas de sobreaviso não foram elaboradas com antecedência mínima de 15 (quinze) dias de suas aplicações, sendo desrespeitado o item 5.4.1 da Instrução Normativa nº 132.0018 da CELESC (item 2.7, do presente relatório);

3.9 Os empregados escalados para o sobreaviso não apuseram o ciente nas respectivas escalas, sendo infringido o item 5.4.4 da Instrução Normativa nº 132.0018 da CELESC (item 2.7, do presente relatório);

3.10 Vários empregados da Regional figuraram em mais de 03 (três) escalas consecutivas de sobreaviso durante o exercício auditado, sendo

56 inobservado o item 5.4.3 da Instrução Normativa nº 132.0018 da CELESC (item 2.7, do presente relatório).

Era o que tinha a relatar.

Florianópolis, 29 de outubro de 2008.

TCSC(C:)/TC25090/4508092/Daniela2/Celesc/AudARRSL

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