PLANO

MUNICIPAL DE

GESTÃO INTEGRADA

DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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GESTÃO MUNICIPAL Prefeita Irlahi Linhares Moraes Vice-Prefeito Douglas Domingues de Sena Alves

SECRETARIAS Secretaria Municipal de Infraestrutura José de Ribamar Figueira de Carvalho Secretaria de Assistência Social Ulcilas Batista de Carvalho Secretaria Municipal do Meio Ambiente Leandro Rodrigues Cavalcante Secretaria Municipal de Finanças Maria José Mendes Vieira Secretaria de Saúde Viviane Arruda Pereira Brito Secretaria de Educação Joaquim Francisco de Sousa Neto Chefe de Gabinete Alexandre Araújo de Aquino

FICHA TÉCNICA Raul Oliveira – Coordenador Geral Walmor Pinto de Araújo Junior – Engenheiro Civil Welison Martins – Técnico Ambiental Amanda Nayara Rodrigues Tonhi – Gestão Ambiental Adriano de Miranda Martins – Educador Ambiental Ygor Fernando Cantanhede Ribeiro – Advogado Vânia Karla Brito Coêlho - Graduanda de Engenharia Ambiental

Consultoria: Ana Maria Lima Chaves – Pedagoga e Engenheira Ambiental Revisão ortográfica: Helena Inês Rodrigues Fontes Colaboração: Gideone Vieira – Graduando de Engenharia Ambiental

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PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO MARANHÃO

PREÂMBULO...... 18 APRESENTAÇÃO...... 24

CAPÍTULO I – MOBILIZAÇÃO SOCIAL E DIVULGAÇÃO

1. DIRETRIZES DO PMGIRS...... 29 1.1 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E CONTROLE SOCIAL...... 29 1.2 OBJETIVO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL...... 31 1.3 OS ATORES SOCIAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE COOPERAÇÃO...... 31 1.4 ETAPAS DA AÇÃO DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL..31 1.4.1 Participação social na elaboração do plano...... 31 1.4.2 Capacitação técnica...... 33 1.4.3 Primeira Reunião Pública...... 34 1.4.4 Segunda Reunião Pública...... 35 1.4.5 Terceira Reunião Pública...... 36 1.4.6 Audiência pública...... 36

CAPÍTULO II – DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

2. DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS...... 38 2.1 Resíduos Sólidos...... 38 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 44 2.3. ASPECTOS LEGAIS...... 51 2.3.1 Constituição Federal – CF...... 51 2.3.2 Leis Federais...... 51 2.3.3 Decretos...... 57 2.3.4 Outros Instrumentos Normativos – Federal...... 58 2.3.5 Resoluções e Portaria do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)....59 2.3.6 Resoluções da agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA)...... 62 2.3.7 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – NBR...... 63

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2.3.8 Tratados Internacionais...... 66 2.3.9 Leis Estadual...... 66 2.3.10 Leis Municipais...... 67 2.4 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO...... 70 2.4.1 Localização ...... 70 2.4.2 Breve Histórico ...... 74 2.4.3 Aspectos Políticos e Institucionais...... 76 2.4.4 Aspectos Físicos e Ambientais ...... 78 2.4.5 Aspectos Demográficos...... 78 2.4.6 Educação...... 80 2.4.7 Saúde...... 84 2.4.7.1 Análise Situacional ...... 84 2.4.8 Índice de Desenvolvimento Humano...... 87 2.4.9 Infraestrutura ...... 89 2.4.10 Comunicação...... 93 2.4.11 Abastecimento de Energia Elétrica...... 93 2.4.12 Infraestrutura Viária e de Transporte...... 93 2.4.13 Situação do Saneamento Básico...... 96 2.4.14 Sistema de Abastecimento de Água...... 98 2.4.15 Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 99 2.5 DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO...... 99 2.5.1 Breve Resgate Histórico do Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Rosário .....99 2.5.2 Prestação dos Serviços de Limpeza Urbana...... 101 2.6 ANÁLISE DAS RESPONSABILIDADES PELO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DIANTE DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E FEDERAL...... 105 2.7 AVALIAÇÃO DA QUANTIDADE E QUALIDADE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO ...... 107 2.7.1 Quantidade de resíduos sólidos coletados em Rosário...... 107 2.8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS...... 110 2.8.1 Histórico de estudos de caracterização de RSU no município...... 111 2.8.2 Estudo de caracterização...... 112

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2.9 ESTUDO GRAVIMÉTRICO...... 114 2.9.1 Resultados Individuais dos Resíduos Sólidos...... 118 2.9.2 Análise Qualitativa dos Resíduos Caracterizados...... 119 2.9.3 Análise Quantitativa dos Resíduos Caracterizados...... 122 2.10 DESCRIÇÃO DA SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO ...... 124 2.10.1 Resíduos Sólidos Domiciliares Recolhidos pela Coleta Convencional...... 124 2.10.2 Operação da Coleta Convencional feita pela Empresa CGA – Titara...... 125 2.10.3 Educação Ambiental...... 130 2.10.4 Resíduos de Serviços de Saúde...... 130 2.10.5 Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde Gerados na Rede Pública...... 132 2.10.6 Resíduos de Construção Civil...... 133 2.10.6 Resíduos Volumosos (RV) ...... 135 2.10.7 Pneus...... 136 2.10.8 Óleo de cozinha...... 137 2.10.9 Eletroeletrônicos pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, e outros resíduos perigosos...... 137 2.10.10 Embalagens de lubrificantes...... 137 2.10.11 Resíduos agrosilvopastoris ...... 138 2.10.12 Resíduos sólidos industriais...... 140 2.10.13 Resíduos sólidos cemiteriais...... 141 2.10.14 Resíduos sólidos de saneamento...... 142 2.10.15 Resíduos sólidos de mineração ...... 142 2.10.16 Resíduos de serviços de transporte...... 142 2.10.17 Resíduos especiais...... 143 2.11 SERVIÇOS EXECUTADOS PELA SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA ...... 144 2.12 DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS...... 145 2.12.1 Serviços de varrição e capina...... 145 2.12.2 Disposição final de Resíduos de Podas...... 147 2.12.3 Reciclagem de Óleo de Cozinha...... 147 2.13 LIXÃO DO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO...... 147 2.14 ATERRO SANITÁRIO...... 148 2.14.1 Estação de Tratamento de Efluentes ETE...... 150

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2.14.2 Aterro Industrial – Classe I...... 152 2.14.3 Aterro Sanitário e Industrial – Classe II...... 153 2.14.4 Impermeabilização...... 154 2.14.5 Início da Operação...... 154 2.14.6 Operação do local...... 158 2.14.7 Controles ambientais ...... 158 2.15 TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE...... 159 2.16 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ALTERADAS, COM RISCO DE POLUIÇÃO E/ OU CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS…159 2.16.1 Áreas utilizadas para disposição final de resíduos sólidos domiciliares...... 159 2.16.2 Áreas utilizadas para disposição final de resíduos de serviços de saúde ...... 160 2.16.3 Áreas utilizadas para disposição irregular de resíduos de diversas origens...... 160 2.16.4 Área 01...... 161 2.16.5 Área 02 ...... 162 2.16.6 Área 03...... 163 2.16.7 Área 04 ...... 165 2.16.8 Área 05...... 166 2.16.9 Área 06...... 168 2.17 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO...... 169 2.18 IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS NO ATENDIMENTO NO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA ...... 171

CAPÍTULO III - ASPECTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

3. ASPECTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES...... 175 3.1 ANÁLISE E PROPOSTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS...... 175 3.2 DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS...... 175 3.2.1 Resíduos Sólidos Domiciliares...... 180 3.2.2 Limpeza Urbana...... 181 3.2.3 Resíduos Comerciais...... 182 3.2.4 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ...... 183 3.2.4.1 Geradores de Resíduos de Serviço de Saúde...... 184 3.2.5 Resíduos da Construção Civil e Demolições (RCD) ...... 185

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3.2.6 Resíduos Volumosos e Vegetais...... 187 3.3 TRANSPORTADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS...... 188 3.4 RESÍDUOS SUJEITOS A ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO ESPECÍFICO – PGE...... 189 3.5 DESCRIÇÃO DAS FORMAS E DOS LIMITES DA PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO LOCAL NA COLETA SELETIVA E NA LOGÍSTICA REVERSA...... 191

CAPÍTULO IV - PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO PMGIRS

4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO PMGIRS...... 194 4.1 Projeção populacional...... 194 4.2 EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS...... 196 4.3 CONSTRUÇÕES DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS...... 198 4.3.1 Metodologia para Construção dos Cenários...... 200 4.3.2 Cenário Tendencial (Desfavorável)...... 200 4.3.3 Cenário desejável (favorável)...... 203 4.3.4 Cenário possível (intermediário)...... 206 4.4 ESTUDOS DAS DEMANDAS FUTURAS PELO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS...... 211 4.4.1 Projeção da geração de resíduos sólidos...... 213 4.4.2 Resíduos sólidos domiciliares (RSD)...... 214 4.4.3 Resíduos de serviço de saúde (RSS)...... 216 4.4.4 Análise financeira da gestão do Resíduos Sólidos...... 216 4.5 SÍNTESES DO DIAGNÓSTICO...... 218 4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO...... 218 4.7 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS, AÇÕES E METAS PARA O MANEJO DIFERENCIADO DOS RESÍDUOS ESPECÍFICOS E MODELO TECNOLÓGICO PROPOSTO...... 219 4.8 GRANDES GERADORES – OBRAS PRIVADAS...... 223 4.9 GRANDES GERADORES – OBRAS PÚBLICAS...... 224 4.10 EQUIPAMENTOS DE APOIO À GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL...... 225 4.10.1 Tecnologias disponíveis para implantação do modelo proposto...... 228

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4.10.2 Quantitativos de Áreas Receptoras – Ecopontos...... 229 4.10.3 Fiscalização...... 230 4.10.4 Programa de Comunicação e Educação Ambiental voltado à Gestão de Resíduos da Construção Civil...... 232 4.10.4.1 Diretrizes Gerais...... 233 4.10.4.2 Diretrizes Específicas...... 233 4.10.4.3 Comunicação Visual...... 235 4.10.5 Diretrizes para Legislação Municipal...... 236 4.11 PROPOSIÇÕES E RESPONSABILIDADES...... 237 4.11.1 Responsabilidade da Gestão Municipal...... 237 4.11.2 Secretaria Municipal de Saúde...... 238 4.11.3 Secretaria Municipal Infraestrutura (SEINFRA)...... 239 4.11.4 Secretaria Municipal de Ambiente ...... 241 4.11.5 Responsabilidade das Empresas Prestadoras de Serviços ...... 242 4.11.6 Responsabilidade dos Fabricantes e Importadores ...... 243 4.12 PROGRAMA DE COMUNIDAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL...... 243 4.12.1 Diretrizes do Programa de Comunicação e Educação Ambiental...... 243 4.13 AÇÕES E METAS...... 245 4.13.1 Programa de Coleta Seletiva...... 246 4.13.2 Coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares – Secos...... 247 4.13.3 Metas de Minimização de Resíduos Sólidos para o Município de Rosário...... 254 4.13.4 Resíduos Sólidos Urbano (RSU)...... 255 4.13.4 Resíduos da Construção Civil (RCC)...... 258 4.13.6 Resíduos Sólidos Especiais (RSE)...... 260 4.13.7 Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)...... 263 4.14 INICIATIVAS - PLANO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...... 265 4.15 GERADORES DE RESIDUOS OBRIGADOS A APRESENTAR PLANO DE GERENCIAMENTO...... 265 4.15.1 Cobrança pelo Serviço de Coleta e Destino Final dos Resíduos de Saúde...... 266 4.15.2 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)...... 266 4.16 INDICADORES DE DESEMPENHO...... 266

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CAPÍTULO V - SISTEMA DE COBRANÇA POR SERVIÇO

5 SISTEMA DE COBRANÇA POR SERVIÇO...... 268 5.1 Cenário Atual...... 268 5.2 COBRANÇA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS...... 270 5.3 ANÁLISE FINANCEIRA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS....271 5.4 COBRANÇA PELO SERVIÇO DE COLETA E DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS URBANOS...... 271 5.4.1 Sistema de cálculo dos custos operacionais e investimentos...... 275 5.5 SUSTENTABILIDADE...... 278 5.6 LEIS...... 278 MINUTA DE LEI PARA A TAXA DE RESÍDUOS SÓLIDOS...... 280 REFERÊNCIAS ...... 286

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente DATASUS Departamento de Informática do SUS EPI Equipamentos de Proteção Individual ETA Estação de tratamento de água ETE Estação de tratamento de esgoto FUNASA Fundação Nacional de Saúde IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana LDNSB Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico LAI Licença Ambiental de Instalação LOA Licença Ambiental de Operação LEV Local de Entrega Voluntária de Resíduos LNSB Lei Nacional de Saneamento Básico PEV Ponto de Entrega Voluntária de Resíduos MMA Ministério do Meio Ambiente NBR Norma Brasileira Regulatória PEGIRS Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

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PGRCC Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PIGRCC Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos PGRSS Plano de Gerenciamento de Serviço de Saúde PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos RSU Resíduo Sólido Urbano RSS Resíduo de Serviço de Saúde SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SINIR Sistema Nacional de Informação sobre Gestão dos Resíduos Sólidos SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SISMURB Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Municipais de Rosário, e Presidente Juscelino SEMA Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais SGRCC Sistemas de Gestão Sustentável de

Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Capacitação Técnica Figura 02 Primeira Reunião Técnica Figura 03 Primeira Reunião Pública na Sede Municipal Figura 04 Segunda Reunião Pública e oficina de mobilização e participação social Figura 05 Audiência pública Figura 06 Aterro Sanitário Figura 07 Localização do município de Rosário Figura 08 Localização do Região Metropolitana de São Luís Figura 09 Localização das estradas do município de Rosário Figura 10 Localização povoados mais populosos do município de Rosário Figura 11 Forte da Vera Cruz Figura 12 Lençóis Maranhenses Figura 13 Organograma das Secretarias da Prefeitura de Rosário Figura 14 Estação Ferroviária em Rosário Figura 15 Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado Figura 16 Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado Figura 17 Funcionário da Prefeitura fazendo limpeza nas ruas Figura 18 Funcionário da Prefeitura fazendo limpeza nas ruas Figura 19 Coleta dos resíduos feita pela empresa CGA – Titara Figura 20 Estudo gravimétrico realizado nas instalações da Empresa CGA – Titara Figura 21 Estudo gravimétrico realizado nas instalações da Empresa CGA – Titara Figura 22 Casca de bacuri e caroços pequi Figura 23 Ilustra a distribuição espacial das localidades atendidas pela empresa CGA – Titara e consequentemente para a seleção das amostras Figura 24 Estação rodoviária do município de Rosário Figura 25 Veículo utilizado pela SEINFRA Figura 26 Imagem aérea do antigo lixão de Rosário época que foi desativado Figura 27 Imagem aérea da época da construção do Aterro Sanitário CGA – Titara Figura 28 Imagem aérea da época da construção do Aterro Sanitário CGA – Titara Figura 29 Mapa de localização da empresa CGA – Tirara Figura 30 Estação de Tratamento de Efluentes ETE Figura 31 Solidificação e Blendagem

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Figura 32 Aterro Industrial – Classe I Figura 33 Impermeabilização Figura 34 Caminhão da Empresa CGA – Titara na balança Figura 35 Caminhões na balança da empresa CGA - Titara Figura 36 Mapas de localização da empresa CGA - Titara Figura 37 Bota fora 01 Figura 38 Bota fora 01 Figura 39 Bota fora 02 Figura 40 Bota fora 02 Figura 41 Bota fora 03 Figura 42 Visão panorâmica Bota-Fora 01,02 e 03 Figura 43 Bota fora 04 Figura 44 Bota fora 04 Figura 45 Bota fora 05 Figura 46 Bota fora 05 Figura 47 Bota fora 06 Figura 48 Bota fora 06 Figura 49 Trabalho de Educação Ambiental realizado pelos Bombeiros Mirins Figura 50 PEV de Taguatinga – DF Figura 51 Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s (Ecopontos)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Temas Abordados na Reunião Técnica e Tempo Médio de Duração Tabela 02 Temas Abordados na Reunião Pública e Tempo Médio de Duração Tabela 03 Temas Abordados na Audiência Pública e Tempo Médio de Duração Tabela 04 Legislação Municipal de Rosário Tabela 05 População residente e domicílios anos 1970 a 1980 Tabela 06 Povoados mais populosos do município de Rosário Tabela 07 Participação da população urbana e rural nos anos de 1960 a 2010 Tabela 08 Alunos matriculados na rede pública de ensino Municipal no ano de 2018 Tabela 09 Alunos matriculados na rede pública de ensino Médio rede Estadual no ano de 2018 Tabela 10 Alunos matriculados na rede pública de ensino municipal zona rural no ano de 2018 Tabela 11 Rede de Serviços de Saúde – 2017 Tabela 12 Recursos Humanos – 2017 Tabela 13 Localização dos órgãos de saúde (postos, ambulatórios, laboratórios, clinicas odontológicas, etc.) Tabela 14 Relação das indústrias de mineração localizadas no município de Rosário Tabela 15 Relação das Indústrias de Artefatos Cerâmicos e Barro Cozido localizadas no município de Rosário. Tabela 16 Relação das Indústrias de Serralheria localizadas no município de Rosário Tabela 17 Relação Frigoríficos localizadas no município de Rosário Tabela 18 Vínculos de emprego formal no município de Rosário, segundo o subsetor de atividade econômica – 2015/2016 Tabela 19 Número de consumidores e demanda por energia elétrica nos anos de 2 016/2017 Tabela 20 Custo total anual para a prestação de serviços de limpeza urbana no município de Rosário Tabela 21 Tipos de resíduos, coleta e disposição final Tabela 22 Serviços com limpeza urbana no município de Rosário Tabela 23 Quantidade mensal de resíduos Sólidos Domestico coletado pela Empresa CGA – Titara Tabela 24 Composição Gravimétrica do município de Rosário

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Tabela 25 Estimativa de alguns materiais descartados anualmente em Rosário e seu potencial econômico Tabela 26 Resíduos Sólidos coletados no município de Rosário Tabela 27 Detalhamento dos roteiros convencionais amostrados Tabela 28 Detalhamento dos roteiros convencionais amostrados por turnos Tabela 29 Postos públicos existentes no município de Rosário Tabela 30 Geração mensal conforme indicador municipal Tabela 31 Listagem das atividades que requerem a elaboração do PGRCC Tabela 32 Estimativa de Geração de RV no município de Rosário Tabela 33 Infraestrutura da SEINFRA Tabela 34 Responsabilidade pelo Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Tabela 35 Pequenos e grandes geradores – volumes e tipos de resíduos Tabela 36 Estimativa populacional do município de Rosário pelo método aritmético Tabela 37 Estimativa populacional do municipal do município de Rosário pelo método geométrico Tabela 38 Estimativa anual de geração de resíduos ao longo do horizonte do plano do Município de Rosário Tabela 39 Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário tendencial Tabela 40 Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário desejável Tabela 41 Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário possível ou intermediário Tabela 42 Estimativa da população atendida pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Tabela 43 Apresenta as estimativas de atendimento à população pelos serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos domiciliares para os três cenários previstos Tabela 44 Taxa de crescimento anual (% a.a) Tabela 45 Projeção da geração total de Resíduos de Serviço de Saúde no Município Tabela 46 Abaixo são expressos os gastos anuais com serviços de limpeza pública previsto no LOA - 2018 Tabela 47 Resumo do diagnóstico Resíduos Domiciliares e Comercial Tabela 48 Estimativa de geração de resíduos da construção civil e volumosos

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Tabela 49 Estimativa de geração de resíduos da construção civil e volumosos nos próximos 20 anos Tabela 50 Estimativa de destinação de resíduos em Ecopontos – horizonte de 20 anos Tabela 51 Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os resíduos sólidos recicláveis Tabela 52 Custos de Instalação de PEV Tabela 53 Custos de Instalação de GTBP - (CAPEX) e Operação (OPEX). Tabela 54 Metas Redução em % do volume de RSD Secos disposto em aterro. Tabela 55 Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os resíduos sólidos. Tabela 56: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para RCC. Tabela 57: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os RSE. Tabela 58 Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os RCC Tabela 59 Dados das despesas dos últimos 5 anos Tabela 60 Tipologia de custos nos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva Gráfico 02 Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva Gráfico 03 Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva Gráfico 04 População residente e domicílios anos 1970 a 1980 Gráfico 05 Representa a evolução do crescimento populacional maranhense entre 1970 e 2017 Gráfico 06 Participação da população urbana e rural nos anos de 1960 a 2010

Gráfico 07 IDHM dos anos 1991 a 2010 do município de Rosário Gráfico 08 IDH Municipal no período de 1991 a 2010 Gráfico 09 Posição no ranking nacional e estadual no período de 1991 a 2010 Gráfico 10 Resíduos Sólidos coletados no município de Rosário de 2016 a 2017 Gráfico 11 Apresentação dos resultados da caracterização dos resíduos sólidos da coleta convencional Gráfico 12 Resultados dos métodos de estimativa populacional do Município de Rosário Gráfico 13 Evolução do custo da Coleta Seletiva x Coleta convencional

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PREÂMBULO

O presente Plano Municipal de Resíduos Sólidos do município de Rosário, Estado do Maranhão, visa atender a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, especialmente em seu artigo 9º que preconiza: “Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. E em seu artigo 19º que determina que o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos tenha o seguinte conteúdo mínimo:

I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas; II - identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver; III - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais; IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS; V - procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007; VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual;

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VIII - definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder público; IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização; X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos; XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; XV - descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33; XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento; XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal.

§ 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o

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20 conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste artigo.

§ 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento. § 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municípios: I - integrantes de áreas de especial interesse turístico; II - inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional; III - cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação.

§ 4o A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do SISNAMA.

§ 5o Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS.

§ 6o Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos contemplará ações específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos.

§ 7o O conteúdo do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos será disponibilizado para o SINIR, na forma do regulamento.

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§ 8o A inexistência do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciadas pelos órgãos competentes.

§ 9o Nos termos do regulamento, o Município que optar por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o Plano Intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Esse Plano Municipal de Resíduos Sólidos também visa tender a Lei nº 11.445/07 que dispõe sobre o saneamento básico e o Decreto nº 7.405/10 de Regulamentação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

São objetivos da PNRS:  proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;  não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;  estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;  desenvolvimento e adoção de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;  redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;  incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;  gestão integrada de resíduos sólidos;  articulação entre as diferentes esferas do poder público e destas com o setor empresarial com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos;  capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos.

Por ser de competência dos Municípios a gestão local dos resíduos sólidos, a PNRS determinou que os Municípios devem estabelecer seus próprios planos de gestão de resíduos sólidos, que é denominado PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos quais será contemplado o conteúdo mínimo descrito na PNRS.

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A PNRS também estabeleceu que os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos devem ser compatíveis com a realidade local.

Além dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, são instrumentos da PNRS (artigo 8°):

 a educação ambiental;  o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;  a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;  a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;  os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;  os termos de compromisso e de ajustamento de conduta;  o incentivo à adoção de consórcio público ou de outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.

Portanto, é necessário motivação e comprometimento da gestão municipal com a temática ambiental para viabilizar a transformação necessária. É importante a capacitação específica dos técnicos municipais, tanto para que possam compreender os novos conceitos presentes na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e as suas implicações como para participar da elaboração e implementação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS).

A PNRS estimula ainda uma redução do volume de resíduos destinados a aterros, por meio de programas de coleta seletiva e de reutilização de materiais/reciclagem, associada

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à preocupação de inclusão social, orientando a utilização de cooperativas de pessoas físicas de baixa renda.

De acordo com o Guia de Orientação Para Adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o estimulo federal aos tópicos apresentados acima ocorrerá por meio de priorização desses municípios ao acesso de recursos da União (artigo 18, inciso I). No entanto, a forma de aplicação dessa priorização ainda não foi definida.

De acordo com artigo 18 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGRS), que deve ser elaborado individualmente por município, é a condição indispensável para que se tenha acesso a recursos da União, ou por ela controlados.

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APRESENTAÇÃO

A Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tendo como decreto regulamentador Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Esta legislação federal determinou a obrigação dos estados e municípios elaborarem Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), como também definiu as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público, e os instrumentos econômicos aplicáveis, em consonância com a Constituição Federal.

Os resíduos sólidos ou lixo, como é popularmente conhecido, é tudo que resulta das atividades do homem e dos animais e que são descartados por serem considerados como imprestáveis e indesejáveis.

A geração de resíduos sólidos tem sempre em sua origem a utilização de matérias-primas, e seu fim, na maioria das cidades brasileiras, é lamentavelmente uma disposição final inadequada. De acordo com o relatório do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016, quase 30 % dos municípios brasileiros faz uso de lixões a céu aberto, a forma mais arcaica para destinação dos resíduos; são simplesmente 1.559 cidades utilizando 2.976 lixões em operação, quando os mesmos deveriam ser extintos até 2014.

O resíduo sólido, portanto, se constitui um dos grandes problemas do século, visto que as cidades brasileiras continuam crescendo e com este crescimento, cresce também o consumo, e para atender a demanda de consumo são produzidos mais bens manufaturados tecnologicamente, e mais resíduos são consequentemente gerados.

O crescimento da população e do consumo, porém, não teve paralelo na gestão dos resíduos sólidos, assim, torna-se imperativo estabelecer normas para a Gestão dos Resíduos Sólidos, sem as quais o resíduo sólido se tornaria um problema ainda maior do que já é, de fato.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi instituído o Programa Pró-catador, por meio do Decreto nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010, com a finalidade de integrar e articular as ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao

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25 fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, à melhoria das condições de trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica e à expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos, da reutilização e da reciclagem por meio da atuação desse segmento.

Uma das exigências Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é a obrigação de cada município elaborar, de forma participativa, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), para que possa ser contemplado com recursos do governo federal destinados a projetos de limpeza pública e manejo destes resíduos (Art. 18, Lei nº 12.305/2010).

Portanto, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) é um instrumento de planejamento estratégico municipal que contempla as diretrizes e ações para o manejo ambientalmente adequado e sustentável dos resíduos, assim como as diretrizes e ações de educação ambiental e mobilização social, em um horizonte de 20 anos.

A atualização do Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos do município de Rosário, se deu a partir das observações produzidas pela equipe que analisou, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o primeiro projeto enviado, de modo que todas os itens faltantes fossem totalmente contemplados. Para a atualização do Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos de Rosário, foram realizados levantamentos e análises dos diversos tipos de resíduos, do modo de geração, formas de acondicionamento na origem, coleta, transporte, processamento, recuperação e disposição final utilizado atualmente.

O Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos de Rosário foi atualizado por uma equipe multidisciplinar que realizou levantamentos em campo e considerou os estudos e programas existentes no próprio município, no estado do Maranhão e na Federação.

Com base na caracterização do município, na caracterização dos resíduos gerados pela população, nos estudos e legislação vigentes é que, estão apresentados neste Plano,

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26 propostas adequadas à realidade de Rosário para promoção do gerenciamento integrado para os resíduos sólidos gerados por sua população.

O Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos (PMGIRS) tem a incumbência de facilitar as ações técnicas a serem implementadas no setor de limpeza pública, assim como, no desenvolvimento e no fortalecimento da política municipal de resíduos sólidos, para cada programa e ação e formulando prognósticos para diferentes temas e diferentes cenários temporais, de imediato (até 1 a 2 anos), curto (2 a 4 anos), médio (4 a 8anos) e longo (8 a 20 anos), considerando aspectos importantes, fundamentados nas seguintes proposição:

a. Apresentar o plano de metas (imediato, curto, médio e longo prazos) para as diferentes ações de coleta e disposição final dos resíduos; para a implementação de programas de educação ambiental formal e informal; para as ações de coleta seletiva e de logística reversa, entre outras; b. Ser elaborado a partir de uma metodologia de perspectiva participativa, em que os diferentes segmentos da sociedade participam ativamente por meio do Grupo de Sustentação e a comunidade em geral nas audiências e reuniões públicas; c. O PMGIRS deverá ser revisado a cada 04 (quatro) anos, de forma participativa; d. O controle social da implementação do PMGIRS poderá ser realizado por meio do Conselho Municipal de Saneamento ou outro Conselho similar, das Conferências de Meio Ambiente e de Saneamento, de seminários e debates abertos ao público; e. O PMGIRS deverá passar por processos de atualização periódica acompanhando as modificações da legislação ambiental; f. Propor instrumentos de avaliação, controle e monitoramento voltados ao estabelecimento de indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; g. Apresentar a hierarquização das áreas de intervenção prioritária, tendo por base todo o diagnóstico socioambiental realizado e os aspectos financeiros decorrentes. h. Propor programas, projetos e ações direcionados para:

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 capacitação técnica;  educação ambiental voltada às ações de não geração, redução, reutilização e de reciclagem de resíduos;  controle e fiscalização da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos dos sistemas de logística reversa / responsabilidade compartilhada.

i. O PMGIRS conterá informações técnicas suficientes para a sua formulação, incluindo:  diagnóstico da situação atual do sistema e dos eventuais impactos nas condições de qualidade de vida;  avaliação do sistema apontando as causas das deficiências;  propostas de soluções fundamentadas em cenários;  programas e ações administrativas para atingir as metas e objetivos do PMGIRS, compatível com os planos plurianuais e leis orçamentárias.

Esse documento tem em vista a administração dos resíduos por meio de um conjunto integrado de ações normativas, de planejamento, operacionais e financeiras, levando em consideração os aspectos referentes à sua geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, de forma a atender as exigências ambientais e de saúde pública. Apresentando os diferentes aspectos (técnicos, institucionais, administrativos, legais, sociais, educacionais e econômicos do sistema de limpeza pública), do município de Rosário, de tal forma estabelecer as diretrizes básicas e subsidiar a formulação e consolidação da “Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de Rosário”. O PMGIRS tem como objetivo minimizar a geração dos resíduos sólidos no Município, o que significa:

a. Cumprir a determinação da Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS), mantendo o município limpo por um sistema de coleta seletiva e transporte adequado, tratando o resíduo sólido com tecnologias compatíveis com a realidade local;

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b. Implantar um conjunto interligado de todas as ações e operação do gerenciamento, influenciando e diminuindo o impacto ambiental; c. Garantir a destinação final correta e segura para o resíduo sólido; d. Buscar a conscientização da população para separar materiais recicláveis; e. Fomentar a criação de cooperativas/associações de catadores de materiais recicláveis; f. Projetar um modelo de gerenciamento levando em conta que a quantidade e a qualidade de resíduos gerada em dada localidade decorrem do tamanho da população e de suas características socioeconômicas e culturais, do grau de urbanização e dos hábitos de consumo vigentes.

O município de Rosário é um dos protagonistas no que se refere a gestão de resíduos sólidos no estado do Maranhão, tendo, desde o ano de 2014, sediado um aterro sanitário licenciado. Entretanto, algumas das normas presentes na Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, não foram até o momento implantadas, fazendo-se necessária a reelaboração de seu Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos – PMGIRS, de forma a atender a todos os requisitos preconizados na lei vigente, dando, deste modo, continuidade a referência positiva que o município tem no estado do Maranhão.

Portanto, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos aderido as definições apresentadas, e com base na legislação em vigor, o Município de Rosário apresenta o diagnóstico e o prognóstico do seu Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, assim disposto: CAPÍTULO I - Mobilização Social e Divulgação; CAPÍTULO II - Diagnóstico dos Resíduos Sólidos; CAPÍTULO III - Aspectos Gerais do Planejamento das Ações; CAPÍTULO IV - Planejamento da s Ações do PMGIRS e CAPÍTULO V - Sistema de Cobrança por Serviço monitoramento, custo e cobranças e Minuta Projeto de Lei.

Rosário (MA), 28 de maio de 2018.

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CAPÍTULO 1 - MOBILIZAÇÃO SOCIAL E DIVULGAÇÃO

1. DIRETRIZES DO PMGIRS

1.1 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E CONTROLE SOCIAL A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 3º, caput, inciso I, e no art. 17 da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003.

DECRETA: Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Participação Social - PNPS, com o objetivo de fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil.

Busca estimular os diversos atores sociais envolvidos para integrar de forma articulada e propositiva a formulação de políticas públicas, na construção do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Conforme o Estatuto da Cidade (Lei n° 10.257/2001), em seu Artigo 2° inciso II a “gestão democrática por meio da participação popular” deve ser uma prerrogativa na “formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano”. Portanto, sem a elaboração do PMGIRS e a aprovação do mesmo em Audiência Pública, a prefeitura não poderá receber recursos federais para projetos de saneamento básico.

Cumprindo com as exigências legais (Lei n° 12.305/2010), o presente plano atende as seguintes especificações:

 Vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 anos;  Atualização a cada 4 anos;  Conteúdo mínimo (Art.19 da lei 12.305/2010);  Processo de elaboração – mobilização e participação social por meio de audiências públicas.

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A mobilização social busca garantir o caráter participativo do processo e o controle social, conforme preconiza a Lei n° 11.445/2007 em conjunto com a Lei n° 12.305/2010.

O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Rosário foi elaborado por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINFRA), em novembro de 2013, e será feita a devida atualização neste documento conforme determina a PNRS – 12.305/10.

A metodologia adotada para o desenvolvimento do PMGIRS foi apoiada essencialmente no processo participativo, na tomada de decisões coletivas e na sistematização contínua dos resultados do processo.

Segundo o Decreto n° 7.217/2010, que foi alterado pelo de n° 8.629, de 30 de dezembro de 2015, o qual define em seu art. 2° que "após 31 de dezembro de 2017, a existência de Plano de Saneamento Básico e que em um dos seus eixos inclui Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da Administração Pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico”.

O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é um instrumento de planejamento e gestão, que auxiliará o município de Rosário na identificação, análise e proposição de encaminhamentos e soluções das questões de Resíduos Sólidos, inclusive na identificação de fontes de recursos financeiros.

Possibilidade de articulação Busca integrar com todos os programas, projetos e ações em educação ambiental, recursos hídricos, saneamento, saúde e meio ambiente promovendo o fortalecimento das políticas públicas. Facilitando assim o processo de diálogo e articulação envolvendo os diferentes órgãos públicos, as iniciativas locais e os diferentes atores sociais envolvidos.

Respeito as culturas locais A diversidade cultura no município é um tema atual e relevante, pois oportuniza uma riqueza de olhares e percepções sobre a realidade local que deve ser considerado no

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31 processo de elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos (PMGIRS), pois isto apresenta a ligação da população ao lugar em que vive.

Uso de tecnológicas sociais sustentáveis Aplicar técnicas de baixo custo e impacto e que podem ser mais apropriados, eficientes e eficazes sendo compatível a realidade do município. As tecnologias utilizadas levarão em conta os custos, benefícios, participação da comunidade, inclusão social e as culturas sociais. Como também buscar alternativas tecnológicas que levam em consideração o conhecimento popular, qualificando o processo de participação e controle social, os diferentes atores sociais que convivem em uma determinada comunidade.

1.2 OBJETIVO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL A organização das atividades de mobilização social tem como objetivo:

• divulgar a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos; • promover a discussão envolvendo a população, mostrando as potencialidades, problemas relativos aos resíduos sólidos e suas implicações; • mostrar a importância da coletiva seletiva na preservação e conservação dos recursos naturais.

1.3 OS ATORES SOCIAIS E SUAS POSSIBILIDADES DE COOPERAÇÃO 1.3.1 Sociedade Civil 1.3.2 Gestores Públicos 1.3.3 Setor Privado

1.4 ETAPAS DA AÇÃO DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

1.4.1 Participação Social na Elaboração do Plano Etapa preliminar Para a elaboração do PMGIRS foi formado inicialmente um Comitê Diretor, formado por representantes dos principais Órgãos envolvidos no tema. Seu caráter é técnico e exerce também papel executivo nas tarefas de organização e viabilização de infraestrutura (convocatória de reuniões, locais apropriados, cópias de documentos etc.), garantindo os

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32 recursos e o bom andamento do processo, sendo coordenado por membro da área ambiental.

Este Comitê Gestor é constituído por 05 (cinco) membros, representantes das áreas de saúde; do meio ambiente; da agricultura; da infraestrutura e das Finanças.

Tem caráter técnico com a atribuição de: • Facilitar/acompanhar os trabalhos de campo que serão realizados; • Acompanhar e cooperar no processo de mobilização social; • Analisar estratégias e mecanismos que assegurem a implantação do PMGIRS; • Propor e garantir locais para a realização das reuniões técnicas (Oficinas) e audiências públicas; • Disponibilizar informações municipais para que a equipe de trabalho desenvolva suas atividades; • Validar os conteúdos técnicos que serão apresentados nas audiências públicas.

Representantes do Comitê Diretor: Secretaria Municipal de Planejamento: Edson Pinto da Silveira Filho Secretaria Municipal de saúde: Regiane Araújo Oliveira Vieira Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos: Aline de Carvalho Secretaria Municipal de Assistência Social: David Hallysson Pereira Secretaria Municipal de Infraestrutura Obras e Urbanismo: José Ribamar Figueira de Carvalho

O Grupo de Sustentação formado por organismos políticos de participação social, ou seja, formado por representantes do setor público e da sociedade organizada, sendo considerados todos os envolvidos de alguma forma com o tema, e responsável por garantir o debate e o engajamento de todos os segmentos ao longo do trabalho, sendo de caráter participativo e democrático.

O grupo de sustentação é responsável por garantir o debate e o participação de todos os segmentos sociais aos eventos que serão realizados ao longo do processo de construção do PMGIRS.

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Atuando na divulgação das datas, locais e horário em que serão realizados, estimulando a todos a participarem das audiências públicas. Fazendo com que as informações referentes ao PMGIRS possam chegar a toda comunidade rosariense.

Componentes do Grupo de Sustentação: Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE: Carlos Antonio Viana Pereira Secretaria Municipal de Saúde: Thiago Leandro da Costa dos Santos Secretaria Municipal de Infraestrutura Obras e Urbanismo: Euvaldo de Jesus Pereira Setor Público: Alana Abreu Calumbi Movimentos Sociais: Leonel Oliveira Membro da Associação de Moradores do Povoado de Juçaral: Carmem Maria Catanhede Ferreira Membro da Associação de Lavradores do Povoado Jenipapeiro de Cima: Antônio José Lima Pestana Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rosário: Eugênio Nascimento Cantanhede Comunidade Acadêmica: Vania Karla Brito Coêlho

1.4.2 Capacitação Técnica A capacitação técnica é o principal objeto do Termo de Execução Descentralizada e consiste na instrumentalização dos grupos de trabalho com o objetivo de capacitá-los para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico e consequentemente o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, em toda sua complexidade. Figura 1: Capacitação Técnica.

Fonte: Universidade Federal Fluminense (UFF).

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A reunião técnica foi realizada na Secretaria Municipal de Educação, no dia 16 de maio de 2017 contou com a presença de 10 participantes (Anexo 1 - Lista de Presença da Reunião Técnica).

Tabela 1 – Temas Abordados na Reunião Técnica e Tempo Médio de Duração. Tema Duração Reunião Técnica: Produtos, Responsabilidades, Análise e Validação 180’ do Plano de Mobilização Social Fonte: Universidade Federal Fluminense (UFF).

Figura 2: Primeira Reunião Técnica.

Fonte: Universidade Federal Fluminense (UFF).

1.4.3 Primeira Reunião Pública Conforme o 1° relatório de andamento das atividades desenvolvidas no município de Rosário pela Universidade Federal Fluminense (UFF), nas reuniões públicas foi possível apresentar as metodologias e estágios da pesquisa, bem como a equipe do Comitê Gestor e Grupo de Sustentação.

A primeira reunião pública foi realizada no dia 17 de maio, no primeiro setor de mobilização, no Auditório da Secretaria Municipal de Educação de Rosário. O evento contou com um público de 49 pessoas. A lista completa dos participantes se encontra no anexo I.

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Figura 3: Primeira Reunião Pública na Sede Municipal.

Fonte: Universidade Federal Fluminense (UFF). 1.4.4 Segunda Reunião Pública A Segunda Reunião Pública e oficina de mobilização e participação social foi realizada no dia 10 de junho de 2017 nas dependências da Unidade Integrada Território do Amapá – Povoado Providência, juntamente com equipe de trabalho da Prefeitura Municipal de Rosário, os comitês com o objetivo de repassar informações relativas ao processo de criação do Plano Municipal de Saneamento Básico, consequentemente do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Na sequência foram separados em 4 (quatro) equipes para a realização do diagnóstico rápido participativo (dinâmica do futuro) na qual tiveram a participação de todos os presentes, fazendo a explanação sobre as casas dos sonhos. Em seguida foi entregue uma ficha de avaliação para todos os participantes.

Figura 4: Segunda Reunião Pública e Oficina de mobilização e participação social.

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Fonte: Universidade Federal Fluminense (UFF). 1.4.5 Terceira Reunião Pública A Terceira Reunião Pública foi realizada no dia 07 de fevereiro de 2018 nas dependências da Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Municipais de Rosário, Bacabeira e Presidente Juscelino (SISMURB), localizado no centro do município de Rosário, com funcionários da Prefeitura Municipal de Rosário e os comitês com o objetivo de repassar informações relativas ao diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e formação da Cooperativa de Catadores do município de Rosário.

Tabela 2 – Temas Abordados na Terceira Reunião Pública e Tempo Médio de Duração. Tema Duração Reunião Pública: Análise da elaboração do PMGIRS e Fundação da 180’ Cooperativa de Catadores do Município de Rosário. Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

1.4.6 Audiência Pública A Audiência Pública foi realizada no dia 08 de fevereiro de 2018 nas dependências da Unidade Integrada Maria José Macau, localizada no bairro centro, para apresentação e apreciação do PMGIRS, pela equipe de trabalho da Prefeitura Municipal de Rosário, os comitês, a prefeita Municipal Irlahi Linhares Moraes e a comunidade em geral. Durante a Audiência Pública foi também apresentada a caracterização dos resíduos sólidos de Rosário (Estudo Gravimétrico). Como parte da premissa do controle social baseado na transparência e participação, foi ouvida e analisadas as reclamações e propostas da comunidade que ali estavam.

Tabela 3 – Temas Abordados na Audiência Pública e Tempo Médio de Duração. Tema Duração Audiência Pública: Responsabilidades, Análise e Apresentação do Estudo 180’ Gravimétrico. Fonte: Prefeitura Municipal.

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Figura 5: Audiência pública.

Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

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CAPÍTULO 2 - DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

2. DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 2.1 Resíduos Sólidos De acordo com a NBR 10.004/04 (ABNT, 2004), resíduos sólidos são: “Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes do sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma resposta ao urgente problema enfrentado pelas grandes cidades, bem como pelas pequenas. Um dos avanços dessa política é, certamente, as diretrizes para a gestão integrada e gerenciamento dos resíduos sólidos, indicando as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos consumidores. O que por consequência, impõe a responsabilidade compartilhada (poluidor-pagador), pelo ciclo de vida dos produtos, do reconhecimento do resíduo como bem econômico e de seu valor social, do direito à informação e ao controle social, entre outros aspectos, assim como prioriza a não-geração como princípio básico da gestão de resíduos sólidos e a destinação adequada como o fim do ciclo:

Não-geração Do ponto de vista da cadeia produtiva, a não-geração de resíduos sólidos significaria a paralização da produção, o que levaria ao desemprego, por exemplo, mas, quando se fala de não geração, o conceito-chave é a otimização dos recursos naturais utilizados, ou seja,

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é o investimento na eficiência em geral, na habilidade de fazer o melhor uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, gastar o mínimo possível de energia elétrica e acessórios. É a eficiência da cadeia produtiva que resulta na menor geração de resíduos sólidos. Para isso, porém, é necessário uso de tecnologias modernas e inovadoras, que, por sua vez, demandam de investimentos em pesquisa e tecnologia de ponta.

Redução A redução da produção de resíduos sólidos é fruto basicamente da reeducação ambiental do cidadão e de uma legislação responsabilizatória/compartilhada do setor produtivo pelo ciclo de vida dos produtos como: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Essa responsabilidade compartilhada é também conhecida como logística reversa. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), a logística reversa é um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada".

É também, segundo do Ministério do Meio Ambiente, obrigação dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados tipos de produtos (como pneus, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes...), estruturar sistemas que retornem estes

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40 produtos ao setor empresarial, para que sejam reinseridos no ciclo produtivo ou para outra destinação ambientalmente adequada.

Outra forma de redução é a coleta seletiva. A coleta seletiva é coleta diferenciada de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição. Assim, os resíduos com características similares são selecionados pelo gerador (que pode ser o cidadão, uma empresa ou outra instituição) e disponibilizados para a coleta separadamente. Ou, como ocorre na maioria dos municípios brasileiros, catadores de materiais recicláveis (individualmente ou a partir de cooperativas), selecionam dentre os resíduos em geral, os materiais que servirão para a indústria.

O conceito de coleta seletiva, porém implica na separação prévia dos resíduos sólidos (nos locais onde são gerados), conforme sua constituição ou composição (úmidos, secos, industriais, da saúde, da construção civil, etc.).

De acordo com a PNRS, os sistemas de coleta seletiva e de logística reversa, deverão priorizar a participação dos catadores de materiais recicláveis, portanto, a prioridade no acesso a recursos da União e aos incentivos ou financiamentos destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos ou à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos será dada aos municípios com a participação de cooperativas ou associações de catadores formadas por pessoas físicas de baixa renda.

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Gráfico 01: Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva.

Fonte: CEMPRE (2017).

A concentração dos programas municipais de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul do País. Do total de municípios brasileiros que realizam esse serviço, 81% está situado nessas regiões.

Gráfico 02: Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva.

Fonte: CEMPRE (2017).

Modelos de coleta seletiva Os programas de maior êxito são aqueles em que há uma combinação dos modelos de coleta seletiva:

 A maior parte dos municípios ainda realiza a coleta por meio de PEVs e Cooperativas (54%);  A coleta porta-a-porta precisa de maior atenção dos gestores municipais (29%).

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Gráfico 03: Pesquisa Nacional programas de coleta seletiva.

Fonte: CEMPRE (2018). Reutilização A Reutilização de resíduos sólidos tem a finalidade de prolongar a vida útil de um produto no mercado. Nesta categoria estão incluídas as garrafas de vidro, por exemplo, e até as de pet (plásticas), que podem ser utilizadas por até um ano para fins alimentícios e de forma indeterminada para finalidades decorativas, por exemplo.

As pilhas recarregáveis, são também um bom exemplo de reutilização, bem como os resíduos da construção civil, carecendo muitas vezes, apenas de triagem.

De acordo com o relatório elaborado pelo Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos, e apresentado na 125ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o Brasil superou as metas de recolhimento e encaminhamento para o refino dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, gerados no país, pois cerca de 40% (o que corresponde a 403,7 milhões de litros de óleo lubrificante), retornam ao processo de rerrefino para serem reciclados ou destinados adequadamente.

No aspecto social, a reutilização tem um grande potencial de geração de emprego e renda para catadores de material reciclável ou reutilizável, além disso, e principalmente, a reutilização, ao prolongar a vida útil de determinado produto, adia consideravelmente a sua chegada ao aterro sanitário, prolongando, deste modo a sua vida útil.

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Reciclagem Reciclar significa reintroduzir determinado material à cadeia produtiva. Por isso, somente podem ser considerados como resíduos sólidos recicláveis aqueles que possam sofrer transformações em suas propriedades químicas ou físicas para depois servirem como matéria- prima para a fabricação de novos produtos.

A reciclagem se constitui em um importante elemento para a sustentabilidade ambiental, bem como gera renda e prolonga o tempo de vida útil dos aterros sanitários. Segundo ABRELPE (2010), em função de sua visibilidade e, principalmente, do seu curto ciclo de vida, a lata de alumínio utilizada no envase de bebidas aparece como um ícone do sucesso da reciclagem de alumínio no Brasil. O país consolidou sua liderança mundial, atingindo a marca de 98,2% de latas de alumínio recicladas relativamente ao total de latas comercializadas no mercado interno.

De acordo com a Pesquisa Nacional divulgada pela CEMPRE (2017), dos 5.570 Municípios existentes no Brasil, 1055 municípios brasileiros (cerca de 18% do total) operam programas de coleta seletiva.

Tratamento O tratamento de resíduos sólidos tem como objetivo neutralizar as desvantagens da existência de resíduos, chegando ao ideal de até transformá-los em matéria prima secundaria. Para isso é necessário o uso de tecnologias de ponta. Neste sentido, existem três tipos de tratamento: o mecânico, o bioquímico e o térmico.

Mas, também podemos considerar que o “tratamento” dos resíduos sólidos é todo o conjunto de cuidados que ele recebe desde a sua geração/acomodação e coleta, até a sua destinação final; o que difere é a qualidade do tratamento, e neste caso, o melhor tratamento é aquele que resulta na menor quantidade de resíduo para a disposição final, ou seja, enviado para o aterro sanitário.

Disposição final

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De acordo com a lei 12.305/2010 em seu artigo 9º a destinação final dos resíduos sólidos é destinada somente para os rejeitos que comprovadamente não são mais passíveis de alguma forma de tratamento, ou seja, aquele resíduo que já passou por todas as etapas e não foi possível ser reinserido no ciclo de vida de um determinado produto.

Com a observância desse princípio, a vida útil dos aterros sanitários é prolongada, e os recursos naturais são usados no máximo de sua eficiência, tanto no que se refere aos recursos em si, quanto a renda que ele pode proporcionar.

A Política Municipal de Resíduos Sólidos de Rosário, pretende abarcar todos os conceitos preconizados nas leis vigentes, respeitando os princípios de mobilização e participação da sociedade civil, estabelecendo um diálogo estratégico entre os geradores de resíduos sólidos, catadores, comunidade acadêmica e mobilizadores sociais.

Figura 06: Aterro Sanitário.

Fonte: http://www.engeoconsult.com.br/projetos.html

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Os resíduos sólidos são classificados de acordo com suas características ou propriedades. Essa classificação é muito importante, pois, é a partir dela que é escolhida a estratégia mais adequada para sua gestão.

Os resíduos podem ser classificados quanto: à natureza física, a composição química, aos riscos potenciais ao meio ambiente e ainda quanto à origem.

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Quanto à natureza física Quando a sua natureza física, os resíduos são classificados em secos ou molhados/úmidos. Os resíduos secos são os materiais recicláveis como, por exemplo: metais, papéis, plásticos, vidros, etc. Já os resíduos molhados/úmidos são os resíduos orgânicos e rejeitos, como por exemplo: resto de comida, cascas de alimentos, resíduos de banheiro, etc.

Quanto à composição química Quanto à composição química, os resíduos sólidos podem ser orgânicos e inorgânicos:

 Conforme o Manual de Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos do Ministério de Meio Ambiente (BRASIL, 2017), os resíduos orgânicos são aqueles que possuem origem animal ou vegetal, neles podem-se incluir restos de alimentos, frutas, verduras, legumes, flores, plantas, folhas, sementes, restos de carnes e ossos, papéis, madeiras, etc. A maioria dos resíduos orgânicos pode ser utilizada na compostagem sendo transformados em fertilizantes e corretivos do solo, contribuindo para o aumento da taxa de nutrientes e melhorando a qualidade da produção agrícola.

 Estão incluídos na classificação de resíduo inorgânico todo material que não possui origem biológica, ou que foi produzida industrialmente como plásticos, metais, vidros, etc.

Quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente A NBR 10.004 - Resíduos Sólidos de 2004, da ABNT classifica os resíduos sólidos baseando-se no conceito de classes em:

a. Resíduos Classe I – Perigosos: Aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente apresentando uma ou mais das seguintes características: periculosidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. (Ex.: baterias, pilhas, óleo usado, resíduo de tintas e pigmentos, resíduo de serviços de saúde, resíduo inflamável, etc.).

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b. Resíduos Classe II – Não perigosos: Aqueles que não apresentam risco à saúde pública (mas podem apresentar riscos ao meio ambiente), como as sucatas de metais ferrosos, sucatas de metais não ferrosos, resíduos de papel e papelão, resíduos de plásticos polimerizados, resíduos de borracha, e outros resíduos não perigosos.

c. Resíduos Classe II A – Não inertes: Os resíduos Classe II A, os não inertes, são aqueles que não se enquadram nas classificações I e II B. Podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade em água. Exemplos: lodos de estações de tratamento de água e esgoto, papel, restos de alimentos. d. Resíduos Classe II B – Inertes: Os resíduos Classe II B, os inertes, em contato com a água não solubilizam qualquer de seus componentes. Segundo a ABNT NBR 10007, quando amostrados de forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Como exemplo destes materiais pode-se citar: tijolos, rochas, vidros, certos plásticos e borrachas.

Quanto à origem  Doméstico: São os resíduos gerados das atividades diárias nas residências, também são conhecidos como resíduos domiciliares. Apresentam em torno de 50% a 60% de composição orgânica, constituído por restos de alimentos (cascas de frutas, verduras e sobras, etc.), e o restante é formado por embalagens em geral, jornais e revistas, garrafas, latas, vidros, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande variedade de outros itens;

 Comercial: Os resíduos variam de acordo com a atividade dos estabelecimentos comerciais e de serviço. No caso de restaurantes, bares e hotéis predominam os resíduos orgânicos, já os escritórios, bancos e lojas os resíduos predominantes são o papel, plástico, vidro entre outros;

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 Público: São os resíduos provenientes dos serviços de limpeza urbana (varrição de vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos e terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, etc.), limpeza de feiras livres (restos vegetais diversos, embalagens em geral, etc.). Também podem ser considerados os resíduos descartados irregularmente pela própria população, como entulhos, papéis, restos de embalagens e alimentos;

 Serviços de Saúde: Segundo a Resolução RDC nº 306/04 da ANVISA e a Resolução RDC nº. 358/05 do CONAMA, os resíduos de serviços de saúde são todos aqueles provenientes de atividades relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios; funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimento de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares;

 Especial: Os resíduos especiais/perigosos são considerados em função de suas características tóxicas, radioativas e contaminantes, devido a isso passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final;

 Industrial: São aqueles gerados pelas atividades dos ramos industriais, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia, entre outras. São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas etc. Nesta categoria também, inclui a grande maioria dos resíduos considerados tóxicos. Esse tipo de resíduo necessita de um tratamento adequado e especial pelo seu potencial poluidor;

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 Agrícola: São aqueles gerados originados das atividades agrícolas e da pecuária. São formados basicamente por embalagens de adubos e defensivos agrícolas contaminadas com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades, ou o que é pior sejam queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos. O resíduo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de um tratamento especial.

A Lei 9.974 de 6 de junho de 2000 Regulamenta a Lei Nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação e exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

 Construção Civil: A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, é também uma grande geradora resíduos sólidos, com alto impacto ambiental, pois, além de consumir muitos recursos naturais e modificar a paisagem, os resíduos por ela gerados são volumosos e necessitam de um grande de tratamentos tecnológicos.

Cabe ao poder público, portanto, fazer com que as leis para o setor sejam efetivas quanto a destinação dos resíduos, sem isto, os impactos ambientais gerados por este setor poderão causar:  degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;  proliferação de agentes transmissores de doenças;  assoreamento de rios e córregos;  obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias, sarjetas, etc.;  ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à circulação de pessoas e veículos, além da própria degradação da paisagem urbana;

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 existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua periculosidade.

O conjunto das leis brasileiras que tratam do assunto são claras sobre a necessidade e obrigatoriedade da destinação desses resíduos, como:

 Resolução CONAMA nº 307 – Gestão dos Resíduos da Construção Civil, de 5 de julho de 2002;  Lei Federal nº 9605, dos Crimes Ambientais, de 12 de fevereiro de 1998;  Legislações municipais referidas à Resolução CONAMA.

Além disso toda as normas de classificação e destinação corretas estão devidamente previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT:

 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004;

 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004;

 Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004;

 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos – NBR 15115:2004;

 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos – NBR 15116:2004.

A Resolução CONAMA nº 307, ao disciplinar os resíduos da construção civil, a leva em consideração as definições da Lei de Crimes Ambientais, de fevereiro de 1998, que prevê penalidades para a disposição final de resíduos em desacordo com a legislação.

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Classificação e definição das classes dos produtos perigosos A classificação adotada para os produtos considerados perigosos, feita com base no tipo de risco que apresentam e conforme as Recomendações para o Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas, sétima edição revista, 1991, compõe-se das seguintes classes:  Classe 1 – EXPLOSIVOS;  Classe 2 - GASES, com as seguintes subclasses: o Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis; o Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos; o Subclasse 2.3 - Gases tóxicos.  Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS;  Classe 4 - Esta classe se subdivide em: o Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis; o Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas a combustão espontânea; o Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.  Classe 5 - Esta classe se subdivide em: o Subclasse 5.1 - Substâncias oxidantes; o Subclasse 5.2 - Peróxidos orgânicos.

 Classe 6 - Esta classe se subdivide em: o Subclasse 6.1 - Substâncias tóxicas (venenosas); o Subclasse 6.2 - Substâncias infectantes.

 Classe 7 - MATERIAIS RADIOATIVOS;  Classe 8 – CORROSIVOS;  Classe 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.

Os produtos das Classes 3, 4, 5 e 8 e da Subclasse 6.1 classificam-se, para fins de embalagem, segundo três grupos, conforme o nível de risco que apresentam:  Grupo de Embalagem I - alto risco;  Grupo de Embalagem II - risco médio;  Grupo de Embalagem III - baixo risco.

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Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque os seguintes resíduos:  Resíduos com Logística Reversa Obrigatória Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu artigo 30, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, envolvendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Entre os diversos objetivos, pode-se citar:  promover o aproveitamento dos resíduos sólidos; reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais;  estimular o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

2.3 ASPECTOS LEGAIS Nesta etapa serão levantadas as legislações Federal e Estadual e Municipal que dispõem e regulamentam as questões envolvendo os resíduos sólidos urbanos. Serão levantadas e também outras Normas e Resoluções que possuem interface com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

2.3.1 Constituição Federal - CF A Constituição Federal em seu Artigo 23, inciso IX determina aos Municípios a responsabilidade de realizar a gestão sobre as questões do saneamento básico, o que inclui a questão relativa a resíduos sólidos.

2. 3.2 Leis Federais  Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 Essa Lei dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras providências. Estabelece com fundamento nos incisos VI e VII, do Art. 23 e no Art. 225, da Constituição Federal de 1988, a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), cria o Conselho do Meio Ambiente e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

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A Lei aborda um conjunto de instrumentos que formam a política de gestão ambiental no país, apontando na direção da articulação entre União, estados e municípios, agentes privados e sociais, por meio do SISNAMA.

 Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1889 Aborda sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências.

 Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991 Fixa os fundamentos, define os objetivos e as competências institucionais, prevê os recursos e estabelece as ações e instrumentos da política agrícola, relativamente às atividades agropecuárias, agroindustriais e de planejamento das atividades pesqueira e florestal.

 Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 Estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

 Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da Constituição Federal.

 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 De acordo com os artigos 54 e 64 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõem sobre “as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente”.

Art. 54 “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortalidade de

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animais ou a destruição significativa da flora: pena: reclusão de um a quatro anos, e multa”.

Art.60 “ Construir, reformar, ampliar, instalar, ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras, ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização de órgãos competentes: pena de reclusão de um a quatro anos, e multa”.

 Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

 Lei nº 9.996, de 28 de abril de 2000 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.

 Lei nº 11. 107, de 06 de junho de 2005 Dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.

 Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nºs. 6.766/79, 8.036/90, 8.666/93 e 8.987/95; revoga a Lei nº 6.528/78 e dá outras providências.

Evidencia-se a Constituição de 1988 que atribui competências para atuação em saneamento, dos três níveis de governo. O seu inciso XX, do Art. 21, estabelece como competência exclusiva da União: Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos. Enquanto, o inciso IX, do Art. 23, estabelece competência comum da

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União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios à melhoria das condições de saneamento básico.

Avaliado como marco regulatório do setor de saneamento estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a sua política federal. Este documento aborda como princípios fundamentais para a prestação dos serviços públicos de saneamento básico: a universalização do acesso, a integralidade, a articulação com outras políticas, a transparência nas ações com sistema de informações e processos decisórios institucionalizados, a segurança, a qualidade, a regularidade e o controle social.

 Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 Dispõe da Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e dá outras providências. Esta política estabelece os princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis aos mesmos.

De acordo com Art. 1º, estão submetidos a esta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) integra a Política Nacional de Meio Ambiente regulada pela Lei nº 6.938/81 e articula-se com as Políticas Nacionais de Educação Ambiental, de acordo com a Lei Nº 9.795/99 e com a de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445/07, confirmando o entendimento de integração e articulação entre as mesmas.

Em seu Art. 3°, define o saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais e considera a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do

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55 resíduo doméstico e os resíduos originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

Um dos seus objetivos fundamentais é a ordem de prioridade para a gestão de resíduos, que deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e sua disposição final ambientalmente adequada.

Entre os instrumentos definidos estão; a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa, o incentivo à criação de cooperativas para catadores de material reciclável e o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).

Nos termos dos Art. 8º, institui o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), como um dos Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Determina em seu Art. 19 que os Municípios devem aprovar seu Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) para o recebimento de recursos do Governo Federal destinados a projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos.

Nos termos do § 3º, do Art. 17, afirma que, respeitada a responsabilidade dos geradores, o plano microrregional de resíduos sólidos deve, ainda, atender ao previsto para o plano estadual estabelecendo soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de resíduos.

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante

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56 as atribuições e procedimentos previstos no Parágrafo Único e incisos do Art. 33.

Os sistemas de logística reversa são de implementação obrigatória, conforme prevê o caput do Art. 32. Já, o Art. 33 determina a obrigação de estruturar e implementar esses sistemas, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. Tal retorno deve ser feito de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

Prevê a participação dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constituía resíduos perigosos, observadas as regras previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) ou em normas técnicas.

Entre os produtos inseridos estão: pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

O Art. 41 proíbe o lançamento de resíduos sólidos em praias, mares, rios e lagos, a queima de lixo a céu aberto ou em instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade.

Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei nº 11.107/05 em seu Art. 45, tem o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, para se capacitar para obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo Federal.

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Ministério do Meio Ambiente faz as seguintes considerações:

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 Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado);

 Estabelece a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo;

 Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal, além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Essa Lei inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa, quanto na Coleta Seletiva.

 Lei nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010 Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis, o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo (criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003) dispõe sobre sua organização e funcionamento e dá outras providências.

2. 3.3 Decretos  Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002 Regulamenta a Lei Nº 7.802/89, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação,

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o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências.

 Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002 Estabelece a especificação das sanções aplicáveis às infrações ás regras de prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional prevista na Lei Nº 9.966, de 28 de abril de 2000.

 Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002 Regulamenta a Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.  Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006 - Regulamentador Regulamenta os Artigos. 27-A, 28-A e 29-A da Lei Nº 8.171/1991, organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e dá outras providências.

 Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006 Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis e dá outras providências.

 Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para a apuração destas infrações e dá outras providências.

 Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 Regulamenta a Lei Nº 12. 305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa e dá outras providências.

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Esse decreto visa garantir a organização e a racionalização da PNRS e suas ordenações. Dessa forma, garante também, um melhor entendimento dos conceitos e procedimentos previstos no corpo da referida Lei, à medida que se colocam as regras regulamentadoras.

2. 3.4 Outros Instrumentos Normativos – Federal

Resoluções, Normas, Instruções Normativas e Tratados Internacionais Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR) é um dos instrumentos da PNRS instituído pela Lei nº 12.305/10 e regulamentado pelo Decreto nº 7.404/10. A PNRS está basicamente ancorada neste Sistema de Informações e a evolução e sua concepção envolverá o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente (SINIMA) e o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento Básico (SINISA), atual SNIS, coordenado pelo Ministério das Cidades.

Instrução Normativa Nº 23, de 31 de agosto de 2005 - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprova as definições e normas sobre as especificações e as garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à Agricultura.

2. 3.5 Resoluções e Portaria do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)  Resolução CONAMA nº 02, de 22 de agosto de 1991 - Dispõe sobre adoção de ações corretivas, de tratamento e de disposição final de cargas deterioradas, contaminadas, ou fora das especificações ou abandonadas.

 Resolução CONAMA nº 05, de 05 de agosto de 1993 - Dispõe sobre os resíduos sólidos gerados em Portos, Aeroportos, Terminais Ferroviários e Rodoviários e estabelecimentos prestadores de Serviços de Saúde.

 RESOLUÇÃO CONAMA nº 006, de 19 de setembro de 1991: Desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos

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provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos e dá outras providências.

 Resolução CONAMA nº 228, de 20 de agosto de 1997 - Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo.

 Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 - Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente.

 Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999 - Dispõe sobre: “a necessidade de se disciplinar o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final”.

 Resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999 - Define procedimentos, critérios e aspectos técnicos específicos de licenciamento ambiental para o coprocessamento de resíduos em fornos rotativos de clínquer, para a fabricação de cimento.

 Resolução CONAMA Nº 258, de 26 de agosto de 1999 - Considera: “que os pneumáticos inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente constituem passivo ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e à Saúde Pública” e da outra providência.

 Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001 - Estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos.

 Resolução CONAMA nº 301, de 21 de março de 2002 - Altera dispositivos da Resolução CONAMA nº 258, de 26 de agosto de 1999, que dispõe sobre Pneumáticos.

 Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 - Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

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 Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002 - Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

 Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002 - Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos.

 Resolução CONAMA nº 330, de 25 de Abril de 2003 - Institui a Câmara Técnica Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos.

 Resolução CONAMA nº 334, de 03 de abril de 2003 - Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.  Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004 - Altera a Resolução CONAMA Nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.

 Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 - Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

 Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005: obrigatoriedade do recolhimento e destinação adequada de todo óleo lubrificante usado ou contaminado, de forma a não afetar negativamente o meio ambiente e das outras providências.

 Resolução CONAMA nº 386, de 27 de dezembro de 2006 - Altera o art. 18 da Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002.

 Resolução CONAMA nº 401, de 11 de novembro de 2008 - Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado e dá outras providências.

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 Resolução CONAMA nº 404, de 11 de novembro de 2008 - Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.

 Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada e dá outras providências.

 Resolução CONAMA nº 431, de 24 de maio de 2011 - Altera o Art. 3º da Resolução no 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso.

 Resolução CONAMA nº 448, de 18 de janeiro de 2012 - Altera os Arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução Nº 307, de 5 de julho de 2000.

 Resolução CONAMA nº 450, de 06 de março de 2012 - Altera os Arts. 9º, 16, 19, 20, 21 e 22 e acrescenta o Art. 24-A à Resolução CONAMA Nº 362/05 e dispõe sobre recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

 Resolução CONAMA nº 452, de 02 de julho de 2012 - Dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Revoga as Resoluções CONAMA Nº 08/91, nº 23/96, Nº 235/98 e Nº 244/98.

 Resolução CONAMA nº 463, de 29 de julho de 2014 - Dispõe sobre o registro de produtos destinados à remediação.

 Portaria CONAMA nº 31, de 23 de fevereiro de 2007 - Institui Grupo de Monitoramento Permanente para o acompanhamento da Resolução CONAMA n° 362/05, que dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

2. 3.6 Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

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 Resolução ANVISA RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

 Resolução ANVISA nº 56, de 06 de agosto de 2008 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos Alfandegados.

2. 3.7 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – NBR

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 1.183 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 7.229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 8.418/NB 842 - Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 8.419/NB 843 - Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos – Procedimento.  Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 8.843 - Tratamento do resíduo em aeroportos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 8.849 - Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 9.190 - Classificação de sacos plásticos para acondicionamento do lixo.

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 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 9.191 - Especificação de sacos plásticos para acondicionamento de resíduos.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 10.004 – Resíduos Sólidos - Classificação.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 10.005 - Lixiviação de Resíduos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 10.006 – Solubilização de Resíduos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 10.007 – Amostragem de Resíduos – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 10.157 - Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto, construção e operação – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 11.174/NB 1.264 – Armazenamento de Resíduos Classe II – não inertes e III inertes.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 11.175/NB 1.265 - Incineração de resíduos sólidos perigosos. Padrões de desempenho – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 12.235 – Procedimentos para o armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 12.807 - Resíduos de Serviços de Saúde – Terminologia.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 12.808 - Resíduos de Serviços de Saúde – Classificação.

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 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 12.809 - Manuseio de resíduos de serviços de saúde – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 12.810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13.221 - Transporte de resíduos.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13.896 - Aterros de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13.968 - Embalagem rígida vazia de agrotóxico. Procedimento de lavagem.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 14.283 - Resíduos em solos - Determinação da biodegradação pelo método respirométrico – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 14.719 - Embalagem rígida vazia de agrotóxico – Destinação final da embalagem lavada – Procedimento.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR-15.112: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR-15.114: Resíduos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação.

 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR-16.156: Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos - Requisitos para atividade de manufatura reversa.

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2. 3.8 Tratados Internacionais  Convenção de Basiléia, de 22 de março de 1989 – Controla os movimentos internacionais e transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito.

 Protocolo de Kyoto, de 10 de dezembro de 1997 – Objetiva a redução das emissões dos principais gases de efeito estufa.

 Agenda 21 Global, de 1992 - Estabelece diretrizes para a obtenção do desenvolvimento sustentável e para a proteção do meio ambiente. Os capítulos 19,20, 21 e 22 tratam especificamente de resíduos sólidos.

 Agenda 21 Brasileira, de 2002 - Tem por objetivo definir uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o país a partir de um processo de articulação e parceria entre o governo e a sociedade.

 Carta da Terra, de 2002 – É uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.

 Convenção de Estocolmo de 17 de maio de 2004 - Destaca-se por incluir no seu escopo a obrigação dos países-parte adotarem medidas de controle relacionadas a todas as etapas do ciclo de vida - produção, importação, exportação, disposição e uso das substâncias classificadas como Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs).

2. 3.9 Leis Estadual  Constituição do Estado Maranhão de 1989 e suas alterações.

 Lei nº 8.923 de 12 de janeiro de 2009 – institui a Política Estadual de Saneamento Básico - PESB, disciplina o convênio de cooperação entre entes federados para autorizar a gestão associada de serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências.

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 Lei nº 4.356 de dezembro de 1998 - Dispõe sobre a Reforma e Reorganização Administrativa do Estado e dá outras providências.

 Lei nº 5.405 de 08 de abril de 1992 - Institui o Código de Proteção de Meio Ambiente e dispõe sobre o Sistema Estadual de Meio Ambiente e o uso adequado dos recursos naturais do Estado do Maranhão.

 Decretos nº 25.748 de 05 de outubro de 2009 e n° 27.318 de 14 de abril de 2011 - estrutura do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA).

2. 3.10 Leis Municipal  Lei complementar I. No 012/2006 – Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal

DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Art. 85. O Serviço de limpeza urbana e rural é de competência do Poder Público Municipal, constituindo-se pela limpeza de logradouros, coleta, transporte, destino final e tratamento dos resíduos sólidos, podendo o município terceirizar, após previa autorização do Poder Legislativo em conformidade com a Lei Federal Nº. 8.666/93.

PARAGRÁFO ÚNICO. Resíduos Sólidos é o conjunto heterogêneo constituído de materiais sólidos proveniente das atividades humanas gerados pela natureza em aglomerações urbanas.

Art. 86. Os Resíduos Sólidos, pela caracterização, podem ser agrupados em cinco classes: I. Residencial; II. Comercial; III. Público; IV. Hospitalar; V. Especiais.

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PARAGRÁFO ÚNICO. Consideram-se resíduos especiais, os produzidos por indústrias e os resíduos do tipo restos de podações, entulhos de demolições, etc., lançados nos logradouros públicos ou em pontos críticos da cidade.

Art. 87. Os Serviços de Limpeza urbana e rural deverão atender todos os logradouros públicos e a todos os munícipes.

I. Fica criado o Plano de Limpeza do Município.

Art. 88. O Poder Executivo Municipal deverá estabelecer a fixação de normas técnicas que disciplinem a instalação de dispositivos de coleta e a sistemática para remoção adequada, higiênica e segura de todo tipo de lixo ou outros resíduos sólidos produzidos nos diferentes setores de atividades municipais.

Art. 89. A disposição final dos resíduos sólidos terá sua destinação através de tratamento, atendendo as condições técnicas, econômicas e ambientais. PARAGRÁFO ÚNICO. O lixo inorgânico, não prejudicial à saúde e ao meio ambiente, poderá ser utilizado no aterramento para recuperação de áreas alagadas.

Art. 90. O Sistema de tratamento deverá ser implantado na forma de convênio entre os municípios vizinhos interessados, de forma centralizada e integrada, com o objetivo de estabelecer sistema tecnicamente adequado e sanitariamente seguro, no atendimento das populações, sem prejuízo ao meio ambiente da região, com controle social.

Art. 91. Considera-se para efeito de tratamento de resíduos sólidos, a criação das unidades processadoras: I. Aterro Sanitário; II. Usina de Reciclagem e Compostagem de lixo.

Art. 92. O Poder Executivo Municipal implantará coleta seletiva de lixo e conscientização da população para as questões sanitárias e de preservação

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ambiental, de maneira a desenvolver formas corretas de acondicionamento, assim como meios de poupar fontes de recursos naturais não renováveis.

PARAGRÁFO ÚNICO. Os Conselhos locais devem ser previamente consultados, caso o serviço se viabilize por meio de empresa prestadora de serviços. Tabela 04: Legislação Municipal de Rosário Legislação Municipal de Rosário Descrição Data da sanção Ementa Dispõe sobre regimento Lei Orgânica Municipal 05/04/1990 interno Institui o Código de Posturas Código Municipal de Ano 2001 de Rosário e dá outra Posturas Nº 02/2001 providências Código Municipal de Obras Dispõe sobre o código de Ano 2001 Nº 01/2001 obras e dá outras providências Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal. Lei complementar 12/2006 20/11/2006 Institui o Plano Diretor Participativo do Município Dispõe sobre a estrutura Lei 104/2013 - Lei de Organizacional Básica da Organização 24/05/2013 Prefeitura Municipal de Administrativa Rosário. Lei nº 112 de julho de 2013 Institui o Plano Municipal - Plano Municipal 20/11/2013 Integrado de Resíduos Sólidos. Integrado de Resíduos

Sólidos Estabelece as diretrizes Lei 256/2017 - Lei de orçamentarias do Município de Diretrizes Orçamentária 10/11/2017 Rosário para o ano de 2018 e 2018. dá outras providências. Lei – nº 146 Lei de Criação da Cria a Instituição de Serviço instituição do serviço 16 /01/1968. Autônimo e da outras Municipal autônomo de providências. água e esgoto ( SAAE) Dispõe sobre a criação do comitê de coordenação e do Decreto nº 164 08/05/2017 comitê executivo para a elaboração do Plano de Saneamento Básico - PMSB Dispõe sobre o Plano Lei nº 266/2017 – Plano Plurianual – PPA 2018/2021, Plurianual – PPA 21/12/2017 para o município de Rosário, e 2018/2021 estabelece outras providências. Fonte: Prefeitura Municipal

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Conforme o Código Municipal de Posturas Nº 02/2001, Art 35 - o lixo das habitações será recolhido em vasilhas apropriadas providas de tampas, para ser removido pelo serviço de limpeza pública.

§ Único - Não serão considerados como lixo os resíduos de fábricas e oficinas, ou resto de materiais de construção, os entulhos provenientes de demolições, as matérias excrementícias e restos de forragem das cocheiras e estábulos, as palhas e outros resíduos das casas comerciais, bem como terra, folha e galhos dos jardins e quintais particulares, os quais serão removidos à custa dos respectivos inquilinos ou proprietários. O órgão público responsável poderá ser requisitado para fazer a remoção desde que os custos sejam ressarcidos.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 2.4.1 Localização O município de Rosário fica distante 24 km (em linha reta) do centro da capital maranhense, cidade de São Luís, é o quarto município mais antigo do Estado do Maranhão e está localizado sob as coordenadas: latitude 02º56’04” sul e longitude 44º14’06” oeste. Os municípios limítrofes são: Bacabeira/MA e /MA.

Figura 07: Localização do município de Rosário.

Fonte: IBGE, 2018.

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O município de Rosário faz parte da Região Administrativa do Estado do Maranhão (Mesorregião Norte Maranhense), da Microrregião de Rosário (do qual é sede), e da Região Metropolitana de São Luís. Também pertencente à Área de Proteção Ambiental Upaon Açu – Miritiba – Alto Preguiças. Figura 08: Localização do Região Metropolitana de São Luís.

Fonte: IBGE, 2018.

O município de Rosário tem uma área total de 685.036 km2. Sua população está estimada pelo IBGE em 2017 de 42.314 pessoas (39.576 pessoas no Censo do IBGE 2010), sendo a densidade demográfica atual de 57,77hab/ km2. O acesso a partir de São Luís, capital do estado, em um percurso total de 69,2 km, se faz da seguinte maneira: 60,5 km pela BR–135 até a cidade de Bacabeira e 8,7 Km pela BR- 402 até a cidade de Rosário. (Google Maps, 2018). Limita-se ao Norte com os municípios de São Luís e São José de Ribamar; ao Sul com o município de Santa Rita; ao Leste com o município de Axixá e a Oeste com os municípios de Santa Rita e Bacabeira (Google Maps, 2018).

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Figura 09: Localização das estradas do município de Rosário.

Fonte: IBGE, 2018.

O município de Rosário possui dois distritos: a sede, com 23.252 habitantes que equivale a 58,75% da população total e conta com 10.459 domicílios particulares permanentes, com uma média de 4,2 moradores por domicílios, proporção de domicílios ocupados de 90,7% e com 9,3% de domicílios desocupados, em conformidade com os dados censitários do IBGE, 2010.

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Gráfico 04: População residente e domicílios anos 1970 a 1980.

Domicílios População

45.000 42.314 40.916 39.576 40.000 33.665 35.000 30.000 28.328 25.000 22.041 20.000 15.000 9.448 10.459 8.034 7.083 10.000 5.682 4.521 5.000 0 1970 1980 1991 2000 2010 2017

Fonte: IBGE (2010).

Tabela 05: População residente e domicílios anos 1970 a 1980. População residente e domicílios 1980 a 2010 ANO 1970 1980 1991 2000 2010 2017

Domicílios 4.521 5.682 8.034 7.083 9.448 10.459 População 22.041 28.328 40.916 33.665 39.576 42.314 Fonte: IBGE (2010)

Conforme IBGE os municípios mais populosos do município de Rosário são:

Tabela 06: Povoados mais populosos do município de Rosário.

POVOADOS DISTÂNCIA SEDE Itamirim de Baixo 6km São Miguel 3km São Simão 4km Itapu 28 km Fonte: IBGE (2018).

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Figura 10: Localização povoados mais populosos do município de Rosário.

Fonte: IBGE (2018).

2.4.2 Breve Histórico A cidade também, é um polo folclórico e cultural da região do Baixo Munim, onde nasceu o Boi de Orquestra, o Lelé e o Bloco das Carroças. Além disso, é no município que se localizam algumas das mais preservadas ruínas de senzalas e o Forte de Vera Cruz (Forte do Calvário), cenários de grandes acontecimentos históricos brasileiros no período colonial. Rosário é a entrada para um dos maiores referenciais turísticos do Nordeste, os Lençóis Maranhenses.

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Figura 11: Forte da Vera Cruz.

Fonte: http://www.rosarioemfoco.com.br

Figura 12: Lençóis Maranhenses.

Fonte: http://www.melhoresdestinos.com.br

Portanto, é de grande urgência que o município de Rosário, nestes primeiros anos de seu segundo centenário, se volte para si mesmo, investindo pesadamente em ações que valorizem a saúde e o bem-estar de sua população e que, conseguintemente responda às necessidades de seus habitantes, trazendo consigo um maior e mais sustentável desenvolvimento.

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2.4.3 Aspectos Políticos e Institucionais A estrutura administrativa do município de Rosário é dividida em três áreas, sendo ela gabinete do prefeito e secretarias, para um melhor entendimento foi elaborado um fluxograma onde é descrito como é composta cada uma das áreas.

O município de Rosário é composto por 16 (dezesseis), 04 (quatro) Órgãos Sistêmicos Especiais, 12 (doze) Órgãos Colegiados de Aconselhamento Secretarias, e 04 (quatro) fundações e autarquias (administração indireta), voltadas para a prestação de serviços.

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Figura 13: Organograma das Secretarias da Prefeitura de Rosário.

Gabinete da Prefeita

Procuradoria Geral do Munícipio Órgão de Assessoria e Apoio Direto a Prefeita

Secretarias de Gestão Secretarias de Políticas e Ações Sociais

Educação Saúde Administração de Recursos Finanças Humanos

Assistência Social Cultura

Secretaria Infraestrutura e Operação Urbana Esporte e Lazer

Infraestrutura Obras e Urbanismo Secretarias de Desenvolvimento

Secretarias Extraordinárias Agricultura e Abastecimento Meio Ambiente

Produção à Pesca Juventude Turismo

Políticas para as mulheres Igualdade Racial

Ciência e Tecnológica

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2.4.4 Aspectos Físicos e Ambientais Clima A altitude da sede do município é de 14 metros acima do nível do mar e a variação térmica durante o ano é pequena, com a temperatura oscilando entre 22,6°C e 31,4°C. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é tropical úmido (AW’) com dois períodos bem definidos: um chuvoso, que vai de janeiro a junho, com médias mensais superiores a 259 mm; e outro seco, que correspondente aos meses de julho a dezembro.

2.4.5 Aspectos Demográficos De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, a população de Rosário de 1970 a 1980 apresentou crescimento de 28,52% e do ano de 1980 a 1991 crescimento de 44,44%, no entanto, de 1991 a 2000 teve um decréscimo de -17,72%, isso se deve ao fato do desmembramento de alguns municípios. Nos anos de 2000 a 2010 o município teve um crescimento de 17,56%. Nos últimos 7(sete) anos a população de Rosário cresceu uma taxa média anual de 6,92%, superior à taxa de crescimento registrada no país, em igual período, que foi de 5,18%, no mesmo período. De acordo com o gráfico abaixo:

Gráfico 05: Representa a evolução do crescimento populacional maranhense entre 1970 e 2017.

50.000 42.314 45.000 40.916 39.576 40.000 33.665 35.000 28.328 30.000 25.000 22.041 20.000 15.000 10.000 5.000 0 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

Fonte: IBGE (2010).

Segundo o Censo Demográfico do IBGE (2010), a população rosariense era de 39.576 habitantes, dos quais 23.252 (58,75%) residia na área urbana 16.324 (41,24%) na área rural. Residente na zona urbana 11.359 do sexo masculino e 11.893 do sexo feminino. Já dos 16.324 residente na zona rural, 8.299 do sexo masculino e 8.025 do sexo feminino.

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A participação da população urbana na população total passou de 41% em 1980 para 64% em 1991, enquanto que a população rural, no mesmo período diminuiu sua participação em 3%, passando de 27% para 24% (IBGE, 2010). Sua população equivale a 0,6% da população do Estado e apresenta uma densidade demográfica atual de 57,77 hab/ km2 (IBGE, 2018).

Gráfico 06: Participação da população urbana e rural nos anos de 1960 a 2010. População Urbana e Rural 1960 a 2018 30000

25000

20000

15000

10000

5000

0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

ANO Urbana ANO Rural

Fonte: IBGE (2018).

No Brasil, os censos são realizados a cada dez anos. Com esses dados populacionais, é possível montar uma tabela com a série histórica e observar a variação na taxa de crescimento do município. A tabela abaixo exemplifica a série histórica de um município de Rosário.

A taxa de crescimento populacional (% / ano) consiste na variação percentual da população em um determinado período.

Tabela 07: Participação da população urbana e rural nos anos de 1960 a 2010.

Percentual Percentual ANO Urbana Rural RURAL URBANO 1960 6.901 24.493 1970 8.526 13.515 -45% 24% 1980 12.009 17.118 27% 41% 1991 19.676 21.237 24% 64% 2000 21.694 11.941 -44% 10% 2010 23.253 16.324 37% 7% 2018 (estimativa) 24.500 19.877 22% 5% Fonte: IBGE (2018).

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2.4.6 Educação A proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação. Evoluindo de 0,227º no ano de 1991 para 0,592º no ano de 2010.

Gráfico 07: IDHM dos anos 1991 a 2010 do município de Rosário.

IDH Municipal de Educação 0,7 0,592 0,6 0,5 0,378 0,4 0,3 0,227 0,2 0,1 0 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Fonte: PNDU (2010).

Segundo o IBGE, em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 4.8 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 3.7. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 19 de 217. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 57 de 217. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 96,3% em 2010. Isso posicionava o município na posição 132 de 217 dentre as cidades do estado e na posição 4.359 de 5.570 dentre as cidades do Brasil. Ainda neste período o número de matrículas no ensino fundamental era de 7.241 alunos, no ensino médio 2.063 alunos, com 394 e 107 professores, respectivamente.

Tabela 08: Alunos matriculados na rede pública de ensino Municipal no ano de 2018.

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AEE_2 CR EJA- 017 EC ENS. ENS. Educa Atendi LOCALIZAÇ HE FUN FUND ção TOTAL mento a ÃO/ NOME DA ENTIDADE / D. 1° . 6° Joven ESCOLARI Portado ZONA JA AO 5° AO 9° s ZACAO res de RD ANO ANO Adult Deficiên IM os cia URBANA Unidade Escolar Sitio do Pica Pau Amarelo 152 187 0 82 457 0 RURAL Unidade Escolar Amália Saldanha 35 34 0 0 339 0 RURAL Unidade Integrada Benedito de Jesus 21 26 26 40 373 0 RURAL Unidade Integrada Deputado Ivar Saldanha 50 116 96 0 73 0 URBANA Unidade Escolar Deputado Orlando Aquino 42 55 0 33 295 0 RURAL Unidade Escolar Concita Cantanhede 24 44 0 0 123 0 RURAL Unidade Escolar Ivar Saldanha 8 39 0 0 68 0 RURAL Unidade integrada Joel Duarte Santos 52 158 0 0 408 0 RURAL Unidade Integrada Manoel Silva Cantanhede 43 86 0 86 267 0 RURAL Unidade Int. Maria de Lourdes nina Pinheiro 35 18 0 0 144 0 RURAL Unidade Escolar Miguel Arcangelo Marques 15 14 0 0 53 0 RURAL Unidade Int. Nossa Senhora do Rosário 51 93 168 0 29 0 RURAL Unidade Escolar Orlando Aquino 2 14 0 0 312 0 RURAL Unidade integrada Salustiano Santos 41 73 87 0 610 0 RURAL Unidade Escolar Santa Fe 29 54 0 0 201 0 RURAL Unidade Escolar Santana 16 19 0 55 284 0 RURAL Unidade Escolar São Francisco 29 27 0 0 185 0 RURAL Unidade escolar São Raimundo 4 19 0 0 56 0 RURAL Unidade Escolar São Teodoro 3 11 0 0 23 0 RURAL Unidade Escolar Sete de Marco 59 157 0 0 14 0 RURAL Unidade Escolar Santa Luzia 19 36 0 0 216 0 RURAL Unidade Integrada Teixeira de Freitas 61 86 0 0 55 0 RURAL Unidade Escolar Território do Amapá 37 53 0 0 147 0 URBANA Pré Escolar o Coelhinho 43 0 0 0 90 0 URBANA Unidade Integrada Ruth Tavares 137 235 0 0 43 0 URBANA Unidade Escolar União Paraiso 21 123 0 0 269 0 URBANA Centro Educ. Nossa Senhora do Rosário 38 0 0 41 41 0 RURAL Unidade Escolar Manoel De Sousa Filho 28 38 0 0 38 16 URBANA Unidade escolar dina oliveira 146 34 0 0 66 0 URBANA Unidade esc. Professora Concita Cardoso 108 40 0 0 180 0 RURAL Unidade Esc. Prof. Nicomedes Nascimento 1 6 0 0 148 0 RURAL Unidade Escolar Jose Aragão 1 8 0 0 7 0 URBANA Unidade Escolar Brilho do Sol 78 109 0 0 9 0 RURAL Unidade Escolar Monteiro Lobato 15 7 0 0 187 0 RURAL Unidade Escolar Paulo Freire 11 26 0 0 22 0 RURAL Unidade Escolar Emília Ferreiro 5 4 0 0 37 0 RURAL Unidade Escolar Nossa Senhora Aparecida 37 29 0 0 9 0 RURAL Unidade Escolar Maria Clara Machado 53 118 0 0 66 0 RURAL Unidade escolar bom jesus 13 19 0 0 171 0 RURAL Unidade Escolar Lucia Helena Cavalcante 8 20 0 0 32 0 URBANA Unidade Int. Prof. Crispim Rodrigues Silva 112 3 0 0 28 0 URNABA Centro de Educ. Infantil Mundo Encantado 219 0 0 0 115 0 RURAL Centro de Educ. Infantil Sonho Encantado 107 0 0 0 219 0 URBANA Centro de Educ. Infantil Ciranda do Saber 102 0 0 0 107 0 RURAL Centro de Educ. Infantil Mundo da Criança 110 0 0 0 102 0 URBANA Centro de Educação Infantil Reino do Saber 158 0 0 0 110 0 TOTAL POR MODALIDA 237 DE 9 3907 2928 337 9551 60 Fonte: Secretaria Municipal de Educação.

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Em 2018, segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, o município de Rosário conta com 62 escolas da Rede Municipal e 06 escolas da Rede Estadual de ensino. Ao todo, são 11.659 alunos matriculados (exceto alunos do ensino superior), sendo que 2.108 na Rede Estadual (18,08%) e 9.551 (81,91%) da Rede Municipal, conforme verificado a partir da tabela acima.

Quanto ao ensino médio, de responsabilidade do governo estadual, as escolas presentes no município, estão dispostas na tabela abaixo:

Tabela 09: Alunos matriculados na rede pública de ensino Médio, rede Estadual no ano de 2018. Número Total Nº Localidade Entidade EJA de Geral Alunos 01 Zona Rural C. E. Leocádia Alves dos Santos Lima 84 84 02 Zona Urbana C. E. Raimundo João Saldanha 733 733 03 Zona Urbana C.E. Luiza Sousa Gomes 421 421 04 Zona Rural C. E. Educ. Quilombola Jayme Tavares 203 203 05 Zona Urbana C. E. Professor Joaquim Santos 208 297 505 06 Zona Rural C. E. Raimundo João Saldanha 162 162 Total Geral: 2.108 Fonte: Secretaria Municipal de Educação.

ESCOLAS NA ZONA RURAL Tabela 10: Alunos matriculados na rede pública de ensino municipal zona rural no ano de 2018.

Nº Entidade Nº Entidade

01 U. E. Amália Saldanha 21 U. E. Santa Luzia

02 U. I. 22 U. I. Teixeira de Freitas

03 U. I. Deputado Ivar Saldanha 23 U. E. Território do Amapá

04 U. E. Concita Cantanhede 24 U. I. Amélia Rosa Oliveira

05 U. E. Ivar Saldanha 25 U. E. Manoel de Sousa Filho

06 U. I. Januário Carvalho 26 U. E. Professor Nicomedes Nascimento

07 U. I. Joel Duarte Santos 27 U. E. Jose Aragão

08 U. I. Jorge Henrique Rocha 28 U. E. Monteiro Lobato

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Nº Entidade Nº Entidade

09 U. I. Manoel Silva Cantanhede 29 U. E. Paulo Freire

10 U. I. Maria de Lourdes Nina Pinheiro 30 U. E. Emília Ferreiro

11 U. E. Miguel Arcangelo Marques 31 U. E. Nossa Senhora Aparecida

12 U. I. Nossa Senhora do Rosário 32 U. E. Maria Clara Machado

13 U. E. Orlando Aquino 33 U.E. Bom Jesus

14 U. I. Integrada Salustiano Santos 34 U. E. Lucia Helena Cavalcante

15 U. E. Santa Fe 35 C. de Educação Infantil Sonho Encantado

16 U. E. Santana 36 C. de Educação Infantil Mundo da Criança

17 U. E. São Francisco 37 C. de Ensino Leocádia Alves dos Santos Lima

18 U. E. São Raimundo 38 C. de Educação Quilombola Jayme Tavares

19 U. E. São Teodoro 39 C. de Ensino Raimundo João Saldanha – Anexo 1 – São Miguel

20 U. E. Sete de Março 40 IFMA – Campos Avançado Rosário Fonte: Secretaria Municipal de Educação.

Quanto ao ensino superior, o município conta com a Faculdade Z. M. da Silva Educação – ME, sob o CNPJ nº 14.284.347/0001-87, oferecendo cursos de graduação e técnicos, localizado no Colégio Imagem (MEC, 2014).

Esta Instituição é composta por:  IESMEC – Graduação - Cursos: Pedagogia, Serviço Social e Administração.  ETEMEC –Técnicos. Cursos - Técnico em Enfermagem, Técnico em Radiologia, Atendente de Farmácia, Técnico em Nutrição.

Funciona no turno: Noturno (Durante a semana) e final de semana (sábado integral).

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2.4.7 Saúde Conforme Plano Municipal de Saúde (2018/2021), o Município de Rosário é sede de Região de Saúde composta pelos Municípios: Axixá, Bacabeira, , , , Icatu, Morros, Presidente Juscelino, Primeira Cruz, Rosário, Santa Rita e Santo Amaro do Maranhão.

De acordo com o documento Atlas de Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010), a mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano de idade) no município passou de 45,3 óbitos por mil nascidos vivos, em 2000, para 29,0 óbitos por mil nascidos vivos, em 2010. Em 1991, a taxa era de 79,8. Já no Estado, a taxa era de 28,0, em 2010, de 46,5, em 2000 e 82,0, em 1991. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade infantil no país caiu de 30,6 óbitos por mil nascidos vivos para 16,7 óbitos por mil nascidos vivos. Em 1991, essa taxa era de 44,7 óbitos por mil nascidos vivos.

No município, a esperança de vida ao nascer cresceu 6,0 anos na última década, passando de 64,2 anos, em 2000, para 70,1 anos, em 2010. Em 1991, era de 58,1 anos. No Brasil, a esperança de vida ao nascer é de 73,9 anos, em 2010, de 68,6 anos, em 2000, e de 64,7 anos em 1991 (PNUD, 2010).

De acordo com IBGE (2017), o município de Rosário apresenta índice de mortalidade infantil de 9,76% dos nascidos vivos (2014), e em 2016 dos motivos de internação 12,8% foram devido à diarreia.

2.4.7.1 Análise Situacional

REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE Tabela 11: Rede de Serviços de Saúde - 2017 Descrição Total Posto de Saúde 01 Centro de Saúde/Unidade Básica 13 Hospital Geral 01 Unidade Mista 01 Consultório Isolado 02 Unidade de Apoio Diagnose e Terapia (SADT isolado) 01 Fonte: Plano Municipal de Saúde.

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RECURSOS HUMANOS

Conforme com o Plano Municipal de Saúde (2018/2021), a rede de saúde disponibiliza 53 leitos à população, dos quais: 20 clínicos; 08 cirúrgicos; 13 pediátricos e 12 obstétricos. Tabela 12: Recursos Humanos – 2017

Profissionais/Ocupação RH Secretário 01 Secretário adjunto 01 Coordenador de Atenção Básica 01 Diretor de unidade de saúde 01 Médico 15 Enfermeiro 15 Dentista 09 Fisioterapeuta 02 Psicólogo 01 Nutricionista 01 Terapeuta Ocupacional 01 Fonoaudiólogo 01 Farmacêutico Bioquímico 01 Técnico e Auxiliares de Enfermagem 15 Aux. de Consultório Dentário 09 Agente Comunitário de Saúde 104 Agente de Vig. Sanitária 05 Fonte: Plano Municipal de Saúde.

A rede municipal de saúde conta com 418 destes profissionais de acordo com o Plano Municipal de Saúde (2018/2021): MÉDICOS 21 ENFERMEIROS 25 TÉCNICOS /AUXILIARES DE ENFERMAGEM 30 ASSISTENTE SOCIAL (NASF) 01 ATENDENTE DE C. MÉDICO 14 CIRURGIÃO DENTISTA 09 AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 03 AOSD 07 NUTRICIONISTA (NASF) 02 FISIOTERAPEUTA (NASF) 03 FONOAUDIÓLOGA (NASF) 02 PSICÓLOGA (NASF) 01 ACS 104 ACE 26 VETERINÁRIO 01

Fonte: Plano Municipal de Saúde.

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Está implantada a Estratégia Saúde da Família (ESF) com 09 (nove) equipes de saúde bucal, 02 (duas) Unidades Mista de Saúde e Clinica Nossa Senhora do Rosário, com serviço de enfermagem e plantão médico; 13(treze) postos de especialidades odontológicas.

O Sistema de Informação Atenção Básica (SIAB) atendeu em 2017 a uma população cadastrada de 40.944 habitantes em todas as unidades acima citadas com a população prevista de 42.314 habitantes, ou seja, 97,44% da sua população total. Quanto a acessibilidade aos serviços o sistema conta com 3.942 pacientes diabéticos; 12.422 pacientes diabéticos com hipertensão.

Com base nos dados do TABNET/DATASUS/SIM, apontava como principais causas de mortalidade no Município: as doenças do aparelho circulatório.

Tabela 13: Localização dos órgãos de saúde (postos, ambulatórios, laboratórios, clinicas odontológicas, etc.) UNIDADE BASICA DE SAUDE DE SAO MIGUEL - AVENIDA PRINCIPAL – SN – SÃO MIGUEL UBS DE SAO MIGUEL ANEXO - AVENIDA PRINCIPAL – SN – SÃO MIGUEL UBS DA COHAB II VILA BACURAL – RUA 03 – SN – CONJUNTO COHAB 2 UBS DA SAPUCAIA - AVENIDA PRINCIPAL – SN – SAPUCAIA UNIDADE BASICA DE SAUDE DA PRATA - AVENIDA PRINCIPAL – SN – PRATA UNIDADE BASICA DE SAUDE DE SAO SIMAO – AVENIDA PRINCIPAL – SN – SÃO SIMÃO (AO LADO DA ESCOLA ESTADUAL) UNIDADE BASICA DE SAUDE DE SAO JOAO DO ROSARIO -AVENIDA PRINCIPAL – SN – SÃO JOÃO DO ROSARIO UNIDADE BASICA DE SAUDE ITAMIRIM DOMAR BRITO ANCELES PSFSB – AVENIDA PRINCIPAL – SN – ITAMIRIM UNIDADE BASICA DE SAUDE DE ITAIPU- AVENIDA PRINCIPAL – SN – ITAIPU UNIDADE MISTA DE ROSARIO - AVENIDA EURICO MACEDO – 2447 – CENTRO UNIDADE BASICA DE SAUDE DO PARAISO – RUA ESTAFANIO SALDANHA – SN - PARAISO UNIDADE BASICA DE SAUDE DA SEDE – RUA HERACLITO NINA – SN – CENTRO (ENFRENTE A PAGUE MENOS) UNIDADE BASICA DE SAUDE DA VILA ITAMAR – RUA 01 – SN – COHAB 2 UNIDADE BASICA DE SAUDE DE CURRAL VELHO – AVENIDA – SN – CENTRO – AO LADO DO TENDTUDO UNIDADE BASICA DE SAUDE DE LENTEL - AVENIDA PRINCIPAL – SN – LENTEL UNIDADE BASICA DE SAUDE DA IVAR SALDANHA – RUA SANTA LUZIA – SN – VILA IVAR SALDANHA – AO LADO DO CAMPO FERROVIARIO UNIDADE BASICA DE SAUDE DA CIDADE NOVA –RUA 03 – SN – CIDADE NOVA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE ROSARIO -RUA – SN - CENTRO VIGILANCIA SANITARIA E EPEDEMIOLOGICA DE ROSARIO - RUA URBANO SANTOS – SN - CENTRO Fonte: Plano Municipal de Saúde.

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O município conta o com Programa Saúde da Família, cujos serviços que se destacam são:  Controle da hipertensão arterial;  Controle da hanseníase e tuberculose;  Saúde da mulher;  Saúde da criança e adolescente;  Saúde do adulto e idoso;  Imunização;  Controle de epidemiologia.

Apesar do município possuir 18 postos de saúde, não dispõe de Serviço de Atendimento Móvel – SAMU, nem possui Centro de Atenção Psicossocial – CAPS.

Conforme a prefeitura de Rosário são 5.158 famílias cadastradas no Programa Saúde da Família. Total de 103 famílias cadastradas no Programa Agente Comunitário de Saúde.

2.4.8 Índice de Desenvolvimento Humano O IDHM é elaborado de acordo com metodologia das Nações Unidas e é obtido pela média aritmética simples de três subíndices: Longevidade, Educação e Renda. O Índice de Desenvolvimento Humano de Rosário passou de 0,377º em 1990 para 0,632º em 2010, com uma taxa de crescimento de 168%. Conforme gráfico abaixo:

Gráfico 08: IDH Municipal no período de 1991 a 2010.

IDH Municipal

0,7 0,632

0,6 0,484 0,5 0,377 0,4

0,3

0,2

0,1

0 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Fonte: PNDU (2010)

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Com este índice no ano de 1991 a 2010, o IDHM do município passou de 0,377, em 1991, para 0,632, em 2010, ocupa 2.850º a posição em relação aos demais municípios brasileiros em 2010 e a 21º, entre os municípios maranhense em 2010. Enquanto o IDHM do Estado passou de 0,493 para 0,727. Isso implica em uma taxa de crescimento de 67,64% para o município e 47% para a Maranhão; e em uma taxa de redução do hiato de desenvolvimento humano de 59,07% para o município e 53,85% para a Maranhão.

No município, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,365), seguida por Longevidade e por Renda. No Maranhão, por sua vez, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,358), seguida por Longevidade e por Renda.

Gráfico 09: Posição no ranking nacional e estadual no período de 1991 a 2010.

Posição no ranking nacional IDH MUNICIPAL

4.000 3.437 3.448 2.850 3.000

2.000

1.000

0 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Posição no ranking estadual IDH MUNICIPAL 25 21 20

15 12 9 10

5

0 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Fonte: PNDU (2010).

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2.4.9 Infraestrutura Aspectos Socioeconômicos Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos, a partir de pesquisa nos sites do IBGE, da Confederação Nacional dos Municípios – CNM, Anuário Estatístico do Maranhão e levantamento na prefeitura.

De acordo com o IBGE a PIB per capita do rosariense é de R$ 6.653,06 (2010), e 92,7% das receitas do município são oriundas de fontes externas. Segundo dados do IBGE e da Secretaria Estadual da Fazenda de Rosário, no ano de 2015, o Produto Interno Bruto de Rosário atingiu ao montante de R$ 277.393.000.

Segundo o IBGE, em 2015, o salário médio mensal era de 1,7 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 7,2%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 96 de 217 e 43 de 217, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 3.666 de 5.570 e 4.275 de 5.570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 51.6% da população nessas condições, o que o colocava na posição 162 de 217 dentre as cidades do estado e na posição 1.073 de 5.570 dentre as cidades do Brasil.

De acordo com o Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRS /MA), Rosário fica situado na área de influência da rodovia BR-135, da Ferrovia Carajás e da Ferrovia São Luís/Teresina, o Distrito Industrial de Rosário desponta como poderoso núcleo industrial. A partir dos insumos transportados pela Estrada de Ferro Carajás, o distrito abre amplo espaço para implantação de indústrias de manganês eletrolítico e ferro-liga. A proximidade de São Luís e a facilidade de acesso ao Porto de Itaqui, além da disponibilidade de energia elétrica e água, completam quadro favorável e promissor para os novos empreendimentos que ali venham a se instalar.

De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,1991), no Estado do Maranhão o produto principal do extrativismo vegetal é o babaçu, seguido da madeira em tora, lenha, jaborandi, açaí e malva. Em relação à extração mineral, destaca-se a produção de brita no Município de Rosário, que adquiriu importância após 1980 com a construção da Ferrovia Carajás-Ponta da Madeira.

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No setor industrial do município de Rosário se destaca os ramos da cerâmica (fabricação de telhas e tijolos), e da mineração (areia e pedra laterítica). Como o anúncio da implantação da Refinaria Premium da Petrobras (2013), uma grande euforia econômica foi vivida pelo município, pois, a mesma atrairia muitas industrias afins, entretanto, com a paralização do projeto as grandes expectativas para a industrialização do município foram repensadas e hoje o município estuda formas de industrialização a partir de seu próprio potencial regional e local, como pode-se verificar por meio das tabelas das indústrias presentes no município, abaixo:

Tabela 14: Relação das indústrias de mineração localizadas no município de Rosário. Nº Razão Social / Fantasia CNPJ ou CPF 01 BRITAFORT - EXTRACAO INDUSTRIA E 08.430.593/0001-38 COMERCIO DE MINERIOS LTDA 02 GRAN NATURE MINERACAO LTDA – ME 09.087.589/0001-81 03 VILA NOVA INDUSTRIAL MINERADORA 03.919.566/0001-00 DE GRANITOS LTDA 04 PEDREIRA ANHANGUERA S/A EMPRESA 50.170.281/0008-75 DE MINERACAO 05 PEDREIRA ITAPECURU LTDA 07.306.202/0001-05 06 PEDREIRA SAO PEDRO LTDA 08.226.238/0001-41 07 PEDREIRAS VALERIA LTDA 15.851.413/0005-80 08 POP PEDREIRA OURO PRETO LTDA 11.106.838/0002-61 09 PYLA PEDREIRA YOLITA LTDA 06.963.557/0003-76 10 EDECON MINERADORA LTDA 14.537.701/0001-79 11 MINERADORA ITAMIRIM INDUSTRIA E 01.727.369/0001-63 COMERCIO LTDA 12 VILA NOVA INDUSTRIAL MINERADORA 03.919.566/0001-00 DE GRANITOS LTDA 13 A GOMES & CIA LTDA 35.200.716/0001-17 14 BRITAMAR BRITAGEM LTDA – ME 21.322.577/0001-90 15 F DAS CHAGAS MOREIRA 02.713.506/0001-73 16 IMPAR SERVICOS DE MINERACAO AS 04.314.861/0002-86 17 MARIJOAL EMPREENDIMENTOS LTDA 12.512.705/0001-77 18 MINERACAO MARIANA IND E COM. 63.443.006/0002-34 LTDA 19 SERVENG CIVILSAN S A EMPRESAS 48.540.421/0015-37 ASSOCIADAS DE ENGENHARIA 20 TECMIN TECNICA DE MINERACAO 02.173.187/0001-50 LTDA 21 TIBIRI INDUSTRIAL LTDA 07.617.863/0002-32 Fonte: Prefeitura Municipal

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Tabela 15: Relação das Indústrias de Artefatos Cerâmicos e Barro Cozido localizadas no município de Rosário.

Nº Razão Social / Fantasia CNPJ ou CPF 01 A A F N CARDOSO 02.631.625/0001-87 02 A. SALDANHA & CIA LTDA-ME 06.224.133/0001-28 03 ANTONIO DE J C PIRES 02.522.594/0001-26 04 ANTONIO PEREIRA DE ALMEIDA 06.774.012/0001-50 05 B. MATOS FEIJAO 63.583.215/0001-00 06 B. S. DE CESAR 63.414.114/0001-06 07 BENEDITO PROCOPIO PIRES 12.133.385/0001-44 08 CASSIO M DE OLIVEIRA - COD. 0054530 09.473.782/0001-50 09 CERAMICA BOA VISTA LIMITADA 07.627.201/0001-62 10 CERAMICA JOAO DE BARRO LTDA-ME 08.041.974/0001-25 11 CERAMICA MARAN LTDA 07.050.743/0001-15 12 CERAMICA MK LTDA 02.15.5146/0001-16 13 CERAMICA PRIMAVERA LTDA – ME 08.839.811/0001-92 14 CERAMICA RIBEIRÃO LTDA 10.338.499/0001-03 15 CIM CERAMICA INDUSTRIAL DOMARANHAO LTDA 09.586.091/0001-63 16 E. RODRIGUES COMERCIO 03.176.960/0001-03 17 G T RIBEIRO CERAMICA 35.124.718/0001-74 18 IND. E CERAMICA N. SENHORA DO ROSARIO LTDA 07.071.202/0001-73 19 J M INDUSTRIA E COMERCIO DE CERAMICA LTDA 07.440.372/0001-88 ME 20 J H F MARTINS ME 23.837.837/0001-95 21 JOSE L. DE AZEVEDO-ME 04.218.365/0001-48 22 JUSCELINO MENDONCA ALVES 02.272.357/0001-54 23 L MAURO DE OLIVEIRA-ME 17.982.741/0001-18 24 LTA INDUSTRIA CERAMICA LTDA 63.573.117/0001-84 25 M K M CAVALCANTI DE OLIVEIRA 13.251.801/0001-71 26 M L DOS SANTOS FARIAS 05.429.163/0001-08 27 M. R. MARTINS DE OLIVEIRA & CIA LTDA –ME 05.390.818/0001-81 28 N.M.R, LOPES ME 04.469.894/0001-14 29 OLINTO C BANDEIRA-ME 07.423.869/0001-98 30 RISONALDO MARTINS DE OLIVEIRA 02.805.480/0001-93 31 S.M.S. DE CESAR FABRICAÇAO DE 17.731.460/0001-92 ARTEFATOS LTDA-ME 32 SEBASTIAO SEVERINO CEZAR ME 10.304.772/0001-70 Fonte: Prefeitura Municipal.

Tabela 16: Relação das Indústrias de Serralheria localizadas no município de Rosário. Nº Razão Social\ Fantasia CNPJ ou CPF 01 ELENILSON CUNHA REIS 819.019.093-87 02 FLORESTAS RIO DOCE S/A 17.308.602/0073-88 03 INCON IND E BENEF DE MADEIRA LTDA 12.112.132/0001-94 04 JOSE EUZEBIO DOS SANTOS 06.224.497/0001-08 05 LUIZ DOMINGOS ROCHA ME 06.773.584/0001-14 Fonte: Prefeitura Municipal.

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Tabela 17: Relação Frigoríficos localizadas no município de Rosário. Nº Razão Social\ Fantasia CNPJ ou CPF 01 A E S PEREIRA ME 11.317.831/0001-08 02 ANTONIO S C MATOS 12.530.796/0001-73 03 BOMBAIM EMPREENDIMENTOS LTDA 23.702.590/0001-08 04 COSME CORREA NUNES 07.374.564/0001-33 05 DJANIRO ZEFERINO DOS SANTOS 07.364.797/0001-55 06 HORACIO C DE SOUSA – ME 21.263.789/0001-43 07 LEONARDO DE SOUSA MOREIRA 12.101.598/0001-94 08 SEBASTIAO CARLOS V DE MELO 11.017.670/0001-37 Fonte: Prefeitura Municipal.

O setor terciário – comércio, é pouco expressivo na geração de emprego e renda. No município predominam os estabelecimentos comerciais destinados a comercialização de gêneros alimentícios, bem como bares e restaurantes.

Decorrente da crise a maioria dos setores tiveram a redução no ritmo de crescimento de emprego, sendo que o único que cresceu foi o da construção civil com 23% de crescimento em 2016 em relação a 2015. Do total de 2.754 empregos com vínculos formais presente no município de Rosário em 2015, a maior concentração dos empregos encontrava-se no setor da Administração Pública com 1.172, que representava 43% de trabalhadores, seguido pelo setor comercial com 612, que representava 22% empregos formais, ou seja, com 46,41% do total de trabalhadores, conforme tabela abaixo:

Tabela 18: Vínculos de emprego formal no município de Rosário, segundo o subsetor de atividade econômica – 2015/2016

Número de Empregos Formais em 31/12. Variação Absoluta e relativa nos anos 2015 e 2016 por setor de atividade econômica Rosário 1 – Extrativa mineral 15 8 -7 -5,47 2 – Industria de transformação 384 328 -56 -14,58 3 - Serviços industriais de utilidade pública 128 121 -7 -5,47 4 - Construção Civil 101 125 24 23,76 5 – Comércio 612 607 -5 -0,82 6 – Serviços 332 169 -163 -49,1 7 - Administração Pública 1.172 1.157 -15 -1,28 8 - Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca 10 10 0 0 Total 2.754 2.525 -229 -8,32 Fonte: RAIS - Dec. 76.900/75 / Elaboração: CGCIPE/DER/SPPE/MTB.

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2.4.10 Comunicação Favorecido pela proximidade com a capital maranhense, o município dispõe de serviços de telefonia fixa das operadoras: TIM, VIVO e OI; e a telefonia móvel é oferecida no município pelas operadoras: TIM, VIVO, OI e CLARO. O município também conta com quatro agências dos Correios e Internet móvel (3G/4G), com velocidade média de 5.267 Mbps.

2.4.11 Abastecimento de Energia Elétrica O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE, por meio da CEMAR (2011) pelo Sistema Regional de Miranda, que abrange a região norte, centro-norte e centro- oeste maranhense. O sistema é composto atualmente por vinte e seis subestações, sendo duas na tensão de 138/69/13,8 KV, dezesseis na tensão de 69/13,8 KV, uma na tensão de 69/34,5 KV, seis na tensão de 34,5/13,8 KV e uma na tensão 230/69 KV. Segundo o IMESC (2010) referente aos dados de 2008, existem 8.922 ligações de energia elétrica no município de Rosário.

De acordo com dados obtidos da Companhia Energética do Maranhão (CEMAR), o número de consumidores e demanda por energia elétrica no ano de 2016, na zona urbana foi de 10.676, com consumo de 26.425.609 e rural 1.495, com o consumo de 4.051.230. E no ano de 2017 o número de consumidores de 11.182, consumo 26.422.707 na zona urbano e zona rural de 1.639 com consumo de 4.700,056.

Tabela 19: Número de consumidores e demanda por energia elétrica nos anos de 2016/2017.

Fonte: CEMAR, 2018. 2.4.12 Infraestrutura Viária e de Transporte O município é cortado pela Rodovias Federais (BR 335 e BR 402), e pela Ferrovia Trans Nordestina, proporcionando excelente acesso ao município e dos munícipes à capital

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94 maranhense e as maiores cidades do estado, bem como ao estado do Piauí. Rosário fica a 60km de São Luís (Capital), 272 km de Barreirinhas, 30 km de Morros, e 25 km de Axixá; e com todos esses municípios possui estradas de boa qualidade.

A Estrada de Ferro São Luís / Teresina foi aberta em seu primeiro trecho em 1895, ligando Caxias a Cajazeiras (Flores). Em 1919 foi aberto outro trecho São Luís / Caximbos, prolongado em 1920 até Caxias. Somente em 1938 os trilhos chegaram a Teresina, com a abertura da ponte sobre o rio Parnaíba.

O sistema ferroviário São Luís/Teresina que corta Rosário é basicamente para o transporte de cargas. As linhas que partem de São Luís, no Maranhão vão até o estado de Alagoas integram a denominada Malha Nordeste da antiga Rede Ferroviária Federal S.A., ou, simplesmente, RFFSA. Essa malha foi concedida à Companhia Ferroviária do Nordeste, ou, simplesmente, CFN.

Os trens de passageiros rodaram até o ano de 1991 pela linha. Atualmente, a ferrovia é destinada principalmente para o transporte de combustíveis entre o Porto de Itaqui (São Luís) para a cidade de Teresina.

Figura 14: Estação Ferroviária em Rosário.

Fonte: http://www.rosarioemfoco.com.br Além dos modais rodoviário e ferroviário a região dispõe do Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado, localizado na capital do Estado. O

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95 aeroporto fica 17 km da cidade de Rosário em linha reta. Opera regularmente voos regionais e nacionais e eventualmente, voos chartes internacionais.

O Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado é a principal porta de entrada do Estado do Maranhão e contribui para o desenvolvimento social, cultural e econômico do estado. Figura 15: - Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado

Fonte:http://portalbarreirinhas.com.br/home/transportes/aeroporto-internacional-marechal- cunha-machado.html

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Figura 16: - Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Hugo da Cunha Machado

Fonte: IBGE (2018).

2.4.13 Situação do Saneamento Básico Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo; e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o “conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais”.

Embora atualmente se use no Brasil o conceito de Saneamento Ambiental como sendo os 4 serviços citados acima, o mais comum é que o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos. Segundo Silva e Sousa (2014), em Rosário o acesso à rede geral coletora de esgotos ultrapassa 2% dos domicílios.

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A água potável constitui-se em elemento essencial à vida. O acesso à água de boa qualidade e em quantidade adequada está diretamente ligado à saúde da população, contribuindo para reduzir a ocorrência de diversas doenças. O serviço de abastecimento de água por meio de rede geral caracteriza-se pela retirada da água bruta da natureza, adequação de sua qualidade, transporte e fornecimento à população através de rede geral de distribuição. Há de se considerar, ainda, formas alternativas de abastecimento das populações (água proveniente de chafarizes, bicas, minas, poços particulares, carros- pipas, cisternas, etc.).

Segundo o IBGE, a Região Nordeste congregou a maior proporção de municípios com ocorrência de outras formas de abastecimento de água que não a rede geral (30,1%), sendo este número superior ao dobro da proporção observada para o conjunto do País (14,9%). Nessa região, chama a atenção a ocorrência dessa situação nos Estados do Piauí (58,3% dos municípios do estado), Ceará (35,9%) e Maranhão (30,4%).

Há que se considerar que, de acordo com o Instituto Trata Brasil, centenas de milhares de casos de internação por diarreias todos os anos (400 mil casos em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5 anos), se deve à falta de saneamento. E que, segundo o BNDES, até 65% das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos são provocadas por males oriundos da deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa, que também surte efeito no desempenho escolar, pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico apresentam 18% a menos no rendimento escolar em relação aquelas que vivem em ambientes devidamente saneados.

Conforme o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (Lei Complementar Nº 012/2006), Art. 84. O Esgotamento Sanitário deverá ser considerado a grande prioridade ambiental do Município de Rosário, no entanto:

I. A população não é atendida por rede coletora de esgotos;

II. Pequena parcela da população utiliza o sistema unitário constituído de fossas sépticas, cujos efluentes, na maioria dos casos são interligados à rede de galerias pluviais ou lançados nas sarjetas;

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III. A maioria da população lança seus dejetos diretos no solo;

IV. O resultado disso é que os cursos de água da cidade são quase todos esgotos a céu aberto, representando uma afronta ambiental aos cidadãos de todos os níveis sociais.

No município de Rosário a responsabilidade pelo saneamento básico é da Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA). Existe a necessidade urgente de o município assegurar medidas de proteção sanitária, pois conforme informação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE não existe mapeamento das fontes poluidoras dos mananciais. Portanto, é necessário fiscalizar e mitigar, a fim de garantir boa qualidade de água para a população, do ponto de vista bacteriológico.

2.4.14 Sistema de abastecimento de água Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, que é uma autarquia municipal, atualmente são atendidas na cidade de Rosário 9.768 domicílios por meio de uma central de abastecimento. Atendendo 100% da zona urbana, enquanto que na zona rural 60% aproximadamente. Portanto, são atendidos os seguintes povoados: Sapucaia, Buneos Aires, Curimatá, Piquizeiro, Valparaíso, Itamirim, Jenipapeiro, Juçaral, Providência, Miranda, Nambuaçu de Cima, Nambuaçu de Baixo, Prata, São Simão, Salva Terra, São João do Rosário, São Miguel, Vila Boa Esperança, Santa Luzia, Lentel, Pirangir. A agua é utilizada para uso doméstico, público e comercial, não tendo notificações para uso na agricultura. O valor médio pago pela comunidade pela distribuição e tratamento da água é uma tarifa de R$ 17,66. No entanto, não é feita a cobrança da tarifa em todos os domicílios. Não existe fiscalização sobre resíduos sólidos e fossas situados em locais inadequados, com também não existe mapeamento das fontes poluidoras dos mananciais.

O inventário hidrogeológico, realizado no município de Rosário, registrou a presença 45 Poços artesianos públicos (terrenos de servidão pública) ativos, dentre zona urbana e zona rural (destes 05 estão desativados), 04 poços cacimbões e 01 piscinão/açude. De acordo o relatório do Análise de água realizado pela FUNASA em 27/12/2017 a água distribuída pelo SAAE atende aos padrões microbiológico de portabilidade. Quanto à natureza geológica da localização dos poços tubulares, em relação aos domínios hidrogeológicos de superfície, 100% estão locados sobre terrenos sedimentares.

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É comum no município locais de ocorrência aflorante do nível freático dos aquíferos, pois o município tem somente 1m de altitude. Portanto, é importante conscientizar as comunidades sobre os riscos de contaminação desses mananciais, por resíduos sólidos e fossas situados em locais inadequados, pois podem provocar sérias doenças de veiculação hídrica.

2.4.15 Sistema de esgotamento sanitário De acordo com o Relatório Diagnóstico (CPRM, 2011), o município possui um sistema de escoamento superficial e subterrâneo dos efluentes domésticos e pluviais que é lançado em cursos d’água permanentes.

No município de Rosário a questão do tratamento esgotamento sanitário é extremamente urgente, visto que, segundo o IBGE, apenas 7,2% do esgoto sanitário tem destinação adequada. Segundo pesquisa de campo, desta equipe de trabalho, a destinação usual dos detritos sanitários é o rio Itapecuru, ou seja, não existe destinação final adequada do esgoto sanitário no município.

Pela importância histórica e regional que representa o rio Itapecuru seu progressivo nível de poluição exige o desenvolvimento de um programa que vise o tratamento do esgoto sanitário produzido no município, de forma que chegue a nível aceitáveis em relação à legislação vigente.

2.5 DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO

2.5.1 Breve resgate histórico do gerenciamento de resíduos sólidos em Rosário O Município é responsável pelo planejamento e execução, com regularidade e continuidade, da limpeza municipal, exercendo a titularidade dos serviços, independentemente de os serviços serem prestados de forma indireta.

O crescimento da geração de resíduos sólidos urbanos em uma taxa superior ao crescimento populacional faz com que, nos grandes centros urbanos, milhares de

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100 toneladas de resíduos sejam despejadas diariamente nos lixões ou em aterros sanitários, encurtando sua vida útil.

Com o crescimento populacional e econômico que houve no município de Rosário aumentou também da produção de resíduos sólidos no Município, sejam resíduos domésticos, de saúde ou da construção civil. De acordo com a Prefeitura Municipal encontram-se informações sobre a realidade destes resíduos em diferentes momentos, que estão descritos suscintamente nos itens a seguir.

O serviço de limpeza urbana do Município de Rosário (MA) é regulamentado pelo Código de Posturas do município Lei Complementar n° 02/2001. Os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Rosário (MA).

Período de 1990 - 2009 Neste período os resíduos sólidos coletados no perímetro urbano de Rosário eram depositados em um “lixão” no bairro Buenos Aires, na Figura 22 é possível observar que atualmente, está próximo ao aterro sanitário Titara. Segundo relatos de alguns catadores do antigo lixão, a atividade foi sendo difundida ao longo dos anos naquele local, sendo desenvolvida por diferentes gerações da mesma família envolvendo toda a vizinhança, no qual trabalhava o senhor Alfredo e sua esposa, ele além de trabalhar catando resíduos recicláveis também comprava dos outros catadores os resíduos recicláveis para comercialização na capital, em São Luís e obtinha bons lucro, atualmente ele trabalha na empresa Central de Gerenciamento Ambiental TITARA S/A, nos serviços gerais. Nessa época havia cerca de 25 a 30 catadores de resíduos sólidos no lixão.

Período de 2010 a 2014 No ano de 2010, Central de Gerenciamento Ambiental TITARA S/A, deu entrada no processo de Licenciamento Ambiental – Licença de Instalação. E no ano de 2013 obteve a Licenciamento Ambiental – Licença de Operação, atividade licenciada: Tratamento de Resíduos Perigosos (Classe I).

Em novembro de 2013 com o Decreto nº 071, foi instituído o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos no município de Rosário.

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Período de 2014 aos dias atuais A Central de Gerenciamento Ambiental TITARA S/A, teve sua Licença de Operação emitida pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão – SEMA, em 13/01/2014, para operar as duas unidades de disposição final já implantadas: o aterro sanitário e industrial. Classe II - aterro industrial para resíduos perigosos e Classe I. Suas atividades tiveram início em março de 2014, quando iniciou o recebimento de resíduos inertes de borracha. Com a instalação da CGA - TITARA, o lixão foi desativado, passando o município depositar todos seus resíduos sólidos urbanos no aterro, com todas as proteções necessárias para evitar contaminações no solo.

No município de Rosário é a Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINFRA) que se ocupa do gerenciamento, da operacionalização e fiscalização da Limpeza Pública, e, consequentemente da gestão dos resíduos sólidos. No entanto, a Central de Gerenciamento Ambiental TITARA S/A, como parte de suas responsabilidades no que se refere a compensação ambiental, realiza a coleta dos resíduos sólidos domiciliares da zona urbana e da limpeza pública do município de Rosário.

Atualmente os catadores de resíduos sólidos fazem esse trabalho principalmente em época de festejos, com a coleta de latinhas principalmente, conforme relatos são mais de 50 catadores diariamente, para atender a demanda do município. O papelão que é coletado é vendido para o depósito do senhor Jorge do Bingo. Quanto aos demais produtos recicláveis não temos informações sobre o destino a não ser enviado para o aterro Titara.

2.5.2 Prestação dos Serviços de Limpeza Urbana Cabe ao município planejar e executar com regularidade e continuidade os serviços públicos relativos a limpeza municipal. Atualmente Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINFRA), é o órgão da administração pública que possui a finalidade de programar, coordenar e executar os serviços públicos do município, relativos a varrição, coleta de varrição, capina, poda e limpeza de sarjetas, a partir de uma equipe de servidores públicos municipais.

O município de Rosário recebeu recursos para atividades voltadas à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. De acordo com a planilha abaixo:

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Tabela 20: Custo total anual para a prestação de serviços de limpeza urbana no município de Rosário. Manutenção (Previsão) dos serviços de 2014 2015 2016 2017 2018 limpeza pública Material de 96.000,00 92.020,00 101.222,00 111.344,20 150.000,00 consumo Serviços de 12.000,00 12.840,00 14.124,00 15.536,40 - terceiros Outros serviços 878.265,00 500.000,00 550.000,00 605.000,00 850.000,00 pessoa jurídica Fonte: PPA do município de Rosário, 2014/2017.

Observando que não foi contabilizado a Coleta e Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbano, pois a Prefeitura Municipal tem um convênio até o ano de 2019 com a Empresa CGA – Titara para efetuar a coleta e disposição final dos Resíduos Sólidos Urbano do Município de Rosário.

Não foi possível estabelecer os custos relacionados às atividades de:  Coleta e destino final de resíduos perigosos pois o mesmo são encaminhados para o aterro sanitário CGA - Titara (Lâmpadas, pilhas e baterias, eletroeletrônicos);  Coleta de pneus;  Não obtivemos informações sobre da destinação final óleo de cozinha;  Não foram obtidos dados sobre coleta de óleo lubrificantes.

Torna-se difícil o estabelecimento destes custos em função das dificuldades de obtenção das informações junto à Prefeitura Municipal, bem como a não desintegração dos custos de determinadas atividades dos demais custos da instituição, como é o caso da distinção dos custos das atividades de manejo de resíduos sólidos e limpeza pública desempenhadas pela Secretaria de Infraestrutura.

No município de Rosário são encaminhados para o aterro da empresa CGA – Titara, em média por mês 353,96 toneladas e consequentemente 11,80 toneladas por dia. Para estimativa da geração per capita considerou-se a população apresentada pelo IBGE da população estimada em 2017. E as quantidades de resíduos sólidos enviadas ao aterro sanitário, incluindo ainda os anos de 2016 e 2017.

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Tabela 21: Tipos de resíduos, coleta e disposição final. COLETA DESTINO FINAL

TIPO DE TIPO DE NOME DA ORIGEM MODELO/SISTEMA RESPONSÁVEL RESÍDUOS TECNOLOGIA EMPRESA

Residências e Domiciliar Coleta pública porta a estabelecimentos Aterro misturado porta com caminhão CGA -Titara CGA - Titara comerciais Sanitário compactador

Residências, Podas estabelecimentos Coleta com caminhão Secretaria de Aterramento de Secretaria de comerciais, podas caçamba da Infraestrutura terreno Infraestrutura urbanas Prefeitura

Varrição Coleta com caminhão Secretaria de Aterro Limpeza urbana CGA -Titara compactador Infraestrutura Sanitário Secretaria de Capina Limpeza urbana Coleta com caminhão Aterro CGA -Titara Infraestrutura Sanitário Coleta com caminhão Construção caçamba da Secretaria de Aterramento de Secretaria de civil Obras e vias públicas Prefeitura Infraestrutura terreno Infraestrutura

Resíduos de Unidades de saúde Coleta nas unidades de Secretaria de saúde municipais saúde municipais Infraestrutura

Fonte: Prefeitura Municipal.

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Tabela 22: Serviços com limpeza urbana no município de Rosário. Serviços Responsável Capina manual ou mecânica Roçada Varrição, pintura e realinhamento de meio-fio Raspagem e lavagem de pisos Secretaria de Desobstrução de boa de lobo Infraestrutura Limpeza de rios, córregos e valas Limpeza de praças, parques e jardins Recolhimento e jardinagem, praças, parques e jardins Recolhimento de resíduos e destinação final dos entulhos Limpeza de jardins de escolas, centros e saúde, para festas Secretaria de populares, limpeza de boca de lobo e de canais de Infraestrutura drenagem, limpeza da Praças. Coleta e disposição final adequada do RSD Empresa CGA - TITARA Coleta e Disposição final adequada dos RSS Secretaria de Infraestrutura Fonte: Secretaria de Infraestrutura.

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2.6 ANÁLISE DAS RESPONSABILIDADES PELO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DIANTE DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E FEDERAL Neste item será levado em consideração todo processo de gerenciamento dos resíduos sólidos em Rosário para as diferentes origens e tipos de resíduos gerados, bem como será feita uma análise quanto à observância da legislação vigente relativa à questão das responsabilidades.

 Resíduos sólidos domiciliares gerados nas unidades residenciais, unifamiliares e multifamiliares e nas unidades comerciais e empresariais: A coleta é realizada pela Empresa CGA - Tirara, independentemente da quantidade gerada. Conforme apresentado anteriormente, a Licença de Operação nº 131100103171, que institui a coleta de Resíduos Sólidos Urbano e a disposição final com a responsabilidade da empresa durante 6 (anos) a partir da emissão da Licença de Operação (LO).

 Resíduos de serviços de saúde: A coleta na rede municipal de assistência à saúde e privada é realizada semanalmente.

As unidades de saúde devem elaborar seus Planos de gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde e comprovar a execução por meio do envio de relatórios à Vigilância Sanitária Municipal.

A Lei Complementar nº. 012/2006 (Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, Subseção IV (DOS RESÍDUOS SÓLIDOS), já prevê a diretrizes para o tratamento dos resíduos sólidos conforme citado anteriormente no item 2.4.3.

Cabe ressaltar que não é cobrado dos geradores a coleta, transporte, tratamento e destinação final de Resíduos de Serviço de Saúde, ficando com a responsabilidade a própria Prefeitura de Rosário.

Poderá existir no Município geradores que não estejam armazenando corretamente seus resíduos, fato este que pode ocasionar diversos problemas de Saúde Pública devido ao

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106 potencial infectante deste tipo de resíduos, sendo necessário um processo rigoroso de fiscalização visando corrigir esta eventual falha.

 Resíduos de construção civil: De acordo com a Resolução do CONAMA n° 307/2002, os resíduos da construção civil são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

O Município não dispõe de Programa de gerenciamento de resíduos de construção civil voltado aos pequenos geradores. A prefeitura coleta e dar disposição final dos Resíduos da Construção Civil, em um local de aterramento de terreno, o qual não tem licença para essa atividade.

A partir da vigência da Lei de Resíduos Sólidos no Município os empreendimentos deverão elaborar seus Planos de Gerenciamento de RCC e comprovar a execução por meio do envio de relatórios à Secretaria de Infraestrutura.

O manejo de resíduos de construção e demolição - RCD, em Rosário, assim como a maioria das cidades brasileiras, não vem propiciando um manejo adequado aos RCD/RCC, assim como não veem seguindo as diretrizes da Resolução CONAMA n° 307 e das normas da ABNT.

 Resíduos industriais: Os resíduos industriais com características semelhantes aos domiciliares são recolhidos pela coleta domiciliar.

Os empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental precisam elaborar e implementar seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos. Atualmente estes estabelecimentos não fazem relatório técnico informando o quantitativo gerado no local, com suas

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107 respectivas frações e destinos finais, ou seja, não existe no município serviço de sistematização dos dados, não sendo computados, desta forma, este quantitativo para integrar os dados oficiais do município, nem mesmo para o preenchimento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

2.7 AVALIAÇÃO DA QUANTIDADE E QUALIDADE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO 2.7.1 Quantidade de resíduos sólidos coletados em Rosário Feito o levantamento junto à prefeitura e a empresa CGA – Titara, responsáveis pela coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos gerados no município, os dados quantitativos e qualitativos para construção deste diagnóstico.

Obteve-se ineficiência do Município no que diz respeito ao controle e registro de dados quantitativos, incluindo a série histórica de geração de resíduos sólidos domiciliares – coleta convencional. Impossibilitando o controle dos órgãos competentes do executivo municipal o cálculo dos níveis atuais de desvio dos resíduos sólidos do aterro sanitário.

A Secretaria de Infraestrutura disponibilizou a média mensal de quantitativos de Resíduos da Construção Civil, entulho e poda tudo misturado gerados pelos serviços municipais e comunidade, no período 2017, que foi em torno de 225 ton./mês. Figura 17: Funcionário da Prefeitura fazendo limpeza nas ruas.

Fonte: Prefeitura Municipal

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Figura 18: Funcionário da Prefeitura fazendo limpeza nas ruas

Fonte: Prefeitura Municipal

Os dados referentes aos resíduos sólidos domiciliares foram disponibilizados pela empresa CGA – Tirara, sendo da coleta domiciliar convencional do período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018.

A Tabela 10 apresenta de forma resumida a quantidade de resíduos sólidos domiciliares encaminhada para o aterro Sanitário da empresa CGA – Titara, no Município no período de 2016 e 2017.

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Gráfico 10: Resíduos Sólidos coletados no município de Rosário de 2016 a 2017.

Coleta Realizada - TITARA

500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2016 2017

Fonte: Empresa CGA – Titara, 2018.

Tabela 23: Quantidade mensal de Resíduos Sólidos Domestico coletado pela Empresa CGA - Titara

MUNICÍPIO DE ROSÁRIO / MA

MÊS 2016 2017 JAN 402,76 413,83 FEV 399,96 348,39 MAR 418,7 402,68 ABR 404,07 349,35 MAI 345,35 380,85 JUN 311,31 323,13 JUL 304,22 320,21 AGO 312,56 324,39 SET 290,31 304,78 OUT 344,5 321,21 NOV 346,27 361,7 DEZ 382,24 382,19 TOTAL 4.262,26 4.232,71 Fonte: Empresa CGA – Titara, 2018.

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Conforme a Secretaria de Infraestrutura os resíduos de serviços de saúde recolhidos no município na rede privada e pública no ano de 2017, não foi possível obter dados específicos, pois a empresa não disponibilizou essa informação.

Com o objetivo de se construir a série histórica de geração de resíduos sólidos municipais, realizou-se pesquisa no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, da qual não foi possível obter informações do período de 2007 a 2017.

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do município, está sendo elaborado pela Universidade Fluminense, com parceria com a FUNASA.

2.8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS A caracterização de resíduos sólidos urbanos é um estudo que tem o objetivo de identificar a quantidade e a qualidade dos resíduos sólidos resultantes de atividades humanas. Os resíduos são analisados considerando suas características físicas, os estudos de caracterização usualmente são aplicados para estudar as características físicas, como composição gravimétrica, enquanto o estudo das características químicas e biológicas não foram realizadas.

As características qualitativas e quantitativas dos resíduos podem variar em função de vários aspectos. De acordo com Viana (2015), as influências podem se manifestar de forma mais geral, como por meio de questões econômicas, sazonalidade, dias da semana, ou de forma mais específica, como por festividades/feriados, localização geográfica e/ou características particulares de determinada região.

As informações geradas pelo estudo gravimétrico possibilitam o conhecimento da realidade local e contribuem para elaboração a proposição de medidas estruturais e estruturantes para a melhoria dos sistemas de gestão dos resíduos. Com esse estudo pôde- se tem uma possibilidade de melhor aplicação das alternativas tecnológicas adequadas para cada etapa do manejo dos resíduos sólidos no município, como acondicionamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final.

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O Estudo Gravimétrico permite avaliar o potencial de reutilização, reciclagem e recuperação dos resíduos gerados, assim como identificar ou projetar sistemas de disposição final dos resíduos não passíveis de qualquer tipo de reaproveitamento. Na perspectiva estruturante, a caracterização permite traçar correlações temporais/espaciais, gerar indicadores, incentivar a redução na geração de resíduos específicos, avaliar o cumprimento de metas, estimar impactos econômicos, entender os possíveis riscos para a saúde humana e o meio ambiente, entre outras possibilidades.

Faz-se necessário investir em comunicação para que a população separe os resíduos sólidos de acordo com a característica orgânica corretamente.

2.8.1 Histórico de estudos de caracterização de RSU no município O histórico de estudos dessa natureza possibilita que se verifiquem tendências das características dos resíduos, criando um cenário temporal da composição gravimétrica dos resíduos gerados no município. O estudo gravimétrico realizado para a elaboração desse Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, apresenta os resultados de composição gravimétrica de composições de amostras para roteiros convencionais do município. Foram analisadas um total de 15 amostras, com origem em 05 roteiros convencionais. As caracterizações foram realizadas nos meses de janeiro/fevereiro deste ano. Os resultados obtidos estão apresentados de forma compilada na Tabela 24.

Por contar com um Aterro Sanitário Licenciado em seu território, o município de Rosário já dispõe de disposição final adequada, entretanto, o município não atende ao demais princípios do Plano Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, quais sejam: Não-geração, Redução, Reutilização, Reciclagem e Tratamento. Assim, todo resíduo coletado é levado diretamente para o aterro sanitário, sem passar por nenhuma das etapas que legalmente deveria preceder a esta ação.

A situação geral dos resíduos sólidos no município de Rosário pode ser considerada por um lado como aceitável, se comparada com as demais cidades da região, visto que já possui um Aterro Sanitário Licenciado, porém, quando comparado com os critérios preconizados pela legislação vigente a situação carece de ações positivas de imediato, curto, médio e longo prazo.

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Ocupando uma área total de 685.036 km2 e com uma população estimada em 42.314 pessoas (IBGE 2017), em 10.459 domicílios (IBGE, 2010), sendo 20.500 habitante zona urbana e 19.877 habitantes na zona rural (conforme estimativa da planilha MMA). O município deposita no aterro sanitário da empresa CGA – Titara em média 4.232,71 a cada ano e 353,96 toneladas mensalmente e consequentemente 11,80 toneladas por dia.

Há que se observar, porém, que estes dados correspondem 100% dos resíduos domésticos produzidos na zona urbana, e em apenas 03 (três) povoados (São Simão e Itamirim e São Miguel). No entanto, mesmo com acordo feito com a empresa CGA – Titara para coletar em São Miguel há mais de 3 meses não está sendo feita a coleta no povoado, devido a estrada não está em condições de passagem para o caminhão compactado. Portanto, existe coleta de resíduos sólidos, que corresponde a 2,52% dos 119 povoados existentes no município, ficando 116 povoados sem acesso a este serviço.

Fazendo o cálculo com base no total de habitantes da zona urbana foram atendidos em torno de 100% que corresponde a aproximadamente a 24.500 habitantes da zona urbana. Conforme estimativa planilha (MMA), e aproximadamente 2.814 habitantes que representa aproximadamente 12% da população rural, ficando assim um percentual individual de 0,432 kg/dia de resíduos sólidos doméstico produzidos por pessoa. Existem 5 (cinco) bota-fora os quais não estão sendo contabilizado para esse estudo, cerca de 2 (dois) são periodicamente limpos pela prefeitura e encaminhado os resíduos para o aterro sanitário da empresa Titara.

2.8.2 Estudo de caracterização O sistema de coleta de resíduos sólidos convencionais é realizado por meio do sistema porta a porta e é dividido em 5 roteiros de coleta (manhã das 07h às 11h e tarde das 14 às 17h), no qual cerca de 100% dos moradores da cidade e de 3 (três) povoados citados anteriormente são beneficiados por este deste serviço. No caso dos 88% restantes da zona rural que corresponde aproximadamente a 17.477 habitantes da zona rural, não são atendidas pela coleta realizada pela empresa CGA – Titara.

Para realização dos serviços os funcionários utilizam os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI’s): sapatão, uniforme com faixas refletivas e luvas nitrílicas.

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Figura 19: Coleta dos resíduos feita pela empresa CGA – Titara

Fonte: Prefeitura Municipal.

No entanto, os 7% dos domicílios da zona urbana que não são atendidos pelo serviço de coleta nos últimos 2 (meses) devido à chuva interromper a passagem do caminhão compactador, estão depositando os resíduos em bota-fora. Na figura 38 a 49 é apresentado mapas dos locais de bota-fora existentes no município.

Quanto a caracterização dos resíduos sólidos do município, podemos elencar as seguintes características:  Não existe coleta seletiva;  A prefeitura é responsável pela coleta e destinação final dos Resíduos de Serviço de Saúde de todos empreendimentos relacionado a saúde.  100% domicílios urbano dispõe de coleta de resíduos sólidos domiciliares;  88% domicílios rural não dispõem do serviço de coleta de resíduos sólidos domiciliares;  17,9% do resíduo sólido (domiciliar) produzido pelo município é seco, e 44,6% é úmido;  A política de logística reversa não foi implantada no município;  O tratamento de esgoto é inexistente, ainda que o IBGE indique que 7,2% do esgoto sanitário é tratado, o trabalho de campo mostrou que a destinação é “in

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natura”, e na maioria dos casos, diretamente nos riachos e, especialmente, no rio Itapecuru;  O tratamento dispensado aos resíduos industriais é nulo;  Os resíduos da construção civil são descartados em terrenos privados e públicos, sendo não possuem licença ambiental;  Não há recolhimento ou disposição final correta registrada de animais mortos;  Falta efetivação do recolhimento ou destinação correta dos resíduos sólidos da área da saúde.

Também se faz necessário considerar que segundo a Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB (IBGE/SIDRA) o município possui apenas um (01) catador de resíduos sólidos, embora, na pesquisa de campo foi observado a existência de cerca de vinte e cinco (25) catadores que estiveram na função até o ano de 2014, e que com a desativação do lixão, tais profissionais ficaram sem ocupação/renda, ou migraram para outras atividades e outros foram fazer coleta de resíduos no lixão da cidade mais próxima localidade Bacabeira.

2.9 ESTUDO GRAVIMÉTRICO Segundo Estudo de Caracterização (Gravimetria) dos resíduos, denominado: “mapeamento e caracterização dos resíduos sólidos urbanos do município de Rosário” realizado no período de 29 de janeiro a 02 de fevereiro/2018 por equipe especializada e estagiários. As características dos resíduos são demonstradas no gráfico abaixo.

Gráfico 11: Apresentação dos resultados da caracterização dos Resíduos Sólidos da coleta convencional.

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Rejeitos 38% Matéria Orgânica 45%

Chinelo/Borracha 0,26% Logistica Reversa 0,4% Papel/Papelão Vidro PET Metal Plástico geral 7% 1% 0,07% 0,32% 9%

Fonte: Prefeitura Municipal, (2018).

Durante os estudos e pesquisas de campo para a elaboração deste plano, foi possível caracterizar os resíduos sólidos gerados pela população rosariense a partir do Estudo Gravimétrico.

A especificação dos parâmetros estudados é apresentada pela composição gravimétrica (gravimetria), que traduz o percentual de cada componente ou fração existente em relação ao peso total da massa de resíduos. Existe grande variabilidade nas tipologias de resíduos, determinadas de acordo com o objetivo do estudo e isso é expresso em porcentagem em peso (% em peso).

O estudo de caracterização (Gravimetria) foi realizado no Aterro Sanitário CGA - Titara, durante uma semana, nos dias 29, 30, 31 de janeiro e 01 e 02 de fevereiro de 2018, a caracterização de 15 amostras, que representa 100% dos domicílios da zona urbana e 7% da dos povoados (zona rural) que foram feitos a coleta de resíduos sólidos do município.

As amostras foram obtidas por meio do sistema de coleta convencional feita pela empresa CGA – Titara, que presta serviço para o Município. A escolha dos roteiros amostrados foi definida de acordo com a planilha elaborada pela empresa CGA - Titara, os quais

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116 indicaram as localidades que se faziam as coletas diárias, fazendo assim o estudo gravimétrico de todo resíduos coletado no município de Rosário.

Foram trabalhadas, amostra de 04 (quatro) caminhões compactados da zona urbana e 01 (um) coleta no povoado Itamirim zona rural, e 01(uma) caçamba com procedência da localidade São Simão zona rural. Ao todo foram 05 (cinco) rotas de coleta adotadas pela prefeitura e coletada pela CGA –Titara. As amostras pesavam um média de 12.703,33 toneladas com volume de 12 m³ cada, sendo que foram analisada 0,042%, que equivale a 523,82kg, todo processo foi analisado obedecendo a NBR ABNT 10.007 (2004), com adaptações necessárias de acordo com a disponibilidade de local, equipamentos e profissionais: após pesagem bruta do veículo, foi feito a descarga na manta, e o veículo novamente pesado; em seguida foi feito o primeiro quarteamento, os dois quartis selecionados retirados para a novo quarteamento, com o auxílio das pás, enxadas, gadanhos, carros de mão e posteriormente o restante foi retirado com a ajuda do trator de esteira para disposição final. Figura 20: Estudo gravimétrico realizado nas instalações da Empresa CGA – Titara

Fonte: Prefeitura Municipal, (2018).

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Após esse procedimento, os resíduos de cada quartil opostos (1 e 4 ou 2 e 3) foram descartados e removidos, para disposição final; feito isto, novamente os quartis foram mesclados entre si, seguidos de outra etapa de quarteamento. Após quatro quarteamento foram então misturadas as partes e homogeneizados e selecionados mais uma vez dois quartis opostos (1 e 4 ou 2 e 3) havendo o rompimento das sacolas, os dois quartis não selecionados foram retirados para a disposição final com a ajuda do trator de esteira; logo em seguida foram colocados e 03 (três) tambores para servir de amostra representativa. Em seguida foram levados para etapa de triagem dos resíduos de acordo com a diretriz de segregação estabelecida (qualitativa) e classificação (quanti-qualitativa).

Figura 21: Estudo gravimétrico realizado nas instalações da Empresa CGA – Titara

Fon

Fonte: Prefeitura Municipal

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Após a triagem e classificação foi seguida a pesagem dos materiais discriminadamente (gravimetria) de acordo com sua classificação a partir dos seguintes subgrupos:

 Matéria orgânica (restos de alimentos, casca de frutas, sementes, etc);  Papel e papelão;  Metais (alumínio, latas, fios de cobre, etc.);  Plástico (embalagens, sacolas coloridas, sacolas brancas, PET, laminados, etc.);  Vidros (garrafas, potes)  Rejeitos;  Pilhas alcalinas;  Borracha (pedaços de pneus, rodos, chinelos, etc.);  Embalagens longa vida (tetra pak);  Cerâmica (sendo mais os objetos de porcelana);  Terra (principalmente resultante de varrição);  Podas de árvores (predominando os restos de plantas).

Todas as atividades foram rigorosamente acompanhadas pela equipe de funcionários públicos, engenheira ambiental, gestora ambiental e por dois graduandos do Curso de Engenharia Ambiental. Em seguida os dados foram lançados em planilhas específicas gerando, deste modo, a caracterização dos resíduos presentes neste plano.

A pesquisa restringiu à caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos sólidos urbanos (04 amostras) urbana, e (01 amostras) rural, porém, não se estendeu à caracterização físico-química e/ou microbiológica dos mesmos.

2.9.1 Resultados individuais dos resíduos sólidos Os dados a seguir representam o resultado do estudo gravimétrico dos resíduos encaminhados ao aterro, bem como do estudo auxiliar, fora do aterro, para a identificação dos resíduos que não são recebidos no mesmo, mas que carecem de disposição final, como animais mortos de pequeno porte, folhas, galhos, óleos e resíduos da construção civil, entre outros.

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Ressalta-se, que o presente estudo de composição gravimétrica não resulta em dados estatísticos. Para tanto, seria necessário um número maior de amostragens realizadas sistematicamente em diferentes períodos do ano, as quais contemplassem as dimensões do serviço de coleta do Município e assegurassem que a composição física dos resíduos não fosse influenciada por fatores temporais.

2.9.2 Análise qualitativa dos resíduos caracterizados As amostras no período do estudo foram processadas no Aterro Sanitário da empresa CGA - Titara com auxílio dos próprios funcionários da prefeitura, que foram 05 (cincos) garis, 02 (dois) servidores da prefeitura alocados na Secretaria de Meio Ambiente, 01(um) da Secretaria de Comunicação e 02 (dois) voluntários, englobou 100% da zona urbana e dos 100% dos setores domiciliares do Município e 7% dos domicílios da zona rural. Cada subamostra foi espalhada sobre uma manta devidamente preparada para a separação dos materiais, nos seguintes subgrupos:

Avaliando os dados da pesagem dos resíduos verificou-se 523,82 kg de RSU, produzidos por uma população amostral de 25.300 habitantes, representando uma geração per capita de 0,43 kg/dia, um pouco abaixo da média estabelecida por Monteiro et al (2001) para municípios com população urbana entre 30 a 500 mil, a qual é de 0,5 a 0,8 kg/hab./dia.

Atualmente que uma média de 11,80 toneladas de Resíduos Sólidos Urbano são destinadas diariamente ao Aterro Sanitário da empresa CGA - Titara, perfazendo 82,59 ton/semana e 4.494,97 ton/ano. Desta forma, considerando-se a população total do Município, estima-se que cerca de 20,70 ton são produzidas diariamente pela população de Rosário, incluído a população total.

O desperdício de alimentos tem-se mostrado uma prática no Brasil, de acordo com Pereira Neto (2007), a taxa em torno de 64% para matéria orgânica disposta em aterros ou lixões. No município de Rosário, observou-se uma quantidade significativa de matéria orgânica (Tabela 24) nas amostras coletadas, configurando um percentual de 44,92%, caracterizada principalmente por restos de alimentos e casca de frutas, ficando o município bem próximo à média brasileira.

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Um fator importante verificado na determinação gravimétrica do presente estudo foi a quantidade de casca e caroços de bacuri (Platonia insignis) e casca e caroços pequi (Caryocar brasiliense), que compõe os lixos domiciliares coletados, sendo este componente representativo na composição da matéria orgânica resultante desse estudo, fato que pode ser explicado pela época de maturação da fruta na região.

Figura 22: casca de bacuri e caroços de pequi.

Fonte: Prefeitura Municipal.

Tabela 24: Composição Gravimétrica do município de Rosário.

Tipos de Resíduos Massa (kg) Participação na massa (%) Matéria Orgânica 235,30 44,92% Papel/Papelão 37,20 7,10% Plástico geral 46,63 8,90% PET 0,35 0,07% Metal 1,70 0,32% Vidro 2,30 0,44% Logística Reversa 2,09 0,40% Chinelo/Borracha 1,35 0,26% Rejeitos 196,90 37,59% TOTAL 523,82 Fonte: Prefeitura Municipal, 2018.

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Observou-se no município de Rosário um porcentual elevado para os plásticos geral (8,90%), quando comparados a média brasileira (7%) e de outros municípios citados por Pereira Neto (2007), conforme Tabela 24, que ilustra os dados de Rosário, obtidos no presente estudo. O plástico é um componente representado principalmente pelas sacolas plásticas, conhecidas como de “sacolas de supermercados”. Segundo Pinto (2000), os plásticos em aterros dificultam a compactação dos resíduos e prejudicam a decomposição dos materiais passíveis de apodrecer, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de líquido e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica.

Podemos observar que a quantidade de metais (latinhas 0,03%), só não foi maior devido à existência de catadores informais, que fazem a coleta e venda desses materiais, principalmente Pets e latas de cerveja ou refrigerante sua fonte de renda. No município de Rosário não existem locais de compras desses materiais recicláveis, no entanto, conforme pesquisa realizada, alguns dos moradores que trabalhavam no lixão até 2014, passaram a fazer esse trabalho no município próximo, em Bacabeira, e consequentemente levam o material de Rosário para vender junto com o material recolhido no lixão de Bacabeira.

O papelão e o papel representaram 7,10% dos resíduos encaminhados ao aterro sanitário CGA – Titara. Pois, parte desse material ao contrário de metais e plásticos, geram mais volume dificultando a catação e armazenamento, devido à ausência de comércio local, que se interessa pela compra e reciclagem desse material. No entanto, existe um ponto de compra de papelão que pertence ao senhor Jorge do Bingo.

O vidro representou 0,44% do lixo gerado em Rosário. Este material não é biodegradável, podendo levar até 1000 (mil) anos para se decompor. Segundo CEMPRE (2018), cerca de 47% das embalagens de vidro foram recicladas em 2011 no Brasil, somando 470 mil ton/ano. Desse total, 40% é oriundo da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10% do "canal frio" (bares, restaurantes, hotéis etc) e 10 % do refugo da indústria. No entanto, no município de Rosário não é feito qualquer seleção e coleta de vidros, pois não existe empresa interessado neste produto atuando no município.

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O percentual médio dos RSU identificados como “chinelo e borracha” (0,26 %), que incluiu borracha, chinelo, câmara de pneu de bicicleta, rodo, etc. Os rejeitos (Fraldas, absorventes, papel higiênico, sacolas com merda), ou seja, o que em geral são materiais que não pode ser reaproveitado e nem reciclados foram de 37,59%.

Com a análise da composição gravimétrica foi possível verificar que dos resíduos gerados, 17,49% representam a porção do Resíduos Sólidos Urbano que pode ser reciclada, que são os plásticos, papel, papelão, vidro e borracha.

Nessa análise, deve-se considerar também a sazonalidade, que pode ter influenciado a caracterização, já que nessa época do ano ocorre o período de férias escolares, que pode contribuir para uma menor geração de papéis, assim como são observadas temperaturas ambientes mais elevadas e chuvas, que pode ocasionar para uma maior geração de matéria orgânica, como também época de frutas com caroços grande que podem elevar a massa do valor da matéria orgânica.

2.9.3 Análise quantitativa dos resíduos caracterizados No município de Rosário são produzidas cerca de 11,80 toneladas/dia de resíduos sólidos urbanos, como já fora mencionado anteriormente, os quais são coletados pela empresa privada responsável pela coleta e disposição final no município CGA - Titara, por meio de contrato de parceria celebrado com a Prefeitura Municipal de Rosário. Os resíduos são coletados por meio de coleta porta a porta.

Para a quantificação dos resíduos a serem destinados à empresa CGA – Titara, foram utilizados dados da própria empresa, no período compreendido entre 2016 e 2017. A Tabela 24 observa-se a quantidade de lixos recicláveis que são descartados anualmente e o que isso representa em termos econômicos.

Com relação ao papelão, por exemplo, pode-se estimar que por ano sejam descartadas em torno de 163.763 kg. Conforme cotação feita em sites especializados em preços de recicláveis, esse quantitativo representa cerca de R$ 31.115,14/ano. Estima-se ainda que seja desprezado cerca de 372.145 kg de plástico, 136.919 kg de papel e 1.216 kg de latinhas representado, respectivamente, R$ 197.237,05, R$ R$ 19.296,43 e R$ 4.621,41.

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Tabela 25: Estimativa de alguns materiais descartados anualmente em Rosário e seu potencial econômico.

Descrição kg/ mês kg/ano R$/ano Papelão 13648,03286 163776,3944 R$ 31.117,51 Latinha 101,3467787 1216,161344 R$ 4.621,41 Plásticos 31012,11428 372145,3713 R$ 197.237,05 Borracha 337,8225956 4053,871148 R$ 1.013,47 Pet 236,4758169 2837,709803 R$ 2.837,71 Papel 11485,96825 137831,619 R$ 19.296,43 Alumínio 776,9919699 9323,903639 R$ 21.072,02 Cobre 67,56451913 810,7742295 R$ 5.837,57 Total R$ 283.033,18 Fonte: Prefeitura Municipal, 2018.

Ressaltando que no município existem catadores de papelão e latinhas que são itens de grande valor econômico e mercado maior. No entanto, como observou-se no estudo gravimétrico os produtos destacados ainda tem uma grande quantidade de destinação incorreta, prejudicando a economia do município.

De acordo com os dados obtidos, observa-se a viabilidade de um programa de reciclagem, que dentre outros, favoreça e facilite a interceptação desses materiais, antes que chegue ao local de disposição final. Segundo Monteiro et al. (2001), entre as alternativas de tratamento ou redução dos resíduos sólidos urbanos, a reciclagem é aquela que desperta o maior interesse na população, principalmente, por seu forte apelo ambiental e geração de recursos a famílias de baixa renda.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o problema ambiental gerado pelos resíduos sólidos é de difícil solução, principalmente porque a maior parte das cidades brasileiras apresenta um serviço de coleta que não prevê a segregação dos resíduos na fonte. Em muitas cidades é comum observar hábitos de disposição final inadequados de resíduos sólidos, na qual esses resíduos vão se amontoando indiscriminada e desordenadamente, muitas vezes em locais indevidos como: lotes baldios; margens de estradas; margens de lagos e rios. Vale a pena ressaltar que no

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124 presente estudo não foram quantificados os resíduos dispostos em terrenos baldios, o que, se realizado, elevaria todas as estimativas realizadas nesse trabalho.

2.10 DESCRIÇÃO DA SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO O gerenciamento dos resíduos sólidos abrange as etapas de geração/segregação, acondicionamento, coleta, transporte, reaproveitamento (dependendo do tipo de resíduo), tratamento e destinação final.

Os itens a seguir contemplam as etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos do município de Rosário.

2.10.1 Resíduos sólidos domiciliares recolhidos pela coleta convencional O acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares destinados à coleta convencional é realizado pelo gerador em embalagens plásticas “sacolas plásticas de supermercado”, no qual são colocados todos os resíduos sólidos gerados sem segregação.

De acordo com o Plano de Municipal de Saúde (2018/2021), em 2012 as formas de disposição final eram:

Tabela 26: Resíduos Sólidos coletados no município de Rosário. FORMAS DE COLETA DOS RESÍDUOS Nº DE FAMÍLIAS LIXO COLETADO 4724 LIXO-QUEIMADO/ENTERRADO 2184 LIXO-CÉU ABERTO 2652 TOTAL 9560 Fonte: Plano Municipal de Saúde – 2018/2021

Com a instalação da empresa CGA – Titara, essa realidade mudou. Com isso o município passou a dar uma disposição final aos resíduos sólidos urbanos. No entanto, não estar de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos do que diz respeito a destinação final, obedecendo os critérios que impõe a responsabilidade compartilhada (poluidor-pagador), pelo ciclo de vida dos produtos, do reconhecimento do resíduo como bem econômico e de seu valor social, do direito à informação e ao controle social, entre outros aspectos,

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125 assim como prioriza a não-geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final adequada dos rejeitos como princípio básico da gestão de resíduos sólidos.

2.10.2 Operação da coleta convencional feita pela empresa CGA -Titara A coleta convencional tem abrangência domiciliar que cobre 100% dos domicílios da zona urbana e a coleta está estruturada em dois setores de alternância. A coleta é sempre realizada no período diurno, como volume médio total coletado de 82,59 toneladas por semana. Infraestrutura da Empresa CGA – Tirara é composta por:  Área administrativa;  Refeitório;  Portaria;  Balança de entrada e saída;  Área para a retirada de lonas e inspeção de resíduos;  Célula impermeabilizada;  Estação de tratamento de percolados;  Oficina mecânica.

A coleta é realizada diariamente, exceto aos domingos, de forma manual, domiciliar, porta a porta, em período diurno. São divididos em 2 (dois) setores e em dias alternados. Setor 1: segunda, quarta e sexta; Setor 2: terça, quinta e sábado. Sendo que, setor 1- é percorrido um total de 80 km e Setor 2 – é percorrido o total de 2,71 km.

Com o total de:  01 Caminhão compactador (capacidade máxima de carga de 10 toneladas (20m3);  01 motorista;  01 encarregado;  04 coletores. Usam as ferramentas:  vassouras;

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 pá;  material de EPI.

A metodologia de trabalho executada pode ser assim ser descrita:

 Os coletores pegam e transportam os recipientes com precaução, esvaziando-os completamente, com os cuidados necessários para não os danificar e evitar a queda dos resíduos nas vias públicas;

 Os coletores pegar e transportam os resíduos que estiverem em sacolas e sacos de lixo com cuidado redobrado e sempre afastado do corpo;

 É vedado transferir o conteúdo de um recipiente para outro ou projetá-lo de um coletor a outro, bem como atirá-lo de volta ao passeio;

 O vasilhame vazio, quando for o caso, deve ser recolocado onde se encontrava, de pé; e todas as operações deverão ser executadas com o mínimo de ruído possível e sem ruído e sem danificar os recipientes.

Ao completar sua rota o caminhão compactado vai direto para o Aterro Sanitário da Empresa CGA - Titara, que está localizado no município, situado na Fazenda Arapixi, SN, Zona Industrial, Buenos Aires, Rosário – MA.

Na tabela 27 é possível observar o detalhamento das localidades atendidas pelos roteiros de coleta convencional objeto da amostra. A identificação dos roteiros apresentada é a utilizada pela empresa CGA – Titara.

Tabela 27: Detalhamento dos roteiros convencionais amostrados.

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PROGRAMAÇÃO DE COLETA DE RSU SETOR 1 SETOR 2 Logradouro Frequência Logradouro Frequência R General Lott Seg/qua/sex R. General Lott Ter/ qui/sab Rotatória Seg/ qua/sex R. quatro Ter/ qui/sab Av.Tiradentes Seg/ qua/sex Av. Ivar Saldanha Ter/ qui/sab Tv Coronel Jose leite Seg/ qua/sex R. Um Ter/ qui/sab R Doutor Jose Domingues Seg/ qua/sex R. Sete Ter/ qui/sab Tv Treze de Maio Seg/ qua/sex Av. circular Ter/ qui/sab Av. Vitorino Freire Seg/ qua/sex R. Prof. Possidônio Ter/ qui/sab Monteiro R. Heráclito Nina Seg/ qua/sex Av. Vitorino Freire Ter/ qui/sab TV da Balaiada Seg/ qua/sex Tv São Sebastião Ter/ qui/sab R. Urbano Santos Seg/ qua/sex R. São Sebastião Ter/ qui/sab R. Coronel Henrique Rocha Seg/ qua/sex R. Dois Ter/ qui/sab R. Coronel Augusto Rocha Seg/ qua/sex R. Eurico Macedo Ter/ qui/sab R. Câmara Lima Seg/ qua/sex Tv Treze de Maio Ter/ qui/sab Tv Professor Joaquim Seg/ qua/sex R. Coronel Henrique Ter/ qui/sab Santos Rocha Tv Estefânio Saldanha Seg/ qua/sex R. Nova Ter/ qui/sab R. Antônio Proença Seg/ qua/sex R. São Jose Ter/ qui/sab R. Trizidela Seg/ qua/sex R. do Girassol Ter/ qui/sab BC Manoel Maria Seg/ qua/sex R das Hortênsias Ter/ qui/sab Tv.Vitorino Freire Seg/ qua/sex R. das orquídeas Ter/ qui/sab Tv Heráclito Nina Seg/ qua/sex Tv da Cohebe Ter/ qui/sab Tv Militão Seg/ qua/sex Tv. Onze Ter/ qui/sab R Jadiel Carvalho Seg/ qua/sex R. Dez Ter/ qui/sab Rod BR 402 Seg/ qua/sex R. Cinco Ter/ qui/sab Retorno Seg/ qua/sex R. Carlindo Câmara Ter/ qui/sab Lima Tv Vinte e oito de julho Seg/ qua/sex Av. Um Ter/ qui/sab R. Nova Seg/ qua/sex R. Três Ter/ qui/sab R. Lilomento Rabelo Seg/ qua/sex R. da maça Ter/ qui/sab Tv da Conceição Seg/ qua/sex R. da Faixa Ter/ qui/sab Tv Joao de Melo Seg/ qua/sex Estrada p/ São Miguel Ter/ qui/sab R. Jose Machado Seg/ qua/sex Rotatória Ter/ qui/sab Tv. Dos Remédios Seg/ qua/sex R. Frei Caetano Ter/ qui/sab R. Frei Caetano Seg/ qua/sex R. Seis Ter/ qui/sab Tv. Tobias Coelho Seg/ qua/sex Tv. Da Faixa Ter/ qui/sab Bc Madalena Seg/ qua/sex Tv do Entroncamento Ter/ qui/sab Bc do Amor Seg/ qua/sex Rod BR 402 Ter/ qui/sab

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R. Carlindo Câmara Lima Seg/ qua/sex Av. Tiradentes Ter/ qui/sab Tv Tiradentes Seg/ qua/sex R. do Rumo Ter/ qui/sab R. Jose Viegas Seg/ qua/sex R. Santa Teresa Ter/ qui/sab R. Jorge Bohaid Seg/ qua/sex R. Santo Antônio Ter/ qui/sab R. Miguel dos Anjos Seg/ qua/sex V. Domingos Ter/ qui/sab R. do Januário Seg/ qua/sex R. Oito Ter/ qui/sab Acesso Seg/ qua/sex R. Nove Ter/ qui/sab Tv Doutor Jose Domingues Seg/ qua/sex Av. Dois Ter/ qui/sab R. do Entroncamento Ter/ qui/sab R. Santa Luzia Ter/ qui/sab Av. Três Ter/ qui/sab Tv João de Melo Ter/ qui/sab Vitamar Ter/ qui/sab R. Malissa Ter/ qui/sab R. Agripino B Ribeiro Ter/ qui/sab R. J Pereira Ter/ qui/sab R. São Sebastiao Ter/ qui/sab Aquino R Dina Ter/ qui/sab Tv Bom Jesus Ter/ qui/sab Tv Joao de Sousa Ter/ qui/sab R. Nossa Senhora de Ter/ qui/sab Rosário R. do Caminho Ter/ qui/sab Tv do Cemitério Ter/ qui/sab V Dina Ter/ qui/sab Tv Pequizeiro Ter/ qui/sab

Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

Ao chegar ao local de destinação, o motorista estaciona o caminhão compactador na balança para pesagem e posteriormente se encaminha para o aterro onde os resíduos são dispensados, voltando em seguida para nova pesagem do caminhão, e, quando necessário, reinicia o processo de coleta, para completar a rota diária. A relação dos bairros atendidos por dia de semana e por turno é apresentada na Tabela 28.

Conforme descrito pela Empresa CGA – Titara existe a dificuldade de fazer a coleta em:

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 Pontos comerciais, pois não possuem lixeiras adequadas, nem segregação de resíduos;  Local de difícil acesso, como por exemplo ruas na qual o caminhão compactador não tem como fazer a manobra;  E os descartes irregular de resíduos em vias públicas.

Tabela 28: Detalhamento dos roteiros convencionais amostrados por turnos. PROGRAMAÇÃO DE COLETA DE RSU MANHÃ MANHÃ SEG/QUA/SEX TER/QUI/SAB CENTRO MALVINAS ITAMIRIM(SEX) - Rural IVAR SALDANHA ARGENTINA CORRENTE CIDADE NOVA JARDIM RECREIO SÃO MIGUEL(QUA) - Rural VALE BOA ESPERANCA BARREIRO TARDE TARDE SEG/QUA/SEX TER/QUI/SAB SÃO SIMÃO _ Rural BACURAL PRATA VILA PEREIRA Fonte: CGA – Titara, 2018

Figura 23: Ilustra a distribuição espacial das localidades atendidas pela empresa CGA – Titara e consequentemente para a seleção das amostras.

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Fonte: CGA – Titara, 2018

2.10.3 Educação Ambiental A Empresa CGA - Titara realiza programas de Educação Ambiental e relação pública com a comunidade por meio de palestras aos alunos nas visitas ao aterro, treinamentos aos funcionários, curso de capacitação em Educação Ambiental e Gestão de Resíduos, tal como o realizado com os professores indicados pela Secretaria Municipal de Ensino de Rosário. Com a comunidade entorno são feitas palestras de esclarecimentos sobre as atividades desenvolvidas na operação do aterro para que seja mantida a melhor relação de convívio, além das palestras de educação ambiental, são realizadas campanhas de saúde preventiva, visitas ao empreendimento e apoio em ações sociais, culturais e religiosas.

2.10.4 Resíduos de serviços de saúde De acordo com a RDC 306/2004 da Anvisa, a segregação dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde (RSS) é obrigatória no momento e local de sua geração, de acordo com

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131 as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Todas as unidades geradoras de RSS devem possuir um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), baseado nas características dos resíduos gerados, estabelecendo todas as diretrizes de manejo dos diferentes grupos dos Resíduos Sólidos Saúde (RSS). A elaboração e implementação do Plano são condicionantes para que a unidade de saúde possua seu Alvará Sanitário para funcionamento da unidade. O município conta com 18 Postos de saúde, abaixo listados:

Tabela 29: Postos públicos existentes no município de Rosário. Nº POVOADOS Nº POVOADOS 1 Curral Velho 9 Salva Terra 2 Social do Paraiso 10 Buenos Aires 3 Cidade Nova 11 Val Paraiso 4 Vila Itamar 12 Val Paraiso 5 Vila Bacural 13 Itaipu 6 São Simão 14 São João do Rosário 7 Povoado Itamirin 15 Lentel 8 Santa Luzia Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

Privado:  Clínica Nossa Senhora do Rosário;  Laboratório Sandro Leite;  Consultórios Odontológicos.

Estas unidades não possuem Alvará Sanitário.

Ainda não foram elaborados os PGRSS das unidades de saúde municipais e privadas, havendo necessidade de elaboração destes planos para todas as unidades de saúde existentes no município, a partir da sanção Lei de Resíduos Sólidos.

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Algumas unidades de saúde conforme vistorias realizadas in loco, pode-se observar que há deficiências de recipientes adequados para armazenamento temporário dos resíduos e de sacos plásticos com as devidas identificações para acondicionamento dos mesmos.

Algumas unidades utilizam sacos plásticos de coloração e identificação inadequados, por não disporem dos corretos, e com isto correndo o risco de o resíduo receber o destino final equivocado para seu grupo. Ainda, em todas as unidades não existem depósitos e recipientes estanques para acondicionamento dos resíduos até o momento da coleta, de forma a evitar que fiquem em contato direto com o chão.

Os armazenados dos resíduos devem ser em depósitos temporários externos até o momento da coleta. No entanto, segundo informações nenhuma das unidades de saúde contam com depósito temporário de RSS, como também não dispõem de recipiente estanque para acondicionamento dos resíduos, sendo estes acondicionados diretamente sobre o piso, em desacordo com as exigências da RDC nº 306/2004 da ANVISA.

2.10.5 Coleta de resíduos de serviços de saúde gerados na rede pública Segundo informações repassadas pela Secretaria de Infraestrutura do Município, o órgão público que fiscaliza as empresas é a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) que emite a licença ambiental de operação; a vigilância sanitária municipal emite os alvarás sanitários de funcionamento.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2012), o indicador médio para estimar a quantidade de RSS coletados, é 4.9 kg/1.000 hab/dia.

Os resíduos de serviço de saúde ficam armazenados em depósitos temporários. As unidades de saúde privados, são responsáveis pela coleta, transporte e destino final dos RSS de suas unidades, por meio da contratação de empresas especializadas para prestação destes serviços, no entanto, atualmente que presta esse serviço é a prefeitura municipal de Rosário.

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2.9.6 Resíduos de construção civil O município não possui Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição.

Este tipo de resíduos tem predomínio dos materiais trituráveis como restos de alvenarias, argamassas, concreto e asfalto, além do solo, todos designados como RCC classe A, que responde por 80% da composição típica do material. A maior parte desses resíduos vem sendo depositado em bota-fora e em terrenos baldios.

Conforme dados do Plano Estadual de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos (PEGIRS/MA), que informaram ao questionário da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão - FAMEM (2012), a geração de resíduos da construção civil do município de Rosário é 200 ton/mês. No entanto, conforme diagnostico dos resíduos sólidos da Construção Civil (2012), o valor médio de RCC coletado é cerca de 110t por 1000 hab/ano. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura o volume de resíduo gerado no município é de 7500m³ dia, com o total de 225 ton/mês. Partindo dessa informação foi feito a projeção para os próximos 20 anos. Conforme tabela abaixo.

Tabela 30: Geração mensal conforme indicador municipal. GERAÇÃO TOTAL DE RESÍDUOS CONFORME INDICATIVO DA SECRETARIA DE ANO INFRAESTRUTURA DO MUNICÍPIO SEMANA DIA (20) ANO (Ton.) MÊS (Ton.) (kg) 2018 2700,02 225,00 900,01 11,25 2019 2717,20 226,43 905,73 11,32 2020 2734,38 227,87 911,46 11,39 2021 2751,56 229,30 917,19 11,46 2022 2768,75 230,73 922,92 11,54 2023 2785,93 232,16 928,64 11,61 2024 2803,11 233,59 934,37 11,68 2025 2820,29 235,02 940,10 11,75 2026 2837,47 236,46 945,82 11,82 2027 2854,65 237,89 951,55 11,89 2028 2871,83 239,32 957,28 11,97 2029 2889,01 240,75 963,00 12,04 2030 2906,19 242,18 968,73 12,11 2031 2923,37 243,61 974,46 12,18 2032 2940,55 245,05 980,18 12,25 2033 2957,73 246,48 985,91 12,32

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2034 2974,92 247,91 991,64 12,40 2035 2992,10 249,34 997,37 12,47 2036 3009,28 250,77 1003,09 12,54 2037 3026,46 252,20 1008,82 12,61 2038 3043,64 253,64 1014,55 12,68 MÉDIA 60308,43 239,32 957,28 11,97 Fonte: Prefeitura Municipal.

Os geradores de resíduos de construção civil ficam responsáveis pela separação dos resíduos de construção em suas diferentes classes nos locais de geração. Os resíduos equiparados aos domiciliares geralmente são destinados à coleta pública – convencional da Secretaria de Infraestrutura que atende a localidade onde está ocorrendo a obra.

No município de Rosário existem alguns pontos de descarte irregulares de resíduos de construção civil, em virtude da falta de um programa voltado aos pequenos e grandes geradores, que dê as diretrizes sobre o que cada gerador deve fazer com seus resíduos. As pessoas acabam se “livrando” dos resíduos colocando-os em terrenos baldios ou distantes da área urbana, conforme figura 44.

No entanto, a partir da elaboração desse Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) junto com a elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição, as construções de obras estarão sujeitas a licenciamento ambiental, o empreendedor ficará obrigado a elaborar e implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção de uma obra e apresentá-lo à Secretaria de Infraestrutura. A elaboração do (PGRCC) é condicionante para a obtenção da Licença Ambiental de Instalação (LAI) e a comprovação de sua efetiva implementação é condicionante para obtenção da Licença Ambiental de Operação (LAO). A comprovação se dará por meio de envio semestral de cópias dos Certificados de Transporte de Resíduos (CTRs), comprovando que contrataram empresas licenciadas e com destino final ambientalmente adequado.

Para as obras não sujeitas a licenciamento ambiental a exigência dos Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC) e das licenças na prefeitura funcionará como apresentado na Tabela 32.

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Tabela 31: Listagem das atividades que requerem a elaboração do PGRCC. ÁREA ACIMA DE ATIVIDADE ÁREA ATÉ 150m² 150m² Solicitar licença e elaborar o Solicitar licença da Plano de Gerenciamento prefeitura. Terraplanagem dos Resíduos da

Construção Civil

(PGRCC), quando necessário. Solicitar licença e Solicitar licença da elaborar Plano de prefeitura e Gerenciamento dos Reforma/demolição/construção comprovar a disposição Resíduos da Construção final. Civil (PGRCC).

Solicitar licença da prefeitura, Autorização Solicitar licença da Ambiental na e elaborar o prefeitura e comprovar Demolição Plano de Gerenciamento disposição final. dos Resíduos da

Construção Civil (PGRCC). Fonte: Prefeitura Municipal.

No documento de alvará e licença para as atividades de terraplanagem, reforma, demolição ou construção constará as condicionantes para comprovação do destino final dos resíduos. Se o empreendedor não entregar os documentos comprobatórios de implementação de seu PGRCC o processo passará para o setor de fiscalização que solicitará a apresentação dos mesmos no prazo de 10 dias. Caso contrário estará sujeito ao recebimento de multas. No entanto, no município existem muitas obras clandestinas, ou seja, não são legalizadas junto a prefeitura.

2.10.7 Resíduos volumosos (RV) O município de Rosário não possui programa de gerenciamento de resíduos volumosos. Estes resíduos são constituídos basicamente por material volumoso não removido pela coleta realizada pela empresa CGA - Titara, como: móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, e outros assemelhados não provenientes de processos industriais (NBR 15112:2004). Esses resíduos são muitas vezes descartados como RCC.

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Segundo estimativas de geração apresentadas pelo MMA (2012), a geração anual per capita dos RV no Brasil apontam o valor de 30kg/hab/ano. A partir deste indicador e população estimada em 42.314 pessoas (IBGE, 2017), o resultado para a estimativa de geração de RV em Rosário pode ser observada na Tabela 33.

Tabela 32: Estimativa de Geração de RV no município de Rosário. GERAÇÃO ANUAL MÉDIA DE RV INDICADOR NACIONAL ANO Geração per capita RV Geração RV Kg/hab.ano Ton/ano 2018 30 735.006 Fonte: Prefeitura municipal de Rosário, 2018.

Resíduos vegetais Os resíduos vegetais gerados no Município originam-se principalmente dos serviços de podas realizados pela Secretaria de Infraestrutura nas áreas verdes públicas e pela Companhia Energética do Maranhão S/A (CEMAR) na manutenção da rede elétrica; assim como dos serviços de jardinagem realizados nas residências e estabelecimentos comerciais.

A Secretaria de Infraestrutura e Companhia Energética do Maranhão S.A (CEMAR) fazem a remoção dos resíduos no momento da geração, por meio de caminhões caçambas, coletados e transportados até o local de disposição final, que é um terreno baldio conforme localização da figura 46.

2.10.7 Pneus O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) buscando nortear o gerenciamento dos resíduos industriais, ainda considerando a ausência de informações precisas sobre a quantidade, os tipos e os destinos dos resíduos sólidos gerados no parque industrial do país e que esses resíduos podem apresentar características prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, aprovou a resolução CONAMA Nº 313, de 29 de outubro de 2002 dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

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A Resolução CONAMA nº. 258, de 26 de agosto de 1999, dispõe sobre os pneumáticos inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente constituem passivo ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública. Esta Resolução determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. O Art. 3° define os seguintes prazos e quantidades para coleta e destinação final, de forma ambientalmente adequada, dos pneumáticos inservíveis de que trata esta Resolução. A resolução resolve ainda que os distribuidores, revendedores e consumidores finais de pneus, em articulação com os fabricantes, importadores e Poder Público, deverão colaborar na adoção de procedimentos, visando implementar a coleta dos pneus inservíveis existentes no País.

Coleta dos pneus O mesmo pneu velho que incomoda e ameaça à saúde da população nos aterros sanitários e lixões também pode garantir uma viagem tranquila pelas estradas do País, não rodando junto com os veículos, mas fazendo parte da própria via em que eles transitam. No entanto, no município de Rosário como nos muitos municípios existentes no Brasil a coleta adequada não existe.

2.10.8 Óleo de cozinha O município de Rosário não dispõe de um programa de recolhimento e reciclagem de óleo de cozinha. Vale ressaltar que não há controle sobre as quantidades de óleo de cozinha, sendo que conforme relatos é feito a disposição direto nas margens do Rio Itapecuru assim como todos os outros dejetos.

2.10.9 Eletroeletrônicos pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, e outros resíduos perigosos O município não dispõe de um programa de recebimento desses tipos resíduos voltados à população. Portanto, esses resíduos são encaminhados para o aterro sanitário da empresa CGA - Titara.

2.10.10 Embalagens de lubrificantes Além dos Postos de Abastecimento de Combustível, geram resíduos perigosos as oficinas mecânicas, as funilarias, as oficinas, entre outras, que nem sempre se constituem em

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138 empresas formais, somam mais 15 estabelecimentos prestando serviços deste tipo no município. No entanto, o município de Rosário não tem nenhum acordo setorial.

Os postos de abastecimento de combustíveis e oficinas particulares são responsáveis pela contratação de empresas especializadas para realização da coleta e destino final das embalagens de lubrificantes. Estas atividades comerciais estão sujeitas a licenciamento ambiental e devem realizar a comprovação de destinação final ambientalmente adequada dos resíduos perigosos gerados para a manutenção e renovação das licenças ambientais de operação - LAO. Conforme diretrizes da Agência Nacional de Petróleo – ANP e Resolução CONAMA 2073/2000, no caso dos postos de abastecimento, para efetivação da compra de combustível é necessária a apresentação da LAO para a distribuidora de combustível.

Atualmente, segundo informações constantes no Portal de Postos de Gasolina da Agência Nacional de Petróleo (ANP), existe no município 09 (nove) postos de abastecimento de combustível. Todos foram licenciados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA.

O Programa Jogue Limpo teve início em atendimento à Resolução CONAMA nº 362/2005, que estabelecia diretrizes sobre o recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado – OLUC. O sistema de logística reversa destes resíduos vem sendo estruturado desde o ano de 2005. O Acordo Setorial para a Implantação de Sistema de Logística Reversa de Embalagens Plásticas de Óleos Lubrificantes foi assinado em dezembro de 2012.

Conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura a prefeitura não possui oficina, não possui borracharia e não tem registro de oficinas existentes no município. Portanto, não fazem acompanhamento dos resíduos de embalagem de lubrificante.

2.10.11 Resíduos agrosilvopastoris Os resíduos agrosilvopastoris são aqueles gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades, como as embalagens de agrotóxicos.

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Segundo informações da prefeitura de Rosário, o município não possui agropecuárias, portanto, os lavradores compram na capital do Estado nas empresas autorizadas como: Comercial Agroveterinária LTDA e Terrazoo. A Prefeitura de Rosário, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, promove mutirão para recolhimento de embalagens de agrotóxicos. A ação é realizada em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), a Associação do Comércio Agropecuário do Piauí, (ACAPI) e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED).

De acordo com a Lei Federal nº 9.974/ 2000 e Lei Estadual nº 8.521, de 30 de novembro de 2006, as embalagens vazias de agrotóxicos e afins e respectivas tampas devem ser devolvidas pelo usuário em local devidamente autorizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais no prazo de até um ano contado da data da compra. De acordo com dados do Instituto Nacional de Embalagens Vazias de Agrotóxicos (Inpev), o Maranhão ocupa a 9ª posição entre os estados brasileiros e o segundo do Nordeste que mais destinam corretamente as embalagens. O estado possui duas Centrais de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, localizadas em Balsas e e um Posto de Recebimento em .

Conforme a Lei Estadual nº 8.521, de 30 de novembro de 2006, o endereço para devolução das embalagens vazias deve constar na nota fiscal de venda dos produtos e qualquer alteração de endereço deve ser comunicada ao usuário. As centrais ou postos de recebimento devem enviar semestralmente ao órgão estadual competente, relatório contendo as seguintes informações sobre o recebimento das embalagens vazias:

I - quantidade de embalagens lavadas recebidas;

II - quantidade de embalagens contaminadas recebidas;

III - quantidade total de embalagens recebidas.

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Ainda, no Art. 12 - As empresas titulares de registro, as produtoras e as que comercializam agrotóxicos e afins, são responsáveis pelo recolhimento, transporte e pela destinação das embalagens vazias, devolvidas pelos usuários nas unidades de recebimento, bem como dos produtos por elas fabricadas e comercializadas.

2.10.12 Resíduos sólidos industriais O município de Rosário atende algumas indústrias com o serviço de coleta domiciliar porta a porta recolhendo os resíduos não perigosos, equiparados aos domiciliares em suas características, independentemente do volume, mesmo não sendo responsabilidade do município, conforme a Lei Federal 12.305/2010. Esta Lei fixa o volume máximo de recolhimento de 200 l/dia, mas na prática não é observado.

Conforme o Art. 20 da Política Nacional Resíduos Sólidos (PNRS), as indústrias são responsáveis pela elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos e pela sua implementação, incluindo as etapas de segregação, coleta, transporte e destino final. A administração municipal não possui informações sistematizadas sobre os quantitativos de resíduos industriais gerados em Rosário.

Conforme estabelece a Resolução CONAMA Nº 313, de 29 de outubro de 2002, a realização do Inventário Nacional de Resíduos Industriais, que é o conjunto de informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias do país. De acordo com esta Resolução, as indústrias das tipologias previstas na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do IBGE, deverão no prazo máximo de um ano após a publicação da Resolução, ou de acordo com o estabelecido pelo órgão estadual de meio ambiente, apresentar a este, informações sobre geração, características, armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sólidos, de acordo com os anexos de I a III.

De acordo com IPEA no relatório Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Industriais no Brasil, elaborado em 2012, o estado do Maranhão não possui inventário disponibilizado para consulta pública.

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2.10.13 Resíduos sólidos cemiteriais

Os resíduos sólidos cemiteriais são formados por restos florais, vasos plásticos ou cerâmicos, resíduos de velas e seus suportes, resíduos de construção e reforma de túmulos e da infraestrutura bem como resíduos de caixões e roupas.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Infraestrutura, o município de Rosário possui 9 (nove) cemitérios, sendo 6 (seis) na zona rural e 3 (três) na zona urbana. Os resíduos provenientes das manutenções efetuadas nos cemitérios, como os resíduos provenientes de limpeza, tais como: restos de flores, vasos, etc, que são encaminhados todos os resíduos produzidos são encaminhados para o aterro sanitário da empresa CGA - Titara. Os resíduos que se assemelhem aos resíduos da construção civil são coletados e feita a disposição final pela Secretaria de Infraestrutura.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura é responsável pelas atividades em 6 (seis) cemitérios localizados na zona rural e a empresa contrata através de licitação é responsável pelas atividades realizadas em 3 (três) cemitérios localizados na Zona Urbana. A empresa que administra os cemitérios municipais, é responsável, dentre outras atividades, pelas obras de manutenção, limpeza e pintura dos cemitérios.

De acordo com a secretaria de Infraestrutura, não existe licenciamento ambiental dos cemitérios administrados pela mesma. No entanto, conforme estabelece a Resolução nº 335/2003 do CONAMA, os cemitérios deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental. Portanto, é obrigatória a elaboração e implementação de seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos e submissão ao órgão ambiental licenciador, comprovando ainda a forma de implementação dos mesmos para obtenção e renovação de suas licenças ambientais.

A Vigilância Sanitária informou que as funerárias não possuem licenciamento ambiental. No município de Rosário tem as seguintes funerárias:  Pax Rosariense Serviços Posturais – Rua Heráclito Nina, Centro, 2914;  Pax Nossa Senhora do Rosário. Deuzimar R. Ferreira ME - Rua Heráclito Nina, Centro, 2914;  Funerária Monte Sinai - Rua Câmara Lima, Centro, 598

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De acordo com a Resolução RDC ANVISA Nº 306, os resíduos gerados nestas unidades são considerados como resíduos de serviços de saúde, e devem ter seu destino adequado de acordo com os PGRSS elaborados e implementados por estes estabelecimentos, e aprovados pela vigilância sanitária municipal. No entanto, todo resíduo gerado atualmente é enviado para o aterro sanitário da empresa CGA – Titara.

2.10.14 Resíduos sólidos de saneamento No município de Rosário não existe Estação de Tratamento de Esgoto (lodo de ETE).

2.10.15 Resíduos sólidos de mineração A mineração é uma das atividades humanas que mais contribuem para a alteração da superfície terrestre, como pode ser observado nas várias atividades de mineração que ocorrem em no município de Rosário. As extrações das pedras, as etapas que contribuem para a degradação ambiental envolvem a lavra, o beneficiamento, a disposição dos rejeitos e o transporte das pedras.

2.10.16 Resíduos de serviços de transporte De acordo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Brasil, 2010), os resíduos de serviços de transportes compreendem os resíduos originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira.

No município de Rosário os serviços caracterizados como geradores de resíduos de serviços de transportes são: a Estação Rodoviária, localizada no Centro da cidade que recebe fluxo de linhas intermunicipais, estaduais e interestaduais. O órgão responsável é a secretaria de administração.

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Figura 24: Estação rodoviária do município de Rosário

Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

Segundo dados apresentados pela Secretaria de Infraestrutura, Trânsito e Transporte de Rosário a movimentação de passageiros que utilizaram o Sistema de Transporte Coletivo em 2017 foi aproximadamente de 3 (três) mil pessoas.

O Município não possui aeroporto, o mais próximo está localizado na capital do estado com a distância de 60,4 Km. Quanto ao transporte ferroviário, é somente de cargas. Não existem registros relativos à geração dos resíduos sólidos gerados na Estação Rodoviária de Rosário.

2.10.17 Resíduos especiais De acordo com a PNRS os resíduos especiais são objetos de logística reversa, esses resíduos são aqueles que em função de suas características tóxicas, radioativas e contaminantes merecem cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final, tais como: pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, óleos lubrificantes, pneus, embalagens de agrotóxicos e os radioativos.

Devido à ausência de dados primários sobre a geração destes resíduos no município de Rosário, foram adotados valores estimados de geração per capita disponível no Plano de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação, do Ministério do Meio Ambiente (Brasil,2012).

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Os valores obtidos para a geração média dos resíduos previstos na Logística Reversa são:  índice de geração de pneus igual a 2,9 kg/habitante/ano;  índice de geração per capita de pilhas igual a 4,34 unidades/habitante/ano;  índice de geração per capita de baterias igual a 0,09 unidades/habitante/ano;  índice de geração de lâmpadas fluorescentes igual a 4,0 unidades/domicílio/ano;  índice de geração de resíduos eletroeletrônicos igual a 2,6 kg/domicílio/ ano;

2.11 SERVIÇOS EXECUTADOS PELA SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA, E MOBILIDADE URBANA O serviço de limpeza pública do Município é realizado pela secretaria de Infraestrutura (SEINFRA). As quantidades de resíduos sólidos gerados nas atividades de limpeza pública como: limpeza de bocas de lobo, limpeza de ruas, etc., e destinadas ao aterro sanitário da empresa CGA – Titara.

A Secretaria de Infraestrutura possui setores diferenciados responsáveis por atividades voltadas à limpeza urbana do Município.

Tabela 33: Infraestrutura da SEINFRA. FUNÇÃO QUANT Secretário Municipal 01 AOSD - Sistema de Abastecimento de água na zona rural 04 AOSD – Cemitério Público da Zona Rural 06 Auxiliar administrativo 02 Eletricista 04 Encanador 01 Encarregado de Terraplanagem 01 Engenheiro Civil 03 Fiscal de Obras 01 Mecânico 01 Mestre de Obras 01 Motorista 03 Operador de Maquinas 05 Paisagista 01 Pedreiro 02 Vigia 05 Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário.

 MAQUINÁRIOS:

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 Caminhão Caçamba PAC ...... 01  Retroescavadeira PAC...... 01  Motoniveladora PAC...... 01

Os serviços são executados de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, com uma hora de intervalo para descanso.

Logística para prestação dos serviços Os serviços de limpeza pública ocorrem, diariamente, enquanto que os serviços de coleta de resíduos da construção civil e poda, reparos e reformas são realizados a partir das solicitações dos coordenadores de escolas, postos de saúde ou pelas demandas da comunidade.

Os serviços executados pela Secretária de Infraestrutura, são: capinação manual ou mecânica, roçada, varrição, pintura e realinhamento de meio-fio, raspagem e lavagem de pisos, desobstrução de boca de lobo, limpeza de rios, córregos e valas, limpeza de praças, parques e jardins e recolhimento de resíduos gerados nestas atividades e destinação final dos entulhos, a empresa conta com a infraestrutura apresentada na Tabela 34.

Os serviços a serem executados são definidos a partir de programação elaborada pela Secretaria de Infraestrutura, de forma a atender cada local quando é feita a solicitação. O órgão responsável pela fiscalização é a própria Secretaria de Infraestrutura.

Os serviços diários a serem executados são definidos pela Secretaria de Infraestrutura, que expede uma “Ordem de Serviço” para cada atividade. A “Ordem de Serviço” possui numeração sequencial, a identificação dos serviços a serem executados e o prazo de execução.

A SEINFRA conta com um local para que as equipes de trabalho se apresentem e para armazenamento dos equipamentos necessários para a realização dos serviços localizado na Secretaria de Infraestrutura na rua Urbano Santos, 910 - Centro.

2.12 DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS 2.12.1 Serviços de varrição e capina

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Todos os resíduos sólidos produzidos como: as galhadas, folhagens, areia e resíduos de capina são recolhidos por caminhão caçamba de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e são encaminhados para disposição final, sendo que os resíduos que se assemelham a resíduos doméstico são encaminhados para o aterro sanitário e os demais são coletados pela SEINFRA e depositados em bota-fora.

A de prestação dos serviços de limpeza, manutenção e jardinagem de praças, parques e jardins do município. Dentre as responsabilidades da Secretaria de Infraestrutura estão os seguintes serviços:  Manutenção das árvores – incluindo podas e irrigação;  Manutenção de canteiros de flores nas praças;  Aparar grama;  Manutenção de lixeiras nas praças;  Manutenção de bancos, equipamentos de ginástica, monumentos, luminárias e parques infantis – compreendendo pintura, reforma, solda, troca de correntes, troca de madeira dos brinquedos, etc.

Segundo informações repassadas pela Secretaria de Infraestrutura a remuneração dos serviços realizados se dá por meio de pagamento mensal. O fator unitário de medição e controle do serviço é de 7.500m³ por mês. Com a abrangência do serviço e a frequência serviço prestado todos os dias da semana. Feita com a operação de 50% serviços manual e 50% maquinário.

Ainda, segundo a Secretaria de Infraestrutura, é realizada a fiscalização da atividade, com a verificação dos tipos dos materiais depositados, porém não há controle das quantidades depositadas no local.

A Figura 47 mostra o veículo utilizado pela Secretaria de Infraestrutura para realização da coleta de resíduos sólidos de construção civil e poda. Veículo é utilizado pela equipe da secretaria de Infraestrutura.

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Figura 25: Veículo utilizado pela SEINFRA.

Fonte: Prefeitura Municipal

2.12.2 Disposição final de resíduos de podas A disposição final dos resíduos de podas realizada pela secretaria de Infraestrutura, assim como o os resíduos da construção civil o local de disposição final está sendo realizada tem objetivo o aterramento de açudes desativados. No entanto, não há nenhuma forma de controle das quantidades de resíduos depositadas no local, não há funcionário coordenando as atividades no local e nem cercamento da área para impedir o descarte irregular de outros resíduos. (Figura 26)

2.12.3 Reciclagem de Óleo de Cozinha Segundo a Secretaria de Infraestrutura o município não dispõe de serviço de reciclagem de óleo de cozinha.

2.13 LIXÃO DO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO De acordo com Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, os lixões deveriam ser eliminados até agosto de 2014, e a disposição final dos resíduos sólidos deveria, a partir desta data, ser feita em aterros sanitários licenciados.

O município de Rosário fazia a disposição final de seus resíduos sólidos urbano no lixão municipal localizado no bairro Buenos Aires. (Figura 27)

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Figura 26: Imagem aérea do antigo lixão de Rosário época que foi desativado.

Fonte: http://www.azambuja.com.br/

Com a instalação da empresa CGA - TITARA, o lixão foi desativado, passando o município depositar todos seus resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário, com todas as proteções necessárias para evitar contaminações no solo.

De acordo com Plano de Área Degradada (PRAD), para fazer a remediação foi realizada a deposição de solo natural da região escavada, a conformação do maciço, plantio de grama para evitar a erosão de taludes, reposição da vegetação nativa e cercamento de toda área, no intuito de manter a área protegida e evitar novos descartes de resíduos sólidos.

2.14 ATERRO SANITÁRIO A CENTRAL DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL TITARA S/A – CGA TITARA, inscrita no CNPJ sob o nº 13.742.401/0001-69, com sede na Fazenda Arapixi, bairro Buenos Aires – Zona Industrial do Município de Rosário – MA, sendo estes locais observados da Figura 28 a Figura 29.

A CGA Titara deu entrada na Licença Previa no ano de 2010, sendo que teve sua Licença de Operação emitida pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão – SEMA, em 13/01/2014, para operar as duas unidades de disposição final já implantadas: o aterro sanitário e industrial – Classe II e o aterro industrial para resíduos

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149 perigosos – Classe I. Suas atividades tiveram início em março de 2014, quando iniciou o recebimento de resíduos inertes de borracha.

Figura 27: Imagem aérea da época da construção do Aterro Sanitário CGA – Titara.

Fonte: http://www.azambuja.com.br/

Figura 28: Imagem aérea da época da construção do Aterro Sanitário CGA – Titara.

Fonte: http://www.azambuja.com.br/

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Figura 29: Mapa de localização da empresa CGA - Tirara

Fonte: http://www.azambuja.com.br/

O Aterro Sanitário da Empresa CGA –Titara, tem uma distância aproximada de 7km da Sede do município de Rosário.

2.14.1 Estação de Tratamento de Efluentes ETE

A empresa CGA - Titara tem uma estação de tratamento de efluentes industriais e sanitários que transforma o chorume em água de reuso, lançando mão das seguintes etapas de tratamento:

Primário (Físico-químico)

 Processo no qual partículas sólidas em suspensão formam flocos, decantam e são separadas do sobrenadante.

Secundário (Biológico)

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 Tratamento de decomposição da matéria orgânica por micro-organismos.

Terciário (Ultrafiltração por membranas)

 Processo de filtração que utiliza membranas com micrósporos e transforma o efluente em água de reuso.

O chorume passa por um longo processo de purificação até se transformar em água limpa que é reutilizada para regar plantar e molhar a estrada vicinal de acesso ao aterro.

Figura 30: Estação de Tratamento de Efluentes ETE.

Fonte: CGA – Titara (http://www.cgatitara.com.br/)

Solidificação e Blendagem

A solidificação melhora as características físicas dos resíduos, diminuindo a transferência ou perda de poluentes no processo. Esta tecnologia dá suporte ao recebimento de resíduos em aterro Classe I. Já a blendagem consiste na mistura de resíduos e sua transformação em fonte de energia alternativa ou material processado a ser incorporada ao clínquer.

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Figura 31: Solidificação e Blendagem.

Fonte: CGA – Titara (http://www.cgatitara.com.br/)

2.14.2 Aterro Industrial – Classe I

O aterro de resíduos sólidos industriais perigosos – classe I, é composto por 12 células de confinamento com capacidade para 16.130 m³ cada. Ela utiliza dupla camada de impermeabilização com membranas de PEAD (polietileno de alta densidade) que conferem maior segurança e proteção ao solo na disposição desse tipo de resíduo. Essa unidade é totalmente protegida de águas pluviais por meio da montagem de um galpão de vinilona.

Esta célula pode receber os seguintes resíduos:

 Resíduos Sólidos Industriais Perigosos – CL I (industriais);  Lodos Contaminados com metais pesados;  Materiais Contaminados com Óleo (Trapos / Estopas / EPI / Solo / Serragem / Material Absorvente);  Pilhas e Baterias;  Eletrônicos;  Embalagens contaminadas;  Outros Resíduos Classificados como perigosos;

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Figura 32: Aterro Industrial – Classe I.

Fonte: CGA – Titara (http://www.cgatitara.com.br/)

2.14.3 Aterro Sanitário e Industrial – Classe II O Aterro Sanitário e Industrial Classe II possui vida útil de 32 anos. Esta unidade está apta a receber uma média de 2.200 toneladas/dia de resíduos sólidos urbanos e resíduos industriais classificados como resíduos não perigosos de acordo com a ABNT NBR 10004/2004. Sua base é formada por solo compactado, geocomposto com bentonita e uma manta de PEAD texturizada de 2 mm de espessura. Uma nova camada de solo protege a manta de PEAD de possíveis danos causados pelos resíduos. Sobre esta camada é implantado o sistema de drenagem de chorume e de biogás. O chorume drenado será encaminhado a uma estação de tratamento de chorume, enquanto o biogás (que possui em sua composição o gás metano) será queimado em “flares”. Em uma segunda fase, o biogás poderá ser utilizado para geração de energia.

O aterro sanitário e industrial para resíduos sólidos – Classe II, pode receber os seguintes resíduos:

 Resíduos domiciliares / Resíduos sólidos Urbanos;  Resíduos provenientes de construção civil (não segregados – madeira/entulho / solo / lixo comum/ sacos de cimento);  Lodos sanitários;  Lixo comum / orgânicos / poda e varrição;

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 Madeira / pallets quebrados;  Plásticos / Papel e papelão;  Borracha;  Solos de escavação – CL II;  Lodos de Estação de Tratamento de Efluentes Industriais – CL II;  Entre outros resíduos não perigosos.

2.14.4 Impermeabilização Impermeabilização de fundo e dos taludes do aterro é parte fundamental do projeto. Ela garante a proteção do solo e consequentemente do lençol freático de uma possível contaminação através do chorume, proveniente da decomposição dos resíduos. A figura representa as camadas que formam a impermeabilização de fundo do aterro sanitário e industrial para resíduos sólidos urbanos e resíduos não perigosos.

Figura 33: Impermeabilização.

Fonte: CGA – Titara, 2018 (http://www.cgatitara.com.br/)

2.14.5 Início da Operação Com Licença de Operação nº 1000343/2014, válida até 12/01/2018, expedida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA, para as atividades de tratamento de Resíduos Sólidos: Operação de Aterro Sanitário e Industrial para Resíduos Classe II – não perigosos e Operação de Aterro Industrial para Resíduos Perigosos – Classe I.

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A Central de Gerenciamento Ambiental – Titara, deu início com a coleta e tratamento dos resíduos sólidos urbanos do município de Rosário, onde se encontra instalada. Essa ação faz com que atualmente Rosário seja um dos 5 (cinco) municípios maranhenses incluindo a capital a atender ao disposto na Lei Nº 12.305/2010 – A Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Figura 34: Caminhão na balança da Empresa CGA – Titara na balança.

Fonte: CGA – Titara (http://www.cgatitara.com.br/)

Figura 35: Caminhões na balança da Empresa CGA - Titara.

Fonte: CGA – Titara (http://www.cgatitara.com.br/)

Atualmente, recebe resíduos de diversos geradores, como empresas de diferentes seguimentos, tais como: geração de energia, mineração, alimentos, serviços, exploração de petróleo, construção civil, entre outros.

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O empreendimento (Central de Gerencialmente Ambiental – CGA), compreende a uma área de 1.987.000 m², conforme mapas abaixo:

Figura 36: Mapas de localização da empresa CGA - Titara.

Fonte: Licença de Operação (2014)

A Central de Tratamento de Rosário foi concebida para agregar ao longo de sua vida útil as seguintes unidades básicas:  Aterro Sanitário de Resíduos Domiciliares para uma demanda de até 1.400 t/dia;  Aterro Industrial de Resíduos Classe II com demanda de até 800t/dia;  Células de Resíduos Industriais Classe I, com demanda de cerca de até 40t/dia;  Unidade de Processamento de Resíduos Classe I, composta de Sistema de Blendagem Líquida para uma demanda de 5t/dia;  Unidade de Processamento de Resíduos Classe I, composta de Sistema de Blendagem Sólida para uma demanda de 5t/dia;  Unidade de Processamento de Resíduos Classe I, composta de Sistema de Blendagem; Sólida para uma demanda de 5t/dia;  Unidade de Solidificação de Resíduos Classe I, composta por Sistema de Solidificação para uma demanda de 5t/dia; (em implantação)

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 Unidade de Incineração de Resíduos Classe I para uma demanda de até 40t/dia;  Unidade de Autoclavagem de Resíduos de Serviços de Saúde para uma demanda de 4t/dia;  Unidade de Tratamento de Chorume mediante o emprego de Tecnologia de Geotubes para uma vazão de 5 l/s.

Contando com as seguintes unidades de apoio:  Recepção e Balança;  Unidade para amostragem dos resíduos recebidos;  Laboratório;  Escritório Administrativo;  Vestiário e Lavanderia;  Refeitório;  Centro de Educação Ambiental;  Galpão para Estoque Provisório de Resíduos Industriais.

A Central de Tratamento de Rosário foi projetada para suportar as seguintes capacidades de resíduos:  Aterro Sanitário de Resíduos Domiciliares: 14.972.000t  Aterro de Resíduos Industriais Classe II: 10.580.000t  Células de Resíduos Industriais Classe I: 361.730t

Em função das demandas médias previstas as vidas úteis dos aterros serão:  Aterro Sanitário de Resíduos Domiciliares (Demanda de 1400t/dia): 29 anos  Células de Resíduos Industriais Classe I (Demanda de 40t/dia): 25 anos  O Aterro Sanitário e Industrial Classe II possui vida útil de 32 anos.

Conforme a Licença de Operação nº 1000343/2014, a empresa CGA – Titara como parte de suas responsabilidades nos que se refere a compensação ambiental fará:  Fazer a Coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares Urbanos, dar destinação e tratamento adequado, sem ônus ao município durante o período de 06 (seis) anos, iniciados após a emissão da Licença de Operação (LO);

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 Promover o encerramento e recuperação ambiental da área do “Lixão”;  Apoiar a prefeitura no desenvolvimento de Projeto de Educação Ambiental, com fornecimento de material didático e capacitação dos professores na rede pública do município;  Dar apoio institucional à prefeitura de Rosário no desenvolvimento e implementação de projeto de coleta seletiva de resíduos do município.

Portanto, vale observar que o período de coleta sem ônus findará no ano de 2019. Fazendo necessário a estimativa de recursos e gastos destinados a coleta e disposição final dos resíduos sólidos do município.

2.14.6 Operação do local As atividades diárias ocorrem em duas frentes de trabalho: uma para os resíduos sólidos domiciliares e outra para os resíduos industriais.

Os resíduos são depositados em uma célula. Em seguida o trator de esteira realiza a compactação da massa de resíduos, passando várias vezes sobre ela. Após esta compactação, cobre-se a célula com terra e realiza-se novamente a compactação. Quando a célula é finalizada realiza-se o plantio de grama sobre o talude da mesma.

2.14.7 Controles ambientais Conforme informações repassadas pela equipe técnica da Empresa CGA - Titara são realizados os seguintes controles ambientais:  Controle da origem e quantidade de resíduos sólidos depositados no aterro por meio de software para controle de dados;  Coleta e tratamento do chorume gerado no aterro;  Queima dos gases gerados no aterro;  Controle visual das cargas de resíduos industriais que chegam ao aterro, por meio de funcionários localizados sobre uma escada;  Monitoramento da fauna por meio de estudos de biólogo, com o objetivo de avaliara interferência do aterro no ambiente do entorno;

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 Monitoramento da qualidade da água superficial e subterrânea, com a contratação de análises laboratoriais semestrais, cujos resultados são enviados à SEMA;  Controle da topografia, com o objetivo de atender as diretrizes de projeto e garantir a estabilidade da coluna de lixo depositada;  Utilização de fogos de artifícios para espantar aves.

O aterro dispõe de piezômetros para controle da estabilidade dos taludes e de jazida própria para extração de terra para o recobrimento do aterro. Aterro sem aproveitamento energético.

2.15 TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Os resíduos de serviços de saúde, da rede pública e privada, dos grupos A1, A2, A4, A5 são depositados em galões coletores específicos de propriedade da prefeitura e encaminhado para o deposito.

Após recebimento dos resíduos no deposito, são acondicionados em depósitos com capacidade útil de 1.000L e, posteriormente, seguem para o tratamento na autoclave, que que fica localizado na capital do Estado.

2.16 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ALTERADAS, COM RISCO DE POLUIÇÃO E/ OU CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS.

2.16.1 Áreas utilizadas para disposição final de resíduos sólidos domiciliares As coletas de resíduos sólidos no Município eram depositadas espaços ao céu aberto, localizado no bairro Buenos Aires. Não havia controle por pesagem das quantidades de resíduos sólidos depositadas nestas áreas (Figura 27).

Diante dos problemas sanitários desta forma de gerenciamento o município deu total apoio para implantação da empresa CGA - Titara.

Portanto, a partir do ano de 2014, os resíduos sólidos passaram a ser dispostos no aterro sanitário da empresa CGA - Titara, para onde são destinados até os dias de hoje.

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Quanto à recuperação das áreas do antigo lixão, a partir do encerramento do mesmo, foi realizado deposição de solo natural da região na área escavada, a conformação do maciço, plantio de grama para evitar a erosão de taludes, recomposição da vegetação nativa e cercamento de toda área, no intuito de manter a áreas protegida e evitar novos descartes de lixo

2.16.2 Áreas utilizadas para disposição final de resíduos de serviços de saúde Os resíduos de serviços de saúde eram depositados em valas, lixões ao céu aberto e pequenos pontos de lixo na sede e zona rural. No entanto, a partir de 2012 foram encaminhados para o tratamento após contrato com empresa especializada.

2.16.3 Áreas utilizadas para disposição irregular de resíduos de diversas origens O município apresenta alguns pontos de descarte irregular de resíduos sólidos, realizados de forma clandestina pela população.

As áreas principais de descarte irregular conforme a Secretaria de Infraestrutura foram:

 Bota fora 01: Área próxima as margens do Rio Itapecuru. Existe descarte irregular de resíduos sólidos, principalmente resíduos de construção civil e domiciliar;  Bota fora 02: Sofrendo descarte irregular de resíduos sólidos de todos os tipos;  Bota fora 03: Descarte de todo tipo de resíduos, principalmente domiciliar;  Bota fora 04: Descarte de todo tipo de resíduos, principalmente resíduos de construção civil.  Bota fora 05: Descarte de todo tipo de resíduos, principalmente domiciliar.  Bota fora 06: Descarte de todo tipo de resíduos, principalmente domiciliar.

Os geradores de resíduos da construção são responsáveis pelos descartes irregulares destes resíduos em vias públicas, que por gerarem pequenos volumes, acabam descartando-os em quaisquer locais, sem solicitar a autorização da Secretaria de Infraestrutura.

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No entanto, a secretaria de Infraestrutura faz semanalmente a retirada dos resíduos, por falta de recolhimento dos resíduos por parte da Empresa CGA – Titara o descarte nestes locais se tornam constantes (figura 39 e 41).

2.15.4 Área 01 Esta área de 1.124,861 m² (Ponto 1), Coordenadas - 44.24689; - 2.92279, se encontra na Rua Câmara Lima, no Bairro Argentina, foi possível observar a deposição de pequenas quantidades de resíduos da construção civil, podas, resíduos de origem doméstica. (Figura 39). Favorecendo a deterioração da área do manancial do Rio Itapecuru, que se encontra situada a aproximadamente 3,5 m da margem do Rio Itapecuru. Apresenta deposição de resíduos da construção civil e domiciliares, inclusive sobre a Área de Preservação Permanente de um curso d'água de baixa ordem contribuinte da Bacia hidrográfica do Rio Itapecuru. Há carreamento deste solo para o curso d'água.

Figura 37: Bota fora 01

Fonte: IBGE (2018).

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Figura 38: Bota fora 01.

Fonte: Prefeitura Municipal. 2.15.5 Área 02 Esta área de 1.837,722 m² (Ponto 2), coordenadas -44.246372, 2.924098, se encontra no bairro Argentina, nas proximidades do Rio Itapecuru. Os resíduos de origem doméstica como colchões, bem como resíduos de podas e vidro. É importante observar que a área foi cercada recentemente, porém, os resíduos continuam sendo dispostos à margem da estrada (Figura 39). Tem 76,719 m / 35,439 m/ 78,370 m da margem do Rio Itapecuru. Ambiente com a presença de solo exposto, próximo de ambientes aquáticos pertencentes à Bacia hidrográfica do rio Itapecuru.

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Figura 39: Bota fora 02.

Fonte: IBGE (2018). Figura 40: Bota fora 02

Fonte: Prefeitura Municipal.

2.15.6 Área 03 Esta área de 1.012,913 m² (Ponto 3), coordenadas -44.245697, -2.925511, se encontra na Rua Câmara Lima, no Bairro Argentina. Neste local não foi possível observar a presença

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164 de resíduos, constantemente feito recolhimento e terraplanagem (Figura 42). Este local tem 291,898 m distância do Rio Itapecuru. Figura 41: Bota fora 03

Fonte: IBGE (2018).

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Figura 42: visão panorâmica Bota-Fora 01,02 e 03.

Fonte: IBGE (2018). 2.15.7 Área 04 Esta área de 183,259 m² (Ponto 5), coordenadas - 44.226490, - 2.946016, se encontra localizado na margem da BR MA - 402, situa-se nas adjacências de uma área verde, sendo que os resíduos depositados no local consistem basicamente em agregados da construção civil (componentes cerâmicos, tijolos, blocos, argamassa e concreto), mateira e móveis.

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Figura 43: Bota fora 04

Fonte: IBGE (2018).

Figura 44: Bota fora 04

Fonte: Prefeitura Municipal.

2.15.8 Área 05 Esta área de 208,797 m² (Ponto 5), coordenadas -44.23929, -2.95412. Neste ponto há a presença de resíduos de poda/capina (Figura 46), material de construção civil. É o local

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167 de que a Secretaria de Infraestrutura faz a disposição final dos resíduos da construção civil e poda de arvores. Não tem licença ambiental. Tem 179,883 m distância do Rio Itapecuru. Figura 45: Bota fora 05

Fonte: IBGE (2018).

Figura 46: Bota fora 05

Fonte: Prefeitura Municipal.

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2.15.9 Área 06 Esta área de 2.057,188 m² (Ponto 06), coordenadas 44.24821576, -2.92912395, se encontra na rua Nova, no Bairro Argentina. Neste ponto há a presença de resíduos de diversas origens, resíduos de móveis (Figura 49), poda/capina, vidro, material de construção civil, bem como resíduos domiciliares. É possível observar, também, a queima de resíduos no local. Figura 47: Bota fora 06

Fonte: IBGE (2018).

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Figura 48: Bota fora 06

Fonte: Prefeitura Municipal.

2.17 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO A educação Ambiental já faz parte da legislação educacional vigente no município. O Plano Municipal de Educação – PME (Lei No 190/2015), do município de Rosário preconiza:

META 1: UNIVERSALIZAR, ATÉ 2017, A EDUCAÇÃO INFANTIL NA PRÉ- ESCOLA PARA AS CRIANÇAS DE 4 (QUATRO) A 5 (CINCO) ANOS DE IDADE E AMPLIAR A OFERTA DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES DE FORMA A ATENDER, NO MÍNIMO, CINQUENTA POR CENTO DAS CRIANÇAS DE ATÉ 3 (TRÊS) ANOS ATÉ O FINAL DA VIGÊNCIA DESTE PME.

ESTRATÉGIAS: Integrar ao processo formativo das crianças, elementos que favoreçam o desenvolvimento da cultura da paz, do campo artístico e estético, do cuidado com o meio ambiente, da solidariedade, da ética e da justiça;

A partir da pesquisa de campo realizada, pode-se observar que a educação ambiental no ambiente escolar (Ensino Fundamental), é efetivo. Além do trabalho conscientização sobre a importância do cuidado com o meio ambiente presente nas escolas, o município ainda conta com um grupo de Bombeiro Mirins. O grupo de Bombeiros Mirins além de realizarem o trabalho de conscientização dos cuidados corretos com o meio ambiente,

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170 realizam passeios ecológicos e projetos de intervenção ambiental, como limpeza de córregos durante campanhas ecológicas.

Figura 49: Trabalho de Educação Ambiental realizado pelos Bombeiros Mirins.

Fonte: Secretaria de meio Ambiente.

Além do trabalho realizado pela Secretaria de Educação, também estão envolvidas as secretarias de Infraestrutura, Secretaria de Saúde e Secretaria de Meio Ambiente. Deste modo, para a efetiva implantação deste PMGIRS, será necessária uma maior articulação entre os entes públicos acima mencionados. Esta articulação terá como base:  501 professores que atuam no Ensino Fundamental e Médio no município;  106 agentes cadastradas no Programa Agente Comunitário de Saúde;  15 equipes de agentes do Programa de Saúde da Família;  15 equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde;  15 unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF)

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Além desses servidores públicos, a prefeitura deverá efetivar parcerias com os setores organizados da sociedade civil, como associação de classes, igrejas e ONG´s, além dos conselhos municipais das secretarias acima citados.

Como já tratado anteriormente, o município de Rosário, já conta com um Aterro Sanitário Licenciado, entretanto, ainda não atende aos princípios de Não-geração, Redução, Reutilização, Reciclagem e Tratamento de resíduos sólidos, pois todos os resíduos coletados são levados diretamente para o aterro sanitário, sem passar por nenhuma das etapas que legalmente deveria preceder a esta ação, portanto, o presente plano vem tratar dos itens faltantes, visto que se constituem essenciais para o correto gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, que, essencialmente são um conjunto de atividades que permitem o correto processo de coleta, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos gerados, de forma a minimizar os passivos ambientais existentes, tendo como base a redução e a reutilização.

A partir desse estudo elaborado e concluído o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS, a prefeitura irá implementar o Plano de Comunicação e Educação Ambiental de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei 12.305/2010.

2.18 IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS NO ATENDIMENTO NO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA O sistema de manejo dos resíduos sólidos no município de Rosário, apesar de estar mais adiantado do que os 213 municípios do Estado, ainda tem muito a fazer, de acordo com o levantamento feito:

 Falta de planejamento e controles para realização dos serviços de limpeza pública, uma vez que os serviços ocorrem sob demanda, e em função das dificuldades. Não se tem controles de dados de produção e eficiência dos serviços prestados, como metros quadrados roçados, metros quadrados varridos, etc. Não se tem dados da quantidade de podas, do óleo de cozinha, pneus, RCC, e demais resíduos desviados do aterro sanitário, etc;

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 Requer a implantação de um sistema de informações municipal para armazenamento dos dados e geração de relatórios sobre a realização dos serviços de limpeza urbana discriminada por serviços prestados, série histórica da geração dos resíduos sólidos, dos percentuais de desvio do aterro sanitário;

 Precisa de implantação de um sistema digital para comprovação, pelos munícipes e pessoas jurídicas, da implementação de seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos e de seus planos de gerenciamento de resíduos de construção civil, de forma a se ter um processo transparente, e atualização de dados que permita a utilização na contabilização dos dados oficiais do município, que devem ser repassados à Sistemas de Informações como o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS);

 Precisa da conclusão do processo da criação da cooperativa de catadores regulamentada;

 Necessita de inclusão dos catadores de materiais recicláveis, proporcionando-lhes dignas condições de trabalho, infraestrutura adequada para unidades de triagem, apoio técnico e operacional, discutindo ainda a possibilidade de pagamento por serviços ambientais prestados;

 Precisa implantar a taxa de cobrança dos serviços de forma a mantê-lo sustentável financeiramente garantindo os investimentos necessários ao setor;

 Necessidade de investimentos em educação ambiental permanente de forma a se ampliar as quantidades segregadas pela população para a coleta seletiva;

 Precisa realizar a coleta convencional em todos setores, tornando-as mais eficientes, atendendo o mapeamento e trajetos de todas as rotas da zona rural. Os mapas de coleta são um importante instrumento de planejamento e controle dos serviços que devem ficar sob os cuidados da secretaria de infraestrutura e a empresa CGA-Titara;

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 Necessidade de revisão do arcabouço legal do município que regulamenta o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, atualizando-o conforme novos marcos regulatórios e realidade municipal atual, isto que algumas diretrizes estabelecidas em leis, não implementadas e regulamentadas;

 Necessidade de criar um incentivo fiscal às empresas que atuarão no ramo de triagem e reciclagem de materiais recicláveis para que estas possam se estabelecer e contribuir no escoamento e beneficiamento dos materiais recicláveis recolhidos no município;

 Necessita de ampliação do quantitativo de pessoal na prestação dos serviços de limpeza pública, tais como varrição, capina, roçagem, etc, de forma a atender a demanda atual e futura destas atividades. Segundo justificativa apresentada pelo funcionário da prefeitura responsável pela coordenação dos serviços de limpeza urbana, para suprir as necessidades do município há necessidade de no mínimo 15 (quinze) pessoas, o que deverá ser previsto na próxima licitação, para contratação dos serviços;

 Carência de mão de obra para prestação dos serviços de coleta de resíduos sólidos, fazendo com que alguns roteiros ocorram com número inadequado de funcionário;

 Segundo informações repassadas pela Secretaria de Infraestrutura, hoje o sistema é operado sem quadro reserva de garis e motoristas, em virtude das dificuldades de contratação de mão de obra para realizar os serviços “braçais”;

 A população carece de locais adequados, a serem oferecidos pelo poder público municipal, para entregar os resíduos que a coleta domiciliar não recolhe, como pequenas quantidades de resíduos de construção, sofás, colchões, móveis, eletrodomésticos, etc.;

 O município precisa elaborar e implementar o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, de forma a organizar o gerenciamento desta fração, que geralmente está associada à descartes irregulares no município;

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 As unidades de saúde municipais necessitam de investimentos para regularização das condições de gerenciamento e armazenamento temporário dos RSS. Muitas unidades não dispõem de sacos plásticos e lixeiras de coloração adequada para acondicionamento dos diferentes tipos de resíduos, em atendimento à legislação e normas técnicas. Muitas unidades não possuem, ou possuem depósitos temporários de RSS em estado precário, necessitando de adequações.

 Dentro dos estabelecimentos públicos gerador de Resíduos de Serviço de Saúde, é necessário a contratação de uma empresa para que haja destinação final adequada para os Resíduos de Serviço de Saúde.

 Todas unidades de saúde necessitam fazer o Plano de Resíduos do Serviço de Saúde - PGRSS. Destinar corretamente os resíduos produzidos, conforme a política do poluidor-pagador.

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CAPÍTULO III - ASPECTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

3. ASPECTOS GERAIS DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES O PMGIRS estuda e realiza o planejamento de todas as ações que devem ser implementadas para que se possa atingir os resultados almejados no prazo estipulado para cada um. O prognóstico dos resíduos sólidos contempla a formulação de projeções e cenários que possibilitam o conhecimento das demandas futuras pelo serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no município.

A Lei nº 12.305/2010 estabelece diretrizes gerais aplicáveis a todos os tipos de resíduos sólidos, salvo os radioativos, cria novo modelo de gestão dos resíduos com oportunidades de desenvolvimentos econômico e social, além de determinar o encerramento dos lixões e de fixar prazo para a conclusão dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. No entanto, a maioria dos municípios brasileiros ainda estão com os lixões ativos e não elaboram os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

3.1 ANÁLISE E PROPOSTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS De acordo com a Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB) em 2007 e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010, com o estabelecimento das diretrizes para a prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, os municípios e estados passaram a ter responsabilidades melhor definidas.

Os municípios brasileiros passam por dificuldades financeira, com isso dificulta mais ainda a busca por soluções de problemas relacionado aos resíduos sólidos e saneamento básico.

3.2 DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS O artigo 21 da Constituição Federal de 1988, inciso XX diz que “Compete à União: XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos”. Portanto, a União apenas fomentou diretrizes para que os governos federais e municipais desenvolvessem suas próprias políticas de gerenciamento,

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176 seguindo os princípios da Constituição, dentre os quais cita-se o princípio do poluidor- pagador e protetor-recebedor.

O Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRS/MA), foi elaborado em 2012, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), como forma de atender às diretrizes da Lei N° 12.305/2010 para elaboração de Planos Estaduais.

Com intuito de melhorar qualidade de vida da população a partir da Constituição de 1988 ocorreu uma reformulação institucional e legislativa com instrumentos legais que atuam como marcos no processo de planejamento de ações, tais como: Estatuto da Cidade – Lei Federal nº 10.257/2001, a Política Nacional de Saneamento Básico – Lei Federal nº 11.445/2007e a Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei Federal nº 12.305/2010.

De acordo com os estudos elaborados e as implementações das leis atuais pôde-se observar que o poder público não é o único responsável pela administração dos serviços urbanos. Havendo uma divisão das tarefas e de responsabilidades para solucionar boa parte dos problemas ambientais causados pela crescimento e grande concentração de atividades nos ambientes urbanos.

O princípio da responsabilidade compartilhada:  As responsabilidades do poder público é apresentar planos para o manejo correto dos materiais com processo participativo na sua elaboração e buscar novas tecnologias para serem usadas na destinação final;  As empresas competem o planejamento para o adequado gerenciamento dos resíduos gerados em suas atividades, além do recolhimento, ou subsídio de soluções para os produtos comercializados e previstos na logística reversa obrigatória após seu uso e descarte;  Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos e dos resíduos sólidos produzidos.

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 A sociedade cabe participar dos programas de coleta seletiva, fazer a separação adequado dos resíduos, além de incorporar mudanças de hábitos para reduzir o consumo e a consequente geração de resíduos sólidos.

Os objetivos da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos pretendem:  Diminuir o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados;  Propiciar o retorno de materiais ao ciclo produtivo;  Estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis, bem como a utilização de insumos com menor agressividade ao meio ambiente;  Reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, garantindo a destinação final adequada para os resíduos sólidos que não tiverem solução tecnológica e/ou economicamente viável para sua reintrodução na cadeia produtiva.

A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade compartilhado pelo ciclo de vida dos produtos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), define a logística reversa como um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

Para consolidar a logística reversa, o documento que formaliza esta parceria chama-se acordo setorial, que é um "ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos". Portanto, caso o poder público realize qualquer etapa das responsabilidades facultadas aos sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento específico ou ações definidas nos acordos setoriais, os serviços deverão ser devidamente remunerados pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis.

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A tabela 35 apresenta um resumo das responsabilidades dos diferentes atores pelo gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos municípios, segundo a classificação origem, considerando a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010.

Tabela 34: Responsabilidade pelo Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Responsável Classificação Origem

Poder Público Limpeza urbana Varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e Municipal outros serviços de limpeza urbana.

Domiciliares Atividades domésticas em residências urbanas

Estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços. Quando caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser Comerciais equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal.

Serviços públicos de saneamento básico. Saneamento

Industriais Processos produtivos e instalações industriais Serviços de saúde, conforme normas estabelecidas Serviços de saúde pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS.

Gerador (público ou privado) Construções, reformas, reparos e demolições de obras Construção civil da construção civil incluídas aquelas resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis.

Atividades agropecuárias e agrossilvopastoris, Agrossilvopastoris incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades.

Serviços de transportes Portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. Mineração Mineração Atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios Agrotóxicos (resíduos e embalagens). Óleos lubrificantes (resíduos e embalagens). Compartilhada Produtos eletroeletrônicos - Logística Pilhas e baterias. Reversa Pneus Lâmpadas fluorescentes. Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/2010.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei nº 12.305/2010 os municípios devem definir quando os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços poderão ser equiparados aos resíduos domiciliares, devido a sua

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179 natureza, composição ou volume e com isto serem atendidos pelo serviço público municipal.

Pequenas quantidades de resíduos de construção civil, geradas raramente pela população, de forma generalizada na área urbana e muitas vezes em locais inadequados, ocasionando despesas ao município. Embora o manejo destes resíduos deva ser, de acordo com a PNRS, da responsabilidade do gerador, medidas para disciplinar seu descarte podem reduzir o custo com este serviço de limpeza urbana.

A geração de resíduos volumosos nas residências urbanas, os quais não podem ser recolhidos pelo serviço de coleta regular, há necessidade de estabelecer estratégia para sua gestão com definição das responsabilidades de cada gerador (Ex.: sofás, colchões, móveis e outros).

Portanto, os resíduos gerados, os quais serão atendidos pelos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos e grandes geradores, responsáveis diretos pelo seu gerenciamento.

Tabela 35: Pequenos e grandes geradores – volumes e tipos de resíduos TIPO GRANDE GEREADOR PEQUENO GERADOR Comercial Acima de 120 litros por dia ou 30 Até 120 litros/dia ou kg/dia 30 kg/dia Construção Civil e Acima de 1 m³ Até 1 m³

Demolição Podas e volumosos Acima 500 litros/mês ou 03 Até 500 litros/mês ou 03 unidades/mês unidades/mês Resíduo de Serviço de Unidades Públicas de saúde, feita separadamente em caminhão Saúde específico para este fim. Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/2010.

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3.2.1 Resíduos Sólidos Domiciliares

O Poder Público Municipal deve:  Organizar e prestar direta ou indiretamente a coleta, destinação e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares, inclusive os comerciais os quais, por sua natureza, composição ou volume forem equiparados aos domiciliares;

 Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis; estabelecer sistema de coleta seletiva; articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis; implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos;

 Definir de forma participativa e divulgar as regras para a segregação, acondicionamento e disponibilização dos resíduos domiciliares para a coleta, as quais os usuários deverão seguir;

 Estabelecer sistema de fiscalização e monitoramento do cumprimento destas regras;

 Realizar a identificação e o cadastramento dos grandes geradores de resíduos comerciais e de prestação de serviços, contendo informações sobre a localização, tipologia, produção média, entre outras, as quais possibilitarão o estudo das demandas pelos serviços de gerenciamento por ente responsável, facilitando a delimitação de responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos relacionados;

 Buscar a sustentabilidade econômico-financeira, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços prestados.

Os geradores (residências, comércios e serviços) devem:  Reduzir a geração de resíduos;

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 Segregar e acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados;  Disponibilizar para coleta convencional ou seletiva, de acordo com as regras estabelecidas pelo poder público municipal;  Remunerar o poder público municipal pelo serviço prestado, mediante o pagamento da taxa estipulada para garantir a sustentabilidade econômico- financeira do sistema.

Vale ressaltar que de acordo com a Lei Federal - Decreto nº 7404/2010 (BRASIL,2010d), é obrigação da população e sujeito a multa o descumprimento dessa regra, pois sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ou quando instituídos sistemas de logística reversa, deverão acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.

Estarão sujeitos à penalidade de advertência, sendo que no caso de reincidência no cometimento da infração prevista poderá ser aplicada a penalidade de multa, no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais). A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

3.2.2 Limpeza Urbana O Poder Público Municipal deve:  Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis;  Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos;  Desenvolver ações de orientação e educação voltadas à conscientização dos munícipes no sentido de convocar a colaboração de todos para a manutenção da limpeza da cidade;

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 Organizar e prestar direta ou indiretamente (por meio de delegação dos serviços) a coleta, destinação e disposição final dos resíduos sólidos gerados durante a realização dos serviços de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e de outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana;  Implantar infraestrutura voltada a disciplinar o descarte dos resíduos sólidos por parte dos cidadãos, como a instalação de lixeiras nas vias públicas.

População deve:  Colaborar na manutenção da limpeza da cidade, evitando o descarte de resíduos em locais inadequados, realizando a limpeza das calçadas em frente aos seus imóveis, utilizar a infraestrutura oferecida pelo poder público, respeitar o regramento estabelecido, etc.

3.2.3 Resíduos Comerciais

O Poder Público Municipal deve:  Organizar e prestar direta ou indiretamente a coleta, destinação e disposição final dos resíduos sólidos de origem comercial e de prestadores de serviços os quais, por sua natureza, composição ou volume forem equiparados aos domiciliares, com geração inferior a 120 litros/dia ou 30 kg/dia (Figura 36), mediante cobrança pelos serviços prestados.  Realizar a identificação e o cadastramento dos grandes geradores de resíduos comerciais e de prestação de serviços, contendo informações sobre a localização, tipologia, produção média, entre outras, as quais possibilitarão o estudo das demandas pelos serviços de gerenciamento por ente responsável, facilitando a delimitação de responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos relacionados.

Geradores (estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços) Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço que gerem resíduos em quantidade superior a 120 litros/dia ou 30 kg/dia deverão:

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 Cuidar do manejo dos resíduos sólidos gerados em seus estabelecimentos, incluindo a coleta, transporte, destinação final e disposição final ambientalmente adequada, direta ou indiretamente através de contratação de serviços;  Implementar e operacionalizar integralmente Plano de Gerenciamento de seus resíduos, aprovado pelo órgão ambiental competente;  Manter atualizada e disponibilizar aos órgãos competentes as informações sobre a implementação e operacionalização do Plano;  Encaminhar inventário semestral para o órgão municipal competente com o tipo e quantidade de resíduo;  Designar responsável técnico devidamente habilitado para a elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas as etapas do PGRS, incluindo o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e dos danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.

3.2.4 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)

De acordo com a RDC ANVISA nº 306 (2004), são os resíduos gerados a partir do atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os de assistência domiciliar e trabalho de campo, conforme classificação e que se enquadram nos grupos A, B, C e E.

O Poder Público Municipal deve:

 Prestar o serviço, diretamente ou por meio de delegação dos serviços, de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde gerados nos estabelecimentos públicos municipais de serviços de saúde;  Identificar e cadastrar os geradores de (RSS), por meio do órgão ambiental municipal e/ou de vigilância sanitária, contendo no cadastramento informações sobre a localização, tipologia, produção média, existência de plano de gerenciamento, etc. Realizar também o cadastro dos prestadores de serviços de coleta, tratamento e disposição final de RSS que atuam em Rosário.

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 Fiscalizar e monitorar a implantação e operação correta dos PGRSS por parte dos geradores, por meio do órgão ambiental municipal e/ou de vigilância sanitária;  Orientar pacientes que fazem uso de materiais como agulhas, lancetas (perfurador da pele) e seringas a encaminhar esses materiais, acondicionados de forma segura, para a unidade de saúde mais próxima, evitando o descarte inadequado no lixo comum.

3.2.4.1 Geradores de Resíduos de Serviço de Saúde (prestadores de serviços de saúde humana ou animal), devem:  Elaborar Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte e outras orientações contidas na RDC ANVISA n° 306 (2004) e na Resolução CONAMA nº 358 (2005);  Designar profissional com registro ativo junto ao seu Conselho de Classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para exercer a função de responsável pela elaboração, implantação e operacionalização do PGRSS;  Prover capacitação e treinamento inicial e de forma continuada para os envolvidos no gerenciamento de resíduos;  Requerer às empresas prestadoras de serviços a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro emitido pelo órgão responsável para a coleta e o transporte dos resíduos, bem como o preenchimento do Controle de Transporte de Resíduos (CTR) para todas as etapas externas que envolvam o transporte de resíduos, estando eles ainda sem tratamento ou já tratados;  Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos gerados destinados à reciclagem ou à compostagem;  Encaminhar inventário semestral para o órgão ambiental municipal com o tipo e quantidade de resíduo gerado.

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População (residências) devem:  Encaminhar agulhas, lancetas (perfurador da pele) e seringas, acondicionados de forma segura, para a unidade de saúde mais próxima, evitando o descarte inadequado no lixo comum.

3.2.5 Resíduos da Construção Civil e Demolições (RCD)

De acordo com pesquisas realizadas, a indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais gera resíduos. Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra.

Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e da preparação e escavações de terrenos para a implantação de edificações, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

O Poder Público Municipal deve: Implementar e gerenciar o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção e Demolição (PMGIRCD), definindo estratégias e mecanismos para implementação de ações voltadas ao adequado gerenciamento de RCD gerados por grandes e pequenos geradores no município contribuindo para a melhoria da limpeza urbana e promovendo o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos produzidos.

Deve ser feito o PMGIRCD de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fomentando a redução da geração, a reutilização, a reciclagem e a correta disposição final dos rejeitos; a oferta infraestrutura adequada para captação de pequenos volumes, evitando o descarte inadequado dos resíduos no município. Deve ser implantando:

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 O Ponto de Entrega de Volumes (PEV);  A implementação de programa de educação ambiental voltado aos atores envolvidos na produção e manejo dos resíduos da construção civil;  A divulgação do PMGIRCD aos munícipes;  O estímulo ao uso de resíduo Classe A na forma de agregado reciclado em obras de infraestrutura, edificações, construções, reformas e reparos, de caráter público e privado;  O gerenciamento da destinação final dos RCC gerados em obras públicas do município, responsabilizando os executores das obras pelo cumprimento das normas, devendo constar no edital de licitação e no contrato quando forem obras executadas por terceiros;  A proposição de reuniões e palestras para capacitação dos funcionários de empresas de coleta e destinação final de RCD;  A definição dos critérios para elaboração, por parte dos grandes geradores, dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição (PGRCD) completos ou uso de formulários simplificados para comprovação do destino dos resíduos;  Exigir o cumprimento do estabelecido no PMGIRCD, quando do licenciamento de empreendimentos geradores de resíduos da construção e demolição, ou obras de terraplanagem;  Realizar os cadastros e os licenciamentos, pelo órgão municipal competente: dos transportadores de resíduos de construção do município e/ou que atuem dentro do território municipal, orientando-os para o uso e o adequado preenchimento de Manifestos de Transporte de Resíduos – MTR; das unidades de recebimento de resíduos de construção – Áreas de Transbordo e Triagem – ATT, Ponto de Entrega para Volumes (PEV); e das áreas públicas ou privadas que, atendidas as exigências legais e ambientais, possam ser utilizados para o recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes para reutilização, reciclagem, beneficiamento ou disposição final dos rejeitos.  Exigir o certificado de destino final dos resíduos gerados como condicionante para sua emissão do habite-se;

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 Desativar os pontos de deposição irregular de resíduos da construção e demolição existentes no município, de acordo com o TAC, a partir da implantação e fiscalização das áreas apropriadas, bem como elaborar e implantar o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, em áreas de deposição irregulares acima de 5 pilhas de altura mínima de 0,5m de RCD.

População  Os geradores de pequenos volumes de resíduos da construção civil deverão encaminhar os resíduos classes A, B e C, segregados entre si, em quantidade limitada em até 1 m³, ao Ponto de Entrega para Volumes (PEV), ou áreas que vierem a ser designadas pelo poder público municipal.

Grandes geradores de RCD  Os geradores de grandes volumes de resíduos da construção civil, acima de 1m³, deverão elaborar, implementar e operacionalizar Plano de Gerenciamento Específico (PGE), no caso dos resíduos de Construção e Demolição chamado: Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição (PGRCD).

De acordo com o definido no PMGIRCD, em função do porte da obra, poderão comprovar, junto ao órgão municipal competente e ao órgão licenciador, a contratação de empresa licenciada para o transporte e destinação final dos RCD.

3.2.6 Resíduos Volumosos e Vegetais Resíduos volumosos: são constituídos basicamente por material volumoso não removido pela coleta pública municipal, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais.

Resíduos vegetais: são os resíduos oriundos de podas de árvores, limpeza de jardins, provenientes da manutenção de áreas verdes públicas ou privadas e outros.

O Poder Público Municipal deve:

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 Prognosticar no Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção e Demolição (PMGIRCD), diretrizes e procedimentos técnicos e operacionais para o gerenciamento dos resíduos volumosos e resíduos vegetais no município. Isto se deve em função da origem e caráter esporádico da sua geração bem como da infraestrutura de coleta geralmente utilizada.  Encaminhar os resíduos volumosos e vegetais provenientes dos serviços públicos de limpeza urbana ao local adequado.

População  Os geradores de pequenos volumes de resíduos volumosos e vegetais deverão encaminhar seus resíduos segregados entre si, limitada à quantidade de 500 litros/mês ou 03 unidades/mês, aos PEPV ou áreas que vierem a ser designadas pelo Município, de acordo com o estipulado no PMGIRCD.  Grandes geradores de resíduos volumosos e vegetais, deverão elaborar, implementar e operacionalizar os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição (PGRCD).

De acordo com o definido no PMGIRCD municipal, poderão comprovar, junto ao órgão municipal competente e ao órgão licenciador, a contratação de empresa licenciada para o transporte e destinação final dos resíduos volumosos e vegetais.

3.3 TRANSPORTADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS Os responsáveis pela coleta e transporte de resíduos sólidos em geral, incluindo os RCD e os resíduos volumosos, reconhecidos como ação privada de coleta regulamentada, submetida às diretrizes e à ação gestora do Poder Público Municipal, devem:  Ser registrados e possuir licenciamento ambiental para a operação;  Fazer o transporte de resíduos com o respectivo documento de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR);  Disponibilizar em versão online pelo site da prefeitura o roteiro da coleta;  Fornecer aos geradores atendidos os comprovantes nomeando a correta destinação a ser dada aos resíduos coletados, assim como as devidas documentações que comprovem a regularidade destas empresas.

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 Deverão cumprir as leis municipais vigentes, que tratam do regramento das caixas de recepção (caçambas) depositadas em vias públicas, da disciplinada a coleta seletiva.

3.4 RESÍDUOS SUJEITOS A ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO ESPECÍFICO – PGE A política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), exige a elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para os geradores de determinados resíduos. Segundo a lei federal, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Específico (PGRSE), atenderá ao disposto no PMGIRS do município, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA.

O art. 3º da PNRS define gerenciamento de resíduos por:  X – (...) conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ou com Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, exigidos na forma desta Lei.

De acordo com o Art. 20, da Lei Federal nº 12.305/2010, estarão sujeitos à elaboração dos PGRSE´s, os geradores dos resíduos sólidos especificados a seguir, incluindo os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço:  Resíduos dos serviços públicos de saneamento, como o de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem de águas pluviais;  Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;  Resíduos de Serviços de Saúde – RSS: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS;  Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

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 Resíduos perigosos e não perigosos cujo volume de geração seja superior a 120 litros/dia, ou outro limite que venha a ser fixado pelo poder público municipal;  Resíduos da Construção Civil (RCC), nos termos de legislação municipal ou normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA;  Resíduos de serviço de transporte: portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodovias, ferrovias e passagem de fronteira, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS;  Resíduos agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do SISNAMA, do SNVS ou do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA).

O conteúdo mínimo que os Planos de Gerenciamento Específico (PGE) devem conter está expresso nos incisos I a XI do Art. 21 da Lei Federal nº 12.305/2010, sendo indispensável a designação de profissional técnico responsável devidamente habilitado para sua elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas as etapas, bem como para o controle dos processos e da forma de disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (Art. 22, da Lei Federal nº 12.305/2010).

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), disposto no art. 21, os PGRSE deverão contemplar o seguinte conteúdo mínimo:  Descrição do empreendimento ou atividade;  Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;  Definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob a responsabilidade do gerador, bem como explicitação dos responsáveis por cada etapa;  Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;  Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos;  Se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;  Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;

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 Periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos ambientais.

As informações contidas no conteúdo mínimo poderão ser complementadas caso o órgão ambiental entenda como necessário e oportuno. Conforme o Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM (2014), assim como os PMGIRS sob a responsabilidade do poder público, os PGRSE podem assumir arranjos distintos desde que respeitados os critérios estabelecidos na PNRS. O art. 61, do Decreto Regulamentador permite ainda que o PGRSE das empresas de pequeno porte seja inserido no PGRSE de empresas com as quais operam de forma integrada, desde que localizadas em área de abrangência da mesma autoridade de licenciamento ambiental.

De acordo com o IBAM, independente da organização a ser adotada, o Plano de Gerenciamento Resíduo Sólido Especifico é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade concedida pelo órgão competente do SISNAMA (art. 24, PNRS). Caso a atividade não esteja sujeita a licenciamento ambiental, caberá à autoridade municipal competente a aprovação do Plano de Gerenciamento (art. 24, § 1º, PNRS).

3.5 DESCRIÇÃO DAS FORMAS E DOS LIMITES DA PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO LOCAL NA COLETA SELETIVA E NA LOGÍSTICA REVERSA A Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/2010O no art. 33, aponta que:  Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus componentes são obrigados a implementar sistemas de logística reversa de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.  Os comerciantes, distribuidores, importadores e fabricantes dos produtos geradores de resíduos especiais são os responsáveis pelo acondicionamento, armazenamento temporário, coleta, transporte, reutilização, reciclagem,

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destinação, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos e seus rejeitos, bem como da coleta nos pontos de revenda e distribuição, também respondendo pelo passivo ambiental e pela recuperação de áreas degradadas quando causados por sua disposição inadequada.

Portanto, no Decreto nº 7.404/2010 Art. 18:  A implementação e operacionalização do sistema de logística reversa poderão ser adotados procedimentos de compra de produtos ou embalagens usadas e instituídos postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis, devendo ser priorizada, especialmente no caso de embalagens pós-consumo, a participação de cooperativas ou de outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis. Aos consumidores caberá:  Acondicionar adequadamente e disponibilizar os resíduos para coleta ou devolução em algum ponto de entrega previamente divulgado.

Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos encarregar-se-á desta função, por acordo ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, deverá ser devidamente remunerado por isso.

Atividades como a captação e concentração desses resíduos, por exemplo, pode envolver o Ponto de Entrega Voluntária (PEV) e Local de Entrega Voluntária (LEV) instalada pelo Município.

Compete ao município de Rosário:  Exigir regularmente atualização das informações completas do setor empresarial no que diz respeito à realização das ações sob a responsabilidade de cada um dos atores.  Investir em atividades de Educação Ambiental, as quais devem tratar sobre o que são os Sistemas de Logística Reversa, quem é responsável por cada serviço e ação e enfatizar a importância da segregação e encaminhamento adequados desses resíduos perigosos por parte da população. Esta deve compreender que o

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princípio da responsabilidade compartilhada inicia seu ciclo em cada cidadão que gera o resíduo.

No entanto, apesar de estar bem definida na Lei Federal a responsabilidade pela Logística Reversa, sua aplicação prática ainda tem muitos desafios. Embora haja algumas propagadas em relação a logística reversa de resíduos de pneus inservíveis, embalagens de agrotóxicos e de óleos lubrificantes, pilhas e baterias, verifica-se que a “responsabilidade compartilhada” imposta por lei visando o controle ambiental decorrente desses resíduos, o poder público ainda dificuldades para definir a participação dos agentes privados.

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CAPÍTULO IV - PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO PMGIRS

4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO PMGIRS 4.1. Projeção populacional A projeção populacional tem como objetivo orientar e avaliar a construção de cenário futuros dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Essa projeção é muito importante pois será objeto de definição pela administração municipal, levando a necessidade de discussão e avaliação periódica deste estudo.

Essa estimativa de crescimento populacional será revisada pelo município de acordo com novos dados censitários realizados ao longo dos anos, após a publicação efetiva realizada pelos órgãos oficiais.

A projeção populacional utilizada foi adaptada pela planilha disponibilizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), no qual foi possível observar que a projeção populacional foi elaborada com base na estimativa de crescimento da população urbana e rural apontada pelo IBGE (2010).

O modelo de crescimento da população é dado por uma progressão geométrica, sendo a curva representativa de evolução de população uma parábola.

Tabela 36: Estimativa populacional do município de Rosário pelo método aritmético

Tabela 1.3 – Estimativa populacional do município de Rosário pelo método aritmético População Total População Urbana População Rural Ano (hab) (hab) (hab) 2018 44377 24500 19877 2019 44977 24656 20321 2020 45577 24812 20765 2021 46177 24968 21209 2022 46777 25124 21653 2023 47377 25280 22097 2024 47977 25436 22541 2025 48577 25592 22985 2026 49177 25747 23430 2027 49777 25903 23874

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2028 50377 26059 24318 2029 50977 26215 24762 2030 51577 26371 25206 2031 52177 26527 25650 2032 52777 26683 26094 2033 53377 26839 26538 2034 53977 26995 26982 2035 54577 27151 27426 2036 55177 27306 27871 2037 55777 27462 28315 2038 56377 27618 28759 Fonte: Adaptação da estimativa populacional IBGE (2018) Mistério do Meio Ambiente (2012).

Tabela 37: Estimativa populacional do municipal do município de Rosário pelo método geométrico.

População Total População Urbana Ano (hab.) (hab.)

2011 40233 23415

2012 40900 23578

2013 41578 23742

2014 42267 23908

2015 42968 24074 2016 43680 24242 2017 44404 24410 2018 45140 24580 2019 45888 24752

2020 46649 24924

2021 47422 25098

2022 48209 25272

2023 49008 25448

2024 49820 25626

2025 50646 25804

2026 51485 25984

2027 52339 26165

2028 53206 26347

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2029 54088 26530

2030 54985 26715

2031 55897 26901

2032 56823 27089

2033 57765 27277

2034 58723 27467

2035 59696 27658 2036 60686 27851 2037 61692 28045

2038 62714 28240 Fonte: Adaptação da estimativa populacional IBGE (2018) Mistério do Meio Ambiente (2012). Escolha da estimativa populacional do município de Rosário pelo método aritmético, pois é o que mais se aproxima da estimativa do IBGE (2018).

Gráfico 12: Resultados dos métodos de estimativa populacional do Município de Rosário.

Fonte: Adaptação da estimativa populacional IBGE (2018) Mistério do Meio Ambiente (2012).

4.2 EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS Conforme o Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), a partir desta estimativa, pode-se dimensionar a quantidade de equipamentos que

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197 deverão ser adquiridos, a capacidade de processamento necessárias para galpões de triagem e pátios de compostagem e a vida útil de aterros sanitários, entre outros.

Tabela 38: Estimativa anual de geração de resíduos ao longo do horizonte do plano do Município de Rosário. Geração Geração per capita de Geração diária de anual de População Total Ano resíduos sólidos resíduos sólidos resíduos (hab.) (kg/hab./dia) (ton./dia) sólidos (ton./ano) 2017 42314 0,43 18,2 6641

2018 45140 0,43 19,4 7085

2019 45888 0,43 19,7 7202

2020 46649 0,43 20,1 7322

2021 47244 0,43 20,3 7415

2022 48209 0,43 20,7 7566

2023 49008 0,43 21,1 7692

2024 49820 0,43 21,4 7819

2025 50646 0,43 21,8 7949

2026 51485 0,43 22,1 8081

2027 52339 0,43 22,5 8215

2028 53206 0,43 22,9 8351

2029 54088 0,43 23,3 8489

2030 54985 0,43 23,6 8630

Geração per capita de Geração diária de Geração População Total Ano resíduos sólidos resíduos sólidos anual de (hab.) (kg/hab./dia) (ton./dia) resíduos

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sólidos (ton./ano)

2031 55897 0,43 24,0 8773

2032 56823 0,43 24,4 8918

2033 57765 0,43 24,8 9066

2034 58723 0,43 25,3 9217

2035 59696 0,43 25,7 9369

2036 60686 0,43 26,1 9525

2037 61692 0,43 26,5 9683

2038 62712 0,43 27,0 9843

Fonte: Adaptação da estimativa populacional IBGE (2018) - Mistério do Meio Ambiente (2012).

4.3 CONSTRUÇÕES DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS A partir do Diagnóstico dos Resíduos Sólidos e das projeções populacionais pôde-se ter a perspectiva para elaboração dos cenários. Portanto, a análise crítica dos dados diagnosticados e prognosticados permite verificar o comportamento e as “Tendências da gestão dos resíduos” em seus principais aspectos, uma vez que proporciona e evidencia- os.

As informações provenientes do diagnóstico e das projeções populacionais são tratadas como demandas de mitigação, melhoria, ampliação e adequação da infraestrutura de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, tendo como objetivo a universalização dos serviços e a garantia de sua funcionalidade dentro dos padrões adequados de qualidade, segurança à população em termos de saúde pública e proteção ao meio ambiente.

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Portanto, o encaminhamento das ações futuras para a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são resultantes de duas fontes de informações: a metodologia de planejamento e as demandas oriundas das projeções populacionais frente ao cenário prognosticado.

Conforme orientação do Ministério das Cidades, foram elaborados cenários alternativos de demandas por serviços que servirão como referencial para o planejamento no horizonte temporal adotado, refletindo as expectativas favoráveis e desfavoráveis para aspectos como:  Crescimento populacional;  Intensidade de geração de resíduos;  Mudança no perfil dos resíduos;  Incorporação de novos procedimentos;  Novas capacidades gerenciais, entre outras.

Com essa perspectiva, os cenários identificam, dimensionam, analisam e preveem a implementação de alternativas de intervenção considerando uma realidade carregada de riscos, surpresas e imprevisibilidades, visando o atendimento das demandas da sociedade.

Serão construídos três cenários, sendo o primeiro a projeção do diagnóstico sem alteração da gestão existente, mostrando como ficaria a situação futura no horizonte de planejamento previsto. As discussões dos demais cenários devem levar à escolha do cenário de referência o qual subsidiará a elaboração de diretrizes, estratégias, programas, projetos, ações e metas para os próximos 20 (vinte) anos.

No entanto, a definição do cenário não impede que este seja revisado ao longo do tempo, ao contrário, faz-se compulsório que este procedimento seja realizado ao menos a cada quatro anos e recomendável que seja revisado anualmente, como forma de atualização permanente do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, por meio de seus objetivos, programas, projetos, ações, indicadores de desempenho e metas.

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Cabe ressaltar que este é um trabalho de produção de alternativas e construção de cenários tendo por finalidade a criação de uma matriz sugestiva, homogênea e relevante.

4.3.1 Metodologia para Construção dos Cenários Conforme o dicionário Aurélio, cenário é o conjunto formado pela descrição coerente de uma situação do dado momento ou futura. Portanto, foram construídos cenários alternativos de demandas por serviços que servirão como referencial para o planejamento da limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.

A essência do trabalho de construção de cenários concentra-se, portanto, em momentos fundamentais:  Identificação de incertezas críticas;  Formulação de hipóteses.

Conforme Buarque (2003), deve ser feita a caracterização dos cenários, distinguindo os dois grandes conjuntos diferenciados segundo sua qualidade, especificamente, quanto à isenção ou presença do desejo dos formuladores do futuro: cenários exploratórios e cenário normativo.

O cenário exploratório com variações canônicas, por sua vez, consiste em variar um ou mais parâmetros característicos do futuro livre de surpresas e, com isso, configurar os futuros alternativos resultantes. Significa, na prática, introduzir uma faixa de variação admissível no futuro livre de surpresas e sempre a partir dele. Ou seja, não há mudança qualitativa. Este tipo de cenário é denominado como cenário tendencial (desfavorável).

4.3.2 Cenário Tendencial (Desfavorável) No este Cenário Tendencial, considera-se que não haverá investimentos em melhorias dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e em remediação e recuperação das áreas degradadas por resíduos dispostos de forma inadequada.

Considerando que o índice de atendimento atual com coleta convencional de resíduos sólidos não sofra alteração e que não seja realizada a coleta seletiva no município, pode-

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201 se elaborar um cenário exploratório, prevendo que não seja implantado o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e que as demandas atuais não sejam atendidas.

Podendo o Município manter a gestão dos serviços com os órgãos responsáveis atualmente, atuando de forma desarticulada e sem a utilização de procedimentos para dinamização das ações e registro das informações. Portanto, o cenário Tendencial é insuficiente para uma gestão eficiente dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Supõe-se que os equipamentos e infraestruturas existentes recebam apenas as manutenções usuais, realizadas ao longo do período do Plano, para que estes sistemas não entrem em colapso.

Portanto, as definições usadas para o cenário tendencial (desfavorável) estão de acordo com a tabela 41.

Tabela 39: Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário tendencial ASPECTOS DO CENÁRIO TENDENCIAL (DESFAVORÁVEL) O Município não possui, leis específicas sobre os diversos Aspectos legais tipos de resíduos gerados;

A administração dos serviços de manejo de RSU do município Prestação dos é feita de Serviços maneira direta e indireta pela Prefeitura Municipal. Fiscalização e Fiscalização ineficiente e regulação dos serviços deficiente. regulação Ausência de instituição única para a gestão, gerenciamento e Estrutura institucional controle dos resíduos sólidos urbanos.  Gestão/controle ineficiente dos custos da Prefeitura Municipal com a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; Aspectos Financeiros dos Serviços  Não existência de taxas para cobrir os custos com o Prestados sistema;  Balanço econômico-financeiro negativo para a prestação dos serviços.  Estabelecimento da cobertura de 100 % da população urbana com coleta regular de resíduos e 7% da população rural atendida; Coleta de Resíduos  Geração per capita de resíduos domiciliares com taxa Sólidos Domiciliares anual de crescimento positiva e constante; (RSD)  Serviço realizado por empresa CGA - Titara;  Nível médio de registro das atividades;  Não cobre toda população rural, somente 7%. Recuperação de Não há separação de resíduos na fonte para a coleta seletiva Resíduos Recicláveis e/ou outros dispositivos de coleta diferenciada de resíduos Secos e Úmidos recicláveis (secos e orgânicos) e/ou especiais;

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 Não existe cooperativa de catadores (triagem);  Não há recuperação de resíduos recicláveis úmidos (orgânicos) oriundos dos RSD gerados pela população, pois não existe atuação de empresas privadas oferecendo serviços de encaminhamento adequado de resíduos orgânicos de grandes geradores no município;

Disposição final de  Não tem como calcular o desvio total de RSD coletados Resíduos Sólidos misturados, devido à coleta seletiva não existir; Domiciliares (RSD)  Não possui registro das atividades e cadastro das áreas atendidas;  Presença de ações de encaminhamento de Resíduos da Limpeza Pública Construção Civil e Resíduos de Volume Volumoso e Verdes para de áreas alagadas, e sem licenciamento ambiental.

 Deficiências nos mecanismos de gestão e gerenciamento dos resíduos gerado sem unidades públicas e privadas; Resíduos de Serviços  Não tem atuação de prestador de serviço terceirizado na de Saúde (RSS) execução da coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos gerados em unidades públicas municipais, assim como atuação de empresas privadas atendendo os geradores privados e outros. Deficiência nos mecanismos de controle sobre as demandas para o planejamento da gestão e gerenciamento adequados das obras;  Ausência de controle do volume/peso de resíduos gerados por parte do Município, assim como aqueles Resíduos da gerados em obras de construção e demolição de pessoas Construção e físicas e jurídicas do município; Demolição (RCD)  Deficiências de fiscalização e regulação das atividades de coleta, transporte e destinação adequada;  Carência de áreas regularizadas para o transbordo, triagem, tratamentos/beneficiamentos e disposição final adequada, e não tem atuação de empresas privadas oferecendo o serviço. Continuidade de ações de forma difusa, sem gestão/controle do Município em relação aos resíduos gerados; Resíduos Volumosos  Ausência de programa de coleta e destinação adequada;  Ausência de controle do volume/peso de resíduos gerados.  Não há gestão/controle do Município em relação aos resíduos sólidos gerados em estabelecimentos industriais;  Deficiências no controle sobre as demandas para Resíduos Industriais elaboração dos devidos planejamentos para gestão e gerenciamento dos resíduos em estabelecimentos industriais;  Deficiências na fiscalização e regulação das atividades industriais do município  Não há gestão/controle do Município em relação aos resíduos sólidos gerados em atividades Resíduos agrossilvopastoris (Inventário em Censo Agropecuário); Agrossilvopastoris  Ausência de Programas de Valorização e Destinação Adequada de Resíduos Agrossilvopastoris, a exceção de

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Ações e Programas para destinação adequada de resíduos de agrotóxico e suas embalagens.  Sem gestão/controle do Município em relação aos resíduos gerados;  Não existe atuação do setor privado e público;  Não existe nenhum Acordo Setorial estabelecido para Logística Reversa de: agrotóxicos e suas embalagens, Resíduos da Logística óleos lubrificantes usados ou contaminados e suas Reversa e Óleos embalagens, pilhas e baterias, pneus e lâmpadas Comestíveis florescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;  Não existe Programa para coleta e destinação adequada de resíduos de óleos comestíveis, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos, embora ainda pouco significativo;  Continuidade de ações de forma difusa e não contínuas, Educação Ambiental levando à pouca efetividade;  Geração per capita de RSD com taxa de crescimento anual, positiva e constante;  Índice de atendimento à população sem evolução, com percentual de cobertura igual ao diagnosticado em campo (100% na área urbana e defasada na área rural); Indicadores  Índice de desvio de resíduos do aterro sem evolução. Todos os resíduos sólidos gerados é destinada ao aterro sanitário, por conta da falta de ações para a destinação correta dos resíduos;  Composição gravimétrica dos resíduos sem alteração. Fonte: Manual do plano de gestão de Resíduo sólido MMA (2012), adaptação Prefeitura Municipal de Rosário.

4.3.3 Cenário desejável (favorável) O cenário desejável expressa o compromisso no futuro estabelecido entre a vontade e as circunstâncias. Este cenário se reflete em desejos que, sem um correto planejamento, não passarão de utopias sem aplicabilidade prática (BUARQUE, 2003).

Um Cenário Desejável elenca a universalização do atendimento da coleta convencional, da coleta seletiva, o cumprimento das metas consideradas pelas legislações vigentes (municipal, estadual e federal) e a gestão dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos sendo assumida por específico, como também:  Instalação da Central de triagem;  Reaproveitamento e reciclagem de materiais com a inclusão social de catadores organizados em sistemas formais de prestação de serviços, podendo eles realizar: coleta seletiva, triagem e beneficiamento, no âmbito municipal;  Gestão dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final de Resíduos dos Serviços de Saúde;

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 Coleta seletiva de resíduos recicláveis secos e úmidos no município, encaminhando apenas os rejeitos ao aterro sanitário da Empresa CGA - Titara;  Gestão e controle dos serviços relacionados aos resíduos da construção civil, podendo incluir o gerenciamento de áreas para transbordo, triagem e beneficiamento;  Gestão e controle dos Programas e das informações sobre os resíduos industriais, agrossilvopastoris e de mineração;  Gestão, participação e controle de programas para resíduos especiais, sujeitos à logística reversa, bem como de óleos comestíveis.

Nessa perspectiva do cenário, considera-se o ganho de escala para a implantação de atividades prestadas de forma municipal, obtendo recursos financeiros federal para a implantação de ações relacionadas à gestão dos resíduos sólidos, no âmbito de viabilizar ações de saneamento para a gestão de recursos.

No cenário desejável, a aplicação de taxas, em conjunto com o aporte de recursos proveniente das esferas federais e estaduais, fomenta os processos de estruturação do sistema e estabelece a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços em curto prazo.

Tabela 40: Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário desejável. ASPECTOS DO CENÁRIO DESEJÁVEL (FAVORÁVEL)

Aspectos legais  O Município dispõe leis que preveem a participação popular;  O Município cumpre com todas as metas e prazos estabelecidos pelo PMGIRS e demais legislações vigentes.  Centro de Triagem. Instalação  Ponto de Entrega Voluntaria de Resíduos - PEV;  Ecopontos Cooperativa Recicla  Consolidação da fundação e implementação da Cooperativa de catadores Rosário – RECICLA ROSÁRIO. Fiscalização e regulação  Fiscalização eficiente com regulação dos serviços.

 Gestão/controle eficiente dos custos da Prefeitura Municipal com a Aspectos limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; Financeiros dos  Definição de mecanismo de cobrança para alcance da sustentabilidade Serviços Prestados econômico-financeira dos serviços;

 Balanço econômico-financeiro positivo para a prestação dos serviços. Coleta de Resíduos  Geração per capita de resíduos domiciliar estável em função do sucesso Sólidos Domiciliares dos programas de educação ambiental junto à população; (RSD)

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 Índice de atendimento à população em 100% zona urbana e rural, com a universalização da coleta domiciliar, atendendo a área urbana e rural na coleta de resíduos recicláveis secos e orgânicos, bem como dos rejeitos;  Estabelecimento de rotinas de registro das atividades;  Elaboração de estudo de roteirização, com cadastro e controle de roteiros para encaminhamento das informações para sistema operacional do Município.  Dias alternados para as coletas de resíduos sólidos. Recuperação de  Inclusão e ampla divulgação de medidas de separação na fonte, com Resíduos Recicláveis instituição da coleta seletiva a toda população, além de outras formas de Secos e Úmidos coleta - PEV, Ecoponto, sistemas de troca/recompensa que já é implementado pela CEMAR em alguns municípios maranhense, etc.). Disposição final de  Disposição final adequada, ou seja, somente os rejeitos sendo enviado Resíduos Sólidos para aterro sanitário da empresa CGA - Titara; Domiciliares (RSD)  Recuperação de áreas degradadas;

 Atuação da Prefeitura Municipal de forma direta e/ou indireta;  Estabelecimento de rotinas de registro das atividades; Limpeza Pública  Elaboração de cadastro das áreas atendidas;

 Gestão dos resíduos provenientes da Limpeza Pública;  Utilização de áreas licenciadas para o manejo destes resíduos.  Elaboração do Plano de Gerenciamento de RSS em todas as unidades de saúde (públicas e privadas) sendo realizado segundo determinações da RDC n◦ 306/2004 da ANVISA e Resolução CONAMA n◦ 358/05;  Coleta de RSS realizada em todas as unidades de saúde (públicas e Resíduos de privadas); Serviços de Saúde  Estabelecimento de rotinas para gestão/controle em relação aos RSS (RSS) gerados nos estabelecimentos privados;

 Presença de mecanismos para cobrança e controle de estabelecimentos sujeitos à elaboração de PGRSS;  Dispor os resíduos em sacos corretamente conforme as cores estabelecidas pela a conforme Resolução do CONAMA.  Presença de mecanismos para cobrança e controle de projetos específicos para o gerenciamento de RCD, conforme Resolução n◦ 307/2002 do CONAMA; Resíduos da  Instituição de Programa de coleta, triagem e beneficiamento dos RCD de Construção e forma regionalizada; Demolição (RCD)  Ações de controle e gerenciamento eficazes;  Fiscalização permanente das atividades;  Presença de áreas regularizadas para o transbordo, triagem, tratamentos e disposição final adequada de RCD, conforme Resolução n◦ 307/2002 do CONAMA.  Instituição de Programas de coleta, triagem e beneficiamento dos Resíduos Volumosos resíduos no âmbito municipal e/ou regional, para encaminhamento adequado das diferentes tipologias de resíduos;  Gestão/controle em relação aos resíduos gerados.  Presença de mecanismos para cobrança e controle sobre as demandas Resíduos Industriais para elaboração dos planos para resíduos de estabelecimentos industriais;

 Fiscalização e regulação das atividades industriais do município.  Gestão/controle em relação aos resíduos sólidos gerados em atividades Resíduos agrossilvopastoris, com elaboração de Inventário em Censo Agrossilvopastoris Agropecuário;  Presença de Programas de Valorização e Destinação Adequada de Resíduos Agrossilvopastoris. Resíduos da Logística reversa e  Gestão/controle em relação aos resíduos gerados.

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Óleos Comestíveis  Atuação do setor privado e público mediante o atendimento à diretrizes dos acordos setoriais estabelecidos e específicos a cada tipologia de resíduo;  Acordo Setorial estabelecido para Logística Reversa de todos os resíduos previstos pela Lei n◦ 12.305 de 2010.  Gestão/controle eficiente dos custos da Prefeitura Municipal com a Cobrança pelos limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; Serviços  Criar taxas para alcance da sustentabilidade econômico-financeira dos serviços;  Balanço econômico-financeiro positivo para a prestação dos serviços.  Elaboração e implementação do Plano de Comunicação e Educação Ambiental do Município;  Ações efetivas de Educação Ambiental;

Educação Ambiental  Gestão das atividades realizadas em toda a área municipal, começando pelas secretarias municipais;

 Presença de Programas de Educação Ambiental para o manejo adequado de resíduos de: agrotóxicos e suas embalagens, óleos lubrificantes usados ou contaminados e suas embalagens, pilhas e baterias, pneus e lâmpadas florescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista.  Composição gravimétrica dos resíduos sem alteração, conforme Geração per capita de RSD com taxa de crescimento anual estável;  Índice de atendimento à população com evolução e percentual de Indicadores cobertura de100% na área urbana e rural;

 Índice de desvio de resíduos recicláveis secos e úmidos desviados do aterro variando conforme metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Fonte: Manual do plano de gestão de Resíduo sólido MMA (2012), adaptação Prefeitura Municipal de Rosário.

4.3.4 Cenário possível (intermediário) Esse cenário é o que reflete a melhor situação possível, a mais plausível e viável, por sua vez, se constitui como o cenário capaz de ser efetivamente, construído e demonstrado equipamentos e infraestruturas existentes recebam não apenas as manutenções usuais, realizadas ao longo do período do PMGIRS, para que estes sistemas não entrem em colapso, mas busca ampliação, eficácia e eficiência nos trabalhos realizados.

Esse cenário possível (intermediário) será objeto de discussão na oficina a ser realizada no município, com a participação do Comitê Diretor Local e do Grupo de Sustentação, e será consolidado quando da realização da audiência pública, assumindo este cenário como exequível para a esfera do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Partido desse cenário “Possível”, foram avaliadas as demandas que caracterizam os objetivos e metas imediatas ou emergenciais, para curto, médio e longo prazo, admitidos os seguintes intervalos de tempo:

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 Imediatas ou emergenciais – até 2 anos;  Curto prazo – entre 2 a 4 anos;  Médio prazo – entre 4 a 8 anos;  Longo prazo – entre 8 a 20 anos.

Consequentemente esta avaliação proporcionará os investimentos necessários aos incrementos para as adequações físicas, bem como melhorias, mudanças de rotina e gestão municipal, instalação de equipamentos entre outras demandas identificadas.

Portanto, implementação de ações e melhorias nos serviços relacionados à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos está sempre vinculada à disponibilidade de recursos para investimentos nesta área. Pois, os investimentos necessários ao cenário “Possível” devem estar apoiados na disponibilidade de recursos por meio de incentivos em programas governamentais que visam o fortalecimento deste setor no Município.

Esse cenário é definido como aquele possível de ser executado, com as condições operacionais e financeiras do Município, de acordo com o entendimento obtido na fase de Diagnóstico, construído a partir das alternativas que promoverão a compatibilidade qualitativa e quantitativa entre demandas e disponibilidade de serviços.

Um dos objetivos principais da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/2010), disposto em seu art. 7º, inciso II, a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. No art. 7º, inciso X, traz como objetivo a [...] regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada na Lei nº 11.445, de 2007 - Política Nacional de Saneamento Básico - PNSB.

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Portanto com base nas diretrizes da Lei 12.305/10, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, deve buscar a integralização do atendimento à população, contemplando os índices mais próximos possíveis da universalização ao final do seu horizonte de planejamento, bem como o atendimento às metas estabelecidas no Plano Nacional e Plano Estadual de Resíduos Sólidos.

Neste cenário os índices de atendimento dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são universalizados ao longo do período de planejamento. Portanto, as definições usadas para este cenário estão de acordo com a tabela 43.

Tabela 41: Serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no cenário possível ou intermediário ASPECTOS DO CENÁRIO POSSÍVEL (INTERMEDIÁRIO)  O Município dispõe de algumas políticas públicas estabelecidas, tendo em vista resolver as questões pertinentes, ao menos, aos Aspectos legais principais resíduos gerados;  O Município busca cumprir, de forma gradual, todas as metas e prazos estabelecidos nas legislações nacionais, estaduais e municipal vigentes. Prestação dos A execução dos serviços de manejo de RSU é feita de maneira direta ou Serviços indireta pela Prefeitura Municipal.  Centro de Triagem. Instalação  Ponto de Entrega Voluntária de Resíduos - PEV;  Ecopontos.  Toda documentação regularizada; Cooperativa RECICLA  Todos cooperados em ativa; ROSÁRIO  Parcerias sendo firmadas. Fiscalização e regulação  Presença de ações para a fiscalização e regulação dos serviços. Gestão do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Estrutura realizada pela Prefeitura Municipal, com setores articulados e institucional planejados. Aspectos  Gestão/controle eficiente dos custos da Prefeitura Municipal com a Financeiros dos limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; Serviços Prestados  Incremento das taxas para alcance da sustentabilidade econômico- financeira dos serviços. Coleta de Resíduos  Índice de atendimento à população em 100%, com a universalização Sólidos Domiciliares da coleta domiciliar, atendendo a área urbana e rural na coleta de (RSD) resíduos recicláveis secos e orgânicos, bem como dos rejeitos;

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 Estabelecimento de rotinas de registro das atividades;  Elaboração de estudo de roteirização e cadastro de roteiros;  Controle da coleta por GPS e encaminhamento das informações para sistema de informações do Município.  Inclusão de medidas de divulgação para separação na fonte, com ampliação da coleta seletiva e outras formas de coleta (PEV´s, Ecopontos, sistemas de troca/recompensa (CEMAR), etc.);  Aumento gradativo dos percentuais de desvio de resíduos recicláveis secos dispostos em aterro sanitário, alcançando 94% ao final do Recuperação de horizonte de planejamento, seguindo metas apresentadas pela proposta Resíduos Recicláveis de Plano Nacional de Resíduos Sólidos, disponibilizada pelo MMA Secos e Úmidos em 2012;

 Aumento gradativo dos percentuais de desvio de resíduos recicláveis úmidos (orgânicos) dispostos em aterro sanitário, alcançando 93% ao final do horizonte de planejamento, seguindo metas apresentadas pela proposta de Plano Nacional de Resíduos Sólidos, disponibilizada pelo MMA em 2012; Disposição final de  Disposição final adequada de rejeitos em aterro sanitário regularizado; Resíduos Sólidos  Recuperação parcial de áreas degradadas. Domiciliares (RSD)  Atuação da Prefeitura Municipal de forma direta ou indireta;  Estabelecimento de rotinas de registro das atividades; Limpeza Pública  Elaboração de cadastro das áreas atendidas;

 Gestão dos resíduos provenientes da Limpeza Pública;  Utilização de áreas licenciadas para o manejo destes resíduos.  Gestão e gerenciamento de RSS em todas as unidades de saúde (públicas e privadas) sendo realizado segundo determinações da RDC n◦ 306/2004 da ANVISA e Resolução CONAMA n◦ 358/05; Resíduos de  Coleta de RSS realizada em todas as unidades de saúde (públicas e Serviços de Saúde privadas); (RSS)  Estabelecimento de rotinas para gestão/controle em relação aos RSS

gerados nos estabelecimentos privados;  Presença de mecanismos para cobrança e controle de estabelecimentos sujeitos à elaboração de PGRSS. Resíduos da  Presença de mecanismos para cobrança e controle de projetos Construção e específicos para o gerenciamento de RCD, conforme Resolução n◦ Demolição (RCD) 307/2002 do CONAMA;

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 Instituição de Programa de coleta, triagem e beneficiamento dos RCD de forma regionalizada;  Ações de controle e gerenciamento de RCD;  Ações de fiscalização das atividades;  Presença de áreas regularizadas para o transbordo, triagem, tratamentos e disposição final adequada de RCD, conforme Resolução n◦ 307/2002 do CONAMA.  Instituição de Programas de coleta, triagem e beneficiamento dos Resíduos Volumosos resíduos no âmbito municipal para encaminhamento adequado das diferentes tipologias de resíduos;  Gestão/controle em relação aos resíduos gerados.  Presença de mecanismos para cobrança e controle sobre as demandas para elaboração dos planos para resíduos de estabelecimentos Resíduos Industriais industriais;

 Ações de fiscalização e regulação das atividades industriais do município.  Gestão/controle em relação aos resíduos sólidos gerados em atividades Resíduos  agrossilvopastoris, com elaboração de Inventário em Censo Agrossilvopastoris agropecuário;

 Presença de Programas de Valorização e Destinação Adequada de Resíduos Agrossilvopastoris.  Gestão/controle em relação aos resíduos gerados;  Atuação do setor privado e público, de forma dissociada, mediante o Resíduos da atendimento à diretrizes dos acordos setoriais estabelecidos e Logística Reversa e específicos a cada tipologia de resíduo; Óleos Comestíveis  Acordo Setorial estabelecido para Logística Reversa de todos os resíduos previstos pela Lei n◦ 12.305 de 2010.  Plano de Comunicação e Educação Ambiental implementado;  Ações constantes de Educação Ambiental;  Presença de Programas de Educação Ambiental para o manejo Educação Ambiental adequado de resíduos de: agrotóxicos e suas embalagens, óleos

lubrificantes usados ou contaminados e suas embalagens, pilhas e baterias, pneus e lâmpadas florescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista.  Composição gravimétrica dos resíduos sem alteração, conforme Indicadores Geração per capita de RSD com taxa de crescimento anual, positiva e

constante;

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 Índice de atendimento à população com evolução e percentual de cobertura de100% na área urbana e rural;  Índice de desvio de resíduos recicláveis secos e úmidos desviados do aterro variando conforme metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Fonte: Manual Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA), 2012, adaptação Prefeitura Municipal de Rosário.

4.4 ESTUDOS DAS DEMANDAS FUTURAS PELO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS A projeção da geração de resíduos sólidos é fundamental para analisar os Objetivos, Metas, Programas, Projetos e Ações do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Com a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305, consolida-se o compromisso do Governo Federal em estabelecer uma política de liberação de recursos para que estados e municípios promovam a universalização do acesso aos serviços adequados de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

O município de Rosário deverá se empenha na tentativa de alcançar o objetivo de universalização do setor no horizonte do PMGIRS, acreditando no potencial de desenvolvimento local por meio de incentivos federais, técnicos e financeiros, bem como apoio à capacitação institucional, sendo que tais fatores foram considerados na decisão de assumir o cenário normativo ou de referência na construção do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Tabela 42: Estimativa da população atendida pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

População Total População População Ano (hab) Urbana (hab) Rural (hab)

2018 44377 24500 19877 2019 44977 24656 20321 2020 45577 24812 20765 2021 46177 24968 21209 2022 46777 25124 21653 2023 47377 25280 22097 2024 47977 25436 22541

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2025 48577 25592 22985 2026 49177 25747 23430 2027 49777 25903 23874 2028 50377 26059 24318 2029 50977 26215 24762 2030 51577 26371 25206 2031 52177 26527 25650 2032 52777 26683 26094 2033 53377 26839 26538 2034 53977 26995 26982 2035 54577 27151 27426 2036 55177 27306 27871 2037 55777 27462 28315 2038 56377 27618 28759 Fonte: Manual Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA), 2012, adaptação Prefeitura Municipal de Rosário.

No cálculo da estimativa da população atendida pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, considerou-se como indicador o percentual de cobertura e atendimento à população com os serviços de coleta e manejo de resíduos domiciliares, sendo abordados três índices de atendimento:  Cenário tendencial relacionado à situação verificada hoje, variando conforme o crescimento populacional, presumindo-se a sua manutenção para o pleno atendimento da população urbana;  Cenário favorável (desejável) como índice hipotético, relacionado a uma situação ideal, para o qual se supõe um sistema plenamente regularizado e com atendimento adequado de todos os serviços de limpeza pública e de manejo dos resíduos sólidos, de acordo com as expectativas do cenário favorável;

 Cenário possível (intermediário), que é considerado possível e simula o pleno atendimento às determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos, buscando a adequação dos serviços para o alcance e atendimento adequado da população rural.

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Os índices encontrados na projeção da geração de resíduos e proporcionalmente aplicados no crescimento da população para o horizonte de 20 anos, permitindo a simulação da geração de resíduos durante o mesmo período.

Tabela 43: apresenta as estimativas de atendimento à população pelos serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos domiciliares para os três cenários previstos.

Fonte: Fonte: Manual Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA) - 2012, adaptação Prefeitura Municipal de Rosário.

Com base nos índices de atendimento total à população do município que foram obtidos por meio da soma ponderada das populações urbana e rural atendidas pelos serviços, projetados ano a ano. Considerando que não haverá passivos ambientais pela destinação final inadequada dos resíduos sólidos gerados pela população, os cenários favorável e possível assumem que deve haver a universalização do atendimento com coleta regular de resíduos sólidos domiciliares em prazo médio (até 06 anos).

4.4.1 Projeção da geração de resíduos sólidos De acordo com os dados obtidos pode-se ter realidade atual do sistema de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos no município, bem como de outras referências como o

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Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as versões disponíveis do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES, 2012) e Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Maranhão (PEGIRS, 2012), além de outras referências bibliográficas, estimou-se o prognóstico da situação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

4.4.2 Resíduos sólidos domiciliares (RSD) Conforme estudo gravitacional realizado no mês de janeiro/2018 e dados disponibilizados pela Empresa CGA – Titara, os habitantes do município de Rosário geram, mensalmente, 353,96 toneladas de resíduos ao mês, o que resulta em uma geração per capita de aproximadamente 0,432kg/hab/dia (considerando a população efetivamente atendida pelos serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos supracitado). A partir do dado de geração per capita calculado para o ano de 2018, projetou-se este índice ano a ano, com as respectivas taxas de crescimento anual variando conforme cenário projetado, até o final do horizonte de planejamento (ano 2038).

As taxas de aumento na geração de resíduos sólidos apontadas para os cenários tendencial e possível foram baseadas na quantidade de resíduos destinados por habitante urbano citado na proposta do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2012.

O cenário tendencial, optou-se pela estimativa para municípios que possuem população total ou menor que 100 mil habitantes, cujo valor é considerado maior e, portanto, mais desfavorável e próximo da realidade atual, onde ainda não há uma preocupação e condição favorável para novos investimentos em melhorias e mudanças nos processos de gestão e gerenciamentos dos resíduos sólidos. Esta taxa é considerada mais apropriada ao cenário.

No cenário possível, apontou-se a estimativa de crescimento na geração per capita segundo dados quantitativos para a Macrorregião Nordeste do Brasil. Por representar uma taxa intermediária entre os demais cenários, sendo maior que a do cenário favorável e mais amena que a do cenário tendencial, torna-se mais apropriada ao cenário.

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Portanto, para o cenário favorável, considerou-se o crescimento na geração per capita como 0%, o que significa estabilidade para o horizonte de planejamento. O valor foi escolhido tendo em vista as diretrizes e estratégias do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que apontam como estratégia de redução da geração de resíduos sólidos urbanos, a diretriz de reduzir a geração brasileira ao patamar de 2008, ou seja, em média de 1,1 kg/hab/dia. No município de Rosário ficaria mantido o valor per capita de 0,43 kg/hab/dia, para cálculos no qual os valores seriam sem acréscimos como prever a Política Nacional de Resíduos Sólidos em um cenário favorável.

Considerando que a taxa atual calculada para o Município está abaixo deste valor, optou- se por manter estável a sua geração per capita.

Tabela 44: Taxa de crescimento anual (% a.a) TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL Cenário tendencial Cenário favorável Cenário possível 5,98% 0% 1,48% Fonte: Adaptado de Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA, 2012)

A partir destas taxas chegou-se às projeções para as taxas de geração per capita de resíduos sólidos no Município, conforme apresentado na Tabela 46.

Tabela 45: Projeções para as taxas de geração per capita de resíduos sólidos no município.

CENÁRIO CENÁRIO CENÁRIO ANO TENDENCIAL FAVORÁVEL POSSÍVEL (kg/hab.dia) 2018 0,43 0,43 0,43 2019 0,46 0,43 0,44 2020 0,48 0,43 0,44 2021 0,51 0,43 0,45 2022 0,54 0,43 0,46 2023 0,57 0,43 0,46 2024 0,61 0,43 0,47 2025 0,65 0,43 0,48

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2026 0,68 0,43 0,48 2027 0,73 0,43 0,49 2028 0,77 0,43 0,50 2029 0,81 0,43 0,51 2030 0,86 0,43 0,51 2031 0,91 0,43 0,52 2032 0,97 0,43 0,53 2033 1,03 0,43 0,54 2034 1,09 0,43 0,54 2035 1,15 0,43 0,55 2036 1,22 0,43 0,56 2037 1,30 0,43 0,57 2038 1,37 0,43 0,58 Fonte: Adaptado de Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA, 2012)

Pode-se observar que, conforme cenário tendencial, a geração de resíduos ao final do horizonte de planejamento pode chegar ao patamar de 1,37 kg/hab.dia, o município não estaria executado o PMGIRS. No cenário favorável, este valor será estável em 0,43 kg/hab.dia, o que acarreta em um percentual de 94% da tendencial se nada mudasse da realidade atual. No cenário possível, o valor final chegaria em 0,58 kg/hab.dia, o que representa quase 80% da geração de RSD do cenário tendencial.

4.4.3 Resíduos de serviço de saúde (RSS) A projeção da geração total de Resíduos de Serviço de Saúde no Município está embasada nos indicadores de geração per capita de 4,9 kg/1.000 hab/dia apontado pelo IPEA (2012), para municípios acima de 30 mil habitantes.

A partir destes indicadores e considerando as estimativas populacionais apresentadas para o horizonte deste PMGIRS, tem-se o total de geração de RSS.

A destinação final dos Resíduos Sólidos de Saúde, em sua totalidade (100%), deve ser realizada de forma adequada. Isto significa que deve ser realizado pré-tratamento da fração perigosa e/ou infectocontagiante, bem como a disposição final em local regularizado de todos os resíduos de serviços de saúde coletados.

4.4.4 Análise financeira da gestão dos resíduos sólidos

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TIPO DE RESÍDUOS DIAGNÓSTICO - PROBLEMAS 217

 Não tem programa de Coleta Seletiva;  Não tem Central de Triagem;  Não tem atuação de catadores; Resíduos Sólidos Domiciliares e  Não tem cooperativa; Comercial  Coleta convencional em 100% zona urbana;  Coleta convencional somente em 7% zona rural;  A destinação final de parte desses resíduos é em lugar inadequado (bota- fora); Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana  Não tem um triturador de galhos;  Os galhos são depositados em lugar inadequado.  Resíduos gerado vão para o aterro Resíduos Cemiteriais sanitário, não passa por coleta seletiva;

 Número insuficiente de lixeiras.  Parte são encaminhada para Resíduo de serviço de saúde disposição final feita por empresa

especializada;  Não há equipamento para trituração do resíduo;  Não há um controle específico sobre a geração de RCC; Resíduo de construção civil

 Não há equipe técnica para atuar somente com este tipo de resíduo.  Não a um local correto(licenciado) para ser utilizados com estação de transbordo do RCC;  Não há um controle específico sobre a Resíduo industrial geração;

 Não existe PGRS elaborado.  Consumidores desconhecem a lei da logística reversa;  Os comerciantes não informam os

consumidores sobre a logística Resíduos das atividades reversa; agrossilvopastoris  Não há ponto de coleta desse tipo de resíduo no município, apenas encontros anuais para coletar esse tipo de resíduos. Resíduos sólidos pneumáticos  Não há registro

 Os resíduos são recolhidos junto com Resíduos de serviço de transporte os domiciliares e comerciais.  Encaminhado para o Aterro Sanitário CGA – Titara.

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 As embalagens vazias de óleo são Resíduos sólidos perigosos/eletrônico descartadas no lixo comum;  Não há um controle especifico de óleo lubrificante e graxas. Resíduos dos Serviços de saneamento  Não existe geração desse resíduo;

Área Contaminadas  Não contabilizadas

Tabela 46: Abaixo são expressos os gastos anuais com serviços de limpeza pública previsto no LOA -2018

Tipos de gastos Despesas anual (R$) Administrativo Mao de obra

Mao de obra- motoristas e operador de maquinas 1.000.000,00 Coleta de RSS

Outros

Fonte: Prefeitura Municipal

4.5 SÍNTESES DO DIAGNÓSTICO Será feita uma apresentação de todos os tipos de resíduos apresentados até aqui e seus respectivos problemas mostrados. Tabela 49: Resíduos Domiciliares e Comercial Fonte: Prefeitura Municipal

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS (DIAGNÓSTICO) O município de Rosário, após o diagnóstico, observa-se que o município apresentar muitos pontos positivos, porém alguns problemas.

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Tabela 47: Resumo do diagnóstico Resíduos Domiciliares e Comercial Resumo do diagnóstico

 Cidade sempre limpa;  Coleta convencional de resíduos domésticos e comercial Pontos Positivos diariamente, em 100% da zona Urbana  Disposição final dos resíduos urbanos de acordo com a PNRS;

 Coleta convencional de apenas 7% da zona rural do município;  Falta a implantação de coleta seletiva;  Falta a aquisição de um triturador de galhos;  Não existe licenciamento de uma área adequada para a disposição final RCC, RSV e podas;  Falta identificar os grandes geradores;  Não tem leis específicas;  Concluir a documentação da cooperativa;  Inserir a logística reversa no município; Pontos Negativos  Falta de educação ambiental nos órgãos públicos e nas escolas de forma efetiva;  A coleta de resíduos de serviços de saúde ocorre de forma inadequada;  Não possui registro de áreas contaminadas;  Falta de matérias e EPI’s;  Não existe fiscalização quanto a quantidade de resíduos encaminhado para o bota-fora da prefeitura;  O município não possui QPD – Quadro de Prestação Detalhada. Fonte: Prefeitura Municipal

4.7 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS, AÇÕES E METAS PARA O MANEJO DIFERENCIADO DOS RESÍDUOS ESPECÍFICOS E MODELO TECNOLÓGICO PROPOSTO

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Segundo o Art. 9º da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305 de 2010: “Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.

De acordo com a Lei Federal nº 12.305/2010 e da Lei Federal nº 11.445/2007, as exigências com ênfase na sustentabilidade econômico-financeira e ambiental, devem fazer parte das diretrizes e estratégias, programas, ações e metas para o manejo dos resíduos sólidos. As questões relevantes são inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e as ações programadas voltadas à educação ambiental, bem como o fortalecimento gerencial do setor responsável pelo manejo dos resíduos, no âmbito municipal.

Em Rosário o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos busca a partir da situação atual da gestão dos resíduos sólidos, identificada na Capitulo 2 – Diagnóstico dos Resíduos Sólidos, estabelecer como se pretende atuar para atingir, em determinado período temporal, os objetivos da PNRS, com o comprometimento de todos os atores envolvidos com os resíduos sólidos (produtores de mercadorias que geram resíduos nas fases de produção, consumo e pós-consumo, comerciantes, distribuidores, importadores, prestadores de serviço público ou privado de manejo de resíduos sólidos e consumidores).

O modelo tecnológico indicado para gestão dos resíduos sólidos em Rosário foi baseado nos princípios e diretrizes listados a seguir:

 Privilegiar a ordem hierárquica do gerenciamento de resíduos sólidos definida pela Lei Federal nº 12.305/2010, com a minimização da geração, o manejo diferenciado dos resíduos sólidos, a segregação na fonte, a triagem e a recuperação dos resíduos que constituem bem econômico e valor social, e a disposição final ambientalmente adequada daqueles não passíveis de recuperação;

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 Estimular o compromisso da população com a separação dos resíduos na fonte geradora e entrega nos locais indicados pela comunidade, por meio de programas de Comunicação e Educação Ambiental, Mobilização e Comunicação Social;

 Inclusão de catadores de materiais recicláveis por meio da realização de trabalhos realizados de forma legal, em condições seguras e salubres, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;

 Incentivar o tratamento descentralizado das frações de resíduos com sistemas de baixo custo operacional e eficiência comprovada;

 Diminuir e se possível, a erradicar qualquer forma de destinação de resíduos da construção civil e volumosos em locais não regularizados para realizar tal atividade;

 As legislações municipais relacionadas à Gestão e Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Volumosos devem considerar as especificidades locais e estar em consonância com as diretrizes regionais definidas de comum acordo;

 Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil devem ser elaborados e efetivamente implementados por todos os agentes envolvidos no fluxo dos resíduos de construção civil e volumosos, estão sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:

o Os geradores de resíduos da construção civil, nos termos definidos pelas legislações municipais;

o Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, como por exemplo as áreas receptoras e de

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beneficiamento de resíduos da construção civil, nos termos definidos pelas legislações municipais;

 Formalização de padrões para a fiscalização e elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento dos Planos de Gerenciamento.

Geradores de Resíduos de Construção Civil Os resíduos da construção civil e volumosos podem ser gerados por pequenos geradores (Comunidade) e grandes geradores (incluindo obras particulares e obras públicas). Para cada um desses geradores deve haver procedimentos específicos para a gestão de resíduos da construção civil, conforme apresentado:

Pequenos geradores A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece que a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos é do próprio gerador e cabe ao Poder Público estimular formas de transporte e destinação adequadas. Essas ações, combinadas com a atuação direta no controle, fiscalização e regulação de todos os agentes envolvidos no fluxo dos resíduos, tem impactos diretos na diminuição/erradicação da disposição irregular de resíduos.

São pessoas físicas que geram até 1 m³ de resíduos de construção por semana, oriundos de pequenas obras ou reparos nas residências e que, na maioria das vezes, são de difícil manuseio. Quanto à responsabilidade dos “Pequenos Geradores” no gerenciamento dos seus resíduos, cabe destacar:

 Priorizar a não geração, reutilização, reciclagem e destinação final ambientalmente adequada  Segregar o resíduo na fonte geradora e destiná-lo de forma adequada;  Contratar transportadoras que estejam regularizadas para realizar da atividade CTRs (Comprovante de Transporte de Resíduos);  Dispor os resíduos em locais adequando;

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 Extinguir as áreas de “bota-fora”, encostas, corpos d’ água, áreas protegidas por lei, e demais locais públicos ou privados não adequados para tal atividade.

Os resíduos gerados por “Pequenos Geradores” podem ser transportados em carros próprios, por transportadores contratados (carroceiros ou caçambeiros), ou ainda por meio de programas municipais de coleta de RCC existentes no município. Quando transportados pelo próprio gerador, ou por carroceiros, esses resíduos – devem estar devidamente segregados e na quantidade limite - podem ser dispostos em Ecoponto. No caso de contratação de caçambas, os resíduos devem ser destinados para áreas licenciadas.

Visando garantir a disposição adequada dos resíduos de construção civil de “Pequenos Geradores”, cabe ao Poder Público viabilizar espaços ou infraestrutura apropriada para recebimento destes materiais. Estas e outras ações são destacadas:  Estruturação de rede de recebimento de pequenos volumes de materiais (Ecoponto);

 Cadastro e divulgação dos transportadores e áreas receptoras regularizados para realizar suas atividades;

 Educação ambiental para todos os agentes do fluxo, incluindo os próprios geradores.

4.8 GRANDES GERADORES – OBRAS PRIVADAS Os “Grandes Geradores” são as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que geram mais de 1 m³ de resíduos da construção por semana.

Ao contrário dos “Pequenos Geradores”, esses atores não devem utilizar infraestrutura municipal para a destinação dos seus resíduos. Nesse caso, a responsabilidade do Poder Público se restringe ao estímulo de boas práticas, por meio de canais de comunicação e de educação ambiental, cadastro dos agentes envolvidos, o controle, fiscalização e regulação - incluindo a análise dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCCs) e Comprovante de Transporte de Resíduos (CTRs) - e o licenciamento dos empreendimentos.

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Quanto às responsabilidades dos “Grandes Geradores” incluem-se as mesmas relacionadas aos pequenos, e mais especificamente, as destacadas abaixo:

 Elaborar, implantar e acompanhar os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCCs);

 Submeter-se ao processo de licenciamento e atender as condicionantes ambientais, quando for o caso;

 Garantir que o transporte seja documentado pelo CTRs.

4.9 GRANDES GERADORES – OBRAS PÚBLICAS As atividades provenientes dos processos de implantação e manutenção das infraestruturas municipais e, muitas vezes, são realizadas por empresas contratadas por meio de licitação. Portanto, cabem a estas empresas as mesmas responsabilidades do gerenciamento dos resíduos já apresentadas para os “Grandes Geradores”.

Entretanto, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos Art. 7º, quando se trata de obras públicas, é importante destacar o papel do Poder Público em incentivar a adoção de novas práticas no que tange ao gerenciamento de resíduos, como por exemplo, na aquisição de produtos reciclados e contratação de serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis.

Conforme o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (2011), ao adotar novos conceitos e critérios nas compras ou contratações públicas, o Poder Público pode induzir e ampliar a oferta de produtos mais sustentáveis no mercado. No caso dos resíduos de construção civil, a reinserção desses resíduos após beneficiamento/reciclagem em obras e construções, além de fomentar a inovação e a sustentabilidade do mercado, estimulará o uso destes materiais pela população impulsionando o consumo sustentável e promovendo a educação ambiental.

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4.10 EQUIPAMENTOS DE APOIO À GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL Para a adequada destinação dos RCC e Volumosos gerados é necessário a estruturação de uma rede de áreas receptoras e de tratamento de forma a permitir e priorizar o correto beneficiamento e valoração dos resíduos.

São consideradas como áreas receptoras de Resíduos da Construção Civil e Volumosos:

 Ecopontos: “equipamento público destinado ao recebimento e triagem de pequenos volumes de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, gerados e entregues pelos munícipes ou por pequenos transportadores, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente”.

 Áreas de Transbordo e Triagem (ATTs): “locais destinados ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos” (BRASIL, 2012).

 Usinas de Reciclagem de Entulho: unidades destinadas ao “recebimento e processamento de resíduos da construção civil classificados como classe A, já triados, para produção de agregados reciclados”.

 Unidades de Beneficiamento de Madeira: unidades nas quais o resíduo de madeira – proveniente de construção civil e dos resíduos volumosos – é beneficiado visando sua transformação em biomassa, podendo ser utilizado como fonte energética.

 Galpões de Recicláveis: áreas nos quais os resíduos recicláveis (Classe B) - papel, plástico, metal e vidro – passam por triagem adequada e eventual beneficiamento, visando seu encaminhamento a usinas de reciclagem. Essas

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unidades podem ser gerenciadas por Associações/Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis e/ou empresas privadas.

 Usinas de Incineração/Co-processamento: unidades nas quais o resíduo passa por tratamento término, visando ou não, o aproveitamento energético.

 Aterro de Inertes – Resíduos Inertes (Classe IIB): “área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente” (BRASIL, 2012).

 Aterros Industriais – Resíduos Perigosos (Classe I) e Não Inertes (Classe IIA): áreas onde são empregados critérios de engenharia e normas operacionais específicas, de forma a garantir o confinamento seguro - em termos de proteção ambiental e à saúde pública - dos resíduos classificados, segundo normas vigentes, como Resíduos Não Perigosos Não Inertes (Classe IIA) e Resíduos perigosos (Classe I).

Para a conformação do Programa de Gestão Integrada de Resíduos da Construção Civil foram realizados estudos de prognóstico da estimativa de geração ao longo do horizonte de 20 anos, considerando as referências a seguir, relacionadas à população (Kg/hab. x ano): Estudos de referência para estimativa de geração de resíduos da construção civil e volumosos – total de RCCV (geradores públicos e Privados) (kg/hab x ano).

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Tabela 48: Estimativa de geração de resíduos da construção civil e volumosos. FONTE PEGIRS/MA SEINFRA ABRELPE BRASIL (2012) IPEA (2012) PNRS (2011) ROSÁRIO ROSÁRIO (2012) RESÍDUO (2012) (2018) RCC 520 Kg/hab. 500 Kg/hab. 500 Kg/hab. 284,7 56,6 63,72 x ano x ano Kg/hab. x kg/hab.x kg/hab.x x ano ano ano ano RVOL 30 Kg/hab.x - - - - - ano Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

Para os estudos relacionados à estimativa de geração de resíduos de construção civil e volumosos (RCCV) foram adotados os índices apresentados pelo “Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólidos”, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2012).

Segundo essa referência, a estimativa de geração de resíduos está baseada nos seguintes índices: índice de geração média 520 kg/hab. x ano para Resíduos da Construção Civil (RCC) e de 30 kg/hab. x ano para Resíduos Volumosos, totalizando 550 kg/hab. x ano de resíduos de construção civil e volumosos. Esses índices basearam os estudos de geração para o horizonte de 20 anos:

Tabela 49: Estimativa de geração de resíduos da construção civil e volumosos nos próximos 20 anos.

PROJEÇÃO DE GERAÇÃO Resíduos da

ANO Resíduos Construção Civil Total ( RCCV) População Volumosos Prazo (RCC)

Urbana Per capita Total Per capita Total Per capita Total (t/ano) (t/ano) (t/ano) (t/hab.ano) (t/hab.ano) (kg/hab.ano) 1 24500 0,110 2700,00 0,0333 816,67 0,1435 3516,67 Imediatas 2 24656 0,110 2717,19 0,0333 821,87 0,1435 3539,06 3 24812 0,110 2734,38 0,0333 827,07 0,1435 3561,45 Curto 4 24968 0,110 2751,58 0,0333 832,27 0,1435 3583,84

4 25124 0,110 2768,77 0,0333 837,47 0,1435 3606,23 Médio 5 25280 0,110 2785,96 0,0333 842,67 0,1435 3628,63 6 25436 0,110 2803,15 0,0333 847,87 0,1435 3651,02

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7 25592 0,110 2820,34 0,0333 853,07 0,1435 3673,41 8 25747 0,110 2837,42 0,0333 858,23 0,1435 3695,66

9 25903 0,110 2854,62 0,0333 863,43 0,1435 3718,05 10 26059 0,110 2871,81 0,0333 868,63 0,1435 3740,44 11 26215 0,110 2889,00 0,0333 873,83 0,1435 3762,83 12 26371 0,110 2906,19 0,0333 879,03 0,1435 3785,23 13 26527 0,110 2923,38 0,0333 884,23 0,1435 3807,62 14 26683 0,110 2940,58 0,0333 889,43 0,1435 3830,01 Longo 15 26839 0,110 2957,77 0,0333 894,63 0,1435 3852,40 16 26995 0,110 2974,96 0,0333 899,83 0,1435 3874,79 17 27151 0,110 2992,15 0,0333 905,03 0,1435 3897,18 18 27306 0,110 3009,23 0,0333 910,20 0,1435 3919,43 19 27462 0,110 3026,42 0,0333 915,40 0,1435 3941,82 20 27618 0,110 3043,62 0,0333 920,60 0,1435 3964,22 Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

A geração de resíduos de construção civil e volumosos (RCCV) está relacionada a diversos fatores e variáveis, tendo como principais influências os seguintes aspectos:  Variações macro e microeconômicas;  Inserção de novos métodos construtivos no mercado;  Desenvolvimento imobiliário regional/local;  Campanhas de educação ambiental e conscientização da população;  Aplicação de leis, dentre outros.

Considerando os impactos positivos resultantes da implementação de programas e ações voltadas à minimização desses resíduos, estimou-se que o índice médio de geração adotado neste estudo de 550 kg/hab. x ano de resíduos de construção civil e volumosos (RCCV) poderá sofrer uma redução de 10% ao longo de 20 anos, a partir do Ano base de 2017.

4.10.1 Tecnologias disponíveis para implantação do modelo proposto Algumas tecnologias disponíveis no Brasil e que atendem ao modelo tecnológico proposto para a gestão dos resíduos sólidos do município de Rosário, são apresentadas na seguinte sequência: coleta, destinação e disposição final ambientalmente adequada dos

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229 resíduos sólidos domiciliares, seguidas das tecnologias voltadas ao gerenciamento dos resíduos de construção civil e volumosos.

4.10.2 Quantitativos de Áreas Receptoras - Ecopontos O “Manual para Implantação de Sistema de Gestão de Resíduos de Construção Civil em Consórcios Públicos”, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2010) apresenta a modelagem que relaciona a quantidade de Ecopontos x População, e aponta a relação de 1 (um) Ecoponto para cada 30.000 habitantes. Por sua vez, Pinto e Gonzáles (2005) salientam que alguns fatores devem ser ponderados para definir a localização dos Ecopontos e o limite da bacia de captação dos mesmos, a saber:

Capacidade de deslocamento dos pequenos geradores em cada viagem, estimada em torno de 1,5 km e 2,5 km;  A altimetria da região, para que os caminhões coletores não sejam obrigados a subir ladeiras íngremes com os veículos carregados, para realizar o descarte dos resíduos;  As barreiras naturais que impedem ou dificultam o acesso ao ponto de entrega.

Considerando-se o raio de abrangência de 1,5 km de cada Ecoponto (área de abrangência de 7,1 km²) e a área total da Região, calculou-se a demanda de Ecopontos para todos os Municípios.

O estudo de demanda por Ecopontos utilizou os seguintes parâmetros: área ocupada (urbanizada), área total e população, tendo-se como referência o ano de 2017. Este mesmo parâmetro serviu para balizar a estimativa de quantidade de Ecopontos a serem implantados de forma gradual e integrada no período de 20 anos conforme apresentado: Quantidade de Ecopontos estimada para atendimento da demanda no horizonte de 20 anos. Tabela 50: Estimativa de destinação de resíduos em Ecopontos – horizonte de 20 anos. Ano 2019 Ano 2029 Pop. (hab) Ecoponto Pop. (hab) Ecoponto 44.977 1 50.977 1 Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

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Figura 50: PEV de Taguatinga - DF

Fonte: Prefeitura Municipal de Rosário

O poder público deverá implantar o programa de fidelização dos carroceiros e caçambeiros. A fim de ampliar o processo de coleta dos resíduos da construção civil e resíduos volumosos, impedindo que esses resíduos possam ser depositados em locais inadequado.

4.10.3 Fiscalização A fiscalização das ações relacionadas aos resíduos de construção civil e volumosos será norteada pelos dados registrados, direcionando as atividades a serem desenvolvidas.

O Poder Público por meio da fiscalização poderá identificar as irregularidades, como por exemplo:

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 Paralisação de registro de transporte;  Paralisação do processo de validação de registro de transporte;  Vencimento de licenças e autorizações de funcionamento;  Geração de resíduos acima da estimativa ou do índice de geração médio;  Aumento da concentração de registros por área geográfica, dentre outros.

A atividade de fiscalização voltada ao descarte irregular de resíduos da construção civil com ênfase na limpeza urbana deve contemplar as atividades informativas de mobilização social por meio de legislação específica onde possibilite a atuação, nos limites da lei, no sentido de punir os responsáveis pelo descumprimento da mesma.

O Programa de Fiscalização deverá atender os princípios e ações descritas a seguir:  As ações praticadas pelos agentes geradores (pequenos e grandes geradores), transportadores e receptores de resíduos de construção civil devem ser integradas, harmônicas e complementares;  Devem ser aplicadas penalidades aos infratores conforme estabelecidas em lei;  Devem ser estabelecidas as condições para penalidades quanto ao descarte de resíduos de construção civil pelos geradores em áreas não autorizadas, conforme estabelecidas em lei;  Devem ser estabelecidas as condições para penalidades quanto à coleta, transporte e acondicionamento irregular dos resíduos de construção civil, conforme estabelecidas em lei;  Devem ser estabelecidas as condições para penalidades quanto à estocagem dos resíduos de construção civil em locais não licenciados, conforme estabelecidas em lei;

Algumas das práticas de fiscalização que podem ser realizadas:  Notificação dos depositores, seguido de multa;  Controle das empresas de transporte de resíduos;  Melhoria do programa de fidelização dos carroceiros e caçambeiros;  Instalação de câmeras de segurança nos focos reconhecidamente mais críticos;  Capacitação de fiscais e planejamento das ações de fiscalização.

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4.10.4 Programa de Comunicação e Educação Ambiental voltado à Gestão de Resíduos da Construção Civil A Educação Ambiental, aplicada por meio de programas e ações, possui caráter estruturante no progresso da gestão de resíduos da construção civil, sendo imprescindível para o sucesso do alcance de todos os objetivos do programa proposto.

Neste sentido, é indispensável o desenvolvimento de métodos que mobilizem o interesse e a participação dos variados agentes que compõe o tecido social, enfatizando a importância da não geração, da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos.

Os meios de comunicação visual, físicos ou digitais, devem ser ferramentas primordiais para a educação ambiental auxiliando na difusão de informações sobre os aspectos relevantes de determinados assuntos. Uma estrutura de comunicação e informação eficiente é de suma importância para que a comunidade participe ativamente das questões referentes aos resíduos e entenda a necessidade de mudança de comportamento.

Todos os agentes envolvidos no fluxo dos resíduos de construção civil devem ser sensibilizados pelas ações de educação ambiental, sendo:  Pequenos Geradores (população);  Grandes Geradores Privados (construtoras e empreiteiros);  Grandes Geradores Públicos (Poder Público);  Transportadores (caçambeiros/carroceiros);  Agentes de Governo (por exemplo responsáveis pelas licitações e compras públicas, responsáveis pelo licenciamento e análise de PGRCC, etc);  Funcionários dos Ecopontos.  Agentes dos programas de saúde da família e programas de controle de vetores;  Educadores;  Formadores de opinião (participantes de sindicatos e associações);  Depósitos e comércios de materiais de construção.

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4.10.4.1 Diretrizes Gerais  Buscar uma abordagem transversal nas temáticas da não geração, redução, consumo consciente, produção e consumo sustentáveis, conectando resíduos, água e energia sempre que possível;  Respeitar a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA);  Abordar a interface entre Saúde e Saneamento;  Divulgar de forma ampla todos os dados e informações referentes aos resíduos da construção civil por meio de meios físicos e digitais;  Buscar uma agenda de eventos para curto, médio e longo prazos;  Pautar o assunto “resíduos sólidos da construção civil” no dia a dia da comunidade, com campanhas, seminários, mídias impressas, etc;  Realizar campanhas de divulgação da temática dos resíduos sólidos da construção civil, de forma criativa e inclusiva tais como: promoção de concursos de redação; promoção de concurso de fotos de flagrantes sobre o tema; programas de entrevistas no rádio com crianças, empresários, coletores de resíduos, aposentados, médicos, comerciários, etc;  Atrair o interesse da iniciativa privada para o tema com campanhas como: Prêmios para as empresas que cumpram exemplarmente as regras municipais vigentes;  Concurso de boas ideias que contribuam para a melhoria do sistema implantado de gerenciamento de RCC;  Selo de qualidade ambiental, com metas estabelecidas, para as empresas interessadas em manter a imagem ambientalmente correta diante do mercado e ainda criar um "brechó da construção", comércio de peças, equipamentos e componentes de obras em condições de uso.

4.10.4.2 Diretrizes Específicas Portal Eletrônico Buscando atender as diretrizes gerais apresentadas poderá ser criado o portal eletrônico como meio de comunicação e educação ambiental para a população, este portal poderá conter:

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 Catálogo de agentes transportadores de resíduos;  Catálogo de áreas receptoras regularizadas;  Plataforma de registro de movimentação de resíduos por parte dos agentes do fluxo dos SCC (Sistema de Cadastro e Controle);  Canais de comunicação do cidadão ou de profissionais da área com o Poder Público, permitindo a busca de orientações específicas não encontradas no portal;  Canais de denúncias sobre irregularidades;  Divulgação e informações sobre erradicação dos pontos de disposição irregular e as consequências da ação de descarte inadequado;

Dados, informações e conhecimentos sobre resíduos no Município, o conteúdo poderá ser composto por itens como:

 Dados e informações acerca da geração e destinação dos resíduos – volumes e pesos gerados por tipologia e total, quantitativos reaproveitados, reciclados, valorizados, descartados irregularmente e etc;  Outros dados e informações acerca do manejo dos resíduos – frota empregada nas operações logísticas, combustível consumido, volume e redução na emissão de gases de efeito estufa nas diversas atividades realizadas no sistema de gestão, atividades e colaboradores envolvidos, etc;  Índice de geração de resíduos – quantitativos em volume e pesos, por tipologias e total, dividido pelo número de habitantes, residências, área construída, etc;  Planilhas de custos envolvidos, constituindo transparência na gestão pública dos bens investidos no setor;  Instruções para manuseio dos resíduos (formas de segregação, acondicionamento interno, disponibilização para coleta, etc.), normas de operação dos Ecopontos e de outros equipamentos públicos destinados à população;  Informações gerais sobre os resíduos de construção civil – Tipos de destinação empregados no Município, detalhes dos processos de beneficiamento e

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reciclagem, boas práticas que objetivaram a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem ou manuseio adequado de resíduos, entre outras.

O portal eletrônico deverá ser tema de divulgação das ações públicas, a integração com o cidadão também deverá ser incentivada ao máximo, já que além de educar-se é possível que cada indivíduo se torne um agente fiscalizador por interesse, contribuindo com o direcionamento das ações fiscais da prefeitura.

4.10.4.3 Comunicação Visual Os espaços do cenário urbano passíveis de exploração para veiculação de imagens/informativos são vastos, e poderiam ser explorados como forma de comunicação das empresas e do Poder Público com a sociedade. Dentro da cadeia de agentes atuantes no contexto dos resíduos de construção civil e volumosos, alguns itens da paisagem poderiam ser adotados como canal de comunicação, conforme descrito a seguir.

 Um dos espaços urbanos que poderá ser utilizado para a comunicação visual e até educativa, são os tapumes de canteiros de obras, que são responsáveis por gerar grandes volumes de resíduos. A veiculação nos tapumes, como forma de comunicação sobre a gestão sustentável de resíduos da construção civil, pode ser tratada como condicionante do licenciamento das obras nos municípios;

 Na cadeia dos transportadores, um meio de comunicação eficiente é a própria caçamba estacionária, na sua parte traseira, o equipamento tem uma altura menor para permitir seu carregamento, e nas faces laterais geralmente ficam localizados os dados da empresa transportadora. Assim, a face frontal da caçamba é livre de inscrições, podendo ser adotado como local de divulgação de informações;

 Os veículos de transporte como caminhões poliguindaste e basculantes também poderão ter espaço reservado para adesivos informativos;

 Os carroceiros podem levar mensagens buscando a valorização da atividade por ele exercida, além dos números de cadastro do profissional e canal de acesso à listagem de agentes disponíveis.

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O conteúdo das peças deve ser direcionado para cada canal de comunicação supracitado, abordando temas que dizem respeito a gestão desses resíduos no Município. Essas informações também podem funcionar como uma forma de regrar as atividades das partes, informando como aquele setor está regulado, e o canal para denúncias em casos de irregularidades.

Outra ação que poderá fazer parte da comunicação visual como agente educativo será a revitalização dos pontos de descarte irregular. Após a recuperação dos locais, placas informativas sobre a ação de revitalização e mapa contendo o Ecoponto.

Nessa ação, é importante que se tenha um estímulo proativo, contrapondo as posturas restritivas e/ou punitivas comumente utilizadas (“não jogue entulho aqui, sujeito a multa”).

Dessa forma, em sentido oposto à restrição/punição, têm-se abordagens estimulantes e educativas, propondo uma alternativa para agir em detrimento ao despejo irregular, e quais os benefícios dessa ação adequada – “visite o Ecoponto mais próximo e veja como é legal destinar corretamente seus resíduos. Cidade limpa é a que menos se suja...”. A comunicação visual também poderá ser ferramenta de educação ambiental em estabelecimentos comerciais de materiais de construção, uma vez que esses atores fazem contato direto com os pequenos geradores, responsáveis pelo maior volume desses resíduos.

Na implantação do Ecoponto, algumas medidas poderão ser tomadas com vistas à educação ambiental dos usuários, como placas no entorno indicando sua localização e placas mais atrativas nas entradas das unidades, estimulando sua utilização por parte dos munícipes.

4.10.5 Diretrizes para Legislação Municipal Embasados pela legislação em vigor no país para os resíduos de construção civil, e tendo como intuito disciplinar o manejo desses materiais no Município, propõe-se a publicação

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237 de leis municipais para instituir os Sistemas de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC e dar outras providências. É exigido ao Poder Público Municipal a elaboração de leis, decretos, portarias e outros instrumentos legais como parte da construção da política pública que discipline a destinação dos resíduos da construção civil e volumosos.

A Resolução CONAMA nº 307/2002 define no Art 5º que: “É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. (nova redação dada pela Resolução 448/12)”

Cada Município deve, portanto, elaborar sua lei municipal de acordo com suas especificidades, e em consonância com as diretrizes propostas neste Programa.

4.11 PROPOSIÇÕES E RESPONSABILIDADES

4.11.1 Responsabilidade da Gestão Municipal

Considerado as diretrizes estabelecidas, é importante que seja definida a responsabilidade do poder público municipal.

 Planejar as ações de gestão dos resíduos de construção civil e volumosos no âmbito municipal;  Cabe à Prefeitura Municipal, por meio dos órgãos competentes promover a releitura e atualização deste documento a cada 2 (dois) anos a fim de manter os dados condizentes ao momento atual.  Implantar o arcabouço legal municipal que permita o regramento necessário à adequada gestão e gerenciamento dos resíduos de construção civil e volumosos;  Fiscalizar os agentes envolvidos no fluxo dos resíduos de construção civil e volumosos, de forma a inibir, identificar e punir as práticas irregulares;  Licenciar, no âmbito de sua responsabilidade, as atividades potencialmente impactantes relacionadas ao fluxo dos resíduos de construção civil e volumosos;

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 Desenvolver ações de comunicação e educação ambiental na esfera local, de forma a informar e conscientizar os agentes envolvidos no fluxo dos resíduos de construção civil e volumosos;  Implantar e se responsabilizar pela estrutura necessária ao recebimento e tratamento dos resíduos gerados por pequenos geradores de construção civil e volumosos;  Realizar a gestão dos dados relacionados ao fluxo dos resíduos de construção civil e volumosos, tomando as medidas cabíveis de forma a permitir e exigir a participação no sistema de cadastro e controle de todos os agentes envolvidos;  Arcar com custos relacionados às atividades de sua responsabilidade.

4.11.2 Secretaria Municipal de Saúde  A definição do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS referente às Unidades de Saúde existentes no município, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental e outras orientações regulamentares;

 A designação de profissional, para exercer a função de Responsável pela implantação e fiscalização do PGRSS em todas as Unidades de Saúde;

 A capacitação, o treinamento e a manutenção de programa de educação continuada para o pessoal envolvido em todas as Unidades de Saúde na gestão e manejo dos resíduos;

 Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços de coleta e destinação de resíduos de saúde, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar no transporte, tratamento e destinação final destes resíduos;

 Requerer das empresas prestadoras de serviços terceirizados de coleta, transporte ou destinação final dos resíduos de serviços de saúde, a documentação definida no Regulamento Técnico da RDC 306 da ANVISA (licenças);

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 Requerer dos órgãos públicos responsáveis pelo gerenciamento de resíduos, a documentação estabelecida no Regulamento Técnico da RDC 306 da ANVISA;

 Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem, obedecendo também o Regulamento Técnico da RDC 306 da ANVISA;

 Manter cópia do PGRSS disponível em cada Unidade de Saúde para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral;

 Os serviços novos ou submetidos a reformas ou ampliação devem encaminhar o PGRSS juntamente com o Projeto Básico de Arquitetura para a vigilância sanitária local;

 A responsabilidade, por parte dos detentores de registro de produto que gere resíduo classificados (especial) de fornecer informações documentadas referentes ao risco inerente do manejo e disposição final do produto ou do resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo.

4.11.3 Secretaria Municipal Infraestrutura (SEINFRA) É de responsabilidade desta secretaria, a coleta dos resíduos até a sua disposição final, a apresentação de documentos aos geradores de resíduos de serviços de saúde, certificando a responsabilidade pela coleta, transporte e destinação final dos resíduos de serviços de saúde, de acordo com as orientações dos órgãos de fiscalização ambiental.

Cabe a esta secretaria;  A definição do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos referente aos resíduos especiais em estudo, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental e outras orientações regulamentares.

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 Executar e conservar, especificamente, no que concerne à limpeza das vias urbanas, coordenando e fiscalizando os serviços de utilidade pública de interesse da população;

 Coordenar, controlar e fiscalizar os serviços públicos concedidos ou permitidos, no que pertence à sua competência;

 Programar e executar as atividades inerentes à coleta de lixo, varrição, capina e limpeza dos logradouros públicos;

 Promover a guarda, conservação, reparos e manutenção de veículos, máquinas pesadas e equipamentos vinculados à secretaria;

 Planejar e executar a reciclagem dos resíduos sólidos e de entulhos de obras, em articulação com a Secretaria Municipal do Ambiente;

 Receber de toda a população os resíduos domésticos, de bares, restaurantes e similares;

 Realizar a coleta de resíduos sólidos hospitalar e de materiais poluentes, tóxicos e radioativos, dando-lhes a adequada destinação;

 Articular-se com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, no sentido de ser fiscalizada a qualidade de produção do adubo orgânico, bem quanto à destinação deste;

 Apresentar ao órgão competente requisição de material a ser utilizado nos serviços desenvolvidos pela Secretaria;

 Valer-se do serviço de informática para a implantação de um banco de dados, objetivando melhor operacionalização e controle das atividades da Secretaria;

 Realizar limpeza especializada e desinfecção de áreas públicas;

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 Articular-se sempre com os setores administrativos, secretarias municipais e entidades da administração indireta, de modo a melhor atender às atribuições que lhe são pertinentes;

 Dinamizar e incrementar os serviços desenvolvidos, de modo a melhorar a qualidade de vida da população, pela limpeza e ótima apresentação estética do Município, como um todo;

 Promover a limpeza das praças, jardins e equipamentos urbanos do Município;

 Enfatizar políticas de qualificação, formação e investimento em recursos humanos, envolvendo os servidores lotados na Secretaria;

 Abrir espaços para que a clientela em potencial possa exprimir-se sobre projetos a serem executados, propiciando, em decorrência, o atendimento aos interesses e aspirações da população destinatária;

 Sugerir ao Chefe do Poder Executivo a celebração de contratos, convênios, consórcios e outras formas de parcerias, em assuntos ligados à sua área de competência;

 Desempenhar outras atividades afins.

4.11.4 Secretaria Municipal de Ambiente A Secretaria do Meio Ambiente de Rosário é responsável pelos casos que possam colocar em risco a saúde pública ou danos ao meio ambiente. Funciona na rua Eurico Macedo no centro do Município.

Caso haja algum incidente a retirada dos produtos será providenciada pelo município, havendo uma equipe técnica atuante no município. No entanto, o causador do acidente devera se responsabilizar com as despesas decorrentes de todo procedimento de transferência, transporte e destinação final do resíduo.

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Cabe a esta secretaria:  A designação de profissional, para exercer a função de responsável pela implantação e fiscalização do PMGIRS em todos os pontos de devolução, estabelecimentos comerciais que comercializam o produto e redes de assistência técnica autorizadas;

 A capacitação, o treinamento e a manutenção de programa de educação continuada para o pessoal envolvido na gestão e manejo dos resíduos;

 Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços referentes à coleta, ao transporte e à destinação de resíduos especiais, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos transporte, tratamento e destinação final destes resíduos;

 Requerer das empresas prestadoras de serviços terceirizados a Licença Ambiental desde a coleta, transporte e disposição final dos resíduos;

 Manter cópia do PMGIRS disponível em cada ponto ou estabelecimento de coleta para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos empresários, funcionários e ao público em geral.

A responsabilidade, por parte dos detentores de registro de produto que gere resíduo classificados na Classe I – Perigosos (NBR 10.004/96), de fornecer informações documentadas referentes ao risco e disposição final do produto ou do resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo.

4.11.5 Responsabilidade das Empresas Prestadoras de Serviços As empresas prestadoras de serviços terceirizadas devem apresentar licença ambiental para as operações de coleta, transporte, disposição final dos resíduos de serviços de saúde, ou de licença de operação fornecida pelo órgão público responsável pela limpeza urbana para os casos de operação exclusiva de coleta.

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4.11.6 Responsabilidade dos Fabricantes e Importadores É de responsabilidade do fabricante e do importador de produtos que gere resíduos classificados na Classe I – Perigosos (NBR 10.004/96) fornecer informação documentada referente ao risco inerente ao manejo e destinação final do produto ou do resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo. É de responsabilidade dos fabricantes a apresentação de documento aos geradores de resíduos especiais, certificando a responsabilidade pela destinação final dos resíduos especiais, de acordo com as orientações dos órgãos de meio ambiente.

4.12 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010, um dos principais desafios é a participação efetiva da população nos programas e ações relacionadas ao adequado manejo e gestão de resíduos sólidos. Garantida por lei, essa participação deve ocorrer, por meio do controle social, em processos de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. Portanto, o processo de comunicação e educação ambiental pode contribuir para fortalecer a participação e o controle social.

É fundamental o desenvolvimento de ações e campanhas de educação ambiental para contribuir tanto para ampliar e qualificar a coleta seletiva, como para sensibilizar a população quanto a importância do consumo responsável.

O Programa Comunicação e Educação Ambiental visa estimular e, ao mesmo tempo, criar condições para o engajamento qualificado do maior número possível de atores compromissados com questões relacionadas à gestão integrada dos resíduos sólidos, a partir disso, ampliar processos de sensibilização, mobilização, participação e formação continuada.

4.12.1 Diretrizes do Programa de Comunicação e Educação Ambiental As diretrizes propostas para este Programa de Comunicação e Educação Ambiental baseiam-se em orientações do Programa Nacional de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento – (PEAMSS) (Brasil, 2009), elaborado por meio da constituição de um Grupo de Trabalho Interinstitucional envolvendo os Ministérios das Cidades, da Saúde, da Educação, do Meio Ambiente e da Integração Nacional.

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As diretrizes apontadas possuem caráter orientador e articulador das ações de comunicação e educação ambiental que deverão ser desenvolvidas de forma conjunta.

Essas diretrizes têm como objetivo contribuir para o planejamento e implementação de iniciativas dessa natureza, de modo que se consolidem como ações continuadas e transformadoras.  Participação e Controle social Estimular os diversos atores envolvidos para interagir de forma articulada e propositiva, por meio de espaços de comunicação e diálogo entre a sociedade civil e o poder público.

 Interdisciplinaridade e intersetorialidade Integrar diferentes áreas do conhecimento e diferentes setores na elaboração, implementação e avaliação de programas, projetos e ações de comunicação e educação ambiental.

 Do local para o regional Fortalecer a participação comunitária a partir da escala e realidades locais, valorizando e respeitando aspectos socioculturais e históricos na condução do processo, caminhando para a superação de desafios e para o compartilhamento de experiências exitosas no contexto regional.

 Orientação pelos princípios da sustentabilidade Desenvolver programas, projetos e ações pautados nas diferentes dimensões da sustentabilidade - ambiental, social, cultural, econômica, política e/ou tecnológica.

 Uso de tecnologias sociais sustentáveis Contribuir para a busca e utilização de alternativas tecnológicas que valorizem o conhecimento popular e a aplicação de técnicas simples, de baixo custo e baixo impacto socioambiental.

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 Uso da Mídia /Campanhas Promover a discussão a e elaboração de material informativo/comunicativo sobre a gestão dos resíduos sólidos no Município, enfocando o papel do cidadão. Este material informativo pode ser apresentado em forma de folders, cartilhas, cartazes, banners, faixas, marcadores de livros, imã para geladeira, sacolas retornáveis, filmes, peças teatrais, material didático para o professor, etc.

 Uso de instrumento de avaliação Criar coletivamente indicadores para monitorar e avaliar, que permitam reconhecer se os objetivos e metas traçadas estão sendo alcançadas. Analisar quais as limitações e dificuldades no decorrer do processo de planejamento e intervenção, qual público atingido pelo Programa, abrangência das ações, habilidades e competências adquiridas, entre outros aspectos.

4.13 AÇÕES E METAS Visando a melhoria da gestão dos resíduos sólidos no município de Rosário, este programa visa promover o manejo ambientalmente e socialmente responsável, levando em consideração a não geração, a redução da geração, o manejo integrado e a redução do encaminhamento ao destino final, no caso para o Aterro Sanitário da Empresa CGA - Titara. As estratégias de ação e metas traçadas para cada tipo de resíduo e seus respectivos responsáveis. Para essa divisão foi considerado o estabelecido na Lei Federal Nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Dentre as Metas de curto prazo, a serem realizadas até 2038, estão:

É de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Rosário, a implantação e gerenciamento das estratégias de ação e metas descritas para os serviços públicos de limpeza urbana. No entanto, tendo como base o princípio do gerador responsável e poluidor pagador, todos que utilizam os serviços públicos de limpeza urbana como forma de destinação de resíduos sólidos, precisam colaborar juntamente com a prefeitura para adoção e comprimento das estratégias e metas traçadas pelo presente PMGIRS.

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4.13.1 Programa de Coleta Seletiva Visando adequar o sistema atual de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos gerados no município de Rosário, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos funcionará baseado na participação da população por meio da Cooperativa “Recicla Rosário”, como única forma de destinação dos resíduos recicláveis gerados na coleta municipal porta a porta e nos estabelecimentos públicos.

No entanto, para os geradores privados serão aceitos a destinação dos resíduos secos a partir de contratação ou parcerias firmadas com cooperativas fixadas no município de Rosário ou contratação de empresas particulares especializadas, sendo obrigatória a comprovação de destinação dos materiais recicláveis.

A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos têm um papel muito importante para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recursos naturais não-renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva de lixo. É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados.

A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo resíduo sólido (rejeito). Vários segmentos de uma comunidade podem participar do programa de coleta seletiva.

Objetivos:  Sensibilizar, formar e instrumentalizar os participantes quanto à importância da coleta seletiva na gestão integrada de resíduos sólidos, a fim de ampliar a mobilização, a participação, a segregação máxima nas fontes geradoras e o uso adequado dos equipamentos de apoio ao Programa Coleta Seletiva.

 Reduzir a massa de resíduos sólidos a serem encaminhados para instalações da Empresa CGA – Titara. Sendo que de acordo com a PNRS, Lei 12.305/2010,

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somente os rejeitos devem ser depositados nos aterros sanitários, pois de acordo com a mesma lei, caso o gestor público não cumpra pode ser devidamente punido.

 Ampliar a quantidade de resíduos sólidos encaminhados para as alternativas de reaproveitamento e os processos de reciclagem.

 Colaborar com o processo de educação ambiental no Município.

Público-alvo Administração pública, empresas, comércio, cooperativas de catadores e de triagem, comunidade escolar e população em geral.

4.13.2 Coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares – Secos

 Coleta porta a porta efetuada pelos cooperados, mediante a remuneração por tonelada e resíduo coletado;  Recebimento dos materiais reciclados nos pontos de entrega voluntária e nos locais e entrega voluntária;  Coleta de geradores públicos e geradores privados, a partir de parcerias e/ou contratação dos serviços das cooperativas;

Transporte, segregação e Armazenamento: O transporte, segregação e posterior armazenamento dos materiais já separados são de responsabilidade do Programa “Rosário Limpo” e será distribuída no Galpão de Triagem de Recicláveis e nos LEV e PEV distribuídos pelo Município.

Acúmulo de Grandes volumes e Beneficiamento: Com a finalidade de agregar valor por unidade de produto, considerando o material reciclável segregado pronto para venda como produto, pretende-se criar o Centro de Beneficiamento e Comercialização de Recicláveis, que ficara responsável, por:

 Acumular maiores volumes eliminando atravessadores e melhorando os valores pagos por unidade de produto à cooperativa;

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 Beneficiamento dos materiais, agregando valor por unidade de produto comercializado;

Como exemplo de beneficiamento dos materiais recicláveis, temos: a instalação de moinhos para trituração de plásticos, agregando valor na tonelada de material vendido. Para os outros materiais recicláveis precisam ser estudados as possibilidades junto à indústria de reciclagem para atendimento de suas necessidades melhorando a qualidade do produto oferecido e consequentemente seu valor de mercado.

Segundo a Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE,2016), o custo médio por tonelada da coleta seletiva foi de US$ 102,49 (ou R$ 389,46*). Considerando o valor médio da coleta regular de RSD US$ 25,00 (R$ 95,00), temos que o custo da coleta seletiva ainda está 4,10 vezes maior que o custo da coleta convencional. (*US$ 1,00 = R$ 3,80).

Gráfico 13: Evolução do custo da Coleta Seletiva x Coleta convencional ( Ton.).

Fonte: CEMPRE,2016. Tabela 51: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os resíduos sólidos recicláveis

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EIXO COLETA SELETIVA Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1 a 2 anos) (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos)

Implantar o programa Municipal de Coleta Seletiva, na zona urbana e zona rural. X Construção e adequação da Usina de Triagem X Formalizar a Cooperativa de Catadores do Município de Rosário X Implantação dos roteiros de coleta; X

Fazer propaganda incentivando a separação nas residências; X Constituir um grupo de trabalho (GT), com responsabilidades no campo da comunicação e X da educação ambiental. Estudo e avaliação a coleta seletiva, com estabelecimento de metas progressivas. X X X X Elaboração e aprovação de decretos e instrumentos legais para a formalização do Programa de Coleta Seletiva e Reciclagem, incluído os resíduos orgânicos, devendo contemplar os direitos das associações/cooperativas de catadores garantidos por lei, incentivando a X inserção dos catadores.

Educação ambiental para seus funcionários e familiares X

Elaborar Protocolo de Procedimento de Destinação de Resíduos. X

Elaborar comprovante de destinação dos RSD de forma ambientalmente correta, respeitando as legislações em vigor. X

Estabelecer procedimentos para apresentação dos Planos de Gerenciamento de Resíduos X (responsabilidade dos geradores privados) com normas específicas para RSU recicláveis.

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EIXO COLETA SELETIVA Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1 a 2 anos) (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Implantar o cadastro de depósitos e sucateiros. X

Estabelecer parcerias X X X X Formalização do GT, definição de responsabilidades e de mecanismos permanentes de X comunicação e cooperação entre os municípios.

Desenvolver processos de formação continuada, por meio de minicursos e oficinas, fundamentados em resultados obtidos com a pesquisa de campo sobre comportamentos e motivações dos munícipes, a fim de formar agentes multiplicadores dentre a comunidade X X X X escolar, profissionais da saúde, lideranças comunitárias e cooperativas, e ampliar a adesão aos programas de coleta seletiva municipais.

Promover visitas monitoradas às Centrais de Triagem e locais de destinação final dos X resíduos sólidos Elaborar e implementar campanhas de divulgação e comunicação, fundamentadas em resultados obtidos com a pesquisa de campo sobre percepção e motivações da população, X face à coleta seletiva, a fim de qualificá-la e ampliar a adesão da população aos programas por meio de mídia regional. Elaborar e implementar programa de esclarecimento focado na Logística Reversa X Divulgação das metas de coleta seletiva junto à população X X X X Realização de Fórum Anual de Comunicação e Educação Ambiental frente à problemática X X X X dos resíduos Produção de material informativo (por ex. folder) com orientações básicas sobre os serviços de coleta seletiva e o papel do cidadão: localização de PEVs e Ecopontos; horário de X X X X funcionamento; rota de coleta porta a porta; localização de cooperativas e serviços prestados.

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EIXO COLETA SELETIVA

Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1 a 2 anos) (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Elaborar material educativo para ser trabalhado nas escolas, com base nos princípios da educomunicação, a fim de subsidiar um programa permanente de educação ambiental X escolar. Redução em 25% do volume de RSD Secos disposto em aterro. X

Redução em 50% do volume de RSD Secos disposto em aterro. X

Redução em 95% do volume de RSD Secos disposto em aterro. X

A implantação dos Centros de Triagem pode ser acompanhada pela implantação, conjunta ou não, de pontos de coleta que abriguem, de forma temporária, os resíduos secos coletados e acumulados, em operação semelhante à de transbordo, para encaminhamento posterior ao X X Centro de Triagem.

Implantar Locais de Entrega Voluntária – LEV X

Incentivar o uso de embalagens retornáveis; X X X X

Incluir e valorizar catadores no processo X X

Implantar a Política Municipal de Educação Ambiental para Resíduos Sólidos para disciplinar a redução e a segregação na origem; X

Disciplinar segregação dos materiais na origem; X X

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EIXO COLETA SELETIVA Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1 a 2 anos) (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Implantação de um Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos do Mercado Municipal Central, demanda que exige solução rápida e com o comprometimento para solução de X problemas de ordem física. Criação e Aprovação do Código Municipal de Limpeza Urbana que servirá como excelente X documento para pesquisa e orientação. Fazer coleta dos resíduos cemiteriais: como velas, papeis e flores de plástico. X Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

Para implantação da Central de Triagem com capacidade de processamento de 450t/mês, será necessário:  Galpão de Triagem Edificado 800m²  Uma média de 60 cooperados;  01 Contentor plásticos de 2.500 litros para instalação de Ecoponto;  01 Contêiner customizado para instalação de Ecopontos móveis fixos;  01 Caminhão customizado para instalação de Ecopontos móveis;  01 Caminhão com carroceria tipo baú de 30 m³;  01 Caminhão com carroceria tipo Graneleiro 26m³;  01 Prensa vertical;  01 Balança;  01 Empilhadeira;  04 Carros para movimentação de big bags e bombonas;  Esteira - Correia de seleção manual;  Elevador de Carga

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Equipamentos de Proteção Individual para os funcionários de acordo com o Manual - Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem:

 Luva nitrílica (1 par por semana);

 Sapato de segurança;

 Colete refletivo;

 Uniforme (2 jogos/pessoa);

 Boné (2 unidades/pessoa)

Obs: Equipamento por funcionário troca a cada 3 meses.

Investimentos necessários à redução de resíduos recicláveis secos dispostos em aterros

Para calcular os investimentos necessários à redução de resíduos recicláveis secos dispostos em aterros, foi estimado o custo para universalizar as estruturas de recepção e triagem. Foram considerados investimentos para implantação de PEVs, para entrega de materiais recicláveis e de Galpões de Triagem e Beneficiamento Primário (GTB), para separação e armazenamento do material recebido (figura xx).

Os custos associados à instalação de PEVs foram calculados com base no estudo do IBAM (2012) apud Abrelp (2015), segundo o qual apresenta custos da ordem de R$ 80.000,00 para cada 100.000 habitantes. Tal valor foi atualizado pela inflação acumulada até 2015 e contempla apenas o custo de instalação, visto que o custo de manutenção é muito baixo. Além disso, foi considerado que a operação destes espaços se dá em apenas 6 (seis) dias por semana.

Os custos de instalação e operação de Galpões de Triagem e Beneficiamento Primário, para diferentes faixas de população, foram baseados nos dados encontrados em estudo do BNDS (2014).

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Tabela 52: Custos de Instalação de PEV Custos de instalação Faixa de População Valor (por unidade operacional) 100.000 R$ 80.000,00 Fonte: IBRAM, 2012

Foram utilizados dados do custo de capital (Capital Expenditure – CAPEX) e dos custos operacionais (Operational Expenditure – OPEX).

Tabela 53: Custos de Instalação de GTBP - (CAPEX) e Operação (OPEX). Custos de instalação (R$/ton) Faixa de População CAPEX OPEX De 30 mil a 100 mil R$ 71,50 R$ 794,70 Fonte: IBRAM, 2012

O Sistema de Triagem e Beneficiamento será a primeira etapa de recebimento dos resíduos in natura. Deve conter processos para recepção e controle de materiais, fosso de recepção e armazenagem, sistema de alimentação das linhas de triagem e separação, sistema de separação de grandes objetos, sistema de abertura de embalagens e, finalmente, linha de triagem de materiais recicláveis (vidro/metais/plásticos/papelões) e de outros materiais.

Nesse Sistema os resíduos serão separados em 3 frações: materiais recicláveis, fração orgânica e fração não aproveitada (resíduos que não possuem valor comercial). Em função dessas características, os diferentes tipos de materiais serão encaminhados para outros sistemas de aproveitamento, enquanto os materiais recicláveis (vidros/metais/plásticos/papéis) serão triados, beneficiados e encaminhados para comercialização.

4.13.3 Metas de Minimização de Resíduos Sólidos para o Município de Rosário. Para atingir as diretrizes impostas pela Lei nº 11.445/2007, o Plano Municipal de Resíduos Sólidos apresenta as metas emergencial (até 02 anos), Curto Prazo (até 4 anos), Médio Prazo (até 08 anos) e Longo Prazo (09 a 20 anos), para a minimização de resíduos, considerando os programas de recuperação de materiais e o tratamento da fração orgânica dos resíduos.

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As metas para recuperação de materiais por meio do Programa de Coleta Seletiva, no período que compreende entre 2018 e 2021 (Curto Prazo), iniciam-se com 25% do total da massa de resíduos gerados (em 2017) alcançando 50% em 2025. A partir de 2026, as metas alcançam níveis de 95% de recuperação, índice a ser atingido pelo programa no município a médio e longo prazo (Tabela 60). Tabela 54: Metas Redução em % do volume de RSD Secos disposto em aterro. ANO Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1 a 2 anos) (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) META - 25% 50% 95% Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012). 4.13.4 Resíduos Sólidos Urbano (RSU) A coleta domiciliar abrange 100% da zona urbana do Município e 7% da zona rural.

Ainda de acordo com o mesmo estudo descrito no Diagnóstico, são considerados como resíduos sólidos domiciliares úmidos:  Resíduos orgânicos: provenientes da coleta domiciliar regular, representando aproximadamente 45 % do total coletado na cidade;

 Resíduos de poda: de acordo com a Secretaria de Infraestrutura o volume de resíduo gerado no município em torno de 7500m³ dia capinados, com o total de 225 ton. /mês.

A partir de informações citadas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos e de acordo com o Estudo Gravimétrico o percentual de Resíduos Úmidos é de aproximadamente 45% do total de resíduos domiciliares coletados no município de Rosário.

Objetivos Sensibilizar, formar e instrumentalizar os participantes, a fim de estimular a não geração, a redução, a reutilização, a produção e consumo responsáveis, a coleta seletiva e encaminhamento à reciclagem (ampliar a adesão e o uso adequado dos equipamentos e serviços públicos), minimizando impactos socioambientais e à saúde humana. Público-alvo Comunidade escolar e população em geral, conforme diferentes características e perfis municipal. Tabela 55: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os resíduos sólidos.

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EIXO RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Médio Longo Prazo Prazo (até Prazo ( até (de 9 a 20 anos) 4 anos) 8 anos) Implantar o programa Municipal de Coleta convencional e seletiva, na zona urbana e X zona rural. Implantar programa de Compostagem caseira X Realização periódica e de forma sistemática pesquisa de campo sobre comportamentos X X X X e motivações de geradores de resíduos domiciliares face à coleta seletiva. Constituir um grupo de trabalho (GT) com representantes de cada um dos municípios do Grande ABC, com responsabilidades no campo da comunicação e da educação X ambiental. Formalização do GT, definição de responsabilidades e de mecanismos permanentes de X X X X comunicação e cooperação. Desenvolver processos de formação continuada, por meio de minicursos e oficinas, fundamentados em resultados obtidos com a pesquisa de campo sobre comportamentos e motivações dos munícipes, a fim de formar agentes multiplicadores dentre a X comunidade escolar, profissionais da saúde, lideranças comunitárias e cooperativas, e ampliar a adesão aos programas de coleta seletiva municipais. Elaborar material educativo regional para ser trabalhado nas escolas, com base nos princípios da educomunicação, a fim de subsidiar um programa permanente de X X X educação ambiental escolar. Criação de canais de denúncias sobre disposição irregular por parte da população X (controle social) Divulgação de metas de erradicação de pontos de descarte irregular X X X X Realização de Fórum Anual de Comunicação e Educação Ambiental frente à X problemática dos resíduos Elaborar e implementar campanhas educativas, voltadas aos grandes geradores e à população em geral (geradora de RCC em pequenas quantidades) com esclarecimento sobre impactos da disposição irregular de RCC e volumosos e sobre o uso adequado X X X de equipamentos de coleta destes materiais

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EIXO RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS Período

Estratégia de Ação Emergencial Curto Médio Longo Prazo Prazo (até Prazo ( até (de 9 a 20 anos) 4 anos) 8 anos) Reduzir significativamente o volume de RSD Úmidos em aterro; X X X X Disciplinar os procedimentos de segregação nas feiras, varejões e bairros onde se X implante a coleta diferenciada de RSD Úmidos; Estabelecer os procedimentos para apresentação dos Planos de Gerenciamento de Resíduos com normas específicas para RSD Úmidos; X

Implantar coleta conteinerizada, inicialmente em moradias coletivas (condomínios etc.) e expandir conforme a velocidade de aceitação do modelo; X

Mobilizar as instituições de ensino e pesquisa do Município a incluir os temas “tratamento e produção de compostos orgânicos” em sua grade curricular; X

Incentivar a compostagem domiciliar; X Incentivar o desenvolvimento de projetos de Redução de Gases do Efeito Estufa e projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) que permitam à cidade X participação no mercado voluntário de carbono e de créditos de carbono.

Fomentar o uso de composto orgânico como nutriente para a agricultura X

Incentivar e fomentar a triagem dos resíduos úmidos nas residências e demais X estabelecimentos (públicos e privados). Viabilizar sistemas de compostagem dos resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido. X

Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

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4.13.4 Resíduos da Construção Civil (RCC) Rosário utilizará como forma de recebimento e destinação de pequenos volumes de resíduos os Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s e os Locais de Entrega Voluntária – LEV’s:  Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s: São pontos de entrega voluntária (Ecopontos) para acumulação temporária de resíduos da construção e demolição, de resíduos volumosos, da coleta seletiva e resíduos sujeitos à logística reversa (NBR 15.112);  Locais de Entrega Voluntária – LEV’s: Locais de Entrega Voluntária de Resíduos Recicláveis – contêineres, sacos ou outros dispositivos instalados em espaços públicos ou privados monitorados, para recebimento de recicláveis.

Como demonstrado na Figura abaixo: Figura 51 - Pontos de Entrega Voluntária – PEV’s (Ecopontos)

Fonte: Manual - Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem Objetivos Sensibilizar, formar e instrumentalizar quanto aos impactos socioambientais e à saúde humana, decorrentes da disposição irregular de resíduos da construção civil e volumosos, a fim de disciplinar o uso adequado de equipamentos e serviços de coleta deste tipo de resíduos e contribuir para a eliminação de “pontos viciados” nos municípios. Público-alvo Pequenos e grandes geradores de RCC e volumosos. Tabela 56: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para RCC.

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RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo ( Longo Prazo (até 4 anos) até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Implantar Ecoponto e Ponto de Entrega Voluntária X Adquirir triturador de RCC X Implantar controle específico sobre a geração do RCC. X Equipe técnica para atuar na gestão do RCC. X Definir um local com licenciamento ambiental para fazer a disposição final. X Realizar periodicamente e de forma sistemática pesquisa de campo sobre comportamentos e X X X X motivações de geradores de resíduos da construção civil em pequenas quantidades. Formalização do GT, definição de responsabilidades e de mecanismos permanentes de comunicação X X X X e cooperação entre os municípios. Implantar o Programa Rosário Limpo X Realização de campanhas pela mídia focado nos resíduos de construção civil X X X X Criação de canais de denúncias sobre disposição irregular X X Divulgação de metas de erradicação de pontos de descarte irregular X X X X Realização de Fórum Anual de Comunicação e Educação Ambiental frente à problemática dos X X resíduos Elaborar e implementar campanhas educativas, voltadas aos grandes geradores e à população em geral (geradora de RCC em pequenas quantidades) com esclarecimento sobre impactos da X X X X disposição irregular de RCC e volumosos e sobre o uso adequado de equipamentos de coleta destes materiais. Planejar, articular e priorizar a destinação/disposição final dos RCC gerados pelo município para X empreendimentos que contemplem a prática da reciclagem. Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

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4.13.6 Resíduos Sólidos Especiais (RSE)

Os resíduos especiais/perigosos são considerados em função de suas características tóxicas, radioativas e contaminantes, devido a isso passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final.

Cada cidadão tem como responsabilidade identificar e realizar a triagem das pilhas e baterias dos demais resíduos domésticos e encaminhá-los aos postos de coleta autorizados. Em cada posto de coleta deverá haver uma estrutura mínima para receber os resíduos, sendo que o estabelecimento deverá tomar todas as precauções necessárias em todas as etapas do manejo do resíduo (coleta, armazenamento e manuseio) conforme especifica as normas e legislações vigentes.

Antes dos resíduos serem dispostos, as lixeiras deverão estar corretamente acondicionadas e identificadas com simbologias, assim como os tipos de armazenamento e transportes para resíduos perigosos, no caso as pilhas e baterias, deverão estar em conformidade com as normas técnicas da ABNT.

Portanto, para a identificação dos pontos de devolução seja elaborado e distribuído aos estabelecimentos autorizados pela prefeitura, um adesivo ou cartaz para identificação os locais de pontos de devolução. O adesivo/cartaz deverá ser elaborado com simbologia e/ou conteúdo fácil cuja função principal é facilitar a identificação dos pontos de devolução pela população.

O transporte deverá ser realizado por uma prestadora de serviço terceirizado, conforme as indicações pertinentes. Caso seja de interesse da prefeitura em assumir a coleta e transporte dos resíduos de pilhas e baterias, a mesma deverá assumir e seguir as condutas de procedimento e segurança segundo as legislações vigentes. Portanto, o procedimento da simbologia deverá estar de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e legislações referentes, como o Decreto Lei nº. 96.044 de 18 de maio de 1988, que trata do transporte rodoviário de produtos perigosos, legislação e normas técnicas complementares.

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Seguem abaixo algumas recomendações:  Os veículos deverão ter afixados painéis de segurança (placas), contendo número de identificação do risco do produto e número produto: 88/2794, e rótulos de risco (placa de corrosivo) conforme NBR 8.500, com motorista credenciado e carga lonada ou caminhão furgão;  O veículo deverá ter “kit de emergência” e EPI;  O motorista deve manter envelope com ficha de emergência com instruções para acidentes, incêndio, ingestão, inalação, fone de contato etc.

Resolução CONAMA nº. 257 de 30 de junho de 1999 proíbe as seguintes destinações finais de pilhas e baterias usadas de quaisquer tipos:

 Lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais;  Queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados, conforme legislação vigente;

 Lançamento em corpos d'água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação. Tabela 57: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os RSE.

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RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS (RSE)

Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Planejar e incentivar, via acordos setoriais e termos de compromisso entre o setor público e o setor empresarial, a estruturação e implementação de sistemas de logística reversa por parte dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; X II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Cadastrar os pontos de troca de penus disponibilizar os dados Implantar a

Logistica Reversa; Fiscalizar o processo e andamento das ações de Logística Reversa; X X X

Exigir que todos os participantes dos sistemas de logística reversa disponibilizem X ao órgão municipal informações completas e periódicas sobre a realização das ações de Logística Reversa; Articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno X ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

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RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS (RSE) Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Incentivar o setor empresarial a contemplar os agentes ambientais (catadores de materiais recicláveis) na articulação da logística reversa; X X

Fomentar programas e campanhas de educação ambiental, em parceria com o setor empresarial, que sensibilizem o consumidor quanto à importância da devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens contempladas na Logística Reversa, bem como da importância e obrigatoriedade X do mesmo de acondicionar e disponibilizar de forma diferenciada os resíduos reutilizáveis e recicláveis para a coleta e devolução.

Fomentar programas e campanhas para coletar óleo de cozinha X Incentivar e fomentar a coleta de óleo de cozinha nas residências e demais estabelecimentos (públicos e privados); X

Designar um funcionário para acompanhar os dados sobre estes resíduos X X mensalmente. Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólido (2012).

4.13.7 Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)

Tabela 58: Descrição das estratégias de ação e metas traçadas para os resíduos de Serviço de Saúde.

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RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) Período Estratégia de Ação Emergencial Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (até 4 anos) ( até 8 anos) (de 9 a 20 anos) Incentivar, auxiliar e prover recursos para que todos os estabelecimentos (públicos e privados) que gerem RSS desenvolvam e executem Planos de Gestão e Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) de modo que se possa verificar as informações abaixo relacionadas e estabelecer controles efetivos: X  Carga real de geração de RSS tanto de estabelecimentos públicos como privados;  Dados de coleta, tratamento e disposição final dos RSS;  Pontos críticos e pontos positivos relacionados à gestão dos RSS. Elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde X

(PGRSS). Fiscalizar a execução das diretrizes e metas previstas nos PGRSS dos X X X empreendimentos públicos e privados. Verificar, por meio de estudos, a viabilidade de implantação de tecnologias modulares para o processamento dos RSS, em conjunto com demais categorias de X resíduos, que contemplem a captação energética;

Estudar a possibilidade de implantar unidades de esterilização e incineração regionais que tornem o processo de gestão mais eficiente e otimize a utilização dos recursos X X X públicos, evitando grandes gastos com transporte para tratamento dos RSS.

Realizar segregação na fonte X Treinar e capacitar dos agentes de saúde para tais ações X Estabelecer transferência de custos de gerenciamento para os geradores - X responsáveis pelo manejo de seus resíduos

Fonte: Manual de Orientação para Planos de Gestão de Resíduos Sólidos

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4.14 INICIATIVAS - PLANO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental é a ferramenta com capacidade para construir estes processos e está expressa na Lei 9.975/1999, regulamentada pelo Decreto 4.281/2002. A definição adotada de educação ambiental considera "os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade".

A PNRS estabelece a educação ambiental como um de seus instrumentos, reforçando a importância desta disciplina e suas metodologias na elaboração dos planejamentos relacionados aos resíduos sólidos. Mesmo existindo boa quantidade e variedade de materiais, não está ainda consolidado um consenso objetivo em relação aos conteúdos, instrumentos e métodos que devem ser utilizados nos projetos e processos educativos que tratam da educação ambiental.

A Comunicação e Educação Ambiental, por meio de programas, é um instrumento integrante e muito importante das propostas e recomendações do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, devendo objetivar a chamada do público-alvo para uma mudança de posição e atitude frente às questões dos resíduos e da coleta seletiva.

4.15 GERADORES DE RESÍDUOS OBRIGADOS A APRESENTAR PLANO DE GERENCIAMENTO. Na Lei Federal n° 12.305, de 02 de agosto de 2010 que “Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, artigo 20, estão os geradores de resíduos obrigatório a apresentar o Plano de Gerenciamento:  Os geradores de resíduos sólidos dos serviços públicos de saúde;  Os geradores de resíduos gerados em processos produtivos e instalações industriais;  Os geradores de serviço privados de saúde;  Os geradores de resíduos de mineração;  Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: gerem resíduos perigosos; gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não seja equiparado aos resíduos domiciliares pelo Poder Público Municipal;

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 As empresas de construção civil;  Os responsáveis pelos terminais de transporte e as empresas de transporte.

O prazo para apresentações destes Planos de Gerenciamento de Resíduos será estabelecido por meio de regulamento especifico que, também deverá conter os sansões para os casos de descumprimento.

Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deverão ser elaborados conforme o conteúdo mínimo especificado no artigo 21 da Lei Federal n° 12.305, de 02 de agosto de 2010.

4.15.1 Cobrança pelo Serviço de Coleta e Destino Final dos Resíduos de Saúde Os estabelecimentos de saúde são responsáveis pelo acondicionamento, no entanto, a prefeitura municipal de Rosário é responsável pelo transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos de Serviço de Saúde. É importante ressaltar que os resíduos infectantes apresentam risco potencial à Saúde Pública e ao meio ambiente, por este motivo devem ser acondicionados e transportados sempre de forma correta.

4.15.2 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) Estimativa e prognóstico da quantidade de Resíduos de Serviço de Saúde coletada nos municípios maranhenses indicado pela ABRELPE/2016 (0,646 kg/hab/ano).

4.16 INDICADORES DE DESEMPENHO Considerações Gerais De acordo com Lei do Saneamento (Lei nº 11.445/2007) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), é obrigatoriedade a constituição de sistemas de informação municipais, articulados com sistemas nacionais: Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA); Sistema Nacional de Informações em Recursos Hídricos (SINIRH) e o Sistema Nacional de Informações em Meio Ambiente (SINIMA), que estabelecem instrumentos de monitoramento e indicadores de avaliação dos programas, projetos e ações relacionados à gestão e ao manejo de resíduos sólidos contemplados pelo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município de Rosário.

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O objetivo específico desta fase é definir sistemas e procedimentos para o monitoramento e a avaliação dos objetivos e metas do Plano e dos resultados das suas ações no acesso; na qualidade, na regularidade e na frequência dos serviços; nos indicadores técnicos, operacionais e financeiros da prestação dos serviços; na qualidade de vida; assim como o impacto nos indicadores de saúde do Município e nos recursos naturais.

Serão instituídos os mecanismos de representação da sociedade para o acompanhamento, monitoramento e avaliação do Plano, formada por representantes (autoridades e/ou técnicos) das instituições do Poder Público Municipal e das representações da sociedade em todos os fóruns sociais realizados em Rosário. Esses indicadores deverão ser apurados anualmente tendo como referência às metas propostas no Plano ano a ano. Somando-se aos indicadores de acompanhamento da implantação de equipamentos de apoio ao Programa de Coleta Seletiva e ao Programa de Gestão de Resíduos da Construção Civil (Ecopontos e PEV), deverá ser aplicado o Indicador SNIS IN031 que se refere à taxa de recuperação de materiais recicláveis em relação à quantidade total de Resíduos Sólidos Urbanos. Esse indicador é um importante balizador da efetividade do Programa de Coleta Seletiva.

Essas informações deverão ser produzidas para que seja possível sistematizá-las para compor o Banco de Dados do Município, permitindo a formulação de indicadores de acompanhamento da gestão integrada de resíduos sólidos.

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CAPÍTULO V - Sistema de Cobrança por Serviço

5 SISTEMA DE COBRANÇA POR SERVIÇO 5.1 CENÁRIO ATUAL Segundo os dados da Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA), o Município não possui QPD- Quadro de Prestação Detalhada, isso dificultou a elaboração das estimativas de investimentos direcionado a limpeza urbana do Município, em 2017, a receita arrecadada pelo município para custear os serviços de limpeza urbana, foi de R$ 1.200.000,00, enquanto que o somatório das despesas não foi possível quantificar, pois não havia esse dado de forma detalhada.

O processo orçamentário da Prefeitura Municipal inicia-se com a elaboração do PPA – Plano Plurianual, a cada 4 (quatro) anos, que é um instrumento de planejamento no qual então elencados todos os programas e ações que o poder público se compromete a executar durante aquele período.

Anualmente as metas estabelecidas são revisadas culminando na elaboração da LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias e da LOA – Lei Orçamentária Anual, instrumentos de execução orçamentária que após aprovados pela Câmara dos Vereadores tornam-se Decreto-Lei.

Segundo dados da Secretaria de Infraestrutura responsável pela de Limpeza Urbana, não existe arrecadação com taxas de limpeza urbana. Os recursos oriundos nos cinco últimos anos foram recursos do FPM – Fundo de Participação do Município e demais repasses do governo estadual. Tabela 59: Dados das despesas dos últimos 5 anos. DESPESAS ANO ORÇADAS REALIZADAS 2013 R$ 641.960,94 R$ 1.277.647,00

2014 R$ 1.000.265,00 R$ 673.554,06 2015 R$ 630.540,00 R$ 116.948,20 2016 R$ 693.594,00 R$ 1.449.053,25 2017 R$ 762.953,40 R$ 284.037,11

Fonte: Prefeitura Municipal, 2018.

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Conforme a SEINFRA, esses valores correspondem a valores repassados para a secretaria para executar os serviços de limpeza urbana (pagamento de funcionários), reformas, construções e recuperação de estradas vicinais, reformas de escolas, construção e desobstrução de boieiros, manutenção de máquinas e equipamentos usados na limpeza pública, construção de abrigo para motoristas, entre outras.

De acordo com Constituição Federal, Art. 3, § 1º é de competência a instituição e arrecadação de tributos. Ainda em se tratando do texto constitucional, destacamos o seguinte artigo: “Art.145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:  Impostos;

 Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, Estados ao contribuinte ou postos à sua disposição; e

 Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

... § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”. Muito embora muitos Municípios brasileiros remunerem, total ou parcialmente, os serviços de limpeza urbana mediante uma “taxa”, em geral cobrada na mesma guia do Imposto Predial e Territorial Urbano, existem dois pontos de atenção a serem observados na aplicação dessa cobrança:

 O § 2º fica vedada a criação de taxas que tenham a mesma base de cálculo de impostos, ou seja, a tributação pelo serviço de limpeza urbana não pode ter a mesma base de cálculo da área do imóvel (área construída ou área do terreno);

 Refere-se à natureza da taxa descrita no inciso II e, da mesma forma, disciplinou o Código Tributário Nacional em seu Art. 77 ao definir que a taxa será instituída em razão da utilização de serviços públicos específicos e divisíveis.

O atual sistema de coleta de resíduos sólidos domésticos do município de Rosário dispõe de um sistema de medição, por meio da disposição final feita no Aterro Sanitário da empresa CGA – Titara, no entanto, não disponibiliza a característica de divisão destes;

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270 mesmo que esse sistema existisse, ainda não seria aplicável ao resíduo sólido público recolhido nas ruas e nos logradouros pois este tem natureza indivisível.

5.2 COBRANÇA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Para que a aplicação da taxa como forma de cobrança dos serviços de limpeza urbana seja juridicamente viável, necessita ter base de cálculo própria e seu valor deverá revelar divisibilidade entre os contribuintes em razão dos respectivos potenciais de uso. A divisibilidade então estaria caracterizada na possibilidade de medição isolada por usuário do serviço de coleta de resíduos sólidos, o que justificaria, inclusive, a repartição das despesas da atividade entre os usuários, efetivos ou potenciais, em consonância com o quanto lhe fora ofertado.

Os serviços de limpeza urbana (varrição, capina, poda, desobstrução do sistema de águas pluviais e limpeza de outros locais de circulação pública) deverão ser custeados por outras receitas do município como: transferências do governo federal - exemplo: FPM – Fundo de Participação do Município; repasse do governo estadual - exemplo: ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestações de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; ou recursos municipais arrecadados por meio de impostos - exemplo: IPTU - Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana.

A instituição de uma cobrança específica e eficiente pelos serviços de limpeza urbana não apenas ajudaria na sustentabilidade financeira do setor, como também seria um modo de conscientizar a população para a necessidade de reduzir a geração e destinar de forma correta os resíduos.

De acordo com Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), a cobrança da taxa de resíduos sólidos domiciliares poderá estar anexa a boletos de outros serviços, como por exemplo conta de água, por meio de taxas mensais, bimensais, trimestrais, semestrais ou anuais, ou junto com como o IPTU - Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana.

Caso a Prefeitura opte pela adoção de subsídio tarifário, o déficit originado deverá ser coberto por receitas extra tarifárias, receitas alternativas, subsídios orçamentários,

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271 subsídios cruzados intrassetoriais e intersetoriais provenientes de outras categorias de beneficiários dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, dentre outras fontes, instituídos pelo poder público.

É necessário que a prefeitura reavalie os valores das taxas e tarifas praticados a cada ano e faça o reajuste observando o intervalo mínimo de doze meses, conforme prevê o Decreto n° 7.217/2010 que regulamenta a Lei n° 11.445/2007.

5.3 ANÁLISE FINANCEIRA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os custos adequados, qualidade e aumento da oferta são pressupostos para a cobrança os serviços e é um dos objetivos encontrados no Art. 7 - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e do manejo dos resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei n° 11.445, de 2007 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico.

O Poder Executivo Municipal é responsável pela coleta de resíduos sólidos domiciliares, de prestadores de serviços públicos de saneamento e atividades de pequenos comércios. Os serviços públicos na área de resíduos sólidos correspondem à coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos e limpeza de vias e logradouros públicos.

Os resíduos perigosos, industriais ou resultantes de serviços de saúde, conforme estabelece a legislação ambiental em vigor, não serão coletados pelo serviço regular de coleta de resíduos sólidos domiciliares, mas devem ser objeto de estudo nos planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

5.4 COBRANÇA PELO SERVIÇO DE COLETA E DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS URBANOS De acordo com o Decreto no 7.217/2010, (BRASIL, 2010a), Art. 14, a remuneração pela prestação de serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos deverá levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados, bem como poderá considerar:

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272

I - nível de renda da população da área atendida;

II - características dos lotes urbanos e áreas neles edificadas;

III - peso ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio; ou

IV - mecanismos econômicos de incentivo à minimização da geração de resíduos e à recuperação dos resíduos gerados.

Decreto no De acordo com Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento Básico (SNIS-RS 2016), dentre os 1.580 municípios que discriminaram a forma de cobrança desses serviços, verifica-se que a inserção de taxa específica no boleto do IPTU é a forma generalizada de execução, alcançando 86,1% dos casos. Em seguida figura a taxa específica no boleto do serviço de abastecimento de água com um indicador médio de 9,6%, seguido da incidência da taxa em boleto específico igual a 3,2%.

Conforme o Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento Básico (SNIS-RS, 2016), a receita arrecadada com os serviços referente ao manejo de resíduos sólidos nos municípios mostra-se insuficiente para manter as atividades de manejo de resíduos sólidos. Portanto, pode-se dizer que 77% dos municípios que arrecadam alguma receita com os serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares recebem valores que não ultrapassam a metade de suas despesas com o conjunto de atividades do manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.

De acordo com Leite (2006), os serviços públicos de limpeza urbana são de responsabilidade do governo municipal e, podem absorver de 10 a 20% do orçamento público. Considerando isso, a taxa de RSU poderia suprir recursos financeiros insuficientes na área de saneamento, embora pudesse apresentar dificuldade de compreensão e aceitação desse tributo por parte da população.

De acordo com o Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), o cálculo dos custos com operação e manutenção dos sistemas, após a implantação dos programas, deve considerar, de maneira geral, a mão-de-obra, os recursos patrimoniais (aluguéis e arrendamentos), os insumos (energia, combustíveis, matérias

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273 primas, etc.), as despesas gerais de administração, a manutenção (peças de reposição, etc.), outras despesas (seguros, impostos e taxas, juros, depreciações), as reservas e os imprevistos.

Ainda, conforme Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), na gestão dos resíduos sólidos é interessante estratificar os custos em três grandes etapas:  coleta convencional: combustíveis, mão-de-obra, EPIs, transporte, armazenamento etc;  coleta seletiva e tratamento: combustíveis, mão-de-obra, EPIs, materiais etc;  disposição final dos rejeitos: combustíveis, mão-de-obra, EPIs, energia elétrica, materiais, análises laboratoriais etc.

Segundo Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), existe ainda outra divisão de custos: divisíveis, que são os que podem ser fracionados para sua mensuração, como os de coleta e manejo de resíduos domiciliares; e os indivisíveis, que não podem ser fracionados para encontrar o valor por serviço, como os de varrição e capina. No entanto, somente os serviços públicos específicos e divisíveis podem dar ensejo à taxação, tal como determina o artigo 145, II, da Constituição Federal.

Portanto, entende-se como Taxa o valor cobrado do cidadão que faz uso de um dado serviço (uso efetivo), sendo que este não está vinculado aos serviços oferecidos pela municipalidade. Por exemplo, a taxa de limpeza urbana pode ser efetuada desde que não esteja associada à limpeza de ruas e logradouros públicos.

No entanto, a tarifas são preços cobrados dos usuários pelos serviços e obras públicos oferecidos a ele, e a remuneração cobrada pela concessionária pelo uso efetivo de serviço público concedido, tais como a tarifa do consumo de energia elétrica e de água, de serviços de telefonia, de uso de transporte coletivo. A tarifa não tem natureza tributária, estando relacionada à quantidade do serviço efetivamente prestado (por exemplo: à massa ou ao volume de resíduos recolhidos) e à possibilidade de rescisão.

Segundo Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013), as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de resíduos sólidos provenientes de imóveis são constitucionais,

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274 ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos.

É importante que a população esteja ciente dos gastos de seu governo e haja a disponibilização de informações que esclareçam o método de cobrança e os parâmetros considerados. Portanto, para que haja uma boa gestão é necessário a participação social.

De acordo com o Manual de Elaboração do PMGIS (2013), uma das alternativas é dividir os usuários dos serviços conforme o padrão de situação urbano e construtivo do imóvel, informações que deverão constar do cadastro fiscal do município, inclusive sendo uma das variáveis utilizadas para a cobrança da taxa de coleta de resíduos em diversos municípios brasileiros.

Para definir os componentes para a cobrança de taxas e tarifas pressupõe algumas definições como:

 Usuário: Pessoa física ou jurídica beneficiária dos serviços de coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos.  Domicílio ou Economia: Local com atividade potencialmente geradora de resíduos.  Categoria: Classificação dos domicílios ou economias em residenciais ou não residenciais.  Unidade Geradora: Um domicílio ou economia, ou conjunto de domicílios ou economias de mesma categoria e ramo de atividade, passíveis de terem os serviços de coleta de resíduos sólidos prestados de forma individualizada e identificável.  Tipo: Tipificação das unidades geradoras, segregando-se em função das características da atividade, da quantidade e do tipo de resíduos gerados pela economia ou economias que a compõe.

O modelo de cobrança deve ampliar a possibilidade de elevar a arrecadação relativa à prestação dos serviços de coleta e disposição de resíduos domiciliares, sem impactar, de forma generalizada, os usuários dos serviços, respeitando, portanto, a capacidade contributiva de cada classe de gerador, conforme o tipo e quantidade dos seus resíduos.

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Portanto, a eficiência operacional do sistema proposto depende de uma atualização cadastral da base de dados comercial, especialmente quanto aos grandes geradores de resíduos, bem como, de um aperfeiçoamento do sistema de fiscalização para garantir a correta apropriação das quantidades coletadas por classe de gerador.

5.4.1 Sistema de cálculo dos custos operacionais e investimentos De acordo com as diretrizes e programas definidos na neste Capítulo IV “Planejamento das Ações do PMGIRS” e nos orçamentos definidos no PPA - 2018/2021 (Plano Plurianual) Lei nº 233/2017 e na LDO 2018 (Lei de Diretrizes Orçamentárias do Município) Lei 256/2017, foram projetados os custos operacionais da prestação de serviços de limpeza urbana. As projeções consideraram os orçamentos preliminares para as implantações de equipamentos e programas previstos, assim como a reformulação e ampliação dos serviços atualmente ofertados.

Conforme o orçamento municipal foi projetado os custos operacionais, ao pagamento anual realizado pela Prefeitura para as respectivas rubricas do PPA-LDO. As rubricas definidas no orçamento municipal são: Serviços de Varrição, Gestão e Manejo de Resíduos Sólidos. O orçamento deve cobrir os investimentos realizados na contratação desses serviços por meio de contratos de concessão ou Parceria Pública Privada, como no caso da limpeza pública.

Os parâmetros de projeção de orçamento para o Programa de Coleta Seletiva tiveram como referência o custo médio de R$ 424,00 por tonelada recolhida, de acordo com a Revista Brasileira de Gestão Urbana (2018), que é ainda muito superior aos R$ 115/ton da coleta regular (Brasil, 2014; CEMPRE, 2012; ABRELPE, 2012). De acordo com esse dado pode se dizer que o município de Rosário terá um custo per capita de R$ 0,02 com a correção monetária de 5,5% ao ano para o período de 20 anos de abrangência do PMGIRS, vale ressaltar que esse cálculo foi feito com base na estimativa populacional do IBGE, calculando apenas os moradores da zona urbana.

Conforme o Guia de orientação para adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), as principais despesas relacionadas à gestão de resíduos sólidos são com: combustível; máquinas, equipamentos e ferramentas; manutenção e conservação de equipamentos e veículos; recursos humanos (próprio e contratado); encargos sociais e

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276 trabalhistas; depreciação de máquinas e equipamentos; EPIs e uniformes; seguros e licenciamento dos veículos; infraestrutura. Portanto, o controle de despesas é a base para a viabilidade do modelo tecnológico a ser adotado e para a tomada de decisão sobre o modelo e a forma de prestação de serviço a se utilizar.

É necessário separar custos e despesas; fazer apropriação dos custos diretos e o rateio dos custos indiretos por serviços. Devem ser equacionados os custos e investimentos para gestão de resíduos sólidos, para recuperação de passivos ambientais e o custo das inovações tecnológicas do modelo de prestação de serviço definido para o atendimento às diretrizes da PNRS.

De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE, 2010), os custos podem ser definidos como a soma dos insumos (mão de obra, energia, materiais, equipamentos, instalações, etc.), necessários para realizar determinado serviço ou operação, avaliado em medidas monetárias. Estes podem ser divididos em diretos e indiretos. Os custos indiretos, ao contrário dos diretos, são as despesas que não se relacionam diretamente com a produção/operação. Cerca de 85% do custo operacional do transporte rodoviário de carga corresponde aos custos diretos; os custos indiretos correspondem pelos restantes 15%.

Tabela 60: Tipologia de custos nos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos

Depreciação da frota Troca de peças e equipamentos, depreciação do valor de mercado. CUSTOS Remuneração do capital Salário e gratificações de motoristas e DIREITOS ajudantes. Manutenção da frota Combustível, lubrificação, pneus, cobertura de risco e licenciamentos Despesas que não se relacionam Contabilidade da empresa, a administração de CUSTOS diretamente com a pessoal e geral. INDIRETOS produção/operação Depreciação de veículos. Remuneração do capital relacionado com a Custos relacionados com a frota frota Outros custos relacionados com a frota (seguro, IPVA, licenciamento). Custos relacionados com instalações Edifícios e garagens. CUSTOS e equipamentos Máquinas, veículos auxiliares e móveis FIXOS Direta (aos motoristas e coletores) Indireta (aos que fornecem suporte à atividade Custos de mão de obra – mecânicos, fiscais, funcionários administrativos). Outros custos fixos mensais Material e manutenção de escritório, serviços de terceiros, uniformes, etc.

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CUSTOS Custo por quilômetro percorrido Combustíveis, óleos e graxas, filtros, peças de VARIÁVEIS (R$/km) reposição de caminhões.

Custo por hora de operação dos Lubrificante, fluido hidráulico da caçamba, veículos (R$/h) peças substituídas.

Custo quilométrico 퐶푢푠푡표 푡표푡푎푙 푑푎 푐표푙푒푡푎 (푓푖푥표푠 푒 푣푎푟푖á푣푒푖푠) 푄푢푖푙표푚푒푡푟푎푔푒푚 푡표푡푎푙 푝푒푟푐표푟푟푖푑푎 Custo médio por tonelada 퐶푢푠푡표 푡표푡푎푙 푑푎 푐표푙푒푡푎 (푓푖푥표푠 푒 푣푎푟푖á푣푒푖푠) CUSTOS 푄푢푎푛푡푖푑푎푑푒 푡표푡푎푙 푑푒 푙푖푥표 푐표푙푒푡푎푑표 (푡) UNITÁRIOS Custo por pessoa atendida 퐶푢푠푡표 푡표푡푎푙 푑푎 푐표푙푒푡푎 (푓푖푥표푠 푒 푣푎푟푖á푣푒푖푠) 푁ú푚푒푟표 푑푒 푝푒푠푠표푎푠 푎푡푒푛푑푖푑푎푠

Fonte: Manual Plano Simplificado de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PSGIRS (2013).

Deve-se haver clareza e transparência de informações pois são importantes, inclusive, para o controle social, a prestação de contas e principalmente para o balizamento de decisões que serão tomadas nos processos de gestão dos serviços públicos. As ações propostas para implementação foram estimadas com base nas informações fornecidas pela pelos órgãos competentes e estimativas realizadas na fase de Diagnóstico, havendo a necessidade de elaboração de projetos executivos e detalhamento orçamentário para implementação de cada uma das ações propostas, de forma a permitir as aquisições atendendo a Lei nº 8.666/1993 de licitações e contratos da Administração Pública.

Conforme Lei 11.445 de 2007 (Lei do Saneamento) Art. 57 e inciso XXVII do Art. 24 da Lei 8.666 passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 24. É dispensável a licitação: ...... XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

As ações propostas para implementação do PMGIRS de Rosário são proporcionais à população. Para buscar as verbas necessárias para os investimentos serão elaborados projetos específicos. Com a aprovação de projetos de captação de recursos à fundo perdido, junto à entes federais como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, Fundação Nacional de Saúde, Fundo Sócio Ambiental da Caixa Econômica

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Federal e Ministério do Planejamento, à Fundos estaduais como o Fundo Estadual de Mudanças Climáticas (FEMUC), Fundo de Reconstituição de Bens Lesados - FRBL e Fundo Especial do Meio Ambiente (FEMA), bem como por meio de financiamentos bancários firmados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Poderão também ser firmadas parcerias entre os entes públicos – municipalidade e/ou parcerias Público Privadas, para possibilitar investimentos no setor, a partir de uma concessão dos serviços por tempo pré-determinado, que garanta o retorno dos investimentos. Além disso, com a implementação da logística reversa, o município deverá exigir das indústrias e comércios, o aporte de investimentos, financeiros ou em infraestrutura, para garantir a promoção do gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos no âmbito municipal, bem como a implementação das ações do PMGIRS, na forma de gestão compartilhada.

5.5 SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade econômica dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é garantida por meio do orçamento público municipal, com as rubricas definidas para remuneração pela prestação de serviços de Varrição e Manejo de Resíduos Sólidos do PPA-LDO. O município contará com a arrecadação da taxa de cobrança de lixo, somente após o término do contrato de parceria com a Empresa CGA – Titara. No entanto, caso a taxa arrecadada não cobra a totalidade dos recursos necessários, haverá uma complementação de recursos do orçamento geral do município conforme previsão definida no PPA e LDO. O Plano estabelecerá metas para a evolução de cobrança de forma a cobrir a totalidade dos custos. Portanto, não existe a necessidade de projeção da taxa de resíduo sólidos no atual contexto, deixando, pois, para as atualizações futuras.

5.6 LEIS Para atender as diretrizes nacionais no que se refere à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sugere-se alterações pontuais ou ajustes na legislação municipal e nos instrumentos de planejamento e elaboração de documentos, como por exemplo:

 Código de Posturas;  Código Tributário;  Código de Obras;

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 Institui a Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos;  Institui a Taxa de Licenciamento Ambiental;  Institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental Municipal, e dá outras providências.  Criar o Programa de Coleta Seletiva de Lixo na Rede Municipal de Ensino.  Institui diretrizes que dispõe sobre a obrigação do recolhimento em recipientes adequados do lixo hospitalar ou ambulatorial.  Institui diretrizes que regulam o funcionamento do ECOPONTO para recepção de Resíduos Construção Civil – RCC, Resíduos Sólidos Volumosos – RSV e poda.  Institui o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico, destinado a regulamentar, articular, integrar e coordenar recursos tecnológicos, humanos, econômicos e financeiros para a execução dos serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e controle de vetores, e dá outras providências.  Elaborar o Plano de Comunicação e Educação Ambiental.  Instituir a Elaboração e Implementação dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.  Instituir a Elaboração e Implementação dos Planos Resíduos de Serviço de Saúde.  Criação e Aprovação do Código Municipal de Limpeza Urbana.  Elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição (PGRCD).  Elaborar o Plano de Gerenciamento Específico (PGE).

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MINUTA DE LEI PARA A TAXA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

LEI QUE INSTITUI A TAXA MUNICIPAL DE COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Seção I

Do Fato Gerador e da Base de Cálculo

Art. 1º. Fica instituída a Taxa de Coleta, Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos – TRSU, que tem como fato gerador a utilização efetiva ou potencial dos serviços divisíveis de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos de fruição obrigatória prestados ou colocados à disposição pelo Município.

§ 1º Para fins desta Lei são considerados resíduos sólidos urbanos: I – resíduos domiciliares, originários de atividades domésticas em domicílios;

II – resíduos originários de atividades com características de quantidade e qualidade similares aos resíduos domésticos e que, por norma de regulação, sejam considerados resíduos sólidos urbanos;

III – resíduos originários dos serviços públicos de limpeza pública urbana.

§ 2º A utilização efetiva ou potencial dos serviços de que trata este artigo ocorre no momento de sua colocação à disposição dos usuários, para fruição.

§ 3º Considera-se ocorrido o fato gerador a 1.º de janeiro de cada exercício.

§ 4º O Município adotará regulamento para disciplinar as formas de acondicionamento e apresentação dos resíduos sólidos urbanos, inclusive para fins de coleta seletiva e diferenciada, que favoreça sua reciclagem e reaproveitamento.

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Art. 2º. A base de cálculo da TRSU é o custo dos serviços de coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos domiciliares, disponibilizados aos contribuintes, inclusive ao proprietário, titular de domínio útil ou possuidor, a qualquer título, de terreno urbano vazio.

§ 1º O custo dos serviços de limpeza de logradouros públicos, varrição, capina e limpeza e desobstrução de bueiros, bocas-de-lobo, valas e valetas, galerias de águas pluviais e córregos e de outras atividades assemelhadas da limpeza urbana não integra a base de cálculo da TRSU.

§ 2º A TRSU terá seu valor estabelecido por meio da distribuição do custo dos serviços entre os sujeitos passivos em função do volume ou massa de resíduos sólidos que poderão ser anualmente coletados por meio dos serviços colocados à sua disposição.

§ 3º Os volumes ou massas máximos, expressos em litros ou quilos, de resíduos por dia de coleta, para cada categoria de contribuintes, serão determinados no regulamento dos serviços.

§ 4º Fica o Poder Público autorizado a praticar nos termos da Lei n° 11.445, de 5 de janeiro de 2007, art. 29 a 31, subsídio cruzado de modo a reduzir em até 50% o valor da TRSU para os domicílios do tipo popular ocupados por famílias de baixa renda.

§ 5º O custo dos serviços de coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos domiciliares a serem disponibilizados aos contribuintes será atualizado anualmente com base nos custos dos exercícios anteriores e nas demais informações pertinentes à prestação destes serviços.

§ 6º Os valores referentes à TRSU, bem como a multas e outros acréscimos legais, estabelecidos em quantias fixas, deverão ser atualizados anualmente com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial IPCA-E apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acumulado no exercício anterior.

§ 7º Os serviços de coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos domiciliares gerados que excederem a 150 litros por dia no caso de estabelecimentos

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282 industriais e 100 litros por dia por estabelecimentos não industriais, são de responsabilidade do gerador, devendo ser executados com base nas disposições regulamentares pertinentes, podendo ser prestados facultativamente pelo Poder Público ou por entidade legalmente incumbida, com base em contrato especial, e remunerado por volume ou massa e mediante a instituição de preço público.

Seção II Do Sujeito Passivo Art. 3º. O sujeito passivo da TRSU é o proprietário, o titular de domínio útil ou o possuidor, a qualquer título, dos seguintes bens abrangidos pelos serviços a que se refere a taxa:

I - unidade imobiliária edificada ou não, lindeira à via ou logradouro público;

II - box de mercado, barraca, quiosque, banca de chapa ou assemelhado que explore atividade informal de serviço ou comércio.

§ 1º Considera-se também lindeira a unidade imobiliária que tem acesso, através de rua ou passagem particular, entradas de vilas ou assemelhados, a via ou logradouro público.

§ 2º Será aproveitada para o lançamento da TRSU a inscrição efetuada para lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano.

Seção III Da Não Incidência da TRSU e da Isenção Art. 4º. Ficam excluídas da incidência da TRSU as unidades imobiliárias destinadas ao funcionamento de:

I – órgãos públicos integrantes da administração municipal ou estadual inclusive autarquias e fundações; II – hospitais, escolas, creches e orfanatos administrados diretamente pelo Município ou pelo Estado ou por instituição que integre suas administrações;

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III – hospitais, escolas, creches e orfanatos mantidos por entidades de assistência social, sem fins lucrativos. Parágrafo único. A isenção da incidência da TRSU de que trata o caput não exime as entidades discriminadas nos incisos I a III de qualquer das responsabilidades que lhes cabem com relação aos resíduos que sejam nelas gerados, definidas na legislação federal, estadual e municipal pertinente a essa matéria, inclusive no que diz respeito ao manejo diferenciado de resíduos caracterizados como não domiciliares, ao adequado acondicionamento, transporte interno e externo e tratamento de resíduos efetiva ou potencialmente tóxicos, contaminantes e/ou perfuro-cortantes, bem como à adesão efetiva aos programas de coleta seletiva de materiais recicláveis implementado pelo Município.

Art. 5º. Fica isento da incidência da TRSU o imóvel residencial situado em Zona Especial de Interesse Social - ZEIS, cuja área construída não ultrapasse a 30 m2 (trinta metros quadrados). Seção IV Do Lançamento e do Pagamento Art. 6º. O lançamento da TRSU será procedido, em nome do contribuinte, na forma e nos prazos fixados no regulamento adotado pelo Município, anualmente, de forma isolada ou parcelada em conjunto com o Imposto Sobre a Propriedade Territorial Urbana – IPTU, ou ainda parcelada mensalmente em conjunto com a fatura do serviço de abastecimento de água.

Art. 7º. A TRSU será paga, total ou parcialmente, na forma e nos prazos fixados no regulamento.

Art. 8º. O pagamento da TRSU e das penalidades ou acréscimos legais não exclui o pagamento de:

I - preços públicos pela prestação de serviços de coleta, armazenamento, tratamento ou processamento e disposição final de outros resíduos sólidos não caracterizados como domiciliares a exemplo de entulhos de obras, aparas de jardins, bens móveis imprestáveis, animais mortos, veículos abandonados, bem como dos originários da capina compulsória de terrenos vagos de propriedade privada, e da limpeza de prédios e terrenos;

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II - penalidades decorrentes da infração à legislação municipal referente ao manejo dos resíduos sólidos e à limpeza urbana.

Art. 9º. O contribuinte que pagar a TRSU de uma só vez, até a data do vencimento da primeira parcela, gozará de desconto de 10% (dez por cento).

Seção V Das Infrações e Penalidades Art. 10. A falta de pagamento da TRSU implicará a cobrança dos acréscimos legais previstos nesta Lei.

Art. 11. São infrações as situações a seguir indicadas, passíveis de aplicação das seguintes penalidades:

I - no valor de 60% (sessenta por cento) do tributo não recolhido, atualizado monetariamente, a falta de informações para fins de lançamento, quando apurada em ação fiscal;

II - no valor de 100% (cento por cento) do tributo não recolhido, atualizado monetariamente, a falta de informações para fins de lançamento, em caso de reincidência da infração.

Parágrafo único. Será considerado reincidente o contribuinte que já tenha sido condenado em decisão administrativa, com trânsito em julgado.

Seção VI Das Disposições Finais e Transitórias Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 13. A Taxa de Coleta, Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos de que trata este Anexo somente incidirá a partir do exercício de 2020.

Art. 14. O exercício financeiro, para os efeitos fiscais, corresponderá ao ano civil.

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Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário constantes de lei e atos administrativos municipais.

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REFERÊNCIAS

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: Classificação de Resíduos Sólidos, 2004.

ABNT. Resíduos Sólidos: classificação, NBR 10.004. Rio de Janeiro, 1987. 63p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 1987.

ABNT. NBR 15113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. 8 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. São Paulo, 2004.

ABRELPE. Panorama de resíduos sólidos no Brasil 2013. Disponível em Acesso em 05 mar 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada 306 de 7 de dezembro de 2004.

ANVISA. Classificação dos resíduos de saúde, 2006.

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