Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues Josué Francisco da Silva Junior Dalva Maria da Mota Emanuel Oliveira Pereira Heribert Schmitz Mapa do Extrativismo da Mangaba em : Situação Atual e Perspectivas

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Tabuleiros Costeiros Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: Situação Atual e Perspectivas

Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues Josué Francisco da Silva Junior Dalva Maria da Mota Emanuel Oliveira Pereira Heribert Schmitz

Embrapa Brasília, DF 2017 Embrapa Amazônia Oriental Embrapa Tabuleiros Costeiros Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/n. Av. Beira Mar, 3250 66095-100, Belém, BE 49025-040, , SE Fone: (91) 3204-1000 Fone: (79) 4009-1300 Fax: (91) 3276-9845 Fax: (79) 4009-1369 www.embrapa.br www.embrapa.br www.embrapa.br/fale-conosco www.embrapa.br/fale-conosco

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Comitê Local de Editoração Comitê Local de Publicações Presidente: Bruno Giovany de Maria Presidente: Marcelo Ferreira Fernandes Secretária-executiva: Ana Vânia Carvalho Secretária-executiva: Raquel Fernandes de Araújo Membros: Alfredo Kingo Oyama Homma, Rodrigues Luciana Gatto Brito, Andréa Pereira Silva, Membros: Ana Veruska Cruz, Carlos Alberto da Silva, Narjara de Fátima Galiza da Silva Pastana Elio Cesar Guzzo, Hymerson Costa Azevedo, João Gomes da Costa, Josué Francisco da Silva Junior, Colaboração: Roberto Alves de Souza, Julio Roberto Araujo de Amorim, Viviane Talamini, José Gouveia de Figueiroa, Josenildes Walane Maria Pereira de Mello Ivo Oliveira de Menezes, Sonise dos Santos Supervisora editorial: Raquel Fernandes de Araújo Medeiros, Silvana Silva Souza, Paulo Rodrigues Vinícius Melo da Mota Tratamento de ilustrações: Breno da Costa Loeser Fotos da capa e das páginas 16, 17, 19, 20, 30, 33 (mangabas, siris), 34, 38 (topo), 38 (frutos), 40, 53: Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues Fotos das páginas 13, 21, 22, 23, 32, 33 (taboa), 33.3, 39 (processamento), 38 (polpa), 38 (picolé), 42, 47, 49, 52: Josué Francisco da Silva Junior Editoração eletrônica e capa: Breno da Costa Loeser, Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues

Josete Cunha Melo 1a edição PublicaçãoNormalização digitalizada bibliográfica: (2017)

Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Tabuleiros Costeiros Mapa do extrativismo da mangaba em Sergipe: situação atual e perspectivas / Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues... [et al.] - Brasília, DF: Embrapa, 2017. PDF (55 p). ISBN 978-85-7035-763-2 1. Hancornia speciosa Gomes. 2. Extrativismo. 3. Mapa. I. Rodrigues, Raquel Fernandes de Araújo. II. Silva Junior, Josué Francisco da. III. Mota, Dalva Maria da. IV. Pereira, Emanuel Oliveira. V. Schmitz, Heribert. VI. Embrapa Tabuleiros Costeriros. VII. Embrapa Amazônia Oriental. VIII. Título. CDD 634.6 © Embrapa 2017 Autores

Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues Bacharel em Comunicação Social, mestre em Agroecossistemas, analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE

Josué Francisco da Silva Junior Engenheiro-agrônomo, mestre em Fruticultura Tropical, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Recife, PE

Dalva Maria da Mota Pedagoga, doutora em Sociologia, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA

Emanuel Oliveira Pereira Engenheiro-agrônomo, mestre em Agroecossistemas, perito federal agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SE), Aracaju, SE, , bolsista de produtividade do CNPq

Heribert Schmitz Doutor em Sociologia Rural, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, bolsista de produtividade do CNPq

Agradecimentos

Às catadoras de mangaba e a todos os entrevistados, pelas informações compartilhadas sobre a problemática do extrativismo da mangaba no litoral de Sergipe.

Apresentação

O reconhecimento político-institucional das comunidades extrativistas do Brasil, em especial das mulheres catadoras de mangaba do Estado de Sergipe, favoreceu o fortalecimento e ampliação das redes de instituições de pesquisa, ensino e extensão e demais atores que visam à conservação das áreas de mangabeiras nativas e à valorização dos modos de vida das comunidades locais que delas dependem para sobreviver. Há mais de uma década, a Embrapa tem atuado nessas redes, em parceria com as comunidades extrativistas, por meio de ações de pesquisa com enfoque nos principais problemas apontadas pelas próprias catadoras de mangaba que praticam o extrativismo do fruto ao longo do litoral sergipano. De acordo com essas pesquisas, cujas metodologias privilegiam métodos e ferramentas participativas, o desmatamento das áreas de mangabeiras nativas e o acesso restrito às plantas são considerados como as principais ameaças para o extrativismo da mangaba em Sergipe. O Mapa do extrativismo da mangaba em Sergipe: situação atual e perspectivas ora apresentado reúne informações sobre toda a problemática da atividade, com detalhes sobre o estado de conservação das áreas, as formas de acesso às plantas, a importância econômica da mangaba, os canais de comercialização, os problemas e demandas das catadoras de mangaba em Sergipe. Espera-se que os resultados desta publicação subsidiem às ações de políticas públicas desenvolvidas pelas instituições que buscam solucionar problemas decorrentes de disputas pelos territórios tradicionalmente ocupados por comunidades extrativistas de mangaba em Sergipe.

Manoel Moacir Costa Macêdo Chefe-Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros

Sumário 13 Introdução

Metodologia 17 da Pesquisa

Situação 23 Atual

Perspectivas 49 53 Referências

Introdução 15

Há décadas, comunidades tradicionais têm construído saberes e práticas que repercutem na conservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que garantem a sua sobrevivência. O Estado de Sergipe abriga um grupo de mulheres autodesignadas catadoras de mangaba, cuja atividade de coleta dos frutos da mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) representa uma importante fonte de renda e de reconhecimento social1. Essa população foi declarada como grupo culturalmente diferenciado pela Lei Estadual no 7.082/2010 (SERGIPE, 2010). A mangabeira ocorre nos Tabuleiros Costeiros, Baixada Litorânea e Cerrados do Brasil, sendo seus frutos de grande importância para a produção de sucos, polpas congeladas e sorvetes. Em Sergipe, as áreas naturais de mangabeiras estão situadas ao longo do litoral que possui cerca de 163 km de extensão entre a Foz do Rio São Francisco, ao norte, e a Foz do Rio Real, ao sul. Essa região abriga recursos naturais de grande importância socioeconômica e ambiental para comunidades tradicionais de quilombolas, pescadores artesanais, marisqueiras e catadoras de mangaba. As catadoras de mangaba têm vivenciado nos últimos 15 anos um processo de mobilização política para garantir o acesso às áreas nas quais praticam o extrativismo, com o apoio de diferentes instituições. Conquistas como a criação do Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM), acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), representações em diferentes comissões — Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), presidida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); Comissão Mista Intersetorial do Plano Nacional para Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas (Planafe); e Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros e Marinho (Confrem) — bem como o reconhecimento como comunidade tradicional por lei estadual, conferem-lhes visibilidade. Entretanto, a politização e o aumento da amplitude das discussões, antes exclusivamente na esfera local, decorrentes da conscientização dessas mulheres sobre a com os proprietários de terra. Além disso, as conquistas citadas anteriormente não foram importância do seu papel enquanto grupo social, acirraram os conflitos locais, especialmente nos últimos anos, como a falta de acesso à terra; o acesso restrito às mangabeiras nativas; suficientes para reverter os principais problemas existentes para a prática do extrativismo denúncia3 ao Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE), quanto à perda do acesso aos orecursos desmatamento; naturais e canais transformação de comercialização do modo de deficientesvida sofrida etc.pelas Em catadoras 2015, o de MCM mangaba, impetrou que solicitou pela segunda vez que a Embrapa Tabuleiros Costeiros coordenasse as atividades de atualização do mapeamento do extrativismo da mangaba em Sergipe. Neste segundo mapeamento, além da Embrapa Tabuleiros Costeiros, participaram pesquisadores e técnicos da Embrapa Amazônia Oriental, Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SE), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e o MCM, além de lideranças locais, agricultores, agentes de saúde e comerciantes.

1 Para aprofundamento no tema conservação da mangabeira e catadoras de mangaba, ver Mota et al. (2011). 2 A primeira solicitação do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE) ocorreu no ano de 2009 e culminou com a publicação do Mapa do extrativismo da mangaba em Sergipe: ameaças e demandas, editado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SE), a Administração Estadual do Meio Ambiente de Sergipe (Adema-SE), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Sergipe (Semarh-SE), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM). Esse documento foi resultante de um trabalho de pesquisa interinstitucional, coordenado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, por determinação do MPF-SE, em atendimento a uma demanda do MCM (VIEIRA et al., 2009). Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 16 Situação Atual e Perspectivas

O objetivo deste mapeamento foi publicitar e fornecer subsídios para ações do MPF-SE e aprimoramento e elaboração de políticas públicas que visem à conservação das áreas naturais de mangabeiras e dos modos de vidas das comunidades tradicionais a elas relacionadas. Neste documento, estão disponibilizadas informações sobre a situação do de acesso às plantas, importância socioeconômica, problemas e sugestões de melhorias e extrativismoperspectivas para em 2016, o extrativismo destacando da amangaba localização, em Sergipe. superfície Acompanha e situação ainda das áreas,um mapa formas em folha de tamanho A0, em escala 1:160.000.

Metodologia da Pesquisa 19

A abordagem de pesquisa foi qualitativa e quantitativa, tendo como parâmetros para seleção da área e análise comparativa dos dados o Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: ameaças e demandas (VIEIRA et al., 2009). O trabalho de campo foi realizado em 2016, e nos municípios nos quais ocorrem as Grandes Unidades de Paisagem dos Tabuleiros Costeiros e da Baixada Litorânea no Estado de Sergipe, agrupados em três grandes as áreas — Litoral Sul, Região Metropolitana de Aracaju e Litoral Norte — de acordo com suas

Os pesquisadores, técnicos e catadoras de mangaba membros do MCM se dividiram localizações geográficas, visando a facilitar os deslocamentos das equipes. pesquisa e extensão rural. Dessa forma, a equipe da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Embrapa emAmazônia quatro Orientalgrupos. Cada e UFPA um ficoumapeou responsável os municípios pela área de queSanta detinha Luzia maiordo Itanhy, experiência Indiaroba, em Estância, Itaporanga d´Ajuda, correspondentes ao Litoral Sul; Região Metropolitana de Aracaju (Aracaju, São Cristóvão, e Barra dos Coqueiros); e os seguintes municípios do Litoral Norte: Santo Amaro das Brotas, e , estes dois últimos em parceria com a Emdagro. O mapeamento dos municípios de Neópolis, Japoatã, Pacatuba e foi realizado pelo grupo do Incra-SE, completando as áreas pesquisadas no Litoral Norte (Figura 1). Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 20 Situação Atual e Perspectivas

Figura 1. Municípios do Estado de Sergipe pesquisados quanto à ocorrência de áreas naturais de mangabeiras. Ilustração: Davi Ferreira da Silva Metodologia da Pesquisa 21

Como procedimentos de pesquisa foram realizados levantamentos de dados secundários e mapas, observações, conversas informais, entrevistas com roteiros mangabeiras. As conversas informais e entrevistas foram realizadas com atores-chave (dentre semiestruturadoscatadoras de mangaba, e utilizadas lideranças, imagens agricultores, de satélites agentes para identificação de saúde e comerciantes). das áreas naturais Alguns de função de contatos preexistentes. As imagens de satélite foram selecionadas no Laboratório dessesde Geotecnologias atores-chaves da Embrapa foram identificados Tabuleiros Costeiros, pelos técnicos com resolução e pesquisadores radiométrica da equipe, de 12 bits, em m, captadas por sensores a bordo da constelação dos satélites alemães Rapid Eye® dos originariamentemunicípios nos quais com resoluçãoocorrem osespacial Tabuleiros de 6,5 Costeiros m e ortorretificadas e a Baixada Litorâneapara a resolução em Sergipe, de 5 disponibilizadas gratuitamente, em conjunto com seus respectivos metadados, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Essas imagens foram plotadas em escala de 1:15.000, no formato A0. No decorrer do trabalho de campo foram realizadas 51 entrevistas, individual e coletivamente, abrangendo 59 bairros, arruados, povoados ou assentamentos, sendo que, em três povoados e um assentamento, fez-se necessária a realização de mais de uma

97 atores-chaves, destes, 55 eram mulheres extrativistas de mangaba, residentes em entrevista47 bairros, paraarruados, confirmação povoados das e informaçõesassentamentos levantadas. dos municípios Participaram pesquisados. das entrevistas Algumas entrevistas geraram dados sobre mais de uma comunidade3 de catadora, pois em algumas entrevistados tinham conhecimento sobre o extrativismo da mangaba em outras localidades nãovizinhas. era possível Por isso, definir o número limites de localidades de área (onde mapeadas começava é maior uma do quee terminava o número outra) de localidades e/ou os onde residem os entrevistados. 3 Consideramos como localidades de catadoras de mangaba todos os bairros, arruados, povoados e assentamentos mulheres extrativistas de mangaba. identificados, em 2010 (VIEIRA et al., 2009) e durante a nossa pesquisa de campo, como locais de residência de Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 22 Situação Atual e Perspectivas

Os dados levantados por meio dessas entrevistas abordaram temas sobre as principais atividades econômicas, número de famílias residentes nas localidades, número de famílias extrativistas de mangaba, locais de coleta e formas de acesso às mangabeiras, situação das áreas de mangabeiras nativas, problemas e melhorias envolvendo a prática do extrativismo de mangaba, por cada comunidade de catadora de mangaba entrevistada.A maioria das entrevistas foi realizada em pequenos grupos na frente de suas casas ou em locais públicos, considerando a disponibilidade de contribuírem com a pesquisa. Obtida a anuência, a imagem de satélite da localidade e seu entorno era aberta numa mesa, no chão ou em um lugar improvisado e sobre ela, colocada uma folha de plástico transparente, onde as áreas naturais de mangabeiras eram demarcadas com canetas tipo pincel marcador permanente. De posse do mapeamento realizado em 2010 e do aprofundamento das informações fornecidas por catadoras de mangaba entrevistadas, acostumadas a percorrer grandes e crustáceos), em uma entrevista era possível mapear mais de uma comunidade. distânciasEm coletando cada entrevista, recursos os vegetaispesquisadores (frutas, explicaram lenha, fibras a imagem, etc.) e animais mostrando (peixes, os acidentes mariscos casos, houve aqueles que se sobressaíram e se localizaram imediatamente. À medida que geográficos e situaram os entrevistados para facilitar a sua localização. Na maioria dos pincel marcador permanente, sobre as folhas de plástico. Essa técnica permitiu que a mesma eramimagem identificadas, fosse utilizada as áreas em diferentes de mangabeiras entrevistas, nativas sem foram que o demarcadasresultado de com uma canetas interferisse tipo nas demais. A demarcação ora era feita pelo facilitador ora pelo entrevistado, a depender do quanto o entrevistado estivesse à vontade para desenhar sobre a folha. Antes das demarcações ou posteriormente, outro membro da equipe realizava a entrevista semiestruturada para obter as demais informações sobre o extrativismo da mangaba praticado por membros da comunidade. As áreas em que foram levantadas dúvidas sobre a ocorrência de mangabeiras nativas, devido à baixa qualidade da imagem de satélite, foram validadas in loco pela equipe técnica. Os polígonos de demarcação das áreas naturais de mangabeiras, desenhados sobre as folhas de plástico em campo, foram digitalizados com o auxílio do software ArcGis, nos Laboratórios de Geotecnologias da Embrapa Tabuleiros Costeiros e de Geoprocessamento do Incra-SE. Em tabelas, foram compilados os dados levantados por meio do geoprocessamento e os dados obtidos nas entrevistas. Essa formatação facilitou a visualização e análise conjunta dos

em hectare) das áreas naturais de ocorrência dadosde mangabeiras, geográficos bem (localização como as características e superfície socioeconômicas e ambientais do extrativismo da mangaba em Sergipe. Introdução 23

Situação Atual 25

Síntese dos dados A Tabela 1 contém a síntese da compilação dos dados sobre as localidades de catadoras de mangaba e o número de famílias que praticam o extrativismo; importância econômica, problemas e ameaças referentes à prática do extrativismo da mangaba em Sergipe, de acordo com os entrevistados. Nos tópicos a seguir, serão discutidos os dados, na perspectiva de fornecer uma análise sistemática dos resultados obtidos.

Tabela 1. Número total de famílias, número de famílias de catadoras de mangaba, principais atividades que compõem a renda familiar por ordem de importância, problemas e ameaças para a prática do extrativismo da mangaba por município e comunidade de catadoras de

No de famílias Atividades mangaba identificadasLocalidade de em Sergipe, 2016. No de famílias de catadoras principais Município catadoras de Problemas e ameaças da localidade de mangaba na em ordem de mangaba localidade importância(1) Aracaju Bairro Santa Maria(2), 496 35 1. Trabalho Violência urbana (roubo); Prainha assalariado(3); desmatamento (construção 2. Mangaba civil), ocupações de terra

Barra dos Povoado Capoã, 50 50 1. Mangaba/pesca/ Desmatamento (construção Coqueiros Povoado Olhos mangue; civil); doença das d´Água, Povoado 2. Diária(4); mangabeiras; falta de acesso Jatobá 3. Comércio local à terra

Estância Povoado Farnaval, 50 5 1. Mangue; Cercamento das áreas Povoado Gravatá 2. Diária. naturais 3. Aposentadoria

Povoado Manoel 50 40 1. Mangaba/mangue; Desmatamento Dias 2. Diária (construção civil); canais de comercialização (venda dos frutos por meio de intermediários)(5)

Povoado Massadiço, 50 50 1. Mangaba/pesca; Cercamento das áreas Povoado 2. Trabalho naturais Cachoeirinha, assalariado Povoado Coqueiro

Povoado Porto do 769 10 1. Mangue; Canais de comercialização Mato 2. Trabalho (venda dos frutos por meio assalariado; de intermediários) 3. Diária; 4. Mangaba; 5. Agricultura

Povoado 200 80 1. Trabalho - Reboleirinha, assalariado; Povoado 2. Mangaba/mangue; Reboleirinha Grande 3. Agricultura

Continua... Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 26 Situação Atual e Perspectivas

Tabela 1. Continuação.

No de famílias Atividades Localidade de No de famílias de catadoras principais Município catadoras de Problemas e ameaças da localidade de mangaba na em ordem de mangaba localidade importância(1) Indiaroba Povoado 150 40 1. Agricultura; Cercamento das áreas Convento 2. Trabalho naturais assalariado; 3. Comércio intermediário da mangaba

Povoado Pontal, 700 420 1. Pesca/mangue/ Cercamento das áreas Povoado Terra Caída mangaba; naturais, violência (ameaças 2. Comércio local; dos donos terras) 3. Turismo (venda de doces, garçons, travessias de barco)

Povoado Preguiça 350 10 1. Pesca/mangue; Cercamento das áreas de Baixo, Povoado 2. Mangaba/manga; naturais, violência (ameaças Preguiça de Cima 3. Agricultura; dos donos terras) 4. Trabalho assalariado/diária

Itaporanga Assentamento Bom 15 15 1. Agricultura Desmatamento (plantio de d´Ajuda Jesus eucalipto)

Assentamento Darcy 31 11 1. Agricultura; Desmatamento (plantio Ribeiro 2. Mangaba/mangue de eucalipto); violência (ameaças dos proprietários de terra)

Assentamento 51 35 1. Agricultura; Desmatamento (plantio Dorcelina Folador 2 Mangaba; de eucalipto); violência 3. Mangue (ameaças dos proprietários de terra); infraestrutura (falta de transporte para deslocamento das catadoras às áreas de coleta mais distantes)

Assentamento Padre 10 10 1. Agricultura; - Josimo Neto 2. Mangaba; 3. Mangue Povoado Pariporé 44 15 1. Mangaba/mangue; Desmatamento (construção 2. Diária civil)

Continua... Situação Atual 27

Tabela 1. Continuação.

No de famílias Atividades Localidade de No de famílias de catadoras principais Município catadoras de Problemas e ameaças da localidade de mangaba na em ordem de mangaba localidade importância(1) Itaporanga Assentamento Luíza 25 10 1. Mangaba/mangue; Desmatamento (plantio d´Ajuda Mahin 2. Confecção de de eucalipto); violência vassouras de palha; (ameaças dos proprietários 3. Agricultura; de terra); distâncias longas 4. Diária até as áreas de coleta, canais de comercialização (desperdício dos frutos devido à falta de compradores) Povoado Caueira, 400 200 1. Mangaba/mangue; Doença das plantas Povoado Curralinho 2. Trabalho assalariado/diária; 3. Turismo; 4. Agricultura

Povoado Lagoa 60 57 1. Mangue/mangaba; Cercamento das áreas Redonda 2. Diária; naturais 3. Agricultura Povoado Paruí 60 10 1. Pesca; Canais de comercialização 2. Diária; (preços baixos da fruta 3. Mangaba durante a safra); violência (ameaças dos proprietários de terra) Povoado Rio Fundo 50 10 1. Pesca/mangaba; Desmatamento (plantio de do Abaís 2. Turismo; eucalipto); cercamento das 3. Diária; áreas naturais 4. Trabalho assalariado; 5. Agricultura Japaratuba Povoado 100 3 1. Trabalho Desmatamento (plantio de Encruzilhadas assalariado; cana-de-açúcar) 2. Mandioca/farinha

Povoado Porteiras 120 40 1. Mangaba; Desmatamento (plantio 2. Trabalho de cana-de-açúcar); assalariado; cercamento das áreas 3. Diária; naturais 4. Mandioca/farinha Povoado Sapucaia, 75 5 1. Trabalho Desmatamento (plantio de Povoado Moita, assalariado (cidade e cana-de-açúcar) Povoado Baixa cana-de-açúcar); Grande 2. Mangaba Japoatã Povoado Carro 123 20 1. Banana; Desmatamento (plantio de Quebrado 2. Diária; cana-de-açúcar) 3. Mangaba; 4. Confecção de artesanato de palha

Povoado Ladeiras 270 10 1. Trabalho Desmatamento (plantio de assalariado; cana-de-açúcar e eucalipto) 2. Venda de frutas da estação, incluindo a mangaba; 3. Agricultura Povoado Pororoca, 70 20 1. Diária (cana-de- Desmatamento (plantio de Povoado Piauí, açúcar); cana-de-açúcar) Povoado Tapera 2. Trabalho assalariado (cana- de-açúcar) Continua... Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 28 Situação Atual e Perspectivas

Tabela 1. Continuação.

No de famílias Atividades Localidade de No de famílias de catadoras principais Município catadoras de Problemas e ameaças da localidade de mangaba na em ordem de mangaba localidade importância(1) Japoatã Povoado Rancho 100 1 1. Trabalho - assalariado; 2. Agricultura; 3. Aposentadoria

Povoado Três 23 3 1. Aposentadoria; - Cancelas 2. Trabalho assalariado; 3. Agricultura Projeto Ladeirinhas 300 11 1. Aposentadoria; - 2. Trabalho assalariado; 3. Agricultura

Nossa Bairro Piabeta, 300 5 1. Pesca; Violência (roubo e drogas); Senhora do Bairro Taiçoca de 2. Trabalho desmatamento (construção Socorro Dentro assalariado civil); falta de acesso à terra

Pacatuba Povoado Fazenda 40 10 1. Agricultura Não tem áreas de mangaba Nova no povoado

Povoado Junça, 82 40 1. Aposentadoria; Cercamento das áreas Povoado Tejuparis, 2. Serviço Público; 3. naturais; violência (roubo Povoado Maracujá Mangaba/ diária; 4. dos frutos) Artesanato de taboa e pesca Povoado Piranhas 50 1 1. Agricultura; - 2. Trabalho assalariado; 3. Diária

Povoado Tabuleiro 50 4 1. Agricultura; - do Garcia 2. Aposentadoria; 3. Trabalho assalariado

Povoado Tigre, 125 125 1. Diária; Cercamento das áreas Assentamento 2. Artesanato de naturais Independência taboa; Nossa Senhora do 3. Pesca Carmo Pacatuba Povoado Timbó, 94 94 1. Diária; Canais de comercialização Povoado Timbozinho 2. Artesanato (desperdício dos (tarrafas de pesca); frutos devido à falta 3. Mangaba; de compradores); não 4. Diária; regularização da posse 5. Agricultura de terra no povoado Timbozinho Continua... Situação Atual 29

Tabela 1. Continuação.

No de famílias Atividades Localidade de No de famílias de catadoras principais Município catadoras de Problemas e ameaças da localidade de mangaba na em ordem de mangaba localidade importância(1) Pirambu Assentamento 151 130 1. Mangaba; Canais de comercialização Agroextativista São 2. Artesanato de (venda dos frutos por meio Sebastião, Povoado palha; de intermediários) Alagamar, Povoado 3. Agricultura; Pau Seco 4. Pesca

Povoado Aguilhadas 177 10 1. Agricultura; Cercamento das áreas 2. Diária; naturais 3. Pesca Povoado Aningas, 240 30 1. Mangaba; Canais de comercialização Povoado Lagoa 2. Diária; (desperdício dos Redonda 3. Pesca; frutos devido à falta de 4. Agricultura; compradores) 5. Criações (galinha, porco) Povoado Santa Izabel 60 30 1. Mangaba/pesca; Cercamento das áreas 2. Diária; naturais 3. Artesanato de palha Santo Amaro Assentamento Hugo 35 35 1. Venda de frutas da Violência (roubo); das Brotas Heredia, Povoado estação, incluindo a desmatamento (ocupações Angelim, Sapé, mangaba de terra) Povoado Aldeia

São Povoado Caípe Novo, 53 10 1. Venda de frutas da Canais de comercialização Cristóvão Maria Ramos estação, incluindo a (falta de compradores) mangaba; 2. Pesca/mangue St. Luzia do Povoado Cajazeiras, 200 5 1. Mangue/pesca; Canais de comercialização Itanhy Povoado Bode 2. Agricultura; (falta de compradores) 3. Diária

Povoado Pedra 75 20 1. Mangue/pesca; - Furada 2. Mangaba; 3. Agricultura; 4. Diária Povoado Rua da 400 1 1. Pesca/mangue Não tem áreas de mangaba Palha no povoado; canais de comercialização (falta de compradores)

(1) A venda da mangaba foi considerada de importância secundária para a composição da renda familiar dos extrativistas, quando não houver registro nesta coluna. (2) Número de domicílios particulares e coletivos (IBGE, 2010). Todos os outros dados são estimativas fornecidas pelos entrevistados, conforme descrito na metodologia. (3) Trabalho assalariado com carteira assinada, por exemplo, em usinas de cana-de-açúcar, fazendas (caseiros e segurança), projetos de irrigação e construtoras. (4) Trabalho ocasional com pagamento por dia para realizar atividades em canaviais, coqueirais, na construção civil e atividades domésticas (faxinas). (5) Embora a venda da manbaga por meio de intermediários seja uma forma importante de comercialização dos frutos, entrevistados de algumas localidades de catadoras de mangaba consideram os preços pagos por eles baixos, comparados aos praticados no mercado. Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 30 Situação Atual e Perspectivas

Localidades de catadoras de mangaba De todos os 15 municípios — Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Estância e Itaporanga d’ Ajuda (litoral Sul), Aracaju, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros (Região Metropolitana de Aracaju), Pirambu, Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas, da área de abrangência desta pesquisa, não foram localizadas áreas naturais de ocorrência Japaratuba,de mangabeiras Pacatuba, apenas Neópolis, em Neópolis Japoatã e Brejo e Brejo Grande Grande (litoral (litoral Norte). Norte) Entretanto, — que fizeram destacam-se parte duas iniciativas de plantio de mangabeiras em áreas de sítio próprio, no povoado Mundéu da Onça, em Neópolis, e no povoado Terra Vermelha, em Brejo Grande. nas quais 1.776 famílias se dedicam ao extrativismo da fruta. No mapeamento realizado Nos demais municípios, foram identificadas 72 localidades de catadoras de mangaba, (VIEIRA et al., 2009). Seis localidades que aparecem somente neste segundo mapeamento emsão 2010,decorrentes foram doidentificadas nível de detalhamento 64 localidades adotado de catadoras por cada de entrevistado mangaba, emquando 13 municípios solicitado a listar os nomes das localidades vizinhas que também coletam mangaba. Mesmo assim, não houve alteração da área de abrangência entre as duas pesquisas. Contudo, na Região Metropolitana de Aracaju, este mapeamento contemplou o Município de Nossa Senhora do

Bairro Taiçoca de Dentro), que não foram apontadas por Vieira et al. (2009). Socorro,Também, identificando foram duas encontradas localidades pequenas de catadoras chácaras de mangaba com mangabeiras(Loteamento Piabetinhanativas nos e bairros Mosqueiro, Robalo, Areia Branca e Pantanal, em Aracaju. Pela distância do centro comercial e proximidade às praias do litoral Sul e estuário do Rio Vaza-Barris, essas chácaras são utilizadas como locais de lazer e descanso e, em alguns casos, locação para festas, sendo grande parte de suas áreas ocupadas por casas, garagens, áreas de entretenimento e jardins com plantas exóticas. Diante desse cenário de urbanização e ausência de coleta de frutos por membros de localidades extrativistas, essas áreas não foram consideradas para este mapeamento. Situação Atual 31

Importância socioeconômica do extrativismo As catadoras de mangaba, segundo Mota et al. (2011), dominam práticas e saberes que possibilitaram ao longo do tempo a sobrevivência de suas famílias e a conservação dos produtos do extrativismo vegetal (mangaba e outras frutas, palhas de palmeiras etc.) e animal (peixes, mariscos, crustáceos). Por isso, quando a conservação do extrativismo da mangaba é abordada, deve-se levar em consideração a manutenção dos modos de vidas dessas mulheres que, segundo os entrevistados, organizam seu tempo de trabalho não apenas entre as diferentes atividades de coleta, mas também com a agricultura, trabalho assalariado e diárias (construção civil, turismo, comércio, agricultura etc.). O extrativismo da mangaba, em ordem de importância, é a primeira fonte de renda para 38,89% das localidades de catadoras de mangaba do Estado de Sergipe. Em 29,72% das entrevistas, a coleta da mangaba estava associada na mesma ordem de importância para a composição de renda que a pesca e/ou a coleta de produtos oriundos do manguezal (Figura 2).

A B

C D

Figura 2. Importância do extrativismo da mangaba na composição da renda familiar das comunidades de catadoras de mangaba do Estado de Sergipe, 2016. Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 32 Situação Atual e Perspectivas

Da mesma forma que no trabalho de mapeamento do extrativismo da mangaba executado por Vieira et al. (2009), este estudo também evidenciou a comercialização do fruto como primeira e segunda fontes de renda para 27,72% das localidades de catadoras de mangaba entrevistadas do litoral Sul e 22,22%, das localidades do litoral Norte. No litoral Sul , o extrativismo da mangaba é considerado como primeira fonte de renda para a maior parte das localidades (12), localizadas nos municípios de Itaporanga d´Ajuda (6 localidades), Estância (4) e Indiaroba (4). Em Santa Luzia do Itanhy, o extrativismo de peixes e mariscos, seguido da agricultura, é a maior fonte de renda das famílias de catadoras de mangaba. No Município de Indiaroba, a comunidade do Convento apontou o extrativismo da mangaba como sendo de importância secundária para a composição da renda familiar, contudo o comércio intermediário da fruta neste povoado é expressivo. Já nos povoados de peixes e mariscos em primeiro, e a coleta da mangaba em segundo lugar. Em Estância, as Preguiçalocalidades de deBaixo Farnaval e Preguiça e Gravatá, de Cima, também as catadoras consideraram de mangaba o extrativismo classificaram de peixes o extrativismo e mariscos como a primeira fonte de renda familiar, entretanto, apontaram a venda da mangaba como fonte de renda secundária. No litoral Sul, apenas nas localidades de Reboleirinha e Reboleirinha Grande, em Estância, o extrativismo da mangaba, peixes e mariscos ocupou o segundo lugar, atrás de postos de trabalhos assalariados. Em Itaporanga d´Ajuda, as localidades de catadoras de mangaba dos assentamentos Darcy Ribeiro, Dorcelina Folador e Padre Josimo Neto atribuíram ao extrativismo do fruto o segundo lugar na importância da atividade para composição da renda familiar, logo após a agricultura; as catadoras de mangaba do povoado Paruí consideraram, nesta ordem, a pesca, venda do dia de trabalho (diária) e extrativismo da mangaba como as principais atividades econômicas familiar; a coleta da mangaba foi considerada como renda secundária apenas pelos entrevistados do assentamento Bom Jesus. Situação Atual 33

Na Região Metropolitana de Aracaju, nos municípios de São Cristóvão e Barra dos Coqueiros, o extrativismo da mangaba é a principal fonte de renda para as famílias das mulheres que coletam os frutos. Em Aracaju e Nossa Senhora do Socorro, a renda assalariamento. familiarNo nas litoral quatro Norte, localidades as quatro identificadas localidades neste de catadorasestudo é composta de mangaba prioritariamente do Município por de primeira fonte de renda familiar. Em Pirambu, todas as localidades apontaram a coleta Santoe venda Amaro da mangaba das Brotas como têm renda venda mais diversificada importante. de frutas,Apenas inclusive a comunidade a mangaba, do povoado como a Aguilhadas não considerou a venda da mangaba como primeira fonte de renda familiar, atribuindo à atividade uma importância secundária. Em Japaratuba, Pacatuba e Japoatã, a maior parte dos membros das famílias catadoras de mangaba desses municípios vende mão de obra para empresas do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis, em Neópolis, e usinas de cana-de-açúcar. Entretanto, em Japaratuba, a venda da mangaba e seus derivados é a primeira fonte de renda do povoado Porteiras. Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 34 Situação Atual e Perspectivas

Áreas de ocorrência e formas de acesso às plantas As áreas de ocorrência de mangabeiras nativas no Estado de Sergipe ocupam 34.033 ha, o equivalente a 1,55% da área total do Estado de Sergipe (mapa em anexo; Tabela 2). Devido às proibições de acesso, membros das localidades de catadoras de mangaba de acesso: i) livre (áreas de particulares, da União, do Estado e dos Municípios, bem como, identificadasas áreas de preservação praticam o ambientalextrativismo dos da assentamentos, fruta em 31.302 onde ha, conformequalquer pessoaas seguintes pode formascoletar os frutos); ii) sítios próprios (somente os donos da terra podem coletar os frutos); iii) concedidas para coleta em áreas de terceiros (catadoras de mangaba com consentimento do dono da terra podem coletar, sem nenhum custo para quem coleta); iv) compra em áreas de terceiros (catadoras de mangaba com consentimento do dono da terra podem coletar, mas têm que pagar pelos frutos, em dinheiro); v) venda diária da força de trabalho em áreas de terceiros (os donos da terra pagam as catadoras de mangaba pelo dia de coleta de frutos. cede a área, mediante prazo e valor negociados). Nesse caso, todos os frutos ficam com o dono da terra); vi) arrendamento (o dono da terra Introdução 35 ------472,33 153,12 134,94 505,77 Área Área 1.465,12 2.731,28 proibida ------Área Área arrendada 134,49 134,49 ------18,63 acesso acesso 18,63 Área de Área (diária) terceiro terceiro em sítio -

278,20 514,18 564,71 ------

1.557,83 2.914,91 Área de Área acesso em sítio terceiro (compra) 21,91 ------257,32 243,83 111,87 257,38 211,61 102,10 oncedidas oncedidas 1.206,02 Área de Área acesso em sítio terceiro ( c coleta) para Áreas (ha) por tipos de acessos e proibição 74,51 467,08 310,59 198,39 524,57 118,00 - 1.594,60 2.504,14 5.088,30 3.695,10 1.982,01 1.512,87 18.070,16 Área de Área acesso em sítio próprio - - - 27,46 45,77 353,56 796,69 500,32 150,55 Área de Área acesso livre 1.887,78 1.020,88 2.046,20 2.128,82 8.958,04 284,79 198,39 163,77 327,15 1.872,80 3.238,93 1.599,82 7.741,98 2.919,93 4.715,98 2.482,33 5.834,27 2.653,39 Áreas naturais de mangabeiras 34.033,53 9.190 18.014 64.763 31.209 75.443 36.439 41.339 15.501 37.716 19.821 23.523 44.069 33.371 434.897 Área total . Áreas dos municípios e dos remanescentes de mangabeiras por tipos e proibição de acesso às plantas realizado pelas localidades de catadoras de mangaba de mangaba pelas localidades de catadoras às plantas de acesso realizado por tipos e proibição de mangabeiras remanescentes dos municípios e . Áreas Municípios Aracaju dos Coqueiros Barra Estância Indiaroba d’Ajuda Itaporanga Japaratuba Japoatã do Socorro Nossa Senhora Pacatuba Pirambu das Brotas Amaro Santo São Cristóvão Santa Luzia do Itanhy do Estado Total Tabela 2 Tabela 2016. do Estado de Sergipe, Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 36 Situação Atual e Perspectivas

As áreas naturais de mangabeira ocorrem em 7,8% do Estado de Sergipe, estando a maior parte nos municípios de Itaporanga d´Ajuda (23%), Pirambu (17%) e Japoatã (14%). Pirambu é o município que possui a maior extensão ocupada com áreas naturais de mangabeira (29% do seu território), seguido de Barra dos Coqueiros (20%) e Japoatã (11%). Os dois principais tipos de acesso das catadoras de mangaba às áreas são no próprio sítio e livre. O tipo de acesso sítio próprio é praticado em 53% dessas áreas, destes, 28% estão em Itaporanga d´Ajuda, 20%, em Japoatã e 13%, em Estância. As catadoras de mangaba têm acesso livre para coleta dos frutos em 26% das áreas naturais de mangabeiras no estado, principalmente nos municípios de Santo Amaro das Brotas (24% das áreas de acesso livre), Pirambu (23%) e Japaratuba (21%). Em 9% das áreas do estado, elas coletam e pagam pelos frutos. Esse acesso aqui denominado de compra é praticado em Pirambu (53% das áreas de acesso por compra), Japaratuba (19%) e Indiaroba (17%). No tipo de acesso em área de terceiros concedidas para coleta (4% das áreas naturais de mangabeira em Sergipe), destaca-se a parceria estabelecida em 2014, entre a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a Associação de Moradores da Prainha, que concedeu permissão às mulheres catadoras de mangaba da comunidade da Prainha para coletarem os frutos na área do Aeroporto Santa Maria, em Aracaju. Foi realizado um credenciamento e fornecido no decorrer do ano. Até 2014, os muros do aeroporto estavam em mau estado de conservação, cracháspermitindo de identificação que pessoas parativessem 32 mulheres acesso a adultas sua área coletarem interna, mangabasem qualquer 3 vezes controle, por semana, o que comprometia a segurança delas e do próprio aeroporto. Com menos expressão, foram

áreas naturais de mangabeira em Sergipe, nos municípios de Estância e Itaporanga d´Ajuda, identificadosrespectivamente. os acessos As áreas por naturais venda diáriade mangabeira da força de no trabalho Estado onde e arrendamento as catadoras em de mangaba0,5% das são proibidas de praticar o extrativismo da fruta estão localizadas em Itaporanga d´Ajuda (54% das áreas proibidas), Pirambu (19%) e Estância (17%). Para comparar a situação das áreas naturais de mangabeiras em 2016 com a situação de 2010, foram excluídas as áreas do Município de Nossa Senhora do Socorro e parte das áreas localizadas entre marés de Santo Amaro das Brotas, Itaporanga d´Ajuda e em dunas de Pirambu que não foram indicadas no mapeamento de 2010 (VIEIRA et al., 2009), totalizando 8.796 ha. Sendo assim, pode-se inferir que, nos últimos 6 anos, houve uma redução de 10.456 ha (29,6%) das áreas de ocorrência natural de mangabeiras mapeadas (Figura 3). Os municípios que mais sofreram com a redução do tamanho das áreas de ocorrência natural de mangabeiras foram Estância (47,60%), Barra dos Coqueiros (41,47%), Japoatã (36,34%), Indiaroba (32,18%), Pirambu (23,25%), Japaratuba (22,31%), Pacatuba (13,61%) e Itaporanga d´Ajuda (11,75%). Introdução 37

Figura 3. Situação das áreas naturais de ocorrência de mangabeiras no Estado de Sergipe, entre 2010 e 2016. Ilustração: Roberto Alves de Souza Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 38 Situação Atual e Perspectivas

Circuitos de comercialização As catadoras de mangaba de Sergipe utilizam diferentes estratégias para ingressar nos circuitos de comercialização, que são formas de acesso às áreas de coleta e aos locais definidas, principalmente, a depender das se as parcerias de compra e venda de frutos deentre venda. as catadoras Nos últimos de mangaba 6 anos, intensificaram- e os donos das áreas de coleta, em especial nos municípios de Pirambu, Japaratuba e Indiaroba, fazendo com que estes donos assumissem um papel importante nos circuitos de comercialização da mangaba. No imóvel rural São José do Arrebancado, em Barra dos Coqueiros, por exemplo, uma área de 146 ha, cujo acesso era livre até 2008, sendo proibido de 2009 a 2010, o dono da propriedade passou a cobrar pelos frutos coletados pelas catadoras de mangaba. Além das extrativistas e dos donos de terra, também participam desses circuitos intermediários, feirantes, processadores (fábricas de polpas, sorveterias, unidades de beneficiamentocampo, entre os coletivas),donos de terra, restaurantes, catadoras lanchonetes, de mangaba supermercados, e intermediários. Companhia Nacional Destaca-sede Abastecimento o aumento (Conab) das evendas consumidores dos frutos finais. entre A venda catadoras do fruto de mangaba,pode acontecer especialmente ainda no de 2010, nos municípios de Indiaroba, Estância, Barra dos Coqueiros e Japaratuba. A maior paraparte a do confecção fruto que de é vendidaprodutos para nas as unidades fábricas dede beneficiamentopolpas, sorveterias, coletivas, redes deinstaladas supermercados a partir e exportada para outros estados é comercializada por meio de intermediários que compram a produção nas localidades e transportam até o local de revenda. No período de 2007 a 2011, catadoras de mangaba de Indiaroba e Santa Luzia do Itanhy participaram do PAA, por meio da venda de frutos e polpa (MOTA et al., 2014). Segundo a Conab (2016), a entrega dos produtos foi suspensa por problemas burocráticos. Introdução 39

A proximidade aos centros urbanos (mercados centrais e feiras livres) e aos pontos turísticos, o estado de conversação das estradas, a qualidade do transporte público, a garantia arranjos de comercializando, podendo ser mais ou menos amplos (Figura 4).

de compra e venda e preços são as principais variáveis que influenciam na formação dos Consumidor Final Consumidor Fluxograma dos circuitos de comercialização da mangaba em Sergipe. da mangaba de comercialização dos circuitos Fluxograma adaptado de Mota et al. (2011). Figura 4. Figura Fonte: Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 40 Situação Atual e Perspectivas

Principais problemas e ameaças Segundo os entrevistados, os principais problemas e ameaças à prática do extrativismo da mangaba em Sergipe são: desmatamento para agricultura (plantios de cana- de-açúcar e eucalipto), construção civil (hóteis e condomínios residenciais) e ocupações de por meio de intermediários, desperdício dos frutos, falta de transporte público e privado terra,para deslocamento cercamento das das áreas, catadoras infraestrutura de mangaba e canais às áreas de comercialização de coleta mais deficientes distantes, (vendapreços baixos e falta de compradores e intermediários), violência (roubo, furto, drogas, ameaças dos donos das terras), falta de acesso à terra, ausência de mangabeiras onde residem e /ou entorno (nunca existiram ou foram cortadas), regularização da posse das terras ocupadas por extrativistas em Pacatuba e a doença das plantas conhecida como seca-da-mangabeira em Itaporanga d’Ajuda. Não foram registrados novos problemas e ameaças relacionadas à construção de viveiros de camarão, que foi uma das principais ameaças encontradas no primeiro mapeamento, em 2009. Isso se deve ao fato de que não houve surgimento ou ampliação desses empreendimentos no estado, no período entre o último mapeamento e este, segundo os entrevistados. Introdução 41

Ressalta-se que existem membros de localidades de catadoras de mangaba que coletam frutos em áreas localizadas nos seus municípios de residência e em municípios vizinhos. Assim, os problemas e ameaças de uma determinada localidade de catadoras de mangaba, podem afetar a ela própriase a outras localidades que coletam nas mesmas áreas (Figura 5). Davi Ferreira da Silva Ferreira Davi Número de localidades de catadoras de mangaba por município afetadas pelos principais problemas e ameaças à prática do extrativismo do extrativismo e ameaças à prática problemas pelos principais por município afetadas de mangaba de localidades catadoras Número Figura 5. Figura 2016. no Estado de Sergipe, Ilustração: Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 42 Situação Atual e Perspectivas

As áreas de mangabeiras nativas sofrem desmatamento com a expansão dos centros urbanos, o avanço dos plantios de cana-de-açúcar e eucalipto, além da expansão e melhoria da malha rodoviária que têm atraído mais investimentos imobiliários e turísticos para o litoral de Sergipe. De acordo com os entrevistados, 37 localidades de catadoras de mangaba estão impedidas de praticar o extrativismo da fruta devido ao desmatamento das áreas. Essas localidades estão localizadas nos municípios de Itaporanga d´Ajuda (9), Estância (5), Japaratuba (5), Santo Amaro das Brotas (5), Aracaju (2), Barra dos Coqueiros (4), Japoatã (4) e Nossa Senhora do Socorro (1). Observa- se que o desmatamento ocorreu em áreas situadas no Bioma Mata Atlântica, inclusive em ambientes com vegetação nativa e em adiantado estágio de regeneração, portanto, protegidas por lei. Segundo o IBGE (2014), a área plantada com cana-de-açúcar, em Sergipe, aumentou de 46.665 ha, em 2013, para 52.903 ha, em 2014. O Município de Japaratuba teve a sua área plantada quase que duplicada nesse mesmo período, de 5.478 ha, em 2013, para 9.777 ha, em 2014. Concomitantemente ao avanço da cultura da cana-de-açúcar, cinco localidades de catadoras de mangaba de Japaratuba e quatro de Japoatã (12,5% das localidades de catadoras de mangaba do estado) enfrentam o problema do desmatamento das áreas nas quais praticam o extrativismo da mangaba. Sobre o avanço dos plantios de eucalipto no Estado de Sergipe, foram divulgados lugar de destaque, se comparada aos anos anteriores, quando não apareciam nas estatísticas. dadosDe acordo oficiais com apenas o IBGE a(2014), partir dosde 2014, municípios o que pesquisados,pode-se inferir Japaratuba, que a cultura Estância, está Itaporangaassumindo d´Ajuda, Santa Luzia do Itanhy, Japoatã, Neópolis, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Santo Amaro das Brotas aparecem com áreas plantadas de eucalipto (Tabela 3). Com relação à produção, o Município de Itaporanga d’ Ajuda destaca-se como maior produtor de lenha e madeira em tora do estado, com 42,6 mil m³ e 18,2 m³, respectivamente, seguido por Neópolis, com 11,5 mil m³ de lenha. Além disso, houve um aumento maior que o dobro da produção estadual de eucalipto de Sergipe, entre 2013 e 2014, com destaque para Itaporanga d’Ajuda que passou de 13,2 mil m³ para 25,6 m³ de lenha, e de 10 mil m³ para 18,2 mil m³ de madeira para tora, e também São Cristóvão e Japoatã, que sequer eram mencionadosdas causas do nasdesmatamento estatísticas das de 2013.áreas Essesnaturais dados de mangabeiras oficiais, as imagensnativas. A de derrubada satélite e de as falasmangabeiras das catadoras nativas de para mangaba o plantio ratificam de eucalipto a expansão impacta dos negativamente plantios do eucalipto em oito localidades como uma de catadoras de mangaba de Itaporanga d’ Ajuda e quatro de Estância, representando

16,67% das localidades identificadas. Introdução 43 ------18.198 Produção de Produção em tora madeira (m³) 360 - - - - - 1.345 3.760 2014 11.513 25.595 Produção de Produção lenha (m³) 18 76 28 91 336 105 303 103 484 1.200 Área plantada (ha) ------10.000 Produção de madeira de madeira Produção (m³) em tora 2013 ------13.200 12.199 Produção de Produção lenha (m³) ------Área plantada (ha) Municípios produtores de eucalipto do litoral de Sergipe, 2013-2014. de Sergipe, do litoral de eucalipto Municípios produtores IBGE (2014). Município Estância Indiaroba d’Ajuda Itaporanga Japaratuba Japoatã Neópolis do Socorro Nosa Senhora Santa Luzia do Itanhy das Brotas Amaro Santo São Cristóvão Tabela 3. Tabela e não apenas do litoral. mesorregiões em 2014, inclui municípios de outras o Estado de Sergipe, plantada para de área total Obs.: O valor Fonte: Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 44 Situação Atual e Perspectivas

Em adição, a conclusão de várias obras de pavimentação e construção de pontes, turísticos, hoteleiros e imobiliários, em detrimento à conservação da vegetação nativa. interligandoNesse sentido, o litoral foram do construídas Estado de Sergipe, a Ponte intensificaram Construtor João os interesses Alves, de dos1,8 empreendedoreskm de extensão, inaugurada em 2006, sobre o Rio Sergipe; a Ponte Joel Silveira, medindo 1,08 km, sobre o Rio Vaza-Barris, entre o povoado Mosqueiro, em Aracaju, e o povoado Caueira, em Itaporanga d´Ajuda; a Ponte Gilberto Amado, medindo 1,712 km, sobre o Rio Piauí, em 2013, entre os povoados de Terra Caída, em Indiaroba, e Porto do Mato, em Estância; a pavimentação da rodovia SE-285, com 8,5 km de comprimento, que interliga os povoados Convento, Preguiça e Pontal, em 2012; a pavimentação e o alargamento do trecho da rodovia SE-100, entre os municípios de Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, concluído em 2012, com 14 km de extensão. Segundo entrevistados, o desmatamento dos remanescentes de mangabeiras para a construção de condomínios, loteamentos e resorts é um dos principais problemas para a prática do extrativismo por localidades de catadoras de mangaba situadas às margens e no entorno das rodovias citadas anteriormente nos municípios de Barra dos Coqueiros (3 localidades), Estância (1) e Itaporanga d´Ajuda (1), ou seja, 7,14% das

A facilidade de transporte entre áreas rurais e centros urbanos, por meio de melhoriaslocalidades na identificadas. malha viária do litoral de Sergipe, também, atrai diversos movimentos sociais urbanos, que reivindicam principalmente direito à moradia, conforme observado no Município de Santo Amaro das Brotas. Às margens da SE-240 (Rodovia Delmiro Gouveia), na área de preservação ambiental (reserva legal) da comunidade de catadoras de mangaba de mais de 100 barracos em uma ocupação de terra. do AssentamentoO processo Hugo de urbanizaçãoHerédia, verificou-se do Município o corte de de Nossa mangabeiras Senhora nativas do Socorro, para instalação na área metropolitana de Aracaju, ocorreu por meio da construção de diversos conjuntos residenciais populares, restando apenas 198,39 ha de áreas naturais de ocorrência de mangabeira. Situação semelhante se deu no Bairro Santa Maria, em Aracaju, cuja área atual de 284,79 ha de mangabeiras nativas pertence à Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e ao Ministério da Defesa (Aeronáutica), no entorno e dentro do Aeroporto Santa Maria, respectivamente. Em 2014, a Aeronáutica doou grande parte das áreas externas ao aeroporto que possuía na região para a PMA, como permuta por serviços de melhoria na infraestrutura do aeroporto (reforma do muro). A previsão é de que essas áreas doadas sejam suprimidas para construção de conjuntos residenciais populares e ampliação do aeroporto. Desde então, a perspectiva de construção de casas populares tem despertado o interesse de grupos conhecida como “Invasão das Mangabeiras”. Entrevistados das localidades do Bairro Santa deMaria pessoas e da quePrainha se identificam relataram como que forammembros derrubadas de diferentes centenas movimentos de mangabeiras sociais pela e outras área, fruteiras para a construção dos barracos na referida ocupação de terra. Introdução 45

Cercamento das áreas naturais O cercamento das áreas de mangabeiras nativas, onde o acesso às plantas para coleta dos frutos era livre no passado, foi apontado por 21 localidades de catadoras de mangaba (29,17%) como um dos principais problemas para a prática do extrativismo em Pacatuba (5 localidades), Indiaroba (5), Estância (5), Itaporanga d´Ajuda (5) e Japaratuba (1). Quando o acesso às plantas pelas localidades de catadoras de mangaba, que anteriormente era livre, cercamentopassou a ser de realizado uma determinada em parceria área com é oapontado dono da terracomo ou um foi problema, proibido. significa dizer que o Uma das causas apontadas pelos entrevistados para o elevado número de áreas cercadas nos últimos 6 anos foi o acirramento das disputas pela terra devido à mobilização social das catadoras de mangaba e instituições parceiras para criação de unidades de conservação em Sergipe, em especial nos municípios de Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas e nos municípios do litoral Sul. Em Barra dos Coqueiros, por meio do Decreto no 2.291 de 7 de maio de 2008, a rural São José do Arrebancado, também conhecido como Filizola, com área medida de 146 Presidênciaha (BRASIL, da2008), República situação declarou revertida de interesse a favor do social, proprietário, para fins conforme de reforma nota agrária, no 142/2012/ o imóvel PFE/GDS-Incra/SE/PGF/AGU (BRASIL, 2012). Desde então, o acesso das catadoras de mangaba para coleta de frutos nessa área passou de livre até 2007, a proibido de 2007 a 2010 e por meio de compra de 2010 até 2016. Em 2008, o Governo do Estado de Sergipe anunciou a proposta de criação do Parque Estadual das Dunas, entre os municípios de Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, cujo Decreto deveria ter sido editado pelo governador da época, Marcelo Déda, em 2010. A criação de um Parque Estadual, em especial, requer ampla discussão quanto à sua característica legal, já que impede a prática de qualquer tipo de extrativismo em sua área de abrangência. Embora, não seja área de mangabeiras nativas, o polígono previsto abrange portos e manguezais utilizados pelas famílias de catadoras de mangaba para a prática da pesca e coleta de mariscos e crustáceos. Em junho de 2017, o decreto que criava o Parque Estadual das Dunas estava com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), para depois ser chancelado pelo então governador Jackson Barreto. Assim como no litoral Norte, a possibilidade de cessão de suas terras para a reforma agrária induziu os proprietários de áreas de mangabeiras nativas no litoral Sul a estabelecer regras para limitar ou proibir a entrada de membros de localidades extrativistas em suas como de acesso proibido, foi apontada pelas catadoras de mangaba em 2010, ainda como propriedades.área de acesso Em livre Itaporanga para a coleta d´Ajuda, de frutos a área de demangabeiras. 1.465,12 ha A identificada demarcação nesta dos limites pesquisa da Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe (Resex Litoral Sul) em 2010, abrangendo os municípios de Indiaroba, Santa Luzia do Itanhy, Estância e Itaporanga d´Ajuda, como resultado de reivindicações do MCM e de colônias de pescadores, em parceria com organizações não governamentais e instituições de pesquisa, ensino e extensão, tem sido levantada pelas catadoras de mangaba como a principal causa para essa proibição de acesso às plantas e aos recursos marinhos. Contudo, até junho de 2017, o processo de criação da Resex Litoral Sul ainda se encontrava na Coordenação de Criação de Unidades Conversação (COCUC) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que deverá reavaliar a proposta, devido a uma manifestação de interesse do Ministério de Minas e Energia (MME) por parte da área demarcada para exploração de gás e petróleo. Também em Itaporanga d´Ajuda, encontra-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caju (RPPN do Caju), pertencente à Embrapa, na qual há uma área de mangabeiras nativas de 4,7 ha, usada apenas para fins de pesquisa e visitação, de acordo com a legislação vigente. Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 46 Situação Atual e Perspectivas

Infraestrutura e canais de comercialização deficientes Segundo os entrevistados, problemas de infraestrutura e canais de comercialização são enfrentados por 18 (25%) das localidades de catadoras de mangaba de Sergipe. A venda por meio de intermediários, o desperdício dos frutos, a falta de transporte para as áreas de coleta, os preços baixos e falta de compradores foram os pontos considerados como problemas de infraestrutura e canais de comercialização nesta pesquisa (Figura 6).

5

4

3

3

1 de localidades

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1 1

1 2 2 2 2 3

1 1 1

0 Pirambu Santa Luzia do Itanhy Estância Pacatuba São Cristóvão Indiaroba Itaporanga d’Ajuda Japaratuba

Municípios

Falta de transporte Desperdício de frutos Falta de compradores para área de coleta Falta de transporte para Intermediários Preços baixos escoamento dos frutos

Figura 6. Número de localidades de catadoras de mangaba por município que sofrem com infraestrutura e canais de comercialização deficientes para a prática do extrativismo da fruta em Sergipe, 2016. Introdução 47

Violência Em algumas áreas de ocorrência de mangabeiras nativas, segundo entrevistados, tipo de ameaça caso entrem sem consentimento em determinadas propriedades, sobretudo 8,33%nos municípios das localidades de Itaporanga de catadoras d´Ajuda de (3mangaba localidades), identificadas Pacatuba nesta (3) epesquisa Indiaroba sofrem (4). algum Ainda segundo entrevistados, 11,11% das localidades de catadoras de mangaba de Sergipe tem enfrentado problemas com roubos e furtos de residências e de frutos ainda no campo, alguns supostamente praticados por usuários de drogas. Essas localidades estão nos municípios de Barra dos Coqueiros (5), Aracaju (2) e Nossa Senhora do Socorro (1), a área

Falta de acesso à terra e às áreas naturais de mangabeiras mais urbanizada onde ocorrem mangabeiras nativas em Sergipe. A falta de acesso à terra é uma ameaça ao extrativismo de mangaba em todas as localidades de Sergipe, exceto no caso dos sítios localizados em Itaporanga d´Ajuda, Estância e São Cristóvão, e os assentamentos. Nesses sítios, os entrevistados relataram necessidades. Diferente do que ocorre em outras localidades, em Indiaroba, Pirambu e queBarra o dostamanho Coqueiros, da área cujos e a sítiosquantidade de propriedade de mangabeiras de catadoras são suficientes de mangaba para são suprir pequenos as suas e, consequentemente, com poucas mangabeiras. No caso dos assentamentos, o acesso à terra está garantido conforme a Política de Reforma Agrária. Catadoras de mangaba precisam percorrer longas distâncias para coletar os frutos, uma vez que residem em áreas que não possuem mais remanescentes de mangabeiras (Ladeiras, em Japoatã, e Rua da Palha, em Santa Luzia do Itanhy) ou onde os recursos naturais estão escassos (Assentamento Luíza Mahin, em Itaporanga d´Ajuda), neste caso, devido ao desmatamento para plantio de eucalipto. Em Timbozinho, Município de Pacatuba, famílias que há mais de 15 anos sobrevivem da agricultura e extrativismo de uma área no povoado estão em situação de insegurança reivindicam a regularização da posse da terra. Doença das plantas Em duas localidades (Jatobá, em Barra dos Coqueiros, e Caueira, em Itaporanga d’Ajuda) foi relatada a ocorrência de seca-da-mangabeira, uma doença possivelmente causada por um fungo cosmopolita chamado Lasiodiplodia theobromae, que pode levar à morte da planta. Recomenda-se que a orientação técnica para o seu controle deva ser realizada por extensionistas rurais e técnicos.

Perspectivas 51

Os resultados deste mapeamento mostram uma redução das áreas naturais de ocorrência de mangabeiras de 10.456 ha (29,6%), no período de 2010 a 2016. Como principais causas são apontadas o desmatamento para plantios de eucalipto e cana-de- açúcar e a construção civil. Nas áreas recentemente ocupadas por eucaliptos, especialmente no Município de Itaporanga d´Ajuda, catadoras de mangaba e suas famílias estão alijadas do processo produtivo. Considerando-se esses dados, as perspectivas são críticas e medidas emergenciais devem ser traçadas para impedir o corte de mangabeiras em Sergipe. Deve-se ressaltar que a localização das áreas de ocorrência natural de mangabeiras em quatro Áreas de Proteção Ambiental (APAs) estaduais — APA Rio Sergipe, APA Foz do Rio Vaza-Barris – Ilha do Paraíso, APA Litoral Sul e APA Litoral Norte — todas elas inseridas no Bioma Mata Atlântica, cuja vegetação é legalmente protegida, não impediu que qualquer atividade de desmatamento da vegetação nativa fosse realizada. O desmatamento nessa região do bioma Mata Atlântica põe em risco a biodiversidade existente. Seria recomendável desmatamentos ilegais. uma atuaçãoNo litoral mais Norte, incisiva simultaneamente dos órgãos ambientais, ao avanço com ados finalidade plantios de de coibir cana-de-açúcar e punir os sobre os remanescentes de mangabeiras, o número de famílias de catadoras de mangaba diminuiu em 12,83%, nos últimos 6 anos. Com a perda dos territórios onde praticavam o extrativismo, membros dessas famílias têm buscado ocupação nos postos de trabalhos assalariados e vendido o dia de trabalho nas usinas de cana-de-açúcar, atividade importante para a composição da renda familiar nos municípios de Pacatuba, Japoatã e Japaratuba. O processo de urbanização crescente em todo litoral sergipano é mais um instrumento de pressão sobre os recursos naturais dos Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea, que inclui também os ecossistemas de restingas, dunas e manguezais, uma vez que atrai grandes investidores dos setores turístico e da construção civil. As melhorias observadas na infraestrutura rodoviária, decorrentes desse processo, facilitaram os deslocamentos entre o campo e a cidade e também têm atraído grupos de diferentes movimentos que reivindicam moradia, sem necessariamente haver uma relação direta com as atividades tradicionais do meio rural (agricultura, pecuária, extrativismo). Em adição, todos os relatos sobre insegurança para a prática do extrativismo da mangaba devido a roubos e furtos (residência, animais, frutos, maquinário etc.) e drogas foram registrados na Região Metropolitana de Aracaju, sobretudo nos municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e Aracaju, a área mais urbanizada deste mapeamento. Em geral, a análise dos resultados deste mapeamento indica que os modos de vida das catadoras de mangaba do Estado de Sergipe estão ameaçados diante da perda dos seus territórios. Contudo, instrumentos legais em vigência que protegem a reprodução social dessas mulheres, com destaque para a Lei Estadual no 7.082/2010 (reconhece todas as catadoras de mangaba de Sergipe como grupo culturalmente diferenciado) (SERGIPE, 2010) e o Decreto Federal no 4.887 de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação,para deter o desmatamento reconhecimento, das delimitação, mangabeiras demarcação nativas. De e titulaçãoacordo com das aterras Fundação ocupadas Cultural por remanescentesPalmares (2106), das são comunidades quilombolas dos (regularizadas quilombos) (BRASIL, ou não) 2003),as localidades não têm de sido catadoras suficientes de mangaba de Rua da Palha, Pedra Furada, Cajazeiras e Bode, em Santa Luzia do Itanhy; Preguiça (Preguiça de Cima e Preguiça de Baixo) e Pontal, em Indiaroba; Ladeiras, em Japoatã; e Alagamar e Aningas, em Pirambu, contudo, as áreas onde praticam o extrativismo foram reduzidas em 32,36%, entre os anos de 2010 e 2016. Percebe-se que a articulação das catadoras de mangaba com o poder público ainda é frágil, o que interfere na obtenção de conquistas que necessitam de mobilização da categoria, a exemplo da criação da Resex Litoral Sul. No período de 2003 a 2016, foram instituídas 88 unidades de conservação pelo Governo Federal, inclusive a Reserva de Desenvolvimento Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: 52 Situação Atual e Perspectivas

Sustentável (RDS) Campo das Mangabas, na Região do Salgado, no Pará, onde estarão protegidos recursos naturais como a mangaba e o bacuri, fontes de alimento e renda para comunidades locais. Recomenda-se que o Estado invista na formação política das catadoras de mangaba visando ao reconhecimento da importância dessas mulheres na conservação dos recursos naturais. Além disso, em 8,02% das áreas naturais de mangabeiras, as mulheres extrativistas estão proibidas de coletar mangaba por pessoas que se intitulam donos da terra. Faz-se precários, ou ainda sem documentação nos territórios das catadoras de mangaba, necessáriodemarcados um neste levantamento documento. doA sobreposição Estado, buscando deste mapa identificar com os propriedades terrenos da comUnião títulos pode propriedades sem posse legitimada. ser umaA dessasconservação ações parados recursos identificar naturais os remanescentes e dos modos de mangabeirasde vida das localizadoslocalidades emde catadoras de mangaba do Estado de Sergipe implica na manutenção da diversidade ambiental e cultural de diferentes atores, uma vez que essas mulheres são responsáveis pela maior parte dos frutos que são consumidos em forma de alimento por quase toda a população sergipana e de outros estados do Nordeste. O extrativismo da mangaba subsidia a sobrevivência de 1.776 famílias de catadoras de mangaba, cerca de 5.328 pessoas. Dessa forma, é de competência do Estado reconhecer a importância das catadoras de mangaba para a conservação das áreas naturais de mangabeiras em Sergipe, por meio de políticas públicas que as fortaleçam como grupo culturalmente diferenciado, bem como, que melhorem a qualidade de vida de suas famílias. O MCM e as demais organizações de catadoras visando canalizar demandas junto ao Estado e aos diferentes setores da sociedade. de mangaba devem intensificar a mobilização política dessas mulheres na sua diversidade, Introdução 53

Referênciais 55

BRASIL. Decreto no 4.887 de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionaisidentificação, reconhecimento, Transitórias. Diário delimitação, Oficial demarcação[da]República e titulação Federativa das terrasdo Brasil, ocupadas Brasília, por DF, 21 nov. 2003. Seção 1, p. 4-21. BRASIL. Decreto no agrária, o imóvel rural denominado “Fazenda São José do Arrebancado”, situado no Município de Barra dos Coqueiros, 2.291, Estado de de7 de Sergipe, maio de e dá2008. outras Declara providência. de interesse Diário social, Oficial para [da]República fins de reforma Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 maio 2008. Seção 1, p. 1-5. BRASIL. Nota no 142/2012/PFE/GDS-Incra/SE/PGF/AGU de 10 jul. 2012. Desapropriação do imóvel rural São José do Arrebancado. Processo administrativo no 54370.000195/2007-93. CONAB. Mangaba: julho de 2016. Disponível em: . Acesso em: 24 jul. 2017. FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Comunidades quilombolas. Disponível em: . Acesso em: 5 mai. 2016. IGBE. Censo 2010. Disponível: . Acesso em: 8 jul. 2016. IBGE. Produção agrícola municipal. Disponível em . Acesso em: 8 mai. 2016. MOTA, D. M. da; SCHMITZ, H.; SILVA JUNIOR, J. F. da; Porro, N. M.; OLIVEIRA T. C. V. de. As catadoras de mangaba no Programa de Aquisição de Alimentos - PAA: um estudo de caso em Sergipe. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 52, n. 3, p. 241-262, jul./set. 2014 MOTA, D. M. da. SILVA JUNIOR, J. F. da; SCHMITZ, H.; RODRIGUES, R. F. de A. (Ed.). A mangabeira, as catadoras, o extrativismo. Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental; Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2011. 297 p. SERGIPE. Lei no 7.082 de 17 de dezembro de 2010. Reconhece as catadoras de mangaba como grupo cultural diferenciado e estabelece o auto-reconhecimento como critério do direito e dá outras providências. Diário Oficial [do] Estado de Sergipe, Aracaju, dez. 2010. Diponível em: < http://www.al.se.gov.br/Legislacao/Ordinaria/2010/O70822010.pdf>. Disponível em: 5 jul. 2017. VIEIRA, D. L. M.; RODRIGUES, R. F. de A.; PEREIRA, E. O.; AMARAL, C. de S.; MORAES, A. da C.; LESSA, C. M.; SANTOS, J. V. dos; PEREIRA, C.; BARRETO, C.; OLIVEIRA, P. C. U. de O. Mapa do extrativismo da mangaba em Sergipe: ameaças e demandas. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2009. 31 p. comunidades CGPE 14245 670000 680000 690000 700000 710000 720000 730000 740000 750000 760000 770000 780000 790000 800000 PLANTA-CHAVE

SE-2 35 Assent. Mundéu da Onça SE-3 0 . São Miguel do Aleixo 4 Nossa Senhora Aparecida 8850000 8850000 Ladeiras R . io Sã o F ra Muribeca n c is c ESTADO o .Currais 239 . Três Cancelas Brejo Grande DE 236 237 238 235 234 35 00 ALAGOAS 233 SE-2 SE-1 Carro Quebrado SE-2 231 . 232 .Rancho Ladeirinha 0 4 úna . Pacatuba 0 ra 230 2 Pa 228 Rio 229 .Tabuleiro do Garcia ESTADO 6 SE-1 Nossa Senhora das Dores 225 227 3 226 e m u DA t Encruzilhada SE-4 224 . Pororoca 223 222 Be . 221 220 o 8840000 217 i 8840000 BAHIA R Terra Vermelha ESTADO 218 219 . SE-4 Piau.í 3 DE 0 Capela .Tapera SEGIPE SE-3

R 216 O io 6 Timbó 9 0 3 . C J 0 Fazenda Nova I a 2 . p SE-1 SE-4 T Ribeirópolis a 215 ra N t u 5 b 214 3 a 1 -M a puc TLÂ i ra ri Pa A SE_ m Rio .Piranhas O 213 N 212 Bada.jós . EA 210 Junça C 211 O 8830000 . . Maracujá 8830000 SE-2 209 Tejuparis 26 Japaratuba 206 208 .Tigre 205 . 207 00 Assent. N.S. do Carmo SE-2 203 204 202 Siriri SE-4 Alagamlagamarr SE-1 . 200 . 2 Porteiras 4 195 201 6 Sapucaia. 1097 191 196 198 Assent. São Sebastião 199 193 194 . 192 190 189 186 187 183 188 178 185 184 Moita.181 Baixa Grande 182 175 180 . 176 179 174Santa Isabel 173 177 Pau Seco. . 172 LEGENDA BR 171 170 - 169 2 168 3 Tipos de acessos às áreas 5 . Povoado 167 166 de mangabeiras nativas Santa Rosa de Lima Carmópolis 165 164 Rodovia federal 163 Livre .Lagoa Redonda 8820000 8820000 Rodovia estadual Sitio próprio Divina Pastora 162 .Aningas Hidrografia Concedidas para coleta em área de terceiros Itabaiana 161 160 Região pesquisada ri Compra ri Aguilhadas Si . R io i Área urbana o J 159 R ap Rosário do Catete ara 158 Arrendamento SE-2 tu SE-4 ba Divisa estadual 28 Venda diária da força de trabalho

3

7 Limite municipal

Pirambu Proibido Riachuelo Campo do Brito Ri o Pa rn am irim Areia Branca a 157 ib Sapé u a 8810000 g SE-2 SE-2 . g 8810000 n 4 n ti 0 155 o o 45 Aldeia m C . Po o 156 i 150 io R Assent. Hugo Heredia R 0 lino . 154 0 Rio Sa Santo Amaro das Brotas 153 151152 SE-1 9 149 2 148 60 SE-1 SE-4 146 147 ro R i 145 i e o o Se 144 m i rg L Laranjeiras i Angelim p o e i 143 . Jatobá R 142 .

141 140! Piabeta Ri 139 o Po xi Nossa Senhora do Socorro m 138 Mi Taiçoca rim . SE-0 8800000 137 8800000 REFERÊNCIAS

9 0 136 BR 135 ICO SEPLANTEC. Atlas Digital sobre Recursos Hídricos. Escala 1:100.000. 2014

-1

0 134 Estrada 1 133 NT .Capuã Hidrografia 0 SE-2 Limite municipal 6 131 132 .Olhos D'Água 5 SE-4 130 5 128 129 TLÂ IBGE. Base Cartográfica Integrada Digital do Brasil ao Milionésimo. 2015 A Limite estadual BR R -23 127 i 5 o

Pi Ministério do Desenvolvimento Agrário. INCRA. 2008 t NO a Barra dos Coqueiros Povoado n Rio Pox g im-Açu A a E SE-4 C 62 O

8790000 8790000 m

Aracaju i

x

o

P

o R i i o R Pi 5 t 6 an 5 ga 6 4 SE-2 SE-0 0 6 4 0

0 0 Prainha -

. E

SE-4 126 125 S SE-1 Santa Maria . 124 123 121 122 Itaporanga d´Ajuda São Cristóvão Caípe Novo SE-466 .

Salgado 120 8780000 SE-270 8780000 NOTAS R SE-2 io 119 R V aza i o Ba 7 rri 0 s 1 - Áreas naturais de coleta de mangaba definida a partir do Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe: Ameaças e Demandas. 2010; V 118 R a e a partir de reuniões participativas junto às comunidades. 2015/2016 io z T a

e Ba 0 ju 5 p e rri b a s SE-0

Comunidades de catadoras de mangaba de Sergipe e suas áreas de coleta SE-4

6 Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho Posição da área Comunidades de catadoras de Tamanho da 8 no mapa mangaba que coletam na área da área (ha) no mapa mangaba que coletam na área da área (ha) no mapa mangaba que coletam na área da área (ha) no mapa mangaba que coletam na área da área (ha) no mapa mangaba que coletam na área da área (ha) no mapa mangaba que coletam na área área (ha) .Ilha Mem de Sá Povoado Preguiça de Baixo, Povoado de 1 76,51 41 Povoado Massadiço 4,58 81 Povoado Caueira 301,12 121 Bairro Santa Maria, Prainha 36,79 161 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 200,67 201 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 68,08 Assent. Dorcelina F.olador 117 115 Cima, Povoado Pontal, Povoado Convento 113 116 109 110 112 114 111 í Assent. Darcy Ribeiro 2 Coleta proibida 14,90 42 Povoado Massadiço 133,21 82 Povoado Caueira 70,61 122 Bairro Santa Maria, Prainha 7,34 162 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 748,36 202 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 137,42 ru 108 Projeção Universal Transversa de Mercator 106 104 103 . 107 105 8770000 R Pa 3 Povoado Pontal, Povoado Convento 16,81 43 Povoado Massadiço 2,09 83 Povoado Pariporé 721,58 123 Bairro Santa Maria, Prainha 27,46 163 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 644,49 203 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 69,88 8770000 io MC: 39° W Gr. Fuso: 24 S Pi o a Assent. Bom Jesus. 102 i DATUM SIRGAS 2000 u 100 99 101 R Povoado Pariporé, Povoado Paruí, Povoado itin 4 Povoado Pontal, Povoado Convento 48,09 44 Povoado Massadiço 5,57 84 1532,59 124 Prainha 22,33 164 Povoado Aningas 87,18 204 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 54,50 ga 98 97 Lagoa Redonda, Povoado Caueira Povoado Sapucaia, Povoado Moita, Baixa 5 Povoado Pontal 80,77 45 Povoado Massadiço 39,62 85 Povoado Caueira 62,76 125 Prainha 50,85 165 Povoado Lagoa Redonda 181,64 205 37,38 Par.uí 96 Grande Assent. Agroextativista São Sebastião, 0 1,25 2,5 5 7,5 10 6 Povoado Pontal, Povoado Convento 309,90 46 Povoado Massadiço 1,32 86 Povoado Caueira 23,80 126 Prainha 140,00 166 Povoado Alagamar, Povoado Santa Isabel, 199,23 206 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 314,81 Km 95 Povoado Pau Seco 94 Escala Gráfica 7 Povoado Pontal, Povoado Convento 69,96 47 Povoado Massadiço 0,94 87 Povoado Caueira 100,43 127 Povoado Olhos D´Água 136,31 167 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 83,85 207 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 870,89 93 Assent. Luiza Mahin, Povoado Rio Fundo Povoado Sapucaia, Povoado Moita, Baixa 8 Povoado Pontal, Povoado Convento 28,48 48 Povoado Massadiço 4,62 88 2,93 128 Povoado Povoado Olhos D´Água 46,73 168 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 110,10 208 17,55 do Abaís Grande OBSERVAÇÕES Povoado Junça, Povoado Tejuparis, 9 Povoado Pontal, Povoado Convento 8,51 49 Povoado Massadiço 11,13 89 Povoado Pariporé 420,38 129 Povoado Capoã 40,71 169 Povoado Porteiras 257,19 209 2,00 SE-4 92 91 Povoado Macacujá, Povoado Tigre 2 Povoado Junça, Povoado Tejuparis, 7 70 10 Coleta proibida 138,22 50 Povoado Massadiço 20,01 90 Povoado Paruí 134,49 130 Povoado Olhos D´Água 36,58 170 Povoado Santa Isabel 288,76 210 464,59 1 - Área total da pesquisa 4.832,0 km² 90 Povoado Macacujá, Povoado Tigre SE-4 Povoado Pariporé, Povoado Paruí, Povoado 2 - Área total de ocorrência de man ga beira 341,16 Km² 11 Povoado Terra Caída, Povoado Pontal 265,63 51 Povoado Massadiço 2,59 91 262,42 131 Povoado Capoã 93,01 171 Coleta proibida 480,40 211 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 193,11 Lagoa Redonda, Povoado Caueira . 88 89 87 Rio Fundo 85 Caueira 8760000 84 . 12 Povoado Terra Caída, Povoado Pontal 248,55 52 Povoado Massadiço 2,02 92 Assent. Luiza Mahin 1293,62 132 Povoado Capoã 92,43 172 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 741,92 212 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 11,88 8760000 83 13 Povoado Pontal, Povoado Convento 41,90 53 Povoado Massadiço 11,92 93 Povoado Paruí 61,12 133 Povoado Capoã 101,21 173 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 176,93 213 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 122,63 a b .Assent. Luiza Mahin86 Assent. Agroextativista São Sebastião, ri Povoado Junça, Povoado Tejuparis, Bi 14 Povoado Terra Caída, Povoado Pontal 251,74 54 Povoado Massadiço 3,72 94 Coleta proibida 848,13 134 Povoado Capoã 272,66 174 Povoado Alagamar, Povoado Santa Isabel, 129,55 214 916,98 io 82 81 Povoado Macacujá, Povoado Tigre SE-2 R Povoado Pau Seco . 80 Povoado Rua da Palha, Povoado Pedra Povoado Jatobá, Capoã, Povoado Olhos 82 Pariporé 79 15 Povoado Cajazeiras, Povoado Bode 77,08 55 56,50 95 Povoado Paruí 79,06 135 79,41 175 Povoado Porteiras 53,41 215 Povoado Fazenda Nova 41,20 . Furada D´Água Povoado Jatobá, Capoã, Povoado Olhos Povoado Timbó, Povoado Timbozinho, Gravatá 78 16 Povoado Cajazeiras, Povoado Bode 65,51 56 Povoado Massadiço 16,08 96 Povoado Paruí 81,55 136 198,79 176 Coleta proibida 25,36 216 363,39 Estância SE-4 D´Água Povoado Fazenda Nova 77 Povoado Sapucaia, Povoado Moita, Baixa Povoado Carro Quebrado, Povoado 7 Farnaval .Lagoa Redonda 17 Povoado Porto do Mato 6,10 57 Povoado Massadiço 15,36 97 Povoado Paruí 21,09 137 Povoado Jatobá 53,43 177 60,48 217 3399,87 6 76 . Grande Ladeiras e Projeto Ladeirinhas 75 74 73 Assent. Agroextativista São Sebastião, Povoado Pororoca, Povoado Piauí, Povoado 72 18 Povoado Cajazeiras, Povoado Bode 73,47 58 Povoado Massadiço 10,83 98 Assent. Padre Josimo Neto 48,62 138 Povoado Jatobá 721,52 178 Povoado Alagamar, Povoado Santa Isabel, 184,80 218 Tapera, Povoado Ladeiras, Povoado 266,11 Povoado Pau Seco Encruzilhadas INSTITUIÇÕES EXECUTORAS 71 Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Assent. Hugo Hereria, Povoado Angelim, Povoado Rua da Palha, Povoado Pedra . 19 Povoado Porto do Mato 34,90 59 13,30 99 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 75,68 139 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 980,28 179 Povoado Porteiras 188,49 219 Povoado Piranhas 193,85 Manuel Dias Furada 70 Paruí Jatobá, Povoado Capoã Loteamento Piabetinha, Bairro Taiþoca de 68 20 Povoado Reboleirinha 7,08 60 Povoado Massadiço 738,58 100 Assent. Darcy Ribeiro 85,11 140 24,57 180 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 7,63 220 Coleta proibida 9,34 67 Dentro 69 0 0 Povoado Rua da Palha, Povoado Pedra Loteamento Piabetinha, Bairro Taiçoca de Povoado Carro Quebrado, Povoado 21 Povoado Reboleirinha 2,85 61 10,68 101 Coleta proibida 17,83 141 173,82 181 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 10,54 221 1,13 8750000 Furada Dentro Ladeiras 8750000 66 SE-1 Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, Povoado Rua da Palha, Povoado Pedra Povoado Carro Quebrado, Povoado Coqueiro . 22 Povoado Reboleirinha 9,84 62 8,99 102 Assent. Padre Josimo Neto 13,46 142 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 107,02 182 Povoado Alagamar 88,83 222 8,64 . o 65 64 . Furada Ladeiras d Jatobá, Povoado Capoã Rua da Palha n Massadiço Cachoeirinha. 63 u Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, F . Abaís Povoado Rua da Palha, Povoado Pedra Povoado Carro Quebrado, Povoado io 23 Povoado Reboleirinha 18,83 63 21,62 103 Assent. Darcy Ribeiro 33,09 143 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 149,36 183 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 12,51 223 1,74 R Furada Ladeiras 61 62 Jatobá, Povoado Capoã Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina 59 . 58 Povoado Carro Quebrado, Povoado Pedra Furada 24 Povoado Reboleirinha 9,64 64 Povoado Massadiço 32,49 104 Folador, Assent. Padre Josimo, Assent. 67,05 144 Povoado Jatobá 88,67 184 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 56,18 224 4,84 56 60 57 Ladeiras 55 54 Bom Jesus, Povoado Paruí 49 485352 Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, 50 4647 44 51 45 25 Povoado Reboleirinha 15,80 65 Povoado Massadiço 68,71 105 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 0,63 145 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 104,78 185 Coleta proibida 3,14 225 Coleta proibida 3,78 42 43 41 Paruí Jatobá, Povoado Capoã Santa Luzia do Itanhy 40 Povoado Reboleirinha e Povoado Povoado Carro Quebrado e Povoado 38 39 . 26 4,19 66 Povoado Massadiço 242,45 106 Coleta proibida 599,15 146 Assent. Hugo Herédia 117,69 186 Povoado Porteiras 57,54 226 20,11 33 Reboleirinha Massadiço Tabuleiro do Garcia DESIG. REV. DESCRIÇÃO VERIF. DATA 37 27 Povoado Reboleirinha 37,36 67 Povoado Massadiço 111,58 107 Assent. Padre Josimo Neto 77,39 147 Assent. Hugo Herédia 3,29 187 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 21,91 227 Coleta proibida 0,87 34 35 36 Assent. Agroextativista São Sebastião, 32 28 Povoado Reboleirinha 17,69 68 Povoado Farnaval, Povoado Gravatá 158,40 108 Coleta proibida 4,91 148 Assent. Hugo Herédia 22,13 188 224,66 228 Povoado Tabuleiro do Garcia 21,30 31 Povoado Alagamar 30 Assent. Agroextativista São Sebastião, 29 Povoado Reboleirinha e Povoado Povoado Carro Quebrado, Povoado 0 A Legenda 12/2017 28 29 21,15 69 Povoado Massadiço, Povoado Manoel Dias 217,72 109 Assent. Darcy Ribeiro 65,23 149 Assent. Hugo Herédia 15,69 189 Povoado Alagamar, Povoado Santa Isabel, 4,87 229 26,96 24 27 26 Massadiço Ladeiras, Projeto Ladeirinhas Crasto Povoado Pau Seco . 25 2322 Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, Título: 8740000 Povoado Sapucaia, Povoado Moita, Baixa Povoado Carro Quebrado, Povoado 8740000 .21 30 Povoado Reboleirinha 46,60 70 Povoado Massadiço, Povoado Manoel Dias 318,20 110 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 24,89 150 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 616,39 190 29,87 230 3,39 20 Porto do Mato Grande Ladeiras e Projeto Ladeirinhas MAPA DO EXTRATIVISMO DA MANGABA EM SERGIPE: .Saco do Rio Real Paruí Jatobá, Povoado Capoã 8 . 31 Povoado Reboleirinha 3,57 71 Povoado Farnaval, Povoado Gravatá 44,43 111 Assent. Dorcelina Folador 19,02 151 Assent. Hugo Herédia 7,76 191 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 96,89 231 Poxim 15,48 6 18 Bode SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS 19 Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Povoado Carro Quebrado, Povoado Três SE-3 17 32 Povoado Massadiço 2,93 72 Povoado Massadiço 13,59 112 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 4,68 152 Assent. Hugo Herédia 5,83 192 Coleta proibida 41,36 232 437,53 16 Cancelas, Povoado Rancho Área de Estudo: 15 Terra Caída Paruí . . Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Cajazeiras 00 R 33 Coleta proibida 444,08 73 Povoado Farnaval, Povoado Gravatá 70,92 113 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 10,14 153 Assent. Hugo Herédia 19,58 193 Coleta proibida 90,43 233 Coleta proibida 2,09 LITORAL DE SERGIPE SE-1 io 14 Pi Paruí SE-2 a Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, uí 85 34 Povoado Massadiço 71,95 74 Coleta proibida 28,25 114 Coleta proibida 5,24 154 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 1,73 194 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 14,25 234 Povoado Poxim 189,93 Como citar: Jatobá, Povoado Capoã a 12 13 m Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Povoado Carro Quebrado, Povoado Três re 11 35 Povoado Reboleirinha 1,14 75 Povoado Caueira, Povoado Curralinho 55,36 115 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 30,06 155 Assent. Hugo Herédia 332,61 195 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 166,53 235 746,83 RODRIGUES, R. F. A; SILVA JUNIOR, J. F. da; MOTA, D. M. da; PEREIRA, E. O.; SCHMITZ, H. Mapa do extrativismo da mangaba ra Cancelas, Povoado Rancho a Paruí em Sergipe: situação atual e perspectivas. Brasília, DF, 2016. 55 p. u 10 G 9 Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, 8 o i 6 Pontal 36 Povoado Massadiço 13,60 76 Povoado Farnaval, Povoado Gravatá 18,63 116 Assent. Darcy Ribeiro 66,98 156 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 24,89 196 Povoado Alagamar 349,85 236 Coleta proibida 43,71 R 7 . .Convento 5 Jatobá, Povoado Capoã Data: Municípios: Escala: 4 Assent. Darcy Ribeiro, Assent. Dorcelina Assent. Hugo Herédia, Povoado Angelim, 8730000 37 Povoado Massadiço 4,19 77 Povoado Lagoa Redonda 37,51 117 Folador, Assent. Padre Josimo, Povoado 48,33 157 Povoado Sapé, Povoado Aldeia, Povoado 144,37 197 Povoado Porteiras 26,21 237 Coleta proibida 1,99 8730000 Dezembro/2017 3 Paruí Jatobá, Povoado Capoã 1:160.000

R Preguiça de Cima Povoado Pariporé, Povoado Paruí, Povoado Equipe dos laboratórios de i . Aracaju; Barra dos Coqueiros; Brejo Grande; Estância; Indiaroba; o 38 Povoado Massadiço 40,89 78 37,90 118 Povoado Caipe Novo, Maria Ramos 28,70 158 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 10,94 198 Assent. Agroextativista São Sebastião 63,44 238 Coleta proibida 11,47 1 2 Lagoa Redonda, Povoado Caueira geotecnologias: M Itaporanga D' Ájuda; Japaratuba; Japoatã; Neópolis; a ru .Preguiça de Baixo 39 Povoado Massadiço 7,71 79 Povoado Caueira 256,99 119 Povoado Caipe Novo, Maria Ramos 17,07 159 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 52,22 199 Povoado Sapucaia, Povoado Moita 148,17 239 Povoado Ladeiras 7,94 Roberto Alves de Souza, técnico Nossa Senhora do Socorro; Pacatuba; Pirambu; Santa Luzia do i m Povoado Pariporé, Povoado Paruí, Povoado Itanhy; Santo Amaro das Brotas; São Cristóvão Indiaroba 40 Povoado Massadiço 57,40 80 29,30 120 Povoado Caípe Novo, Maria Ramos 118,00 160 Povoado Aguilhadas, Povoado Aningas 15,87 200 Povoado Baixa Grande, Povoado Porteiras 424,28 Paulo Vinícius M. da Mota, bolsista Lagoa Redonda, Povoado Caueira Embrapa Tabuleiros Costeiros Folha: Rev: Silvana Silva Souza, cadista ÚNICA 0-A 670000 680000 690000 700000 710000 720000 730000 740000 750000 760000 770000 780000 790000 800000 Incra-SE