CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE COMO CONSTRUÇÕES TEÓRICAS E DEFINIÇÕES DO PODER RÉGIO NA ANTIGUIDADE TARDIA: NOTAS INICIAIS Otávio Luiz Vieira Pinto1 UFPR – PIBIC/CNPq – NEMED

Resumo

Nosso objetivo neste trabalho é apresentar as primícias de uma análise acerca das definições do poder régio na Antiguidade Tardia. Parte de nosso projeto de iniciação científica, esta pesquisa visa entender como definições de um mosaico político-social – civilização e barbárie – são elementos fundamentais para que se compreenda a forma com que, a partir do século V, configurou-se e legitimou-se a idéia de monarquia civilizada, herdeira da tradição imperial romana. Assim, no intuito de demonstrar como civilização e barbárie são denominadores fundamentais na concepção da teoria régia, focalizar-nos-emos no exemplo dos hunos: bárbaros mesmo entre bárbaros, este grupo representa o catalisador na formulação destes conceitos no século V, atuando, dessa forma, na construção ideológica de monarquia entre os germanos.

Civilização e Barbárie: a definição do poder régio no século V

Este trabalho representa, fundamentalmente, os apontamentos primordiais de um esforço historiográfico, fruto de nossa pesquisa iniciada durante a vigência do primeiro ano da bolsa de iniciação científica PIBIC/CNPq, junto à Universidade Federal do Paraná, sob orientação do professor doutor Renan Frighetto. Nossa perspectiva de pesquisa reside na análise das condições sócio-políticas do século V, isto é, como definições de pagão, cristão, herege, civilizado e bárbaro são conceitos chave para que se compreenda a estruturação da sociedade política deste momento, isto é, daqueles que efetivamente detém os mecanismos e as práticas políticas. Encaminhamo-nos de uma forma que, ao nosso entender, expõe especialmente as idéias de civilização e barbárie como os campos conceituais primordiais para que não apenas se estruture, mas se legitime um determinado mosaico administrativo e político: isso significa que, mesmo que cristão, herege ou pagão sejam denominações muito próprias ao período, caracterizando aqueles que detêm certas prerrogativas dentro da sociedade, elas são, fundamentalmente, derivações particulares de uma idéia maior, uma noção de alteridade/auto-

1 Graduando em História pela Universidade Federal do Paraná vinculado Núcleo de Estudos Mediterrânicos, bolsista PIBIC/CNPq sob orientação do Prof. Dr, Renan Frighetto.

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conhecimento2 que pode ser historicamente representada na oposição entre o bárbaro e o civilizado. Entendendo, portanto, o discurso que qualifica aquele que é bárbaro e aquele que é civilizado como uma construção, ou seja, uma determinada forma de representação da sociedade (e da realidade) a partir da perspectiva de quem a elabora, recorremos às fontes escritas da época para analisar, portanto, como se dá e a que (ou a quem) se destina este discurso e, no decorrer deste projeto de iniciação científica, traçar os contornos do que compreendemos como uma estética política3 muito própria à realidade político-cultural do mundo romano-germano do século V. Exposto o pano de fundo geral de nossa pesquisa, cabe então aprofundar nossa análise. A partir, portanto, desta estética política que qualifica o bárbaro e o civilizado, procuramos compreender como se estrutura e se define a noção de poder régio e de monarquia – uma forma de poder que, aos olhos romanos, tinham um caráter eminentemente bárbaro, de potestas regia4 - e privação dos direitos e liberdades, mas que nas mãos de nascentes estruturações administrativas germanas procura seu lugar dentre as formas civilizadas de governo. Temos, assim, uma série de atores políticos compondo este cenário; destaca-se, de um lado, o Imperium Romanorum, uma força que, no século V, é mais um espectro de tradição e legitimação moral do que um poder pragmático, e, do outro, germanos, presentes no seio de um nascedouro monárquico (que viria a ser denominado, na historiografia, como reinos ou monarquias romano-germânicas) que, apesar de, cada vez mais, ser detentor do mando e do exercício político prático, ainda necessitava de uma justificativa teórica diante do tradicional e universal mando de Imperium5 que pairava sobre os territórios paulatinamente mais fragmentados do mundo romano.

2 Referimo-nos ao que a historiografia alemã denomina como Selbsverständigungprozess, isto é, um processo de maturação e formulação de “identidade”, dentro de uma perspectiva de etnogênese. In: HOPPENBROUWERS, Peter. Such Stuff as People are Made on: Ethnogenesis and the Construction of Natiohood in Medieval Europe, in: The Medieval History Journal. London: Sage Publications, v.9, n.2. 2006. 3 Chamamos de estética política a construção e a conseqüente interpretação da representação de uma realidade (no caso, política), partindo de discursos de um determinado grupo. O uso desta denominação, de nossa parte, é inspirado nos métodos de Kulturgeschichte e Kulturwissenschaft – uma kultur, ou seja, uma concepção de cultura que fundamenta também segmentos políticos, econômicos e sociais. 4 Cícero, no livro III de seu De Legibus, confere à monarquia um caráter arcaico, revelando que esta era a forma possível de governo dentro os povos antigos. Em seguida, ele faz uma formulação mais complexa, revelando a necessidade de todo um corpo administrativo como o presente na idéia de República romana. Esta, por sua vez, a melhor forma de governo, é bem definida: “Est igitur, inquit Africanus, res publica res populi, populus autem non omnis hominum coetus quoquo modo congregatus, sed coetus multitudinis iuris consensu et utilitatis communione sociatus.” Cic. De Re Publica, I, 39. Ou seja, a Optima Res Publica, o bom governo, é fruto de um consenso jurídico entre os cidadãos com o fim claro de uma utilidade pública, um bem geral que se fundamenta na harmonia, portanto, dos poderes republicanos. 5 O Imperium, como estatuto político do período imperial, era um mando que se fundamentava na unidade do imperador e na universalidade decorrente de seu poder. Era, portanto, uma forma de governo que, como universal, ganhava contornos políticos e civilizados, e aproximava-se da idéia helena de οἰκουμένη, isto é, um

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Átila e os hunos: bárbaros entre bárbaros

Diante, portanto, desta perspectiva que une concepções romanas e germanas de governo, selecionamos um caso que, a nosso ver, representa de forma bastante satisfatória a dimensão prática que estas construções ideológicas ganham: os hunos e sua “Confederação”, que adentram o Imperium na metade do século V. Sob o mando de seu mais famoso rei, Átila, os hunos representam uma vicissitude, uma “alternativa”6 de poder, nem romana nem germana, mas que toca o círculo ideológico de ambas, e assim torna-se o catalisador de definições políticas. Após o esfacelamento de sua “Confederação”, os hunos passam a ser representados na tradição germana, por exemplo, como terríveis e extremamente poderosos guerreiros, que, com sua barbárie, justificam a civilidade que cerca a monarquia germana7. – esta adquire assim, num campo ideológico e cultural, uma justificativa que afastava a aura de barbárie que, tradicionalmente, ligava-se ao poder régio. Dessa maneira, pode-se mostrar de que forma a imagem dos hunos foi construída ideologicamente para, então, legitimar o caráter civilizado dos reinos germanos (herdeiros, dentro dessa perspectiva, da ciuilitas 8 romana). O objetivo maior de nossa pesquisa, dessa forma, é compreender as formas com que a monarquia e o poder régio são definidos dentro de uma realidade que se apresenta diante da legitimação fornecida pela idéia de civilização e barbárie e, tendo esta estética política como ponto norteador. E notar também a forma com que os hunos lidam com esta formulação ideológica (na medida do possível, visto que as fontes, para este caso, são escassas e lacônicas). Consonante com os passos dados até aqui, nossa análise historiográfica indica que os hunos, quando sob o comando de Átila, passam por um processo muito próprio de estruturação política, que indica uma busca peculiar por uma justificativa de civilidade: Átila buscava não apenas inserir-se no ambiente da ciuilitas, mas poderia intentar forjar uma

mando que se estendia para todo o mundo habitado. Maria de La Veja realiza um ótimo estudo acerca das implicações políticas e sociais deste caráter universal, cf. HIDALGO DE LA VEGA, María José. Algunas reflexiones sobre los limites del olkoumene en el Imperio Romano. In: Gerión, vol. 23, nº.1, Madri, 2005, pp. 271-285. 6 O historiador Herwig Wolfram propõe a idéia da “alternativa huna”, uma alternativa de poder que se apresentava aos grupos do século V: havia, portanto, para a filiação dos ainda fragilizados e instáveis grupos germanos, de um lado, o poder romano e, de outro, o poder huno. Cf. WOLFRAM, Herwig. The Roman Empire and its Germanic People. University of California press, 1997. 7 Para maiores detalhes acerca da construção literária dos hunos na tradição germana, cf PINTO, Otávio Luiz Vieira. Do Flagelo à Majestade: a representação de Átila nas tradições germânicas. In: Atas da VII Semana de Estudos Medievais. Edição Especial. Rio de Janeiro: Programa de Estudos Medievais, 2008, pp. 132 – 138. 8 Ciuilitas é o círculo daqueles que detém a humanitas, isso é, são pessoas bem educadas nas artes, na cultura e na convivência social. Ciuilitas é, portanto, um ambiente moral de exercício da civilidade. Para um ótimo estudo acerca das virtudes e conceitos romanos, cf. PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Idéias morais e políticas dos romanos. In: Estudos de História da Cultura Clássica. II volume – Cultura Romana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2002.

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civilidade própria ao seu redor, definida não necessariamente pelos termos clássicos, herdados da cultura helena e da cultura romana, mas justificáveis a partir do mando do rei huno. De início, nômades e estruturados de forma tribal, os hunos possuíam um sistema político que, quando se iniciam os relatos romanos, assemelhava-se a uma espécie de “diarquia”: apesar da falta de coesão interna entre as tribos, dois eram os chefes que guiavam um grupo huno mais ou menos principal e mais numeroso em relação aos demais. Assim, à Ruga e Octar, sucedem Átila e , irmãos, filhos de Mundzuk e sobrinhos de Ruga 9. Com a morte de Bleda10, Átila assume sozinho o controle da tribo e passa a empreender uma política de unificação e de maiores negociações com romanos e germanos: não à toa, um dos termos diplomáticos exigidos por Átila em relação à Teodósio II é que este não abrigue (e devolva para o comando do huno) nenhum huno refugiado. Os desertores, por sua vez, eram assassinados por Átila e expostos como exemplo para aqueles que questionassem ou tentassem se afastar da unidade pretendida pelo rei huno. 11 Em pouco tempo, a política de unificação e afirmação do poder huno extravasa os limites de seu grupo étnico: seu mando se estende cada vez mais por grupos germanos. Ostrogodos, hérulos, vândalos, francos e turíngios passam a engrossar as fileiras da “Confederação” huna. O relato da corte de Átila, feito por Prisco, é emblemático neste caso. O legado grego relata que se falava uma sorte de línguas no acampamento huno:

“Enquanto eu esperava, [...] um homem, que por suas roupas citas eu tomei por bárbaro, veio até mim e se dirigiu usando a palavra χαιρε, ”Salve!”. Eu fiquei surpreso pelo cita falando grego. Mas aqueles sujeitos aos hunos, lavrados juntos de várias terras, falam, além de suas próprias línguas bárbaras, ou o huno ou o gótico [...] raramente o grego” 12

A observação feita por Prisco nos permite notar, em primeiro lugar, que toda uma série de povos era subjugada pelos hunos e, também, apesar de tomados por bárbaros, muitos dos integrantes da “Confederação” huna eram latinos ou gregos. Como aquele homem que saúda o legado grego no idioma natal de ambos, revelando assim a dimensão do poder de Átila, que

9 Como nota Maenchen-Helfen, o nome Ruga, por vezes, surge como Rua ou Ruas. É ainda importante mencionar que, à parte dos três irmãos (Ruga, Octar e Mundzuk), um quarto é listado, sob o nome de Oebarsio. A existência de quatro irmãos, enquanto apenas dois governam o grupo principal (ainda que, provavelmente, não de forma institucionalmente oficial), realça a idéia de uma “diarquia”, ou mesmo uma “tetrarquia” – perspectivas essas que pretendemos analisar no decorrer da pesquisa. In: MAENCHEN-HELFEN, Otto J. The World of the : Studies in their History and Culture. Berkeley: University of California Press, 1973, p. 81. 10 Especula-se muito sobre a morte de Bleda. Muitas fontes, como Jordanes (em seu getica) ou mesmo o tardio Beda (chronica maiora) apontam para o assassinato deste por parte de Átila, já apresentando ambições de um governo unitário. Seja qual for a causa (ou os motivos) da morte de Bleda, não será pertinente abordá-las aqui. 11 Cf. MAN, John. Átila o Huno: o rei bárbaro que desafiou Roma. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. 12 Prisc. Fragmenta. VIII, 47.

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adentra mesmo o mundo civilizado – um exemplo disso é a prática da adoptio13 adotada pelos hunos, em consonância com a prática romana – o próprio general Flávio Aécio, durante a infância, foi refém desta tribo. A política unificadora de Átila contrasta com a total ausência – ao menos é o que indicam os documentos que sobreviveram até nós – de um arcabouço teórico e ideológico que legitime seu governo. Porém, uma vez que analisamos sua relação com germanos e romanos orientais, notamos a provável intenção de Átila de inserir-se neste ambiente que pressupõe civilidade; se formos além, e notarmos que esta relação culmina com a requisição da pars occidentalis do imperium romanorum por Átila, podemos sugerir que este queria não apenas ser civilizado, mas ser também um imperador. Para tal, sua legitimação não seria apenas uma mimesis dos romanos (o que inclui uma mimesis da definição romana de ciuilitas), mas a construção de uma civilidade própria, justificada não pela bagagem clássica, mas, provavelmente, pela própria forma com que Átila constrói e estrutura seu poder, meteórico, avassalador, porém efêmero. Após a morte de Átila, o caráter unitário huno se esfacela, e o poder político é dividido entre os vários filhos deste rei. Ainda que alguns deles tenham empreendido razias e campanhas contra a pars orientalis do Imperium, seus nomes sobreviveram ao tempo e à história de forma bastante frágil, e logo os hunos perdem ainda mais sua centralidade sob o comando de novos grupos nômades vindos das estepes, como búlgaros e avaros. Em sua breve passagem pela história romana, porém, os hunos fornecem o exemplo prático desta estruturação monárquica que buscamos analisar em nosso projeto de pesquisa – sua efemeridade, entre outros, aponta como a instituição do poder régio, neste momento, está fortemente ligada à legitimação fornecida pelos conceitos de civilização e barbárie: Átila, apesar de seu poder e seus esforços de criar uma força equiparada à romana, não consegue justificar, perante a sociedade política “civilizada” do século V, seu mando, e assim ganha um caráter ainda mais bárbaro – de forma que, na tradição oral germana, como já notamos, Átila encarna o inimigo do elemento germano por excelência. Um bárbaro entre bárbaros, o Flagelo de Deus14. Nosso objetivo nesta primeira etapa, portanto, foi estabelecer os campos ideológicos que fundamentam o poder régio; tendo notado que a monarquia procura sair da barbárie e adentrar um ambiente de ciuilitas, e, principalmente, tendo notado as definições do que significa ser bárbaro ou ser civilizado neste contexto (que emerge de um caleidoscópio social,

13 Prática que consistia na troca política de “reféns” entre grupos, simbolizando um mútuo acordo diplomático. 14 Denominação pela qual Átila ficou conhecido na historiografia, a partir da representação negativa das fontes tardo-antigas, como o epitoma chronicon, de Próspero de Aquitânia (autor que, a partir da figura poderosa de Átila, realçava o poder do bispo de Roma, Leão I).

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fervilha com o cristianismo, recebe o elemento germano, detém ainda a herança romana), podemos, num segundo momento deste nosso projeto de pesquisa, compreender melhor como, especificamente, se define e se entende o próprio poder régio, e como a assunção de monarquias romano-germanas altera, na Antiguidade Tardia e no início do Medievo, a percepção da realidade, a percepção do que é bárbaro e do que é civilizado.

Considerações finais

Devemos acrescentar, mais uma vez, que este trabalho apresenta uma síntese dos primeiros resultados obtidos em nossa pesquisa de iniciação científica. Eles são o primeiro passo de um projeto que caminha, ainda, para um fechamento mais enriquecedor. Dessa forma, com as informações até aqui levantadas e apresentadas, intentamos formatar uma base conceitual e teórica mais sólida, para que a análise seguinte, aprofundada no contexto e nos aspectos específicos de nosso recorte, tenha a sustentação necessária.

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