AÇÕES DE CAPACITAÇÃO - "POLITICAS PÚBLICAS FLORESTAIS - ALTO TÂMEGA'

ESTRATÉGIA FLORESTAL PARA O ALTO TÂMEGA

SANDRA SARMENTO CHAVES│ 2 DE FEVEREIRO DE 2021 ESTRATÉGIA FLORESTAL PARA O ALTO TÂMEGA

1. FLORESTA EM E NO ALTO TÂMEGA 2. PLANEAMENTO E POLÍTICA FLORESTAL 2. INVESTIMENTOS EM CURSO 4. DESAFIOS FUTUROS

2 USO DO SOLOPLANEAMENTO E POLÍTICA FLORESTAL

De acordo com o último Inventário Florestal Nacional (IFN6), a floresta em Portugal apresenta-se como o principal uso do solo, ocupando 36% do território nacional, seguindo-se os matos e pastagens, sendo que a evolução recente mostra um crescimento de matos e pastagens espontâneos (correspondentes dominantemente a áreas sem gestão) e uma diminuição das áreas de floresta, entre 1995 e 2010, de 4,6%.

Uso do A estrutura da propriedade privada é extremamente fragmentada, estando Área Solo (103 distribuída entre proprietários privados (84%), comunitários ha) correspondentes aos baldios (14%) e públicos (2%), o que coloca Portugal Floresta 3 305 36% como um dos países do mundo com maior percentagem de área florestal Matos e 3 017 33% pastagens privada. A comparação com o resto da Europa, onde 40% da floresta é detida

Águas 194 2% por entidades públicas (com valores que oscilam entre 86% na Bulgária e 19% interiores na Áustria), tornam evidente o quão sui generis é o regime de propriedade Agricultura 2 241 24% florestal em Portugal, a necessitar, por isso, de uma atenção particular pelas Urbano 458 5% políticas públicas florestais. OCUPAÇÃO FLORESTAL Fonte: 6.º Inventário Florestal Nacional – 2015

Outras folhosas Pinheiro- 6% bravo Eucaliptos 22% 26% (714 000 (844 000 ha) ha)

Pinheiro- manso 6% Castanheiro 1% Outras coníferas Outros Sobreiro 2% carvalhos 23% 3% Azinheira (720 000 11% ha) EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO FLORESTAL IFN6

Recolha de lenhas

Pastoreio Floresta

Matos

para camas Consumo de biomassa (t/ha) (t/ha) de Consumo biomassa

Ano Evolução da recolha de Pinhais biomassa florestal pelas atividades tradicionais Fonte: Fernandes et al. (2014)

Montados, sobreirais e azinhais Eucaliptais Carvalhais e soutos USO DO SOLO NO ALTO TÂMEGA

6 REGIME DE PROPRIEDADE Portugal

Suécia

Espanha Pública Itália Privada Alemanha

Bulgária

Europa (sem…

Angola

Brasil

Canadá Fonte: FAO FRA 2020 Mundo 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Defesa contra incêndios

CARTA RISCOSDE PERIGOSIDADE E VULNERABILIDADES: Incêndios Rurais CARTA DE PERIGOSIDADE CARTA DE PERIGOSIDADE ESTRUTURAL CONJUNTURAL PRINCIPAIS CAUSAS DOS INCÊNDIOS

9 MUDANÇASMUDANÇAS CRÍTICAS CRÍTICAS NO NO MUNDOMUNDO RURAL RURAL

OS INCÊNDIOS FLORESTAIS, AS TEMPESTADES, A SECA, AS PRAGAS E AS ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS CONSTITUEM OS PRINCIPAIS FATORES DE AMEAÇA À SUSTENTABILIDADE DOS USOS FLORESTAIS

Climáticas e Ambientais Sociodemográficas e do Território Setor Florestal Mundo Rural • Aumento temperatura média • Cenários de contínua perda de • Falta de gestão florestal (3-7*c em 2100) • 84% propriedade privada, ativa • Diminuição da precipitação população 14% comunitária e apenas anual • Estrutura demográfica 2% pública • Abandono de grande (20-40% até 2100) parte da área florestal envelhecida • • Menor disponibilidade água Falta de cadastro e propicia o • • Subida nível médio Mar Grandes repercussões nas identificação de desenvolvimento de (4mm/ano 2005-2016) estruturas familiares, sociais e proprietários incêndios, pragas, • Degradação e perda de económicas • Propriedade muito doenças e proliferação de recursos naturais espécies invasoras • Perda Biodiversidade • Abandono da terra agrícola e fragmentada e sem • Abandono propicia a • Intensificação da florestal conhecimento da desertificação do solo acumulação de • Abandono de atividades localização e limites pelos • Maiores riscos e seus donos combustível no território vulnerabilidades associadas ao meio rural como o e o desenvolvimento de (cheias, movimentos em massa pastoreio, etc • Falta de práticas agro- grandes incêndios de vertentes, ondas calor, erosão silvo-pastoris eliminaram • Práticas negligentes no uso do • Perda de biodiversidade costeira, incêndios rurais, os mosaicos de redução produtividade) e valores naturais fogo combustível que estruturavam o território ESTRATÉGIA FLORESTAL PARA O ALTO TÂMEGA

1. FLORESTA EM PORTUGAL E NO ALTO TÂMEGA 2. PLANEAMENTO E POLÍTICA FLORESTAL 2. INVESTIMENTOS EM CURSO 4. DESAFIOS FUTUROS

11 PROGRAMA REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL

• O Programa Regional de Ordenamento Florestal (PROF) é uma figura de planeamento florestal prevista na Lei de Bases da Politica Florestal (Lei n.º 33/96, de 17 de agosto) e com enquadramento em legislação específica própria: regime jurídico dos programas e planos de ordenamento, de gestão e de intervenção de âmbito florestal (Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, na sua redação atual). • Os PROF classificam-se como “Programas Setoriais” de âmbito nacional e incidência regional. • Para além de vincularem as entidades públicas, os PROF vinculam direta e imediatamente os particulares relativamente às normas de intervenção sobre a ocupação e utilização dos espaços florestais, bem como à elaboração dos planos de gestão florestal (PGF) e ainda quanto aos limites (máximos) de área a ocupar por eucalipto em cada concelho. • De acordo com as Portarias que aprovam os PROF, as normas que condicionem a ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais são obrigatoriamente integradas nos planos territoriais de âmbito municipal e intermunicipal. • Os PROF têm uma abordagem multifuncional para o espaço florestal, definem o quadro estratégico, as diretrizes de enquadramento e as normas específicas quanto ao uso, ocupação, utilização e ordenamento florestal, aplicáveis a esses mesmos espaços florestais.

12 PROGRAMA REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

SUB-REGIÕES HOMOGENEAS CORREDORES ECOLÓGICOS

limites biofísicos, limites das áreas classificadas e a aptidão produtiva das principais espécies arbóreas. PRGP – AIGP || TERRITÓRIOS ALVO

20 Unidades de • Áreas preferenciais para constituição de Paisagem 25 a 40 AIGP mil ha cada. • Cada PRGP pode ter várias AIGP (área Critérios: mínima de 100 ha) Perigosidade de • Áreas ardidas ≥ 500 incêndio alta ou ha podem dar origem a uma AIGP muito alta > 40% • Cada AIGP possui perigosidade uma Orientação + contíguas Integrada para + se > 200 km2 Gestão da Paisagem (OIGP) PTP – MEDIDAS PROGRAMÁTICAS

PROGRAMAS DE REORDENAMENTO E GESTÃO DA PAISAGEM (PRGP) TERRITÓRIO ÁREAS INTEGRADAS DE GESTÃO DA PAISAGEM (AIGP) Nova economia dos RESILIENTE, territórios rurais, que CONDOMÍNIO DE ALDEIA promova uma floresta Modelo de gestão VALORIZADO E multifuncional, biodiversa agrupada, EMPARCELAR PARA SUSTENTÁVEL e resiliente, mais rentável, operacionalizado através Assegurar a gestão de ORDENAR com maior capacidade de de Operações Integradas combustíveis em redor sequestro de carbono e de Gestão da Paisagem dos aglomerados capaz de produzir Fomentar o aumento da (OIGP), dirigido a populacionais nas áreas dimensão física dos melhores serviços a partir contextos de grande densidade dos ecossistemas. prédios rústicos em zonas microterritoriais florestal e elevado de minifúndio específicos, número e dispersão de preferencialmente pequenos aglomerados inseridos nos PRGP. rurais.

ICNF + DGT => responsáveis pelo acompanhamento e apoio técnico à implementação do PTP PNGIFR

PNGIFR Orientações estratégicas PLANO NACIONAL DE GESTÃO INTEGRADA DE OEFOGOS1. VALORIZAR RURAISOS ESPAÇOS RURAIS OE2. CUIDAR DOS ESPAÇOS RURAIS OE3. MODIFICAR COMPORTAMENTOS OE4. GERIR O RISCO EFICIENTEMENTE

METAS: Portugal protegido de incêndios rurais graves concretiza-se quando apesar do previsível agravamento do risco de incêndio: • A perda de vidas humanas em incêndios, embora sendo possível, seja um fenómeno raro; • A percentagem dos incêndios com mais de 500ha se fixar abaixo de 0.3% do total incêndios; • A área ardida acumulada no período da década seja inferior a 660.000ha (a atualizar até 2023 para valor considerando perdas de bens e serviços). ESTRATÉGIA FLORESTAL PARA O ALTO TÂMEGA

1. FLORESTA EM PORTUGAL E NO ALTO TÂMEGA 2. PLANEAMENTO E POLÍTICA FLORESTAL 3. INVESTIMENTOS EM CURSO 4. DESAFIOS FUTUROS

17 GESTÃO FLORESTAL CONJUNTA NO ALTO TÂMEGA

Agrupamentos de Baldios Região nº Área ha Apoio poten. 6 Baladi 32.245,22 Norte 4 Forestis 32.736,59 1 M€ 3 Baladi 22.430,12 (3 anos) Centro 1 Forestis 6.971,77 Total 94.383 ha GESTÃO FLORESTAL CONJUNTA NO ALTO TÂMEGA

ZIF: até ao final de 2020 foram constituídas 235 ZIF (47 no norte), abrangendo cerca de 1 697 000ha (201.000ha no norte); As 235 ZIF abrangem mais de 27 mil aderentes

Agrupamento de Baldios PROGRAMA DE SAPADORES FLORESTAIS NO ALTO TÂMEGA

Norte eSF: 143 equipas individuais CIM AT eSF: 31 equipas individuais Norte BSF: 5 brigadas (15 eSF) CIM AT eSF: 2 brigadas (6 eSF) Outros Projetos Meios Rede GESTÃO FLORESTALBaldios NO ALTO TÂMEGAProjetos Financiados PDR 2020 Próprios Máquinas primária Serviço Público (Ha) Nº UB em Apresentados Apresentados co-gestão Área em co- Nº UB em Área em diretamente com acordo Tipo (arb, Sap Perímetro Florestal Municipio ICNF gestão ICNF exclusividade exclusividade pelo ICNF Área com Baldios Área limp, outros) Área Kms Área CNAF* Florestais Barroso (BTC) 20 8 222 4 4 693 0 0 7 790 0 0 0 227 95 108 Chaves Chaves 28 6 500 3 769 1 120 8 330 1 150 40 101 20 106 Barroso (M) 78 21 136 11 3 089 0 0 2** 97 0 0 35 0 0 41 Serra do Gerês (M) Montalegre 11 15 034 3 5 140 1 59 1** 148 2 12 0 0 99 120 Barroso (RP) Ribeira de Pena 5 4 486 0 0 1 470 1 153 0 0 109 91 113 70 Ribeira de Pena Ribeira de Pena 6 9 204 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 65 96 Alvão (VPA) 30 9 921 1 314 1 226 12 1 516 0 0 0 45 227 122 Serra da Padrela Vila Pouca de Aguiar 34 9 380 2 1 169 1 518 3 364 0 0 0 0 717 62

TOTAL 212 83 884 24 15 173 5 1 393 31 3 398 3 162 184 464 1 336 724

Trabalhos na área da CIM AT (83884 ha) 4791 ha – área candidaturas PDR2020 2686 ha – área intervencionada 2020 REDE PRIMÁRIA ESTRUTURANTE DO ALTO TÂMEGARede Primária

Rede Primária

Área prevista para execução de RP em 2021/2022 : 1.635ha Execução Rede Primária 2020 - Alto Tâmega Lote 7

Troço Concelho Área (ha) 37 Boticas / Ribeira de Pena 64,95 317 Boticas / Ribeira de Pena 72,48 1558 Ribeira de Pena 34,04 327 Boticas 25,81 328 Boticas 41,90 Total 239,18 ESTRATÉGIA FLORESTAL PARA O ALTO TÂMEGA

1. FLORESTA EM PORTUGAL E NO ALTO TÂMEGA 2. PLANEAMENTO E POLÍTICA FLORESTAL 2. INVESTIMENTOS EM CURSO 4. DESAFIOS FUTUROS

23 DESAFIOSDESAFIOS PARA FUTUROSO ALTO TÂMEGA DESAFIOS PARA O ALTO TÂMEGA DESAFIOS PARA O ALTO TÂMEGA

1. REDUZIR A ÁREA ARDIDA E O NÚMERO DE IGNIÇÕES (AÇÕES DE FOGO CONTROLADO E MARQ) 2. REFORÇAR A GESTÃO CONJUNTA DAS ÁREAS FLORESTAIS (DINAMIZAR A CRIAÇÃO DE AGRUPAMENTOS DE BALDIOS E ZIF’S) 3. IMPLEMENTAR A REDE PRIMÁRIA (TODOS OS CONCELHOS DA CIM) E MOSAICOS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL (RIBEIRA DE PENA /MONTALEGRE/VALPAÇOS) 4. BENEFICIAÇÃO DA REDE VIÁRIA FLORESTAL COM O SETOR DAS MÁQUINAS DO ICNF (MONTALEGRE/RIBEIRA DE PENA/ BOTICAS/CHAVES) 5. DINAMIZAR O PROGRAMA DE TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM 6. MAIOR DINÂMICA E MAIOR PROXIMIDADE NA GESTÃO DO PERÍMETROS FLORESTAIS EM COGESTÃO (PDR 2020 E PROJETOS PILOTO) 7. APOIAR A TRANSPOSIÇÃO DAS NORMAS DO PROF PARA OS PDM’S 8. CAPACITAÇÃO /EDUCAÇÃO /SENSIBILIZAÇÃO Obrigada pela vossa atenção!

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