20 Dez 2015 Orquestra 18:00 Sala Suggia ‑­

CICLO BARROCO BPI Barroca & ANO ALEMANHA Coro Casa da Música

Com a participação do Coro do Colégio Alemão

Paul Hillier direcção musical MECENAS CICLO BARROCO

PATROCINADOR OFICIAL ANO ALEMANHA PATROCINADORES ANO ALEMANHA

A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE 1ª PARTE 2ª PARTE Heinrich Schütz História do Nascimento de Jesus Cristo, Magnificat, BWV 243 SWV 435 (1664; c.50min.) (1723; rev.1733; c.40min.) 1. Introdução: O Nascimento do 1. Coro: Magnificat Nosso Senhor Jesus Cristo 2. Ária: Et exsultavit spiritus meus 2. Recitativo (Evangelista) — Von Himel hoch 3. Intermedium 1: O [anúncio do] Anjo aos 3. Ária: Quia respexit humilitatem – Pastores nos campos 4. Coro: Omnes generationes 4. Recitativo (Evangelista) 5. Ária: Quia fecit mihi magna 5. Intermedium 2: A multidão dos Anjos — Freut euch und jubiliert 6. Recitativo (Evangelista) 6. Dueto: Et misericordia 7. Intermedium 3: Os pastores no campo 7. Coro: Fecit potentiam 8. Recitativo (Evangelista) — Gloria in excelsis Deo 9. Intermedium 4: Os Magos do Oriente 8. Ária: Deposuit potentes 10. Recitativo (Evangelista) 9. Ária: Esurientes implevit bonis 11. Intermedium 5: Os príncipes dos — Virga Jesse floruit sacerdotes e os escribas 10. Trio: Suscepit Israel 12. Recitativo (Evangelista) 11. Coro: Sicut locutus est 13. Intermedium 6: Herodes 12. Coro: Gloria Patri 14. Recitativo (Evangelista) 15. Intermedium 7: O Anjo 16. Recitativo (Evangelista) 17. Intermedium 8: O Anjo a José 18. Recitativo (Evangelista) 19. Conclusão

– Evangelista: Stuart Kinsella (tenor) – Anjo: Ângela Alves (soprano)

Textos originais e traduções nas páginas 9 a 17.

3 A celebração da Natividade de Jesus Cristo e eloquência ­– a muito apreciada Arte Retó‑ suscitou ao longo dos séculos a criação de rica ­– como meio indispensável para adver‑ algumas das obras musicais mais inspira‑ tir e edificar a comunidade. Todos estes fac‑ das e transcendentes. A maioria resultou tores devem ajudar­‑nos a valorizar a imensa de encomendas e obrigações contratuais, e capacidade criativa dos compositores e a destinava­‑se não à mera fruição individual contextualizar as obras executadas, que ou à exclusiva expressão de uma convicção ainda hoje podem ser esteticamente desfru‑ pessoal, mas ao preenchimento de neces‑ tadas mesmo que separadas do enquadra‑ sidades litúrgicas concretas. Foram criadas mento histórico, social e religioso para que para serem inseridas em serviços religiosos foram criadas. precisos, com inúmeros condicionalismos pré­‑determinados de ordem ritual ou fun‑ cional, tais como os textos a serem musica‑ Heinrich Schütz dos, a duração prevista, o número de inter‑ KÖSTRITZ, 8 DE OUTUBRO DE 1585 venientes, os tipos vocais e instrumentais DRESDEN, 6 DE NOVEMBRO DE 1672 disponíveis. Recordamos que não se compu‑ nha de acordo com a inspiração ou a neces‑ História do Nascimento de Jesus Cristo, sidade criativa sentida num determinado SWV 435 momento, mas antes obedecendo a calendá‑ rios e horários limitados, uma vez que o Mes‑ tre de Capela de uma instituição religiosa A “História do alegre e misericordioso Nas‑ (como Schütz e Bach) exercia simultanea‑ cimento do Filho de Deus e de Maria, Jesus mente várias funções artísticas, organizativas Cristo, nosso único Mediador, Redentor e Sal‑ e pedagógicas. vador” é uma das mais conhecidas e aprecia‑ Há ainda a acrescentar que, na Alemanha das obras de Heinrich Schütz, escrita quando luterana seis e setecentista, a música litúr‑ este contava já 75 anos e se encontrava par‑ gica não tinha uma mera função de acompa‑ cialmente retirado das suas funções ao ser‑ nhamento ou embelezamento da cerimónia viço da corte eleitoral da Saxónia. Durante (como frequentemente acontecia na Europa cerca de 55 anos, Schütz foi Mestre de Capela católica) mas devia veicular os textos (bíbli‑ da mais importante instituição religiosa lute‑ cos, litúrgicos e doutrinais) de forma clara rana na Alemanha o que, apesar dos desai‑ e persuasiva. Esta necessidade remetia­‑se res e infortúnios resultantes da Guerra dos 30 ao próprio Martinho Lutero, que advogou a Anos (1618­‑1648), lhe permitiu desenvolver o Música enquanto ‘viva vox evangelii’ e propôs seu poder criativo com os meios e incentivos uma concepção musical absolutamente teo‑ indispensáveis. Autor de mais de 500 obras cêntrica: dom divino à humanidade, apenas sobreviventes, na sua grande maioria sacras, perdia a primazia para o estudo da palavra Schütz foi o primeiro compositor alemão de de Deus (Teologia). Os compositores, dota‑ estatura universal, alcançando durante a sua dos de uma profunda formação humanís‑ vida uma fama perdurável, formando alunos tica, eram incentivados a recorrer a um vasto de renome e influenciando decisivamente arsenal de técnicas específicas de persuasão várias gerações.

4 Esta Oratória foi escrita sobre os textos nias e modulações inesperadas, cromatismos, evangélicos segundo Lucas (Lc 2, 1­‑21 e 40) pausas e pequenas “figuras” descritivas. Estes e Mateus (Mt 2, 1­‑23) e destinou­‑se à celebra‑ efeitos deverão ser ainda sublinhados por uma ção do Natal de 1660 na corte de Dresden, discreta ornamentação improvisada, quer pelo sendo apresentada durante as Vésperas e solista quer pelo organista, e mencionada no descrita no diário da Corte como “[...] o nas‑ prefácio de 1664 como essencial à correcta cimento de Cristo em estilo recitativo”. O uso interpretação da obra. extensivo do recitativo pelo Narrador/Evan‑ Quanto aos oito “intermédios” estes cor‑ gelista é de facto a característica mais notá‑ respondem a outras tantas intervenções de vel da obra. Na Alemanha, e até esta data, as personagens, individuais ou colectivas, de partes solísticas extraídas dos Evangelhos acordo com o texto bíblico original, sendo eram entoadas segundo os tons gregorianos cada uma sublinhada por uma instrumenta‑ e sem acompanhamento instrumental; esta ção específica e simbólica. “audácia” de Schütz foi deveras inovadora e de tal forma apreciada que, aquando da publi‑ 1. “O [anúncio do] Anjo aos Pastores nos cação em 1664, só foram incluídos na edição campos”: o Anjo (soprano) é acompa‑ estes mesmos recitativos. No prefácio Schütz nhado por duas violette (violas da brac- defende que só uma Capela nobre que dis‑ cio ou pequenas violas da gamba, sendo ponha de músicos muito experimentados no o termo incerto já no tempo de Schütz) novo estilo italiano poderá interpretar a obra, procurando­‑se uma sonoridade etérea e e oferece­‑se para fornecer as restantes par‑ talvez mesmo misteriosa; tes em manuscrito ­– com os dois coros em 2. “A multidão dos Anjos”: um coro a oito estilo concertato que emolduram a obra e, partes (seis vozes com dois violinos) com sobretudo, os oito “intermédios” que alternam acompanhamento opcional de violas, a com a narração. A não publicação da obra combinação vocal e instrumental mais na sua totalidade fez com que só em 1908 alargada e festiva de toda a obra; se descobrissem as restantes partes, num 3. “Os pastores no campo”: três altos acom‑ manuscrito em Uppsala (Suécia), e do coro panhados por duas flautas e baixão, um inicial apenas subsistem o texto e a linha do conjunto rústico e pastoril; baixo contínuo, obrigando a uma reconstru‑ 4. “Os magos do Oriente”: três tenores acom‑ ção das partes vocais e instrumentais deste panhados por dois violinos e baixão, numa andamento com base nas cifras que indicam combinação instrumental muito comum a harmonia. na Alemanha seiscentista, sobretudo em O estilo do recitativo de Schütz é decal‑ obras sacras, transmitindo a ideia de tradi‑ cado dos modelos operáticos italianos seis‑ ção e seriedade; centistas, mas com uma maior sobriedade, 5. “Os príncipes dos sacerdotes e os escri‑ apropriada ao uso eclesiástico. Nele encontra‑ bas”: quatro baixos acompanhados pela mos não só uma exemplar adequação à pro‑ sonoridade solene e hierática de dois sódia natural da língua, mas sobretudo uma trombones; subtil e cuidadosa ilustração retórica do texto, 6. “[O Rei] Herodes”: um baixo imponente através de recursos expressivos como harmo‑ acompanhado por duas trombetas ou

5 duas cornetas aludindo à majestade real e da sua orquestração, a variedade das for‑ ao fulgor da corte; mas e estilos utilizados e a virtuosidade da 7 e 8. ­“[Aparição d’]O Anjo a José”: como no escrita revelam­‑nos Bach no pleno vigor das primeiro intermédio, o Anjo é acompa‑ suas capacidades, e demonstrando aos seus nhado por duas violetas. novos empregadores a total amplidão da sua criatividade e conhecimento. Considerando No Coro final, festivo e exultante, com um que as quatro semanas do Advento eram marcado ritmo de dança, somos convidados tempus clausum em Leipzig, não sendo per‑ a associarmo­‑nos aos anjos para cantarmos mitida nos serviços religiosos música vocal agradecidos os louvores de Deus e a dádiva concertada nem instrumental, podemos ima‑ salvífica do Seu Filho. ginar o impacto que esta obra obteve na sua estreia, sobretudo com a jubilosa eclosão do andamento inicial, escrito a 15 partes reais Johann Sebastian Bach distribuídas numa orquestração luxuriante! EISENACH, 31 DE MARÇO DE 1685 Na versão inicial Bach escreveu no final LEIPZIG, 28 DE JULHO DE 1750 do manuscrito quatro andamentos com tex‑ tos especificamente alusivos ao Natal para O Magnificat é um dos três Cânticos do Novo serem intercalados entre os versículos bíbli‑ Testamento utilizados diariamente na liturgia cos ­– uma prática semelhante aos tropos da maioria das igrejas cristãs como parte do medievais já seguida pelo seu antecessor Ofício Divino. Este texto, usado nas Véspe‑ J. Kuhnau ­– e que não só reforçavam os laços ras, ou oração da tarde, vem­‑nos do Evange‑ entre o texto do Magnificat e a celebração lho de Lucas (Lc 1, 46­‑55). As Vésperas são natalícia como contribuíam para uma maior normalmente celebradas na véspera da sole‑ variedade estilística e formal da obra. Dez nidade litúrgica festejada mas as festas prin‑ anos passados, em 1733, Bach reviu o Magni- cipais possuem primeiras e segundas Véspe‑ ficat, transpondo­‑o para Ré maior e revendo ras, sendo estas últimas celebradas na tarde substancialmente a instrumentação, intro‑ do próprio dia e assumindo maior solenidade. duzindo dois traversos na orquestra (na ver‑ Na Alemanha luterana, em que o latim foi gra‑ são primitiva havia um par de flautas de bisel dualmente sendo substituído pelo alemão, apenas no Esurientes) e fazendo várias alte‑ manteve­‑se o costume nas igrejas principais rações de pormenor, como a substituição da de se cantar o Magnificat em latim nas maio‑ trombeta solo por dois oboés no Suscepit res festividades. Israel. Esta versão, apta a ser usada em qual‑ A versão que hoje ouviremos do Magni- quer solenidade do ano litúrgico, é a mais fre‑ ficat de J. S. Bach é uma versão compósita quentemente interpretada, mas para o con‑ baseada nas duas fontes principais sobre‑ certo de hoje reintroduziram­‑se transpostos viventes. A teoria comummente aceite é os quatro andamentos natalícios. a de que a versão original da obra (em Mi O Magnificat é, das obras de Bach, a que bemol maior) foi composta para as Segun‑ mais claramente revela as influências italia‑ das Vésperas do Natal de 1723, o primeiro nas de compositores como Durante, Caldara, passado por Bach em Leipzig. O esplendor Bassani e Lotti, mas também dos seus conter‑

6 râneos Fux, Heinichen e Zelenka ­– este último ção serve ainda para conferir alguma simetria ao serviço da vizinha corte católica de Dres‑ à estrutura geral da obra ­– de facto a compo‑ den. O facto de a obra ter sido escrita para sição não obedece a um elaborado esquema o culto luterano de Leipzig não impede que arquitectónico e “cerebral” como outras obras Bach tivesse em mente uma eventual apre‑ de Bach, mas antes ao princípio da máxima sentação na Capela Católica do Rei da Poló‑ variedade nos afectos expressados e nos nia e Eleitor da Saxónia como fez com a sua recursos utilizados, resultando numa diversi‑ Missa BWV 232 (Missa em Si menor). Datada dade verdadeiramente caleidoscópica. de 1733, esta é exacta contemporânea da Vejamos: Stile Moderno Concertato na segunda versão do Magnificat, e para além maioria dos andamentos corais; Stile Antico das múltiplas semelhanças (texto latino, uso e polifonia imitativa rigorosa no penúltimo comum às liturgias luterana e católica, textura andamento Sicut locutus est ­– ilustrando a coral a 5 partes, amplo uso de diversos instru‑ ideia de passado e herança; Stile Galante mentos obrigados nos vários solos vocais, ori‑ aparente em vários solos, e particularmente gem na revisão de obras anteriores) também evidente no sensual Esurientes e no ele‑ ambos os manuscritos são muito similares, gante dueto Et misericordi; uso arcaico de faltando apenas ao Magnificat a dedicatória. cantus firmus no trio Suscepit Israel, em que O texto latino da Vulgata, com a usual doxo‑ o tom de recitação gregoriano, vulgarmente logia menor (“Glória ao Pai...”), apresenta­‑se utilizado na liturgia luterana para o Magnifi- dividido em doze secções, cada uma corres‑ cat em alemão, chamado tonus peregrinus, é pondendo a um versículo ­– com excepção do entoado pelos dois oboés em uníssono, ilus‑ terceiro versículo, que Bach separa em dois trando conceitos como recordação, cons‑ andamentos, de forma a sublinhar as palavras tância e permanência. O recurso a um cantus omnes generationes (“todas as gerações”). firmus surge ainda no primeiro tropo: a melo‑ Fá­‑lo com um dramático e movimentado coro dia coral natalícia Von Himmel hoch é tratada em densa polifonia, ilustrando as diversas à maneira de um prelúdio coral para órgão. gerações unidas no louvor de Maria, e que con‑ Os variados solos, duos e trios são acompa‑ trasta violentamente com a placidez contem‑ nhados pelas mais diversas formações ins‑ plativa da ária anterior para soprano e oboé trumentais, desde o simples baixo contínuo solos, em que experimentamos a humildade e à orquestra de cordas, salientando diversos simplicidade da “serva do Senhor”. A doxologia instrumentos solistas como o oboé d’amor e (normalmente dividida em dois andamentos os traversos. Há ainda dois coros a 4 partes separados) é aqui reunida num só andamento, no austero estilo de moteto: Von Himmel hoch mas com duas partes contrastantes: uma sem baixo contínuo e Freut euch und jubiliert, introdução majestática (em que cada uma das para 4 vozes agudas e baixo contínuo. Pessoas da Santíssima Trindade é saudada O próprio uso da orquestra é variadíssimo, por um elaborado melisma coral) é seguida de quase sempre independente do coro e em uma recapitulação abreviada do andamento verdadeiro estilo concertado, com uma ins‑ inicial da obra, sublinhando assim de forma trumentação rica que inclui trombetas, ata‑ efectiva e literal as palavras sicut erat in prin- bales, traversos, oboés e fagote, para além cipio (“como era no princípio”). Esta recapitula‑ das cordas a quatro partes, ocasionalmente

7 reduzidas só a violinos em uníssono sem vio‑ harmonia aludem, de forma quase humorís‑ las e baixo, à moderna maneira napolitana. tica, às “mãos vazias” dos ricos. Por vezes os instrumentos dobram as par‑ Esplendor, glória, louvor, e simultanea‑ tes vocais ou pode existir uma só parte obri‑ mente ternura, candura, intimidade… o Bar‑ gada, como no Gloria in excelsis Deo. Bach roco é a Arte dos contrastes e dos oxímo‑ explora ainda cores menos comuns para a ros; por isso nenhum estilo artístico soube tão época, como os violinos com surdinas, em bem ilustrar, representar ou cantar o mistério uníssono com flautas, ou os baixos em pizzi- do Natal, paradoxo absoluto do Cristianismo: cato. A ausência de árias em forma Da Capo um Deus que se faz Homem, uma Virgem que justifica­‑se por os versículos bíblicos não pos‑ é Mãe, o infinito contido no finito, o espiritual suírem uma ‘parte central’ como a poesia que se torna material. Esperamos que a beleza lírica usada nas Óperas e Cantatas, e por isso e a transcendência de Schütz e Bach nos aju‑ as árias têm uma forma binária simples, com dem a viver de uma forma mais plena e intensa duas apresentações principais do texto. estes dias festivos. Votos de um Feliz Natal! Finalmente, não podemos deixar de FERNANDO MIGUEL JALÔTO, 2015 salientar o cuidado com que Bach ilustra o mais profundo significado dos textos de acordo com as convenções instituídas pela Musica Poetica germânica. Na ária Et exulta- vit, a alegria esfuziante de Maria é expressa por um animado Minueto. Na ária Quia fecit mihi magna, a voz poderosa do baixo evoca a soberania e terribilità do Omnipotente. A misericórdia que se estende sobre os temen‑ tes a Deus é evocada pelo duo pastoral (sim‑ plicidade e humildade) que recorda uma can‑ ção de embalar (fragilidade e inocência). A dispersão dos soberbos é ilustrada pela “queda” descendente de cada uma das vozes no “vazio” de uma pausa geral, e a “soberba do coração” é representada por uma suces‑ são estática de dissonâncias sob uma cadên‑ cia aclamante de trombeta. A “deposição dos poderosos” e a “exaltação dos humildes” são simbolizadas na ária Deposuit por escalas alternadamente descendentes e ascenden‑ tes, que nos seus maneirismos alla francese evocam o estilo favorito dos “poderosos”. No Esurientes, as frequentes pausas e “recome‑ ços” da melodia, bem como a última nota sem

8 Heinrich Schütz História do Nascimento de Jesus Cristo, SWV 435

1. Introdução Die Geburt unsres Herren Jesu Christi, O nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo wie uns die von den heiligen Evangelisten tal como é descrito pelos Santos beschrieben wird. Evangelistas.

2. Recitativo (Evangelista) Es begab sich aber zu derselbigen Zeit, Aconteceu que naquele tempo, daß ein Gebot um édito von dem Kaiser Augusto ausging, foi publicado pelo imperador Augusto, daß alle Welt geschätzet würde, para que se fizesse um recenseamento de und diese Schätzung war die erste todo o mundo. und geschah zu der Zeit, Este primeiro recenseamento da Cyrenius Landpfleger in Syrien war, foi feito por Cirénio, governador da Síria. und jedermann ging, daß er sich schätzen ließe, e todos tinham de ir à sua cidade para se ein jeglicher in seine Stadt. inscreverem.

Da machte sich auch auf Joseph aus Galiläa, Também José saiu da Galileia, aus der Stadt Nazareth, da cidade de Nazaré, in das jüdische Land zu der Stadt David, para a Judeia, à cidade de David, die da heißet Bethlehem, que se chamava Belém, darum daß er von dem Hause porque ele era da casa und Geschlechte Davids war, e da família de David, auf daß er sich schätzen ließe mit Maria, para lá se recensear com Maria, seinem vertrauten Weibe, sua esposa, die war schwanger. que se encontrava grávida. Und als sie daselbst waren, Quando ali se encontravam kam die Zeit, daß sie gebären sollte, chegou a hora de dar à luz; und sie gebar ihren ersten Sohn deu à luz o seu Filho primogénito, und wikkelte ihn in Windeln envolveu­‑o em panos und legte ihn in eine Krippen, e deitou­‑o na manjedoura dum estábulo, denn sie hatten sonst keinen Raum in der por não haver lugar na hospedaria. Herberge.

9 Und es waren Hirten in derselbigen Havia uns pastores, Gegend auf dem Felde, naquele lugar, nos campos, die hüteten des Nachts ihre Herde, guardando de noite os seus gados. und siehe, des Herren Engel trat zu ihnen, Eis que de súbito apareceu entre eles um und die Klarheit des Herren anjo do Senhor, leuchtet um sie, envolvendo­‑os com a claridade de Deus, und sie furchteten sich sehr, o que os encheu de grande temor. und der Engel sprach zu ihnen: Então o Anjo disse­‑lhes:

3. Intermedium 1: O [anúncio do] Anjo aos pastores nos campos Fürchtet euch nicht! Não tenhais medo! Siehe, ich verkündige Venho anunciar‑vos­ euch große, Freude, uma grande alegria, die allem Volk widerfahren wird. que se estenderá a todo o povo! Denn euch ist heute der Heiland geborn, É que esta noite nasceu o Salvador, welcher ist Christus, que é o Cristo, der Herr in der Stadt David. o Senhor na Cidade de David. Und dies habt zum Zeichen, Isto vos servirá de sinal: ihr werdet finden das Kind in Windeln Achareis um Menino envolvido em panos, gewikkelt und in einer Krippen liegen. num estábulo, deitado na manjedoura.

4. Recitativo (Evangelista) Und alsbald war da bei dem Engel E nesse momento juntou­‑se ao anjo die Menge der himmlischen Heerscharen, uma multidão da milícia celestial, die lobeten Gott und sprachen: louvando Deus e dizendo:

5. Intermedium 2: A multidão dos Anjos Ehre sei Gott in der Höhe, Friede auf Erden Glória a Deus, nas alturas, e paz na terra, und den Menschen ein Wohlgefallen. aos homens de boa vontade.

6. Recitativo (Evangelista) Und da die Engel Tendo­‑os os Anjos deixado von ihnen gen Himmel fuhren, e voltado aos céus, sprachen die Hirten untereinander: disseram os pastores uns aos outros:

7. Intermedium 3: Os pastores no campo Lasset uns nun gehen gen Bethlehem, Vamos a Belém und die Geschichte sehen, die da ver o que nos contaram geschehen ist, und der Herr uns que lá aconteceu kund getan hat. e que o Senhor nos revelou.

10 8. Recitativo (Evangelista) Und sie kamen eilend und fanden beide, Foram então a correr e encontraram Marien und Joseph, Maria e José dazu das Kind in der Krippen liegend, com o Menino, deitado no presépio. da sie es aber gesehen hatten, Vendo isto, breiteten sie das Wort aus, passaram a palavra welches zu ihnen sobre o que lhes tinha sido dito von diesem Kinde gesaget war, acerca daquela Criança, und alle, vor die es kam, e todos os que os escutaram, verwunderten sich der Rede, mostravam grande espanto die ihnen die Hirten gesaget hatten. com o que os pastores contaram.

Maria aber behielt alle diese Worte Mas Maria guardou todas aquelas palavras, und bewegte sie in ihrem Herzen, meditando sobre elas no seu coração, und die Hirten kehreten wieder um, e os pastores voltaram para os campos, preiseten und lobeten Gott um alles, louvando e glorificando a Deus das sie gesehen und gehöret hatten, por tudo que tinham visto e ouvido, wie denn zu ihnen gesaget war. tal como lhes tinha sido revelado.

Und da acht Tage um waren, E como tivessem passado oito dias, daß das Kind beschnitten würde, altura em que o Menino deveria ser circuncidado, da ward sein Name genennet Jesus, foi­‑lhe dado o nome de Jesus, welcher genennet war von dem Engel, que foi aquele que o Anjo lhe havia dado ehe denn er im Mutterleibe empfangen ward. antes de ser concebido no ventre de Sua Mãe.

Da nun Jesus geboren war zu Bethlehem Havendo Jesus nascido em Belém, im jüdischen Lande, na terra da Judeia, zur Zeit des Königes Herodis, siehe, no tempo do rei Herodes, da kamen die Weisen aus Morgen lande gen eis que vieram os Magos do Oriente Jerusalem und sprachen: a Jerusalém e perguntaram:

9. Intermedium 4: Os Magos do Oriente Wo ist der neugeborne Onde está o recém­‑nascido König der Juden? Rei dos Judeus? Wir haben seinen Stern gesehen im Morgenlande, Nós avistámos a sua estrela no Oriente und sind kommen, ihn anzubeten. e viemos para o adorar.

11 10. Recitativo (Evangelista) Da das der König Herodes hörete, Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes erschrak er und mit ihm ganze Jerusalem, ficou muito perturbado, assim como toda a und ließ versammeln alle Hohenpriester gente de Jerusalém. und Schriftgelehrten unter dem Volk E convocou todos os príncipes dos sacerdotes und erforschete von ihnen, e os escribas do povo wo Christus sollte geboren werden, para saber deles onde deveria nascer Cristo. und sie sagten ihm: Responderam‑lhe­ eles:

11. Intermedium 5: Os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Zu Bethlehem im jüdischen Lande, Em Belém, na Judeia denn also steht geschrieben pois está escrito pelo profeta: durch den Propheten: E tu Belém, terra da Judeia, und du Bethlehem im jüdischen Lande, não serás certamente a terra menos du bist mitnichten die kleineste unter den importante entre as principais terras da Fürsten Juda, Judeia, denn aus dir soll mir kommen der Herzog, pois em ti nascerá o Rei der über mein Volk Israel ein Herr sei. que governará o povo de Israel.

12. Recitativo (Evangelista) Da berief Herodes die Weisen Então Herodes mandou chamar os magos heimlich em segredo, und erlernete mit Fleiß von ihnen, informando­‑se com eles diligentemente wann der Stern erschienen wäre, acerca do tempo em que a estrela havia aparecido. und weisete sie gen Bethlehem E enviando­‑os a Belém, und sprach: disse‑lhes:­

13. Intermedium 6: Herodes Ziehet hin, und forschet fleißig Ide e procurai diligentemente nach dem Kindlein, o Menino, und wenn ihr’s findet, e quando O houverdes achado, so saget mir es wider, avisai­‑me para que também eu daß ich auch komme und es anbete. possa ir adorá­‑lo.

12 14. Recitativo (Evangelista) Als sie nun den König gehöret hatten, Tendo ouvido estas palavras, zogen sie hin, und siehe, der Stern, os magos partiram. den sie im Morgenlande gesehen hatten, Ora a estrela que viram no Oriente ging vor ihnen hin, ia adiante deles, bis daß er kam und stund oben über, até que parou da das Kindlein war. no lugar onde estava o Menino. Da sie den Stern sahen, Quando os magos viram a estrela, wurden sie hoch erfreuet alegraram‑se­ muito. und gingen in das Haus Entrando na casa und funden das Kindlein encontraram o Menino mit Maria, seiner Mutter, com Maria sua mãe und fielen nieder und beteten es an e de joelhos o adoraram. und täten ihre Schätze auf E tendo aberto os seus tesouros und schenkten ihm Gold, Ofereceram‑lhe­ ouro, Weihrauch, und Myrrhen. incenso e mirra. Und Gott befahl ihnen im Traum, Deus avisou­‑os em sonhos daß sie sich nicht sollten wieder de que não deveriam voltar zu Herodes lenken, a encontrar Herodes, und sie zogen durch einen andern Weg regressaram então por outro caminho wieder in ihr Land. para o seu país. Da sie aber hinweggezogen waren, Depois de terem partido, siehe, da erschien der Engel des Herren dem eis que aparece o Anjo do Senhor Joseph im Traum und sprach: em sonhos a José e disse­‑lhe:

15. Intermedium 7: O Anjo Stehe auf, Joseph. Levanta‑te­ José, Stehe auf und nimm das Kindlein levanta­‑te e toma contigo o Menino und seine Mutter zu dir e também a sua mãe und fleuch in Egyptenland, e foge para o Egipto und bleibe allda, bis ich dir sage, e fica lá até eu te chamar. denn es ist vorhanden, daß Herodes Pois Herodes há­‑de procurar das Kindlein suche, dasselbe umzubringen. o Menino para o matar.

13 16. Recitativo (Evangelista) Und er stund auf und nahm das Kindlein E ele levantou­‑se e tomou o Menino und seine Mutter zu sich bei der Nacht e sua mãe consigo de noite und entfloh in Egyptenland, e fugiu para o Egipto, und bliebe allda bis nach e lá ficou lá dem Tode Herodis, até à morte de Herodes, auf daß erfüllet würde, cumprindo­‑se o que o Senhor das der Herr durch den Propheten através do profeta geredet hat, der da spricht: falou e que dizia: Aus Egypten habe ich meinen Sohn gerufen. E do Egipto chamei a meu Filho.

Da nun Herodes sahe, Quando Herodes percebeu daß er von den Weisen betrogen war, que os magos o tinham enganado, ward er sehr zornig und schicket aus ficou muito irado e ordenou und ließ alle Kinder zu Bethlehem töten que todas as crianças de Belém fossem mortas, und an ihren Grenzen, também na sua zona de fronteira, die da zweijährig und drunter waren, todas as crianças abaixo de dois anos de idade nach der Zeit, de acordo com o tempo die er mit Fleiß von den Weisen que tinha calculado erlernet hatte, com os magos. da ist erfüllet das gesaget ist Então se cumpriu o que foi dito durch den Propheten Jeremias, der da spricht: pelo profeta Jeremias, que disse: Auf dem Gebirge Na montanha hat man ein Geschrei gehöret, viel Klagens, ouviram­‑se gritos e lamentos, Weinens und Heulens. choro e pranto. Rahel beweinete ihre Kinder Raquel chorando seus filhos, und wollte sich nicht trösten lassen, não querendo ser consolada, denn es war aus mit ihnen. porque eles já não existiam.

Da aber Herodes gestorben war, Mas uma vez que Herodes tinha morrido, siehe, da erschien der Engel des Herren eis que aparece um Anjo do Senhor dem Joseph im Traum und sprach: em sonhos a José e disse:

17. Intermedium 8: O Anjo a José Stehe auf, Joseph. Levanta‑te­ José, Stehe auf und nimm das Kindlein levanta­‑te e toma contigo o Menino und seine Mutter zu dir, e também a sua mãe, und zeuch hin in das Land Israel, e volta para as terras de Israel. sie sind gestorben, Já morreram aqueles die dem Kinde nach dem Leben stunden. que queriam matar o Menino.

14 18. Recitativo (Evangelista) Und er stund auf und nahm das Kindlein E ele levantou­‑se e tomou o Menino und seine Mutter zu sich e sua mãe consigo und kam in das Land Israel, para as terras de Israel. da er aber hörete, daß Archelaus Então soube que Arquelau im jüdischen Lande König war, era agora o rei na Judeia, anstatt seines Vaters Herodis, e sendo ele filho de Herodes fürchtete er sich dahin zu kommen, José temeu lá voltar. und im Traum Então em sonho empfing er Befehl von Gott recebeu ordem de Deus und zog an die para seguir Örter des galiläischen Landes para a região da Galileia und kam und wohnete in der Stadt, e aí ficou a morar die da heißet Nazareth, na cidade chamada de Nazaré, auf daß erfüllet würde, cumprindo‑se­ assim was da gesaget ist durch den Propheten: o que foi dito através do profeta: Er soll Nazarenus heißen. Ele chamar‑se­ ‑á­ Nazareno.

Aber das Kind wuchs Mas o Menino cresceu, und ward stark im Geist, e revelou um espírito forte, voller Weisheit, cheio de sabedoria, und Gottes Gnade war bei ihm. e a graça de Deus estava com ele.

19. Conclusão Dank sagen wir, alle Gott, Agradeçamos todos a Deus, Gott unserm Herrn Christo, Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, der uns mit seiner Geburt hat erleuchtet que com o Seu nascimento nos iluminou, und uns erlöset hat mit seinem Blute com o seu sangue nos libertou von des Teufels Gewalt. da violência do demónio. Den sollen wir alle mit seinen Engeln loben Devemos todos louvar und mit Schalle singen: e cantar em coro: Preis sei Gott in der Höhe. Glória a Deus nas alturas.

15 Coro: Magnificat Johann Sebastian Bach Ária: Et exsultavit spiritus meus Magnificat, BWV 243 Ária: Quia respexit humilitatem – Coro: Omnes generationes 1. Coro: Magnificat — Von Himel hoch Magnificat anima mea dominum A minha alma exalta o Senhor Ária: Quia fecit mihi magna — Freut euch und jubiliert 2. Ária: Et exsultavit spiritus meus1 Dueto: Et misericordia Et exultavit spiritus meus in deo E o meu espírito se exultou em Deus Coro: Fecit potentiam salutari meo. para minha salvação. — Gloria in excelsis Deo Ária: Deposuit potentes — Vom Himmel hoch Ária: Esurientes implevit bonis Vom Himmel hoch, da komm ich her. Lá de cima dos céus eu venho a vós — Virga Jesse floruit Ich bring’ euch gute neue Mär, Trazer o anúncio da boa nova de Deus, Trio: Suscepit Israel Der guten Mär bring ich so viel, tal é a alegria da boa nova Coro: Sicut locutus est Davon ich singn und sagen will. que a quero cantar e exaltar. Coro: Gloria Patri 3. Ária: Quia respexit humilitatem2 Quia respexit humilitatem Porque ele observou a baixa condição ancillae suae, da sua serva, ecce enim ex hoc beatam me dicent Pois, de hoje em diante me hão­‑de chamar beata

4. Coro: Omnes generationes Omnes generationes. Todas as gerações.

5. Ária: Quia fecit mihi magna3 Quia fecit mihi magna qui potens est, Porque, o Senhor, fez em mim maravilhas, et sanctum nomen ejus. e santo é o Seu nome.

— Freut euch und jubiliert Freut euch und jubiliert; Regozijai­‑vos e celebrai; Zu Bethlehem gefunden wird Em Belém encontrareis Das herzeliebe Jesulein, o Menino Jesus amor do coração, Das soll euer Freud und Wonne sein. que será a vossa alegria e encanto.

6. Dueto: Et misericordia4 Et misericordia ejus a progenie E a sua misericórdia é de geração in progenies timentibus eum. em geração para os que o temem.

1. Soprano: Ângela Alves 2. Soprano: Else Torp 3. Baixo: Luís Rendas Pereira 4. Contralto: Iris Oja; Tenor: Stuart Kinsella

16 7. Coro: Fecit potentiam Fecit potentiam in brachio suo, Mostrou poder com o seu braço, dispersou os dispersit superbos mente cordis sui. que eram orgulhosos no íntimo do seu coração.

— Gloria in excelsis Deo Gloria in excelsis Deo Glória a Deus nas alturas Et in terra pax hominibus e paz na terra aos homens bonae voluntatis. de boa vontade.

8. Ária: Deposuit potentes5 Deposuit potentes de sede, Afastou os poderosos dos seus tronos, et exaltavit humiles. e exaltou os fracos.

9. Ária: Esurientes implevit bonis6 Esurientes implevit bonis Os famintos saciou com coisas boas et divites dimisit inanes. e abandonou os ricos de mãos vazias.

— Virga Jesse floruit7 Virga Jesse floruit, O tronco de Jessé floresceu, Emmanuel noster apparuit; O nosso Emanuel apareceu Induit carnem hominis, Sob a forma de carne humana Fit puer delectabilis; Tornou­‑se uma criança adorável, Alleluja Aleluia!

10. Trio: Suscepit Israel Suscepit Israel puerum suum, Amparou o seu servo Israel, recordatus misericordie suae. recordado da Sua misericórdia.

11. Coro: Sicut locutus est Sicut locutus est ad patres nostros, Como disse aos nossos pais, Abraham et semini ejus in secula. Abraão e sua semente para sempre.

12. Coro: Gloria Patri Gloria patri et filio Glória ao Pai e ao Filho et spiritui sancto, e ao Espírito Santo, sicut erat in principio et nunc et semper, assim como era no princípio, agora e sempre, et in secula seculorum. Amen. e para toda a eternidade. Ámen.

5. Tenor: André Lacerda 6. Contralto: Joana Valente TRADUÇÕES: LUÍSA LARA (ALEMÃO) E VERSÃO 7. Soprano: Else Torp; Baixo: Luís Rendas Pereira PORTUGUESA DOS TEXTOS LITÚRGICOS (LATIM).

17 actuando também na Ópera Real Dinamar‑ Paul Hillier direcção musical quesa. Trabalhou com artistas como Kronos Quartet, Peter Sellars, Bobbie McFerrin, Tim Paul Hillier, Director Fundador do Hilliard Rushton e Richard Alston. Ensemble e do Theatre of Voices, é reconhe‑ Nesta temporada, Paul Hillier dirige o Coro cido pela versatilidade de uma carreira que da Rádio NDR, CCFE, Ars Nova Copenhagen, passa pelo canto, a direcção, a composição Coro de Câmara da Irlanda, Coro Casa da e a musicologia. É um divulgador da música Música e Theatre of Voices. de Steve Reich e Arvo Pärt. As suas mais de Paul Hillier nasceu em Dorchester e estu‑ 150 gravações em CD incluem sete recitais dou na Guildhall School of Music and Drama a solo e foram aclamadas em todo o mundo, em Londres. Ensinou na Universidade da conquistando numerosos prémios. Recebeu Califórnia (Santa Cruz e Davis) e foi Direc‑ um Grammy Award por Da Pacem de Arvo tor do Early Music Institute na Universidade Pärt (Melhor Gravação Coral) com o Coro de Indiana entre 1996 e 2003. Os seus livros de Câmara Filarmónico da Estónia, e outro sobre Arvo Pärt e Steve Reich, juntamente por The Little Match Girl Passion de David com numerosas antologias de música coral, Lang com o Theatre of Voices e o Ars Nova são publicados pela Oxford University Press. Copenhagen (Harmonia Mundi). Foi Maestro Em 2006 foi condecorado com a Ordem do Titular do Coro de Câmara Filarmónico da Império Britânico pelos serviços prestados à Estónia (2001­‑2007) e é Titular do Ars Nova música coral. Em 2013 foi nomeado Cavaleiro Copenhagen desde 2003. Em 2008 tornou­ da Ordem de Dannebrog. ‑se Maestro Titular do Coro de Câmara Nacional da Irlanda, e em 2009 assumiu o mesmo cargo no Coro Casa da Música. Colabora regularmente com os principais coros de câmara europeus – Rádios Dina‑ marquesa, NDR e Berlim, Coro de Câmara de Houston e Coro de Câmara Filarmónico da Estónia, bem como com orquestras como a London Sinfonietta, St.­ Paul Chamber Orchestra, Concerto Copenhagen, Athelas Sinfonietta, Orquestra de Câmara de Tallinn, Orquestra Barroca Irlandesa, Remix Ensem‑ ble, Concerto Palatino, Sinfónica Nacional da Estónia, Filarmónicas de Copenhaga, Sul da Dinamarca e Tóquio, e Sinfónicas de Taiwan, do Casa da Música e de Utah. Os seus compromissos recentes levaram­‑no a festi‑ vais como o Internacional de Bergen, Rhein‑ Vokal, Musikfest Berlim, BBC Proms, Edim‑ burgo e Festival de Artes de Hong Kong,

18 bração do Natal com o célebre Magnificat na ORQUESTRA BARROCA interpretação de Paul Hillier. O Ano Alema‑ CASA DA MÚSICA nha na Casa da Música traz também obras Laurence Cummings maestro titular de Pachelbel, Telemann, Händel e Schütz, ao longo de uma temporada que não deixa de A Orquestra Barroca Casa da Música formou­ convocar o Barroco português com Pedro ‑se em 2006 com a finalidade de interpretar António Avondano e Carlos Seixas. a música barroca numa perspectiva histori‑ A Orquestra Barroca Casa da Música edi‑ camente informada. Para além do trabalho tou em CD gravações ao vivo de obras de Avi‑ regular com o seu maestro titular, Laurence son, D. Scarlatti, Carlos Seixas, Avondano, Cummings, a orquestra apresentou­‑se sob Vivaldi, Bach, Muffat, Händel e Haydn, sob a direcção de Rinaldo Alessandrini, Fabio a direcção de alguns dos mais prestigiados Biondi, Harry Christophers, Antonio Florio, maestros da actualidade internacional. Paul Hillier, Riccardo Minasi, Andrew Parrott, Christophe Rousset, Daniel Sepec e Masaaki Suzuki, na companhia de solistas como Andreas Staier, Roberta Invernizzi e Franco Fagioli, e agrupamentos como The Sixteen ou o Coro Casa da Música. Os seus concertos têm recebido a unânime aclamação da crítica nacional e internacional. A Orquestra Barroca apresentou­‑se em digressão em várias cidades portuguesas e também em Espanha (Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza), Inglaterra (Festi‑ val Handel de Londres) e França (Festivais Barrocos de Sablé e de Ambronay). Ao lado do Coro Casa da Música, interpretou Canta‑ tas de Natal de Bach em concertos no Porto e Ourense. Em 2015 apresenta­‑se pela primeira vez no Palau de la Musica em Barcelona. Fez a estreia portuguesa da ópera Ottone de Hän‑ del e, em 2012, a estreia moderna da obra L’Ippolito de Francisco António de Almeida. Johann Sebastian Bach é uma pre‑ sença constante em todos os programas da Orquestra Barroca em 2015, destacando­‑se a integral dos Concertos Brandeburgueses sob a direcção de Laurence Cummings, concer‑ tos para cravo com Andreas Staier, ou a jun‑ ção com o Coro Casa da Música para a cele‑

19 tas do Renascimento mas também na música CORO CASA DA MÚSICA do século XX. Tem interpretado diversas Paul Hillier maestro titular obras em estreia nacional e fez a estreia mun‑ dial de Motetes de Carlo Gesualdo na versão O Coro Casa da Música estreou-se em 2009 reconstruída por James Wood e de uma nova sob a direcção do seu maestro titular Paul obra de Carlos Caires. Hillier, referência incontornável da música Na temporada de 2015, o Coro Casa da coral a nível internacional. É constituído por Música volta-se especialmente para a grande uma formação regular de 18 cantores, que se tradição coral germânica, interpretando o alarga a formação média ou sinfónica em fun‑ Magnificat de Bach, a Missa Solene de Bee‑ ção dos programas apresentados. O repertó‑ thoven, a Oratória de Natal de Schütz e ainda rio do Coro estende-se a todos os períodos obras de Stockhausen e Lachenmann. históricos desde a Renascença até aos nos‑ O Coro Casa da Música faz digressões sos dias, incluindo a música a cappella ou com regulares, tendo actuado no Festival de orquestra, neste caso ao lado dos agrupa‑ Música Antiga de Úbeda y Baeza (Espanha), mentos da Casa da Música – Orquestra Bar‑ no Festival Laus Polyphoniae em Antuérpia, roca, Orquestra Sinfónica e Remix Ensemble. no Festival Handel de Londres, no Festival de Desde a sua fundação, o Coro Casa da Música Contemporânea de Huddersfield, no Música foi dirigido pelos maestros James Festival Tenso Days em Marselha, e em várias Wood, Simon Carrington, Laurence Cum‑ salas portuguesas. mings, Andrew Bisantz, Kaspars Putniņš, Iris Oja é a maestrina co-repetidora do Andrew Parrott, Antonio Florio, Christoph Coro Casa da Música. König, Peter Rundel, Paul Hillier, Robin Grit‑ ton, Michail Jurowski, Martin André, Marco Mencoboni, Baldur Brönnimann e Olari Elts, a que se juntam em 2015 as estreias de Gregory Rose, Takuo Yuasa e Nicolas Fink. Colaborou com os agrupamentos instru‑ mentais da Casa da Música na interpretação da Missa em Dó menor de Mozart, Cantatas de Natal de Bach (no Porto e em Ourense), O Cântico Eterno de Janáček, a Sinfonia Coral de Beethoven, o Requiem à memória de Camões de Bomtempo, o Requiem Alemão de Brahms, a 3ª Sinfonia de Mahler, o Messias de Händel, o Te Deum de Charpentier, a Ora- tória de Natal e Cantatas de Bach, o Te Deum de António Teixeira e o Requiem de Verdi. Em programas a cappella, destaca-se a presença regular da música portuguesa, com especial incidência nas obras dos grandes polifonis‑

20 ORQUESTRA BARROCA CORO CASA DA MÚSICA CASA DA MÚSICA

Violino I Corneta Sopranos Huw Daniel Tiago Simas Freire Ângela Alves Ariana Dantas Amélie Pialoux Else Torp César Nogueira Eva Braga Simões Miriam Macaia Órgão Joana Pereira Fernando Miguel Jalôto Leonor Barbosa de Melo Violino II Reyes Gallardo Trombeta Contraltos Cecília Falcão Bruno Fernandes Ana Calheiros Prisca Stalmarski Sergio Pacheco Brígida Silva Raquel Cravino Amélie Pialoux Iris Oja Joana Valente Viola Sacabuxa Trevor McTait António Santos Tenores Manuel Costa Hélder Rodrigues Almeno Gonçalves André Lacerda Violoncelo Timbales Stuart Kinsella Filipe Quaresma Nuno Simões Vítor Sousa Vanessa Pires Baixos Contrabaixo João Barros Silva José Fidalgo Luís Rendas Pereira Nuno Mendes Traverso Pedro Guedes Marques Marta Gonçalves Ricardo Torres Mafalda Ramos

Flauta Pedro Castro Marta Gonçalves

Oboé Pedro Castro Andreia Carvalho

Fagote José Rodrigues Gomes

21 22 FUNDAÇÃO CASA DA MÚSICA

CONSELHO DE FUNDADORES EMPRESAS AMIGAS DA FUNDAÇÃO Presidente CACHAPUZ LUÍS VALENTE DE OLIVEIRA CIN S. A. Vice-Presidentes CREATE IT JOÃO NUNO MACEDO SILVA DELOITTE JOSÉ ANTÓNIO TEIXEIRA EUREST GRUPO DOUROAZUL ESTADO PORTUGUÊS MANVIA S. A. MUNICÍPIO DO PORTO NAUTILUS S. A. GRANDE ÁREA METROPOLITANA DO PORTO SAFIRA FACILITY SERVICES S. A. ACA GROUP STRONG SEGURANÇA S. A. ÁGUAS DO PORTO AMORIM INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES, SGPS, S. A. OUTROS APOIOS ARSOPI - INDÚSTRIAS METALÚRGICAS ARLINDO S. PINHO, S. A. FUNDAÇÃO ADELMAN AUTO - SUECO, LDA. I2S AXA , COMPANHIA DE SEGUROS, S. A. PATHENA BA VIDRO, S. A. RAR BANCO BPI, S. A. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA BANCO CARREGOSA VORTAL BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S. A. BANCO SANTANDER TOTTA, S. A. PATRONO MAESTRO TITULAR REMIX ENSEMBLE CASA DA MÚSICA BIAL - SGPS S. A. SONAE SIERRA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS PATRONO DO CONCERTINO DA ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA CEREALIS, SGPS, S. A. THYSSENKRUPP CHAMARTIN IMOBILIÁRIA, SGPS, S. A. COMPANHIA DE SEGUROS ALLIANZ PORTUGAL,S. A. COMPANHIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE, S. A. CONTINENTAL MABOR - INDÚSTRIA DE PNEUS,S. A. CPCIS - COMPANHIA PORTUGUESA DE COMPUTADORES INFORMÁTICA E SISTEMAS, S. A. FUNDAÇÃO EDP EL CORTE INGLÊS, GRANDES ARMAZÉNS, S. A. GALP ENERGIA, SGPS, S. A. GLOBALSHOPS RESOURCES, SLU GRUPO MEDIA CAPITAL, SGPS S. A. GRUPO SOARES DA COSTA, SGPS, S. A. GRUPO VISABEIRA - SGPS, S. A. III - INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E IMOBILIÁRIOS, S. A. LACTOGAL, S. A. LAMEIRINHO - INDÚSTRIA TÊXTIL, S. A. METRO DO PORTO, S. A. MSFT - SOFTWARE PARA MICROCOMPUTADORES, LDA. MOTA - ENGIL SGPS, S. A. MUNICÍPIO DE MATOSINHOS NOVO BANCO S.A. OLINVESTE - SGPS, LDA. PESCANOVA PORTO EDITORA, S.A. PORTUGAL TELECOM, SGPS, S. A. PRICEWATERHOUSECOOPERS & ASSOCIADOS RAR - SOCIEDADE DE CONTROLE (HOLDING), S. A. REVIGRÉS - INDÚSTRIA DE REVESTIMENTOS DE GRÉS, S. A. TOYOTA CAETANO PORTUGAL, S. A. SOGRAPE VINHOS, S. A. SOLVERDE - SOCIEDADE DE INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DA COSTA VERDE, S. A. SOMAGUE, SGPS, S. A. SONAE SGPS S. A. TERTIR, TERMINAIS DE PORTUGAL, S. A. TÊXTIL MANUEL GONÇALVES, S. A. UNICER, BEBIDAS DE PORTUGAL, SGPS, S. A.

23 MECENAS PROGRAMAS DE SALA MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA