panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 1 panorama ods: iracema do oeste em números

iracema do oeste Panorama ODS: Iracema do Oeste em números. 2018. – Brasília : PNUD, 2018. 80 p. : il., gráfs. color.

ISBN: 978-85-88201-50-7

1. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 2. Agenda 2030. 3. Oeste do Paraná. 4. Desenvolvimento Humano. 5. Desenvolvimento Territorial. 6. Indicadores Municipais. 7. Iracema do Oeste. 8. Brasil. I. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. II. Panorama ODS: Iracema do Oeste em números.

CDU 001.422 panorama ods: iracema do oeste em números

iracema do oeste

Empoderando vidas. Fortalecendo nações.

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realização Niky Fabiancic Representante Residente do PNUD no Brasil

Didier Trebucq Diretor de País do PNUD no Brasil supervisão Maristela Marques Baioni Representante Residente Assistente para Programa do PNUD no Brasil coordenação geral Andréa Bolzon coordenação cooperação técnica Samantha Salve edição Gabriel Vettorazzo equipe técnica do pnud no brasil Níkolas Pirani Talita Stori Aquino De Sousa Vanessa Zanella redação Larissa de Almeida Nogueira Cervi equipe de pesquisa e redação Adriane Ribeiro da Silva Caio Assumpção Silva Cristina Botti de Souza Rossetto Giane Silvestre Marcia Cristofio Da Silva produção diagramação Explico Marcelo Pliger Eduardo Asta William Mur Fabiana Martins Catarina Pignato revisão Raniery Teixeira Débora Quintela capa Marcelo Pliger prefácio pnud

Em 2015, os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) firmaram o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, um acordo que serviu para ratificar o compromisso dos países em adotar medidas transformadoras que visam promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 12 anos por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dados confiáveis, de qualidade e acessíveis serão necessários para subsidiar Niky Fabiancic a adoção e o monitoramento dessas medidas pelos países, estados e municí- Representante Residente do pios. No nível nacional, os governos estão desenvolvendo seus próprios indi- PNUD no Brasil cadores para acompanhar o progresso dos objetivos e metas e para facilitar o monitoramento da implementação da Agenda 2030. No Brasil, um país de dimensões continentais formado por mais de 5000 municípios, localizar os ODS aos níveis subnacionais é fundamental para o alcance dos objetivos. Esse processo representa um exercício de sistematização do conhecimento disponível sobre a realidade local, de forma integrada e abrangente, permi- tindo uma análise mais profunda do contexto nacional. E com esse desafio em mente, PNUD e Itaipu Binacional se uniram nes- te projeto inovador de territorialização da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis. A iniciativa Oeste 2030: Cooperação para os ODS, traz para a realidade dos municípios ferramentas e conhecimentos que Didier Trebucq irão subsidiar a implementação da Agenda 2030 e dos ODS no nível muni- Diretor de País do cipal. PNUD no Brasil O projeto propõe diálogos intersetoriais para entender a realidade de cada município e estimular a municipalização dos ODS. Para que os diálogos se- jam informados, o projeto também conta com um eixo dedicado a levantar e sistematizar informações e indicadores que visam apoiar a tomada de de- cisão local. Para isso, está sendo elaborada uma extensa base de dados mu- nicipais, com base em registros administrativos, a ser disponibilizada em uma plataforma web que servirá como linha de base para avaliar o avanço da Agenda 2030 nos 54 municípios do Oeste do Paraná. O primeiro exercício de análise desta base encontra-se neste documento. Nas próximas páginas serão apresentadas alguns dos indicadores encontra- dos e análises que subsidiarão os municípios do Oeste do Paraná na elabo- ração de políticas públicas alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para se ter ideia, é possível verificar que entre 2010 e 2015 a re- gião conseguiu reduzir o número de crianças desnutridas em mais de 47%, um avanço significativo na meta 2.2 dos ODS que visa acabar com todas as formas de desnutrição. Apoiar os municípios no alcance dos ODS é atividade central no esforço de auxiliar o Brasil no alcance da Agenda 2030. Essa iniciativa reforça o compro- misso do PNUD na construção de uma sociedade mais inclusiva e sustentá- vel, sem deixar ninguém para trás. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 7 prefácio itaipu

A Itaipu Binacional, empresa que pertence em igualdade de condições aos governos do Brasil e do Paraguai, é a maior geradora de energia limpa e re- novável do planeta. Desde sua construção, diversos cuidados foram tomados para minimizar seus impactos, como a formação de mais de 100 mil hectares de áreas protegidas ao redor de seu reservatório. A partir de 2003, a empresa adotou como parte de sua missão institucional a promoção do desenvolvimento sustentável em sua área de influência. Dis- so, decorreram diversas iniciativas voltadas à conservação da biodiversidade, Marcos Vitório Stamm Diretor-geral Brasileiro segurança hídrica, gestão de bacias hidrográficas, promoção da sustentabili- da Itaipu Binacional dade nas atividades agropecuárias, uso de fontes renováveis de energia, me- lhoria das condições de saúde na região de fronteira, incentivo ao turismo, desenvolvimento tecnológico, entre outras. A adesão do Brasil, em 2015, à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas reforçou o compromisso da Itaipu com o esforço global para alcançar as metas expressas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Atualmente, a binacional trabalha com ações relacionadas a todos os 17 ODS, muitas delas em parceria com 54 municípios da região (52 no Oeste do Pa- raná, além de Altônia, na Região Noroeste, e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul). Nesse contexto, destaca-se a parceria da empresa firmada com o PNUD, Newton Luiz Kaminski objeto desta publicação. Trata-se de um projeto pioneiro para divulgar e con- Diretor de Coordenação solidar os ODS nesses municípios. É também uma iniciativa inovadora, por abordar esse tema em uma escala municipal, reunindo o conhecimento téc- nico do PNUD e a experiência da Itaipu com o desenvolvimento territorial. No âmbito do projeto, foram realizados Seminários Microrregionais sobre os ODS, abrangendo os 54 municípios e propiciando um espaço de diálogo entre governo municipal, sociedade civil e setor privado, para a construção de um programa de atuação conjunta voltado à implementação da Agenda 2030 na região. Com essa abordagem – e com base nos indicadores municipais apresenta- dos no presente trabalho – pretende-se identificar e enfrentar os principais desafios da região e, consequentemente, conectar cada vez mais o Oeste do Paraná aos compromissos brasileiros de desenvolvimento sustentável e à agenda global da ONU rumo a 2030.

panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 9 sumário

11 panorama ods: iracema do oeste em números 12 agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável: o que isso tem a ver comigo? 16 parceria pnud-itaipu para o oeste do paraná 17 alcançando o desenvolvimento sustentável: metas e indicadores 21 como posso implementar a agenda 2030 no meu município?

25 sobre o diagnóstico 26 este documento 28 por falar em desenvolvimento 30 como ler esse diagnóstico?

35 diagnóstico de iracema do oeste 37 introdução 38 caracterização do território 40 idhm 42 população 46 pobreza e vulnerabilidade social 50 saúde 56 segurança 60 educação 63 trabalho e renda 65 economia 67 energia 68 água e saneamento 70 representação política 73 considerações finais

77 referências bibliográficas panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 11 sumário

panorama ods: iracema do oeste em números agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável: o que isso tem a ver comigo?

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Susten- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) tável e os Objetivos de Desenvolvimento Susten- significou a adoção de uma agenda de desenvol- tável (ODS), que nela foram estabelecidos, foram vimento conjunta pelos países. Isto é, a partir adotados pelos Estados-membros da Organização desse momento, os países se comprometeram a das Nações Unidas (ONU) por meio da Resolu- implementar um plano de ação único, buscando ção 70/1 da Assembleia Geral da ONU, intitulada responder aos novos desafios globais e envolver “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 todos os atores na construção de um mundo in- para o Desenvolvimento Sustentável”, de setembro clusivo, equitativo e ambientalmente sustentável. de 2015, entrando em vigor a partir de 1 de janeiro Com esse compromisso, os Estados-membros das de 2016. Nações Unidas, inclusive o Brasil, devem traba- Assim como os Objetivos de Desenvolvimento lhar para alcançar metas e objetivos da Agenda do Milênio (ODM), a adoção da Agenda 2030 e dos até 2030.

PESSOAS Erradicar todas as formas de pobreza e de fome e garantir dignidade e equidade

PLANETA Proteger os recursos naturais e o clima ROSPERIDADE do nosso planeta P Desenvolvimento Garantir vidas para as gerações prósperas e plenas, futuras em harmonia com Sustentável a natureza

PARCERIAS Implementar a agenda PAZ por meio de uma Promover sociedades parceria global sólida pacíficas, justas e inclusivas panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 13

A discussão sobre os novos objetivos tem início Objetivos de Desenvolvimento na Conferência das Nações Unidas sobre o De- do Milênio (ODM) senvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 2012. Em setembro de 2000, os Estados-membros das Nações Unidas No novo contexto mundial, tornou-se necessário estabeleceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio trabalhar não somente com uma agenda social, (ODM), que deveriam ser cumpridos pelos países em desenvolvi- como os ODM, mas interligar crescimento econô- mento até 2015. O cumprimento dos oito ODM e suas 21 metas, mico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. com ênfase na agenda social, orientou as ações de desenvolvi- Assim, a partir do ano seguinte, os países e as Na- mento desses países durante quinze anos. O Brasil atingiu importantes metas dos ODM, contribuindo ções Unidas começam a trabalhar no documento O significativamente para o alcance das metas globais de alguns Mundo que Queremos, tendo como perspectiva os objetivos. Em relação ao ODM 1, por exemplo, a meta de reduzir aprendizados da implementação dos ODM (2001- a fome e a pobreza extrema pela metade em comparação à taxa 2015) e a nova realidade global pós-2015. de 1990 foi alcançada pelo Brasil já em 2002. Em 2012, o país Nesse contexto, a Agenda 2030 é um instrumen- tinha reduzido essa taxa a menos de um sétimo – de 25,5% de to ainda mais abrangente e sensível às realidades pessoas extremamente pobres para 3,5%. de diferentes populações ao redor do mundo, Avanços também foram alcançados na redução da mortalidade tendo sido inclusive construída de forma coletiva, na infância, expressa no ODM 4, que leva em conta a taxa de esforço sem precedentes que envolveu Estados, mortalidade de menores de 5 anos de idade. Essa taxa passou sociedade civil, Nações Unidas e outros grupos de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 17,7 em 2011, alcançando a meta de redução de 75%. A meta de redução da interessados. Dessa maneira, a agenda que chega mortalidade infantil, isto é, de crianças de até 1 ano de idade, para discussão da Assembleia Geral da ONU reflete também foi alcançada pelo país: a taxa de mortalidade infantil também as necessidades e os anseios das pessoas caiu de 47,1 para 15,3 óbitos por mil nascidos vivos de 1990 a 2011, no nível local, de “baixo para cima”. Por isso mes- superando a meta de 15,7 óbitos estimada para 2015. mo, sua maior extensão: a Agenda traz 17 Objeti- Outra meta alcançada pelo país foi a de reduzir pela metade, vos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e metas, que estão baseados em 5 eixos – ou 5 P’s, sustentável à água potável e ao esgotamento sanitário, do ODM como foram chamados: Pessoas, Prosperidade, Paz, 7, o que foi atingido em 2012. Planeta e Parcerias. Esses eixos, na verdade, são Em contrapartida, o Brasil teve dificuldades de atingir outras áreas de importância fundamental para a humani- metas, em especial as do ODM 5 “Melhorar a saúde das gestan- tes”. Ainda que a razão de mortalidade materna tenha reduzido dade e o planeta. significativamente, de 141 óbitos maternos por mil nascidos vivos em 1990 para 64 óbitos em 2011, não foi possível alcançar a meta de 35 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos até 2015. Dessa maneira, muitos investimentos foram feitos para cumprir o compromisso assumido com os Objetivos de Desenvolvimen- to do Milênio, tanto pelo Brasil, quanto pelos outros países. A experiência dos ODM foi bem-sucedida e melhorias significati- vas foram alcançadas, que provocaram mudanças positivas na vida das pessoas. Mas ainda há muito a ser feito e a Agenda 2030 pretende avançar nessas lacunas.

Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (2014). Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento. Os ODS são objetivos indivisíveis e integrados, dado que a construção de um desenvolvimen- to econômico, social e ambiental não é possível Objetivos do se não trabalharmos em todas as questões que Desenvolvimento afetam a vida das pessoas e que estão interligadas. Sustentável Ainda, para falar em desenvolvimento, é preciso Acabar com a pobreza em levar em conta a quem esse desenvolvimento deve todas as suas formas, em todos beneficiar. É por isso que a Agenda é também cen- os lugares trada nas pessoas, sensível às questões de gênero e se baseia em assegurar os direitos humanos. Seu principal objetivo é não deixar ninguém para trás. Uma característica central dos ODS é a grande ênfase nos meios de implementação – a mobiliza- ção de recursos financeiros, desenvolvimento de capacidades e tecnologia, bem como a geração de Acabar com a fome, alcançar a dados e fortalecimento de instituições. segurança alimentar e melho- As metas e objetivos estabelecidos constituem ria da nutrição e promover a agricultura sustentável um plano de ação universal, a ser trabalhado por todas e todos – Estados, sociedade civil, empresas, terceiro setor, academia e outras partes interessa- das –, elaborado a partir do entendimento de que construir um mundo sustentável e socialmente equitativo é responsabilidade e tarefa de todas as pessoas. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para É a partir dessa perspectiva que a Agenda 2030 todos, em todas as idades para o Desenvolvimento Sustentável se relaciona com seu município e com você. Alcançar o desen- volvimento humano sustentável e tornar o respei- to aos direitos humanos uma realidade acontece no nível local. São as cidadãs e os cidadãos, nos seus municípios, que sabem suas necessidades e percebem como as políticas podem afetar seu dia- Assegurar a educação inclusi- -a-dia, identificando inclusive quais são os meios va, equitativa e de qualidade, de implementação mais adequados para deter- e promover oportunidades de minada localidade e levando em consideração as aprendizagem ao longo da especificidades de seu contexto. Além disso, diver- vida para todos sas metas a serem alcançadas estão relacionadas ao papel dos estados e municípios, que assumem responsabilidades não só na implementação dos ODS, mas também no engajamento e monitora- mento dessa implementação. Alcançar a igualdade de Contudo, não podemos esquecer que a Agenda gênero e empoderar todas as 2030 é um compromisso global que o Brasil assu- mulheres e meninas miu. Dessa forma, ela se torna uma ferramenta importante para cidadãs e cidadãos reivindicarem seu cumprimento e, assim, fomentarem o desen- volvimento humano sustentável de seu município. É, ainda, uma oportunidade para trocar experiên- cias e lições aprendidas com outras localidades, de forma a contribuir para um desenvolvimento Assegurar a disponibilidade e integrado e identificar eixos de trabalho conjunto gestão sustentável da água e e cooperação entre os diferentes atores da socie- saneamento para todos dade, seja em outros municípios, estados ou até mesmo países. É nesse espírito que convidamos cada um e cada uma de vocês a adotar essa Agenda e a contribuir na construção de um mundo justo e sustentável. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 15

Assegurar o acesso confiável, Tomar medidas urgentes para sustentável, moderno e a preço combater a mudança climáti- acessível à energia para todos ca e seus impactos (*)

(*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mu- dança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.

Promover o crescimento eco- Conservação e uso sustentá- nômico sustentado, inclusivo vel dos oceanos, dos mares e e sustentável, emprego pleno e dos recursos marinhos para o produtivo e trabalho decente desenvolvimento sustentável para todos

Construir infraestruturas resi- Proteger, recuperar e pro- lientes, promover a industria- mover o uso sustentável dos lização inclusiva e sustentável ecossistemas terrestres, gerir e fomentar a inovação de forma sustentável as flores- tas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade

Reduzir a desigualdade dentro Promover sociedades pacíficas dos países e entre eles e inclusivas para o desenvol- vimento sustentável, propor- cionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclu- sivas em todos os níveis

Tornar as cidades e os assen- Fortalecer os meios de im- tamentos humanos inclusivos, plementação e revitalizar a seguros, resilientes e susten- parceria global para o desen- táveis volvimento sustentável

Assegurar padrões de produ- ção e de consumo sustentáveis parceria pnud-itaipu para o oeste do paraná

Após o Brasil assumir, em 2015, o compromisso diálogos recorrentes em cada um dos 54 municí- global de alcançar o desenvolvimento sustentá- pios envolvidos até o final de 2018. vel por meio da Agenda 2030, muitos gestores O segundo eixo trata de levantar e sistematizar públicos começaram a pensar como seria a imple- informações e indicadores de desenvolvimento hu- mentação dessa agenda no nosso país. Esforços mano sustentável de maneira a apoiar a tomada de importantes estão sendo feitos, desde então, para decisão local. Para isso, está sendo elaborada uma pensar nos ODS a nível nacional mas, em um país extensa base de dados municipais, que tem servi- de dimensões continentais e mais de 5 mil muni- do de subsídio para análises como esta, bem como cípios, territorializar os ODS no nível de cidade para a construção de uma linha de base dos ODS. também se faz essencial. O projeto também prevê uma plataforma onli- Pensando nisso, a Itaipu Binacional e o Progra- ne de dados. Você poderá acessá-la no endereço ma das Nações Unidas para o Desenvolvimento se oeste2030.org.br para monitorar o progresso dos uniram para pensar a localização dos ODS a nível Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no seu municipal, tendo o Oeste do Paraná como territó- município. Esse diagnóstico é o primeiro resultado rio de referência para este projeto pioneiro. desse esforço de pensar os indicadores em nível Apesar de já ter avançado na erradicação da po- municipal. breza, a região Oeste ainda enfrenta muitos desa- Por fim, o último eixo busca garantir a susten- fios para conciliar suas potencialidades econômi- tabilidade e a apropriação local do projeto, por cas com um caminho de desenvolvimento humano meio da formação de agentes locais, assegurando a sustentável. transferência de conhecimento técnico sobre ODS O Projeto Oeste 2030: Cooperação para os ODS e sobre a elaboração de dados e análises que serão pretende justamente apoiar essa conciliação, cons- produzidas ao longo do projeto. truindo uma Agenda de Atuação Conjunta sobre os ODS e produzindo conhecimento capaz de poten- cializar o desenvolvimento local. O projeto, que estará vigente até 2019, foi dividi- do em três eixos de ação principais: Diálogos para o Desenvolvimento Humano Sustentável; Avalia- ção e monitoramento local; e Formação de agentes locais. O primeiro eixo pretende construir coletivamen- te Agendas de Atuação Conjunta municipais para a implementação da Agenda 2030 nas 54 cidades participantes da iniciativa. Para isso, o projeto pro- picia espaços de diálogos entre governo municipal, sociedade civil e setor privado, entre outros setores relevantes. Os diálogos se iniciaram com a realização de Seminários Microrregionais para Localização dos ODS, em agosto de 2017. Também estão sendo rea- lizadas diversas reuniões municipais com a parti- cipação do setor público, setor produtivo, centros de ensino e terceiro setor. A previsão é de realizar panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 17 alcançando o desenvolvimento sustentável: metas e indicadores

Trabalhar em uma agenda comum de desenvol- Para o alcance do objetivo, são definidas metas, vimento, implementada por quase 200 países que que se referem a conquistas, em geral quantifica- vivem realidades por vezes profundamente dis- das e com prazos temporais, que contribuiriam tintas, é certamente desafiador. Para que isso seja para atingir o objetivo. No exemplo citado, a possível, é necessário um detalhamento da agenda primeira meta do ODS 3 é “Até 2030, reduzir a taxa e do que se pretende alcançar, sem que esse deta- de mortalidade materna global para menos de 70 lhamento engesse as possibilidades de implemen- mortes por 100.000 nascidos vivos”. Ou seja, ao re- tação de ações locais para o alcance de objetivos duzir a taxa de mortalidade materna, o país estaria e metas. Afinal, cada localidade tem condições mais próximo de atingir seu objetivo de assegurar específicas para trabalhar pelo desenvolvimento vida saudável e promover o bem-estar para todas humano sustentável, precisa de investimentos em as pessoas até 2030. diferentes áreas e possui orçamentos diversos. Os indicadores, por sua vez, nos mostram aspec- Nesse contexto, definir objetivos, metas e indi- tos da realidade, possibilitando que mensuremos cadores para a agenda é fundamental para acom- determinada situação, identificando áreas em que panhar as mudanças que ocorrem e verificar a houve avanços e retrocessos. Logo, para medirmos efetividade e o impacto de políticas, ações e inves- a mortalidade materna em um local, é preciso timentos. Por meio desses instrumentos, pode-se estabelecermos um instrumento que permita avaliar que práticas foram bem-sucedidas e podem quantificar o evento – mortalidade materna – e ser replicadas, como aprimorá-las e que ações não compará-lo temporalmente ou com outras locali- obtiveram os resultados esperados. Também é dades. Nesse caso, o indicador é uma razão entre o possível comparar, por exemplo, a situação de dois número de óbitos maternos por 100.000 nascidos ou mais municípios, ou ainda a situação de deter- vivos, em determinado local e ano. minado município em um período temporal. No âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvi- Um objetivo é algo mais amplo e estratégico, que mento Sustentável, foram estabelecidos metas e indica o que se pretende alcançar, isto é, o pro- indicadores para cada ODS, de forma a facilitar a pósito de determinada iniciativa – nesse caso, da implementação de uma agenda única de desenvol- agenda de desenvolvimento. O terceiro Objetivo de vimento por um grande número de países. Todas Desenvolvimento Sustentável, o ODS 3, por exem- as metas estão disponíveis em www.agenda2030. plo, apresenta um dos propósitos da Agenda 2030, org.br e www.nacoesunidas.org/pos2015. Saiba que é “Assegurar uma vida saudável e promover o mais sobre os indicadores a seguir. bem-estar para todas e todos, em todas as idades”.

10.1 Até 2030, progressivamente alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da população mais pobre a Objetivos Metas uma taxa maior que a média nacional Indicadores

10.2 Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deciência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra Taxa de desemprego

10.3 Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as Taxa de ocupação desigualdades de resultados, inclusive por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a Índice de Desigualdade de gênero este respeito IDH 10.4 Adotar políticas, especialmente scal, salarial e de proteção social, e alcançar progressivamente uma maior igualdade

10.5 Melhorar a regulamentação e monitoramento dos mercados e instituições nanceiras globais e fortalecer a implementação de tais regulamentações Como os ODS serão acompanhados? No nível nacional, governos desenvolverão seus Em âmbito global, os objetivos e as metas da próprios indicadores para ajudar a acompanhar nova Agenda serão acompanhados por meio de o progresso dos objetivos e metas. Isso facilita o um conjunto de indicadores criados para medir o monitoramento da implementação da Agenda alcance das ações e as mudanças provocadas nos 2030 no país, a partir de indicadores já existentes e países. O quadro de indicadores globais foi desen- coletados regularmente. A adaptação para o nível volvido por um grupo das Nações Unidas chamado nacional também é importante para verificação de Grupo Interagencial de Peritos sobre os Indicado- lacunas na coleta de dados e identificação de apri- res dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentá- moramentos necessários. vel. O grupo é formado por 26 países-membros da No mais, avaliar a implementação da Agenda ONU e o Brasil, que atualmente é Presidente da 2030 representa um exercício do país de sistemati- Comissão de Estatística da ONU, além de agências zar o conhecimento disponível sobre sua realidade regionais e internacionais que o compõem como e situação local, de forma integrada e abrangente, observadoras. permitindo uma análise totalizante do contexto Esse grupo tem a desafiadora missão de desen- nacional. volver e implementar uma lista de indicadores O Brasil já saiu na frente nesse exercício e ela- globais que permita medir o avanço dos países no borou um Relatório Nacional Voluntário sobre os alcance dos objetivos e das metas da Agenda 2030. ODS em 2017. No mesmo ano, o Grupo de Trabalho Como diversos dos temas levantados pela Agen- da Sociedade Civil para a Agenda 2030 também da 2030 não são tradicionalmente medidos pelas elaborou um relatório, chamado Relatório Luz da organizações que produzem estatísticas globais, o Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável grupo classificou os indicadores propostos em três (incluir hyperlink no título dos relatórios http:// níveis (Tier 1, Tier 2 e Tier 3), com base no seu nível www4.planalto.gov.br/ods/publicacoes/relatorio- de desenvolvimento metodológico e disponibilida- voluntario_brasil2017port.pdf E https://brasilnaa- de de dados. Esse conjunto de dados já está sendo genda2030.files.wordpress.com/2017/10/relatorio- monitorado pela ONU e dois relatórios globais -luz-completo.pdf ) Ainda, foi criada a Comissão foram lançados. Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para avançar na implementação da Agenda 2030.

Tier 1 Tier 2 Tier 3 Indicador conceitual- Indicador conceitual- Indicador para o qual não mente claro, metodologia mente claro, metodologia há metodologia e padrões e padrões estabelecidos e padrões estabelecidos estabelecidos; ou metodo- disponíveis e dados regu- disponíveis, mas os dados logia e/ou padrões estão larmente produzidos por não são produzidos regu- sendo desenvolvidos e/ou países larmente por países testados panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 19

Relatório Nacional Voluntário sobre os Comissão Nacional para os Objetivos de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Desenvolvimento Sustentável Elaborado pela Secretaria de Governo da Presidência da Re- Em 2016, por meio do Decreto nº 8.892, o Brasil criou a Comissão pública, pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Gestão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que tem como objetivo apoiar a implementação da Agenda 2030 o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com super- no país, de modo que seja internalizada e difundida pelos atores visão da Casa Civil da Presidência da República e da Secretaria nacionais e tornando o processo de implementação mais trans- de Comunicação Social da Presidência da República parente e participativo. A Comissão Nacional conta com a participação de representan- tes do governo e da sociedade civil, nomeados em 2017 (Portaria nº 38, Diário Oficial da União, 24 de maio de 2017), totalizando 32 representantes, entre titulares e suplentes. O prefeito de Assis Chateaubriand (2017-2020) e presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP, 2017-2019) é um dos representantes dessa Comissão.

Comissão Nacional ODS Casa Civil Abrinq Sem ns Governo Segov lucrativos federal CNS MRE MMA UGT PDG Visão mundial MDS Segov Ensino, Ensino, Sociedade Governos pesquisa e Presidência pesquisa e civil extensão Secretaria extensão Executiva

Andifes Abema

SBPC Assessoramento permanente Governo Setor Municipal Produtivo CNM Câmaras temáticas CNI Ethos

Fonte da imagem: Secretaria de Governo da Presidência da República. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/ods/menu-de-relevancia/comissao-ods Em 2017, a Comissão teve seu Plano de Ação (2017 – 2019) Do mesmo modo, os governos subnacionais aprovado. O Plano foi dividido em cinco eixos estratégicos, que (estaduais e municipais) são estimulados a con- buscam responder aos desafios mais imediatos da Comissão nos tribuir para o alcance dos objetivos e das metas primeiros anos. Os eixos são: (i) Disseminação da Agenda 2030; da Agenda 2030. Em 2016, o Paraná se comprome- (ii) Agenda 2030 Brasil (internalização); (iii) Territorialização teu a trabalhar para cumprir os ODS ao publicar (interiorização); e (iv) Acompanhamento e monitoramento; além do eixo Gestão e Governança da Comissão, de caráter o Decreto 1.311/1983 no DIOE 9741, que incorpora transversal. o acompanhamento de um Plano Sustentável de Assim, o propósito é que o Plano de Ação contribua para garan- Desenvolvimento (PSD) do estado, integrado à tir condições para a implementação da Agenda 2030 de maneira Agenda 2030, pelo Conselho Estadual de Desenvol- adequada. vimento Econômico e Social do Estado do Paraná O Plano completo está disponível para download: (CEDES). O CEDES, além de aprovar e acompanhar http://www4.planalto.gov.br/ods/noticias/comissao-nacional- o PSD, tem como atribuição propor medidas que -dos-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-lanca-plano-de- otimizem a atuação do governo estadual em áreas -acao/plano-de-acao-da-cnods-2017-2019.pdf de desenvolvimento econômico e social, com o in- tuito de promover melhorias na vida das pessoas. No mais, no Estado do Paraná, o Instituto Para- naense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e a Companhia de Tecnologia da Infor- mação e Comunicação do Paraná (Celepar) têm trabalhado na identificação de indicadores esta- duais, que já foram ou poderiam ser produzidos, relacionados aos ODS. Por sua vez, o PNUD e a Itaipu têm trabalhado para a identificação de indicadores de âmbito mu- nicipal. Nessa publicação, você encontrará alguns indicadores que foram selecionados para analisar a situação dos municípios do Oeste do Paraná e que poderão nos ajudar no monitoramento da implementação da Agenda 2030.

Já está disponível a plataforma desenvolvida pela parceria do PNUD com a Itaipu Binacional no endereço www.oestepr2030.org.br. O site disponibiliza indicadores ODS para os 54 muni- cípios da região Oeste do Paraná. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 21 como posso implementar a agenda 2030 no meu município?

A realização da Agenda 2030 para o Desenvolvi- Guias de localização dos ODS mento Sustentável é um compromisso assumido pelo país e que precisa contar com o engajamento Guia para integração dos ODS nos muni- de governos e organizações em todos os níveis, do cípios brasileiros (CNM; PNUD) federal ao municipal, e de seus habitantes. http://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/ As cidades têm uma importância central nesse Guia_para_Integra%C3%A7%C3%A3o_ dos_ODS.2017.pdf contexto, pois podem transformar a implementa- ção da Agenda 2030 em algo concreto e eficiente, próximo da realidade e do cotidiano das pessoas. No mais, todos os ODS têm metas diretamente ligadas às responsabilidades dos governos subna- cionais, o que torna a localização da Agenda 2030, Guia para localização dos ODS nos muni- isto é, a ponderação dos contextos subnacionais cípios brasileiros (CNM) em sua implementação, ainda mais relevante. http://www.cnm.org.br/cms/bibliote- Estabelecer objetivos e metas, definir meios de im- ca_antiga/ODS-Objetivos_de_Desen- plementação e estipular indicadores para monito- volvimento_Sustentavel_nos_Munici- pios_Brasileiros.pdf ramento são processos que precisam ser realizados levando em consideração esses contextos para que sejam bem-sucedidos. Localização trata-se, então, tanto de identificar como os governos locais e regionais podem apoiar Roteiro para Localização dos ODS a realização dos ODS por meio de ações “de baixo (ONUBR) para cima”, quanto a forma como os ODS podem https://nacoesunidas.org/wp-content/ fornecer um arcabouço para uma política de de- uploads/2017/06/Roteiro-para-a-Locali- senvolvimento local. zacao-dos-ODS.pdf Mas incorporar a Agenda 2030 no nível local pode não parecer, à primeira vista, uma tarefa sim- ples. Contudo, há caminhos já traçados que podem apoiar esse exercício. Primeiramente, alguns traba- lhos já foram feitos para apoiar os governos locais ODS Compass: Diretrizes para implemen- a integrar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento tação dos ODS na estratégia dos negócios Sustentável em seus municípios. https://sdgcompass.org/wp-content/ uploads/2016/04/SDG_Compass_Portu- guese.pdf Além disso, podemos levar em conta certas con- humano sustentável, o que está inclusive expresso siderações que ajudam nesse processo: em uma das grandes áreas da Agenda 2030 – Par- • É importante conhecer a realidade local para cerias. Afinal, a realização da Agenda 2030 é uma identificarmos de que forma os objetivos e metas tarefa de todos, não somente do poder público, e da Agenda 2030 se relacionam e podem contribuir a troca de experiências e lições aprendidas torna para o desenvolvimento territorial. É com isso que esse processo mais rico e efetivo. esse documento pretende contribuir, trazendo • Para tanto, não podemos nos esquecer de siste- um diagnóstico da situação dos 54 municípios do matizar as informações produzidas e as experiên- Oeste do Paraná. cias vivenciadas. Isso pode auxiliar tanto a elabora- • Nesse percurso, além de levantar indicadores ção de relatórios nacionais sobre a implementação que se relacionam com as metas, pode-se também da Agenda 2030, quanto para compartilhar apren- identificar indicadores que ainda precisam ser dizados com outras localidades não só do Brasil, criados e dados a serem coletados, para que possa- mas do mundo todo. No Paraná, uma iniciativa mos ter uma melhor análise situacional. nesse sentido está sendo desenvolvida. A Compa- • Integrar os ODS ao planejamento municipal – nhia de Tecnologia da Informação e Comunicação seja nos Planos Plurianuais (PPA), no Plano Dire- do Paraná (Celepar) desenvolveu um portal que tor ou em outros documentos – também contribui pretende compilar boas práticas de ações para o para trabalhar de forma alinhada com a Agenda alcance dos ODS no estado: http://www.boasprati- 2030. Além disso, o setor produtivo também pode casods.pr.gov.br/ incluir os ODS no seu planejamento, seja por meio • Além disso, vale lembrar que nem tudo é res- dos planos estratégicos ou dos relatórios de sus- ponsabilidade dos municípios. A Agenda 2030 é tentabilidade. ampla e abarca temas distintos, alguns dos quais • Nesse contexto, vale notar que, por os ODS são responsabilidade direta do Governo Federal serem indivisíveis e integrados e por esse ser um e outros do Governo Estadual. Para que a Agenda primeiro exercício de levantamento de indicado- seja efetiva, é importante que os três níveis traba- res municipais, não dividimos o diagnóstico de lhem juntos, respeitando o pacto federativo e as acordo com os elementos da Agenda. No entanto, responsabilidades de cada um. isso não impede que esse exercício seja feito nos municípios, como metodologia de trabalho para integração ao planejamento local. • Esse trabalho não começa do zero. Pela abran- gência da Agenda 2030, diversos temas provavel- mente já estavam sendo trabalhados pelos municí- pios. Por isso que é recomendável identificar áreas de atuação e parcerias já iniciadas que se vinculam com os ODS e as metas. • O trabalho de localização dos ODS não é sin- gular a cada município ou gestão. Há questões em comum que podem ser construídas coletivamente. Em primeiro lugar, recomenda-se a criação de fó- runs participativos que permitam o monitoramen- to da implementação dos ODS e a contribuição da população local. Também é importante a forma- ção de mecanismos de acompanhamento e coor- denação institucional, que auxiliam no desenvol- vimento de um trabalho conjunto. Por outro lado, é positivo buscar apoio e parceria com governos (inclusive de diferentes municípios), organismos internacionais (como o PNUD), iniciativa privada (como a Itaipu) e outros atores que possam con- tribuir com essa iniciativa. Parcerias sólidas são fundamentais para o alcance do desenvolvimento panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 23

Movimento Nacional ODS Nós Podemos, no Paraná O Movimento Nacional ODS Nós Podemos (MNODS) vem contribuindo para os avanços das agendas globais de desenvol- vimento da ONU desde 2004. Criado com o intuito de cons- cientizar e mobilizar a sociedade civil e o governo para atingir os ODM, o Movimento se voltou agora para o alcance do ODS, tornando-se uma importante plataforma de articulação de par- cerias para esse novo desafio.

O MNODS está aberto para participação de voluntários, em- presas, ONGs e governo. Conheça o Núcleo Estadual ODS Nós Podemos Paraná e envolva-se nesse desafio! Saiba mais: http://www.odsnospodemos.org/ panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 25 sumário

sobre o diagnóstico este documento

Adaptar a Agenda para o nível local é uma das apresentados aqui, mas a escolha dos indicadores primeiras tarefas que temos pela frente. Para tan- foi feita de maneira cuidadosa, com o objetivo de to, é imprescindível conhecer nossa realidade para mostrar o que há de mais relevante e o que se des- além de nossas percepções, utilizando também taca para a região e para os 54 municípios. dados que temos disponíveis. Assim, poderemos No entanto, vale lembrar que o diagnóstico é um identificar que metas e objetivos serão prioritários primeiro passo nesse caminho, fundamental para para trabalharmos e demandarão mais atenção e o avanço da sustentabilidade e da justiça social, investimento. mas que não acaba em si mesmo. Pelo contrário: a Esse diagnóstico pretende apoiar o desenvol- proposta é apontar quais são as áreas que estamos vimento local dos 54 municípios da região Oeste bem e quais ainda precisamos melhorar, para que do estado do Paraná. Seu objetivo é sistemati- juntas e juntos possamos definir em que sentido zar informações e dados sobre os municípios, caminharemos. de forma que seja possível identificar lacunas e problemas da região, desenhar ações e formas de implementação adequadas à realidade local e fazer um acompanhamento do progresso de políticas e iniciativas locais, trabalhando de maneira mais efetiva e integrada no desenvolvimento da região Oeste. O documento que você tem em mãos trabalha então nesses dois eixos: o diagnóstico situacio- nal sobre os municípios do Oeste do Paraná e sua vinculação com a Agenda 2030 para o Desenvolvi- mento Sustentável. Assim, da mesma forma que a Agenda, ele está acessível a todas as pessoas e pretende contribuir no trabalho de cada um e cada uma pelo desenvolvimento. Para tanto, foram levantados indicadores muni- cipais que mais se adequavam às metas da Agenda 2030, identificadas ao longo do texto. Os dados apresentados foram buscados em diferentes bases oficiais, com o intuito de disponibilizar o que se tem de informação mais atual sobre cada área analisada. Nem todos os dados disponíveis são panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 27

Alcançar 17 Objetivos e 169 metas demanda bastante trabalho, No Atlas Brasil, você pode encontrar outros dados sobre seu mu- mas nem tudo precisa acontecer ao mesmo tempo. Em primeiro nicípio. Lá no site, é possível ver o perfil de cada município e ter lugar, algumas atribuições são de outras esferas de governo e acesso a diversos dados, entre eles o Índice de Desenvolvimento espaços de atuação. Em segundo, alguns objetivos se relacionam Humano Municipal (IDHM), que é acompanhado por mais de mais e outros menos com seu município, o que significa que 200 indicadores socioeconômicos. E não é só para seu município algumas áreas – como saúde, igualdade de gênero e mobilidade, – o site também traz dados de estados, regiões metropolitanas e por exemplo – podem precisar de mais atenção que outras, por unidades de desenvolvimento humano, áreas similares a bairros. apresentarem piores dados. O município pode, então, priorizar investimentos e trabalho para ampliar o atendimento a mulheres vítimas de violência, incluir a temática da igualdade de gênero em seus currículos escolares e aumentar o número de vagas em creches e escolas primárias públicas, por exemplo, com o intuito de promover a igualdade de gênero se este for um tema impor- tante da realidade local. por falar em desenvolvimento

Quando falamos em desenvolvimento de um habitantes municípios país, estamos pensando em seu desenvolvimento em diferentes setores, como, por exemplo, saúde, educação, proteção ambiental, saneamento básico, energia, entre outros, que provocam uma melhoria nas condições de vida da população, em harmonia com o meio ambiente e de maneira distribuída Até 5.000 12 pelo território, permitindo que os diversos grupos sociais, de cada região, estejam inseridos nesse processo e dele sejam beneficiados. Nesse diagnóstico, trabalharemos com três dimensões do desenvolvimento: desenvolvimento humano, sustentável e territorial (ou regional). A partir desses elementos, podemos estabelecer Entre 5.001 e 10.000 15 que desenvolvimento queremos para a região onde vivemos, isto é, para o Oeste do Paraná. Partindo dessa ideia, o PNUD e a Itaipu têm feito reuniões participativas em cada município da região, para construir uma Agenda de Atuação Conjunta e defi- nir coletivamente os desafios enfrentados no nível Entre 10.001 e 20.000 14 municipal. A região Oeste do estado do Paraná tem especifi- cidades que precisam ser levadas em consideração quando pensamos em trabalhar para o desenvolvi- mento local, sem perder a perspectiva das esferas nacional e global. Em primeiro lugar, a região é Entre 20.001 e 50.000 9 formada por 54 municípios que, em sua maioria, são de pequeno porte. De acordo com dados da po- pulação estimada para 2017 do IBGE, 12 municípios da região têm até 5 mil habitantes, 15 municípios têm entre 5 e 10 mil, somente 1 tem entre 50 e 100 mil e apenas três têm acima de 200 mil habitantes. Os outros 23 municípios estão na faixa de 10 a 50 Entre 50.001 e 100.000 1 mil habitantes.

Acima de 100.000 3 panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 29

Desenvolvimento humano Desenvolvimento humano é o processo de ampliação das liberdades das pessoas, no que tange às suas capacidades e às oportunidades a seu dispor, para que elas possam escolher a vida que desejam ter. O processo de expansão das liberdades inclui as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e ambientais necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as pessoas, bem como o ambiente propício para cada um exercer na plenitude seu potencial. Assim, desenvolvimento humano deve ser centrado Apesar da relativa pequena população, a região nas pessoas e na ampliação do seu bem-estar, entendido não se destaca pela intensa produção agrícola e por como o acúmulo de riqueza e o aumento da renda, mas como a abrigar um dos principais polos turísticos, hídri- ampliação do escopo das escolhas e da capacidade e da liberda- cos e energéticos do país. Esses fatores influen- de de escolher. Nesta abordagem, a renda e a riqueza não são ciam de maneira significativa a dinâmica regional, fins em si mesmas, mas meios para que as pessoas possam viver a influenciando a atividade econômica, a geração vida que desejam. de empregos, a formação educativa das pessoas, o acesso a bens e serviços, entre outros. Desenvolvimento sustentável Somado a isso, o Oeste também se localiza na Desenvolvimento sustentável é definido como o desenvolvimento principal região fronteiriça do país, fazendo divisa que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem com dois países: Paraguai e Argentina. Essa carac- comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades. terística provoca uma série de efeitos, relaciona- Isso significa promover o desenvolvimento de forma ambien- dos às relações comerciais e econômicas, à cultura, talmente sustentável, buscando preservar recursos naturais, a elementos da linguagem e do idioma, à segu- habitats, fauna e flora, para que as próximas gerações não sejam rança, à migração, isto é, a questões da integração prejudicadas nem tenham seus direitos violados. entre os três países e suas populações de maneira geral. Desenvolvimento humano sustentável O Oeste do Paraná é também importante polo O que seria então desenvolvimento humano sustentável? A educacional. A região abriga a Universidade Fe- partir dos conceitos apresentados anteriormente, promover deral da Integração Latino-Americana (Unila), a um desenvolvimento humano sustentável significa ampliar as Universidade Federal do Paraná (UFPR) a Univer- liberdades das pessoas, permitindo que tenham oportunidades sidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o e condições concretas de expandir suas capacidades e escolher a Instituto Federal do Paraná (IFPR), a Universidade vida que desejam ter, sem que isso incorra em destruição do meio ambiente e da sustentabilidade do planeta. Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e outras Também significa distribuir essa responsabilidade da preserva- diversas instituições de ensino superior particula- ção ambiental de forma equitativa, sem impedir o desenvolvi- res. mento humano de algumas pessoas e grupos sociais para garan- Outro elemento importante que está presente na tir o desenvolvimento de outros e a sustentabilidade ambiental. região e influencia sua dinâmica e a integração re- gional do país é a presença da Itaipu Binacional, a maior geradora de energia hidrelétrica do mundo, Desenvolvimento territorial que abastece a produção energética de dois países Desenvolvimento territorial – ou regional – é um processo de – Brasil e Paraguai. mudanças no nível subnacional, que visa equilibrar as dispari- É, então, a partir dessas características e especi- dades entre as diferentes regiões do país, de forma a impulsionar ficidades, somadas aos dados sociais, ambientais o desenvolvimento da comunidade em questão. Esse processo e econômicos, que devemos olhar para a região está relacionado à possibilidade de as regiões se desenvolverem de acordo com suas especificidades e contexto local, não somente e para seu desenvolvimento. Assim, na primeira em termos econômicos, mas também sociais. Essa perspecti- parte desse documento, focamos no diagnóstico va leva em consideração ainda aqueles territórios que estão da região Oeste do Paraná, para posteriormente distantes de grandes conglomerados urbanos e que estabelecem nos determos às realidades municipais e olharmos atividades produtivas próprias, que geram uma série de efeitos também para suas especificidades. nas condições socioeconômicas de sua população e na dinâmica de sua sociedade, ao mesmo tempo em que são afetadas por essas condições e dinâmica. como ler esse diagnóstico?

Gráficos e mapas também trazem dados e infor- mações importantes para nosso entendimento da situação de um município. Eles facilitam a com- paração com outros dados (ou com outras locali- dades) e transformam um dado numérico em um recurso visual, fácil de enxergar e de compreender sua dimensão. Existem três tipos de gráficos principais, que devem ser lidos de maneiras diferentes.

Vendas de frutas na feira Torcidas de futebol Pluviosidade anual no Paraná 4% 40% Outros mililitros Banana 11% 150

28% 120 Laranja 40% 17% Atlético Paraná 90 17% Clube Maçã 11% 60 Pinhão

4% 30 Pêssego

0 28% jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Coritiba

Gráfico de barras (ou colunas) Gráfico de pizza (ou torta) Gráfico de linhas Esses gráficos, por outro lado, nos ajudam Esse tipo de gráfico nos ajuda a comparar Os gráficos de linhas geralmente são a comparar quantidades entre si. Da o dado que queremos analisar com o todo, utilizados para compreendermos o mesma forma, sem sabermos exatamente com o conjunto. Por isso, usualmente ele quanto quantidades mudaram ao longo os números, conseguimos perceber que a vem acompanhado de porcentagens. Por do tempo. Por exemplo, é fácil perceber, banana foi a fruta mais vendida na feita exemplo, só de olhar para o gráfico ao pelo gráfico ao lado, que a quantidade de do último domingo, enquanto pêssego foi lado conseguimos tirar a primeira con- chuvas no estado do Paraná no início do a que fez menos sucesso. clusão: dentre os entrevistados, o maior ano é alta, caindo quando se aproxima número de torcedores é do Atlético, que de maio e, depois, subindo novamente a tem o pedaço maior da pizza. No exemplo partir de agosto. dado, as porcentagens estão destacadas, mas poderíamos chegar a essa informação mesmo se não soubéssemos dos 40%.

Nota: as informações contidas nesses gráficos não são verdadeiras. Foram criadas apenas como exemplos para auxiliar na explicação sobre os gráficos. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 31

ATENÇÃO! Quando a soma total não é 100% Nem todas as informações disponibilizadas podem ser somadas Apesar da visualização de dados ser uma ma- e ter um resultado de 100%. Em alguns casos, como população, neira muito útil de ilustrar informações sobre um temos um número total de pessoas do município, que representa município, os gráficos podem ser enganosos quan- 100%. No entanto, quando esse número é desagregado por raça/ do não vistos com atenção. cor, por exemplo, nem sempre a soma de branco + preto + pardo + amarelo + indígena resulta no mesmo valor de população Veja alguns detalhes importantes para ler as total, porque essa é uma informação auto declaratória, o que informações expressas em gráficos neste diagnós- significa que depende da resposta do entrevistado, que pode se tico: negar a dar informação de raça/cor. Dessa forma, a pessoa será contada na população total, mas não nos dados desagregados por raça/cor. Na maioria dos casos, a quantidade de não-de- clarados é muito pequena, e não influencia na leitura geral do indicador.

3 Municípios do Oeste do Paraná Volume de água produzido no município por 1.000m Número de homicídios no município, por faixa etária 1500 15 a 24 anos 0 a 14 anos

250 10

1416 1393 200 8 1340

1292 1311 6 1281 150

1200 4 2010 2011 2012 2013 2014 2015 100 2010 2015

Mapas Quando a escala não começa Quando há duas escalas Outra forma de apresentar e ler dados é em zero Para algumas análises, optou-se por através de mapas. Além de informações Em alguns casos, a variância dos dados trazer duas informações em um mesmo geográficas, os mapas podem trazer é pequena, ou os valores analisados são gráfico. Nesses casos, é possível que o também dados que facilitam a compara- muito altos, e começar a escala por zero gráfico tenha duas escalas diferentes, uma ção entre municípios, estados, países ou deixaria as diferenças quase invisíveis no para cada informação. Nesse exemplo regiões. O mapa acima traz o IDHM de gráfico. Por exemplo, no gráfico acima, nota-se que a informação é trazida em nú- municípios do Paraná em 2010, de acordo começar a escala em 1200 permitiu ter meros brutos, e por isso o valor do Oeste com dados do Atlas do Desenvolvimen- uma visualização mais interessante da do Paraná é muito mais alto que o valor to Humano no Brasil 2013. Ao olhar o variância do volume de água produzido de Ubiratã, o que fez com que o gráfico mapa, é possível identificar as áreas com entre 2010 e 2015. tivesse duas escalas para que as duas maior IDHM – nas cores azul (muito informações ficassem visíveis. alto desenvolvimento humano) e verde (alto desenvolvimento humano) –, médio desenvolvimento humano (em amarelo) e com menor IDHM (em laranja, baixo de- senvolvimento humano, e vermelho, muito baixo desenvolvimento humano). Por que o diagnóstico traz alguns dados Os dados também sofrem interferências no momento da coleta. antigos, de 2010, e outros mais recentes? Uma pergunta mal compreendida, uma informação que foi Para elaborar esse diagnóstico, buscamos dados confiáveis e esquecida ou confundida pelo respondente ou mesmo um dado mais recentes dos municípios da região Oeste do Paraná. Alguns que não informamos ao pesquisador pode distanciar os dados da foram obtidos de fontes estaduais, como os dados do Instituto realidade. Nesse caso, a situação é inversa a das médias. Quando Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPAR- estamos falando de dados nacionais ou de grandes medidas, DES), e outros foram retirados de bases de dados nacionais. esses erros e descuidos não alteram significativamente a infor- Entre elas, a principal fonte é do Censo de 2010, que é aplicado a mação que produzem. Por outro lado, quando trabalhamos no cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nível local, especialmente com municípios de pequeno porte, é (IBGE) em todo o território nacional. possível encontrar distorções entre as informações produzidas O Censo é uma extensa base de dados, que traz informações pelos dados e a realidade. Por isso o planejamento local deve socioeconômicas da população brasileira e de seus domicílios, estar sempre baseado em dois eixos centrais: na informação apresentando um retrato do país e permitindo comparações disponibilizada pelos dados e na participação da sociedade, de entre essas localidades. Contudo, como esses dados são coletados maneira que tanto a percepção individual quanto a construção somente a cada 10 anos, buscamos dados mais recentes produ- de indicadores sejam refinadas, para que assim se alcance um zidos para os municípios da região, que possibilitam um olhar desenvolvimento verdadeiramente inclusivo e sustentável. mais atual e a elaboração de um diagnóstico mais próximo da realidade local em 2017. A coleta e produção de dados é complexa e demorada. Assim, Os indicadores apresentados nesse diagnóstico ainda que exista um esforço local de produção de dados mu- são os indicadores oficiais dos ODS? nicipais mais recentes, nem todos os dados que gostaríamos Não. Ainda não foi definida uma lista de indicadores nacionais de analisar estão disponíveis, por isso recorremos ao Censo e para o monitoramento da implementação da Agenda 2030, algo a outras bases de dados. E, nesse processo, também podem-se que está sendo trabalhado pela Comissão Nacional para os identificar dados que não foram coletados e que poderiam trazer Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Estado do Paraná informações relevantes para o município, a serem adotados em está elaborando um grupo de indicadores que poderá auxiliar coletas futuras. nesse monitoramento, no nível estadual. Aqui demonstra-se a importância de empreendimentos dessa Esse diagnóstico é um primeiro exercício de levantamento de magnitude, como a implementação da Agenda 2030 para o indicadores internacionais e nacionais cujos dados já estão Desenvolvimento Sustentável. Ao provocar um olhar totalizante disponíveis para o nível municipal e que, por isso, possibilitaram para a situação de municípios, estados e países, de forma siste- a elaboração de uma análise situacional da região Oeste do matizada por meio de objetivos, metas e indicadores, a Agenda Paraná. 2030 coloca um desafio a todos os países do mundo: fazer um De qualquer maneira, os municípios podem estabelecer seu qua- diagnóstico de sua realidade, de forma consistente, com dados dro de indicadores próprio, levando em consideração os dados que demonstrem qual é a situação atual e que elementos da disponíveis, as potencialidades de coleta de novos dados e as ca- realidade ainda não nos é possível diagnosticar, pela inexistên- pacidades de instituições de pesquisa estabelecidas localmente. cia de dados que fundamentem nossa análise. Além disso, são importantes para que, após identificar entraves e caminhos para o desenvolvimento, possamos medir os avanços alcançados. Por último, é importante notar que os dados são uma das melho- res maneiras de conhecer a realidade, mas são o resultado de mé- dias, o que pode esconder algumas desigualdades e não refletir exatamente a realidade. Por exemplo, a renda domiciliar per ca- pita do Brasil em 2010 era R$ 793,87, porém o município de São Caetano do Sul, em São Paulo, tinha uma renda de R$2.043,74 e o município de Marajá do Sena, no Maranhão, tinha uma renda de R$ 96,25. Quando analisamos regiões menores, esse problema das médias diminui, mas é preciso sempre estar atento para que ninguém seja deixado para trás. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 33

sumário

diagnóstico de iracema do oeste

panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 37 introdução

Se você chegou até aqui, já sabe melhor o que é Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). E já conheceu também um pouco mais sobre a região Oeste do Paraná. Agora falta conhecer a realidade de cada município, com base em dados estatísticos retirados de fontes oficiais, e sua relação com as metas dos ODS.

Nesse momento, passamos a olhar para os dados estatísticos de Iracema do Oeste e sua relação com os objetivos e metas da Agenda 2030. Lembre-se que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são objetivos indivisíveis e integrados, pois é preciso trabalhar em variadas frentes para alcançarmos o desenvolvimento. Melhorias na área de educação dependem não somente da disponibilidade e qualidade do ensino e da infraestrutura das escolas, mas também de nutrição adequada às crianças, trabalho decente para seus pais e segurança para todos e todas, nas escolas, no seu entorno e nos locais de moradia. Por isso este diagnóstico foi dividido por áreas temáticas, e não por ODS. Você encontrará ODS que se repetem em algumas áreas e outras áreas que trazem mais de um ODS. Por exemplo, a área temática de Saúde agrega indicadores do ODS 2, 3 e 5. A proposta é apresentar indicadores prioritários para ações de desenvolvimento municipais. A Agenda 2030 vem para contribuir a estabelecer metas conjuntas, padrões internacionais e iluminar alguns setores relevantes que possam não estar no foco de ações sociais e políticas públicas, mas que merecem atenção. Os indicadores escolhidos são aqueles com dados disponíveis e atuais para o nível municipal. Nessa fase, ainda não foi possível mapear todos os indicadores necessários para monitorar a Agenda 2030, mas os apresentados já dão um panorama importante sobre os municípios, e são centrais para o desenho de planos de desenvolvimento, para a implementação da Agenda 2030 e, principalmente, para não deixar ninguém para trás. caracterização do território



PARAGUAI Guaíra Brasilândia do Sul Terra Roxa Palotina Jesuítas  Maripá Assis Chateaubriand Mercedes Iracema do Oeste

Mal. Cândido Rondon Nova Aurora Ubiratã Cafelândia Tupãssi Ente Rios do Oeste Toledo Iguatu    Corbélia São José das Palmeiras Santa Helena Diamante D’Oeste São Pedro do Iguaçu Cascavel Sta. Tereza do Oeste Missal Ramilândia Itaipulândia Guaraniaçu Céu Azul Catanduvas Matelândia São Miguel do Iguaçu Santa Lúcia Três Barras do Paraná Santa Teresinha de Itaipú Quedas do Iguaçu Serranópolis do Iguaçu Foz do Iguaçu Capitão Leônidas Marques    

N ARGENTINA

      panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 39

 Pres. Prudente Ano de Área População Densidade  instalação demográƒca Região oeste do Paraná 25750,79 km2 1281353 hab. 49,76 hab/km²  0 200000 0 300000 0 200000 1993 Anahy 1966 Assis Chateaubriand

Chapecó  1981 Boa Vista da Aparecida 1983 Braganey 1993 Brasilândia do Sul 1926 Cafelândia 1986 Campo Bonito 1964 Capitão Leônidas Marques 1951 Cascavel 1960 Catanduvas 1966 Céu Azul 1961 Corbélia 1989 Diamante D'Oeste 1993 Diamante do Sul 1993 1961 Formosa do Oeste 1914 Foz do Iguaçu 1951 Guaíra 1951 Guaraniaçu 1990 Ibema 1993 Iguatu 82,41 2.578 31,28 1993 Iracema do Oeste km² hab. hab/km² 1993 Itaipulândia 1980 Jesuítas 1990 Lindoeste 1960 Marechal Cândido Rondon 1993 Maripá 1960 Matelândia 1960 Medianeira 1993 Mercedes 1963 Missal 1967 Nova Aurora 1993 Nova Laranjeiras 1973 Nova Santa Rosa 1990 Ouro Verde do Oeste 1960 Palotina 1993 Pato Bragado 1993 Quatro Pontes 1967 Quedas do Iguaçu 1993 Ramilândia 1967 Santa Helena 1993 Santa Lúcia 1990 1989 Santa Terezinha de Itaipu 1986 São José das Palmeiras 1961 São Miguel do Iguaçu 1970 São Pedro do Iguaçu 1997 Serranópolis do Iguaçu 1961 Terra Roxa 1951 Toledo Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d. 1980 Três Barras do Paraná Nota: esses dados foram 1979 Tupãssi produzidos com base no Censo Demográfico 1960 Ubiratã do IBGE de 2010 1979 Vera Cruz do Oeste idhm

O Índice de Desenvolvimento Humano Munici- Mapa 4: IDHM da região Oeste do Paraná pal (IDHM) é o resultado de um cálculo feito para em 1991, 2000 e 2010 medir o nível de desenvolvimento humano dos 1991 municípios. Ele conta um pouco da história dos municípios em três importantes dimensões do desenvolvimento humano durante duas décadas da história brasileira, de 1991 a 2010. Assim, o IDHM é composto por três dimensões, que representam a oportunidade de uma socieda- de de ter vidas longas e saudáveis – saúde –, de ter acesso a conhecimento – educação – e de ter comando sobre os recursos de forma a garantir um padrão de vida digno – renda. É dividido em cinco faixas de desenvolvimento humano: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto. Quanto mais próximo o Índice estiver de um, maior o desenvolvimento humano do município. A disponibilização de um índice que agrega diferentes indicadores é positiva à medida em que possibilita acesso a informações claras e concisas 2000 sobre um município, de maneira fácil. Isso ajuda a ter um retrato da situação do município e a com- pará-la ao longo dos anos ou com outros municí- pios.

Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal 0 1 0,500 0,600 0,700 0,800

muito baixo baixo médio alto muito alto Fonte: PNUD, IPEA, FJP, 2013.

2010

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 41

Como é possível ver no mapa, Iracema do Oeste está na faixa de Alto Desenvolvimento Humano, com IDHM de 0,707 em 2010. Em 1991, o município tinha um IDHM de 0,425, o que significa que houve um crescimento anual de 2,7% nesse Índice, rit- mo superior ao do IDHM do Oeste do Paraná, que cresceu 2,1% no mesmo período, passando de 0,501 em 1991 para 0,747 em 2010. O IDHM de Iracema do Oeste está abaixo do IDHM do Paraná (0,749) e do IDHM do Brasil (0,727), de 2010.

Gráco 1: IDHM do município, da região Oeste do Paraná, Gráco 2: IDHM do município, por dimensões (Longevi- do estado do Paraná e do Brasil, em 1991, 2000 e 2010 dade, Educação e Renda), em 1991, 2000 e 2010 1991 IDHML (IDHM Longevidade) 2000 IDHME (IDHM Educação) 2001 IDHMR (IDHM Renda) Iracema 0,425 1,000 do Oeste 0,584 0,707 0,767 0,836 Oeste do 0,501 0,690 0,672 Paraná 0,646 0,559 0,630 0,747 0,494 Paraná 0,507 0,464 0,650 0,749 0,225 Brasil 0,493 0,612 0,727 0,000 1991 2000 2010 Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d. Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d.

A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,836, seguida de Renda (0,672) e de Educação (0,630). Tanto em Iracema do Oeste quanto no Oeste do Paraná, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação, seguida por Renda e por Longevidade. população

Toda ação de desenvolvimento, como estabeleci- Gráco 3: Projeção de população total, do município do na Agenda 2030, deve ter como foco as pessoas, analisado, do município que menos cresceu nesse sua qualidade de vida e o respeito a seus direitos. período (Brasilândia do Sul) e dos municípios que mais Por isso, precisamos conhecer as características de cresceram (Cafelândia e Itaipulândia), de 2011 a 2017 nossa população quando vamos trabalhar pelo seu Iracema do Oeste desenvolvimento. Cafelândia Dados de população e demografia são fundamen- Itaipulândia tais para conhecermos melhor uma localidade, Brasilândia do Sul como um município, e para planejarmos ações 20.000 sociais e políticas públicas. Além de fornecerem informações básicas sobre o município, como po- pulação total, número de homens, de mulheres, de crianças e de idosos, também auxiliam na compre- ensão das dinâmicas que ocorrem no município, como migração, natalidade e mortalidade. 17175

Em 2017, estima-se que viviam 2.462 pessoas em 16896 16611 Iracema do Oeste. Entre 2011 e 2017, a estimativa 16321 é que a população do município tenha crescido 16020 a uma taxa média anual de -0,6%, enquanto no 15194 Oeste do Paraná essa taxa foi de 1,1%, no mesmo 14932 período. Brasilândia do Sul foi o município que menos cresceu nesse período (-1,2%) e Cafelândia e Itaipulândia foram os que mais cresceram (2,4%). Em 2030, último ano da vigência dos ODS, proje- ta-se que Iracema do Oeste tenha uma população igual a atual, de 2.462 habitantes.

10587

10236 10413 10056 9869 9357 9194

3157 3107 3136 3086 3037 2990 2943

2549 2522 2564 2537 2512 2487 2462

0 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Fontes: População Total: IBGE, 2012. População Estimada: IBGE, [201-a]. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 43

O que é projeção da população? Por que a projeção da Por que somos considerados A projeção da população é um cálculo população é importante? brancos, pardos, pretos, realizado anualmente pelo Instituto Bra- A projeção da população, realizada indígenas ou amarelos? sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anualmente, auxilia gestoras e gestores As categorias de cor – branca, parda, que estima a população de cada muni- a planejarem o ano seguinte, inclusive preta, indígena e amarela – são definidas cípio e estado (Unidade da Federação) na identificação de áreas prioritárias de pelo IBGE e utilizadas em suas pesqui- para o ano seguinte. É uma estimativa, investimento, como construção de creches, sas domiciliares. O IBGE utiliza formas calculada com base nos dados de morta- escolas e hospitais, e na verificação de mistas de identificação da pertença racial, lidade, fecundidade e migração, compo- necessidade de realocação e ampliação de sendo por meio de auto ou heteroatribui- nentes da dinâmica demográfica, que são serviços e pessoal de acordo com os dados ção de pertença. Na autoatribuição, a pes- obtidos por meio de Censos Demográficos populacionais. Além disso, a projeção da soa entrevistada escolhe com qual grupo anteriores (nesse caso, 2000 e 2010) e de população também é utilizada, junto com ela se identifica. Já na heteroatribuição de informações recentes da administração a renda per capita de cada estado, como pertença racial, uma outra pessoa define local sobre nascimentos e óbitos. bases para o cálculo da transferência de Fonte: IBGE, 2017. de qual grupo o sujeito da classificação recursos da União para municípios, por é membro. Isso acontece porque nem meio do Fundo de Participação dos Muni- sempre, em pesquisas domiciliares, todas cípios (FPM). Isso significa que variações as pessoas que residem no domicílio são na projeção de população municipal e entrevistadas, podendo informar com que na renda per capita estadual provocam al- categoria se identificam. Assim, apesar terações na soma total que os municípios de a recomendação do IBGE ser de colher receberão do governo federal pelo FPM. os dados sem intervir nas respostas dos Assim, conhecer o tamanho da população entrevistados, os dados de uma parcela de um município é fundamental para o da população não são fornecidos pelas planejamento governamental, não somen- próprias pessoas, mas sim por outros te em termos de serviços e infraestrutura, indivíduos que com elas residem e que são mas também de orçamento anual. entrevistados – e, nesse contexto, isso tam- Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2013 (BRA- SIL, 2013). bém acontece com as informações sobre pertença racial. Fonte: OSORIO, R. G., 2003. Para compreendermos a situação de um muni- deficiência, localização geográfica e outras caracte- cípio, é importante olharmos não somente para rísticas relevantes em contextos nacionais”. a população total, mas também para esses dados Por exemplo, é possível identificar que houve desagregados em diversos recortes, por exemplo, uma queda significativa da população rural de sexo, raça/cor, pessoas com ou sem deficiência, Iracema do Oeste entre 1991 e 2010. Em 1991, havia faixa etária e situação do domicílio (rural ou urba- 1.243 pessoas vivendo na área rural do município e no), entre outros. Essas informações nos ajudam 2.269 pessoas no espaço urbano. Em 2010, a popu- a entender as mudanças pelas quais o município lação rural caiu para 576 pessoas, enquanto a po- passou nos últimos anos e como ele se configura pulação urbana passou para 2.002 habitantes. Esse atualmente, contribuindo para uma compreensão dado pode apontar para uma série de informações mais completa e detalhada dos dados sociais, eco- relacionadas, por exemplo, à atividade econômi- nômicos e ambientais. ca predominante no município, à necessidade Os indicadores são resultados de médias e, por de investimentos em infraestrutura urbana e às isso, podem esconder algumas desigualdades. A demandas de acesso a equipamentos e serviços de desagregação de dados permite conhecer melhor educação e saúde em determinadas localidades. a realidade e focalizar as políticas públicas de Por outro lado, conhecer a porcentagem da po- acordo com as necessidades locais. A importância pulação feminina e masculina permite, por exem- da desagregação é expressa na Agenda 2030 por plo, direcionar políticas de saúde e de segurança meio da meta 17.18: “Até 2020, reforçar o apoio ao pública para cada grupo, de forma a torná-las mais desenvolvimento de capacidades para os países em eficientes. Políticas de saúde devem levar em con- desenvolvimento, inclusive para os países de me- sideração também a raça dos habitantes da cidade, nor desenvolvimento relativo e pequenos Estados pois há enfermidades e doenças crônicas que se insulares em desenvolvimento, para aumentar sig- manifestam mais em pessoas de determinada raça, nificativamente a disponibilidade de dados de alta por exemplo, que em outras. qualidade, atuais e confiáveis, desagregados por renda, gênero, idade, raça, etnia, status migratório, panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 45

Infográco 1: Infográco 2: Infográco 3: População do População do município, População do município, total e por faixa etária (de 0 a município, por por sexo, em 2010 20 anos e acima de 65 raça/cor, em 2010 anos), em 2010 100%

População total 2578 Branca 1516 58,8% Homens 1320 Mulheres 51,2% 1258 48,8%

Parda 931 36,1% o a 20 anos 745 28,9%

Mais de 65 307 11,9% Preta 117 Amarela 4,5% Indígena 14 0 0,5% 0%

Fonte: IBGE, 2012. pobreza e vulnerabilidade social

Acabar com a pobreza é fundamental para redu- Infográco 4: Proporção de pessoas e crianças ção da vulnerabilidade social das pessoas e para o em situação de vulnerabilidade social (extrema alcance do desenvolvimento humano sustentável, pobreza, pobreza e vulneráveis à pobreza), em % como estabelecido na Agenda 2030. É também um dos maiores desafios enfrentados pelos municípios Em situação de extrema pobreza Em situação de pobreza Vulneráveis à pobreza brasileiros. Para encarar esse desafio, é importante Iracema Oeste do Paraná Paraná Iracema Oeste do Paraná Paraná Iracema Oeste do Paraná Paraná conhecer as dimensões da pobreza – quais são seus do Oeste do Oeste do Oeste índices, e também o padrão de desigualdade – que 88,6 grupos ela atinge, de quais territórios, de qual faixa etária, entre outros recortes. De 1991 a 2010, no município de Iracema do Oes- te, a proporção de pessoas em situação de extrema 71,1 pobreza reduziu significativamente. Em 2010, 1,9% da população e 3,8% das crianças viviam com renda 60,0 60,0 domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 70,00 56,9 mensais. Nota-se que a proporção de crianças em situação de extrema pobreza é maior que o indi- 43,0 cador da população total. É preciso ter atenção 40,7 41,2 especial na proteção da infância para reduzir a 34,7 vulnerabilidade social de um município. A criança 32,6 que não tem seus direitos básicos garantidos tem 23,3 grandes chances de não se desenvolver integral- 21,4 20,4 19,9 18,9 19,7 mente e, consequentemente não romper com o 16,9 ciclo de pobreza. 13,2 12,6 10,3 A proporção de pobres do município também foi 6,4 6,1 6,7 6,5 reduzida no mesmo período. Em 2010, 10,3% da po- 1,9 2,1 2,0 pulação e 22,6% das crianças estavam em situação Pessoas de pobreza, isto é, viviam com renda domiciliar per 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais. Crianças 3,8 3,8 3,5

10,3 10,1 12,2 12,5 17,6 17,9 22,6 27,9 29,2 29,0 32,0 33,2 32,7

41,6 42,4 43,8

55,0 55,0 59,1

65,6 67,1 Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d.

75,7 80,3

92,1 ODS 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares Meta 1.1: Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 1.25 por dia Meta 1.2: Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 47

Infográco 4: Proporção de pessoas e crianças em situação de vulnerabilidade social (extrema pobreza, pobreza e vulneráveis à pobreza), em %

Em situação de extrema pobreza Em situação de pobreza Vulneráveis à pobreza

Iracema Oeste do Paraná Paraná Iracema Oeste do Paraná Paraná Iracema Oeste do Paraná Paraná do Oeste do Oeste do Oeste 88,6

71,1

60,0 60,0 56,9

43,0 40,7 41,2

34,7 32,6

23,3 21,4 20,4 19,9 18,9 19,7 16,9 13,2 12,6 10,3 6,4 6,1 6,7 6,5 1,9 2,1 2,0 Pessoas 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 Crianças 3,8 3,8 3,5

10,3 10,1 12,2 12,5 17,6 17,9 22,6 27,9 29,2 29,0 32,0 33,2 32,7

41,6 42,4 43,8

55,0 55,0 59,1

65,6 67,1 Fonte: PNUD, IPEA, FJP, s.d.

75,7 80,3

92,1 Além das taxas de pobreza e extrema pobreza, Programas de transferência de renda, como o é importante levar em consideração também a Programa Bolsa Família (PBF), são parte de políti- taxa de vulnerabilidade social. Indivíduos que cas para a redução da vulnerabilidade social e da estão vulneráveis à pobreza são aqueles que es- pobreza de cidadãos e cidadãs. Em 2016, 125 famí- tão mais suscetíveis a pioras em sua qualidade de lias de Iracema do Oeste eram beneficiárias do PBF vida diante de mudanças no contexto econômico e mais de 200 mil reais foram pagos em benefícios e social. Como mudanças assim são frequentes, a a essas famílias. exemplo do que tem ocorrido no Brasil, há riscos significativos de essas pessoas ficarem em situação de pobreza e terem menor acesso a saúde, educa- Infográco 5: Benefícios repassados pelo Programa Bolsa ção, habitação adequada, empregos formais, entre Família: (i) Número de famílias beneciadas pelo outros. Essa situação afeta diretamente o alcance Programa Bolsa Família, no município, de 2011 a 2016; (ii) do desenvolvimento humano sustentável, por isso Valor total de recursos nanceiros pagos em benefícios às é uma preocupação da Agenda 2030. famílias, em mil reais, no município de 2011 a 2016 Apesar de Iracema do Oeste apresentar baixas ta- xas de pobreza e extrema pobreza, a proporção de 156 156 155 adultos e crianças que estão vulneráveis à pobreza 142 143 no município é maior que a taxa da região Oeste 125 do Paraná, o que pode fazer com que os índices de pobres e extremamente pobres voltem a crescer em anos seguintes. Número de Em 2010, 23,3% dos indivíduos e 43,8% das crian- famílias bene ciadas ças do município tinham renda domiciliar per ca- pelo PBF pita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, o equi- 2011 2012 2013 2014 2015 2016 valente a meio salário mínimo em agosto de 2010. Valor total de recursos nan- ceiros pagos em benefícios às famílias, em mil reais

187,7 214,3 224,8 235,7 248,6 248,1 Fonte: VIS DATA, [201-a] (BRASIL, [201-a]).

ODS 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares Meta 1.3: Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis Meta 1.5: Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais Meta 1.a: Garantir uma mobilização significativa de recursos a partir de uma variedade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, para proporcionar meios adequados e previsíveis para que os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, implementem programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 49

Extremamente pobres, pobres ção do salário mínimo, também em reais Quais categorias são utilizadas e vulneráveis à pobreza: o que de agosto de 2010. nesse relatório? significa cada categoria? A proporção de vulneráveis à pobreza con- Existem diferentes padrões para definição cerne à proporção dos indivíduos com ren- Os dados de pobreza, apresentados neste de pobreza e extrema pobreza. Por ser uma da domiciliar per capita igual ou inferior diagnóstico, são calculados com base nos meta de uma agenda de desenvolvimento a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto índices de pobreza e extrema pobreza global – a Agenda 2030, a meta 1.1 leva em de 2010, equivalente a 1/2 salário mínimo definidos no Programa Bolsa Família consideração a faixa de extrema pobreza nessa data. O universo de indivíduos é para concessão de benefício, com valores definida pelo Banco Mundial: pessoas limitado àqueles que vivem em domicílios em reais de agosto de 2010. vivendo com menos de US$ 1.25 por dia particulares permanentes. A proporção de pessoas em situação de PPP 2011. Após a assinatura da Agenda Os dados também são apresentados com extrema pobreza se refere à proporção dos 2030, o Banco Mundial atualizou a faixa um recorte de faixa etária para o grupo de indivíduos com renda domiciliar per ca- para US$ 1.90 por dia PPP 2011. crianças. Neste indicador, crianças são os pita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, Por outro lado, como indicado anterior- indivíduos de até 14 anos de idade. em reais de agosto de 2010. O universo de mente, as categorias de pobreza e vulne- A referência ao ano de 2010 em todos os indivíduos é limitado àqueles que vivem rabilidade social desse diagnóstico são dados se dá porque os dados disponíveis em domicílios particulares permanentes. definidas com base em cálculos nacionais. mais recentes são desse ano. A proporção de pessoas em situação de pobreza diz respeito à proporção dos in- divíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes. Os dados de vulneráveis à pobreza, por sua vez, levam em consideração a propor- saúde

Um dos direitos fundamentais de cidadãs e ci- dadãos é o direito à saúde, que deve ser garantido pelo município, em cooperação com o Estado e a União. Ações para melhorias nessa área asseguram uma atenção integrada, universal e equitativa e promovem saúde e bem-estar para todas as pes- soas, contribuindo para avanços no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030. MORTALIDADE MATERNA A mortalidade materna mede a razão entre o nú- mero de óbitos maternos a cada 100 mil crianças nascidas vivas. Como óbitos maternos, são consi- deradas não apenas as mortes associadas ao parto, mas também à gravidez e ao puerpério, ocorridas até 42 dias após o término da gravidez. Em Iracema do Oeste, a taxa de mortalidade é extremamente baixa. No período de 2010 a 2015, Gráco 4: Razão de mortalidade materna (número de essa taxa foi de 0,0 mulheres a cada 100 mil nasci- óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos), no dos vivos em todos os anos, em comparação com a município e no estado do Paraná, de 2010 a 2015 razão de 51,6 mulheres por 100 mil nascidos vivos Paraná em todo o estado do Paraná, em 2015. Isso significa Iracema do Oeste 59,2 que, levando em consideração números totais, não 60 houve óbitos maternos no município nesse perío- 51,7 51,6 do. Ampliar o número de mulheres que fazem con-

41,7 41,3 sultas pré-natal é fundamental para baixas taxas 38,3 de mortalidade materna. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que uma gestante deve ter pelo menos oito consultas com profissionais de saúde ao longo da gravidez. Entre 2010 e 2015, o percentual de mães com fi-

0 0 0 0 0 0 lhos nascidos vivos que tiveram acesso a 7 ou mais 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 consultas pré-natal cresceu, passando de 90,0% Fonte: IPARDES, s.d. para 91,7%, com uma queda significativa desse ín- dice no ano de 2012, que chegou a 62,9% de mulhe- Gráco 5: Proporção de mulheres com lhos res com filhos nascidos vivos. nascidos vivos que realizaram mais de 7 consultas pré-natal, no município e no estado do Paraná, entre 2010 e 2015, em % Paraná Iracema do Oeste 100 90,0 91,7 81,9 77,4 78,9 80,8 82,0 80,4 80,0 76,0 68,8 62,9

0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: IPARDES, s.d. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 51

Qual é a diferença entre taxa e Qual é, então, a melhor forma totais, especialmente quando tratamos de número bruto (ou total)? de olhar para o dado, por taxa municípios pequenos. Com pequena po- pulação, um óbito materno, por exemplo, Os dados podem ser apresentados em ou por número total? pode gerar uma alta taxa de mortalidade taxas (como percentual e razão) ou em Depende. Para fazer comparações, em materna, que toma como base 100 mil números brutos. Os números brutos apre- geral a utilização de taxas é mais apro- crianças nascidas vivas naquele ano, um sentam os valores totais de determinado priada. Ela permite comparar a situação número muito alto de nascimentos para o indicador, enquanto as taxas representam de determinado grupo com a totalidade município. Isso pode provocar distorções um dado em relação a outros dados ou a (por exemplo, o percentual de pessoas em na interpretação da situação da morta- uma totalidade. situação de pobreza em relação ao total lidade materna na localidade, indicando Por exemplo, no caso de mortalidade de pessoas); e a situação do município que há uma situação alarmante (ou, em materna, o número bruto nos mostra com a de outras localidades (municípios outro caso, irrelevante) para ações sociais o número total de óbitos de mães em e estados) ou em determinado período e políticas públicas. determinado ano. Já a taxa de mortali- (como a taxa de mortalidade materna de Nos casos de números totais, comparações dade materna (ou razão de mortalidade Santa Helena em comparação à taxa do também são possíveis e vantajosas para a materna) nos apresenta o número total estado do Paraná ou a taxa de mortalida- análise. Mas devem levar em consideração de óbitos maternos em comparação com de de Santa Helena de 2010 a 2015). determinado período, e não em compa- o número de crianças nascidas vivas. No Mas, em alguns casos, é importante que ração a outras localidades. Por exemplo, caso desse indicador, a taxa nos diz sobre ela venha acompanhada dos números o número total de óbitos maternos em o número de óbitos maternos a cada 100 Santa Helena no período de 2010 a 2015. mil crianças nascidas vivas, isto é, quan- Dessa maneira, para alguns dados, tas mães vieram a óbito em comparação especialmente aqueles que tomam como a quantas crianças nasceram vivas no base o tamanho da população, é impor- mesmo período. tante fazer uma análise que se baseie em números brutos (ou totais) e taxas para uma melhor interpretação da situação do município.

ODS 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades Meta 3.1: Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos MORTALIDADE INFANTIL Gráco 6: Número de nascidos vivos com mães Além de consultas de pré-natal, a idade da mãe adolescentes (entre 10 e 19 anos de idade), no também é um fator que traz implicações para sua município, de 2010 a 2015 saúde e da criança. Em Iracema do Oeste, houve 3 15 a 19 anos nascidos vivos em 2015 cujas mães eram adolescen- 10 a 14 anos 12 tes, de acordo com a classificação da Organização 11 Mundial da Saúde (OMS), isto é, tinham entre 10 e 19 anos de idade. Também em 2015, o município apresentou taxas 7 de mortalidade de menores de cinco anos de idade de 41,7 por mil nascidos vivos, em comparação a 12,4 no Paraná. As taxas de mortalidade infantil em 4 4 Iracema do Oeste apresentaram quedas considerá- 3 3 veis em 2010, 2012 e 2014, quando chegaram a 0,0 1 1 1 mortes de menores de cinco anos por mil nascidos 0 0 0 vivos. Esse número maior nos outros anos, alcan- 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 çando a maior taxa em 2013, de 62,5 óbitos por mil Fonte: IPARDES, s.d. nascidos vivos menores de cinco anos. Da mesma forma, é importante olhar para os nú- Gráco 7: Taxa de mortalidade infantil de menores meros totais sobre a mortalidade infantil, dado que de 5 anos de idade, por mil nascidos vivos, no estamos tratando de um município pequeno. No município e no estado do Paraná, de 2010 a 2015 período de 2010 a 2015, houve 3 óbitos de crianças Paraná menores de 5 anos de idade em Iracema do Oeste, Iracema do Oeste sendo 1 óbito em 2011, 1 em 2013 e 1 óbito em 2015. 80 Nos outros anos, não ocorreram óbitos no municí- 62,5 pio.

40 41,7

13,9 13,5 13,5 12,7 12,9 12,4

0 0 0 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: IPARDES, s.d.

ODS 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades Meta 3.7: Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais Meta 3.2: Até 2030, acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortali- dade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos

ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas Meta 5.6: Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 53

DESNUTRIÇÃO Gráco 8: Percentual de crianças com até 2 anos O Cartão da Criança é um instrumento utilizado desnutridas, no município e no estado do Paraná, para acompanhar o crescimento da criança nos de 2010 a 2015 seus dois primeiros anos de idade. Com ele, é pos- Paraná sível verificar como tem variado o peso da criança Iracema do Oeste e se essa variação indica peso baixo, normal ou alto 2,5 2,2 de acordo com sua idade. A taxa de crianças me- nores de 2 anos desnutridas indica a proporção de crianças dessa faixa etária cujo peso ficou abaixo do percentil 3 (curva inferior) da curva de peso do Cartão da Criança Essa taxa inclui as crianças recém-nascidas (RN), isto é, que estão no primeiro 0,8 0,7 mês de vida, e aquelas que tiveram peso menor que 0,6 0,6 0,6 0,6 2.500 gramas ao nascer. A desnutrição infantil é um importante indica- 0 0 0 0 0 dor sobre o estado geral da saúde de crianças e de 2010 2011 2012 2013 2014 2015 seu crescimento. Identificar problemas de cresci- Fonte: IPARDES, s.d. mento possibilitam intervenções precoces, devol- vendo às crianças condições adequadas de saúde e evitando futuras doenças e danos que podem prejudicar o desenvolvimento de suas capacidades. Por essa razão, a acabar com a desnutrição é uma das metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Em Iracema do Oeste, essa taxa era de 0,0% em 2010 e, apesar de ter variado no período, repetiu o índice de 0,0% em 2015. A maior taxa foi obser- vada em 2014, com 2,2%. Em relação aos números brutos, para o mesmo período, o maior número foi em 2014, com 12 crianças desnutridas, seguido por 2012, com 3 crianças desnutridas. Nos outros anos, esse número foi igual a zero.

ODS 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável Meta 2.1: Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano Meta 2.2: Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acorda- das internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas. MORTALIDADE Infográco 6: Total de mortes causadas por acidentes de A mortalidade resultante de acidentes de trânsito trânsito no município, por sexo, de 2010 a 2015 é um fator que preocupa países ao redor do mundo, tornando-se um importante tema de trabalho das Nações Unidas e para a Agenda 2030 para o Desen- volvimento Sustentável. 1 Em Iracema do Oeste, o número de mortes cau- Homens 0 0 0 0 0 sadas por acidentes de trânsito no município não 2010 2011 2012 2013 2014 2015 passou por significativas alterações entre 2010 e Mulheres 0 0 0 0 0 2015. Houve 2 mortes no período, sendo 1 em 2012, 1 do sexo masculino, e 1 em 2014, do sexo feminino. Saúde mental e bem-estar são essenciais para que as pessoas possam viver bem e desenvolver suas capacidades. Suas causas nem sempre estão Fonte: SIM, [201-d] (BRASIL, [201-d]). relacionadas a questões pessoais e familiares, mas se relacionam com condições de vida, de emprego, de moradia, de segurança, de saúde, entre outras. Infográco 7: Total de suicídios no município, Condições de poluição e intoxicação do solo e de entre 2010 e 2015 alimentos também podem provocar danos que afetam a saúde mental dos habitantes de determi- nada localidade. Por isso é importante conhecer os dados relacionados a essa condição e identificar 0 0 0 0 0 0 possíveis causas, que não estejam circunscritas Homens 2010 2011 2012 2013 2014 2015 apenas no indivíduo. 0 0 0 0 0 0 Tendo as pessoas como preocupação central da Mulheres Agenda 2030, sua saúde mental torna-se também um tema relevante, de trabalho multisetorial, que deve ser assegurado nos municípios. Entre 2010 e 2015, não ocorreram suicídios em Fonte: SIM, [201-d] (BRASIL, [201-d]). Iracema do Oeste.

ODS 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades Meta 3.6: Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas Meta 3.4: Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via preven- ção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar Meta 3.3: Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligencia- das, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmiss panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 55

AIDS O fim da epidemia de Aids no mundo é uma das preocupações da Agenda 2030. Para tanto, é preciso acompanhar os dados de novos casos de infecções pelo vírus HIV e de Aids, além de garantir trata- mento adequado para pessoas vivendo com HIV. Em Iguatu, não houve novos casos de Aids notifi- cados entre 2010 e 2015.

Qual é a diferença entre HIV e Devo dizer, então, que uma que tem Aids” não são recomendados. Uti- Aids? pessoa tem HIV ou Aids? lize “pessoas vivendo com HIV”, “pessoa soropositiva” ou “pessoa HIV positiva” Muitas pessoas não sabem, mas HIV HIV e Aids são coisas distintas e a ma- (se souber o estado sorológico). A palavra e Aids são coisas distintas. HIV é uma nifestação do primeiro não leva necessa- Aids pode ser utilizada apenas ao se refe- sigla para o vírus da imunodeficiência riamente à manifestação do segundo. Ou rir a uma pessoa com diagnóstico clínico humana, que se espalha através de fluídos seja, se uma pessoa “tem HIV”, não signi- de Aids. Nesse caso, é aconselhável dizer corporais (como sangue, sêmen, secreções fica que ela também tenha desenvolvido que a pessoa foi acometida por infecções vaginais e leite materno) e afeta células Aids (ou síndrome da imunodeficiência ou doenças oportunistas decorrentes da específicas do sistema imunológico. Esse adquirida). Então a resposta é, em parte, síndrome da Aids. vírus pode levar à síndrome da imunode- sim, pois é preciso diferenciar o vírus da Para mais recomendações, acesse o “Guia ficiência adquirida, conhecida como Aids. síndrome. de terminologia do Unaids”, elaborado A Aids não é, em si, uma infecção, mas sim No entanto, dizemos “em parte” porque há pelo Programa Conjunto das Nações Uni- uma síndrome de infecções e doenças que termos recomendados para serem utiliza- das sobre HIV/AIDS (Unaids), disponível podem se desenvolver durante a evolução dos quando falamos desse tema. O uso de em: https://unaids.org.br/wp-content/ da infecção pelo HIV, podendo levar à linguagem apropriada reduz estereótipos, uploads/2017/10/WEB_2017_07_12_ morte. ofensas e estigmatizações e trata o tema GuiaTerminologia_UNAIDS.pdf como deve ser tratado: uma questão de Fonte: Unaids, s.d. saúde. E “pessoa que tem HIV” ou “pessoa segurança

Viver com segurança e sem medo é importante Infográco 8: Número de homicídios no município, por para as pessoas e gera efeitos observáveis em seu sexo (masculino e feminino), de 2010 a 2015 cotidiano. A violência dificulta a efetivação do desenvolvimento humano, pois impede a amplia- ção da liberdade das pessoas e a realização de suas capacidades. É, então, uma das preocupações da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Homens 1 1 0 0 0 0 Mas a violência não é um evento isolado. Ela 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Mulheres se relaciona a diversos fatores, como desigualda- 0 0 0 0 0 0 de, racismo, tráfico de drogas e pessoas, pobreza, entre outros, que também devem ser trabalhados para que a violência possa ser reduzida de maneira acentuada. Dessa maneira, a segurança deve ser Fonte: DATASUS, [201-c] (BRASIL, [201-c]). considerada em todas as suas dimensões e por diferentes perspectivas, levando em consideração que os grupos sociais precisam de políticas e ações de segurança que considerem suas especificidades. Em Iracema do Oeste, o número de homicídios diminuiu entre 2010 e 2015. Em todo o período, ocorreram 2 homicídios, sendo 1 em 2010 e 1 em 2011, ambos do sexo masculino. A violência atinge as pessoas de maneira diferen- ciada e isso pode variar de acordo com a raça/cor das pessoas, gênero, orientação sexual e identidade de gênero, local em que vivem e faixa etária, por exemplo. Mulheres, em geral, apresentam índices mais baixos como vítimas de homicídio que homens. No entanto, dados indicam altas taxas de violência contra as mulheres que se dão no âmbito domésti- co. Estima-se ainda que esses índices estejam ainda abaixo do que acontece efetivamente, tendo em vista a subnotificação de casos de violência, por se tratarem de violência entre cônjuges, familiares e por envolverem medo das vítimas mulheres de re- taliações a si mesmas ou a seus filhos e familiares. Pessoas negras correm mais risco de serem víti- mas de violência e homicídio que pessoas brancas. Para que essa situação seja enfrentada, é crucial enfrentar o racismo e suas expressões, cujo efeito mais violento é o homicídio. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 57

Como o Brasil está enfrentando E a violência contra a popula- Conheça o “Glossário de termos do a violência contra a mulher? ção negra? Objetivo de Desenvolvimento Sustentá- O Brasil foi um dos países pioneiros no No Brasil, sete em cada dez pessoas assas- vel 5: Alcançar a igualdade de gênero e enfrentamento à violência doméstica e fa- sinadas são negras. Na faixa etária de 15 empoderar todas as mulheres e meninas”, miliar contra a mulher, no âmbito de sua a 29 anos, são cinco vidas perdidas para que apresenta definições dos termos e legislação, através da promulgação da Lei a violência a cada duas horas. De 2005 conceitos presentes na redação do ODS 5 Maria da Penha (lei nº 11.340, de 2006). a 2015, enquanto a taxa de homicídios e suas metas. Em 9 de março de 2015, foi sancionada a por 100 mil habitantes teve queda de 12% Esse é o primeiro glossário lançado pela lei 13.104/15, conhecida como “Lei do Fe- para os não-negros, entre os negros houve ONU Brasil. Os glossários têm como ob- minicídio”, que inclui mais uma categoria aumento de 18,2%. jetivo apresentar, de forma qualificada e de homicídio qualificado no Código Penal Frente a esses dados preocupantes, a propositiva, definições internacionalmen- brasileiro: o feminicídio, expressão mais ONU Brasil lançou, em 2017, a campa- te acordadas, bem como aquelas obser- grave de violência contra as mulheres. nha Vidas Negras, no âmbito da Década vadas como mais pertinentes à realidade Feminicídio, nesse caso, se refere a crimes Internacional de Afrodescendentes (2015- brasileira, dos termos e conceitos contidos de assassinato cometidos contra a mulher 2024). A campanha tem como objetivo na redação das 169 metas dos 17 Objetivos motivados por sua condição de mulher. ampliar a visibilidade do problema da de Desenvolvimento Sustentável. A lei reconhece que os homicídios podem violência contra a juventude negra no Além do glossário do ODS 5, também decorrer de: (i) violência doméstica e fa- país. já foram lançados glossários referentes miliar; e (ii) menosprezo e discriminação ao ODS 6, "Água potável e saneamen- da mulher por razões do sexo feminino. to", ODS 9, “Construir infraestruturas A lei do feminicídio enfrenta diretamente resilientes, promover a industrialização a violência doméstica e familiar, na esfera Saiba mais: https://nacoesunidas.org/ inclusiva e sustentável e fomentar a legal, e tem um papel importante na com- campanha/vidas-negras/ inovação”, e ao ODS 13, “Tomar medidas preensão da população sobre a gravidade urgentes para combater a mudança climá- desse tipo de crime. Historicamente, no tica e seus impactos”. Outros glossários Brasil e no mundo, as mulheres têm sofri- estão sendo desenvolvidos e todos estarão do violências – estupros, tortura, mutila- disponíveis na página do PNUD: http:// ções genitais, abuso sexual, exploração e www.br.undp. org/content//pt/ escravidão sexual, entre outros. E esse é home/library/ ods/ somente um dos efeitos da desigualdade de gênero. Enfrentar essa desigualdade é desafiador, mas necessário. E o enfren- tamento deve ser feito por todos e todas, não somente pelo poder público, para que assim tenhamos resultados mais efetivos e imediatos.

ODS 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis Meta 16.1: Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares

ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas Meta 5.2: Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos Meta 5.c: Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis Em Iracema do Oeste, apesar de a população ser Gráco 9: Número de homicídios no município, por majoritariamente branca (58,8%, contra 4,5% de raça/cor branca e negra, de 2010 a 2015 população preta e 36,1% parda), as vítimas dos 2 homicídios verificados no período foram pessoas negras. No Oeste do Paraná, essa relação é menos visível. Em 2015, o número de homicídios de pessoas bran- Branca 0 0 0 0 0 0 cas foi de 270, em comparação a 94 homicídios de 2010 2011 2012 2013 2014 2015 pessoas negras. Ainda assim, a população branca Negra 1 1 0 0 0 0 (68,6%) da região é expressamente maior que a população negra (3% preta e 27% parda).

Os dados do infográco 10 não levam em conta os "outros". Na população negra estão incluídas as pessoas declaradas pretas e pardas. Fonte: DATASUS, [201-c] (BRASIL, [201-c]).

A violência também atinge grupos de diferentes faixas etárias de forma distinta. Em geral, jovens são mais acometidos por atos violentos que pessoas idosas, sendo também mais vítimas de homicídios. Em Iracema do Oeste, entre 2010 e 2015, os ho- micídios se concentraram na faixa etária de 15 a 24 anos de idade.

Gráco 10: Número de homicídios no município, por faixa etária, de 2010 a 2015 Acima de 0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 anos

1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2010 2015 2010 2015 2010 2015 2010 2015 2010 2015 2010 2015 2010 2015

Fonte: DATASUS, [201-c] (BRASIL, [201-c]).

ODS 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis Meta 16.3: Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos Meta 16.b: Promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desenvolvimento sustentável panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 59

Discriminação por orientação sexual e identi- tidade de gênero, estima-se que o Brasil seja o país dade de gênero também são causas de violência. que mais mata travestis e transexuais no mundo. No entanto, isso é difícil de ser verificado estatis- Por isso, aprimorar a coleta de dados e a produ- ticamente, uma vez que não há dados oficiais para ção de indicadores oficiais é importante, pois nos essa informação. Isso não significa que isso não é dá uma maior clareza em relação ao que acontece um problema: organizações e movimentos sociais em nosso município e de que forma interfere na vinculados à causa LGBT produzem dados sobre vida das pessoas. violência contra pessoas LGBT que indicam que houve um aumento nesses números, com o maior índice em 2017. Especificamente em relação à iden-

O que significa LGBT? Como podemos agir contra a LGBT é uma sigla que se refere às pessoas discriminação à população lésbicas, gays, bissexuais, travestis e tran- sexuais. Há poucos anos, a ONU, assim LGBT? O enfrentamento à discriminação moti- como outras organizações que já o tinham vada por orientação sexual ou identidade feito antes, adotou a letra I à sigla, pas- de gênero é fundamental para a redução sando a se referir a LGBTI. “I” se refere a da mortalidade da população LGBT e intersex, termo relacionado a pessoas que para que possam gozar de seus direitos. A nascem com características sexuais físicas discriminação não leva apenas à violência ou biológicas que não se encaixam nas de- física e letal, mas também dificulta uma finições típicas de masculino e feminino. série de acessos, como ao emprego formal, a atendimento de saúde e à educação, dado que dificulta a permanência de jo- vens LGBT nas escolas, A saúde mental da população LGBT também é uma grande preocupação. Pensando nessa situação, a ONU lançou, em 2013, a campanha Livres & Iguais. A Livres & Iguais é uma campanha de informação pública da ONU, global e sem precedentes, com o objetivo de promover a igualdade de direitos e o tratamento justo das pessoas LGBTI. No Brasil, a campanha foi lançada em 2014 e, desde então, tem reforçado o posi- cionamento da ONU a favor dos direitos das pessoas LGBTI e implementado ativi- dades em parceria próxima com ativistas, redes e organizações da sociedade civil. Saiba mais: www.unfe.org/pt-pt/ educação

Educação de qualidade, inclusiva e equitativa é Gráco 11: Percentual de escolas com acesso a água central para o crescimento e desenvolvimento de potável no município e no estado do Paraná, por etapa de municípios, além de ser um direito fundamental ensino, em 2016 de todas as pessoas. E é também um dos objetivos Iracema do Oeste da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentá- Paraná vel. Para assegurá-la, é necessário que haja infra- Creche 100 estrutura adequada em todas as etapas de ensino, 99,9 desde creches até o ensino médio. Pré- 100 Em Iracema do Oeste, 100% das escolas, em todas escola 98,7 as etapas de ensino, tem acesso a água potável Ensino 100 desde 2010, o que não ocorre em todas as escolas Fundamental 97,7 do Paraná. Ensino 100 Ainda, desde 2010, 100% das instituições de ensi- médio 99,2 no de Iracema do Oeste, de creche a ensino médio, tem acesso à eletricidade, situação parecida com Fonte: INEP, s.d. a do Paraná, com dados que variam entre 99,7 e 100%. Em relação a instalações sanitárias, o que signifi- ca a disponibilidade de banheiro dentro ou fora do Gráco 12: Percentual de escolas com acesso a instalações prédio, todas as escolas de Iracema do Oeste, nas sanitárias (banheiro dentro ou fora do prédio) no muni- cípio e no estado do Paraná, por etapa de ensino, em 2016 etapas de ensino fundamental e ensino médio, têm 100% de acesso a essas instalações em todo o perí- Iracema do Oeste Paraná odo analisado, de 2010 a 2016. As etapas de creche e pré-escola tiveram acesso diferente de 100% so- Creche 100,0 99,8 mente em 2012, quando caíram para 0,0% e 50,0%, respectivamente. Pré- 100,0 99,0 Infraestrutura física adequada das instituições de escola ensino é fundamental para alcançar uma educação Ensino 100,0 de qualidade, inclusiva e equitativa. Mas não para Fundamental 98,8 por aí. A qualidade do ensino também depende de Ensino 100,0 outros fatores e estruturas, equipamentos e mate- médio 99,6 riais disponíveis nas escolas, como laboratórios de Fonte: INEP, s.d. informática e acesso à internet. Em relação a computadores para fins pedagógi- cos, tanto em Iracema do Oeste quanto no Paraná o acesso é maior nas etapas de ensino superiores, isto é, ensino fundamental e ensino médio. Em Ira- cema do Oeste, a etapa de ensino fundamental tem 100% de acesso a computadores para fins pedagógi- cos de 2011 a 2016, enquanto a de ensino médio tem 100% de acesso a partir de 2010. panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 61

Gráco 13: Percentual de escolas com computadores para Além dos computadores, o acesso à internet para ns pedagógicos (laboratório de informática) no fins pedagógicos também é um dos requisitos para município e no estado do Paraná, por etapa de ensino uma infraestrutura escolar adequada. Em Iracema (fundamental e médio), em 2016 do Oeste, desde 2010, as escolas de nível funda- Iracema do Oeste mental e nível médio têm 100% de acesso à inter- Paraná net. A partir de 2013, creches e pré-escolas passa- Ensino 100 ram a ter 100% de acesso também. Fundamental 72,4 Ensino 100 médio 90,3

Fonte: INEP, s.d.

Gráco 14: Percentual de escolas com acesso à internet Em Iracema do Oeste, o percentual de escolas para ns pedagógicos no município e no estado do Paraná, com acesso a infraestrutura adequada a pessoas por etapa de ensino (fundamental e médio), em 2016 com deficiência, isto é, que possuem banheiro, Iracema do Oeste dependências e vias adequadas, cresceu de 2010 Paraná a 2016, nas etapas de pré-escola e ensino funda- Ensino 100 mental. Em ambas as etapas, o acesso foi de 0,0% Fundamental 94,2 de 2010 a 2013, mas subiu para 50,0% em 2014, taxa Ensino 100,0 mantida até o último ano analisado. Já as etapas médio 99,8 de creche e ensino médio tiveram 0,0% de acesso a

Fonte: INEP, s.d. infraestrutura adequada a pessoas com deficiência em todo o período. Vale lembrar que dados podem apresentar pro- blemas e sofrer interferências no momento da coleta e preenchimento de bases. Em municípios, especialmente os pequenos, esses erros e descui- dos provocam distorções maiores na informação produzida do que quando olhamos para estados e países. Gráco 15: Percentual de escolas com infraestrutura adequada a pessoas com deciência no município, por etapa de ensino (fundamental e médio), de 2010 a 2016 Ensino médio Ensino fundamental 50,0 50,0 50,0 50

0 0 0 0 0 0 0 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Fonte: INEP, s.d. No ano de 2016, Iracema do Oeste apresentou Gráco 16: Percentual de escolas com infraestrutura percentual de escolas com infraestrutura adequada adequada a pessoas com deciência no município e no a pessoas com deficiência maior que o do estado do estado do Paraná, por etapa de ensino (fundamental e Paraná na etapa de ensino fundamental e menor médio), em 2016 no ensino médio. Iracema do Oeste Paraná Ensino 50,0 Fundamental 43,2 Ensino 0 Nas etapas de creche e pré-escola, não existe médio 56,9 atendimento educacional especializado (AEE), Fonte: INEP, s.d. exclusivo ou não exclusivo, em Iracema do Oes- te, com 0% em todos os anos do período de 2010 a 2016. Nas etapas de pré-escola, ensino funda- Gráco 17: Percentual de escolas com atendimento mental e ensino médio, os percentuais de escolas educacional especializado no município, por etapa de com atendimento educacional especializado são ensino, de 2010 a 2016 maiores, inclusive em comparação com o Paraná Ensino médio em 2016, alcançando 100% de acesso nas etapas de Ensino fundamental ensino fundamental e ensino médio. Pré-escola 100 100 100 100 100 100,0 100 Creche 40,0 40,0

50 50 50 50 50,0 50 50

0 0 0 0 0 0 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Fonte: INEP, s.d.

Gráco 18: Percentual de escolas com acesso a atendi- mento educacional especializado no município e no estado do Paraná, por etapa de ensino, em 2016 Iracema do Oeste Paraná Creche 0 2,6

Pré- 50 escola 18,4 Ensino 100,0 Fundamental 43,2 Ensino 100,0 médio 50,6

Fonte: INEP, s.d.

ODS 4: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendiza- gem ao longo da vida para todas e todos Meta 4.a: Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 63 trabalho e renda

Para alcançar o desenvolvimento humano sus- Gráco 19: Saldo total de empregos formais no tentável, municípios devem promover seu desen- município e na região Oeste do Paraná, de 2010 a 2016 volvimento local acompanhado por promoção do Oeste do Paraná trabalho decente e geração de renda, que contribui Iracema do Oeste para a redução da pobreza e da vulnerabilidade social e para a erradicação do trabalho forçado e 20000 18962 escravo. Esses são temas relevantes na implemen- 17349 tação da Agenda 2030. 14486 O saldo de empregos formais é um importante 10943 indicador da situação de emprego no município. 12614 Esse saldo (S) é calculado pela diferença entre ad- missões (A) e desligamentos (D) de trabalhadores, isto é, o número de admissões (novas contratações) de trabalhadores menos o número de demissões, o 8 -15 32 -2 3 -5 -1 0 que pode ser expresso pela fórmula: S = A - D. -215 -2501 Desde 2010, o saldo de empregos formais passa -5000 por períodos de queda e aumento, em Iracema do 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Oeste, enquanto vem caindo na região Oeste do Fonte: CAGED, [201-f] (BRASIL, [201-f]). Paraná. O saldo foi negativo para o município em 2011, 2013, 2015 e 2016 e, no caso da região, em 2015 e 2016, o que significa que houve mais desligamen- tos que admissões nesses anos. Dados gerais apontam informações relevantes para compreendermos a situação de uma área ou população, em determinada localidade, seja município, estado ou país. Por exemplo, no caso de trabalho e renda, é importante saber quanto o trabalhador recebia por hora trabalhada em 2010 e o quanto isso mudou seis anos depois. Contudo, há diferenças, por vezes acentuadas, entre o rendi- mento de uma pessoa branca e uma pessoa negra, entre uma mulher e um homem, que precisam ser evidenciadas. Gráco 20: Saldo de empregos do município, Como dito anteriormente, dados estatísticos por sexo, de 2010 a 2016 desagregados, por raça/cor, sexo, situação de do- micílio, faixa etária, entre outros, tornam visíveis Homens Mulheres desigualdades, contribuindo para o planejamento de ações e políticas para o setor que sejam mais 18 20 14 eficientes. Nesse sentido, apresentamos aqui, e em todo o diagnóstico, dados gerais e, quando possí- vel, dados desagregados. Em Iracema do Oeste, o saldo de empregos de mulheres foi o que sofreu maiores alterações nesse 5 4 período. Em 2010, o saldo era positivo (3 empre- 3 2 1 2 1 gos), chegou a um número negativo em 2011 (-8 0 empregos), mas sofreu um aumento significativo -3 no ano seguinte, atingindo 14 empregos. Nos anos -3 seguintes, o saldo caiu, atingindo o menor índice -8 -7 -9 -10 em 2015 (-9 empregos) e chegando a 2 empregos 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 em 2016. O saldo de empregos de homens, por sua Fonte: CAGED, [201-f] (BRASIL, [201-f]). vez, sofreu aumentos e quedas menores, mas ainda assim significativos, atingindo também um saldo Gráco 21: Rendimento horário médio do negativo em 2011 (-7 empregos), 2013 (-3) e 2016 (-3 município, por sexo, em reais, de 2010 a 2016 empregos). É importante notar que esse dado se refere a Homens Mulheres empregos formais, não abarcando outras formas de trabalho, como trabalhos informais e o trabalho do 14 cuidado da casa e da família, no âmbito doméstico.

11,9 Este último é majoritariamente praticado por mu- 11,4 11,6 10,5 10,6 lheres, sem remuneração, e é maior quanto menor 11,3 11,5 11,1 10,7 10,3 for a disponibilidade de serviços e de infraestru- 9,3 tura para o cuidado de crianças e idosos, especial- 8,5 mente, como creches e serviços de saúde. Em relação a renda, o rendimento médio por hora trabalhada corresponde a quanto o(a) traba- lhador(a) ganha em média, por hora, em reais. No município, o rendimento horário médio cres- ceu entre 2010 e 2016, passando de 9,4 reais para 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 11,3. Nesse período, homens tiveram rendimentos Fonte: RAIS, [201-e] (BRASIL, [201-e]). horários médios maiores que mulheres de 2010 a 2013. Em 2014 e 2015, o rendimento de ambos os sexos era igual, de 11,3 reais e 11,5 reais, respectiva- mente, e, em 2016, o rendimento horário médio de Gráco 22: Rendimento horário médio do mulheres foi maior que o de homens. município, em reais, por raça/cor branca, parda O rendimento horário médio de homens passou e preta, de 2010 a 2016 de 10,5 reais em 2010 para 11,1 em 2016. No mesmo período, o rendimento de mulheres cresceu mais, Branca saindo de 8,5 para 11,6 reais. Preta Parda 12 11,9

11 11 10,4 9,9 10,1 9,9 10,4 9,7 10 No período de 2010 a 2016, o rendimento horário 9 9,3 médio foi variado, se levarmos em consideração os 8,5 8,7 dados desagregados por raça/cor. O rendimento 8,4 8,9 8,1 horário médio de pessoas brancas foi maior que 7,3 7,7 de pretas e pardas na maioria dos anos do período 7,2 analisado: em 2010, 2011, 2013 e 2016. O rendimen- to de pessoas pardas foi maior em 2014 e 2015 e o 6,6 6 rendimento de pessoas pretas foi maior somente 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 no ano de 2012. Fonte: RAIS, [201-e] (BRASIL, [201-e]).

ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas Meta 5.4: Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponi- bilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsa- bilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais

ODS 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos Meta 8.5: Até 2030, alcançar o emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas as mulheres e ho- mens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 65 economia

Economia é um setor estratégico para o desenvol- vimento humano sustentável. Promover o cresci- mento econômico permite maiores investimentos em áreas que ampliam a qualidade de vida das pessoas, como saúde, educação, habitação e sanea- mento básico, além de ser central para o desenvol- vimento local. Mas é preciso que seja sustentado, inclusivo e sustentável, levando em consideração os impactos sociais e ambientais, como estabelece a Agenda 2030, gerando empregos e aumentando a renda média da população. Em Iracema do Oeste, a taxa de crescimento anual do PIB real per capita teve um crescimento de 2010 para 2011, atingindo 23,0%, mas caiu verti- ginosamente no ano seguinte, com -15,8%. A maior taxa de crescimento anual do PIB real per capita foi alcançada em 2013, de 37,0%, mas nos anos seguintes a taxa voltou a cair, chegando a -2,9% em 2015, último ano analisado. O que é PIB? PIB é uma sigla para Produto Interno Gráco 23: Taxa de crescimento anual do PIB real Bruto, que representa o total de riqueza no município, per capita, de 2010 a 2015, em % (bens e serviços) gerada em um período de tempo, em uma localidade. O PIB pode ser 40 37,0 nominal ou real. PIB nominal refere-se ao valor do PIB calculado a preços do ano em 23,0 que o produto foi produzido e comerciali- zado. O PIB real, por sua vez, é calculado com base em preços constantes, tomados a 7,5 partir de um ano-base, o que permite que os efeitos da inflação sejam eliminados do 0 cálculo. -2,9 Usualmente, o PIB também é apresentado -10,8 como PIB per capita, isto é, “por pessoa”, -15,8 que corresponde ao valor do PIB dividido -20 pelo número de habitantes da localidade 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: IBGE, [201-b]. (nesse caso, do município). Outra forma de apresenta-lo é por pessoa empregada, que se refere ao valor do PIB dividido pelo número total de pessoas empregadas no mercado formal. É o principal indicador utilizado para medir o crescimento econômico de países, estados e municípios. Se a taxa de cres- cimento do PIB é positiva, significa que a economia está em crescimento, o que não quer dizer, necessariamente, que está gerando empregos e aumentando a renda média da população. Gráco 24: Taxa de crescimento anual do PIB real per capita, do município, por setor, de 2010 a 2015

Agronegócio 2010 31,6 2011 32,2 2012 -34,1 2013 71,2 2014 -12,4 2015 -1,9 0

Indústria 2010 17,0 2011 26,1 2012 2,8 2013 11,0 2014 -18,2 2015 2,6 0

Serviços 2010 -4,3 2011 15,8 2012 -8,8 2013 21,7 2014 -8,2 2015 1,5 O setor de agronegócio, que tinha o maior per- 0 centual de crescimento do PIB real per capita de Serviços públicos Iracema do Oeste em 2010, 31,6%, passou por que- 2010 6,4 das e aumentos significativos até 2015. Em 2013, a 2011 5,8 taxa do setor de agronegócio chegou a 71,2%, maior 2012 7,0 2013 0,7 do período, mas caiu nos anos seguintes, atingin- 2014 -2,2 do -1,9% em 2015. O PIB real per capita do setor de 2015 -1,8 indústria diminuiu se compararmos 2010 e 2015, 0 quando passou de 17,0% para 2,6%. A maior taxa Fonte: IBGE, [201-b]. foi alcançada em 2011, de 26,1%, e a menor em 2014, de -18,2%. O setor de serviços teve um aumento na taxa de crescimento, atingindo 1,5% em 2015, enquanto o de serviços públicos passou por um decréscimo, de 6,4% em 2010 para -1,8% em 2015.

ODS 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos Meta 8.1: Sustentar o crescimento econômico per capita de acordo com as circunstâncias nacionais e, em particular, um crescimento anual de pelo menos 7% do produto interno bruto [PIB] nos países menos desenvol- vidos Meta 8.2: Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias por meio da diversificação, moder- nização tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco em setores de alto valor agregado e dos setores intensivos em mão de obra panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 67 energia

Além de ser importante para o dia-a-dia das Gráco 25: Consumo total de energia do município, pessoas e para melhorar sua qualidade de vida, o por setor, em MWh, de 2010 a 2016 acesso à energia é fundamental para o desenvol- 2500 vimento local, já que possibilita a produção in- 2202 dustrial, rural e o comércio. É preciso, então, que 1861 a energia seja um recurso disponível e com preço 1725 1537 acessível para todas as pessoas, como colocado pela 1433 1347 1410 Agenda 2030. 1268 1159 1220 Outras classes 1083 1206 Em 2010, 88% dos domicílios de Iracema do Oeste 973 1012 tinham energia elétrica. O consumo total nesse Industrial 777 ano foi de 3.509 MWh, sendo que o setor que mais Comercial 537 554 610 598 674 494 482 Rural 449 consumiu foi o rural (1.347 MWh), seguido pelo 417 530 468 543 362 496 481 residencial (973 MWh). No período de 2010 a 2016, Residencial 384 398 242 298 380 houve um crescimento no consumo de energia no 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 município, em quase todos os setores, com exceção Fonte: IBGE, [201-b]. do industrial, sendo que o rural continuou lide- rando em 2016, chegando a 2.202 MWh, quando o consumo total do município foi de 4.773 MWh.

O número de consumidores no município é Gráco 26: Número total de consumidores maior no setor residencial que nos demais, em to- do município, por setor, de 2010 a 2016 dos os anos analisados, de 2010 a 2016. Em seguida, 800 728 está o setor rural. 693 699 716 740 Em 2010, o setor residencial tinha 673 consumi- 673 684 dores, número que passou para 740 em 2016, en- quanto o número de consumidores do setor rural passou de 165 para 149 no mesmo período. O setor industrial apresenta número menor de consumi- dores em comparação com todos os setores. Em Outras classes 2010, havia 11 unidades consumidoras de energia do Industrial 165 setor industrial; em 2016, esse número foi para 12. Comercial 149 Rural 60 64 Em Iracema do Oeste, o consumo médio indus- 42 46 trial é maior que dos outros setores, passando de Residencial 0 11 12 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 27,1 MWh/unidade de consumo para 20,2 MWh/ 161 162 164 157 152 unidade, de 2010 para 2016. O setor de outras clas- 63 66 65 63 60 ses também apresenta elevado consumo médio, 43 41 41 46 44 que aumentou de 2010 para 2016, de 12,8 MWh/ Fonte: IBGE, [201-b]. 14 17 16 15 13 unidade para 14,7 MWh/unidade de consumo. O consumo médio do setor rural teve aumento mais expressivo no período, de 8,2 MWh/unidade para 14,8 MWh/unidade, enquanto os setores residen- cial e comercial não tiveram grandes alterações em seu consumo médio entre 2010 e 2016.

ODS 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos Meta 7.1: Até 2030, assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia água e saneamento

Acesso universal a água e saneamento é essencial Gráco 27: Percentual da população total atendida com para melhorar a qualidade de vida das pessoas e água e esgotamento sanitário no município, de 2010 a 2015 contribui para melhorias em áreas centrais para o Água desenvolvimento humano sustentável, como saú- de. Por isso é também uma preocupação da Agenda 2030. 100 85,3 83,8 86,6 88,4 Ademais, no Brasil, esse serviço deve ser assegu- 80,7 81,9 rado pelos municípios, que podem requerer apoio do Estado e da União. Em Iracema do Oeste, a porcentagem da popula- ção atendida água cresceu de 2010 a 2015, passando de 80,7% para 88,4% da população total no último ano analisado.

0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fontes: SNIS, [201-g] (BRASIL, [201-g]); IBGE, [201-a].

Gráco 28: Volume de água produzido no município, por 1.000m³ no ano, de 2010 a 2015

200

150,3

138,1 136,2

Volume de água produzido se refere ao volume de 124,1 124,9 121,6 água disponível para consumo tratada na(s) unida- de(s) de tratamento, quando existir, ou importada de outros locais. Nesse mesmo período, o volume 100 de água produzido em Iracema do Oeste cresceu, 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: SNIS, [201-g] (BRASIL, [201-g]). chegando a 150,3 mil m³ em 2014, mas caindo para 136,2 mil m³ no ano seguinte.

ODS 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos Meta 6.1: Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos Meta 6.2: Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade Meta 6.3: Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente Meta 6.4: Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substan- cialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 69

As perdas de água na distribuição tiveram que- Gráco 29: Índice de perdas na distribuição de água das até 2012, quando atingiram o menor índice, do município, de 2011 a 2015, em % de 12,1% de perdas. Nos anos seguintes, esse índice foi maior, atingindo o maior número em 2014, de 40 30,4%. Em 2015, o índice de perdas na distribuição 30,4 de água em Iracema do Oeste foi de 24,9%, maior 26,7 que o número observado em 2010. 20,5 24,9 18,7

12,1

0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: SNIS, [201-g] (BRASIL, [201-g]). representação política

Os espaços de representação política, como pre- Gráco 32: Número de vereadores do município, por feitura e câmara de vereadores, são espaços onde sexo, da gestão 2017-2020 ocorrem importantes debates e decisões políticas, que afetam diretamente a vida de cidadãs e cida- 1 sexo feminino dãos. As pessoas eleitas para ocuparem os cargos de prefeito(a), vice-prefeito(a) e vereador(a) de- vem representar a população do município nesses espaços, ou seja, tomar decisões de acordo com os 8 sexo masculino interesses e as necessidades da população. No en- tanto, interesses e necessidades variam de acordo com diversos fatores, entre eles sexo e raça/cor.

Por exemplo, a iluminação pública de uma cidade Fonte: TSE, [2017?]. é uma demanda mais importante e urgente para mulheres do que para homens, uma vez que ruas bem iluminadas contribuem para evitar não so- mente violência contra o patrimônio (como roubos e furtos), mas também agressões físicas e violência sexual, enfrentadas majoritariamente por mulhe- res. Ainda, pessoas negras usualmente utilizam Gráco 33: Número de vereadores do município de mais ônibus e metrô que pessoas brancas, além de Iracema do Oeste, por raça/cor, da gestão 2017-2020 residirem em bairros mais distantes do centro das 0 Indígena cidades. Assim, investimento em transporte públi- co é uma necessidade maior para essas pessoas. Nesse contexto, mesmo que representantes po- líticos busquem atender às necessidades de todas 0 Amarela e todos, a eleição de pessoas de diferentes raças, sexos, idades, condições socioeconômicas, entre outros, garante um debate diverso e maior repre- sentatividade de interesses e necessidades. Além disso, provoca mudanças positivas nas instituições, 0 Parda na cultura e no entendimento que cidadãos e cida- dãs têm da política, pois mostra que esses espaços são de todas as pessoas. Como estabelecido na Agenda 2030, é preciso não 0 Preta deixar ninguém para trás. Por isso, é fundamental olhar também para causas da desigualdade e para mecanismos para sua erradicação. Na gestão de 2017 a 2020, o cargo de prefeito e de 9 Branca vice-prefeito de Iracema do Oeste são ocupados por homens. Já na Câmara Municipal, há 9 vereadores no total, dos quais 8 são homens e apenas 1 é mu- Fonte: TSE, [2017?]. lher, que representa 11,1% do total de vereadores. No que se refere à raça, o prefeito e o vice-prefei- to são brancos, assim como a totalidade dos verea- dores (100%).

ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas Meta 5.5: Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a lide- rança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública Meta 5.c: Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 71 panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 73

considerações finais O conjunto de indicadores apresentados por este diagnóstico é apresentou um bom resultado nesse tema, com 0 novos casos o resultado de um primeiro exercício de montagem de um pai- de 2010 a 2015. Isso representa uma taxa de incidência de 0,0% nel de indicadores ODS, a princípio com dados que estão mais em 2015, mais baixa que a do estado do Paraná, de 18,6%. A facilmente acessíveis para o nível municipal. Por isso, nem to- meta global indica que as epidemias, tais como a Aids, devem dos os ODS foram mensurados, bem como alguns indicadores acabar até 2030, o que foi alcançado por Iracema do Oeste. não diretamente vinculados à Agenda 2030 foram incluídos Para a meta 3.4, que trata de doenças não transmissíveis e para apoiar a análise do desenvolvimento local. No entanto, saúde mental, foi analisado o número de suicídios no mu- o conjunto de indicadores apresentados já permite observar nicípio, que também apresentou um bom resultado, com 0 algumas tendências em relação aos ODS para o município de casos entre 2010 e 2015, melhor resultado do Oeste do Paraná. Iracema do Oeste. A meta indica que a saúde mental e o bem-estar devem ser Em linhas gerais, pode-se dizer que há avanço em termos do promovidos até 2030. ODS 1, com redução dos índices de pobreza no município. A meta 3.6 indica que “até 2020, será necessário reduzir pela Em 2010, Iracema do Oeste alcançou um baixo percentual de metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em pessoas em situação de extrema pobreza (1,9%), semelhan- estradas”. Para avaliar essa meta, o diagnóstico trouxe o te ao percentual de metade dos municípios da região Oeste número total de mortes causadas por acidentes de trânsito. O do Paraná e que a média do Oeste do Paraná e do estado do município apresenta progresso nesse indicador, já que houve 2 Paraná (ambos por volta de 2%). O município deverá erradicar mortes entre 2010 e 2015, que ocorreram em 2012 e 2014. Para a a pobreza extrema até 2030 para cumprir a meta 1.1 da Agenda meta, o município precisará manter o número de 0 casos fatais 2030. em 2020, ou seja, daqui a dois anos. Iracema do Oeste também demonstra bons resultados em rela- Por fim, a meta 3.7, que trata de assegurar o acesso universal ção ao ODS 2, com nenhuma criança de até 2 anos desnutrida aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, foi analisada por em 2015, situação similar ao da maioria dos municípios do meio do número de nascidos vivos por faixa etária da mãe. Oeste. Mas é preciso atenção nesse tema, pois, em 2014, o mu- Entre as meninas de 10 a 14 anos, o município apresentou nicípio chegou a 12 crianças de até 2 anos desnutridas, número melhora nesse indicador, indo de 1 caso em 2010 para 0 casos significativamente maior que o observado no restante do perí- em 2015. Devido à gravidade do tema, nenhum caso é aceitável odo. Para 2030, a meta 2.2 indica a necessidade de acabar com nessa faixa etária. Entre as mães de 15 a 19, também houve todas as formas de desnutrição, ou seja, será preciso manter a uma queda, de 11 casos em 2010 para 3 em 2015. Reforça-se a desnutrição erradicada. necessidade de diminuir esse número. Sobre o ODS 3, para a meta 3.1, que trata da redução da Quanto ao ODS 4, somente a questão de infraestrutura foi mortalidade materna, foi analisada a taxa de mortalidade estudada para este diagnóstico, representada pela meta 4.a materna. Esse dado não apresentou variação entre 2010 e 2015, “construir e melhorar instalações físicas para a educação, com 0,0 mortes de mães por 100 mil nascidos vivos em todo o apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gê- período. De acordo com a Agenda 2030, o município precisará nero e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros, alcançar uma taxa de menos de 70 mortes por 100 mil nascidos não violentos, inclusivos e eficazes para todos”. O município vivos, meta já alcançada por Iracema do Oeste, mas que pre- apresenta bons resultados nesse quesito, quando analisamos cisará ser mantida nos próximos anos. A maneira tradicional acesso a água, eletricidade e instalações sanitárias, com dados de medir mortalidade materna é fazer uma taxa em relação por volta de 100%. Em relação a acesso a computadores para aos 100 mil nascidos vivos. No entanto, como são registrados fins pedagógicos, o município apresenta também uma taxa muito menos do que 100 mil nascimentos por ano no municí- alta de acesso na etapa de ensino fundamental, de 100% em pio, a taxa demográfica pode variar muito de um ano ao outro, 2016, acima da taxa da maioria dos municípios da região Oeste já que uma morte pode impactar bastante o indicador. Por do Paraná. Há avanços em termos de acesso à internet para isso, esse dado deve ser analisado com cuidado e sempre em fins pedagógicos, cujo acesso é de 100% para o ensino funda- conjunto com o número total de casos. No entanto, nota-se que mental em 2016, percentual semelhante ao dos municípios da esta é uma área que demanda atenção para o alcance dos ODS região. No que se refere à infraestrutura adequada a pessoas no município. com deficiência nessa etapa de ensino, Iracema do Oeste Já para a meta 3.2, que trata da redução da mortalidade neo- apresenta um resultado pior, de 50,0% em 2016, acesso mediano natal e de crianças menores de 5 anos, foi avaliada a taxa de em comparação aos municípios da região Oeste do Paraná. mortalidade infantil de menores de 5 anos. Esse dado também Melhorias nesse setor apoiariam o alcance do ODS 4. apresentou relativa estabilidade entre os anos de 2010 e 2015, O ODS 5, por sua vez, demonstra necessidade de avanços. com menor taxa alcançada em 2010, 2012 e 2014, de 0,0 óbitos Apesar de ser semelhante ao resultado de metade dos muni- de crianças menores de 5 anos de idade, e a maior em 2013, de cípios da região Oeste do Paraná, há apenas 1 vereadora de 62,5 mortes por 1000 nascidos vivos. Em números brutos, a Iracema do Oeste, que representa 11,1% do total de vereadores, variação foi de 0 a 1 óbito. A meta global indica que a taxa a sendo que a população feminina representa 48,8% da popula- ser alcançada até 2030 é de 25 por 1000, o que significa que o ção total. Além disso, o município apresenta o pior resultado município ainda precisa alcançar a meta. da região, ao lado de outros municípios, com a totalidade dos A meta 3.3 trata de epidemias como a Aids, tuberculose, ma- vereadores pertencentes à raça/cor branca, enquanto 58,8% da lária e doenças tropicais e foi analisada por meio do número população total se autodeclara branca. O mesmo se repete no de incidência de Aids por ano de diagnóstico. O município Executivo, em que ambos os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito panorama ods: oeste do paraná em números iracema do oeste 75

são ocupados por dois homens brancos. A meta 5.5. trata de necessários para avaliar a situação. Alguns deles, como o ODS “garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igual- 12, são analisados a nível regional, no diagnóstico do Oeste do dade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de Paraná. tomada de decisão na vida política, econômica e pública”. Reforça-se que este é um exercício inicial. A análise do ODS 2, Para o ODS 6, foram avaliadas 2 metas relacionadas a água, por exemplo, foi feita aqui com somente um indicador, o que visto que dados de esgotamento sanitário não estavam limita entender plenamente como está o objetivo no município. disponíveis para o município. A primeira, 6.1, que trata sobre Em outros casos, a meta foi analisada parcialmente. O ODS 3, o acesso universal e equitativo à água potável, ainda não foi por exemplo, foi analisado por diversas metas. No entanto, a alcançada pelo município, visto que há 88,4% de cobertura no meta 3.4, por exemplo, é composta, ou seja, trata de mais de um índice de atendimento total de água em 2015, nível acima ao tema. Nesse caso, somente a saúde mental foi mensurada pelo da maioria dos municípios de mesmo porte da região Oeste. indicador proposto, não tendo sido possível avaliar o estado Para alcançar a meta, é preciso que o município chegue a 100% das doenças não transmissíveis neste diagnóstico. de acesso à água potável até 2030. A plataforma www.oestepr2030.org.br trará os indicadores Por fim, analisou-se a meta 6.4, que indica a necessidade de aqui apresentados e mais uma série de dados sobre todos os ob- aumentar substancialmente a eficiência do uso da água. Neste jetivos, o que permitirá uma análise mais aprofundada sobre caso, o indicador é o índice de perdas na distribuição, que che- como seu município se encontra em relação aos ODS. ga a 24,9% no município em 2015, maior do que o índice encon- trado em 2010, mas semelhante ao dos municípios da região. Em relação ao ODS 7, foi possível analisar no diagnóstico somente a meta 7.1, que trata de “até 2030, assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia”. Com relação ao acesso, o município chega a 88% de domicílios com energia, número menor do que o encontrado na região. Até 2030, será necessário chegar a 100% para cumprir com o ODS. Sobre o ODS 8, analisou-se a meta 8.1, relacionada ao cres- cimento econômico per capita, e a meta 8.5, que trata de alcançar o emprego pleno e remuneração igual para trabalho de igual valor até 2030. Quanto ao crescimento econômico, o município teve uma queda na taxa de crescimento do PIB real per capita em 2015, em comparação a 2010, de 7,5% para -2,9%. O mesmo aconteceu com cerca de metade dos municípios da região Oeste neste ano. O setor que apresentou maior taxa de crescimento do PIB real per capita em 2015 foi o de indústria, de 2,6%, enquanto o setor de agronegócio teve a menor taxa de crescimento, de -1,9%. Esse quadro demanda um conjunto de ações que garantam um crescimento sustentado até 2030. Com relação ao saldo de empregos, o município perdeu postos formais de trabalho no ano de 2016, situação comum a muitos municípios da região e que dificulta o alcance do ODS 8. No que se refere à remuneração, há uma desigualdade quando olhamos para raça/cor em 2016. As pessoas brancas, no muni- cípio, ganham em média 10,0 reais/hora, enquanto as pessoas pretas ganham em média 7,7 reais/hora. Para o ODS 16, foi analisada a meta 16.1 “reduzir significativa- mente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada, em todos os lugares”. O município tem apresenta- do avanços neste tema, visto que houve uma queda no número de homicídios entre 2010 e 2015, de 1 para 0 casos. Em todo o período, houve 2 casos, sendo 1 em 2010 e 1 em 2011. Há bastan- te diferença em termos de gênero, visto que a totalidade dos ca- sos do período eram homens. Ressalta-se também a desigual- dade em termos de raça/cor, já que a maioria da população do município é branca (58,8%), mas a totalidade das vítimas era de pessoas negras. Há também uma diferença significativa em termos de idade, visto que todas as mortes aconteceram entre os 15 e 24 anos de idade. No caso dos ODS 9 a 15, e também do 17, mais dados são

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