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ESTADO DO MUNICÍPIO DE SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

2015-2024

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SUMÁRIO

I – Apresentação

1.1 Apresentação da Prefeita Municipal ...... 04 1.2 Apresentação da Secretária Municipal de Educação...... 05 1.3 Lista de presenças ...... 06 1.4 Portaria...... 13 1.5 Audiência Pública ...... 15 1.6 LEI ...... 18

2 – Introdução ...... 19

3 – Caracterização Geral do Município ...... 22

3.1 – Aspectos Históricos ...... 22

3.2 – Aspectos Populacionais e Socioeconômicos de Porto Vera Cruz ... 22

3.3 – Aspectos Culturais ...... 23

3.4 – Aspectos Educacionais ...... 24

4 – Diagnóstico ...... 25

4.1 – Educação Infantil...... 26

4.2 – Ensino Fundamental...... 28

4.3 – Ensino Médio...... 30

4.4 – Ensino Médio Politécnico...... 30

4.5 – Ensino Superior...... 31

4.6 – Educação Especial...... 32

4.7 – Educação de Jovens e Adultos...... 36 3

4.8 – Formação e Valorização dos Profissionais da Educação...... 41

4.9 – Financiamento e Gestão...... 43

4.10 – Acompanhamento e Avaliação do Plano...... 48

5.0 – Bibliografia ...... 49

6.0- Plano Municipal de Educação ...... 50

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1 – APRESENTAÇÃO

1.1- Apresentação da Prefeita Municipal

Prezado Leitor

O Plano Municipal de Educação de Porto Vera Cruz (PME) poderia ser unicamente um documento exigido por Lei Federal. Mas não. Pois, trata-se de um retrato da nossa Educação no âmbito municipal com vistas a um planejamento para o próximo decênio. Temos aqui um documento de suma importância para nossa comunidade e indiretamente para nossa região, visto que, sem uma Educação de boa qualidade torna-se inviável sequer pensar em desenvolvimento.

Este PME foi elaborado com o envolvimento dos profissionais da área da Educação do nosso Município pertinentes ao processo; sob orientação técnica de qualidade indiscutível e com um olhar minucioso e atento às nossas peculiaridades e potenciais.

Possamos tirar todo o proveito necessário desta valiosa ferramenta de promoção da melhoria da nossa Educação. Possamos nos munir de todo o conhecimento que ele nos proporciona e/ou nos remete. E que este PME seja, dentro de suas potencialidades, nossa bússola, juntamente com todas as boas ferramentas que a modernidade nos permite acessar.

Assim, sem dúvida, alcançaremos a tão necessária qualidade no setor base do nosso desenvolvimento: a Educação.

Uma ótima leitura e um excelente uso do nosso PME.

Vanice Helena Andrade de Matos Prefeita Municipal de Porto Vera Cruz

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1.2 - Apresentação da Secretária Municipal de Educação e Cultura

Porto Vera Cruz, inicia uma nova década, dando um grande salto na qualidade educacional a partir da elaboração participativa do Plano Municipal de Educação. Um grande desafio surge. Planos, sonhos, projetos, intenções desafiadoras foram surgindo no processo de construção coletiva, demonstrou o espírito de cidadania que cada portoveracruzense tem pela sua terra e principalmente o comprometimento com a formação do cidadão. Espero que o Plano Municipal de Educação aponte para uma Educação Plena, contribua para a formação de cidadão, com uma nova visão de mundo, em condições para interagir, na contemporaneidade, de forma construtiva, solidária, participativa e sustentável.

Denise da Silva Secretária Municipal de Educação e Cultura

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2 - INTRODUÇÃO

O Plano Municipal de Educação de Porto Vera Cruz – PME constitui-se numa construção coletiva, envolvendo os segmentos educacionais do Município, participando e propondo novas formas de pensar a educação a partir do contexto nacional, da legislação educacional e das inúmeras necessidades e desafios que constantemente são apresentados pela sociedade. A Constituição Federal, Art. 214 determina a elaboração de Plano Nacional de Educação, ratificada no Art. 87 da lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: “Art. 87. É instituída a década da Educação, a iniciar-se um ano a partir desta Lei. Lei nº 10.172, de nove de janeiro de 2001, que “Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências”, dispõe: “Art. 1º Fica aprovado o Plano Nacional de Educação. Esta lei determina que cada município construa seu Plano Municipal a partir dos pressupostos, diretrizes e metas do PNE, este Plano se constitui não apenas no cumprimento da lei, mas numa grande necessidade do Município, pois sua elaboração permitiu repensar a trajetória da educação em Porto Vera Cruz na sua totalidade e projetar o plano decenal da educação, coerente com os anseios da população, alicerçado a toda conjuntura social, política, econômica e cultural nas esferas governamentais do país como um todo. Este PME é apresentado como proposta de ação da Educação no Município de Porto Vera Cruz para a próxima década (2015 – 2024). Sua importância se dá principalmente pelo fato de ter sido elaborado com o envolvimento dos vários segmentos sociais diretamente ligados ao processo educacional, portanto não se configura enquanto plano de governo, mas no grande projeto de educação para o Município na década à qual é proposto. Cabe aqui historiar como teve início todo este processo para que sua construção fosse efetivada. 20

A elaboração do Plano Municipal de Educação é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e, neste sentido, o processo de discussão teve início em setembro de 2013, quando a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e representantes das Escolas Públicas Municipais e Estaduais, e Instituto Federal Farroupilha, realizaram estudos e discussões referentes ao Plano Nacional de Educação e Plano Municipal de Educação. A partir desses estudos, aconteceram os primeiros encaminhamentos para o processo de elaboração as discussões se intensificaram, mobilizando toda a comunidade escolar. Com o compromisso de construir o Plano Municipal de Educação, em dezembro de 2013 foi constituída uma Comissão Especial nomeada pela Portaria Municipal nº 4.428 de 27 de dezembro de 2013, composta por representantes dos diversos segmentos ligados à Educação como: Secretaria Municipal de Educação, Câmara Municipal de Vereadores, Conselho Municipal de Educação, Estudantes, Pais, Rede Estadual de Ensino, Diretores, Conselho Tutelar, Professores, COMDICA, FUNDEB, CAE, constituídos os Grupos de Trabalho reuniram-se em diversos momentos, elaborando a versão preliminar do PME para apreciação em Audiência Pública em 29 de agosto de 2014. Importante ressaltar que o Plano Municipal de Educação de Porto Vera Cruz tem como Objetivos principais: - Universalizar, até 2016 o atendimento escolar a população de quatro e 5 anos; - Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade; -Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos; - Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos; - Oferecer educação em tempo integral em 25% das escolas públicas de educação básica; - elevar a taxa de alfabetização; - Fomentar a oferta ou o acesso de jovens e adultos a conclusão do ensino fundamental e o ensino médio; 21

- Atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais, altas habilidades ou superdotação na rede regular; - viabilizar a oferta de vagas de qualificação profissional; - Reformular e reavaliar o Plano de Carreira para profissionais do magistério público municipal; A partir dos objetivos a que o PME se propõe, foram priorizadas as seguintes ações: - Construir uma Escola Polo - Turno integral - Fomentar a educação inclusiva - Garantia de Ensino Fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos, assegurando o seu acesso, permanência e sucesso na escola;

A consecução das metas e estratégias aqui propostos depende do envolvimento de toda a sociedade e de todos os segmentos que participaram da elaboração. Buscando assegurar sua implantação e "Implementação", após aprovado e criado, será organizado o Processo de Acompanhamento e Avaliação do PME, objetivando avaliar e propor as alterações necessárias à sua plena execução e atendimento das necessidades educacionais.

Acreditando ser este um instrumento direcionador das ações da educação no Município para os próximos dez anos em todos os níveis e modalidades de ensino, considera-se que, a partir da sua implantação, haverá melhoria significativa da qualidade da educação da população, com base nos princípios aqui estabelecidos e que deverão fazer parte de todas as ações que serão desencadeadas a partir deste momento na educação do município de Porto Vera Cruz.

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3 - CARARTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICIPIO

3.1 Aspectos Históricos

Os primeiros habitantes que aqui estiveram foram os índios guaranis povoadores das encostas do rio Uruguai, como provam os destroços e outros objetos indígenas encontrados no município. Na época do desbravamento da área, existia ali, habitantes de descendência bugre bravio que habitavam na localidade de Lajeado Bugre. Município de Porto Vera Cruz passou por diferentes períodos no seu desenvolvimento. O maior afluxo de colonos se deu na década de 20 até os meados de 40. A população, de um modo geral, é constituída por migrantes das cidades de Cerro Largo, , e posteriormente de Santa Rosa, descendentes de imigrantes predominantemente italianos, alemães, poloneses e russos estes vinham com barqueiros da época em função do comércio. Elementos humanos provindos da República Argentina fixaram-se nessa zona limítrofe. Quanto ao movimento populacional, destaca-se o esvaziamento do campo e a concentração da população nas periferias das áreas urbanas mais densamente povoadas de cidades visinhas e grandes centros. Porto Vera Cruz era conhecido como Lajeado Cafundó. Consta que esse nome se deu pelos caçadores que encontravam ali animais ferozes que percorriam mata á dentro. Essa por sua vez, apresentava uma saliência sobre a superfície cercada por morros e pelo rio Uruguai, de origem relevo formando um fundo plano projetado para dentro assim contribuiu a ser denominado cafundó.

3.2 - Aspectos Populacionais e Socioeconômicos de Porto Vera Cruz

A partir da presença da população de ocupação e colonização na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Em 1943, quando o comércio começou a expandir-se no atual território do município, vieram habitantes oriundos de Cerro Largo, Santo Cristo, e posteriormente de Santa Rosa, famílias como Andrade, Adams, Barbosa, Dhein, Fandalin, Pedroso, Rigo, Petrazzini, Schmitt, Hilleschein e Seimetz com eles se 23 estabeleceu o primeiro comerciante o Sr. Pedro Andrade., desempenhando importante função no abastecimento de gêneros de primeira necessidade como sal, açúcar, rapadura, essenciais nativas, medicamentos e combustível. Em 1944 com a chegada do padre no município, fundou-se a sociedade religiosa denominada Capela Vera Cruz, logo após a escola em 1947. A sociedade religiosa e escolar já fundada e instituída no povoado, com isto houve várias críticas dos atuais moradores ao nome lajeado cafundó, os quais juntamente com o padre fizeram a troca no nome anterior cafundó e posterior Porto Vera Cruz. Em 1990 iniciaram os movimentos emancipacionistas. Acontecendo a emancipação política e administrativa em 1992 através da Lei 9.588 de 20 de março de 1992. A instalação aconteceu dia 1º de janeiro de 1993. O município desmembrou-se dos municípios de , e Santo Cristo. Tem uma extensão de 112km2, localizando-se no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul banhado pelo Rio Uruguai a dista de 564 km da capital de . A economia do município de Porto Vera Cruz tem sua base na agricultura, pecuária e no comércio e está em desenvolvimento às agroindústrias, o artesanato, a pesca entre outros.

3.3 - Aspectos Culturais

Porto Vera Cruz é sem dúvida um dos municípios da região fronteira Noroeste que possuem grandes recursos para serem explorados pela atividade turística entre eles a corredeira do Roncador, corredeira do Chico Alferez, o paredão de pedras a Ilha dos Bugres e o ecoturismo. Os principais eventos que acontecem no município são a festa de Nossa Senhora dos Navegantes com procissão e passeio de lancha, promovida pela Igreja Católica com o apoio da Prefeitura Municipal. A semana do Município com a tradicional festa do Dourado e Feira Municipal promovida pela prefeitura municipal, onde neste ano de 2014 tivemos a 1ª Expo Porto. O rodeio crioulo e a semana farroupilha promovido 24 pelo piquete Chegada do Rio Grande com o apoio da Prefeitura Municipal. O jantar do peixe com preparo de vários pratos a base de peixe, promovido pela associação dos pescadores com apoio da Emater/ Ascar e Prefeitura Municipal, a semana farroupilha e a Festa das Frutas a festa das etnias, resgate das culturas aqui residentes como a italiana, alemã e polonesa.

3.4 - Aspectos Educacionais

Com a emancipação vieram as escolas num total de dezesseis escolas sendo uma na sede e quinze no interior, totalizando uma população de aproximadamente 3.400 habitantes.

Escolas Adquiridas com a emancipação.

Comunidade Nome da Escola Sede Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré Linha Lajeado Seco Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I Linha Borboleta Escola Estadual de Ensino Fundamental Boa Esperança Linha São José Escola Estadual de Ensino Fundamental São José Linha Jaçaroaba Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Inácio Linha Final Norte Escola Municipal de Ensino Fundamental General Rondon Linha Final Sul Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Réus Linha Final Sul Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Final Sul Linha Roncador Escola Estadual Roncador Linha Chico Alferez Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima Linha Barra do Bugre Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Inácio 25

Linha Lajeado Bugre Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Getúlio Vargas Linha Lajeado Bugre Escola Estadual de Ensino Fundamental Machado de Assis Linha Bom Fim Oeste Escola Municipal de Ensino Fundamental São Pedro Linha Seca Escola Estadual de Ensino Fundamental Santos Dumont

Com o crescente número de pessoas abandonando a zona rural e a diminuição do número de pessoas por família, com a seguinte diminuição da população rural, muitas dessas escolas foram desativadas.

4 - DIAGNÓSTICO

O município localiza se a uma altitude de 137 metros, possui uma área de 113,65 km. O censo de 2010 contava com a população de Porto Vera Cruz em 1.852 habitantes destes 446 residem na zona urbana e 1406 na zona rural, e a população estimada em 2013 de 1.797 habitantes. Contamos com cinco escolas, sendo uma de Educação Infantil com 39 alunos, três de Ensino Fundamental com 109 alunos e uma de Ensino Médio com 60 alunos. Contamos com 40 professores. O Município adere vários Programas com o Governo Estadual e Governo Federal como transporte escolar, merenda escolar do politécnico, PIM Primeira Infância Melhor. Fornecem transporte escolar para o EJA Ensino de Jovens e Adultos, ensino Técnico e Superior, oportunizando acesso á todos que querem estudar.

Escolas do Município e sua localização

Nome das Escolas Localização Escola Municipal de Educação Infantil Luz Sede do Saber Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Lajeado Bugre Presidente Getúlio Vargas 26

Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Lajeado Seco Dom Pedro I Escola Estadual de Ensino Fundamental Linha Roncador Roncador Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré Sede

4.1 - Educação Infantil

A Educação Infantil teve início em 1980 de forma informal, na Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré, mais tarde passou a funcionar nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental Roncador e São José. O atendimento em creches e pré-escola como direito social se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres, dos movimentos de trabalhadores, dos movimentos de redemocratização do país, além, evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da educação. Em 1994 foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação através dos pareceres de autorização nº1554/94 que autorizava a Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré e o parecer nº 953/94 que autorizava o funcionamento na Escola Estadual de Ensino Fundamental São José. A Escola Estadual de Ensino Fundamental conseguiu apenas no ano de 2005 autorização para o funcionamento da Educação Infantil, através do parecer nº438/2005. A Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre educação de crianças em espaços coletivos. As escolas tinham um bom espaço físico, mas o material didático e pedagógico era muito precário. Todas as professoras fizeram curso para trabalhar com essas crianças, tendo assim várias atividades e brincadeiras para atender essa faixa etária. O Objetivo da Educação Infantil contemplava a socialização da criança, facilitando e preparando para o processo de alfabetização. 27

A resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Na Escola Infantil são trabalhados a formação integral da criança nos aspectos: sócio-emocional, físico-motor e cognitivo, complementando a ação da família. Os professores possuem formação necessária estabelecida por Lei. Tem se mostrado prioritárias as discussões sobre como orientar o trabalho junto ás crianças de até três anos em creches e como assegurar práticas junto a crianças de quatro e cinco anos que prevejam formas de garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, estabelece as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional, da socialização e em conjunto com a família assegura a vivência da infância que, quando positiva, tende a reforçar, ao longo da vida, atitudes de autoconfiança, de cooperação, de solidariedade. As primeiras experiências são as que marcam profundamente, sendo que a educação Infantil inaugura a educação da pessoa. A educação das crianças de zero a cinco anos vem se tornando cada vez mais necessária, pois complementa ação da família e tem papel cada vez maior na formação integral da pessoa, no desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem e na elevação do nível da inteligência, mesmo porque ela é construída pela criança, a partir do nascimento, na interação social mediante a ação sobre os objetos, as circunstâncias e os fatos. A busca por uma educação infantil de qualidade exigirá das instituições a elaboração de uma proposta pedagógica com a consequente organização de espaços adequados e equipamentos conforme previstos na Legislação e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, definidas pelo Conselho de Educação e como determina o artigo 9, IV da LDB, complementadas pelas normas do sistema de ensino dos Estados e Municípios, que estabelecem os marcos para a elaboração das propostas pedagógicas para as crianças de 0 a 5 anos.

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Atualmente contamos com uma Escola Infantil e uma extensão. 39 Crianças são atendidas dentre zero á 5 anos e 11 meses.

Matrícula Inicial - Educação Infantil

Ano Alunos 2009 35 2010 44 2011 37 2012 36 2013 49 2014 39

4.2 - Ensino Fundamental

A Constituição Federal de 1988 garante direito ao Ensino Fundamental a todos os brasileiros, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria. Esse direito não se refere apenas á matrícula, mas ao ensino de qualidade, que culmine com o pleno domínio da leitura, da escrita, e do cálculo como meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar tanto social como politicamente. Qualificar o ensino deverá ser assim o principal objetivo a ser perseguido pelo município, garantindo não apenas o acesso, mas principalmente a condições necessárias ao educando, para que obtenha êxito, sem discriminação de qualquer natureza. O maior, nessa ótica, deverá valorizar um paradigma curricular que contemple a interdisciplinaridade e temas relacionados á realidade da comunidade, sem abdicar de temas transversais imprescindíveis ao desenvolvimento de cidadãos conscientes, sujeitos de sua própria história. A adoção de programas que objetivem a permanente qualificação dos professores, aliados a uma política salarial que contemple não apenas a satisfação das necessidades básicas, mas possibilite investimentos em sua própria formação e 29 atualização, deverá construir um comprometimento dos gestores e construir um argumento eficaz e decisivo na busca de uma efetiva qualidade no ensino. A necessidade de se buscar e destinar verbas para dotar as escolas da infraestrutura mínima necessária garantindo a suficiência de recursos materiais, com prioridade para conservação da área física e do mobiliário das escolas, a atualização e ampliação do acervo das bibliotecas, a qualificação da alimentação escolar, a instalação e adequação de equipamentos pedagógicos e de recursos e tecnologias de multimídia possibilitando o desenvolvimento de habilidades que encorajem o educando a enfrentar e dominar o novo mundo que se desenha. Para viabilizar a universalização do ensino e minimizar a evasão e a repetência, devem ser buscadas formas cada vez mais adequadas de promover a qualificação dos conhecimentos. A gradativa diminuição da população e a decorrente redução do número de alunos, provocada pelo êxodo e pela conscientização da população da necessidade de um planejamento familiar adequado, resultante da elevação do nível cultural, implica em minuciosos estudos envolvendo gestores e comunidade escolar, na busca da máxima racionalização do transporte escolar, sem prejuízo das garantias constitucionais e observada a infraestrutura disponível. Em derradeiro há que se considerar que em toda e qualquer ação priorizada por este Plano Municipal de Educação, deverá estar privilegiado o aluno em totalidade. Matrícula Inicial - Ensino Fundamental

Série/ano 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Total 2009 26 31 25 28 24 20 27 20 201 2010 19 25 24 31 20 23 20 24 186 2011 17 19 21 24 25 22 23 20 171 2012 20 16 20 22 25 30 18 19 170 2013 09 14 16 18 24 18 29 17 145 2014 14 07 16 14 14 16 16 24 121

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4.3 - Ensino Médio

A partir da emancipação política administrativa de Porto Vera Cruz, só existia Escolas de Ensino Fundamental. Os alunos que concluíam deslocavam-se a municípios vizinhos, principalmente para Porto Lucena e Santo Cristo. Em função disso formou-se comissão que iniciou estudos em relação á criação e implantação de uma escola de Ensino Médio. O Decreto nº 41.335 de 24 de janeiro de 2002 transforma e designa a Escola Estadual de Ensino Fundamental Tamandaré para Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré. O parecer nº 160 de março de 2004 autoriza o funcionamento do Ensino Médio na Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré. A Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré atualmente atende 60 alunos no Ensino Médio, sendo que 22 frequentam o 1º ano; 19 o 2º ano e 19 o 3º ano. Deste total, 48 provem da Zona Rural e 12 da Zona Urbana. Destes 28 são do sexo feminino e 32 do sexo masculino. No ano de 2013 tivemos um total de 70 alunos aprovados. A Escola formou até os dias de hoje 10 turmas, o que corresponde a um total de 216 alunos. Os professores que atuam no Ensino Médio em nosso município possuem a seguinte formação; 13 possuem Licenciatura concluída, 08 professores possuem curso de pós-graduação e 02 professores estão cursando a graduação. O Ensino Médio proposto neste plano deverá enfrentar o desafio de oferecer uma escola de qualidade a toda à demanda. Uma educação que propicie aprendizagem de competências de caráter geral forme pessoas mais aptas a assimilar mudanças, mais autônomas em suas escolhas, que respeitem as diferenças e superem a segmentação social.

4.4 - Ensino Médio Politécnico:

A reestruturação curricular do Ensino Médio foi implantada após debate com a comunidade escolar, que culminou com a Conferência Estadual do Ensino Médio e da 31

Educação Profissional, em dezembro de 2011. A iniciativa tem entre seus objetivos propiciar o desenvolvimento dos alunos, assegurando-lhes a formação comum indispensável ao exercício pleno da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores; qualificar o estudante enquanto cidadão, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico e a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática, nas práticas pedagógicas.

O Ensino Médio Politécnico articula as disciplinas a partir das áreas do conhecimento (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática e suas tecnologias).

No seminário Integrado os alunos desenvolvem atividades de pesquisa, colocando em prática os conhecimentos teóricos. A nova modalidade também busca preparar os jovens para a sua futura inserção no mundo do trabalho ou para a continuidade dos estudos no nível superior. O Ensino Médio Politécnico começou a ser implantado em 2012 para o 1º ano, em 2013 no 2º ano e em 2014 ao 3º ano.

4.5 - Ensino Superior

Em Porto Vera Cruz os cursos superiores procurados pelos alunos são variados como; direito, ciências contábeis, pedagogia, recursos humanos, serviço social, educação física, engenharia civil, matemática licenciatura, técnico em enfermagem, técnico em edificações, administração. Todos estes tem que se deslocar até a cidade de Santa Rosa diariamente. A Secretaria de Educação oferece ajuda com o transporte.

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4.6 - Educação Especial

Pela Constituição Federal, capítulo II. Seção I, art. 205 “ a educação. Direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. Por si este artigo já valeria para os deficientes. Além disso, o artigo 208, inciso III ressegura o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. A Lei Federal 7853/1989 dispõe sobre o apoio aos deficientes e sua integração social, definindo o preconceito como crime. Nesse sentido, nenhuma escola ou educação infantil pode recusar, sem justa causa, o acesso do deficiente á instituição. Mas nem sempre foi assim. Muito ao contrário: antigamente, os deficientes eram segregados, afastados de qualquer convívio social, pois sua diferença era vista como maldição, destino, marca de demônio e todo tipo de crendice. Afinal, o que era diferente era desconhecido e misterioso, e o desconhecimento era fonte de medo. Do medo ao preconceito é um pulo, daí a exclusão absoluta das “ pessoas diferentes”. Alguns desses fatos também foram observados no Município de Porto Vera Cruz. Por exemplo, pessoas portadoras de necessidades especiais, de fácil convívio eram colocadas nas escolas e as de difícil convívio social e as que possuíam dificuldades em se locomover, eram mantidas em casa. A partir do século XIX tempo de grandes descobertas no campo da Medicina, da Biologia e da Saúde, passou-se a estudar os deficientes de modo a procurar respostas para seus problemas. Assim começou o que se chama de segregação institucional. O deficiente era “tratado” como doente, em uma instituição. Excluídos da família e da sociedade, portadores de deficiências eram acolhidos em asilos de caráter religioso ou filantrópico, muitas vezes passando ali toda sua vida. Ao mesmo tempo, foram surgindo algumas escolas especiais e centros de reabilitação, pois a sociedade 33 começava a admitir que deficientes pudessem ser produtivos e felizes se recebessem tratamento adequado.

AEE – Atendimento Educacional Especializado

Hoje, temos a AEE sala de recursos na Escola Estadual de Ensino Médio Tamandaré, onde através de uma parceria Município e Estado, professora com formação atende os alunos da rede pública de ensino no turno inverso as aulas. Esse trabalho vem a sanar dificuldades existentes. O atendimento educacional especializado nas salas de recursos multifuncionais se caracteriza por ser uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. Portanto a Sala de Recursos Multifuncional é um espaço onde se faz possível que este atendimento aconteça, no qual, por meio do desenvolvimento de estratégias, métodos e metodologias haja um fazer pedagógico acessível que tenha como sentido norteador o eliminar barreiras, favorecer a construção do conhecimento pelo próprio indivíduo, despertando e descobrindo os principais meios facilitadores de aquisição do processo ensino aprendizagem, possibilitando que haja uma melhor e maior aproximação do ambiente escolar, do aluno e de sua família neste. Havendo um número significativo de alunos, que necessitam obter tal atendimento, sendo estes oriundos da rede de ensino público de nosso município, os quais apresentam situações de deficiências intelectual, visual e transtornos globais de desenvolvimento, que se encontram, com sua autoestima desorganizada, desmotivados para a aprendizagem e também muitas vezes à margem do meio familiar e social. Assim, através do Atendimento educacional especializado na Sala de Recursos Multifuncionais, a escola visa oferecer possibilidades de minimizar algumas situações implicadas no processo, estimulando a autonomia e o comprometimento destes alunos com sua vida escolar, oferecendo também subsídios, e possibilidades de progresso aos 34 educadores das sala de aula regulares para uma melhor prática pedagógica, tornando o ambiente escolar prazeroso, crítico e investigativo, oportunizando a construção e a aquisição do conhecimento e consequentemente envolvendo também o meio social em que o aluno está inserido, família e comunidade. O AEE (Atendimento Educacional Especializado), tem como objetivos: -Auxiliar os professores em busca de alternativas para realizar um bom trabalho aos alunos com necessidade educacionais especiais; -Atender individualmente os alunos com necessidade educacionais especiais para melhorar o seu desempenho em sala de aula; -Identificar as potencialidades de cada aluno; -Realizar um trabalho coletivo com todo grupo escolar para que se efetive a inclusão; -Produzir recursos pedagógicos considerando as necessidades específicas dos alunos; - Promover a aprendizagem, a comunicação e a convivência social. - Oferecer acessibilidade a todos os espaços, sejam eles físicos, sociais e ou culturais. - Oportunizar situações diferenciadas de aprendizagem, buscando ressignificar e até então sanar dificuldades encontradas pelos indivíduos no processo ensino aprendizagem, objetivando que os mesmos consigam atingir os objetivos propostos pela escola comum. - Realizar itinerância periódica com o profissional da sala de aula comum, para o oferecimento de suporte técnico, complementando ou suplementando o currículo oferecido ao aluno, utilizando procedimentos e materiais específicos. - Oportunizar a integração de todos os segmentos da comunidade escolar no processo, no acesso e no progresso do aluno com necessidades educacionais especiais, visando a inclusão destes. - Informar a comunidade escolar da legislação vigente e normas educacionais acerca da Inclusão. 35

- Preparar materiais específicos para o uso com os alunos da sala de recursos e também aos professores. - Orientar a elaboração de materiais didáticos e pedagógicos para o uso nas classes comuns. - Atender e oferecer recursos da tecnologia assistiva aos alunos com necessidades desta, bem como adequação de materiais e recursos. - Estabelecer um relacionamento com a família do aluno em atendimento na sala de recursos multifuncional, no qual esta sinta-se comprometida com o processo ensino aprendizagem, com o Sujeito e com a escola em que ele se encontra, para que haja uma verdadeira consciência da necessidade da construção de um sujeito realmente autônomo, crítico e cidadão atuante, aonde possa realmente estar atuante e protagonista de sua própria história de vida. - Articular com gestores e professores para a instituição de um Projeto Político e Pedagógico construído na coletividade dentro de uma perspectiva realmente inclusiva, que ofereça o direito a todos de estar na escola e na sociedade. Considerando que todos os indivíduos têm suas particularidades e singularidades, que o que devemos como educadores reconhecer e tornar como ponto de partida para o trabalho pedagógico são as competências tem-se no atendimento oferecido na sala de recursos a intenção de promover as habilidades a partir do que o aluno apresenta, não reafirmando a ineficiência, mas oportunizando que ele próprio nos indique o caminho a ser trilhado para que o sucesso na aquisição de conhecimento e na sua aprendizagem seja alcançado. Sendo o AEE oferecido prioritariamente na sala de recursos, de maneira individualizada ou em pequenos grupos em turno inverso o da escolarização regular, não sendo substitutivo, mas sim de apoio, suporte e complementação ao currículo, à escola comum, ao professor da sala de aula e à família, acontecendo de forma conjunta e contínua. O planejamento do trabalho a ser desenvolvido será individualizado, considerando as particularidades e especificidades de cada aluno, sendo compatíveis e 36 respeitando suas limitações, buscando sempre explorar e estimular o desenvolvimento das potencialidades e competências. Outro aspecto a ser considerado será o diálogo e a troca de informações entre os diversos segmentos que atravessam o aluno atendido, visando um trabalho criativo, lúdico, construtivo e que oportunize melhoras significativas, priorizando a inclusão deste no meio social. Objetivos e Metas: 1.Organizar, em parceria com as áreas de saúde e assistência, programas destinados a ampliar a oferta da estimulação precoce (interação educativa adequada) para as crianças com necessidades educacionais especiais, em Salas de Recurso. 2.Generalizar, em cinco anos, como parte dos programas de formação em serviço, a oferta de cursos sobre o atendimento básico a educandos especiais, para os professores em exercício na educação infantil e no ensino fundamental. 3. Garantir a generalização, em cinco anos, da aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em todas as instituições de educação infantil e do ensino fundamental, em parceria com a área de saúde, de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado às crianças especiais. 4. Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano, redimensionar conforme as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as classes especiais, salas de recursos e outras alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a favorecer e apoiar a integração dos educandos com necessidades especiais em classes comuns, fornecendo-lhes o apoio adicional de que precisam. 5. Generalizar, em dez anos, o atendimento de 100% dos alunos com necessidades especiais na educação infantil e no ensino fundamental, provendo, quando necessário, o transporte escolar.

4.7 - Educação de Jovens e Adultos 37

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino a jovens e adultos que não tiveram acesso á escolarização na idade própria ou cujos estudos não tiveram continuidade, com características adequadas ás necessidades e disponibilidade. A EJA tem compromisso com o aprofundamento do caráter humanista da escola pública. No relatório Delors (2012, p. 05) foram identificados quatro pilares educativos inspirados no processo de atualização do conceito de Educação de Jovens e Adultos: aprender a ser; aprender a conhecer; aprender a fazer; e aprender a conviver. A EJA é o reconhecimento do direito á Educação e o direito por toda vida. A EJA, primeiramente caracterizou-se por um modelo de suplência e de alfabetização eminentemente compensatório, na maioria das vezes com o único objetivo de preparar mão de obra para o mercado de trabalho. A educação básica do adulto começou a delimitar seu lugar na história da educação do Brasil a partir da década de 30. Nesse período a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma campanha nacional de massa, a Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947. No final da década de 50, as críticas á Campanha de Educação de Adultos dirigiam-se tanto ás suas deficiências administrativas e financeiras quanto a sua orientação pedagógica. Em 1961 foi criado o Ensino Supletivo através da Lei nº 4.024, onde as pessoas tiveram oportunidade de continuar seus estudos: para tanto precisavam ter idade mínima de 18 anos para fazer o ensino fundamental e 21 para frequentar o Ensino Médio. Frequentavam aulas e depois prestavam provas, habilitando-se ao certificado. Em 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que previa disseminação em todo o Brasil de programas de alfabetização, orientados por uma proposta elaborada por Paulo Freire. Durante a década de 70, o MOBRAL expandiu-se por todo território nacional, diversificando sua atuação. 38

Apesar dos educadores se esforçarem para orientar seus programas de educação básica de adultos, o MOBRAL foi extinto em 1985. Seu lugar foi ocupado pela Fundação Educar. A partir do ano de 1996, com a Lei 9.394, o ensino supletivo sofreu algumas alterações aos Jovens e Adultos que não estudaram na idade adequada e que tiveram idade de 15 e 18 anos, é oportunizada a possibilidade de prestar provas a nível regional, para obter o referido histórico escolar atestando a conclusão do Ensino Fundamental ou Médio, respectivamente. Com a extinção de a Fundação Educar, nos anos 90, criou-se um enorme vazio em termos de políticas para o setor. A partir de 1995, o MEC desenvolveu várias ações em parceria com os estados e municípios para aumentar a forma e qualidade da Educação de Jovens e Adultos. Com o MOBRAL dos anos, o Poder Público demonstra preocupação como índice de escolaridade de Jovens e Adultos. Como o MOBRAL dos anos, o Poder Público demonstra preocupação com o índice de escolaridade de Jovens e Adultos. Embora tenha havido progresso com relação ao número de analfabetos após os programas MOBRAL, MOVA, e ALFABETIZA RIO GRANDE, que tinham como objetivo erradicar o analfabetismo, ainda existe em nosso município. Um dos motivos da não alfabetização em época de idade escolar ou de interromper os estudos, era o de ajudar os pais na agricultura, pois havia um entendimento de que, para ser agricultor, não se precisava de estudo. Não havia transporte gratuito, os filhos de famílias de menor poder aquisitivo não tinham acesso á escola; na cidade, por certo período, não tinha escola de Ensino Fundamental gratuita. Atualmente a Secretaria de Educação e Cultura está trabalhando para organizar turmas para atender essa demanda junto a 17ª CRE. O quadro a seguir mostra índices de analfabetismo entre a população portoveracruzense, grupos de idade e sexo, considerando um universo de pessoas. Não 39 foram contabilizadas as pessoas com idade inferior a 15 anos, por considerar que estão na escola regular ou ainda não completaram 7 anos de idade.

Percentual de analfabetos por grupos de idade e sexo. Grupos por Homens Mulheres Total Percentual idade e sexo 15 a 25 anos 0 0 0 0% 25 a 35 anos 03 04 07 0,1% 35 a 45 anos 07 09 16 0,2% 45 a 55 anos 15 09 24 0.3% 55 anos ou 44 59 103 1,5% mais Total 69 81 150 2,21%

A seguir apresentamos o número de pessoas que frequentaram alguma ou mais de uma série inicial do ensino fundamental, sem tê-lo concluído. Percentual de habitantes que frequentam no máximo até a 4ª série do ensino fundamental. Na pesquisa realizada, verificou-se o pouco interesse em retornar a estudar, por parte das pessoas analfabetas, pois a maioria é de idade avançada, com problemas visuais, o difícil acesso e domínio do marido ou do responsável.

Grupos por Homens Mulheres Total Percentual idade e sexo 15 a 25 anos 04 02 06 0,08% 25 a 35 anos 28 21 49 0,6% 35 a 45 anos 78 61 139 2,04% 45 a 55 anos 105 115 220 3,2% 55 anos ou 308 375 683 10% mais Total 523 574 1097 15,92% 40

A educação básica de jovens e adultos é aquela que possibilita ao educando ler, escrever e compreender a língua nacional, o domínio dos símbolos e operações matemáticas básicas, dos conhecimentos essenciais das ciências sociais e naturais, o acesso aos meios de produção cultural entre os quais o lazer, a arte, a comunicação e o esporte. A EJA é destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Muitos já estão trabalhando, outros tantos estão querendo e precisando se colocar no mercado de trabalho e os que já trabalham em virtude do acelerado avanço científico tecnológico e o fenômeno da globalização necessita de formação continuada de jovens e adultos, para melhorar a qualidade de vida, ajuda-los a perceber e adaptar-se ás mudanças sociais, culturais e econômicas. A EJA é um novo tempo de se desenvolver e aprender onde é que o aluno supera e ultrapassa barreiras referentes ao conteúdo, as notas e aos professores, dando uma ideia de novo espaço escolar, onde é capaz de adquirir e construir novos conhecimentos, para aqueles que não tiveram oportunidade de estudar na idade própria. A EJA visa a educação como direito de todos. A mesma vem ao encontro da Lei maior, a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/94). Neste sentido o contexto cultural do aluno trabalhador deve ser a ponte entre o saber e o que a escola deve proporcionar. Que seja uma educação para todos, pública, gratuita, democrática, inclusiva e transformadora para todos os níveis de ensino, que prepare para vida e transforme sua realidade na construção da cidadania. A maioria das iniciativas no campo da EJA, não tem configurado um atendimento qualificativo satisfatório; precisamos reconhecê-la como uma modalidade educativa necessária e fundamental, com destinação de recursos e pessoal pelos poderes competentes, logrando status legal, estabelecendo programas que obtenham credibilidade social e respeito da opinião pública. 41

È necessário ter a garantia de infraestrutura adequada, salas e mobiliário, biblioteca, sala de informática, laboratório, material didático, área para esportes, professores habilitados. O saber se constrói nas relações do dia a dia, através d pesquisas, leituras, recortes de conhecimentos significativos para o educando. É preciso que a jornada de trabalho seja compatível com o horário escolar, para se ter a possibilidade de frequência nos cursos de atualização ou implantação de cursos para jovens e adultos no próprio local de trabalho. A Educação de Jovens e Adultos deve ser uma formação continuada até o ensino médio com profissionais habilitados. A sociedade precisa estabelecer políticas que possibilitem parcerias para o aproveitamento dos espaços ociosos existentes na comunidade, para a Educação de Jovens e Adultos. Para desenvolver um trabalho de alfabetização de jovens e adultos é importante que a alfabetização considere o educando enquanto sujeito que aprende a ler e a escrever produzindo, construindo seu próprio conhecimento sobre a leitura e a escrita. O momento nos exige, portanto, construção. O desafio para os educadores e participantes do EJA é fundamental as respostas com clareza conceitual, permitindo efetivo entendimento do contexto sócio cultural dos sujeitos da ação.

4.8 - Formação e Valorização dos Profissionais da Educação

“Educação é um processo de busca de identidade pessoal e de grupo”. Tal busca de identidade é o esforço da pessoa para tornar-se mais humana. Assim, num esforço educativo, todos os que participam, (pais, alunos, professores, especialistas em educação), ou instituições (círculo de Pai e mestres, entidades organizadas), devem estar sempre em busca de sua identidade, numa linha de crescimento constante. No ano de 2004, a Lei Municipal nº 612, estabelece o Plano de Carreira do Magistério Público do Município, institui o respectivo quadro de cargos. 42

Na época atual, em nosso município são frequentes as oportunidades para aperfeiçoamento de todos quantos participam do trabalho em educação. As condições do município são boas em termos de recursos humanos; além do esforço que a maior parte do magistério vem dedicando ao seu trabalho e ao aperfeiçoamento, conforme demonstra o quadro a seguir: Os quadros a seguir apresentam a situação da docência nos diferentes níveis e etapas do ensino, como também atividades ligadas á educação nas Escolas Municipais e estaduais do Município de Porto Vera Cruz.

Formação dos professores Atuação Nº de Ens. Ens. Ensino Ens. Ens. Especialização cargos Fund. Fund. Médio Superior Superior concluída Séries Séries em Concluído inic. fin. curso Ed. 05 02 01 02 Infantil Ens. 07 02 01 02 02 Fund. 1ª a 4ª Ens. 01 01 Fund. 5ª a 8ª

Ens. 01 01 Médio AEE Total 15

Formação dos Funcionários Atuação Nº de Ens. Ens. Ensino Ens. Ens. Especialização cargos Fund. Fund. Médio Superior Superior concluída Séries Séries em Concluído inic. fin. curso Func. 06 03 03 merenda 43

Func. 05 05 Limpeza Func. 02 02 Secretaria Func. 01 01 monitor total 14 03 08 02 01

A qualificação do pessoal docente é um dos desafios para o Poder Público Municipal no próximo decênio. A implementação de políticas públicas de formação continuada dos profissionais de educação é condição para forma de avanço em nossa sociedade. A melhoria da qualidade do ensino é indispensável para uma elevação do nível de vida, compromisso do município. Este compromisso, entretanto, não poderá ser cumprido sem a valorização do magistério, que exerce um papel decisivo no processo educacional.

4.9 - Financiamento e Gestão

A educação escolar dos filhos sempre foi uma das grandes preocupações que os imigrantes que vieram para o nosso município trouxeram consigo. No início o próprio povo construía sua escola sem a ajuda do poder público, que ficava distante, e até era interessante ao poder público de então que o povo não possuísse instrução para que servisse de massa de manobra dos politiqueiros. A construção do prédio escolar era realizada pelos membros da comunidade. A escola era comunitária e o professor era mantido com pagamentos mensais de pais dos alunos. Enquanto Escola Comunitária não se conhecia a figura do diretor de escola, apenas o professor regente. Este era escolhido pelos pais e líderes da comunidade e muitas vezes eram trazidas de outras cidades. 44

Mais tarde a escola passa a pertencer ao município e surge o diretor de escola. Na década de 80 o transporte escolar passou a ser gratuito, assim também os livros que vinham para as escolas, pelo FAE. As Escolas Municipais de Porto Vera Cruz, atualmente, são mantidas pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Nesta secretaria trabalham uma Secretária, dois diretores e dois funcionários. A seguir, destacamos alguns dados referentes á aplicação das verbas destinadas a educação: Quadro de Orçamento Municipal, em percentual, dos gastos em Educação nos últimos cinco anos. 2009 29,06% 2010 27,80% 2011 26,24% 2012 27.94% 2013 28,39%

Nº de pessoas lotadas na Secretaria Municipal de Educação de Porto Vera Cruz que se enquadram nas despesas com pessoal;

Professores Ativos: 12 Professores Inativos: 04 ( pagos pelo FAS) Diretor de Cultura, Desporto e Turismo: 01 Diretora de Transporte Escolar: 01 Estatutária: 01 Serviços Gerais: 04 Motoristas: 06

Quadro de níveis e vencimento básico dos professores e funcionários lotados na Educação:

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Professores 22 horas:

Nível Vencimento básico Nº de professores e funcionários Professor - 1 R$ 1.412,32 02 Professor – 2 Professor - 3 R$ 1.519,68 01

Professores 25 horas:

Nível Vencimento básico Nº de professores e funcionários Professor - 1 R$ 1.412,32 03 Professor – 2 R$ 1.630,59 02 Professor - 3 R$ 1.887,38 03

Professores Inativos

Nível Vencimento básico Nº de professores e funcionários Professor R$ 1.412,32 01 Professor R$ 1.633,33 01 Professor R$ 1.398,29 01 Professor R$ 1.038,78 01

Secretaria

Nível Vencimento básico Nº de funcionários Secretária R$ 4.576,68 01 Diretores CC5 R$ 2.619,71 02 Estatutária R$ 1.772,19 01

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Motoristas

Nível Vencimento básico Nº de funcionários Motorista 5B R$ 1.229,85 02 Motoristas 5D R$ 1.355,90 04

Serviços Gerais

Nível Vencimento básico Nº de funcionários Serv. Gerais 3 A R$ 841,64 01 Professor – 2B R$ 800,88 02 Professor – 2D R$ 882,96 01

O recurso destinado á educação provém de impostos Municipais, Estaduais e União, mais os convênios estabelecidos. A Secretária Municipal de Educação é indicada pela Prefeita Municipal. Tem a seu encargo administrar as condições básicas da oferta e do funcionamento de ensino básico do município. Em nosso município temos 03 Escolas Municipais em atividades e 02 Escolas estaduais, administradas por um diretor ou diretora. As diretoras das escolas Municipais são cargos de confiança da Prefeita Municipal e recebem uma GD (Gratificação de Direção) que é estabelecido no Plano de Carreira do Magistério Público Municipal.

Quadro dos valores atuais da Gratificação de Diretores – GD recebida pelos diretores das escolas municipais. 2013 1 Diretora R$ 356,24 2014 1 Diretora R$ 385,14

O processo de escolha de diretor de escola necessita ser aperfeiçoado, passando a ser um direito de toda a comunidade escolar, ou seja, todos os pais, alunos, professores e funcionários poder juntos decidir sobre o futuro da escola, já que a direção tem a 47 função de conduzir a escola. Igualmente entendemos que a GD deve ter seu valor aumentado gradativamente, dentro das possibilidades financeiras da prefeitura. A manutenção das Escolas Municipais está a cargo da Prefeitura Municipal com o apoio do Círculo de Pais e Mestres das mesmas. Enquanto que para as Escolas Estaduais existe um repasse mensal para a manutenção e outro para a compra de material permanente, nas Escolas Municipais o material de expediente, limpeza ou pequenas melhorias e aquisição de material permanente é solicitado diretamente á SMEC, que analisa as solicitações e verifica a possibilidade de disponibilizar os recursos para as mesmas. Um dos problemas é a falta de recursos humanos, de pessoal em número suficiente para o funcionamento normal das Escolas, principalmente no setor de coordenação pedagógica. Outros problemas são a falta de pessoal qualificado para trabalhar com as novas tecnologias, como a informática, e a falta de um Plano de carreira para os funcionários de escola. A merenda escolar é municipalizada, o cardápio mensal é elaborado por uma nutricionista, que acompanha todos os processos de compra a entrega dos produtos e orienta as merendeiras. O município vem alcançando as metas propostas pelo Governo Federal na aquisição de gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar. Ao final da década de 90, o poder público passou a fornecer material de higiene, limpeza e de uso na secretaria e salas de aula, que ainda não eram suficientes, mas já facilitava a realização das atividades diárias. Quase no final da década de 90 surge o PDDE, programa do Governo federal que também repassa recursos aos educandários para a sua manutenção. Este programa é realizado e tem importância fundamental para o bom funcionamento das escolas. As escolas municipais possuem computadores instalados na Secretaria das Escolas, para uso dos professores. Somente uma das escolas possui a rede Internet. Devido ao nosso relevo acidentado a internet não é viabilizada a todos os cantos do município.

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4.10 - Acompanhamento e Avaliação do Plano

O Plano Municipal de Educação deve ser assumido como um compromisso da comunidade Porto Vera cruzense para consigo mesma. Esta deverá acompanhar as ações durante a execução do Plano, atenta as metas e estratégias estabelecidas, ancoradas na realidade, nas diretrizes e prioridades elencadas durante a construção do mesmo. Cabe a Secretaria Municipal de Educação e Cultura coordenar a implementação do Plano. Cabe-lhe também ficar atenta á adaptações e medidas corretivas que se façam necessárias durante a vigência do mesmo. Sendo o Plano Municipal de Educação uma proposta a ser executada ao longo de dez anos e reconhecendo a dificuldade de se determinar a quem cabe a execução, acompanhamento, controle/avaliação do mesmo devido a rotatividade de responsabilidades das pessoas, entende-se que ações previstas no Plano devam ser coordenadas pela equipe em atuação na Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Á essa equipe também cabe verificar periodicamente o cumprimento das metas estabelecidas e o ordenamento das metas para que o proposto Plano possa ser realizado no tempo previsto. Com o atendimento de que este plano Decenal é uma importante ferramenta de orientação das ações da SMEC, cada secretário que assumir a referida secretaria organiza, com sua equipe, um instrumento que contém os registros do acompanhamento da execução das metas e estratégias previstas. Os conselhos adstritos á SMEC também participam das avaliações periódicas do Plano, bem como os representantes da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Vereadores.

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5- Bibliografia

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.

Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil/

Secretaria de educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.

Educação Integral/Educação Integrada e(m0 tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira – Mapeamento das experiências de jornada escolar ampliada no Brasil: estudo qualitativo. – Brasília, 2014.

Freire, Paulo; Fagundez, Antonio, Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

Delors, Jacques; “Educação: Um Tesouro a Descobrir”. Editora Cortez 7ª edição, 2012.

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6- PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PORTO VERA CRUZ 2015-2024

Meta 1 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% população de até 3 anos.

Estratégias: 1.1) Definir, em regime de colaboração entre a União, o Estado e o Município, metas de expansão das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade compatível com as peculiaridades locais. 1.2) Reestruturar e adquirir equipamentos para a rede escolar pública de educação infantil, voltado à expansão e à melhoria da rede física para o atendimento desta faixa etária, por meio de regime de colaboração com a União, o Estado e o Município. 1.3) Avaliar a educação infantil com base em instrumentos nacionais, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal e os recursos pedagógicos e de acessibilidade empregados na creche e na pré-escola. 1.4) Fomentar a formação inicial e continuada de profissionais do magistério para a educação infantil. 1.5) Estimular a articulação entre programas de pós-graduação lato e stricto sensu e cursos de formação de professores para a educação infantil, de modo a garantir a construção de currículos capazes de incorporar os avanços das ciências no atendimento da população de 4 e 5 anos. 1.6) Respeitar a opção dos povos indígenas quanto à oferta de educação infantil, por meio de mecanismos de consulta prévia e informada. 1.7) Fomentar o acesso à educação infantil e a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos educandos com deficiência, transtornos globais do 51 desenvolvimento e altas habilidades ou super dotação, assegurando a transversalidade da educação especial na educação infantil.

Meta 2 Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade.

Estratégias: 2.1) Fomentar a estruturação do ensino fundamental de nove anos com foco na organização de ciclo de alfabetização com duração de três anos, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano. 2.2) Aplicar exame periódico específico para aferir a alfabetização das crianças. 2.3) Construir e desenvolver propostas educacionais para alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados no município. 2.4) Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógicas nos sistemas de ensino que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade.

Meta 3 Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos.

Estratégias: 3.1) Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do ensino fundamental em sistema de colaboração entre os órgãos competentes, as escolas e as famílias. 3.2) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola por parte dos beneficiários de programas de transferência de renda, 52 identificando motivos de ausência e baixa frequência e garantir, em regime de colaboração, a frequência e o apoio à aprendizagem. 3.3) Promover a busca ativa de crianças fora da escola, em parceria com as áreas de assistência social e saúde. 3.4) Buscar junto ao programa nacional de transporte escolar a aquisição de veículos para transporte dos estudantes do campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veículos escolares, reduzir a evasão escolar da educação do campo. 3.5) Garantir o transporte intracampo, cabendo ao órgão municipal responsável pelo transporte escolar a redução do tempo dos estudantes em deslocamento considerados os horários de início e término das atividades letivas e a otimização do uso do transporte escolar. 3.6) Estimular a produção de material didático e a formação de professores para a educação do campo, sem agrupamento de turmas em sistema de multisseriação. 3.7) Desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, em prol da educação do campo e da educação indígena. 3.8) Disciplinar a organização do trabalho pedagógico incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a realidade local e com as condições climáticas da região. 3.9) Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudante nas escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação. 3.10) Definir, até dezembro de 2014, expectativas de aprendizagem para todos os anos do ensino fundamental de maneira a assegurar a formação básica comum, reconhecendo a especificidade da infância e da adolescência, os novos saberes e os tempos escolares no contexto local. 53

3.11) Desenvolver sistema de avaliação em regime de colaboração com o sistema de ensino ao qual o município está vinculado ou ainda com Instituições de Ensino Superior.

Meta 4 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2023, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.

Estratégias: 4.1) Promover a diversificação curricular do ensino médio, em regime de parceria e colaboração com órgãos e instituições públicas e privadas vinculadas à educação, a fim de incentivar abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática. 4.2) Manter ações de correção de fluxo do ensino fundamental por meio do acompanhamento individualizado do estudante com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade. 4.3) Fomentar a expansão das matrículas de ensino médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades da população local. 4.4) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola por parte dos beneficiários de programas de assistência social e transferência de renda, identificando motivos de ausência e baixa frequência e garantir, em regime de colaboração, a frequência e o apoio à aprendizagem. 4.5) Promover a busca ativa da população de 15 a 17 anos fora da escola, em parceria com as áreas da assistência social e da saúde. 54

4.6) Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão em regime de colaboração com os órgãos competentes e comunidade em geral. 4.7) Fomentar programas de educação de jovens e adultos para a população urbana e do campo na faixa etária de 15 a 17 anos, com qualificação social e profissional para jovens que estejam fora da escola e com defasagem idade série. 4.8) Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudante nas escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação nas escolas da rede pública de ensino médio.

Meta 5 Oferecer educação em tempo integral em 25% das escolas públicas de educação básica.

Estratégias: 5.1) Construir uma Escola Polo na qual, gradativamente, far-se-á, atendimento em tempo integral. 5.2) Implementar, gradativamente, a oferta da educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e interdisciplinares, de forma que o tempo de permanência de crianças e adolescentes na escola ou sob sua responsabilidade passe a ser igual ou superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, buscando atender a pelo menos metade dos alunos matriculados na(a) escola(s) que faz a oferta. 5.3) Aderir ao programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como de produção de 55 material didático e de formação de recursos humanos para a educação em tempo integral. 5.4) Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros e cinema. 5.5) Estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de estudantes matriculados nas escolas da rede pública de educação básica por parte das entidades privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino.

Meta 6 Elevar a taxa de alfabetização da população maior de 18 anos até 2020 e reduzir a atual taxa de analfabetismo funcional e absoluto. (17,7%)

Estratégias: 6.1) Fazer levantamento da população analfabeta absoluta e funcional até julho de 2015. 6.2) Divulgar a possibilidade de oferta de turma de alfabetização junto aos Grupos de Terceira Idade. 6.3) Ofertar turma de alfabetização, por meio de Programa de Alfabetização Federal e/ou Estadual.

Meta 7

Fomentar a oferta ou o acesso de jovens e adultos que não concluíram o EF e o EM à propostas de educação de jovens e adultos.

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Estratégias: 7.1) Fazer levantamento da população adulta que não conclui o Ensino Fundamental até julho de 2015. 7.2) Realizar estudo quanto à viabilidade de oferta de EJA até 2016. 7.3) Não havendo oferta no município, incentivar e oportunizar aos jovens e adultos acesso à educação de jovens e adultos em municípios da região.

Meta 8 Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super dotação na rede regular de ensino.

Estratégias: 8.1) Contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular. 8.2) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado complementar, nas escolas urbanas e rurais. 8.3) Ampliar a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos estudantes matriculados na rede pública de ensino regular. 8.4) Manter acesso a programa nacional de acessibilidade para as escolas públicas no que refere à adequação arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de material didático acessível e recursos de tecnologia assistiva, e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. 57

8.5) Fomentar a educação inclusiva, promovendo a articulação entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado complementar ofertado em salas de recursos multifuncionais. 8.6) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos beneficiários do benefício de prestação continuada, de maneira a garantir a ampliação do atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública regular de ensino.

Meta 9 Viabilizar a oferta de vagas de qualificação profissional e de educação profissional técnica de nível médio, no município de Porto Vera Cruz.

Estratégias: 9.1) Estabelecer regime de colaboração com o estado e instituições que ofertam qualificação profissional. 9.2) Implantar um Pólo Presencial de oferta de Educação Profissional a Distância – Etec.

Meta 10 Reformular, até o fim de 2015, o Plano de Carreira para Profissionais do Magistério Público Municipal, adequando-o à legislação vigente, de forma a valorizar a função do docente.

Meta 11 Reavaliar, junto à Administração Municipal, a cada 2 (dois) anos, o Plano de Carreira para Profissionais do Magistério Público Municipal.

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