# 4 – julho 2012

Boca no trombone Casa do Brasil rememorou O Quatrilho

o marco do Ciclo Charla & Caipirinha, sucedido produtor agrícola. Um outro colono, dedicado as Imigrações e Migrações, Massimo (Bruno Campos), marido de Pierina NCasaDoBrasil exibiu um dos filmes (Glória Pires), associa-se a Ângelo, de modo precursores do processo de retomada do que os dois casais planejam trabalhar juntos cinema brasileiro, que em 1995 chegou a ser e se unem sob o teto de uma mesma casa. indicado ao Oscar como melhor filme Com o tempo, Mássimo começa a se estrangeiro. Baseado no romance homônimo interessar por Teresa, sendo por esta de José Clemente Pozenato, um ex-padre e correspondida, até que os dois decidem professor de literatura, membro da Academia corajosamente assumir o seu amor e fugir Rio-Grandense de Letras, “O Quatrilho” para outra região, deixando para trás seus confronta as convenções sociais de uma respectivos parceiros, que também tentarão época com as paixões inconvenientes que refazer suas vidas e enfrentar a conservadora experimentam seus protagonistas. sociedade local.

O filme se ambienta no começo do século XX, O filme, que teve um orçamento de 1,8 numa comunidade rural no Rio Grande do milhões de dólares, foi dirigido pelo cineasta, Sul, habitada por imigrantes italianos. Vale ator, produtor e roteirista Fábio Barreto, filho dizer que a imigração italiana no Brasil teve de Lucy e Luiz Carlos Barreto (conhecido como ápice o período entre 1880 e 1930. como Barretão, o mais importante produtor Segundo estimativa da embaixada italiana, vivo do cinema brasileiro) e irmão do também hoje vivem no país cerca de 25 milhões de afamado cineasta, Bruno Barreto. oriundi (descendentes de imigrantes italianos), espalhados principalmente pelos Fábio, que iniciou sua carreira com 20 anos, estados do Sul e do Sudeste do Brasil, quase como assistente de direção de Carlos metade no estado de São Paulo. Assim, os Diegues em “Bye Bye Brasil” (1979), tem uma ítalo-brasileiros são considerados a maior extensa trajetória em dirigir curtas, longa- população oriundi fora da Itália. metragens e até o seriado de televisão “Donas de casa desesperadas” (2007).

Barreto disse que o tema lhe caiu nas mãos por acaso. Numa viagem a Porto Alegre, em 1986, ouviu falar do livro, comprou-o no aeroporto, leu-o no avião e desembarcou no com o roteiro na cabeça.

Boa parte do filme foi gravada nos municípios de Farroupilha (onde fica a belíssima cachoeira do Salto Ventoso, com 55 m de queda) e Bento Gonçalves (em Caminhos de

Pedra, utilizou-se uma casa de pedra, típica Nesse contexto, Teresa (Patrícia Pillar) está da região). Barreto conseguiu convencer o casada com Angelo Gardone (Alexandre empresariado gaúcho a restaurar um trecho Paternost) que, com seu temperamento de ferrovia que estava desativado havia dez pragmático e muito esforço, compra um lote anos, só para filmar uma cena. de terra transformando-se em um bem-

JornalDaCasa é uma publicação de CasaDoBrasil. www.casadobrasil.com.uy Editor: Leonardo Moreira. Mail: [email protected] # 4 – julho 2012

“O Quatrilho” levou aos cinemas 800.000 brasileiros antes da cerimônia dos Oscar e mais uns 500.000 depois. Em 1995 só foi superado por outro campeão de bilheteria, “Carlota Joaquina, Princesa do ”, de Carla Camurati.

Seria um exagero dizer que “O Quatrilho” é uma obra-prima. Mas é um filme mais que digno, pelos seus muitos méritos: bonito, bem fotografado, ótima qualidade técnica, com uma reconstituição de época caprichada e um roteiro sem grandes complicações. Um filme realista e delicado, que raramente aparece nas telas brasileiras. Sem apelar a

sensacionalismos nem tipos caricatos -como Na etapa de pre-produção, escolheu primeiro coronéis nordestinos, empresários vilões ou as protagonistas e depois submeteu os mulatas fogosas- é uma história direta, com candidatos a gala à aprovação delas. As duas emoções sutis e despretensiosa de juízos atrizes já tinham interpretado alguns papéis moralizantes. memoráveis em telenovelas. Patrícia Pillar havia participado em Rainha da Sucata, Salomé e Renascer; Glória Pires em Dancin' Days, Cabocla, Vale Tudo e Mulheres de Areia. Com tudo, Glória já tinha sido protagonista de seu filme de estréia como diretor (“Índia, a Filha do Sol”, 1982) e logo de “O Quatrilho”, voltará a protagonizar o último filme de Fábio Barreto (”Lula, o Filho do Brasil”, 2009), na pele de Dona Lindu, mãe do ex-presidente. Quando Brasil foi indicado ao Oscar… Para compor os personagens, tiveram que 1963: O pagador de promessas, de Anselmo passar meses convivendo com colonos para Duarte. Melhor filme estrangeiro. pegar o sotaque vêneto; ainda elas 1986: O beijo da Mulher Aranha. aprenderam a traçar palhas para fazer cestos Melhor filme estrangeiro, diretor (Héctor e eles, com alguns tombos, tiveram que se Babenco), ator (William Hurt) e roteiro adestrar em equitação. adaptado (Leonard Schrader). 1996: O Quatrilho, de Fábio Barreto. Outra das curiosidades do filme se aprecia na Melhor filme estrangeiro. cena final: o fotógrafo que tira uma foto da 1998: O que é isso, companheiro, de Bruno família é o escritor José Clemente Pozenato, Barreto. Melhor filme estrangeiro. autor do livro no qual o roteiro foi baseado, 1999: Central do Brasil, de . que vendeu ao redor de 30.000 exemplares. Melhor filme estrangeiro e atriz (Fernanda Também aparecem em pequenos papéis Montenegro). alguns membros da família Barreto, inclusive 2004: Cidade de Deus. Melhor diretor -à Alfred Hitckcock- o próprio Fábio, como o (), edição (Daniel personagem Gaudério. Rezende), roteiro adaptado (Bráulio Mantovani) e fotografia (César Charlone). A trilha sonora foi composta por Caetano …e a única vez que levou a estatueta Veloso e os arranjos musicais são de Jaques 1960: Orfeu negro, de Marcel Camus. Melhor Morelenbaum. filme estrangeiro. # 4 – julho 2012

Na tela A magia de “O astro” está no ar*

m 2011, TV Globo tentou experimentar (Francisco Cuoco), um homem com poderes um novo horário de novelas -em torno paranormais que lhe ensina todos os seus E das 23 horas, então ocupado por truques. Quando sai da prisão, Herculano se minisséries e seriados- com uma novela mais estabelece no Rio de Janeiro. Apresentando- curta (macrossérie ou mininovela?) e reprisou se na casa noturna Kosmos como ilusionista, “O astro”, uma adaptação da novela de Herculano reencontra Neco na platéia e Janete Clair, que a Globo exibiu entre 1977 e passa a persegui-lo. 1978. Nesta nova versão, escrita por Alcides Do outro lado da história está o clã dos Nogueira e Geraldo Carneiro, direção de Hayalla. O poderoso empresário Salomão núcleo de Roberto Talma e direção geral de Hayalla (Daniel Filho) tem como sócios em Mauro Mendonça Filho, o tom popularesco seus negócios os irmãos Samir (Marco Ricca), da trama, com referências à cultura pop e Youssef (Zé Rúbens Chachá) e Amin (Tato erudita, e o estilo exagerado, melodramático, Gabus Mendes). Casado com a fútil Clô em interpretações e caracterizações, foi a (Regina Duarte), Salomão deseja que o filho, tônica do texto afiado dos autores. Em um Márcio (Thiago Fragoso), assuma seu lugar horário com uma classificação indicativa nos negócios da família. Mas o jovem mais permissiva, não faltou violência, cenas idealista é alheio à fortuna e ao poder. de sexo e situações politicamente incorretas, Abandonando a casa do pai, Márcio conhece com personagens fumando, bebendo e Herculano e influenciado por ele, resolve jogando. A música de abertura, nas duas assumir sua condição de herdeiro do império versões, foi “Bijuterias” de João Bosco. Hayalla. Mas Márcio leva o amigo consigo para a diretoria das empresas, onde Herculano é recebido com desconfiança. Neste ambiente, Herculano reencontra a bela Amanda (Carolina Ferraz), amiga dos Hayalla, por quem se apaixona. Márcio, por sua vez, em contato com o universo do amigo ilusionista, conhece e se apaixona pela jovem Lili (Alinne Moraes), cunhada de Neco, uma moça simples e batalhadora. Os desencontros entre Márcio e Lili são fortalecidos pela família do rapaz, que não aceita Lili e vê na jovem Jôse (Fernanda Rodrigues), irmã de Amanda, completamente “O astro” trata da inescrupulosa escalada apaixonada por Márcio, a mulher ideal para o social de Herculano Quintanilha (Rodrigo rapaz. Lombardi), de ilusionista em uma casa noturna à alta direção de um forte grupo O misterioso assassinato de Salomão Hayalla empresarial. Herculano e seu parceiro Neco desencadeia uma série de conflitos na vida (Humberto Martins) aplicam um golpe na dos personagens. Enquanto avançam as paróquia da cidadezinha de Bom Jesus do investigações acerca do crime, Samir e Rio Claro e são descobertos. Neco foge com o Herculano travarão uma batalha para dinheiro e Herculano, traído, é pego pelas garantir o comando dos negócios. autoridades. Deixando a mulher Doralice (Marcela Muniz) e o filho Alan (Bernardo * Canal 12, de segunda a sexta-feira, 19 Marinho), Herculano cumpre oito anos de horas. 64 capítulos. pena. Na prisão, ele conhece Ferragus # 4 – julho 2012

Começaram os Jogos Olímpicos

a inauguração dos Jogos Olímpicos O uniforme de desfile que o Time Brasil usou Londres 2012, o Time Brasil foi na solenidade traz charme, despojamento e Nrepresentado por 120 atletas do um forte conceito de brasilidade. Os atletas atletismo, basquete masculino, boxe, vestiram uma versão básica com blazer navy, ciclismo, esgrima, hipismo levantamento de camisa branca e echarpe de batik azul e peso, remo, saltos ornamentais, tênis, tiro amarelo feito com malha de algodão esportivo, vôlei masculino e vôlei de praia. Os orgânico. Os homens trajaram calça e as atletas das demais modalidades optaram por mulheres saia lápis, ambas as peças nas descansar e se poupar para o início das cores verde ou amarela. competições. A presidente Dilma Rousseff visitou o Centro O desfile dos atletas obedece à ordem de Treinamento de Crystal Palace, almoçou e alfabética na língua local. A Grécia, berço dos tirou fotos com os atletas. “Vamos com tudo Jogos Olímpicos, abre o desfile, enquanto o representar o Brasil”, disse a presidente, que país sede dos Jogos encerra. O Brasil foi o ficou impressionada e elogiou a qualidade 28º país a passar. Medalha de ouro em das instalações e a infraestrutura montada Atenas 2004, o porta-bandeira Rodrigo pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Pessoa viveu um momento especial ao liderar “Temos condições de fazer algo semelhante a delegação brasileira na abertura dos Jogos. no Brasil e que servirá de preparação para “Depois de três medalhas olímpicas e na nossos atletas nos Jogos Olímpicos Rio minha sexta participação nos Jogos, carregar 2016”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, a bandeira do país coroa a minha história presidente do COB. olímpica”, disse o cavaleiro de 39 anos.

Navegar é preciso Surfando

Editoriales de Brasil y de nuestro país emprenden colección conjunta http://ladiaria.com.uy/articulo/2012/7/aduana-movil/

São Paulo na veia. Clube convida torcedor a doar sangue http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2o9yVFjAbSc

Brasileiros no Mundo. Literatura infantil brasileira no exterior http://www.youtube.com/watch?v=gD5p7RWnPv4&feature=plcp

De la antropofagia a Petrobrás. Brasil como relato http://www.brecha.com.uy/index.php/sociedad/270-brasil-como-relato # 4 – julho 2012

Ao pé da letra Tropicália

lassificado pelo concretista Augusto de E no jardim os urubus passeiam Campos como “oswaldiano, A tarde inteira entre os girassóis C antropofágico, desmistificador”, o Viva Maria, ia, ia primeiro elepê solo de , Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia lançado em 1968, credencia-o como um dos No pulso esquerdo o bang-bang poetas-compositores mais imaginativos de Em suas veias corre muito pouco sangue sua geração. Neste disco polêmico e Mas seu coração experimentador, o destaque maior pertence à Balança a um samba de tamborim canção “Tropicália”. Dividida em cinco partes Emite acordes dissonantes de melodias primárias e iguais, cada uma Pelos cinco mil alto-falantes terminando com um surpreendente par de Senhoras e senhores “vivas”, a composição oferece uma visão Ele pões os olhos grandes sobre mim crítica e sintetizada da realidade brasileira, Viva Iracema, ma, ma numa colagem de símbolos, imagens e Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma citações. O próprio título Tropicália acabaria denominando o movimento poético-musical, Domingo é o fino-da-bossa cuja característica principal era a miscelânea Segunda-feira está na fossa de ideias e estéticas que uniam temas Terça-feira vai à roça urbanos e modernos aos folclóricos e Porém, o monumento populares. É bem moderno Não disse nada do modelo do meu terno Que tudo mais vá pro inferno, meu bem Sobre a cabeça os aviões Viva a banda, da, da Sob os meus pés, os caminhões , da, da, da da Aponta contra os chapadões, meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumento é de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde atrás da verde mata O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga, Estreita e torta E no joelho uma criança sorridente, Feia e morta estende a mão Viva a mata, ta, ta Viva a mulata, ta, ta, ta, ta Discos onde ouvir: No pátio interno há uma piscina Caetano Veloso – Caetano Veloso (1968) Com água azul de Amaralina Caetano e Chico – Juntos e ao vivo (1972) coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis MPB-4 – Bons tempos, hein?! (1979) Na mão direita tem uma roseira – Gal (1992) Autenticando eterna primavera Caetano Veloso - Noites do norte ao vivo (2001) # 4 – julho 2012

Como dizia o poeta... Lya Luft

Canção para um desencontro Dizendo adeus Deixa-me errar alguma vez, Estou sempre dando adeus: porque também sou isso: incerta e dura, também ao desencontro e ao desencanto. e ansiosa de não te perder agora que Estou sempre me despedindo entrevejo um horizonte. do ponto de partida que me lança de si, Deixa-me errar e me compreende do porto de chegada que nunca é aqui. porque se faço mal é por querer-te Estou sempre dizendo adeus: desta maneira tola, e tonta, eternamente até a Deus, recomeçando a cada dia como num para o reencontrar em outra esquina descobrimento de adeuses. dos teus territórios de carne e sonho, Estarei sempre de partida, dos teus desvãos de música ou vôo, até o momento de sermos deuses: teus sótãos e porões quando me fizeres dar adeus à solidão e dessa escadaria de tua alma. e à sombra. Deixa-me errar mas não me soltes para que eu não me perca Perder, ganhar deste tênue fio de alegria Com as perdas, só há um jeito: dos sustos do amor que se repetem perdê-las. enquanto houver entre nós essa magia. Com os ganhos, o proveito é saborear cada um Canção na plenitude como uma fruta boa da estação. Não tenho mais os olhos de menina A vida, como um pensamento, nem corpo adolescente corre à frente dos relógios. e a pele translúcida há muito se manchou. O ritmo das águas indica o roteiro Há rugas onde havia sedas e me oferece um papel: sou uma estrutura agrandada pelos anos abrir o coração como uma vela ao vento e o peso dos fardos bons ou ruins. ou pagar sempre a conta já vencida. (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.) O que te posso dar é mais que tudo Quando fecho a porta o que perdi: dou-te os meus ganhos. Na parede atrás de minha mesa, A maturidade que consegue rir ombro a ombro, quando em outros tempos choraria, a menina e seu pai, em dois retratos, busca te agradar conversam sobre o que há no escuro quando antigamente quereria da noite, como entender o mundo, apenas ser amada. e por que as montanhas eram tão azuis. Posso dar-te muito mais do que beleza Quando apago a luz e fecho a porta, e juventude agora: esses dourados anos eles riem baixinho desta que hoje sou: me ensinaram a amar melhor, com mais ainda tão distraída e desassossegada, paciência e não menos ardor, a entender-te cheia de encantamento, susto e assombro. se precisas, a aguardar-te quando vais, (E devem dizer, meneando as cabeças: a dar-te regaço de amante e colo de amiga, Parece que ela nunca vai mudar.) e sobretudo força — que vem do aprendizado.

Isso posso te dar: um mar antigo e confiável Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul –RS-, 1938) é cujas marés — mesmo se fogem — retornam, escritora, professora e tradutora. Publicou 26 livros, cujas correntes ocultas não levam destroços entre romances, poemas, crônicas, ensaios e livros mas o sonho interminável das sereias. infantis. Esses poemas pertencem às obras Secreta mirada (1997) e Para não dizer adeus (2005). # 4 – julho 2012

Tem fome de que Tá delícia, tá gostoso

Rio de Janeiro, todo mundo sabe, é Gastronomia para os olhos. Esse é o tema do uma delícia. Mas, durante 11 dias, fica Cinema com Gosto, uma das novidades do Oainda melhor. A receita é simples: uma Rio Gastronomia este ano, que ganha ainda cidade maravilhosa, bons restaurantes com mais sabor com a exibição de filmes inéditos. cardápios especiais, aulas com grandes Os longas “18 comidas”, “Cooking with mestres, degustação de quitutes de todo o Stella”, “Oma&Bella” e “Cooking up dreams”, Brasil e eventos de música, cinema e todos ligados à gastronomia, serão exibidos literatura para dar uma pitada mais cultural. de 20 a 24 de agosto na Casa de Cultura Tudo junto no mesmo caldeirão. Essa mistura Laura Alvim, em Ipanema, com direito a prova boa marca a segunda edição do Rio de quitutes no fim de cada sessão. Gastronomia, o mais completo acontecimento do gênero no país. Durante o Rio Gastronomia, os amantes da literatura gastronômica terão a chance de participar de bate-papos com diversos chefs e escritores sobre seus lançamentos recentes no Sabor Literário. No livro “Saúde em Jogo - Dicas e receitas para o homem inteligente”, a medicina se une a gastronomia pelo bem-estar masculino. Nele, a nutróloga Jane Corona e a chef Flávia Quaresma ensaiam uma verdadeira “alfabetização” sobre a culinária a serviço da prevenção de doenças e do envelhecimento, com receitas balanceadas e muita informação. No guia “Sabor do Brasil”, a jornalista Alice Granato e o fotógrafo Sergio Pagano descrevem o registro de mais de 200 comidinhas provadas, ao longo de cinco anos e mais de 4 mil quilômetros rodados pelo território A grande “entrada” para esse verdadeiro brasileiro. Além de receitas pra lá de típicas, banquete que se estenderá por toda a cidade a dupla ainda reuniu saborosas histórias que será a entrega do Prêmio Rio Show de desenham um mosaico antropológico da Gastronomia, no dia 16 de agosto, numa culinária nacional. O repórter Bruno Agostini superfesta para convidados no Jockey Club desvenda a gastronomia do Rio no seu “Guia Brasileiro, na Gávea. Com votos de um júri do Gosto Carioca”, apresentando 250 especializado e dos leitores que participaram endereços de onde comer bem na cidade. Do pelo site do Rio Show (rioshow.com.br), foram angu ao foie gras, do chope ao espumante, escolhidos os melhores restaurantes e bares Bruno circula por lugares informais e cariocas, num total de 30 categorias. requintados, sem preconceito e com muito apetite. Já em “Um fio de azeite”, a escritora A programação cultural do Rio Gastronomia Rosa Nepomuceno e o chef Marcelo Scofano está farta. Há opções de música, literatura e fazem um diário de viagem baseado em um cinema. Seis dos principais polos único fio condutor: o óleo de oliva. O roteiro, gastronômicos da cidade vão receber palcos que parte da região da Úmbria em direção à com shows gratuitos de Canastra, Érika Toscana, na Itália, conta a história do azeite e Martins, Pedro Miranda, Julia Bosco e Ana seus particulares processos de produção de Ratto. acordo com as regiões. O chef Claude # 4 – julho 2012

Troisgros reuniu as experiências mais servidos pratos típicos de cada uma das saborosas do seu programa no GNT e lança o cinco regiões que compõem o território livro “As Melhores Receitas do Que brasileiro. Será vendida uma especialidade Marravilha”, uma bíblia para os amadores por dia, a preços populares. A Região Sul que desejam se aventurar pelo mundo da estará representada pelo arroz carreteiro, ao alta gastronomia. passo que a Sudeste será lembrada pelo feijão tropeiro. Para a Centro-Oeste, será reservada a galinha com pequi e, para a Nordeste, a paçoca de carne seca com creme de mandioca e jerimum. Já o Norte do país terá como bandeira o famoso pato no tucupi.

As receitas foram escolhidas por ecochefs do Instituto Maniva, que usa a gastronomia brasileira para praticar ações sociais e ambientais. Presidente da entidade, Teresa Corção explica que foram eleitas aquelas iguarias que mais guardam a identidade das regiões, sem cair no óbvio. “A comida nacional é mais exótica para o brasileiro do que a estrangeira. Vamos mostrar os sabores Um dos carros-chefes da edição de 2011, a do país de forma autêntica. Acreditamos que Cozinha Show está de volta. Montada sobre comida é afeto e memória.” E até mesmo as um caminhão especial que faz paradas embalagens em que serão servidas as estratégicas em vários pontos do Rio para porções receberam atenção especial. Serão aulas públicas com chefs tarimbados, este modelos compostáveis, feitos à base de ano, também irá ao interior do estado, com mandioca, que depois de utilizados podem visitas a Búzios e Itaipava. ser descartados no lixo orgânico. Os Eco-chefs também participam da Merenda com os Chefs, em que ensinarão 42 cozinheiras de 21 escolas municipais a preparar receitas mais nutritivas e saborosas.

Aliás, os cerca de 500 estabelecimentos participantes do Rio Gastronomia 2012 poderão tornar o serviço ainda melhor, graças aos cursos de capacitação oferecidos gratuitamente pelo evento, em parceria com o Sindicato de Hotéis, bares e restaurantes do Rio (SindRio). Cada um pode ter dois funcionários inscritos em uma lista que inclui 34 turmas divididas em oito áreas: auxiliar de cozinha, sushi e sashimi, garde manger, cozinheiro chef, confeiteiro, garçom e E como tudo acaba em samba, o concurso garçonete básico, maître e excelência no que elegeu a Feijoada Nota 10 das escolas atendimento. A expectativa é de que cerca de do Grupo Especial está de volta. Seis mil funcionários passem pelas aulas. agremiações serão avaliadas nos seguintes quesitos: serviço, clima e, claro, sabor. A Entre 22 e 26 de agosto, o circuito Pelas ruas premiação será numa festa na Cidade do do Brasil vai montar cinco quiosques em Samba, com show de Diogo Nogueira. Bom movimentados pontos da cidade, onde serão apetite!