FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Débora Balbinot

Pousada e parque V13

Passo Fundo 2016

Débora Balbinot

Pousada e parque V13

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Me. Renata Postay.

Passo Fundo 2016

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho à minha filha Valentina, que foi minha motivação para seguir em frente, e meu pesar por tantas vezes ter que abdicar de nosso tempo para dedicação á conclusão de minha graduação, prometo que nos terá valido a pena, minha querida.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta longa caminhada, o meu muito obrigada.

Resumo

Area localizada em Vespasiano Correa–RS, nas imediaçoes do Viaduto 13, entitulado maior da america latina, que apresenta grande numero de visitantes, sem qualquer infraestrutura de alimentação ou hospedagem, percebeu-se assim a demanda em projetar uma pousada e parque de praticas esportivas junto a natureza. que contará com unidades de hospedagem, restaurante, bar, loja de souvenirs e material esportivo e uma unidade de agencia de turismo. Em seu conceito, relaciona a ponte como elemento de ligação, bem como o prejeto e seu entorno, em seu volume segue as linhas retas do viaduto, a retangularidade dos vagoes de trem, e o metal trazendo os trilhos para a edificação atraves de sua estrutura metalica. A ideia de ponte se apresenta também como uma ligação entre o passado e o futuro, levando a associação do estilo Steampunk, sendo o Viaduto e seu entorno uma representação de passado, como uma parte da evolução do vapor perdida no tempo, e nas edificações propostas algo futurístico como no mundo fantástico criado por Julio Verne em seus livros, contos onde as maquinas, construções e estilos se confundem com engrenagens de metal e vapor das maquinas em uma época vitoriana.

Palavras chave: Arquitetura, Viaduto, Pousada, Trem, Metal, Steampunk, Turístico, Julio Verne. Vagão.

Abstract

Area located in Vespasiano Correa-RS, in the vicinity of Flyover 13, titled largest in latin america, which has large numbers of visitors without any power infrastructure or hosting, it was realized so demand in designing an inn and sports practices park from nature. which will feature accommodation units, restaurant, bar, gift shop and sports equipment and a unit of tourist agency. In his concept, relates the bridge as a liaison, and the projet and its surroundings, in volume follows the straight lines of the viaduct, the rectangularity of railway wagons, and metal bringing the rails to the building through its structure metalica. The idea of the bridge is also presented as a link between the past and the future, taking the association of Steampunk style, with the viaduct and its surroundings one last representation, as a part of the evolution of lost steam in time, and the buildings proposed something futuristic like the fantastic world created by Jules Verne in his books, short stories where machines, buildings and styles are mixed with metal gears and steam from the machine in a Victorian era.

Keywords : Architecture, Viaduct Inn , Train , Metal, Steampunk , Place , Jules Verne . Wagon.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01- Implantação estudo de caso 01...... 16 Figura 02- Imagem área estudo de caso 01...... 16 Figura 03- Planta baixa estudo de caso 01...... 16 Figura 04- Planta baixa,1 pavimento, estudo de caso...... 17 Figura 05- Planta baixa,2 pavimento, estudo de caso 02...... 17 Figura 06- Planta baixa,3 pavimento, estudo de caso 02...... 17 Figura 07- Imagem aérea estudo de caso 02...... 17 Figura 08- Planta baixa estudo de caso 01...... 18 Figura 09- Implantação estudo de caso 01...... 18 Figura 10- Fachada estudo de caso 01...... 18 Figura 11- Fachada estudo de caso 02...... 19 Figura 12- Imagem interna estudo de caso 01...... 19 Figura 13- Imagem interna estudo de caso 02...... 19 Figura 14- Imagem externa estudo de caso 01...... 20 Figura 15- Imagem externa estudo de caso 02...... 20 Figura 16- Corte estudo de caso 01...... 20 Figura 17- Implantação estudo de caso...... 21 Figura 18- Fachada ...... 21 Figura 19- Imagem interna...... 22 Figura 20- Imagem externa...... 22 Figura 21- Imagem de placas solares...... 22 Figura 22- Cobertura verde...... 22 Figura 23- Atividades esportivas- trilha...... 23 Figura 24- Atividades esportivas- quadriciclo...... 23 Figura 25- Atividades esportivas-tirolesa ...... 23 Figura 26- Atividades esportivas-rapel...... 23 Figura 27- Atividades infantis...... 23 Figura 28- Atividades infantis ...... 23 Figura 29- Mapa regional...... 24 Figura 30- Mapa localização...... 24 Figura 31- Pirâmide etária municipal...... 25 Figura 32- Rota ciclística ...... 25 Figura 33- Elevação topográfica da rota...... 25 Figura 34- Imagem da construção do viaduto 13...... 27 Figura 35- Imagem da construção do viaduto 13...... 27 Figura 36- Trem Húngaro...... 27 Figura 37- Vista do viaduto 13...... 28 Figura 38- Vista do viaduto Mula preta...... 28 Figura 39- Túnel...... 28 Figura 40- Abertura do túnel...... 29 Figura 41- Vista sob o viaduto 13...... 29 Figura 42- Vista sobre o viaduto 13...... 29 Figura 43- Vista do Rio Guaporé...... 30 Figura 44- Vista do terreno sobre o viaduto 13...... 30 Figura 45- Vista do terreno 01...... 31 Figura 46- Vista do terreno 02...... 31 Figura 47- Terreno e corte longitudinal...... 32 Figura 48- Terreno e corte transversal...... 32 Figura 49- Caixa aproximada da via vicinal...... 33 Figura 50- Trecho viaduto/ idade...... 33 Figura 51- Infraestrutura...... 34 Figura 52- Implantação...... 34 Figura 53- Topografia...... 35 Figura 54- Steampunk...... 36 Figura 55- Steampunk contemporâneo 01...... 36 Figura 56- Steampunk contemporâneo 02...... 36 Figura 57- Ilustrações de Julio Verne...... 38 Figura 58- Organograma...... 41

Figura 59- Fluxograma pousada...... 41 Figura 60- Fluxograma agencia de turismo/ loja...... 42 Figura 61- Fluxograma restaurante...... 42 Figura 62- Zoneamento 01...... 45 Figura 63- Zoneamento 02...... 45 Figura 64- Zoneamento 03...... 46

LISTA DE TABELAS

Tabela01...... 25

Sumário 1 introdução ...... 9 1.1 JUSTIFICATIVA ...... 9 1.2 Objetivos ...... 9 1.2.1 Objetivo Geral ...... 9 1.2.2 Objetivos Específicos ...... 10 1.3 Delimitação do tema...... 10 2 FUNDAMENTAçÃO TEÓRICA ...... 11 2.1 Pousada e parque esportivo ...... 11 2.1.1 Ecoturismo ...... 11 2.1.2 Pousada ...... 12 2.1.3 Esportes radicais ...... 13 2.1.4 Sustentabilidade ...... 14 2.2 ESTUDO DE CASO - referentes a hospedagem ...... 15 2.2.1 Ficha Técnica ...... 15 2.2.2 Comparativo dos estudos ...... 15 2.2.3 Implantação ...... 16 2.2.4 Função ...... 16 2.2.5 Forma ...... 18 2.2.6 Habitabilidade ...... 19 2.2.7 Tecnologia ...... 20 2.3 ESTUDO DE CASO – Refugio Ecológico ...... 21 2.3.1 Implantação ...... 21 2.3.2 Forma, habitabilidade e tecnologia ...... 21 2.3.3 Sustentabilidade ...... 22 2.3.4 Práticas esportivas ...... 23 2.4 Conciderações ...... 24 3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ...... 24 3.1 Diagnostico da area de implantação ...... 24 3.1.1 Contextualização Regional ...... 24 3.1.2 A ferrovia do trigo ...... 26 3.1.3 Mata Atlântica ...... 29 3.1.4 O Rio Guaporé...... 30 3.1.5 Visuais do terreno ...... 30 3.1.6 Sistema Viário...... 32 3.1.7 Infraestrutura ...... 33 3.2 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ...... 34

3.3 LEGISLAÇÃO ...... 35 3.3.1 ABNT NBR 15041: Meios de hospedagem – sistema de gestão da sustentabilidade ...... 35 3.3.2 NBR 9050 ...... 35 3.3.3 NBR 9077 ...... 35 3.3.4 Código ambiental ...... 35 4 Conceito e diretrizes do projeto ...... 36 4.1 Conceito da proposta ...... 36 4.2 Carta de intenções ...... 38 4.3 Diretrizes de projeto ...... 38 4.4 Diretrizes urbanas propostas ...... 39 5 Partido geral ...... 40 5.1 Programa de necessidades do projeto ...... 40 5.2 Organograma ...... 41 5.3 Fluxograma ...... 41 5.4 Pré-dimensionamento ...... 43 5.5 PARTIDO GERAL - zoneamento ...... 44 6 Conclusão ...... 47

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1 INTRODUÇÃO A idealização deste trabalho propõem a implantação de um complexo turístico, na cidade de Vespasiano Corrêa, composto por pousada, centro de atendimento ao turista e apoio ao esporte e parque, onde serão realizadas práticas de esportes radicais com intenso envolvimento do homem com a natureza.

Buscando uma adequada valorização do Viaduto 13, parte da Ferrovia do Trigo, obra do ano de 1979, localizado na cidade de Vespasiano Corrêa (PREFEITURA MUNICIPAL DE VESPASIANO CORREA,2016) fazendo com que os visitantes que já utilizam o local para suas práticas esportivas, tenham maior conforto e possibilidade de apoio necessário, como aluguel e venda de equipamento, ambulatório, para maior segurança e praticidade para realização de esportes como rapel, trilhas, escaladas, motociclismo, ciclismo, entre outros. Também criar um atrativo a novos turistas com implantação de restaurante e possibilidade de hospedagem, fazendo com que toda a família seja acolhida e haja entretimento para todas as faixas etárias.

1.1 JUSTIFICATIVA Em meio tamanha exuberância da natureza tão próxima da inquietação dos grandes centros, este lote se destaca por sua contradição referente ao seu já relevante número de visitantes em contrapartida sua precária infra estrutura, que conta apenas com uma pequena cozinha onde são comercializados esporadicamente lanche e banheiros em completo estado de abandono. Tendo em vista isto, consta uma grande necessidade em proporcionar maior infraestrutura no local, para conforto dos futuros visitantes que serão atraídos por tamanha beleza natural e qualidade de estadia proposta.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral Propor a revitalização do entorno do Viaduto13, proporcionando lazer, alimentação e hospedagem, integrando ao máximo o homem com a natureza. 10

1.2.2 Objetivos Específicos

 Propor espaço destinado para alimentação, com restaurante que visa atender a demanda dos turistas que visitam o local.

 Implementar infraestrutura de apoio ao esporte, com Parque de ecoturismo e esportes radicais, sendo que o viaduto já conta com agencias de turismo que trazem seus clientes para realização de rapel e trilhas entre a mata. Com a idealização do parque ,seriam realizadas atividades como arvorismo infantil e adulto, escaladas, aluguel de bicicletas e quadriciclos para passeios.

 Ofertar hospedagem, proporcionando maior conforto e estadia prolongada para que a estrutura a ser criada no local possa ser desfrutada em toda sua totalidade.

1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA Respeitando a natureza e suas áreas de preservação (LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012.), sua mata ciliar paralela ao Rio Guaporé e arroio local, buscando integrar a proposta de edificação com o entorno, desconsiderando as preexistências do local por serem de pouca relevância perante sua estrutura precária. Usando apenas parte da área que já esta desmatada e de solo compactado para as edificações.

Quanto ao público alvo, a proposta visa atender a todos os públicos, mas tendo seu enfoque principal em jovens que desafiam seus limites praticando esportes radicais.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 POUSADA E PARQUE ESPORTIVO Proposta de implantação de uma pousada com parque de esportes radicais, localizado em Vespasiano Corrêa/RS, nas proximidades do Viaduto 13. Tendo em vista suas inúmeras belezas naturais e a edificação que se sagrou como o maior viaduto ferroviário da américa latina, propõem mais conforto e visa ampliar o número de visitantes atraídos ao local.

2.1.1 Ecoturismo

O interior do estado do , é repleto de belezas naturais e edificações com valor histórico que tem seus potenciais pouco explorados, tendo em vista a localização do terreno, e a já existente quantidade de visitantes no Viaduto 13, em Vespasiano Correa/ RS, propõem-se no local a implantação de um parque que contemple o ecoturismo. Em 1994, com a publicação da Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo pela EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente, o turismo com denominação ecológica foi conceituado como:

Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações (EMBRATUR, 1994).

Esta definição de turismo contempla atividade que integrem o homem com o ambiente promovendo contemplação, expondo questões que envolvam a conservação de recursos naturais do ambiente, em um trabalho de conscientização na questão ambiental. Tendo características essenciais, conforme Orientações básicas do Ecoturismo do Ministério do Turismo (2008):

 Atividades praticadas : devem seguir premissas conservacionistas; 12

 Escala: buscar pequena dimensão e número de visitantes para minimizar os impactos que a visitação possa causar;  Proteção e conservação dos recursos naturais: adoção de estratégias e ações para minimizar possíveis impactos negativos da visitação turística por meio do uso de um modelo de gestão sustentável da atividade.  Paisagem: elemento que compõem a motivação do turista, portanto deve haver harmonização dos aspectos construtivos em relação a o que é existente;  Interpretação ambiental: e proporcionar o entendimento do ambiente natural, despertar a atenção e o interesse do visitante em relação à natureza;  Educação ambiental: segundo Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992) É um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida, afirmando valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a proteção ambiental. Estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservem entre si relação de interdependência e diversidade, o que requer responsabilidade individual e coletiva local, nacional e mundial.

Visando adequar-se a todos estes critérios, para proporcionar ao visitante uma adequada prática.

2.1.2 POUSADA Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação (2008) e seus critérios estabelecidos na Lei n˚ 11.771/2008, entende-se como meio de hospedagem

Os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinado a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência individual e de uso exclusivo do hospede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária (BRASIL,2008,p.5)

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Conforme classificação do Ministério do turismo (2008), este projeto enquadra-se como POUSADA, sendo que suas intenções e características se assemelham as descriminadas em Góes (2015, p.56) :

Empreendimento de característica horizontal, comporto de no máximo trinta unidades habitacionais e noventa leitos, com serviço de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ocupar um prédio único com ate três pavimentos ou contar com chalés ou bangalôs.

Para a tipologia proposta, o Sistema Brasileiro de Classificação (2008) estabelece uma classificação por categorias representada por seu número de estrelas, de uma a cinco estrelas, conforme conforto e estrutura disponível. A proposição deste projeto, enquadrasse como Pousada 3 estrelas, atendendo aos itens cabíveis à esta classificação.

2.1.3 Esportes radicais

O Ministério do Esporte, através de Resolução publicada no Diário Oficial da União, definiu os conceitos de esporte radical e de esporte de aventura. Segundo o documento:

O esporte de aventura é todo aquele relacionado à natureza e ao ecoturismo, praticados sob condições de risco calculado. Já os esportes radicais incluem manobras arrojadas e controladas em ambientes naturais ou artificiais em meio urbano.

Seguindo estes preceitos, propõem-se a implantação da estrutura necessária para que estes esportes sejam realizados com segurança adequada, sendo eles:

. RAPEL: prática que consiste na descida através de uma corda sustentada em um ponto fixo superior, proporcionando uma decida livre; 14

. BUNGEE JUMPING: salto de uma base, normalmente de grande altura, preso a um elástico, proporcionando quedas e saltos, conforme esforço do elástico; . ARVORÍSMO: percursos com obstáculos criados entre as copas das árvores; . TRILHAS: caminhos a serem percorridos a pé, seguindo a natureza e a topografia local; . QUADRICICLO: aluguel em loco de quadricilos, para passeios; . CICLISMO: aluguel de bicicletas para realização da prática esportiva;

2.1.4 Sustentabilidade

Perante a intenção do parque de envolver o ecoturismo, não deve-se negligenciar o cuidado com a sustentabilidade nas edificações propostas, no impacto que causarão ao meio, nos materiais e técnicas empregadas.

Esta “Nova Arquitetura” – Ecológica, Verde, Sustentável, de Baixo Impacto Ambiental , deve não só minimizar os impactos gerados no Meio Ambiente, mas principalmente integrar a edificação de forma a criar efeitos positivos no meio ambiente, sendo um agente renovador, reparador e restaurador, integrando-a aos ciclos naturais da biosfera. Além disso, a Arquitetura tem o papel de manter e gerar o bem estar da sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e econômicos. Desta forma foi utilizada para conceituação desta “Nova Arquitetura” uma Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental, onde os aspectos humanos são gerados com o bem estar social, cultural e econômico, e os ambientais, a partir de maior integração Homem/Meio Ambiente...Neste processo, é muito importante ter consciência da necessidade de estabelecer metas para todas as fases do ciclo de vida da edificação; antes de iniciar a ação, definir as equipes envolvidas, além de estabelecer estratégias para o cumprimento das ações implantadas. Estas metas devem não só visar os aspectos ambientais, mas também sociais, culturais e econômicos.(KRONKA, 2002)

Através das técnicas construtivas de baixo impacto ambiental, busca a inserção no meio minimizando qualquer impacto negativo possível, fazendo com que a natureza seja valorizada e não depredada. Aproveitar os recursos naturais no planejamento da edificação, com a utilização de iluminação natural, através de grandes áreas vazadas na edificação, ventilação cruzada, que consiste em aberturas em lados opostos, na direção do vento predominante local, fazendo com que o ar circule. Posicionar na posição 15 norte e sul, as maiores fachadas, e no leste o oeste as menores fachadas por terem maior incidência solar. Prover outra opção de geração de energia, seja ela com placas solares ou moinho, pela proximidade a cursos d’água.

2.2 ESTUDOS DE CASOS REFERENTES A HOSPEDAGEM

Serão analisados dois estudos de caso relacionados a hospedagem, que se assemelham a proposta, ambos de localização deslocada da malha urbana, entre a mata nativa, cada qual com sua composição das unidades de hospedagem.

2.2.1 Ficha Técnica

Estudo 1 – Hotel Awasi Patagonia Arquitetos: Felipe Assadi , Francisca Pulido Localização: Torres de Paine, Chile Equipe: Trinidad Schönthaler, Sebastian Delpino Ano: 2014

Estudo 2 - Hotel no Parque Verholy Arquitetos: YOD design studio Localização: Sosnivka, Ucrânia Autores: Vladimir Nepiyvoda, Dmitriy Bonesko Designer Gráfico: Ilya Nepravda Ano do projeto: 2015

2.2.2 Comparativo dos estudos

Ambos os projetos referente a hospedagem apresentam programa de necessidades similar, apresentando unidades de habitação isoladas e junto ao setor social e de serviços. Acomodações amplas, áreas de lazer integradas, e circulações externas não cobertas. Mostram uma integração com a natureza, uma inserção sutil no ambiente, buscando respeitar a topografia e a mata existente, trazendo o hóspede para dentro da mata. 16

2.2.3 Implantação

Figura 01 – Implantação estudo 01 Figura 02 – Imagem aérea do estudo 02. Fonte: Archdaily (2016) Fonte: Google Earth (2016)

Ambos projetos analisados, figura 01 e 02, apresentam relação de integração com o meio em que estão inseridos, com unidades de habitação dispersas no terreno, tornando mais sutil sua inserção no ambiente, fazendo bom aproveitamento da área verde existente com varandas e sacadas, com amplas aberturas aproximando o exterior do interior.

2.2.4 Função

Figura 03 – Planta baixa, estudo 01 Fonte: Archdaily (2016), editada pelo autor.

Conforme figura 03, do estudo de caso 01, percebe-se uma intenção de distanciar os hóspedes, mantendo-os afastados das áreas comuns e próximos a natureza, seus fluxos são dispersos entre a mata nativa. Suas áreas de uso comum são amplas, localizadas no mesmo corpo da edificação 17 onde encontra-se o serviço, com circulações separadas e acesso diferenciados.

Figura 04 –Planta baixa,1pav, estudo 02 Figura 05 – Planta baixa,2pav, estudo 02 Fonte: Archdaily(2016), editada pelo autor. Fonte: Archdaily(2016), editada pelo autor.

Figura 06 – Planta baixa,3pav, estudo 02 Figura 07 – Imagem aérea estudo 02 Fonte: Archdaily(2016), editada pelo autor. Fonte: Archdaily(2016)

No estudo de caso 02, vemos uma maior aglomeração, sendo que suas unidades de hospedagem estão unidas em 3 pavimentos, com área de governança e circulação de serviço em cada pavimento, claramente separadas da circulação social (figura 04,05 e 06). A área de uso comum localiza-se nas proximidades, tendo seus fluxos e caminhos por áreas descobertas e de contato com a natureza.

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2.2.5 Forma

Figura 08–Imagem planta baixa estudo 01 Figura 09–Imagem implantação estudo 01 Fonte: Archdaily(2016) Fonte: Archdaily(2016)

Através da analise da planta baixa e implantação (disposição das cabanas) figuras 08 e 09, referentes ao estudo de caso 01, podemos perceber uma organização dispersa no terreno, uma simplicidade formal se mesclando na paisagem. Apresentando acessibilidade universal em suas acomodações conforme figura 10 abaixo.

Figura 10–Imagem da fachada estudo 01 Fonte: Archdaily(2016)

No caso do Hotel Verholy, em seus três pavimentos de hospedagem, consta uma relação de simetria tanto em sua planta quanto em seus elementos em fachada, figura 11, buscando um ritmo que segue suas edificações, e em seus caminhos lineares paralelos aos pinheiros existentes.

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Figura11–Imagem fachada estudo 02 Fonte: Archdaily(2016)

2.2.6 Habitabilidade

Figura 12 – Imagem interna estudo 01 Figura 13– Imagem interna estudo 02 Fonte: Archdaily (2016) Fonte: Archdaily (2016)

Em clima de baixas temperaturas, os dois projetos apresentam climatização com calefação e lareiras, grandes panos envidraçados permitindo ampla iluminação natural, conforme figura 12 e 13.

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2.2.7 Tecnologia

Figura 14 – Imagem externa estudo 01 Figura 15 – Imagem externa estudo 02 Fonte: Archdaily(2016) Fonte: Archdaily(2016)

Figura 16 – Imagem corte cabana estudo 01 Fonte: Archdaily(2016)

Conforme figura 14, referente ao estudo de caso 01, é visível a releitura da arquitetura do extremo sul chileno, que apresenta pilares no exterior da edificação, com modulação aproximada de um metro. Perante sua localização distante dos centros urbanos, e do rigor climático, foi pensado com materiais e tecnologias locais, para que pudesse ser executado pela mão de obra local precária sem maiores dificuldades evitando falhas no decorrer da construção, deixando de lado então detalhes e ornamentos funcionalmente desnecessários, remetendo assim a simplicidade dos traços do projeto. Para adequação a topografia e a umidade do solo, foi feito uso de elevação nas construções, por meio de “palafitas” , como é visível na figura 16.(ARCHDAILY,2016).

Em relação ao segundo estudo de pousadas analisado (figura 15) identifica-se linhas minimalistas, com uso de madeira, vidro nos fechamentos e pedra no piso, relacionando-se em sintonia com o ambiente. Em toda construção foram usados materiais eco-friendly, nos interiores, como opção 21 mais durável que o gesso comumente usado, foram utilizados painéis resistente ao desgaste e muito vidro.

2.3 ESTUDO DE CASO – REFUGIO ECOLÓGICO Analise realizada do Refugio Ecológico Pedra Afiada, localizado Região de Aparados da Serra/ SC, entre a exuberância com as paredes do cânion Malacara. Pousada com amplas acomodações, opções de atividades esportivas em contato com a natureza, bem como a proposta desta pesquisa, sendo similar seu programa de necessidades e serviços a serem ofertados aos visitantes.

2.3.1 Implantação

Figura17–Imagem implantação Figura18– Imagem fachada e pátio central Fonte: Google Earth (2016) Fonte: Pedra Afiada(2016)

Em uma área de 32 hectares de mata nativa preservada, tem sua implantação liberdade, organicidade, integração com o meio.

2.3.2 Forma, habitabilidade e tecnologia

Projeto de formas lineares, com abundantes aberturas para entrada de iluminação natural, conforme figura 19, minimizando os uso de energia elétrica, bem como a adequação dos projetos à topografia existente, evitando grandes movimentos de solo. Uso de madeira na maioria da edificação, dando aspecto rustico, contrastado com as cores vivas da pintura e os objetos de decoração, que foram adquiridos de artesoes locais.

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Figura19– Imagem interna Figura20– Imagem externa bangalô Fonte: Pedra Afiada(2016) Fonte: Pedra Afiada(2016)

2.3.3 Sustentabilidade

Pensada desde a idealização do projeto, a sustentabilidade é um ponto relevante, com iniciativas simples, como coletores solares para aquecimento da água (figura 21), criação de caixa chamada “soca-soca” onde todo vidro proveniente de garrafas e louças é triturado e reutilizado em construções, pisos, manutenções como matéria-prima para argamassa ,telhados verdes (figura 22), projeto de reflorestamento plantando mais de 2 mil mudas de mata nativa, tratamento da água através de fossa, sumidouro, filtros aeróbico e anaeróbico e espinha de peixe, conforme orientação do IBAMA. Além disso, uma questão muito importante é a conscientização dos visitantes, que é feita com o Projetos sócio pedagógico nas escolas, com alunos dos ensino fundamental do município, estimulando o debate sobre a questão ambiental.

Figura21– Imagem placas solares Figura22– Imagem cobertura verde Fonte: Pedra Afiada(2016) Fonte: Pedra Afiada(2016) 23

2.3.4 Práticas esportivas Desafiar limites e propor contemplação são grandes atrativos da pousada, que se enquadram com a proposta desta pesquisa. Contam com adequada estrutura e segurança necessárias para as práticas esportivas, que são diversificadas, atendendo a todos os públicos, desde trilhas leves (figura 23), aluguel de quadriciclo para passeios (figura 24), tirolesa (figura 25), decida de rapel (figura 26), e um espaço destinado a atividades para as crianças, com diversos atrativos (figura 27 e 28).

Figura23– Imagem trilhas Figura24– Imagem passeio quadriciclo Fonte: Pedra Afiada(2016) Fonte: Pedra Afiada(2016)

Figura25– Imagem tirolesa Figura26– Imagem rapel Fonte: Pedra Afiada(2016) Fonte: Pedra Afiada(2016)

Figura27– Imagem atividades infantis Figura28– Imagem atividades infantis Fonte: Pedra Afiada(2016) Fonte: Pedra Afiada(2016)

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2.4 CONCIDERAÇÕES

Com base nos estudos de caso analisados, a percepção é que o estudo que mais se enquadra na proposta de hospedagem desta pesquisa é o Estudo 1 – Hotel Awasi Patagonia, que apresenta unidades isoladas e uma tipologia que se integra com o meio sem contrastes. Já o estudo de caso do Refúgio Ecológico elucida a ideia do parque a ser implantado, com esportes e ecologia, trazendo opções de lazer ao visitante.

3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1.1 Contextualização Regional Terreno localizado na cidade de Vespasiano Correa (figura 01) 170km da capital, (figura 02), acesso pela RS-129. Município de aproximadamente 1.974 habitantes (CENSO 2010), e área de 115km² (figura 03), de colonização italiana e polonesa.

Figura 29 – Mapa Google imagens Figura 30 – Mapa Google Earth Fonte: Google (2016) Fonte: Google Earth (2016)

Conforme percebe-se na figura 04, a maioria da população masculina tem idades entre 40 e 44 anos, e feminina 50 a 54, o que caracterisa uma população predominantemente adula, isso remete a uma necesidade de implantaçoes que mantenham e atraiam a população mais jovem ao municipio, fazendo com que permanecam e desenvolvam a região (IBGE, 2010). 25

Figura 31– Figura pirâmide etária Fonte: IBGE (2010) O meio de transporte mais comum no município é o automóvel (figura 05) o que não se justifica perante as distâncias urbanas, que podiam se facilmente vencidas caminhando, ou usando bicicleta como meio de transporte. Com a implantação deste projeto de parque ecológico e seu trabalho de conscientização, ambiciona-se que seja estimulado o uso de bicicletas, seja da cidade até o parque como forma de esporte e turismo (figura 32) ou dentro do município como meio de transporte cotidiano.

Tabela 01– Figura meios de transporte Fonte: IBGE (2010)

Figura 32- Rota ciclística Figura 33- Elevação da rota Fonte: Google Earth (2016) Fonte: Google Earth (2016)

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3.1.2 A FERROVIA DO TRIGO

Em Vespasiano Correa, em meio a grandes atrativos turísticos, e belezas naturais de um relevo repleto de sinuosos aclives e declives, encontra-se a Ferrovia do trigo, que ligaria Porto Alegre a Passo fundo, estreitando uma distancia de 680 km de estradas por 291 km de ferrovias. A margem do Rio Guaporé, encontra-se o Viaduto 13, intitulado o maior da América Latina e o segundo mais alto do mundo, com 509 metros de extensão e 148 metros de altura. Segundo Borges (2011) :

“ Em 1968 as obras param por dificuldades financeiras e principalmente por dificuldades técnicas do trecho entre – Passo Fundo devido as relevo acidentado. Tem-se uma ideia da engenhosidade necessária para superar tais declives e aclives pela necessidade da construção de 32 túneis e 23 para tornar a estrada possível em locais de difícil acesso. As obras foram retomadas em 1971 por pedido dos municípios que seriam beneficiados pela ferrovia: do Vale do (Muçum, Roca Sales), Serra (Guaporé, , Serafina Correa) até a região Nordeste (Passo Fundo, Marau, , Getúlio Vargas entre outros). Ainda naquele ano o nome da ferrovia foi alterado para EF-491 e a obra ganhou novo impulso quando o Primeiro Batalhão Ferroviário, vindo de Lajes, em Santa Catarina, assume sua realização. Firmando um convênio entre o Ministério do Exercito e Ministério dos Transportes, passando assim a usar mão de obra civil e militar sob o comando do Engenheiro Capitão Corrêa.”

Após sua conturbada construção (figura 00) teve sua inauguração em sete de dezembro de 1979, criou-se uma linha de passageiros que ligava Porto Alegre a Passo Fundo, o Trem Húngaro (figura 00), sua primeira excursão foi realizada em 18 de março de 1979, e posteriormente a linha tornou-se diária, com duração de cinco horas para percorrer 289 quilômetros. Estas viagens foram feitas até 1982, quando a Rede Ferroviária Federal, que mantinha a linha a suspendeu. (VIDAL, 2013)

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Figura 34– Construção do Viaduto. Figura 35 – Construção do Viaduto. Fonte: Acervo do Primeiro Batalhão (1970) Fonte: Acervo do Primeiro Batalhão (1970)

Figura 36 – Trem Hungaro. Fonte: Acervo Samuel Teixeira (1980)

Atualmente a Ferrovia é administrada por empresa particular, que a usa em pequena escala, no trecho em questão, do viaduto 13, passam diariamente trens, no horário da madrugada, conforme informações de moradores e visitantes locais. De imponente beleza (figura 00) atrai turistas que buscam caminhadas pelos trilhos e seus túneis e suas aberturas (figura 00), e contato próximo com a plenitude da natureza do local. 28

Figura 37 – Vista viaduto 13. Figura 38 – Vista viaduto Mula Preta Fonte: Autor (2015) Fonte: Autor (2015)

Figura 39 – Tunel. Fonte: Autor (2015)

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Figura 40 – Abertura no túnel. Figura 41– Vista de inferior ao viaduto 13. Fonte: Autor (2015) Fonte: Autor (2015)

3.1.3 Mata Atlântica

No Rio Grande do Sul, restaram 7,5% da área de Mata Atlântica que era originaria, parte dela vista sob o viaduto, espécies como ipês, pata de vaca, araucárias, angicos, foram identificadas. Mata esta que será utilizada para a pratica do arvorismo em seus topos, promovendo o esporte e a preservação.

Figura 42 – Vista de cima do viaduto 13. Fonte: Autor (2015)

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3.1.4 O Rio Guaporé

Perpendicular ao terreno, serpenteia entre as colinas, o Rio Guaporé, afluente do Rio Taquari e Marau. De grande proporções e relevância para a região, o rio que cruza parte da serra gaúcha, pretende-se ser explorado em seu potencial perante a pratica de esportes radicais, como rafiting.

Figura 43 – Vista de cima do viaduto 13, Rio Guaporé. Fonte: Autor (2015

3.1.5 Visuais do terreno

Figura 44 – Vista do terreno, sobre o viaduto. Fonte: Autor (2016)

O terreno apresenta edificações em madeira (figura 00), construídas de forma precária e em estado de péssima conservação, que serão 31 desconsideradas no planejamento do projeto. No terreno há também um banheiro feminino e outro masculino, e uma cozinha com 3m³, que será desconsiderado por não presentar relevância no local (figura 00).

Figura 45 – Vista 01 do terreno. Fonte: Google Earth (2016)

Figura 46 – Vista 02 do terreno. Fonte: Google Earth (2016)

Vista 02

Vista 01

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Figura 47– Área do terreno e corte longitudinal Fonte: Google Earth (2016)

Figura 48 – Área do terreno e transversal Fonte: Google Earth (2016)

3.1.6 Sistema Viário O percurso que leva até a área é feito por via vicinal, de largura variável, sem passeio ou iluminação pública, segue a topografia repleta de elevações, apresenta bom estado de preservação e está em condições 33 apropriadas para tráfego, nesta pesquisa, busca-se a integração com ao ambiente, sendo que será mantida nas condições atuais esta via de acesso.

Figura 49– Caixa aproximada da via vicinal. Fonte: Autor (2016)

Figura 50 – Trecho da cidade ate o viaduto. Fonte: Google Earth (2016)

3.1.7 Infraestrutura Identificada no local a rede elétrica, existência de água encanada potável, porém não foi possível identificar sua origem, também não foi identificada rede de esgoto, sendo provável o descarte por fosse filtro e sumidouro.

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Figura 51 – Infraestrutura (luz e água ). Fonte: Google Earth (2016)

3.2 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO Área localizada no perímetro rural de Vespasiano Correa/ RS, a 10,5 km do centro da cidade, cerca de 25 minutos de carro por via vicinal. A área a ser edificada tem topografia uniforme e pouco desnível, em torno de 8 metros em aproximadamente 80 de extensão (figura52 ).

Vento NNE Figura 52 – Infraestrutura (luz e água ). Acessos ao terreno Fonte: Autor (2016) Orientação solar L-O 35

Figura 53 –Topografia. Fonte: Autor (2016)

3.3 LEGISLAÇÃO

3.3.1 ABNT NBR 15041: Meios de hospedagem – sistema de gestão da sustentabilidade O planejamento deste projeto segue as instruções da NBR 15041: “A arquitetura do empreendimento deve ser integrada à paisagem, minimizando os impactos da implantação durante a construção, a operação e quando houver obras de reparo, ampliações ou outros tipos de alterações, adequados a legislação (ABNT, 2006).

Orientando-se pelas medidas citadas nos itens, 5.3 Arquitetura e impactos da construção local, 5.4 Paisagismo, 5.6 Eficiências energética, 5.7 Conservação e gestão do uso de água.

3.3.2 NBR 9050 No que diz respeito a acessibilidade universal, atenderá a NBR 9050 (ABNT, 2015).

3.3.3 NBR 9077 A saídas de emergência, serão planejadas levando em consideração parâmetros da NBR 9077 (ABNT, 2001).

3.3.4 Código ambiental Atenderá a normativa no que se refere a áreas de preservação permanente. 36

4 CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO

4.1 CONCEITO DA PROPOSTA Define-se ponte, um elemento de ligação, tudo está ligado, bem como o projeto e seu entorno. O projeto buscará a valorização do entorno tendo como elemento principal o Viaduto 13, portanto o projeto terá como premissas as linhas retas do viaduto, na forma retangular dos vagões de trem, uso de metal trazendo os trilhos históricos para a estrutura metálica do projeto.

A ideia de ponte, se apresenta também como uma ligação entre o passado e o futuro, onde o conceito tem intenção de propor um aspecto referente a revolução industrial, levando a associação do estilo Steampunk (figura 01,02 e 03), que segundo o site Tecmundo (2016):

Steampunk é um subgênero da ficção científica. Trata-se de tramas ambientadas no passado, ou num universo semelhante a uma época anterior da história humana, no qual a tecnologia é muito avançada em relação a realidade da época, e a ciência já está desenvolvida, e tem-se o motor a vapor como base principal dos avanços da humanidade (steam significa vapor).

Tanto o entorno quanto a construção do Viaduto em si representa uma ideia de passado, ao seu redor nada mudou desde sua inauguração na década de 70, é como uma parte da evolução do vapor perdida no tempo. E na proposta das edificações algo vindo do futuro, como no mundo fantástico criado por Julio Verne (figura 04) em seus livros, onde homens vão a lua e ao centro da terra, dão a volta ao mundo em 80 dias, quem sabe passando por Vespasiano Corrêa, contos onde as maquinas, construções e estilos se confundem com engrenagens de metal e vapor das maquinas em uma época vitoriana.

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Figura 54 – Figura representativa do estilo Fonte: Google (2016)

Figura 55 – Figura representativa do estilo contemporaneamente Fonte: Google (2016)

Figura 56 – Figura representativa do estilo contemporaneamente Fonte: Google (2016)

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Figura57 – Figuras de livros de Julio Verne Fonte: Google (2016)

4.2 CARTA DE INTENÇÕES Listam-se abaixo as intenções propostas para o projeto:  Projeto de hospedagem e práticas esportivas em meio a natureza, buscando a valorização do viaduto 13, existente na área rural do município de Vespasiano Correa, um gigante em concreto, em meio a mata nativa.

 Remetendo aos históricos trilhos férreos que passam pela área da implantação, com uso de grandes panos de vidro e amplas aberturas, para que o hóspede esteja o tempo todo em contato com o verde.

 Tendo como eixo ordenados as preexistências, naturais e edificações, o rio Guaporé e o Viaduto 13, perpendicular a eles e fronte ao único acesso ao sitio.

 Devido a área de localização, entre cumes de grande altura, e mata nativa, busca-se uma sutil inserção na área, sem contrastar com o meio, buscando estrutura leve, de baixo impacto ambiental em sua execução

4.3 DIRETRIZES DE PROJETO Apresentam-se abaixo as diretrizes propostas:

 Reutilização dos dormentes descartados, deixados na beira dos trilhos, sendo usados como marcadores no trajeto do centro da cidade ate o local da implantação. 39

 Aproximar o visitante da natureza em ambientes amplos e envidraçados;

 Uso de materiais pré-moldados, buscando minimizar a geração de resíduos;

 Uso de estruturas elevadas do solo, quando necessário, adequando-se a linha natural de desnível do terreno;

 Uso de iluminação natural;

 Uso de ventilação cruzada;

 Fechamentos em ACM;

 Utilização de perfis de aço corten, remetendo as trilhos do viaduto.

4.4 DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS

Problema Problema Diretriz Estratégia Imagem Estado Facilitar o Requalificação da inadequado de acesso via conservação em trechos da via de acesso Potencialidade Potencialidade Diretriz Estratégia Imagem Uso de transporte Promover o uso Criar ciclovia alternativo de bicicletas

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5 PARTIDO GERAL

5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES DO PROJETO

 Restaurante :

Salão

Banheiros para clientes

Administrativo de toda a pousada

Cozinha

Deposito

Lavagem de alimentos

Lavabo

Câmara fria

Hall da pousada

 Pousada

20 unidades de hospedagem

Circulação

Serviço / governança

 Casa do turista

Administrativo /agencia de turismo

Deposito de materiais esportivos

Loja de souvenir

Enfermaria

Banheiros públicos

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5.2 ORGANOGRAMA

Organograma macro de todo o complexo.

Figura 58– Fluxogramas. Fonte: Autora, 2016.

5.3 FLUXOGRAMA

Demonstrativo dos fluxos dentro de cada edificação.

Figura 59 – Fluxograma pousada Fonte: Autora, 2016.

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Figura 60– Fluxograma agencia de turismo Fonte: Autora, 2016.

Figura 61– Fluxograma restaurante Fonte: Autora, 2016.

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5.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²

Sala de reuniões Mesa(8lugares),apoio 15 m² Administrativo Mesa, cadeira, apoio 18 m² Recepção Poltronas, mesa, 20 m² 3 cadeiras ADM Almoxarifado Prateleiras 10m² Recepção da pousada Caixa 20 m² Sala para malas Prateleiras 14m² Área Total 97m² Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m² Pia dupla, fogão industrial, Cozinha 30m² armazenagem de material Deposito de alimentos Prateleiras 6m² Lavagem de alimentos Pia , balança 8m² Restaurante Mesas e cadeiras Salão 250m² (80 pessoas) Hall /caixa Balcão 15m² Câmara fria Refrigeração 3m² lavabo Louça sanitária 3m² Área Total 315m² Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m² Administrativo e agencia Mesa, cadeiras, 25m² de turismo poltronas Sanitários externos Loucas sanitárias 30m² Depósito de material Prateleiras 35m² esportivo Turista Caixa,prateleiras, Loja de souvenir 13m² mostruários

Maca,mesa cadeira, Enfermaria 10m² armário 44

armazenagem

Lavabo 10m²

Área Total 123m²

Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²

Pousada Cama,criado Unidade de hospedagem mudo,poltrona, guarda roupas

banheiro Louça sanitária

Lavadora, taboa de passar, armário Governança para armazenagem (travesseiros,lençóis )

lavanderia Lavadora, armários

Área Total 123m²

Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²

Estacionamento Vagas cobertas 5 vagas 12,5m²

Vagas descobertas 15 vagas 12,5m²

Área Total 300m²

5.5 PARTIDO GERAL - ZONEAMENTO Segue abaixo, a evolução da proposta, desenvolvida baseada na ideia de ligação entre os blocos, em momento algum o projeto foi pensado seguindo outras formas ou com diferente uso de materiais, pois a ligação entre o entorno e o conceito sempre foram o ponto norteador do projeto, sendo assim, os zoneamentos são os passos dados para a chegada numa decisão final de proposta de implantação.

A proposta final, sendo a de número três, compõem uma ideia de integração ente as edificações seguindo o conceito, unindo-se hora por elemento arquitetônico como circulações hora por praça e espaço aberto, que unificara os blocos em espaço de contemplação do entorno. 45

De forma que indiferente da intenção do visitante, ele tenha que passar por todo complexo, com o estacionamento localizado anterior ao acesso de entrada, faz com que o visitante comece a desfrutar da experiência de contato direto com a natureza e sua liberdade, sendo um espaço de respeito e contemplação, os veículos ficam do lado de fora.

Proposta 01 – Edificações distintas

Figura 62– Zoneamento 01 Fonte: Autora, 2016.

Proposta 02– Unificação do projeto

Figura 63– Zoneamento 02 Fonte: Autora, 2016 46

Proposta 03 – edificações ligadas por circulação em um Pátio Central

Figura 64– Zoneamento 02 Fonte: Autora, 2016.

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6 CONCLUSÃO

Perante a realização desta pesquisa e desenvolvimento da proposta de implantação, analisou-se vários aspectos que mostram positiva a idealização de tal complexo, que traria possibilidade de geração de empregos e desenvolvimento, além de ampliar o contato com o meio ambiente.

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2. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO II,DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 11 fevereiro 2016.

GÓES, Ronald de, Pousadas e hotéis: manual pratico para planejamento e projeto, 2015, p.56

Sistema brasileiro de classificação de meios de hospedagem. Disponível em: Acesso em: 20 de março de 2016.

Ecoturismo, 2016. Disponível em: Acesso: 25 de março de 2016.

Ministério do Turismo Secretaria Nacional de Políticas de Turismo Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Coordenação Geral de Segmentação ecoturismo. Orientações Básicas Brasília, 2010.

Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Disponível em : < http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf> Acesso em : 21 de março de 2016.

Portaria nº 100, de 16 de junho de 2011: Disponível em: Acesso em: 20 de março de 2016.

KRONKA, Roberta C. - Arquitetura de baixo impacto humano e ambiental. 2002. Tese (Doutorado em arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2002.

Hotel Parque Verholy, 2016. Disponível em Acesso em: 25 de março de 2016.

Hotel Awasi, 2016. Disponível em : Acesso em:21 de março de 2016.

Pedra afiada, 2016. Disponível em : http://www.pedraafiada.com.br/ Acesso em: 20 de março de 2016. 49

Prefeitura de Vespasiano Correa em : < http://vespasianocorrears.com.br/index.php/historico> Acesso em: 21 de março 2016.

IBGE,2016. Disponível em Acesso em: 20 de março de 2016.

Mata atlântica . Disponivel em: < http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/conteudo.asp?cod_menu_filho=804&cod_ menu=800&tipo_menu=MEIO&cod_conteudo=1384> Acesso em: 20 de março de 2016.

Histórico Trem Húngaro, 2016. Acesso em: Acesso em: 21 de março de 2016.