SUMÁRIO

1. CONTEXTO DO PROJETO ...... 20 1.1. Identificação do Empreendedor...... 22 1.1.1. Nome, Razão Social e Endereço ...... 22 1.1.2. CNPJ ...... 22 1.1.3. Representante Legal e Endereço Eletrônico ...... 22 1.2. Caracterização Geral do Empreendimento ...... 22 1.2.1. Nome do Empreendimento ...... 22 1.2.2. Área Total da Gleba ...... 23 1.2.3. Área a ser Parcelada ...... 23 1.2.4. Localização Geográfica e Acessos Gerais ...... 23 1.2.5. População Final Estimada ...... 24 1.2.6. Número de Unidades Imobiliárias Projetadas ...... 24 1.2.7. Cadeia Dominial de Propriedade do Imóvel ...... 25 1.2.8. Compatibilização com o Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT ...... 27 1.2.9. Justificativa Urbanística da Localização ...... 29 1.2.10. Justificativa Ambiental da Localização ...... 30 1.3. Aspectos Metodológicos ...... 31 1.4. Informações de Outros Empreendimentos na Área de Influência do Bairro Crixá ...... 33 2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ...... 35 2.1. Meio Físico ...... 35 2.1.1. Áreas de Influência ...... 35 2.1.2. Geologia ...... 37 2.1.3. Geomorfologia ...... 42 2.1.4. Hidrogeologia ...... 45 2.1.5. Pedologia ...... 58 2.1.6. Declividade e Altimetria ...... 62 2.1.7. Geotecnia ...... 63 2.1.8. Riscos ...... 66 2.1.9. Áreas Degradadas ...... 73 2.1.10. Hidrografia, Usos da Água, Qualidade e Vazões ...... 74 2.1.11. Grotas ou Canais Naturais de Escoamento Intermitente ...... 114

1 2.2. Meio Biótico ...... 114 2.2.1. Áreas de Influência ...... 114 2.2.2. Flora ...... 116 2.2.3. Fauna ...... 153 2.2.4. Áreas Especialmente Protegidas ...... 226 2.3. Meio Antrópico ...... 229 2.3.1. Áreas de Influência ...... 229 2.3.2. Método ...... 230 2.3.3. Caracterização das Áreas de Influência Direta e Indireta ...... 233 2.3.4. Equipamentos Públicos – EP ...... 249 2.3.5. Considerações ...... 279 2.3.6. Uso e Ocupação do Solo ...... 281 2.3.7. Estudo de Tráfego ...... 283 2.4. Cartografia ...... 283 3. ALTERNATIVAS PARA O BAIRRO CRIXÁ ...... 284 3.1. Urbanismo ...... 284 3.1.1. Avaliação do Plano de Ocupação Urbana ...... 284 3.1.2. Do Quadro de Usos e Atividades ...... 305 3.1.3. Do Quadro de Equipamentos ...... 305 3.2. Infraestrutura ...... 307 3.2.1. Abastecimento de Água ...... 307 3.2.2. Esgotamento Sanitário...... 320 3.2.3. Drenagem de Águas Pluviais ...... 332 3.2.4. Resíduos Sólidos ...... 340 3.2.5. Energia Elétrica ...... 342 3.2.6. Demais Consultas Realizadas ...... 345 3.2.7. Demais Exigências Legais (Consultas) ...... 348 3.3. Legislação Ambiental e de Ordenamento Territorial ...... 349 4. PROGNÓSTICO AMBIENTAL ...... 359 4.1. Método ...... 359 4.2. Fase de Planejamento ...... 360 4.2.1. Impactos sobre a Estrutura Urbana ...... 360 4.2.2. Impactos sobre o Uso e Ocupação do Solo ...... 361 4.2.3. Impactos sobre a Valorização das Terras ...... 362

2 4.3. Fase de Instalação ...... 362 4.3.1. Impactos sobre o Meio Físico ...... 362 4.3.2. Impactos sobre o Meio Biótico ...... 365 4.3.3. Impactos sobre o Meio Socioeconômico ...... 367 4.4. Fase de Ocupação ...... 368 4.4.1. Impactos sobre o Meio Físico ...... 368 4.4.2. Impactos sobre o Meio Biótico ...... 370 4.4.3. Impactos sobre o Meio Socioeconômico ...... 372 4.5. Quadro Síntese ...... 373 5. MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL ...... 385 5.1. Fase de Planejamento ...... 385 5.1.1. Medidas Preventivas ...... 385 5.1.2. Medida Corretiva ...... 385 5.1.3. Medidas Mitigadoras ...... 385 5.1.4. Medida Compensatória ...... 385 5.2. Fase de Instalação ...... 385 5.2.1. Medidas Preventivas ...... 385 5.2.2. Medidas Corretivas ...... 386 5.2.3. Medidas Mitigadoras ...... 387 5.2.4. Medida Compensatória ...... 389 5.3. Fase de Operação ...... 389 5.3.1. Medidas Preventivas ...... 389 5.3.2. Medidas Corretivas ...... 390 5.3.3. Medidas Mitigadoras ...... 390 5.3.4. Medidas Compensatórias ...... 391 6. PLANO BÁSICO AMBIENTAL – PBA ...... 392 6.1. Programa de Recursos Hídricos ...... 392 6.2. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos ...... 393 6.3. Programa de Educação Ambiental ...... 394 6.4. Programa de Vigilância Sanitária Ambiental (Zoonose) ...... 395 7. CONCLUSÕES ...... 396 8. BIBLIOGRAFIA ...... 398 9. EQUIPE TÉCNICA...... 422

3 LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Plano de uso e ocupação com as dimensões da área a ser parcelada no Bairro Crixá...... 23 Quadro 2: Distribuição das unidades imobiliárias planejada para o bairro Crixá...... 24 Quadro 3: Unidade geológica que abrange a AID...... 39 Quadro 4: Caracterização dos sistemas de aquíferos do domínio poroso no Distrito Federal e entorno...... 46 Quadro 5: Caracterização simplificada dos 3 sistemas do domínio poroso na AII do bairro Crixá...... 47 Quadro 6: Classificação dos sistemas e subsistemas aquíferos do domínio fraturado na AID...... 47 Quadro 7: Caracterização simplificada dos 3 sistemas do domínio poroso na AID do bairro Crixá...... 48 Quadro 8: Classificação dos sistemas e subsistemas aquíferos do domínio fraturado na AID...... 49 Quadro 9: Classificação de magnitudes da condutividade hidráulica...... 54 Quadro 10: Valores calculados de coeficiente hidráulico superficial (Kv), nos ensaios utilizando o método dos anéis concêntricos e suas localizações...... 54 Quadro 11: Valores calculados de coeficiente hidráulico (Kv), pelo método open end hole...... 55 Quadro 12: Classes de solos identificadas na AII...... 58 Quadro 13: Classes de solos identificadas na AID...... 59 Quadro 14: Pesos referentes aos usos de solo existentes na ADA...... 68 Quadro 15: Pesos relativos aos tipos de solo existentes na ADA...... 69 Quadro 16: Pesos distribuídos às classes de declividade existentes na ADA...... 69 Quadro 17: Tabulação gerada a partir do cruzamento dos pesos, classes e seus temas...... 70 Quadro 18: Representação das áreas e porcentagens de cada classe de susceptibilidade à erosão ...... 70 Quadro 19: Usos da água, superficial e subterrâneo, identificados na AII...... 76 Quadro 20: Coordenadas dos pontos de coleta das amostras de águas superficiais...... 77 Quadro 21: Resultados obtidos para o parâmetro pH...... 81 Quadro 22: Resultados obtidos para o parâmetro fósforo total...... 83 Quadro 23: Resultados obtidos para o parâmetro Turbidez...... 84 Quadro 24: Resultados obtidos para o parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais...... 86 Quadro 25: Resultados obtidos para o parâmetro Cor Aparente...... 87 Quadro 26: Resultados obtidos para o parâmetro DBO...... 89 Quadro 27: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrogênio Amoniacal...... 91 Quadro 28: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrato...... 92 Quadro 29: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrito...... 94 Quadro 30: Resultados obtidos para o parâmetro OD...... 95 Quadro 31: Resultados obtidos para o parâmetro Coliformes Totais...... 97 Quadro 32: Resultados obtidos para o parâmetro Coliformes Termotolerantes (E. coli)...... 99 Quadro 33: Dados fisiográficos do ribeirão Papuda...... 109

4 Quadro 34: Valores médios de CN e parcela média impermeável por bacia de contribuição no cenário de pré- desenvolvimento...... 109 Quadro 35: Valores médios de CN e parcela média impermeável por bacia de contribuição no cenário atual (acrescido do bairro Crixá)...... 110 Quadro 36: Vazões mínimas e médias de longo período...... 111 Quadro 37: Resultados das simulações no HEC-HMS...... 113 Quadro 38: Classes de uso solo na ADA do bairro Crixá...... 118 Quadro 39: Lista das espécies identificada no Inventário Florestal do bairro Crixá...... 124 Quadro 40: Riqueza, Fitossociologia (d e g) e diversidade (h’ e j’) de estudos da vegetação do cerrado sensu stricto em algumas Unidades de Conservação do Distrito Federal. H’ = Índice de Shannon; J’ = Índice de Pielou; Sp = Número de espécies; D = Densidade; G = Área basal...... 126 Quadro 41: Nome científico das espécies arbóreas registradas na ADA e seus parâmetros fitossociológicos. Onde: DA = Densidade absoluta; DR = Densidade relativa; FA = Frequência absoluta; FR = Frequência relativa; DoA = Dominância absoluta; DoR = Dominância relativa; IVI = Índice de Valor de Importância; e * = Espécie tombada pelo Decreto Distrital nº 14.783/1993...... 128 Quadro 42: Quadro descritivo com as principais informações e estimativa estatística da amostragem realizada...... 129 Quadro 43: Lista das espécies identificadas no Inventário Florestal do bairro Crixá...... 131 Quadro 44: Riqueza, Fitossociologia (d e g) e diversidade (h’ e j’) de estudos da vegetação do cerrado sensu stricto em algumas Unidades de Conservação do Distrito Federal. H’ = Índice de Shannon; J’ = Índice de Pielou; Sp = Número de espécies; D = Densidade; G = Área basal...... 134 Quadro 45: Nome científico das espécies arbóreas registradas no estudo, e seus parâmetros fitossociológicos. Onde: DA = Densidade absoluta; DR = Densidade relativa; FA = Frequência absoluta; FR = Frequência relativa; DoA = Dominância absoluta; DoR = Dominância relativa; IVI = Índice de Valor de Importância; e * = Espécie tombada pelo Decreto Distrital nº14.783/93...... 135 Quadro 46: Quadro descritivo com principais informações e estimativa estatística da amostragem realizada. ... 137 Quadro 47: Composição florística, quantidades e respectivos volumes, por espécie, encontrados no levantamento florestal (censo)...... 139 Quadro 48: Composição florística encontrada no levantamento florestal (censo)...... 143 Quadro 49: Frequência das espécies encontradas nos remanescentes de cerradão na ADA do bairro Crixá. (FA=Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa)...... 147 Quadro 50: Quadro com a distribuição do volume por estrato...... 151 Quadro 51: Quadro relativo à Compensação Florestal no Distrito Federal...... 152 Quadro 52: Coordenadas planimétricas situadas no interior dos sítios amostrais da fauna na ADA...... 154 Quadro 53: Espécies de Isoptera em área de pastagem do Distrito Federal (Zerbini, 2011)...... 157 Quadro 54: Lista de espécies de formigas de solo relatadas para áreas de Cerrado do Distrito Federal...... 159 Quadro 55: Espécies de insetos vetores de doenças na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu...... 164

5 Quadro 56: Táxons da entomofauna da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu...... 167 Quadro 57: Lista de insetos aquáticos nos cursos d’água da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu...... 174 Quadro 58: Lista de espécies encontradas no médio e baixo rio São Bartolomeu...... 181 Quadro 59: Espécies da herpetofauna de ocorrência comprovada na ADA do bairro Crixá. Legenda – Ambiente: A = Aberto, F = Florestal, T = Antropizado; Habito: (ter) terrícola, (arb) arborícola, (ant) antropizado; Relação Homem: (alo) Aloantrópico, (per) Periantrópico, (sin) Sinantrópico; Status de Ameaça: IUCN: (LC) Pouco preocupante; Ocorrência: (EX) espécie exótica; e Sítios Amostrais: (s1) sítio 1, (s2) sítio 2 e (s3) sítio 3...... 187 Quadro 60: Espécies da Herpetofauna de provável ocorrência no bairro Crixá. Legenda: (*) espécie rara; Status de Ameaça: IUCN: (DD) Data deficiente, (LC) Pouco Ameaçado, (LR/nt) Baixo Risco / Quase Vulnerável, (LR/lc) Baixo Risco / Pouco Ameaçado, (VUL) Vulnerável; CITES: (II) presente no apêndice II; Ocorrência: (Ce) Endêmica do Cerrado, (BR) Endêmica do Brasil, e (EX) Espécie exótica...... 188 Quadro 61: Espécies restritas ao território brasileiro, endêmicas do Cerrado, típicas da Mata Atlântica, típicas da Amazônia e ameaçadas de extinção, presentes na atual lista de aves da EEJBB. Legenda: (IUCN, 2013 = NT – Near Threatened; VU – Vulnerable; EM – Endangered; MMA, 2008 = VU – Vulnerável; EM – Em Perigo). .. 197 Quadro 62: Lista de espécies de aves de ocorrência confirmada para as Áreas de Influência do bairro Crixá. Legenda: Status – (R) residente, (MIG) migratória, (AT) típica da Mata Atlântica, (AM) típica da Floresta Amazônica, (EC) endêmica do Cerrado, (RB) restrita ao território brasileiro; I.Ecol (Importância Ecológica) – (PR) predadora, (DI) dispersora, (PO) polinizadora; I.Econ (Importância Econômica) – (CIN) cinegética, (TR) visada pelo tráfico; Ambien. (Ambientes) – (C) ambientes abertos de cerrado, (F) ambientes florestais, (A) ambientes aquáticos, (T) ambientes urbanos; Dieta – (ON) onívora, (IN) insetívora, (NE) necrófaga, (GR) granívora, (FR) frugívora, (NE) nectarívoras, (CA) carnívora...... 200 Quadro 63: Lista de mamíferos para a região do empreendimento. Legenda: Habitat: AA: Áreas Alagadas; BM: Bordas de Mata; CA: Cavernas; CC: Campo Cerrado; CD: Cerrado Denso; CE: Cerradão; CL: Campo Limpo; CR: Campo Rupestre; CS: Campo Sujo; CT: Cerrado típico; CU: Campo Limpo Úmido; FC: Formações campestres; FF: Formações Florestais; MC: Mata Ciliar; MD: Matas Semidecíduas; MG: Mata de Galeria; MM: Matas Mesofídicas; MS: Mata Seca; Vereda. Status: VU: vulnerável; CR: Criticamente em Perigo; EM: Em Perigo; DD: Dados insuficientes; LC: Segura ou pouco preocupante. Endemismo: C: Endêmicas do Cerrado. Registro: E: entrevista; VE: Vestígios; VI: Visualização; VO: Vocalização...... 213 Quadro 64: Forma de ocorrência do surto de Hantavirose no Distrito Federal em 2004...... 224 Quadro 65: Unidades de conservação situadas no raio de 3.000 metros da ADA do bairro Crixá...... 226 Quadro 66: População do Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião (AID) e Brasília (AII), em 2011...... 236 Quadro 67: Índice de Desenvolvimento Humano do Distrito Federal e das 4 Regiões Administrativas que compõem as AID e AII...... 237 Quadro 68: Densidade Demográfica das 4 Regiões Administrativas que compõem as AID e AII...... 238 Quadro 69: População residente por gênero – PDAD 2011...... 239 Quadro 70: População residente por grupo de idade – PDAD 2011...... 239 Quadro 71: Chefes do domicílio por gênero – 2011...... 240

6 Quadro 72: População residente por grau de instrução – 2011...... 241 Quadro 73: População residente por atividade principal, segundo os setores – 2011...... 242 Quadro 74: Os três setores mais empregadores por Regiões Administrativas – Distrito Federal – 2008...... 243 Quadro 75: população ocupada segundo a Região Administrativa de trabalho – 2011...... 244 Quadro 76: Empresas industriais, segundo Regiões Administrativas – Ano 2010...... 245 Quadro 77: Renda bruta média mensal domiciliar e per capita – 2011...... 245 Quadro 78: Distribuição dos Domicílios por Classe de Renda Bruta Mensal – 2004...... 246 Quadro 79: Índice de Gini das RA, Distrito Federal e Brasil (2004 e 2012)...... 247 Quadro 80: Distribuição dos domicílios (%). Serviços de infraestrutura urbana – 2011...... 247 Quadro 81: Distribuição dos domicílios (%) contemplados com outros serviços de infraestrutura urbana – 2011...... 248 Quadro 82: Linhas de ônibus que atendem a RA de São Sebastião...... 252 Quadro 83: EPC previstos no Plano de Uso e Ocupação do bairro Crixá...... 254 Quadro 84: Infraestrutura básica para abastecimento de água...... 255 Quadro 85: Infraestrutura básica para esgotamento sanitário...... 258 Quadro 86: EPU previstos no Plano de Uso e Ocupação...... 261 Quadro 87: Equipamentos públicos previstos no Plano de Uso e Ocupação para o bairro Crixá...... 262 Quadro 88: Avaliação dos serviços públicos oferecidos no Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID). Análise das saídas de campo realizadas em março de 2014...... 263 Quadro 89: Dados e informações dos Sistemas Produtores de Água do Distrito Federal...... 264 Quadro 90: Evolução das demandas de água para abastecimento na Área de Influência Direta (AID) 2015 – 2040...... 265 Quadro 91: Consumo de energia elétrica, segundo as Regiões Administrativas da AID em 2007...... 267 Quadro 92: Principais Destinos das Viagens Diárias segundo as Regiões Administrativas – 2000 (viagens em um dia útil do mês de novembro – 2000) ...... 272 Quadro 93: Avaliação dos serviços oferecidos em Brasília (AII). Análise das Saídas de campo em outubro e novembro de 2012...... 274 Quadro 94: Evolução das demandas de água para abastecimento no Brasília...... 275 Quadro 95: Consumo de energia elétrica, segundo as Região Administrativa de Brasília em 2007...... 276 Quadro 96: Destinos das Viagens Diárias da Região Administrativa de Brasília – 2000 (viagens em um dia útil do mês de novembro – 2000)...... 278 Quadro 97: Distribuição das classes de uso e ocupação do solo da ADA do bairro Crixá...... 282 Quadro 98: Demanda de Áreas para Equipamentos Públicos (Fonte: DIPAR/SEDHAB)...... 295 Quadro 99: Distribuição de unidades residenciais...... 303 Quadro 100: Quadro Resumo – Bairro Crixá...... 305 Quadro 101: Equipamentos Públicos do bairro Crixá...... 306 Quadro 102: Valores de referência para velocidade e vazão para redes e adutoras...... 309

7 Quadro 103: Largura da Faixa de Servidão para Redes de Água...... 310 Quadro 104: Cronograma de Obras e Estimativa de Vazão Máxima Diária de Água para Abastecimento...... 312 Quadro 105: Faixa de Servidão, Profundidade e Recobrimento para Redes de Esgotos Sanitários...... 324 Quadro 106: Cronograma de Implantação e Vazão Máxima Horária de Esgotos...... 325 Quadro 107: Coeficiente de escoamento superficial...... 335 Quadro 108: Parâmetros de projeto para drenagem urbana...... 337 Quadro 109: Estimativa de drenagem urbana...... 337 Quadro 110: Volumes dos reservatórios e vazão de outorga...... 339 Quadro 111: Legislações federais aplicadas ao parcelamento de solo denominado bairro Crixá...... 349 Quadro 112: Legislações distritais aplicadas ao bairro Crixá...... 356 Quadro 113: Quadro síntese dos impactos ambientais e das medidas de controle dos efeitos negativos sobre o meio ambiente...... 373

8 LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Croquis indicando a situação fundiária da gleba onde o bairro Crixá está projetado...... 26 Figura 2: Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais do PDOT, onde está inserida a poligonal do bairro Crixá, em destaque...... 27 Figura 3: Os polígonos vermelhos e amarelos correspondem às áreas do parcelamento de solo do PCA/RCA (TOPOCART, 2009), o polígono alaranjado corresponde ao bairro Crixá...... 34 Figura 4: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio físico...... 35 Figura 5: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio físico...... 36 Figura 6: Recomposição litoestratigráfica do Distrito Federal. Os cavalgamentos provocam inversões estratigráficas onde o Grupo Canastra ocorre sobre os grupos Paranoá e Bambuí, o Grupo Paranoá sobre o Grupo Bambuí e o Grupo Araxá sobre o Paranoá...... 38 Figura 7: Aspecto geral do Grupo Canastra na AID. (A) Afloramento in situ. (B) Direção geral norte-sul e elevado ângulo de mergulho das camadas (C) Dobramento. (D). Metarritmito, com alternância de camadas argilosas, siltosas e arenosas (areia fina). (E) Filito. (F) e (G) Foliação típica dos filitos...... 41 Figura 8: Localização dos pontos da ADA onde se realizaram os ensaios de infiltração...... 50 Figura 9: (A) Nivelamento dos anéis concêntricos para que o experimento seja o mais preciso possível. (B) Cilindro preenchido por água. (C) Rebaixamento do nível da água no cilindro interno. Nível externo sempre acima do nível interno. (D) Desenho esquemático dos anéis cilíndricos, as setas indicam o fluxo d´água no anel interno exclusivamente vertical...... 51

Figura 10: (A) Perfuração do solo com trado manual. (B) Tubo de PVC indicando coluna de água inicial h0. (C) Ilustração do arranjo de tubos PVC, mostrando seus comprimentos e direção do fluxo da água. Tubos com raio igual a 50 cm...... 53 Figura 11: Análise comparativa das condutividades hidráulicas verticais calculadas a partir do método anéis concêntricos...... 55 Figura 12: Gráficos apresentando os valores de condutividade hidráulica vertical obtidos nos ensaios com open end hole realizados no ponto 1 (A), ponto 2 (B) e ponto 3 (C)...... 56 Figura 13: Análise comparativa dos ensaios utilizando o método open end hole nas profundidades de 50, 100, 150 e 200 cm...... 57 Figura 14: Perfil 1 – latossolo vermelho na ADA...... 61 Figura 15: (A) Exame de macroestrutura em campo. (B) Estrutura muito grande em blocos subangulares...... 61 Figura 16: Perfil de Cambissolo...... 62 Figura 17: Mapa geotécnico realizado no diagnostico ambiental do PRAD / RCA (TOPOCART, 2009). A ADA do Bairro CRIXÁ destacada em vermelho e a legenda indicando a classe geotécnica do solo...... 64 Figura 18: Classificação de riscos de natureza geológica...... 66 Figura 19: Representação das porcentagens de cada classe de susceptibilidade à erosão...... 70 Figura 20: Áreas degradadas na ADA do bairro Crixá...... 74 9 Figura 21: Localização do ponto de lançamento da ETE São Sebastião. Elipse em vermelho, espacializa aproximadamente a AII – Meio Físico...... 76 Figura 22: Localização dos pontos de coleta das amostras de águas superficiais...... 78 Figura 23: Gráfico com os resultados de pH nos 10 pontos de coleta de água...... 82 Figura 24: Espacialização da situação do parâmetro pH ao longo dos pontos de amostragem...... 82 Figura 25: Gráfico com os resultados de Fósforo Total nos 10 pontos de coleta de água...... 83 Figura 26: Espacialização da situação do parâmetro fósforo total ao longo dos pontos de amostragem...... 84 Figura 27: Gráfico com os resultados de Turbidez nos 10 pontos de coleta de água...... 85 Figura 28: Espacialização da situação do parâmetro turbidez ao longo dos pontos de amostragem...... 85 Figura 29: Gráfico com os resultados de Sólidos Dissolvidos Totais nos 10 pontos de coleta de água...... 86 Figura 30: Espacialização da situação do parâmetro sólidos dissolvidos totais ao longo dos pontos de amostragem...... 87 Figura 31: Gráfico com os resultados de Cor Aparente nos 10 pontos de coleta de água...... 88 Figura 32: Espacialização da situação do parâmetro cor aparente ao longo dos pontos de amostragem...... 88 Figura 33: Gráfico com os resultados de DBO nos 10 pontos de coleta de água...... 89 Figura 34: Espacialização da situação do DBO ao longo dos pontos de amostragem...... 90 Figura 35: Gráfico com os resultados de Nitrogênio Amoniacal nos 10 pontos de coleta de água...... 91 Figura 36: Espacialização da situação do parâmetro nitrogênio amoniacal ao longo dos pontos de amostragem. 92 Figura 37: Gráfico com os resultados de Nitrato nos 10 pontos de coleta de água...... 93 Figura 38: Espacialização da situação do parâmetro Nitrato ao longo dos pontos de amostragem...... 93 Figura 39: Gráfico com os resultados de Nitrito nos 10 pontos de coleta de água...... 94 Figura 40: Espacialização da situação do parâmetro nitrito ao longo dos pontos de amostragem...... 95 Figura 41: Gráfico com os resultados de OD nos 10 pontos de coleta de água...... 96 Figura 42: Espacialização da situação do parâmetro OD ao longo dos pontos de amostragem...... 97 Figura 43: Gráfico com os resultados de Coliformes Totais nos 10 pontos de coleta de água...... 98 Figura 44: Espacialização da situação do parâmetro coliformes totais ao longo dos pontos de amostragem...... 98 Figura 45: Gráfico com os resultados de Coliformes Fecais nos 10 pontos de coleta de água...... 100 Figura 46: Espacialização da situação do parâmetro coliformes termotolerantes ao longo dos pontos de amostragem...... 100 Figura 47: Áreas de contribuição para ribeirão Papuda (Fonte Google Earth)...... 108 Figura 48: Discretização espacial no HEC-HMS...... 111 Figura 49: Hietograma e hidrograma para bacia de contribuição do córrego. Açude (Lançamentos Previstos de Drenagem)...... 112 Figura 50: Hidrograma resultante para seção no ribeirão Papuda no lançamento de efluentes da ETE São Sebastião...... 112 Figura 51: Hidrograma resultante para seção no ribeirão Papuda na foz com rio São Bartolomeu para Cenário Atual ...... 113

10 Figura 52: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio biótico...... 114 Figura 53: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio biótico. ... 115 Figura 54: Curva do coletor elaborada a partir dos dados obtidos no inventário florestal do bairro Crixá...... 125 Figura 55: Gráfico do Índice de Valor de Importância (IVI)...... 128 Figura 56: Curva do coletor elaborada a partir dos dados obtidos no inventário florestal do bairro Crixá...... 133 Figura 57: Gráfico do Índice de Valor de Importância (IVI)...... 135 Figura 58: Sítios amostrais das diferentes classes da fauna...... 153 Figura 59: Fragmento florestal do sítio 1...... 154 Figura 60: Fragmento florestal...... 154 Figura 61: Mata seca, sítio 2...... 154 Figura 62: Fragmento florestal, sítio 2...... 154 Figura 63: Mosaico da vegetação variando entre cerrado típico e áreas antropizadas, sítio 3...... 155 Figura 64: Área antropizada...... 155 Figura 65: Curva de Acumulação de espécies para o grupo Herpetofauna...... 186 Figura 66: Riqueza por sítio amostral para o grupo herpetofauna...... 193 Figura 67: Curva do coletor para o grupo da ornitofauna...... 199 Figura 68: Gráfico representativo do número de espécies por preferência de habitats para o grupo Ornitofauna...... 205 Figura 69: Curva de acumulação de espécies para o grupo da Mastofauna...... 220 Figura 70: Número de espécies por metodologia para o grupo da Mastofauna...... 220 Figura 71: Número de espécies por sítio amostral...... 221 Figura 72: Números de espécies por ambiente...... 222 Figura 73: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio antrópico...... 229 Figura 74: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio antrópico...... 230 Figura 75: Mapa de Localização dos poços tubulares profundos da CAESB em áreas urbanas do DF. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha)...... 256 Figura 76: Bacias hidrográficas das captações utilizadas pela CAESB para abastecimento público. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha)...... 256 Figura 77: Sistema produtor de água no Distrito Federal para atendimento urbano. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha)...... 257 Figura 78: Mapa de localização das ETE e EEB do Distrito Federal. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha)...... 259 Figura 79: Mapa síntese de restrições ambientais...... 285 Figura 80: Disposição da macrohierarquia viária proposta nas diretrizes urbanísticas...... 287 Figura 81: Modelo esquemático da proposta de concepção da caixa das vias de atividades...... 288 Figura 82: Tabela de Classificação de Usos e Atividades aprovada pelo Decreto nº 19.071/1998...... 288

11 Figura 83: índices e parâmetros urbanísticos apontados pelas diretrizes...... 289 Figura 84: Proposta de uso e ocupação do solo constante das diretrizes urbanísticas...... 290 Figura 85: Anteprojeto urbanístico do Setor Habitacional Crixá...... 292 Figura 86: Proposta de adequação do anteprojeto urbanístico do Setor Habitacional Crixá...... 294 Figura 87: Perfil 1...... 298 Figura 88: Perfil 2...... 299 Figura 89: Perfil 3...... 300 Figura 90: Perfil 4...... 301 Figura 91: Distribuição dos tipos de implantação de lotes residenciais...... 304 Figura 92: Sistemas Produtores de Água no Distrito Federal...... 317

12 LISTA DE FOTOS

Foto 1: Coleta de água no Ponto 1, em local antropizado, com gramíneas exóticas ao Cerrado e próximo à estrutura de captação de água...... 78 Foto 2: Local de amostragem do Ponto 2. Margens com declividade suave, em local antropizado e com vegetação nativa...... 78 Foto 3: Ponto 3, situado em local degradado, antropizado e com a presença de gramíneas exóticas ao Cerrado. . 79 Foto 4: Ponto 4, inserido em local degradado, com gramíneas exóticas ao Cerrado, água turva e presença de resíduos sólidos nas margens...... 79 Foto 5: Ponto 5, situado em local antropizado e próximo à via, com mata ciliar preservada e margens sem desbarrancamentos...... 79 Foto 6: Coleta realizada no Ponto 6, próximo ao ponto de lançamento de águas pluviais, com grande ocorrência de resíduos sólidos nas proximidades...... 79 Foto 7: Ponto 5, situado em local antropizado e próximo à via, com mata ciliar preservada e margens sem desbarrancamentos...... 79 Foto 8: Coleta realizada no Ponto 6, próximo ao ponto de lançamento de águas pluviais, com grande ocorrência de resíduos sólidos nas proximidades...... 79 Foto 9: Ponto 7, inserido em local com vegetação e margens degradadas, onde existe a deposição de resíduos sólidos carreados pelas águas pluviais...... 80 Foto 10: Coleta de água no Ponto 8. Local próximo à via não pavimentada e inserida em local antropizado, com vegetação gramínea invasora...... 80 Foto 11: Vista geral do Ponto 9, inserido em local antropizado, com vegetação gramínea exótica ao Cerrado e a ocorrência de resíduos sólidos...... 80 Foto 12: Vista geral do Ponto 10, localizado em área antropizada e de vegetação densa...... 80 Foto 13: Engenheira Florestal coordenando a coleta de dados no cerrado típico e demarcando a parcela de 50m X 20m...... 152 Foto 14: Medição da circunferência de árvore nativa ao Cerrado...... 152 Foto 15: Scinax fuscovarius...... 194 Foto 16: Physalaemus cuvieri...... 194 Foto 17: Hemidactylus mabouia...... 195 Foto 18: Ameivula ocellifera...... 195 Foto 19: Ameiva ameiva...... 195 Foto 20: Tropidurus torquatus...... 195 Foto 21: Eupsittula aurea (periquito-rei)...... 206 Foto 22: Brotogeris chiriri (periquito-de-encontro-amarelo)...... 206 Foto 23: Columbina squammata (fogo-apagou)...... 206 Foto 24: Patagioenas picazuro (pombão)...... 206 13 Foto 25: Eupetomena macroura (beija-flor-tesoura) representante da família Trochilidae...... 207 Foto 26: Macho de Dacnis cayana (saí-azul)...... 207 Foto 27: Guira guira (anu-branco)...... 208 Foto 28: Crotophaga ani (anu-preto)...... 208 Foto 29: Macho de Antilophia galeata (soldadinho)...... 209 Foto 30: Gambá (Didelphis albiventris)...... 218 Foto 31: Sagui (Callithrix penicillata)...... 218 Foto 32: Tatu-peba (Euphractus sexcinctus)...... 219 Foto 33: Centro de Ensino Fundamental São Bartolomeu na RA de São Sebastião...... 249 Foto 34: Centro de Ensino Fundamental Miguel Arcanjo na RA de São Sebastião...... 249 Foto 35: Escola Classe Jardim Botânico...... 250 Foto 36: Escola Classe 01 SHI-SUL...... 250 Foto 37: Centro de Saúde de Brasília nº 05 em reforma, RA do Lago Sul...... 250 Foto 38: Unidade de Pronto Atendimento, localizada em São Sebastião...... 250 Foto 39: 21º Batalhão de Polícia Militar...... 251 Foto 40: 30ª Delegacia de Polícia...... 251 Foto 41: 11º Grupamento de Bombeiro Militar...... 251 Foto 42: 5º Batalhão de Polícia Militar...... 251 Foto 43: Centro de Referência de Assistência Social...... 251 Foto 44: Restaurante Comunitário...... 251 Foto 45: Conselho Tutelar do Lago Sul...... 252 Foto 46: Centro Olímpico...... 253 Foto 47: Pista de skate...... 253 Foto 48: Ponto de Encontro Comunitário (PEC) na RA do Lago Sul...... 253 Foto 49: ETA Lago Sul...... 257 Foto 50: Taça de reservação de água temporária...... 257 Foto 51: ETE São Sebastião...... 260 Foto 52: EEB 06 Lago Sul...... 260 Foto 53: Lixeiras de coleta de resíduos recicláveis e eletrônicos na RA do Lago Sul...... 260 Foto 54: Lixeiras de coleta de resíduos orgânicos e recicláveis na RA do Lago Sul...... 260 Foto 55: Subestação de energia elétrica da CEB...... 261

14 SIGLAS

A Ardósias AAPAADPP Área Antropizada Oriunda de Atividade Agropecuária de Pequeno Porte AAPUEIE Área Antropizada Oriunda de Ocupação Urbana e/ou Implantação de Infraestrutura ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AD Área Degradada e/ou Solo Exposto ADA Área Diretamente Afetada ADASA Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal. AG Lago/Lagoa/Represa AID Área de Influência Direta AII Área de Influência Indireta ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica APA Área de Proteção Ambiental APG III Angiosperm Philogeny Group III APP Áreas de Preservação Permanente ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico AV Vegetação Lenhosa Predominantemente Exótica AWWA America Water Works Association c Coeficiente de Escoamento Superficial da Área Contribuinte CAB Circunferência Altura da Base CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal CAP Circunferência Altura do Peito CAPS Centro de Atenção Psicossocial Cb Cambissolo CBRO Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos CCBB Centro de Convenções Banco do Brasil Ccf Filitos, Quartzitos e Mármores CCI Centro de Convivência do Idoso CEB CEB Distribuição S.A CED Centro Educacional CEF Centro de Ensino Fundamental CEI Centro de Educação Infantil CEM Centro de Ensino Médio CEO Centro de Especialidades Odontológicas CEU Centro de Artes e Esportes Unificado CITES Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção CN Curva Número CNA Centro Nacional de Arqueologia CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CO Monóxido de Carbono

CO2 Dióxido de Carbono CODEPLAN Companhia de Planejamento do Distrito Federal CODHAB Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CRAS Centro de Referência de Assistência Social 15 DA Densidade Absoluta DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio DEC Durações de Interrupções das Unidades Consumidoras DER/DF Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal DETRAN/DF Departamento de Trânsito do Distrito Federal DF Distrito Federal DFTRANS Transporte Urbano do Distrito Federal DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DIPLU Diretoria de Planejamento Urbano DITEC Diretoria Técnica e de Fiscalização DoA Dominância Absoluta DoR Dominância Relativa DOU Diário Oficial da União DR Densidade Relativa EAB Elevatórias de Água Bruta ED Edificação e/ou Infraestrutura Agropecuária EEB Estação Elevatória de Esgoto EEJBB Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília EIA Estudo de Impacto Ambiental ELUP Espaço Livre de Uso Público EMATER-DF Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EP Equipamentos Públicos EPC Equipamentos Públicos Comunitários EPCT Estrada Parque do Contorno EPU Equipamentos Públicos Urbanos ESECAE Estação Ecológica de Águas Emendadas ESRI Environmental Systems Research Institute ETA Estação de Tratamento de Água ETE Estação de Tratamento de Esgoto ETEB – Norte Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Norte ETEB – Sul Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Sul FA Frequência Absoluta FAL/UnB Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília FFC Formação Florestal – Cerradão FR Frequência Relativa FSCRA Formação Savânica – Cerrado Ralo Antropizado FSCTA Formação Savânica – Cerrado Típico Antropizado GDF Governo do Distrito Federal GETER Gerência de Estudos Territoriais GO Goiás GRUPOHAB Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais HEC-HMS Hydrologic Modeling System HRP Hospital Regional do Paranoá IAP Instituto Ambiental Paranaense IBAMA Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 16 IBRAM Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal IC Intervalo de Confiança IDH Índice de Desenvolvimento Humano IDHAB Instituto de Desenvolvimento Habitacional IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IUCN International Union for Conservation of Nature IVI Índice de Valor de Importância JBB Jardim Botânico de Brasília K Coeficiente de proporcionalidade Kv Coeficiente hidráulico LI Licença de Instalação LO Licença de Operação LP Licença Prévia LTA Leishmaniose tegumentar americana LV Latossolo Vermelho LVA Latossolo Vermelho-Amarelo MDE Memorial Descritivo MMA Ministério do Meio Ambiente MNpccf Filitos, Quartzitos e Mármores MNPcf Filitos MNPpq3 Quartzito Médio MNPpr3 Metarritmito Arenoso MNPpr4 Metarritmito Argiloso NBR Norma Brasileira NGB Normas de Edificação, Uso e Gabarito NOVACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil NUANF Núcleo de Análise Fundiária OD Oxigênio Dissolvido P Argissolo PBA Plano Básco Ambiental PCA Plano de Controle Ambiental PDAD Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílio PDDU Plano Diretor de Drenagem Urbana do Distrito Federal PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial PE Parque Ecológico PEA Programa de Educação Ambiental PEAD Polietileno de alta densidade PEC Ponto de Encontro Comunitário PED/DF Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal PGIRH Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos PGRCC Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos pH Potencial Hidrogeniônico PLANDHIS Plano Distrital de Habitação de Interesse Social PLD Plano Diretor de Água e Esgoto do Distrito Federal PMDF Polícia Militar do Distrito Federal 17 PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNMA Política Nacional do Meio Ambiente PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano PPC Metassiltito e metargilitos com lentes de metacalcários e canais quartzíticos PV Poços de Visita PVC Poli Cloreto de Vinila

Q3 Quartzito Médio

Q7,10 Vazões mínimas

Qmlp Vazões específicas média de longo período

R2 Metarritmitos com predominância da fração pelítica

R3 Metarritmito Arenoso

R4 Metarritmito Argiloso RA Região Administrativa RAFA Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente RCA Relatório de Controle Ambiental RDO Resíduos domiciliares RDU Características da Rede de Distribuição Urbana RIDE Região Econômica do Distrito Federal e Entorno RIMA Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente RIT Relatório de Impacto no Trânsito RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural RPU Resíduos Públicos RT Responsabilidade Técnica SBH Sociedade Brasileira de Herpetologia SCPH Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus SCS Soil Conservation Service SDUC Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza SE Secretaria de Estado de Educação SEADE/SP Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo SEC Secretaria de Estado da Criança SECULT Secretaria de Estado de Cultura SEDEST Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do Distrito SEDHAB Federal SEDUMA Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente SEI Secretaria Especial do Idoso SEMATEC Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento, Coordenação e Parcerias do Distrito Federal SES Secretaria de Estado de Saúde SESP Secretaria de Estado de Esporte SETRAB Secretaria de Trabalho do Distrito Federal SHIS Setores de Habitação Individual Sul SIA Setor de Indústria e Abastecimento SIÁGUA Sinopse do Sistema de Abastecimento de Água do Distrito Federal SIESG Sinopse do Sistema de Esgotamento Sanitário do Distrito Federal SIG Sistema de Informações Geográficas 18 SIL Silvicultura SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação SIRGAS Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SLU Serviço de Limpeza Urbana SMDB Setor de Mansões Urbanas Dom Bosco SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SOX Óxidos de Enxofre ST Secretaria de Estado de Transportes SUPLAN Subsecretaria de Planejamento Urbano Tc Tempo de concentração TERRACAP Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal TOPOCART Topocart Topografia Engenharia e Aerolevantamentos S/S Ltda TR Termo de Referência UAMA Unidade de Atendimento em Meio Aberto UC Unidade de Conservação UCP Unidades de Cloração de Poços UNESCO Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura UPA Unidade de Pronto Atendimento URB Projeto Urbanístico UTM Universal Transversa de Mercator UTS Unidades de Tratamento Simplificado VAE Vegetação Arbustiva Exótica VMP Valores Máximos Permitidos VP Via Pavimentada ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico ZEIS Zonas Especiais de Interesse Social ZOEQ Zona de Ocupação Especial de Qualificação ZUA Zona de Uso Agropecuário ZUC Zona Urbana de Uso Controlado ZUE Zonas de Uso Especial ZUI Zona de Uso Intensivo

19 1. CONTEXTO DO PROJETO

O Governo do Distrito Federal, através do Programa MORAR BEM, vinculado à Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal – SEDHAB e executado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal – CODHAB, com fundamento na Lei nº 3.877/2006, que institui a política habitacional do Distrito Federal, visa reduzir a demanda existente por habitações ao fornecer moradias em ambiente dotado de serviços e equipamentos públicos que promovem a inclusão social da comunidade ao espaço da cidade formal.

Na Região Administrativa – RA de São Sebastião, no âmbito do Programa MORAR BEM, utilizando recursos do Programa Minha Casa Minha Vida, que é regido pela Lei Federal nº 11.977/2009, está prevista a implantação do BAIRRO CRIXÁ com a construção de unidades habitacionais coletivas e de equipamentos públicos numa gleba de 82,45 hectares situada entre os córregos Açude e Capão Comprido, limitando-se ao norte pelo bairro São Francisco; a leste, pelo Núcleo Rural Zumbi dos Palmares; a oeste, com a rodovia DF-473; e ao sul, pelo Setor de Chácaras Morro da Cruz.

Projeta-se construir edifícios de 4 pavimentos com 3.120 apartamentos de 2 quartos e 550 unidades de uso misto em 76 lotes. Nessas 3.670 unidades habitacionais previu-se assentar 12.367 habitantes. Esse tipo de ocupação do solo, que amplia o acesso à moradia de interesse social, promove alterações nas suas características atuais ao adensar o número de habitantes nesse espaço territorial, onde ainda há trechos com cobertura vegetal natural e outros alterados com o predomínio de uso tipicamente rural, num espaço majoritariamente livre de ocupações, com poucas construções, sob a forma de sedes de chácaras, além de um ginásio de esportes e um campo de futebol, próximos ao bairro São Francisco. O aproveitamento da área proposta para implantação do bairro Crixá deve-se exatamente a essa localização numa região onde existe oferta de terra sujeita à requalificação e próxima à infraestrutura urbana instalada.

De acordo com o Mapa de Condicionantes Ambientais (GETER-SUPLAN/SEDUMA), a área possui sensibilidade do solo à erosão e está próxima a cursos de água. Existem 2 áreas (fragmentos) com formação florestal preservada (Mata Capão da Onça), pertencente à fitofisionomia Cerradão e que devem ser mantidas sob a forma de parque ou outra área especialmente protegida em decorrência da qualidade de sua vegetação e sua contribuição para a preservação da mata ciliar na bacia do córrego Açude.

20 No tocante às especificações técnicas mínimas, o projeto contempla apartamentos com sala, 2 dormitórios, cozinha, área de serviço e banheiro, em área de construção interna mínima de 46 m2 e que deve atender ao Código de Obras e Edificações do Distrito Federal e as normas de gabarito e acessibilidade aprovadas pela Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do DF – SEDHAB.

Também serão construídos equipamentos públicos e instalada a infraestrutura urbana que compreende: a drenagem pluvial; o abastecimento de água; o esgotamento sanitário; a energia elétrica; terraplenagem, pavimentação, sinalização e paisagismo nas quadras onde serão construídas as unidades habitacionais, bem como as praças e os parques urbanos.

O sistema construtivo exige que as fundações sejam projetadas e executadas de acordo com os resultados das sondagens do terreno, enquanto a estrutura, alvenaria e impermeabilização devem ser aprovadas pelo agente financeiro operador do Programa Minha Casa Minha Vida. Os apartamentos devem ser dotados de instalações elétricas, hidrossanitárias, interfone, antena de TV, telefonia e gás canalizado, sendo o conjunto habitacional provido de sistema de prevenção a incêndios.

No que se refere à legislação ambiental, o parcelamento de solo urbano figura entre as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, conforme Anexo I da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 237/1997. Essa Resolução regulamenta alguns dispositivos da Constituição Federal e da Política Nacional de Meio Ambiente que tratam do licenciamento ambiental, estabelecendo que “todas as atividades e empreendimentos que utilizam recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, deverão se submeter ao prévio licenciamento ambiental”.

Conforme o art. 3º da mencionada Resolução do CONAMA, “a licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual se dará publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.”

Por ter sido considerado um empreendimento potencialmente causador de significativa modificação das características ambientais, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Brasília Ambiental – IBRAM determinou ao empreendedor a apresentação do EIA/RIMA para avaliação dos impactos ambientais decorrentes da implantação e ocupação do bairro Crixá, para o qual emitiu o Termo de Referência – TR que segue no Tomo IV.

21 Este Estudo de Impacto Ambiental – EIA atendeu ao Termo de Referência – TR emitido pelo IBRAM para o parcelamento de solo urbano denominado bairro Crixá, cuja finalidade, conforme já informado, é o uso residencial de interesse social para população cuja renda familiar é limitada aos R$ 1.600,00/mês. Assim, cumpre a legislação vigente, em especial as Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA nos 001/1986 e 237/1997.

O trabalho foi elaborado pela equipe técnica multidisciplinar da Ecotech Ambiental, conforme requere o Decreto nº 12.960/1990, a qual é habilitada e cadastrada no IBRAM e no Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. As respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ART seguem no Tomo IV.

1.1. Identificação do Empreendedor

1.1.1. Nome, Razão Social e Endereço

DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. SCN Quadra 04, Bloco B, Loja 052, Pétala D, Edifício Varig, Brasília, Distrito Federal. CEP: 70.714-020.

1.1.2. CNPJ

16.614.075/0001-00.

1.1.3. Representante Legal e Endereço Eletrônico

Tayssa Frida. [email protected].

1.2. Caracterização Geral do Empreendimento

1.2.1. Nome do Empreendimento

BAIRRO CRIXÁ.

22 1.2.2. Área Total da Gleba

82,45 hectares, considerando o coeficiente de redução de escala – Kr1; 82,54 hectares, sem considerar o Kr (Mapa 1 – Localização e Acessos Viários – Tomo III).

1.2.3. Área a ser Parcelada

O plano de uso e ocupação do bairro Crixá é apresentado no Quadro 1 e no Mapa 2 – Plano de Uso e Ocupação – Tomo III, indicando a forma como serão parcelados os 82,45 hectares destinados para esse programa habitacional de interesse social.

Quadro 1: Plano de uso e ocupação com as dimensões da área a ser parcelada no Bairro Crixá. Usos Lotes Área Proposta (%) Área Proposta (ha) Uso Residencial Multifamiliar 12 28,836 23,7751 Uso Misto 35 8,020 6,6127 Uso Comercial Regional 5 2,354 1,9411 Uso Institucional (EPC e EPU) 24 13,755 11,3138 Usos Lotes Área Proposta (%) Área Proposta (ha) Áreas Públicas ELUP (Praças, Parques e ELUP) - 21,223 17,4983 Sistema Viário - 19,660 16,2093 Faixas de Domínio - 6,151 5,0715 Total (Poligonal de Projeto) 76 100,000 82,4484

1.2.4. Localização Geográfica e Acessos Gerais

O bairro Crixá localiza-se entre os córregos Açude e Capão Comprido. Limita-se ao norte com os bairros São Francisco, São José e Bela Vista; a leste, com o Núcleo Rural Zumbi dos Palmares; a oeste, com a rodovia DF-473; e ao sul, com o Setor de Chácaras Morro da Cruz, conforme indica a poligonal apresentada no Mapa 1 – Localização e Acessos Viários – Tomo III.

1 Em relação à deformação sofrida, quando projetado um sistema de referência (SAD69 ou WGS-84), temos o chamado fator de escala K, que se trata de um coeficiente de deformação linear, que é a relação entre um comprimento na projeção (cilindro) e o seu correspondente no elipsóide. O fator de escala K, ou coeficiente de redução de escala, é variável conforme o afastamento em relação ao Meridiano Central. As distâncias medidas no terreno, para serem projetadas, devem ser multiplicadas pelo fator correspondente à região onde está sendo efetuada a medida. 23 O acesso viário ao bairro Crixá pode ser efetuado através da rodovia DF-473, a partir do núcleo urbano de São Sebastião, ou pela rodovia BR-251, que interliga a rodovia DF-473 à rodovia DF-001, também conhecida como Estrada Parque do Contorno – EPCT (Mapa 1 – Localização e Acessos Viários – Tomo III).

1.2.5. População Final Estimada

12.367 habitantes.

Essa população provém do produto da densidade demográfica máxima (150 hab./ha) e da área da gleba (82,45 ha), conforme se apresenta:

População Final Estimada = densidade demográfica máxima X área da gleba

População Final Estimada = 150 hab./ha X 82,45 ha

População Final Estimada = 12.367 habitantes

1.2.6. Número de Unidades Imobiliárias Projetadas

Projetou-se 3.670 unidades imobiliárias, compostas por 3.120 unidades residenciais multifamiliares e 550 unidades de uso misto 1 (comércio e prestação de serviços + residência multifamiliar), organizadas em 12 lotes para 195 prédios com 16 apartamentos de 02 quartos, distribuídos conforme se apresenta no Quadro 2.

Quadro 2: Distribuição das unidades imobiliárias planejada para o bairro Crixá. Tipo Nº Unidades Nº Blocos Uso Nº Lotes Unidades Implantação por Bloco por Lote Implantação

Residencial Multifamiliar 16 Tipo A 01 15 240 Implantação 16 Tipo B 04 16 1.024 Exclusivo Implantação 16 Tipo C 04 16 1.024 Implantação 16 02 17 544 Tipo D Implantação 16 Tipo E 01 18 288 Subtotal 3.120

24 Misto 1 Variável 35 01 550

Total 47 3.670

Esse número de unidades imobiliárias provém do quociente da população projetada (12.367 hab.) pelo número de habitantes por unidade imobiliária (3,37 hab./unidade imobiliária), indicado no Plano Distrital de Habitação de Interesse Social – PLANDHIS e como se apresenta:

Número de Unidades Imobiliárias = População Projetada / Habitantes por Unidade Imobiliária

Número de Unidades Imobiliárias = 12.367 hab. / 3,37 hab./unidade imobiliária

Número de Unidades Imobiliárias = 3.670

1.2.7. Cadeia Dominial de Propriedade do Imóvel

A área em pauta situa-se em terras desapropriadas pela Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP, que faziam parte do imóvel Papuda 1 e Papuda 2, desmembrado do município de Luziânia e incorporado ao território do Distrito Federal (Figura 1).

De acordo com o teor do Despacho nº 0358/2014 – NUANF/DITEC/TERRACAP (Tomo IV), a área denominada bairro Crixá tem a situação fundiária dividida em 4 partes, apresentadas no croqui constante no referido Tomo. As partes 1, 2 e 4 pertencem ao imóvel Papuda 2, registrado no Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal sob a matrícula R.2/18.690, de propriedade da TERRACAP. A parte 3 pertence ao imóvel Papuda 1, registrado no mesmo cartório sob a matrícula 109.002, também da TERRACAP.

Importante destacar que as partes 1, 2 e 3 pertencem ao patrimônio público e estão disponíveis para o uso projetado no Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT, enquanto a parte 4 é patrimônio público sob a forma de faixa de domínio de rodovia.

25

Figura 1: Croquis indicando a situação fundiária da gleba onde o bairro Crixá está projetado.

26 1.2.8. Compatibilização com o Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT

O bairro Crixá, criado por meio da Lei Complementar nº 401/2001, está inserido na Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais do Plano Diretor de Ordenamento Territorial, conforme dispõem os arts. 134 e 135, inciso XXIII, da Lei Complementar nº 803/2009 (Figura 2).

Figura 2: Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais do PDOT, onde está inserida a poligonal do bairro Crixá, em destaque.

Essa estratégia de oferta tem o objetivo de atender à demanda habitacional a partir de programas de iniciativa pública direcionados a diferentes faixas de renda, buscando oferta de áreas em diferentes partes do território; proximidade com núcleos urbanos consolidados onde haja oferta de serviços, comércios e equipamentos comunitários; proximidade com os principais corredores de transporte; respeito à capacidade de suporte do território, no que se refere ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem pluvial. Ainda, a localidade onde se projetou o bairro Crixá atende aos quesitos de otimização do espaço urbano dotado de infraestrutura subutilizada, com vazios residuais ou com áreas obsoletas.

27 Em relação ao zoneamento territorial prescrito pelo PDOT, o bairro Crixá situa-se em Zona Urbana de Uso Controlado II – ZUC II (Mapa 3 – Zoneamento Territorial – Tomo III), cuja principal característica é o respeito às restrições impostas pela sua sensibilidade ambiental e pela proteção dos mananciais destinados ao abastecimento de água, destacando-se a diretriz de obedecer ao Plano de Manejo ou Zoneamento de Unidade de Conservação, que, para o caso do bairro Crixá, é a Área de Proteção Ambiental – APA do rio São Bartolomeu, cujo rezoneamento ambiental e o plano de manejo foram recém instituídos pela Lei nº 5.344/2014.

Na ZUC II deve ser compatibilizado o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos, de acordo com as seguintes diretrizes: I – permitir o uso predominantemente habitacional de baixa e média densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e equipamentos públicos e comunitários inerentes à ocupação urbana, respeitadas as restrições de uso determinadas para o Setor Militar Complementar e o Setor de Múltiplas Atividades Norte; II – respeitar o plano de manejo ou zoneamento referente às Unidades de Conservação englobadas por essa zona e demais legislação pertinente; III – regularizar o uso e a ocupação do solo dos assentamentos informais inseridos nessa zona, considerando-se a questão urbanística, ambiental, de salubridade ambiental, edilícia e fundiária; IV – qualificar e recuperar áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais de modo a minimizar danos ambientais; V – adotar medidas de controle ambiental voltadas para o entorno imediato das Unidades de Conservação de Proteção Integral e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico inseridas nessa zona, visando à manutenção de sua integridade ecológica; VI – adotar medidas de controle da propagação de doenças de veiculação por fatores ambientais.

No tocante ao rezoneamento ambiental da APA da bacia do rio São Bartolomeu, a gleba do bairro Crixá está na Zona de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ (Mapa 4 – Rezoneamento da APA da bacia do rio São Bartolomeu – Tomo III), que tem entre os seus objetivos qualificar as ocupações residenciais irregulares existentes, ofertar novas áreas habitacionais e compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, ao recuperar o ambiente e proteger os recursos hídricos.

Para a ZOEQ, o art. 15 da Lei nº 5.344/2014 dispõe que: I – é permitido o uso predominantemente habitacional de baixa e média densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e equipamentos públicos comunitários inerentes à ocupação urbana; 28 II – as áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais devem ser qualificadas e recuperadas de modo a minimizar danos ambientais; III – devem ser adotadas medidas de: a) controle ambiental voltadas para o entorno imediato das unidades de conservação, visando à manutenção de sua integridade ecológica; b) controle da propagação de doenças de veiculação por fatores ambientais; IV – para o licenciamento ambiental de empreendimentos, deve ser avaliada a solicitação de exigências adicionais de mitigação e monitoramento de impactos compatíveis com as fragilidades específicas da área de interesse; V – os parcelamentos urbanos devem adotar medidas de proteção do solo, de modo a impedir processos erosivos e assoreamento de nascentes e cursos d’água.

A densidade habitacional estabelecida no PDOT enquadra a área destinada ao bairro Crixá na categoria de média densidade, devendo-se, portanto, adotar densidades entre 50 e 150 habitantes por hectare. Dessa forma, a população máxima admitida seria 12.367 habitantes. Aplicando o parâmetro 3,37 habitantes por domicílio (PLANDHIS), a área comportaria 3.670 unidades habitacionais.

1.2.9. Justificativa Urbanística da Localização

O bairro Crixá localiza-se em Zona Urbana de Uso Controlado II (Mapa 3 – Zoneamento Territorial – Tomo III) e a sua concepção está em consonância com as diretrizes estabelecidas nos arts. 70 e 71 da Lei Complementar nº 803/2009 para essa ZUC II, pois é prevista a destinação dessa área para expansão do uso habitacional de média densidade demográfica num espaço territorial classificado em Oferta de Áreas Habitacionais, de acordo com o art. 135, inciso XXIII (Anexo II – Mapa 2 – PDOT).

Por consequência, esse bairro habitacional está definido no PDOT como área especial de interesse social, que corresponde a Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS estabelecida na Lei Federal nº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade, direcionadas à formulação de programas de habitação social.

O assentamento urbano proposto localiza-se no principal eixo de desenvolvimento de São Sebastião, as rodovias DF-463 e DF-473, que compõem a Avenida São Sebastião. Está imediatamente ao sul do bairro São Francisco, numa região dotada de toda infraestrutura urbana.

29 O espaço territorial do bairro Crixá é considerado um vazio urbano devido à sua proximidade com as ocupações consolidadas no núcleo urbano de São Sebastião, onde os equipamentos públicos também podem atender a população do assentamento proposto.

A ampliação da rede de prestação de serviços públicos como o abastecimento de água, a energia elétrica, a telefonia, o esgotamento sanitário, o gerenciamento de resíduos sólidos e outros, aparenta ser melhor opção técnica e econômica em relação à eventual criação de novos equipamentos públicos, que demandam gastos com implantação e representariam maior custo para manutenção.

1.2.10. Justificativa Ambiental da Localização

Parte significativa da gleba destinada ao bairro Crixá (56,66%) teve a sua cobertura do solo alterada em relação à situação original do terreno, quando predominava a vegetação do bioma Cerrado, não restando quaisquer elementos próprios da flora nativa. Houve também a antropização do cerrado ralo (17,60%) e do cerrado típico (10,92%), cujas densidades originais foram reduzidas com a retirada seletiva de alguns espécimens lenhosos. O plano de uso e ocupação do bairro Crixá prevê a sua instalação exatamente sobre essas áreas alteradas, evitando-se assim a ocupação de áreas de Cerrado preservadas para a finalidade de assentar populações humanas.

As condicionantes ambientais preliminares (TOPOCART, 2014) indicaram 2 áreas com formação florestal, as quais devem ser preservadas face à aparente boa qualidade de sua vegetação. O restante da gleba está em local apropriado para ocupação urbana, por ter declividade baixa, em terreno uniforme, onde o solo apresenta características geotécnicas favoráveis. No plano urbanístico do bairro Crixá considerou-se a preservação das 2 áreas de formação florestal sob a forma de parque urbano, associada à área de visitação para propiciar o uso dessa área verde pública pela comunidade, seguindo assim as premissas observadas pela empresa TOPOCART.

Não existem corpos d’água na poligonal do bairro Crixá, uma vez que não foram identificadas nascentes, cursos d’água ou reservatórios naturais ou artificiais, tampouco veredas. Também não existem encostas com declividade superior a 100% (45°), bordas dos tabuleiros, chapadas ou morros na gleba prevista para implantação do bairro Crixá, que se situa em área com altitude inferior aos 1.800 metros. Portanto, não existem nessa gleba Áreas de Preservação Permanente – APP.

30 No que se refere às áreas especialmente protegidas, não existem quaisquer restrições porque: i. não foram identificadas Áreas de Preservação Permanente no terreno do bairro Crixá, conforme citado no parágrafo anterior; ii. o bairro Crixá situa-se na Zona de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ da Área de Proteção Ambiental – APA do rio São Bartolomeu, onde é permitido o uso habitacional de baixa e média densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços e equipamentos públicos comunitários inerentes à ocupação urbana, desde que controlados os impactos negativos e que a oferta de novas áreas habitacionais seja compatibilizada ao uso urbano e à conservação dos recursos naturais.

O assentamento de parte da população que demanda habitações próprias no Distrito Federal no local indicado para o bairro Crixá previne a ocorrência de ocupações irregulares nessa mesma área, que se situa contígua ao núcleo urbano de São Sebastião, para atender a esse passivo social, processo que em geral ocorre de forma desordenada em relação aos aspectos urbanísticos e ambientais.

Já se tem observado na poligonal do bairro Crixá o processo de ocupação com o objetivo de pressionar o Governo do Distrito Federal a incluir esses ocupantes na lista de beneficiários das habitações coletivas de interesse social a serem edificadas, fato que contribui para justificar o uso planejado desse espaço tipificado como vazio urbano.

Outro aspecto positivo da localização do bairro Crixá em relação à questão ambiental deve-se ao fato da região ser atendida pelos serviços de esgotamento sanitário e resíduos sólidos, bem como por poder ser atendida pelos serviços de abastecimento de água e drenagem pluvial, condição que propicia a absorção da população projetada para o bairro Crixá pelos serviços de saneamento básico.

1.3. Aspectos Metodológicos

Os aspectos metodológicos referentes ao levantamento de dados, sejam primários ou secundários, visando à elaboração do diagnóstico ambiental e prognóstico dos impactos ambientais neste estudo, estão descritos a seguir: Análise do Termo de Referência – TR emitido pelo IBRAM (Tomo IV) para elaboração deste EIA; Produção de plano de trabalho, divisão do escopo de trabalho, definição de cronograma e estratégia de desenvolvimento deste estudo ambiental; Formação de equipe técnica multidisciplinar;

31 Aquisição e compatibilização de dados cartográficos, formando um banco de dados espaciais no ambiente do Sistema de Informações Geográficas – SIG. Todos os dados espaciais foram referenciados ao sistema geodésico SIRGAS 2000; Reunião técnica precursora com equipe multidisciplinar de especialistas para coordenação das atividades de campo, coleta de dados primários e secundários, apresentação dos dados do bairro Crixá (Plano de Uso e Ocupação, edital de chamamento) e coleção de mapas que integram o SIG. Nesta etapa foram discutidas e definidas as áreas de influência do bairro Crixá, com auxílio do SIG, considerando as características físicas, bióticas, antrópicas, urbanismo e infraestrutura e sua relação quanto aos possíveis impactos ambientais, na visão crítica de toda a equipe técnica e da coordenação; Compêndio e estudo da legislação pertinente, nos níveis federal e distrital; Reuniões entre equipe responsável pelo estudo ambiental, projeto urbanístico, infraestrutura, empreendedor e construtora, para discussão e esclarecimentos em relação à proposta a ser implantada; Reconhecimento prévio das características físicas, bióticas e antrópicas da área de estudo, bem como, posterior, elaboração dos mapas temáticos para subsidiar a elaboração deste Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Este componente de geoprocessamento envolveu a obtenção de diversos dados temáticos, organizados em mapa no ambiente de Sistema de Informações Geográficas – SIG (ArcGis 9.3 – ESRI®); Coleta de amostras de água na AID e geração dos laudos laboratoriais com resultados das análises; Elaboração dos relatórios temáticos, que, em conjunto, consubstanciam o capítulo de diagnóstico ambiental deste EIA; Análise crítica do empreendimento frente às características ambientais apresentadas no diagnóstico. Trata-se da fase que integra os diversos estudos e especula a respeito dos prováveis cenários promovidos com as intervenções propostas pelo empreendimento. Esta etapa exigiu reuniões com equipe técnica para discutir a integração entre as áreas temáticas. Como resultado das discussões técnicas foi gerado o prognóstico de impactos ambientais, nas fases de instalação e ocupação do parcelamento de solo em tela, considerando os meios físico, biótico e antrópico estudados; A parte propositiva do EIA foi desenvolvida por meio de soluções técnicas, que visam prevenir, eliminar, mitigar ou compensar os impactos ambientais negativos, potencializar os positivos e, ainda, monitorar os efeitos durante a instalação e operação do empreendimento. Estes dados foram apresentados pelos especialistas, que avaliaram a viabilidade das soluções conforme as características naturais e sociais da área de estudo. As propostas foram discutidas de forma multidisciplinar, buscando consonância com a proposta do Plano de Uso e Ocupação do parcelamento de solo; Análise conclusiva da coordenação e toda equipe técnica do EIA quanto à viabilidade ambiental do parcelamento de solo proposto – o bairro Crixá.

32 1.4. Informações de Outros Empreendimentos na Área de Influência do Bairro Crixá

Visando levantar informações relativas a outros empreendimentos, públicos ou privados, projetados ou em implantação, na área de influência bairro Crixá, a partir de levantamento de dados secundários verificou-se mencionado bairro é vizinho das áreas informais e do núcleo urbano consolidado da cidade de São Sebastião.

As áreas informais e do núcleo urbano consolidado da cidade de São Sebastião estão localizadas no quadrante sudoeste do Distrito Federal, entre a rodovia EPCT (DF-001), o córrego Mato Grande e o ribeirão Santo Antônio da Papuda.

Para implantação do parcelamento de solo das áreas informais e do núcleo urbano consolidado da cidade de São Sebastião foi apresentado o Plano de Controle Ambienta (PCA)/Relatório de Controle Ambiental (RCA), elaborado, em 2009, pela empresa TOPOCART – Topografia Engenharia e Aerolevantamentos, com objetivo de licenciar as atividades modificadoras do meio ambiente e sanar os efeitos negativos de empreendimentos já consolidados, caracterizando os seus aspectos do meio físico, biótico e antrópico.

A Área de Influência Direta – AID do PCA/RCA (TOPOCART) corresponde à poligonal do parcelamento e a Área de Influência Indireta – AII corresponde à bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu (meio físico). Todo o diagnóstico, prognóstico e conclusão de viabilidade do empreendimento foram realizados no âmbito de sua AID. A ADA do bairro Crixá está inserida na AII do PCA/RCA (TOPOCART, 2009) numa localidade muito próxima a AID deste.

O PCA/RCA (TOPOCART, 2009) auxiliou na caracterização do meio físico do EIA do bairro Crixá ao realizar estudos geotécnicos na sua AII, onde se localiza parte do bairro Crixá. Não consta no PCA/RCA qualquer restrição ao parcelamento e ocupação na área da poligonal do bairro Crixá.

A Figura 3 mostra a localização da AID das áreas informais e núcleo urbano consolidado da cidade de São Sebastião (polígonos amarelos e vermelhos) em relação ao bairro Crixá (polígono alaranjado).

33

Figura 3: Os polígonos vermelhos e amarelos correspondem às áreas do parcelamento de solo do PCA/RCA (TOPOCART, 2009), o polígono alaranjado corresponde ao bairro Crixá.

34 2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Neste capítulo são caracterizados os fatores físicos, bióticos e socioeconômicos das áreas de influência do bairro Crixá, fundamentados em dados primários e secundários, com vistas a analisar os aspectos que podem ser afetados por sua implantação e ocupação.

2.1. Meio Físico

2.1.1. Áreas de Influência a) Área Diretamente Afetada – ADA

A ADA foi definida como a poligonal do bairro Crixá por abranger os recursos naturais do meio físico diretamente afetados pela implantação e ocupação desse empreendimento imobiliário de interesse social (Figura 4).

Figura 4: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio físico.

35 b) Área de Influência Direta – AID

A AID foi estabelecida como o interflúvio dos córregos Capão Comprido e Açude, por ser o espaço onde pode ocorrer impactos diretos oriundos da ADA sobre os recursos naturais do meio físico, conforme indica a Figura 5.

Figura 5: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio físico.

c) Área de Influência Indireta – AII

A AII foi determinada como a Unidade Hidrográfica Ribeirão Papuda, por ser essa, em princípio, uma unidade de planejamento territorial apropriada para avaliar o alcance dos impactos ambientais causados pela instalação e ocupação do bairro Crixá sobre os recursos naturais do meio físico (Figura 5).

36 2.1.2. Geologia a) Aspectos Regionais

As áreas de influência do bairro Crixá estão inseridas na porção central da Província Estrutural Tocantins, que consiste numa importante zona orogênica de idade Neoproterozóica, formada provavelmente a partir do processo colisional entre antigos blocos continentais, correspondentes aos crátons Amazônicos e São Francisco e o Bloco Paranapanema.

A amalgamação desses continentes ocorreu durante o Ciclo Brasiliano e foi responsável pela formação de cinturões de dobras e empurrões, conhecidos como Faixa Brasília, Faixa Araguaia e Faixa Paraguai.

A Faixa Brasília ocupa a porção centro-leste da Província Tocantins e estende-se ao longo da direção norte-sul por cerca de 1.100 km (FUCK, 1994). As principais unidades sedimentares e metassedimentares da Faixa Brasília apresentam deformação tectônica progressivamente mais intensa em direção a oeste, acompanhada por crescente metamorfismo na área cratônica a metamorfismo de fácies anfibolito e granulito na porção ocidental.

O Distrito Federal está inserido na Faixa Brasília (MARINI et al. 1981) na transição das porções de maior grau metamórfico e de menor grau metamórfico. Esta região é compartimentada geologicamente em quatro principais unidades: os grupos Canastra e Paranoá, com idade Meso/Neoproterozóica, e os grupos Araxá e Bambuí, de idade Neoproterozóica, além dos solos e aluviões de idade Cenozóica, contribuindo, respectivamente, com 15%, 65%, 5% e 15% da área total do Distrito Federal (CAMPOS, 2004).

Estas unidades litoestratigráficas são limitadas por superfícies de cavalgamentos regionais denominados Sistema de Cavalgamento Paranã (Grupo Paranoá sobre o Grupo Bambuí), Sistema de Cavalgamento São Bartolomeu (Grupo Canastra sobrepondo aos grupos Paranoá e Bambuí), Sistema de Cavalgamento Descoberto (Grupo Araxá sobre Grupo Paranoá).

Os quatro conjuntos litológicos apresentam contexto tectônico regional e de ambientes de formação mais complexos e não serão tratados com evidência neste trabalho.

37 b) AII

A geologia da AII foi determinada com base em dados secundários, onde foram identificadas rochas do

Grupo Paranoá (Unidades Metarritmito Argiloso – R4, Metarritmito Arenoso – R3 e Quartzito Médio – Q3) e rochas do Grupo Canastra (Filitos, Quartzitos e Mármores – Ccf). A descrição detalhada das unidades encontradas na ADA e AID estão em seus respectivos tópicos. A descrição das unidades encontradas na ADA e AID está apresentada nos próximos itens “c” e “d”.

Conjunto essencialmente pelítico composto de

metargilitos, metafolhelhos, metassiltitos argilosos e raros bancos de arcóseos esverdeados quando frescos.

Bambuí Unidade correlacionável com o topo da Formação Serra da Saudade e com base da Formação Três Marias.

Clorita xistos, muscovita – quartzo, biotita-muscovita

Neoproterozóico xistos e raramente xistos granadíferos. Ocasionais lentes

Araxá e intercalações de quatzitos finos e micáceos.

Sequência psamo-pelito carbonáticas composta de seis unidades correlacionáveis, da base para o topo, com as unidades S (metassiltito e metarritmitos com

intercalações carbonáticas), A (ardósias), R2 (metarritmitos com predominância da fração pelítica) e PPC (metassiltito e metargilitos com lentes de

Paranoá metacalcários e canais quartzíticos).

Neoproterozóico

-

Meso Meso

Conjunto representado por sericita filitos, clorita

filitos, calcifilitos, quartzo-sericita filitos com lentes e níveis de quartzitos, metarritmitos e raras lentes e mármores finos, próximo à base da sequencia.

Canastra Unidade correlacionável com as formações Serra do Landim e Paracatu.

Figura 6: Recomposição litoestratigráfica do Distrito Federal. Os cavalgamentos provocam inversões estratigráficas onde o Grupo Canastra ocorre sobre os grupos Paranoá e Bambuí, o Grupo Paranoá sobre o Grupo Bambuí e o Grupo Araxá sobre o Paranoá. Fonte: Freitas-Silva e Campos (1998).

38 MNPpq3 – Quartzito Médio Segundo Campos (2004), esta unidade é composta por quartzitos finos a médios, brancos ou rosados, silicificados e intensamente fraturados. Apresentam estratificações cruzadas variadas e mais raramente marcas onduladas. Sustenta o relevo de chapadas elevadas em cotas superiores a 1.200 metros.

MNPpr4 – Metarritmito Argiloso Esta unidade é composta por intercalações de materiais sílticos e argilosos além de delgados estratos de quartzitos finos rosados a avermelhados. Os níveis arenosos apresentam estruturas do tipo laminações cruzadas, laminações truncadas por ondas e hummockys. Esta unidade apresenta espessuras variando de 100 a 150 metros (FREITAS-SILVA & CAMPOS, 1998).

MNPpr3 – Metarritmito Arenoso Segundo Freitas-Silva & Campos (1998) esta unidade corresponde a um Metarritmito Arenoso, caracterizado por intercalações de bancos decimétricos a métricos de quartzitos finos, brancos e laminados com camadas de materiais pelíticos (compostos por metassiltitos e ardósias) com cores cinza escuros quando frescos e, passam para tons rosados e a avermelhados, quando próximos à superfície.

MNpccf – Filitos, Quartzitos e Mármores O Grupo Canastra, que ocupa aproximadamente 15% da área total do Distrito Federal, está distribuído pelos vales dos rios São Bartolomeu (na porção central do Distrito Federal) e Maranhão (na porção centro- norte do Distrito Federal). É constituído essencialmente por filitos variados, que incluem clorita filitos, quartzo-fengita filitos e clorita-carbonato filitos. Além dos filitos ocorrem subordinadamente, na forma de lentes decamétricas, mármores finos cinza-claros e quartzitos finos silicificados e cataclasados (CAMPOS, 2004). c) AID

A partir da interpretação de dados de campo das áreas de afloramentos rochosos e do conhecimento do Mapa Geológico do Distrito Federal, constatou-se que a AID é constituída por rochas pertencentes ao Grupo Canastra, conforme indicam o Quadro 3 e o Mapa 5 – Geologia – Tomo III.

Quadro 3: Unidade geológica que abrange a AID. Grupo Geológico Unidade Geológica

Canastra MNPcf* * Nota: A descrição da unidade geológica MNPcf encontra-se na ADA. 39 d) ADA

A partir da interpretação de dados de campo das áreas de afloramentos rochosos e do conhecimento do Mapa Geológico do Distrito Federal, averiguou-se que a ADA é constituída por litotipos pertencentes ao grupo Canastra (MNPcf), conforme se observa no Mapa 5 – Geologia – Tomo III.

MNPcf – Filitos Freitas-Silva & Dardenne (1994) abordaram a estratigrafia regional do Grupo Canastra, que é composta por sericita filitos, clorita filitos, calcifilitos, quartzo-sericita filitos com lentes e níveis de quartzitos, metarritmitos e raras lentes de mármores finos próximos à base da sequência. Os mencionados autores apresentam a definição mais atualizada do grupo, que se subdivide em três formações: Formação Serra do Landim, unidade basal; Formação Paracatu, unidade intermediária; e Formação Chapada dos Pilões.

A unidade MNPcf é composta por filitos e correlacionável com as formações Serra do Landim e Paracatu, que são constituídas por margas e lentes de calcário que gradam para calci-filitos e calci-xistos.

O grupo Canastra ocupa 100% da ADA. É caracterizado por metarritmitos, filitos e camadas de quartzito. Quando alterados, têm coloração rosada, amarronzada e amarelada, e quando menos intemperizados, mostram-se em tons esverdeados. Localmente ocorrem intercalações centimétricas de quartzitos finos. Os filitos apresentam foliação principal na direção geral norte-sul e elevado ângulo de mergulho – comumente subverticais (Figura 7B). Os afloramentos estão localizados na margem da rodovia DF-473. De acordo com a Figura 7A observa-se a foliação característica dos filitos e na Figura 7B observa-se a alternância de materiais mais e menos competentes, submetidos à deformação.

A exposição dessa unidade foi visualizada na ADA e AID. A ocorrência da unidade na ADA se encontra em avançado grau de alteração. Por esse motivo, as figuras registradas na Figura 7 ocorrem na AID, a menos de 50 metros da ADA.

40 A B

C D

E

F G

Figura 7: Aspecto geral do Grupo Canastra na AID. (A) Afloramento in situ. (B) Direção geral norte-sul e elevado ângulo de mergulho das camadas (C) Dobramento. (D). Metarritmito, com alternância de camadas argilosas, siltosas e arenosas (areia fina). (E) Filito. (F) e (G) Foliação típica dos filitos. Localização: (A, B, D, E e F) 204.505 E / 8.238.455 N. (F e G): 204.883 E / 8.236.666 N.

41 2.1.3. Geomorfologia a) Aspectos Regionais

O Distrito Federal situa-se em uma das porções mais elevadas do Planalto Central, que, segundo King (1956) e Braun (1971), apud Martins & Baptista (1998) corresponde aos remanescentes dos aplainamentos resultantes dos ciclos de erosão Sul-americano e Velhas, desenvolvidos entre o Terciário Médio e Superior, respectivamente.

Segundo Ab´saber (1977), as características geomorfológicas da paisagem, no domínio morfoclimático do Cerrado, resultam de prolongada interação de regime climático tropical semiúmido com fatores litológicos, edáficos e bióticos.

A compartimentação geomorfológica do Distrito Federal abrange 2 pediplanos, superfícies residuais de aplainamento nas cotas mais elevadas, depressões interplanálticas e planícies (CODEPLAN, 1984).

A compreensão da evolução geomorfológica se faz pela determinação dos sistemas morfodinâmicos e da compartimentação geomorfológica para região de estudo. No território do Distrito Federal, a paisagem é compartimentada pelo controle lito-estrutural, sendo as feições mais marcantes o Domo de Brasília e as bacias estruturais onde se localizam os vales do rio São Bartolomeu (rochas do grupo Canastra), do rio Descoberto (rochas do grupo Araxá) e do rio Maranhão (porções carbonáticas do PPC do grupo Paranoá).

A compartimentação geomorfológica proposta por Martins (1998) leva em consideração a organização das características descritivas do relevo em função da altimetria e declividade, a qual se individualiza em 5 compartimentos: Chapadas Elevadas, Rebordos, Escarpas, Planos Intermediários e Planícies.

Chapadas Elevadas Representam 20,41 % dos compartimentos identificados no Distrito Federal. Os solos predominantes são representados por latossolos espessos. São entendidos como superfícies de topos aplainados mais elevadas dentro da região do Distrito Federal, sendo sustentada por quartzitos do Grupo Paranoá (Unidade Q3), formando a Chapada da Contagem e do Pipiripau.

42 Rebordos São definidos como áreas de transição entre os residuais de aplainamento associados a couraças lateríticas e compreendem a 11,72% dos compartimentos no Distrito Federal. Delineiam grande parte dos limites entre outros compartimentos, individualizando as Chapadas Elevadas e Planos Intermediários, assim como Escarpas e Planícies.

Escarpas São definidas como ruptura brusca do relevo, identificando-se, no Distrito Federal, áreas contínuas com a presença dessa feição, como nas porções de contato entre o Domo de Brasília e áreas dissecadas das bacias mais significativas, destacando a porção norte do Distrito Federal. Representam 3,91% das áreas representativas.

Planos Intermediários Representam 43,31% dos compartimentos geomorfológicos no Distrito Federal. São entendidos como superfícies residuais de aplainamento que foram dissecadas pela atuação dos principais rios da região. Definem porções planas extensivamente distribuídas na região, localizada em áreas intermediárias às Chapadas Elevadas e limitadas por Rebordos e Escarpas.

Planícies Representam 19,42% dos compartimentos correspondendo à determinada superfície limitada pelos principais rios da região e pelos Planos Intermediários, em áreas com cotas inferiores, associadas às calhas de drenagem dos cursos d’água mais significantes do Distrito Federal. b) AII

A geomorfologia da AII foi determinada com base em dados secundários, onde foram identificadas as mesmas compartimentações geomorfológicas pertencentes à AID. Portanto, a descrição detalhada das unidades geomorfológicas está apresentada nos próximos itens “c” e “d”. c) AID

As compartimentações geomorfológicas existentes na AID estão descritas abaixo e ilustradas no Mapa 6 – Geomorfologia – Tomo III. O referido mapa foi elaborado a partir do Atlas do Distrito Federal gerado pela CODEPLAN2 em 1984, em escala de 1:300.000.

2 CODEPLAN: Companhia de Planejamento do Distrito Federal. 43 Pediplano Brasília Está embutido no Pediplano Contagem-Rodeador, ocupa extensa área, com cotas que variam de 950 a 1.200 metros.

Depressões Interplanálticas e Planalto Dissecado do Alto Maranhão Abrangem áreas menores e mais baixas que os outros compartimentos, com altitudes entre 800 a 950 m.

Planícies Aluviais e Alveolares Correspondem às áreas mais baixas e de formação mais recentes. d) ADA

Conforme o Mapa 6 – Geomorfologia – Tomo III e a proposta de compartimentações geomorfológicas do Distrito Federal apresentada pela CODEPLAN (1984), a ADA se localiza no Pediplano Brasília, com cotas que variam de 950 a 1.200 metros, e nas Depressões Interplanálticas, com cotas que variam de 800 a 950 metros.

O Pediplano Brasília está embutido no Pediplano Contagem-Rodeador, através de ruptura nítida, que aparece na paisagem sob a forma de degraus. No Pediplano predominam chapadas, chapadões e interflúvios tabulares cobertos por materiais oriundos das áreas mais altas. A geração do Pediplano Brasília é considerada do Cretáceo Superior, e foi gerada por ciclo de erosão, com característica de clima seco, em que predominaram processos de desagregação de rochas.

As Depressões Interplanálticas e o Planalto Dissecado do Alto Maranhão abrangem áreas menores e mais baixas que os outros compartimentos. Nas áreas das bacias dos rios São Bartolomeu, Preto e Descoberto aparecem relevos de colinas e interflúvios tabulares, predominando declives muito acentuados. Na bacia do Maranhão, ao norte, onde o relevo é dissecado, ocorrem vertentes abruptas e pequenas elevações de aspecto tabular. A proposta de geração desses compartimentos relaciona-se a alternâncias de clima úmido e seco, gerando erosões sucessivas, provavelmente associadas a soerguimentos tectônicos. Não é sugerida nenhuma proposta para a idade desses compartimentos (MARTINS & BAPTISTA, 1998).

O relevo apresenta-se de plano a ondulado, sendo sustentado sobre filitos, metarritmitos e quartzitos do grupo Canastra.

44 2.1.4. Hidrogeologia a) Aspectos Regionais

O estudo da água subterrânea, além de tratar do fluxo em formações saturadas, inclui o movimento da água em meios não saturados, nos quais a distribuição de umidade constitui função importante no ciclo hidrológico e em muitos processos geológicos (FEITOSA & MANOEL FILHO, 1997).

O Distrito Federal está localizado, no contexto brasileiro, na denominada Província Hidrogeológica do Escudo Central, que inclui parcialmente a Faixa de Dobramentos Brasília e se estende para Norte/ Noroeste, ocupando a Faixa de dobramentos Paraguai/Araguaia e a parte sul do Cráton Amazônico. Esta Província é amplamente dominada por aquíferos fraturados cobertos por mantos de intemperismo (solos e rochas alteradas) com características físicas e espessuras variáveis (CAMPOS, 2004).

Também está situado num alto regional que não apresenta grandes drenagens superficiais, sendo um divisor natural de três regiões hidrográficas. Por isso, as águas subterrâneas têm funções estratégicas na manutenção de vazões dos cursos superficiais e no abastecimento de água de núcleos rurais e urbanos que não estão interligados aos sistemas de abastecimento da CAESB ou ainda em áreas onde não existem sistemas alternativos de captação de pequenas drenagens.

Em estudos hidrogeológicos comumente se classificam as unidades geológicas conforme a importância das rochas para os aquíferos, em função das suas propriedades intrínsecas (porosidade e permeabilidade), condições de ocorrência (extensão, espessura e estrutura) e explotabilidade (fácil regular ou difícil) (GONÇALVES et al., 2007).

Em hidrogeologia costuma-se, conforme as características hidrogeológicas similares, dividir os aquíferos da região em estudo nos domínios poroso e fraturado.

Domínio Poroso Os aquíferos do domínio poroso estão associados ao manto de intemperismo, onde a água está armazenada nos espaços intergranulares dos materiais constituintes (solos e saprólitos) (GONÇALVES et al., 2007).

45 Segundo Gonçalves et al. (2007), os aquíferos porosos são armazenadores de água e possuem importante função no processo de recarga do aquífero. Freitas-Silva & Campos (1998) propõem 4 sistemas baseado na condutividade hidráulica e espessuras dos solos, a citar: P1, P2, P3 e P4. Os sistemas são descritos no Quadro 4 e estão apresentados em ordem decrescente de importância hidrogeológica.

Quadro 4: Caracterização dos sistemas de aquíferos do domínio poroso no Distrito Federal e entorno. Condutividade Espessuras Unidade Sistema Solos Predominantes Hidráulica Médias – Total/ Subjacente (m/s) Saturada (m)

Latossolo Vermelho -6 -4 Grupo Paranoá P1 10 a 10 > 20/10 Neossolo Quartzarênico (Q3, R3, S). Paranoá (A e S) -7 -6 P2 Latossolo Vermelho-Amarelo 10 a 10 >20/>10 Canastra Bambuí. -7 -8 P3 Nitossolo 10 a 10 10 a 5 / Variável Paranoá (PPC e R4) Paranoá Poucos Metros / Cambissolo (A, R4, PPC) P4 Muito baixa Muito Raso a Neossolo Litólico Ausente Araxá Canastra Fonte: Adaptado de Campos e Freitas-Silva (1998) e Souza e Campos (2001).

Domínio Fraturado Segundo Campos (2004), os aquíferos do domínio fraturado são caracterizados pelos meios rochosos, onde os espaços ocupados pela água são representados por descontinuidades planares, ou seja, planos de fraturas, microfraturas, diáclases, juntas, zonas de cisalhamento e falhas.

Esses aquíferos do domínio fraturado são livres ou confinados, de extensão lateral variável, anisotrópicos e heterogêneos, compondo o sistema de águas subterrâneas profundas, por estarem restritos a zonas que variam de alguns metros a centenas de metros.

Os parâmetros hidrodinâmicos deste domínio são muito variáveis em função do tipo de rocha e, inclusive, variando significativamente em um mesmo tipo litológico, sendo a densidade das descontinuidades do corpo rochoso o principal fator que controla a condutividade hidráulica desses aquíferos.

46 Esse domínio é dividido em 4 conjuntos distintos, denominados de sistemas aquíferos Paranoá, Canastra,

Araxá e Bambuí. O sistema Paranoá foi subdividido nos subsistemas S/A, A, R3/Q3, R4 e PPC. O sistema Canastra foi subdividido nos subsistemas F e F/Q/M.

A recarga dos aquíferos do domínio fraturado ocorre através do fluxo vertical e lateral de águas de infiltração a partir da precipitação pluviométrica. A morfologia da paisagem é importante fator controlador das principais áreas de recargas regionais (CAMPOS, 2004). b) AII

Domínio Poroso As características pedológicas e geológicas dos sistemas do domínio poroso presentes na AII estão expostas no Quadro 5.

Quadro 5: Caracterização simplificada dos 3 sistemas do domínio poroso na AII do bairro Crixá. Unidades Geológicas Espessura da Zona Sistema Solos Predominantes Subjacentes Saturada Média Latossolos Vermelho- P1 Amarelo de Textura Arenosa. Q3, R3 e S 10 metros Areias quartzosas. Latossolos Vermelhos A, S, Grupo Canastra, P >10 metros 2 Arenosos a Siltosos Grupo Bambuí Cambissolos Litólicos PPC, Grupo Araxá, P4 Solos Rasos Litossolos Rasos Grupo Canastra Fonte: Souza & Campos, 2001 (adaptado).

Domínio Fraturado Segundo Souza & Campos (2001), adaptado, o domínio Fraturado da AID é dividido conforme indica o Quadro 6.

Quadro 6: Classificação dos sistemas e subsistemas aquíferos do domínio fraturado na AID. Sistema Subsistema Vazão Média (l/h) Litologia Predominante

Quartzitos (Q3) e intercalações de quartzitos R3/Q3 12.200 e metassiltitos (R3) Paranoá Intercalações regulares de quartzitos finos e R4 6.100 metassiltitos (R4)

47 Sistema Subsistema Vazão Média (l/h) Litologia Predominante Filitos com associações de quartzitos e F/Q/M 33.000 Canastra mármores F 7.500 Filitos Fonte: Souza & Campos, 2001 (adaptado).

c) AID

O comportamento hidrogeológico na AID apresenta 2 domínios distintos: as águas subterrâneas profundas e as águas subterrâneas rasas, respectivamente, atribuídas aos aquíferos dos domínios fraturado e poroso, conforme apresentado no Mapa Hidrogeológico, elaborado em escala de 1:100.000 a partir do inventário hidrogeológico dos recursos hídricos superficiais do Distrito Federal de 1998 (Mapa 7 – Hidrogeologia – Tomo III).

Domínio Poroso As características pedológicas e geológicas dos sistemas do domínio poroso presentes na AID estão expostas no Quadro 7.

Quadro 7: Caracterização simplificada dos 3 sistemas do domínio poroso na AID do bairro Crixá. Unidades Geológicas Espessura da Zona Sistema Solos Predominantes Subjacentes Saturada Média Latossolos Vermelho-Amarelos P1 de Textura Arenosa Q3, R3 e S 10 metros Areias Quartzosas Latossolos Vermelhos Arenosos A, S, Grupo Canastra e P >10 metros 2 a Siltosos Grupo Bambuí Cambissolos Litólicos PPC, Grupo Araxá e P4 Solos Rasos Litossolos Rasos Grupo Canastra Fonte: Souza & Campos, 2001 (adaptado).

Domínio Fraturado Segundo Souza & Campos (2001), adaptado, o domínio Fraturado da AID é dividido conforme indica o Quadro 8.

48 Quadro 8: Classificação dos sistemas e subsistemas aquíferos do domínio fraturado na AID. Sistema Subsistema Vazão Média (l/h) Litologia Predominante Filitos com Associações de F/Q/M 33.000 Canastra Quartzitos e Mármores F 7.500 Filitos Fonte: Souza & Campos, 2001 (adaptado).

d) ADA

Conforme o Mapa 7 – Hidrogeologia – Tomo III, na ADA ocorre os sistemas P1 e P4 (domínio poroso), desenvolvido sobre o subsistema F – filitos (Cf) (domínio fraturado).

O sistema P1 caracteriza aquíferos do tipo intergranulares contínuo, livres, de grande extensão lateral, com importância hidrogeológica local relativa elevada. Assim, representa o sistema com maior risco natural à contaminação por diversos tipos de poluentes potenciais. Esse sistema recobre 48,93% da área.

O sistema P4 é composto por aquíferos intergranulares, descontínuos e livres. Sua condutividade hidráulica é muito baixa e o seu aproveitamento é efetuado por poços escavados. Ocorre em relevo movimentado em vales dissecados. Sua importância hidrogeológica local é negligenciável. Esse sistema recobre 51,07% da ADA.

O subsistema F é composto por aquíferos fissurais, descontínuos, livres e de condutividade hidráulica baixa. Tem importância hidrogeológica local moderada. Apresentam maiores possibilidades onde ocorre interseção de fraturas com foliação de alto ângulo. Esse subsistema possui média de vazões de 7,5 m3/h e recobre 100% da área.

Ensaios de Infiltração Os métodos de infiltração in situ têm como principal característica avaliar a infiltração vertical da água, possibilitando a avaliação do potencial superficial dos solos à recarga nos períodos de excedente hídrico (GASPAR et al., 2007). Foram utilizados os métodos: anéis concêntricos para o ensaio de infiltração superficial e open end hole para ensaio de infiltração em profundidade.

Estes 2 métodos de ensaio de infiltração foram aplicados simultaneamente em cada um dos 3 pontos situados na ADA. A localização desses pontos teve o objetivo de abranger os diferentes comportamentos do latossolo em áreas mais e menos preservadas. Os ensaios foram realizados nos dias 06 e 20 de maio de 2014, quando se inicia o período seco do Distrito Federal com base na queda dos índices pluviométricos. 49 Esses métodos serão melhores detalhados em seguida. A localização dos ensaios de infiltração na ADA e suas respectivas classes de solos estão apresentadas na Figura 8.

Figura 8: Localização dos pontos da ADA onde se realizaram os ensaios de infiltração.

i. Anéis Concêntricos

A primeira etapa consiste em cravar os cilindros metálicos na superfície do solo, golpeando-os com uma estaca de madeira, até uma profundidade “I”. É importante que os golpes sejam bem distribuídos ao longo do perímetro do cilindro para evitar uma deformação desigual do solo. Para verificar se os cilindros foram cravados o mais horizontalmente possível utiliza-se um nivelador (Figura 9A).

Nesse tipo de infiltrômetro, a água é adicionada nos 2 compartimentos do anel, sendo que a função do anel externo é evitar a horizontalidade do movimento da água no solo (Figura 9D). Dessa forma, o anel externo deve ser preenchido antes de adicionar água no cilindro interno e ter o nível d’água sempre acima do nível no anel interno para garantir que a água do anel interno infiltrará verticalmente (Figura 9C).

Ao se preencher o cilindro interno (Figura 9B) é medido o valor h0, sendo registrado no instante t0. Após o decorrer de um tempo tf é medida a altura hf. 50 A B

C D

Figura 9: (A) Nivelamento dos anéis concêntricos para que o experimento seja o mais preciso possível. (B) Cilindro preenchido por água. (C) Rebaixamento do nível da água no cilindro interno. Nível externo sempre acima do nível interno. (D) Desenho esquemático dos anéis cilíndricos, as setas indicam o fluxo d´água no anel interno exclusivamente vertical. Localização: 210.746 E / 8.271.170 N.

Durante a execução do ensaio, a água infiltrada no solo a partir do compartimento externo apresenta uma tendência natural de fluir vertical e lateralmente. A saturação do solo nas porções imediatamente abaixo do compartimento externo permite que a água infiltrada a partir do compartimento interno infiltre predominantemente na direção vertical. Com a trena é medida a altura da coluna d'água, somente do compartimento interno, no tempo inicial e final.

Para evitar que ocorra infiltração com componente lateral a partir do compartimento interno, é necessário vistoriar constantemente o nível da água no compartimento externo, que deve sempre apresentar um nível d'água mais elevado que o do compartimento interno (SOUZA & CAMPOS, 2001).

A estimativa da condutividade hidráulica vertical é realizada através da aplicação da Equação:

I h k U. .ln0  m / s v th t 51 Sendo:

KV – condutividade hidráulica vertical; U – fator de correção (1/60.000); I – profundidade cravada pelo cilindro (mm);

h0 – coluna de água inicial (mm);

ht – coluna de água final (mm); t – tempo de ensaio (min.).

Os dados adquiridos no campo foram utilizados para obter a estimativa do coeficiente hidráulico em superfície (Kv). O Quadro 10 contém os valores calculados de Kv em cada ensaio. ii. Open end Hole

Os ensaios do tipo open end hole, utilizados para a avaliação da condutividade hidráulica vertical (Kv) nas profundidades de 50, 100, 150 e 200 cm, por meio da utilização de poços de observação feitos com escavadeiras e revestidos por tubos de PVC liso com raio de 50 cm, cravados no fundo para evitar a perda de água entre o tubo e a parede do solo. O objetivo de cravar os tubos no solo é garantir que a área de infiltração seja restrita ao fundo do poço. A Figura 10 exemplifica como é realizado o ensaio de infiltração open end hole.

Com a utilização de uma trena mediu-se a profundidade (H) de cada cano (do fundo até a boca do cano).

Cada cano foi então preenchido com água até uma altura inicial (h0). A água infiltra pelo fundo e o nível da água diminui gradativamente até uma altura final (hf). O tempo em que a água levou de h0 até hf foi criteriosamente medido com um cronômetro digital.

A estimativa da condutividade hidráulica em profundidade é realizada aplicando-se a seguinte equação:

r h k  .2,303.lg 0 v 4.th t

Sendo: kv – condutividade hidráulica (m/s); r – raio do tubo (m); ∆t – intervalo de tempo do ensaio (s); h0 – coluna de água inicial (m); ht – coluna de água final (m). 52 A B

h0

C

Entrada de água

Saída de água

Figura 10: (A) Perfuração do solo com trado manual. (B) Tubo de PVC indicando coluna de água inicial h0. (C) Ilustração do arranjo de tubos PVC, mostrando seus comprimentos e direção do fluxo da água. Tubos com raio igual a 50 cm. Fonte: Fiori, 2010 (Adaptado).

Em geral, em cada ensaio foram realizadas várias medidas para verificação da variação da condutividade hidráulica vertical com o tempo. Para estimativa de Kv, foram feitas medidas das variações da altura da coluna de água num intervalo de tempo.

Os dados adquiridos no campo foram usados para obter a estimativa do coeficiente hidráulico em profundidade (Kv).

53 iii. Resultados

Os valores de condutividade hidráulica podem ser classificados em função de intervalos de valores como apresentado no Quadro 9.

Quadro 9: Classificação de magnitudes da condutividade hidráulica. Valores de K Magnitude Exemplo de Materiais (Ordem de Grandeza em m/s) Cascalho Clasto Suportado / > 10-3 Muito Alta Fratura com Abertura Maior que 5 mm. Arenito Grosso, Puro e 10-3 a 10-5 Alta Bem Selecionado Arenito Fino a Médio, com 10-6 Moderada Pequena Quantidade de Matriz Solo Arenoso Solo Argiloso Siltito Pouco Fraturado 10-7 a 10-8 Baixa Grauvaca Arenito Cimentado Siltito Argiloso < 10-8 Muito Baixa Solo Argiloso sem Estruturação Folhelho Fonte: Freeze & Cherry, 1996 e Fetter, 1994 (adaptado).

Anéis Concêntricos

O Quadro 10 apresenta os resultados do método anéis concêntricos. Em seguida, observa-se um gráfico comparativo das condutividades hidráulicas obtidas em cada ensaio realizado (Figura 11).

Quadro 10: Valores calculados de coeficiente hidráulico superficial (Kv), nos ensaios utilizando o método dos anéis concêntricos e suas localizações. Ensaio Kv (m/s) Localização 1 4,56x10-5 204.544 E / 8.237.222 N 2 2,28x10-4 204.315 E / 8.237.082 N 3 1,48x10-5 204.459 E / 8.238.119 N

54 Método Anéis Concêntricos Condutividade Hidráulica

2,40E-04

2,10E-04

1,80E-04

1,50E-04 Ponto 1 Ponto 2 1,20E-04 Ponto 3

Kv Kv (m/s) 9,00E-05

6,00E-05

3,00E-05

0,00E+00

Figura 11: Análise comparativa das condutividades hidráulicas verticais calculadas a partir do método anéis concêntricos.

Open end Hole

O Quadro 11 apresenta os resultados do método Open end Hole. Em seguida, observa-se um gráfico comparativo das condutividades hidráulicas obtidas em cada ensaio realizado (Figura 12).

Quadro 11: Valores calculados de coeficiente hidráulico (Kv), pelo método open end hole.

Ensaio Kv50 (m/s) Kv100 (m/s) Kv150 (m/s) Kv200 (m/s) 1 4,61x10-5 6,28x10-7 1,06x10-6 1,15x10-7 2 1,18x10-5 1,33x10-6 5,03x10-7 5,68x10-7 3 5,47x10-6 2,30x10-6 1,08x10-6 4,64x10-7

A Método Open end Hole B Condutividade Hidráulica

6,00E-05 4,00E-05 2,00E-05

Kv (m/s) Kv Ponto 1 0,00E+00 50 100 150 200 Profundidade

55 C Método Open end Hole Condutividade Hidráulica

6,00E-06 4,00E-06

Kv 2,00E-06 Ponto 3 0,00E+00 50 100 150 200 Profundidade

Figura 12: Gráficos apresentando os valores de condutividade hidráulica vertical obtidos nos ensaios com open end hole realizados no ponto 1 (A), ponto 2 (B) e ponto 3 (C).

iv. Discussão

A condutividade hidráulica, expressa por uma dimensão de distância dividida por uma dimensão de tempo (ex. m/s), representa um coeficiente de proporcionalidade (K) que depende das características do meio, incluindo, porosidade, tamanho, distribuição, forma e arranjo das partículas, além da viscosidade e massa específica do fluido (FEITOSA et al., 2008). Sob o ponto de vista prático, representa à maior ou menor facilidade de um determinado meio em conduzir água (AZEVEDO, 2012).

Os ensaios foram realizados com o intuito de observar o comportamento do solo em diferentes localidades da ADA.

Anéis Concêntricos

Conforme a análise da Figura 11, observa-se que as condutividades hidráulicas apresentadas são da ordem de 10-5 a 10-4 o que as classificam como altas. A condutividade hidráulica na superfície possui ordem de grandeza maior que em profundidade devido à bioturbação ser mais efetiva nos primeiros centímetros dos solos.

Deve-se salientar que os valores obtidos pelo método dos anéis concêntricos representam as máximas capacidades de infiltração. Esta característica se deve ao fato de o ensaio ser desenvolvido sob uma carga hidráulica acima da superfície, ou seja, sob lâmina d’água saturada acima do terreno em que o ensaio é desenvolvido.

56 Open end Hole

Os valores de Kv foram da ordem de 10-5 a 10-7 m/s, o que as classifica como altas e baixas. Esses valores corroboram a uniformidade da capacidade de infiltração desses solos, conforme comparação entre diversos estudos realizados nos Latossolos do Distrito Federal (SOUZA & CAMPOS, 2001) (CADAMURO, 2002) (LOUSADA, 2005).

O gráfico da Figura 13, mostra a comparação dos comportamentos da infiltração da água a partir dos valores de Kv obtidos dos ensaios do tipo open end hole.

Método Open end Hole Condutividade Hidráulica

1,00E-04 1,00E-05 1,00E-06 1,00E-07 1,00E-08 1,00E-09 0

50

100 Ponto 1 Ponto 2

150 Ponto 3 Profundidade (cm)

200

250 Kv (m/s)

Figura 13: Análise comparativa dos ensaios utilizando o método open end hole nas profundidades de 50, 100, 150 e 200 cm.

Os valores de condutividade hidráulica através do método open end hole, tendem a diminuir com a profundidade, em função do aumento do próprio peso da seção (que reduz a porosidade), à diferença de textura, ao selecionamento e granulometria no perfil de solo.

Esse comportamento do Kv fica claro no ponto 3 do gráfico, onde se observa uma diminuição progressiva da condutividade hidráulica, conforme o perfil se aprofunda.

57 Porém, nos pontos 1 e 2 a condutividade hidráulica apresenta aumento juntamente com o aprofundamento dos furos. No ponto 1, observa-se brusca diminuição da condutividade hidráulica entre as profundidades de 50 cm a 100 cm, seguido de aumento do Kv na profundidade 150 cm e de diminuição na profundidade 200 cm. No ponto 2, observa-se diminuição progressiva da condutividade hidráulica, conforme o perfil se aprofunda. Ressalta-se que a condutividade em 200 cm apresenta pequeno incremento. Esses aumentos de Kv em maiores profundidades denotam uma maior estruturação desses horizontes.

2.1.5. Pedologia a) Aspectos Regionais

Segundo Souza & Campos (2001), o Distrito Federal possui 3 principais classes de solos, que são os Latossolos Vermelho, Latossolos Vermelho-Amarelo e Cambissolos, que reunidos perfazem 85% da cobertura do território. Entre os 15% de classes de solo restantes, podem ser encontrados Plintossolos, Neossolos, Gleissolos, Nitossolos, Argissolos, Chernossolos e Organossolos. b) AII

Este EIA adota como referência o trabalho elaborado pelo Serviço Nacional de Levantamento de Solos (EMBRAPA, 2006), que propiciou identificar na AII as 5 classes de solos: Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho Amarelo, Cambissolo, Solos Hidromórficos e Argissolos. No Quadro 12 segue breve descrição de cada classe solo.

Quadro 12: Classes de solos identificadas na AII. Classes de Solo Características Gerais Pouco desenvolvidos, presença de horizonte diagnóstico Bi Cambissolo (Cb) (B incipiente) Solos Hidromórficos São permanentemente ou periodicamente saturados por água Textura argilosa; perfis profundos; associado às regiões mais Latossolo Vermelho (LV) planas Latossolo Vermelho-Amarelo Textura argilosa; boa estruturação (LVA) Presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa ou Argissolo (P) alta.

58 c) AID

Na AID foram identificadas 3 classes de solos: Latossolo Vermelho, Cambissolo e Argissolo, conforme indica o Mapa 8A – Pedologia da AID – Tomo III. O Quadro 13 apresenta breve descrição de cada classe solo.

Quadro 13: Classes de solos identificadas na AID. Classes de Solo Características Gerais Pouco desenvolvidos, presença de horizonte diagnóstico Bi Cambissolo (C) (B incipiente) Latossolo Vermelho (LV) Textura argilosa; perfis profundos; associado às regiões mais planas Latossolo Vermelho Amarelo Presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa ou alta (LVA) Argissolo (P) Presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa ou alta

O Mapa de Solos, no âmbito da AID, foi elaborado em escala de 1:100.000, de acordo com o Mapa de Reconhecimento dos Solos do Distrito Federal de 1978, atualizado em 2004. d) ADA

Em relação à caracterização dos solos da ADA, realizou-se levantamento de campo para identificação e classificação táctil-visual expedita, com a finalidade de avaliar seu comportamento geral, a classificação e a permeabilidade.

O Mapa 8B – Pedologia da ADA – Tomo III ilustra todas as classes de solo identificadas na ADA, tendo o mesmo sido elaborado em escala 1:2.000, considerando os levantamentos realizados em campo e o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos editado pela EMBRAPA em 2006.

As coberturas identificadas são formalizadas, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), como:

59 Latossolos (LV) Resultam de alto grau de intemperismo e lixiviação, formando estrutura bastante porosa. Abrange a maior área do Distrito Federal, cerca de 55%, com mantos de até 20 metros de espessura, profundos e bem drenados, formados a partir de rochas metamórficas de baixo grau (ardósia, siltitos, metarritmitos, quartzitos e filitos) ricas em quartzo e sílica. Esses solos têm maior porção de argila com estrutura 1:1 e minerais silicatados altamente resistentes, como o quartzo e o rutilo (EMBRAPA, 2006).

Cambissolos São solos caracterizados por apresentar horizonte B incipiente, com certo grau de desenvolvimento, porém ainda não suficiente para decompor minerais primários de fácil intemperização. Apresentam-se pouco evoluídos, onde os horizontes A e B são pouco espessos, com profundidade inferior a 1 metro. São extremamente erodíveis e friáveis quando expostos. Recobrem cerca de 30% do Distrito Federal e ocorrem preferencialmente nas vertentes das áreas dissecadas das bacias dos rios Maranhão, Descoberto, Paranoá e Preto (EMBRAPA, 2004). e) Características dos Solos Amostrados na ADA

O latossolo apresenta estrutura microagregada, macroporosa, colapsível e alta erodibilidade se submetido a fluxo de escoamento de águas pluviais concentrado. Representa um solo com intenso desenvolvimento pedogenético, intensa transformação e remoção de elementos móveis por meio de reações de dissolução e oxirredução, além de significativas quantidades de óxidos/hidróxidos de ferro e alumínio atribuindo a coloração avermelhada. O latossolo vermelho recobre 62,24% da ADA.

O perfil de solo 1 foi realizado no latossolo vermelho (Figura 14), que apresentou espessura aproximada de 85 cm. Identificaram-se os horizontes A e Bw. O horizonte A antrópico possui cerca de 10 cm, com cor vermelha e matéria orgânica. O horizonte A contém estrutura grumosa e o Horizonte B latossólico (Bw) possui maior estruturação que o horizonte A, que apresenta textura areno-argilosa e possui 75 cm de espessura.

O latossolo vermelho apresenta as seguintes características: textura areno-argilosa; estrutura granular, macroestrutura de blocos subangulares (Figura 15); consistência seca macia, além de ser pouco plástico e ligeiramente pegajoso.

Os cambissolos são solos poucos desenvolvidos e correm na ADA. A vegetação local é de cerrado ralo e o relevo é ondulado, o que contribui para solos pouco espessos. A rocha parental e também substrato é composto por filitos e quartzitos do Grupo Canastra. Os cambissolos recobrem 37,76% da ADA. 60 1

Figura 14: Perfil 1 – latossolo vermelho na ADA. Localização: 209.551 E / 8.271.568 N.

A B

Figura 15: (A) Exame de macroestrutura em campo. (B) Estrutura muito grande em blocos subangulares. Localização: 209.551 E / 8.271.568 N.

61 O perfil 2 (Figura 16) possui aproximadamente 47 cm de espessura. Apresenta horizonte A chernozênico com 14 cm de espessura e horizonte B incipiente com 33 cm. O solo foi observado numa área degradada.

2

Figura 16: Perfil de Cambissolo. Localização: 204.377 E / 8.237.969 N

2.1.6. Declividade e Altimetria

A declividade associada aos outros fatores dos meios físico e biótico, como o solo, a cobertura vegetal, a altimetria, é fundamental para determinação da suscetibilidade da área aos processos erosivos. Segundo Martins (1998), a associação da declividade com a altimetria fornece as informações necessárias para definição do compartimento geomorfológico.

62 Segundo as classes de declividade adotadas por Duarte et al. (2004), relevos planos variam entre 0 a 3%, relevo suave ondulado entre 3 a 6%, relevo ondulado entre 3 a 12%, relevo forte ondulado entre 12 a 20%, relevo forte ondulado mais montanhoso entre 20 a 40%, relevo montanhoso entre 40 a 60% e relevo maior que 60% é fortemente montanhoso. a) AII

Devido à dimensão da AII, os dados referentes à declividade e à altimetria não serão discutidos neste EIA. A justificativa para afirmação anterior é de que esses fatores não serão afetados durante a instalação e ocupação do parcelamento de solo denominado bairro Crixá. b) AID

Conforme o Mapa 9A – Declividade da AID – Tomo III, a AID possui variação de relevo entre 0 a 100%, com predominância das classes 0 a 10% e 10% a 20%. c) ADA

Baseando-se na classificação dada por Duarte et al. (2004), o relevo na ADA é suave ondulado e a distribuição da declividade pode ser verificada no Mapa 9B – Declividade da ADA – Tomo III.

A altimetria representa o relevo da área e foi calculada a partir das cotas altimétricas ou altitudes da área em questão. De acordo com o Mapa 10 – Altimetria da ADA – Tomo III, as cotas variam entre 1.130 a 1.230 metros.

2.1.7. Geotecnia

O PCA/RCA – Execução do Estudo e Projeto de Urbanização com vistas a Regularização Fundiária da Cidade de São Sebastião – realizado pela empresa Topocart, em 2009, possui AII na qual se insere parte da ADA do bairro Crixá.

63 No PCA/RCA (TOPOCART, 2009) foram realizados estudos geotécnicos e classificação geotécnica dos solos em algumas partes da AII, dentro dessas está incluída a porção norte da ADA do parcelamento de solo bairro Crixá (Figura 17). De acordo com o referido instrumento de avaliação de impacto ambiental, os latossolos estão enquadrados entre os solos finos da classe CL da classificação de Casagrande, que foi estendida à totalidade dos latossolos da ADA.

Sob condições naturais, os latossolos e apresentam reduzidas erodibilidade. Todavia, em condições antrópicas o solo pode apresentar alta susceptibilidade à erosão, tornando o solo frágil e colapsível, sendo essa colapsibilidade caracterizada pela redução apreciável do volume do solo, quando submetido ao acréscimo de umidade, gerando a destruição da estrutura do solo, tendo como consequência o abatimento do terreno, sendo um fenômeno decorrente, principalmente, da saturação do solo mais superficial, onde a susceptibilidade ao colapso é mais desenvolvida pela aplicação de cargas baixas. Esse efeito reduz a resistência dos latossolos à erosão e provoca recalque em fundações rasas pelo colapso estrutural do solo.

Figura 17: Mapa geotécnico realizado no diagnostico ambiental do PRAD / RCA (TOPOCART, 2009). A ADA do Bairro CRIXÁ destacada em vermelho e a legenda indicando a classe geotécnica do solo. 64 Quanto aos cambissolos presentes na ADA, estes apresentam risco geotécnico baixo a moderado devido ao fato de serem solos delgados, estáveis nas condições naturais, contudo o risco de erosão poderá existir quando sujeitos a ação antrópica desordenada. O parâmetro de erodibilidade é maior quando resultante da interação do substrato impermeável sobre relevo inclinado.

A associação dos estudos geotécnicos realizados no PCA/RCA (TOPOCART, 2009) com as características observadas in loco, permite a emissão do parecer geotécnico a seguir.

Parecer Geotécnico

Em relação aos aspectos geotécnicos relacionados ao substrato rochoso na ADA não há impedimento para implantação e ocupação da expansão urbana projetada. A área do bairro Crixá pode ser dividida em 2 contextos: i. Áreas com declividades menores ou iguais a 10 % com solos mais espessos; e ii. Áreas com declividades superiores a 10 % geralmente com coberturas de solo menos espessos.

O primeiro contexto apresentado (i) é predominante na ADA, onde ocorrem latossolos vermelhos, argilosos e com espessuras estimadas em 2 a 3 metros (afinam próximo aos contatos com cambissolos). Sua susceptibilidade à erosão é limitada em função da declividade média baixa. Contudo, a exposição do material de cobertura, com a retirada da vegetação e com a concentração de fluxo de água superficial poderá ocasionar o desenvolvimento de erosão superficial laminar caso não sejam adotadas as técnicas de manejo apropriadas.

O segundo contexto apresentado (ii) ocorre numa porção pequena da ADA. É recoberta por cambissolos e neossolos litólicos com espessuras médias de poucos centímetros. Neste trecho declividade pode variar, sendo, no geral, pouco maior que 10% ou, localmente, superior a 20%. A erodibilidade é elevada, caso a remoção da cobertura vegetal seja efetuada sem manejo durante a eventual ocupação dessas áreas.

Os 2 contextos descritos são, de forma geral, adequados para a construção civil no que se refere às características geotécnicas. Fundamentado nos dados pedológicos e de declividade, conclui-se que a realização prévia de uma investigação geotécnica para verificar a capacidade de suporte do solo, com a finalidade de definir o tipo de fundação utilizada, é imprescindível. Essa investigação visa prevenir a ocorrência de recalques indesejáveis e garantir o bom desempenho dos sistemas de fundações, evitando danos às estruturas e ao meio ambiente. 65 2.1.8. Riscos

A susceptibilidade de uma área em relação a determinado fenômeno caracteriza a possibilidade de sua ocorrência, enquanto o risco envolve a possibilidade de que o fenômeno seja acompanhado de danos. a) Risco Geológico

Os riscos geológicos são classificados em riscos endógenos (associados aos processos da geodinâmica interna) e riscos exógenos (geodinâmica externa), de acordo com a Figura 18. A ADA está inserida, do ponto de vista dos riscos exógenos, em ambiente geológico estável.

RISCOS GEOLÓGICOS

EXÓGENOS ENDÓGENOS Terremotos; Escorregamentos e processos correlatos; Atividades vulcânicas; e Erosão / assoreamento; “Tsunamis.” Subsidências e colapso de solos; e Solos expansivos.

Figura 18: Classificação de riscos de natureza geológica. Fonte: Cerrie & Amaral, 1998 (adaptado).

Quanto aos riscos endógenos, esses são passíveis de ocorrência na ADA. Os escorregamentos ocorrem, geralmente, em encostas com inclinação elevada, depósitos de tálus e coluviões. Podem ser desencadeados pela intervenção antrópica não planejada, com a eliminação da vegetação, os cortes instabilizadores, o lançamento de água sem controle e outras alterações. A ADA não possui encostas íngremes, tornando o risco a escorregamentos nulo.

66 Inundações e alagamentos podem ocorrer em planícies; áreas com aquífero freático próximo à superfície; e baixa capacidade de escoamento, assoreamento. Na ADA, não existe risco de inundações e alagamento, pois a sua superfície é constituída por coberturas bem drenadas e não há aquífero freático próximo à superfície do solo.

Quanto ao risco de subsidências e colapso de solos, esses podem ocorrer devido à presença de solos que apresentam recalques importantes quando saturados e submetidos a cargas e a feições cársticas e minerações subterrâneas. Na ADA, os riscos provenientes do colapso de solos serão nulos caso seja efetuada prévia investigação geotécnica para verificar a capacidade de suporte do solo, com a finalidade de definir o tipo de fundação que deve ser utilizada.

Outro processo geológico causador de riscos ambientais é a erosão hídrica. As principais condições para o desencadeamento desse processo são: solos arenosos e siltosos pouco coesivos; inclinações acentuadas no terreno; eliminação da cobertura vegetal; o lançamento concentrado e não dissipado de águas servidas e de chuvas. Para se indicar a susceptibilidade à erosão na ADA foi realizada uma metodologia detalhada a seguir. b) Risco à Erosão

A erosão dos solos é entendida como um processo de desprendimento, transporte e deposição das partículas do solo, tendo como principais agentes o vento e a água, ou seja, agentes naturais. Entretanto, a ação antrópica, por meio da inserção de práticas que desequilibram essas condições naturais, aceleram esses processos erosivos e, devido à rapidez como ocorrem, são conceituados como fenômenos relevantes, pois acarretam prejuízos para o meio ambiente, promovendo extensivamente o assoreamento, a poluição e a eutrofização das águas superficiais, com prejuízo na vazão e qualidade dos recursos hídricos.

As perdas de solo decorrentes da erosão hídrica dependem principalmente da declividade do terreno, do regime pluviométrico, das características físicas solo e do seu uso atual. A previsão de perdas de solo e consequente produção de sedimentos nas bacias hidrográficas são indispensáveis ao planejamento para conservação do solo e da água.

Para desenvolver este item e o Mapa 11 – Susceptibilidade à Erosão – Tomo III foi utilizado o método descrito a seguir, que adotou como referência Fernandes et al. (2005), e sofreu adaptações para adequar à realidade da ADA:

67 i. cruzamento das bases cartográficas constituintes dos mapas pedológicos, uso do solo e declividade da área a ser analisada; ii. determinação de pesos para cada um dos temas de acordo com o grau de susceptibilidade que esses possam representar; iii. cruzamento dos pesos atribuídos para os temas e realização das somas desses pesos; iv. classificação em quatro classes de riscos: nula, baixa, moderada e alta.

A estruturação e a geração desse mapa foram realizadas por meio da utilização do programa Arc GIS 9.3 da ESRI, e os pesos foram determinados considerando-se a necessidade de avaliação de susceptibilidade à erosão em ambiente urbano e atribuindo conforme as características das classes constantes nos temas analisados e suas influências no ambiente onde estão inseridas.

Desta forma, os elementos de maior contribuição para o fato receberão maiores pesos, como por exemplo, no uso do solo, a área urbana, isto porque, no ambiente em estudo, não é encontrada uma estrutura e conservação de implantação de infraestrutura urbana que, atenda as questões relativas a direcionamento de águas pluviais, asfaltamento, calçamento, arborização e ajardinamento, enfim todos os elementos que possibilitem a diminuição dos impactos relativos ao desenvolvimento de processos erosivos.

O Quadro 14 apresenta os pesos atribuídos para cada classe de uso do solo.

Quadro 14: Pesos referentes aos usos de solo existentes na ADA. Uso do Solo Peso Lago/Lagoa/Represa 0 Formação Florestal – Cerradão 1 Via pavimentada Formação Savânica – Cerrado típico antropizado 2 Silvicultura Formação Savânica – Cerrado ralo antropizado 3 Vegetação arbustiva exótica 4 Vegetação lenhosa predominantemente exótica Edificação e/ou Infraestrutura agropecuária Área antropizada oriunda de ocupação urbana e/ou implantação de infraestrutura 5 Área antropizada oriunda de atividade agropecuária de pequeno porte Área degradada e/ou solo exposto 6

68 Os pesos foram distribuídos entre os valores 1 a 6. O valor 1 é correspondente ao uso menos susceptível aos processos erosivos e o valor 6 refere-se aos usos mais susceptíveis aos processos erosivos.

O Quadro 15 demonstra os pesos referentes às classes de solo.

Quadro 15: Pesos relativos aos tipos de solo existentes na ADA. Classes de Solo Peso Latossolo 3 Cambissolo 4

Para as classes de solo foram distribuídos os pesos de 1 a 5. O valor 1 refere-se à classe de solo menos susceptível à erosão e o valor 5 equivale à classe de solo mais susceptível à erosão.

No Quadro 16 são apresentados os pesos referentes às classes de declividade.

Quadro 16: Pesos distribuídos às classes de declividade existentes na ADA. Declividade Peso 0 – 2 1 2 – 5 2 5 – 10 3 10 – 20 4 > 20 5

Os pesos distribuídos para as classes de declividade variam de 1 a 5. O valor 1 indica a declividade menos susceptível à erosão, enquanto o valor 5 indica a declividade mais susceptível.

O Quadro 17 apresenta as faixas de intervalos possíveis de serem gerados a partir da soma dos pesos atribuídos às classes de cada tema, os códigos que representam os níveis de susceptibilidade à erosão e as legendas para discussão e melhor visualização dos resultados obtidos no mapa gerado.

69 Quadro 17: Tabulação gerada a partir do cruzamento dos pesos, classes e seus temas. Enquadramento dos Pesos Código Legenda 5 – 8 Moderado Vermelho Claro 9 – 11 Alto Vermelho > 12 Muito Alto Vermelho Escuro

A partir do Mapa 11 – Susceptibilidade à Erosão – Tomo III foram gerados o Quadro 18 e o gráfico que demonstra as porcentagens das áreas susceptíveis à erosão, conforme a classificação estabelecida (Figura 19), onde 24% da ADA apresenta susceptibilidade à erosão muito alta; 54% alta; e 22% moderada.

Quadro 18: Representação das áreas e porcentagens de cada classe de susceptibilidade à erosão Potencial de Susceptibilidade à Erosão Classificação Área (ha) % Moderado 17,7411 21,56464 Alto 44,6769 54,305611 Muito Alto 19,8514 24,129749 Total 82,2694 100,00

Potencial de Susceptibilidade à Erosão

24% 22%

MODERADO ALTO MUITO ALTO 54%

Figura 19: Representação das porcentagens de cada classe de susceptibilidade à erosão.

70 Sabe-se que sob condições naturais, os latossolos e cambissolos apresentam reduzidas erodibilidade. Apesar deste baixo risco, o potencial erosivo pode ser aumentado quando há interferência antrópica ao fazer movimentação de terra, concentrar o escoamento pluvial e retirar a vegetação. A ADA, em geral, possui predominância da classe de susceptibilidade a erosão muito alta a alta. Isso ocorre principalmente devido à maior presença de classes de uso e ocupação do solo com pesos altos, como o área antropizada oriunda de atividade agropecuária de pequeno porte (peso 4) associadas aos cambissolos (peso 4) e latossolos (peso 3), além de áreas degradadas e solo exposto às intempéries (peso 6).

A preparação do terreno (terraplanagem, corte e terro) e a instalação do sistema viário e das redes de infraestrutura, principalmente o sistema de drenagem pluvial por ter influência considerável sobre a ocorrência de processos erosivos, as edificações e o projeto paisagístico reduzem consideravelmente a susceptibilidade à erosão na ADA.

As demais áreas que apresentam susceptibilidade moderada à erosão estão inseridas em trechos onde há formação florestal – cerradão, formação savânica – cerrado típico antropizado, silvicultura e áreas sem cobertura vegetal (impermeabilizadas).

Diante desse cenário, considerando que a área encontra-se em terreno geologicamente estável, distante de encostas íngremes ou terrenos cársticos, o que impossibilita a ocorrência de deslizamentos de terra e queda de blocos, inundações e colapso de terreno, o risco geológico da região da ADA é nulo. c) Risco Geotécnico

Do ponto de vista de estabilidade geotécnica pode-se afirmar, com base nas sondagens realizadas na área, que os solos da área não inviabilizam a implantação de obras de infraestrutura e de edificação. Ou seja, não há risco geotécnico na área. d) Riscos à Ocupação Urbana

Os riscos à ocupação estão estritamente relacionados ao tipo de uso proposto da ADA. Caso a área seja utilizada como lote industrial ou de outra forma que apresente a possibilidade de contaminação, o risco é existente.

71 Recarga do Aquífero

Os maiores problemas associados ao uso das águas subterrâneas no Distrito Federal estão relacionados à sobre-explotação localizada dos aquíferos, à impermeabilização das áreas de recarga regionais, à má construção dos poços tubulares, à não observação dos parâmetros de proteção sanitária das obras de captação e à falta de conhecimentos específicos sobre as disponibilidades hídricas (CAMPOS, 2004).

No domínio poroso, os mecanismos para recarga são associados às diferentes características físicas de cada local: geologia, geomorfologia, topografia, pedologia e hidrogeologia. A importância das áreas de recarga varia em função desses atributos (CAMPOS & FREITAS-SILVA, 1998). Esse domínio poroso apresenta particularidades devido ao fato de representar a transição entre a zona vadosa (incluindo a região onde ocorrem as interações entre o meio externo e os aquíferos) e a zona saturada do aquífero (águas mais profundas). Essa porção também inclui a região onde se originam os processos de recarga dos aquíferos (rasos e profundos) a partir da infiltração pluviométrica. (CAMPOS, 2004).

As chuvas e as águas superficiais (drenagens, lagos, lagoas) são fontes de abastecimento do domínio fraturado. Em termos volumétricos, as águas pluviométricas são insignificantes para recarga do aquífero fraturado. A intensidade da recarga depende do sistema poroso de cobertura, das características estruturais e físicas dos litotipos e da posição geomorfológica. No Distrito Federal, as áreas preferenciais de recarga do domínio fissural são aquelas que apresentam litologias favoráveis à infiltração (ex. metarritmito arenoso e quartzito), estruturas com predominância de sistemas rúpteis sobre dúcteis, frequência alta de descontinuidades não seladas e grau de cimentação pouco elevado.

Segundo Campos (2004), no Distrito Federal são definidas como áreas de recarga regionais as regiões com relevo plano e elevado (região de Chapadas Elevadas) recobertas por solos de textura média a arenosa com elevada capacidade de infiltração. Nestas áreas, o volume superior a 20% da precipitação total infiltra através da zona vadosa do domínio poroso para recarregar a zona saturada do domínio do aquífero fraturado (ZOBY, 1999 e CARMELO, 2002).

Na ADA, a cobertura composta por latossolos de textura argilo-arenosa possui condutividade hidráulica superficial alta (10-4 m/s a 10-5 m/s) e em maiores profundidades – de 50 cm a 200 cm – alta a baixa (10-5 m/s a 10-7 m/s). A ADA apresenta declividade predominante de 0% a 10%, configurando relevo plano a levemente ondulado, condição que favorece a recarga. Do ponto de vista hidrogeológico, os solos pouco desenvolvidos com textura argilo-arenosa (cambissolo) em relevo acidentado e poucos permeáveis são fator negativo, pois resultam num aumento do run off e na diminuição da infiltração, reduzindo a circulação do aquífero. 72 De acordo com as características apresentadas, a ADA não é definida como área de recarga regional. Porém, localmente, possui alto potencial de recarga nos domínios de latossolo (P1) e baixo potencial de recarga nos domínios de cambissolos (P4). e) Risco à Contaminação do Aquífero

Em relação aos aspectos hidrogeológicos, as regiões mais sensíveis a qualquer ocupação urbana são aquelas situadas nas chapadas, por serem áreas de recarga, planas, com alta permeabilidade do solo e baixa declividade. Segundo Campos & Souza (2001) a associação dos latossolos em função dos valores de condutividade hidráulica vertical relativamente elevado, apresenta as melhores condições de recarga do aquífero.

Caracterizou-se o risco à contaminação de água subterrânea da ADA conforme a classificação descrita no Mapa de Potencial de Recarga de Águas Subterrâneas, obtido junto ao sítio da ADASA (http://www.adasa.df.gov.br). Desta forma, quanto maior o potencial de recarga, maior o risco à contaminação de determinada área.

A integração e análise dos dados obtidos indicam que a ADA se encontra numa situação de risco baixo a muito alto à contaminação, conforme o Mapa 12 – Risco à Contaminação do Aquífero – Tomo III. f) Potencialidades e Restrições à Ocupação

A ADA foi estudada in loco com o objetivo de diagnosticar regiões que apresentam potencialidade à ocupação urbana, conforme caracterização por meio de levantamento de dados primários em seus limites.

Os diagnósticos revelaram que não há fatores pedológicos, geológicos, hidrogeológicos, geotécnicos e nem geomorfológicos na ADA que inviabilizem a ocupação. Conclui-se que a ADA possui potencial para a ocupação urbana.

2.1.9. Áreas Degradadas

Considerou-se ‘área degradada’ neste item todo o espaço geográfico onde as suas características originais foram modificadas além da sua capacidade de recuperação natural, requerendo a intervenção humana para restauração ou recuperação da área alterada e reposição da cobertura vegetal.

73 A demarcação das áreas degradadas está apresentada na Figura 20 e limitou-se à ADA, onde existem trechos com o solo exposto às intempéries e que totalizam 8,88 hectares (mancha vermelha). Percebe-se que as linhas interpretadas como área degradada representam vias de circulação sem pavimentação.

Figura 20: Áreas degradadas na ADA do bairro Crixá.

2.1.10. Hidrografia, Usos da Água, Qualidade e Vazões a) Hidrografia

O bairro Crixá situa-se na área de drenagem do córrego Açude, pertencente à unidade hidrográfica do ribeirão Papuda e, consequentemente, à bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu e à região hidrográfica do rio Paraná, conforme se apresenta no Mapa 13 – Zoneamento Hidrográfico – Tomo III.

74 b) Usos da Água

O córrego Açude tem a sua cabeceira utilizada para irrigação das culturas agrícolas e uso diversificado nas chácaras da região. O trecho mediano desse córrego, em sua margem direita, mantém o uso rural com captações para irrigação e demais usos nas chácaras, enquanto na margem esquerda o loteamento urbano ocorrido tem usado esse curso d’água como corpo receptor de efluentes pluviais e efluentes sanitários sem tratamento. Em seu trecho final, o córrego Açude, por sua margem direita, é ocupado por denso loteamento urbano, que utiliza esse manancial como corpo receptor de seus efluentes pluviais. Ainda no trecho final, pela margem esquerda, metade de sua extensão é ocupada por chácaras, com uso rural, ao tempo em que na outra metade desse trecho existem ocupações com características urbanas, que usam o córrego Açude como corpo receptor de efluentes pluviais e sanitários sem tratamento.

Os assentamentos urbanos regularizados de São Sebastião, providos de serviço de esgotamento sanitário prestado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB, utilizam a água do ribeirão Santo Antônio da Papuda como corpo receptor dos rejeitos líquidos coletados e processados na Estação de Tratamento de Esgoto – ETE São Sebastião, cujo tipo de tratamento é o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA), acrescido do escoamento superficial e da lagoa de maturação.

De acordo com o Plano Diretor de Água e Esgoto do Distrito Federal (PLD, 2000), os usos dos recursos hídricos no Distrito Federal podem ser divididos em 2 categorias: Usos Consuntivos: capazes de reduzir a disponibilidade hídrica espacial e temporal de rios, lagos e de água subterrânea, como o abastecimento público, irrigação e dessedentação de animais (agropecuária), e uso industrial, e; Usos Não-Consuntivos: retornam à fonte de suprimento praticamente a totalidade da água utilizada, podendo haver alguma modificação no seu padrão temporal de disponibilidade, como recreação, lazer, piscicultura, geração de energia, assimilação e diluição de efluentes pluviais e sanitários.

De acordo com o Mapa 13 – Zoneamento Hidrográfico – Tomo III e em vistoria in loco na ADA não foram identificados quaisquer corpos hídricos superficiais.

O Quadro 19 apresenta os segmentos dos usuários de água na AII, considerando as captações superficiais e subterrâneas, conforme o Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos – PGIRH (2012) e SIESG (2013), respectivamente, para os usos consuntivo e não-consuntivo:

75 Quadro 19: Usos da água, superficial e subterrâneo, identificados na AII. Uso Consuntivo Uso Não Consuntivo Consumo humano Dessedentação Assimilação e diluição de efluentes sanitários Irrigação de terras agricultáveis Consumo industrial

Em relação à AII, o ribeirão Santo Antônio da Papuda assimila e dilui os efluentes sanitários (Figura 21) da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE São Sebastião.

Figura 21: Localização do ponto de lançamento da ETE São Sebastião. Elipse em vermelho, espacializa aproximadamente a AII – Meio Físico. Fonte: SIESG, 2013.

c) Qualidade i. Caracterização Qualitativa da Água

Neste item é realizada a caracterização da qualidade das águas superficiais dos córregos Açude, Capão Comprido e ribeirão Santo Antônio da Papuda, que se situam nas áreas de influência deste EIA para o meio físico. Seu objetivo é diagnosticar a qualidade da água em diversos trechos desses corpos hídricos e obter dados previamente à implantação do bairro Crixá, servindo como referência comparativa para as campanhas de monitoramento da qualidade da água que eventualmente venham a ser requeridas. 76 Para essa finalidade, foram identificados os principais corpos hídricos que limitam a AID, citados no parágrafo anterior, e realizadas coletas de amostras em seus leitos, totalizando 10 pontos de amostragem para a análise laboratorial e aferição dos parâmetros qualitativos.

As coordenadas geográficas dos pontos de amostragem, em UTM, bem como a sua alocação espacial, são apresentadas no Quadro 20 e Figura 22, respectivamente.

Quadro 20: Coordenadas dos pontos de coleta das amostras de águas superficiais. Coordenadas Pontos X Y Ponto 1 203.934 8.237.454 Ponto 2 203.842 8.238.466 Ponto 3 203.827 8.239.018 Ponto 4 203.924 8.239.711 Ponto 5 204.388 8.239.911 Ponto 6 205.151 8.239.866 Ponto 7 206.590 8.240.365 Ponto 8 206.234 8.239.168 Ponto 9 206.248 8.238.271 Ponto 10 205.787 8.237.384

As análises laboratoriais para a obtenção dos dados de cada parâmetro foram procedidas de acordo com as técnicas recomendadas pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater da America Water Works Association – AWWA.

Os resultados laboratoriais desses pontos foram comparados aos Valores Máximos Permitidos – VMP estabelecidos na legislação específica (Águas Doces Classe 2 – Resolução do CONAMA nº 357/2005 e suas alterações), possibilitando a discussão dos resultados e avaliação da atual condição qualitativa dos corpos hídricos antes da instalação do bairro Crixá.

77

Figura 22: Localização dos pontos de coleta das amostras de águas superficiais.

ii. Relatório Fotográfico e Descrição dos Pontos de Amostragem

Os pontos de amostragem são apresentados a seguir, junto à descrição sucinta da situação encontrada em campo.

Foto 1: Coleta de água no Ponto 1, em local Foto 2: Local de amostragem do Ponto 2. Margens antropizado, com gramíneas exóticas ao Cerrado e com declividade suave, em local antropizado e com próximo à estrutura de captação de água. vegetação nativa. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014.

78

Foto 3: Ponto 3, situado em local degradado, Foto 4: Ponto 4, inserido em local degradado, com antropizado e com a presença de gramíneas exóticas gramíneas exóticas ao Cerrado, água turva e presença ao Cerrado. de resíduos sólidos nas margens. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014.

Foto 5: Ponto 5, situado em local antropizado e Foto 6: Coleta realizada no Ponto 6, próximo ao próximo à via, com mata ciliar preservada e margens ponto de lançamento de águas pluviais, com grande sem desbarrancamentos. ocorrência de resíduos sólidos nas proximidades. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014.

Foto 7: Ponto 5, situado em local antropizado e Foto 8: Coleta realizada no Ponto 6, próximo ao próximo à via, com mata ciliar preservada e margens ponto de lançamento de águas pluviais, com grande sem desbarrancamentos. ocorrência de resíduos sólidos nas proximidades. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014. 79

Foto 9: Ponto 7, inserido em local com vegetação e Foto 10: Coleta de água no Ponto 8. Local próximo à margens degradadas, onde existe a deposição de via não pavimentada e inserida em local antropizado, resíduos sólidos carreados pelas águas pluviais. com vegetação gramínea invasora. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014.

Foto 11: Vista geral do Ponto 9, inserido em local Foto 12: Vista geral do Ponto 10, localizado em área antropizado, com vegetação gramínea exótica ao antropizada e de vegetação densa. Cerrado e a ocorrência de resíduos sólidos. Foto registrada em 11/03/2014. Foto registrada em 11/03/2014.

iii. Definição dos Parâmetros e Resultados Obtidos

Neste tópico é realizada a descrição sucinta de cada parâmetro analisado, seguido dos resultados obtidos nas análises laboratoriais de cada amostra. Também, visando estabelecer a qualidade dos cursos d’água nos trechos de influência do bairro Crixá, é comparado o resultado laboratorial obtido em cada parâmetro com os VMP estabelecidos na legislação anteriormente citada.

80 Parâmetros Físico-Químicos

• pH Exprime o valor de alcalinidade ou acidez, que é a concentração de íons de hidrogênio em moléculas- gramas por litro de solução. CARMOUZE (1994) apud BALBINO (2007) cita que as medidas de pH são de extrema utilidade, pois fornecem informações sobre a qualidade da água.

As águas superficiais possuem pH entre 4 e 9. Às vezes são ligeiramente alcalinas devido à presença de carbonatos e bicarbonatos. Naturalmente, nesses casos o pH reflete o tipo de solo por onde a água flui. Em lagoas com grande população de algas, ao realizarem fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de acidez da água. Geralmente, pH muito alcalino está associado à presença de despejos industriais.

Quadro 21: Resultados obtidos para o parâmetro pH. Pontos de Amostragem Resultados VMP 1 5,39 6 a 9 2 5,38 6 a 9 3 5,77 6 a 9 4 5,86 6 a 9 5 5,91 6 a 9 6 6,08 6 a 9 7 6,49 6 a 9 8 5,92 6 a 9 9 6,27 6 a 9 10 5,41 6 a 9

Não conformidade com o VMP.

81 pH 9,50 9,00 8,50 8,00 7,50 pH pH 7,00 Valor Máximo 6,50 Valor Minímo 6,00 5,50 5,00 Ponto 1Ponto 2Ponto 3Ponto 4Ponto 5Ponto 6Ponto 7Ponto 8Ponto 9 Ponto 10

Figura 23: Gráfico com os resultados de pH nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 24: Espacialização da situação do parâmetro pH ao longo dos pontos de amostragem.

Conforme observado no Quadro 21 e na Figura 23, a maioria dos pontos amostrados (70%) apresentaram valores de pH inferiores ao valor mínimo estabelecido pela Resolução do CONAMA nº 357/2005, ou seja, apenas 3 pontos amostrados (6, 7 e 9) estão em conformidade com a faixa de pH estabelecida pela referida Resolução do CONAMA. 82 • Fósforo Total Conforme Marques & Ferreira (2009), a presença de fósforo em corpos hídricos pode indicar o aporte de esgoto doméstico, efluentes industriais, lixiviação e carreamento de fertilizantes ou estrume de áreas de produção agropecuária.

Altas concentrações de fósforo reativo num corpo d’água podem resultar na proliferação de algas, condição que reduz o nível de oxigênio na água pelo processo denominado eutrofização, cuja consequência pode causar a mortandade de peixes.

Quadro 22: Resultados obtidos para o parâmetro fósforo total. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 0,010 0,1 2 0,010 0,1 3 0,010 0,1 4 0,010 0,1 5 0,010 0,1 6 0,010 0,1 7 0,010 0,1 8 0,010 0,1 9 0,010 0,1 10 0,010 0,1 Valor mínimo detectável pelo método de análise laboratorial: 0,010ml/L.

Fósforo Total 0,120

0,100

0,080

0,060 Fósforo Total

mg/L 0,040 VMP

0,020

0,000 Ponto 1Ponto 2Ponto 3Ponto 4Ponto 5Ponto 6Ponto 7Ponto 8Ponto 9 Ponto 10

Figura 25: Gráfico com os resultados de Fósforo Total nos 10 pontos de coleta de água.

83

Figura 26: Espacialização da situação do parâmetro fósforo total ao longo dos pontos de amostragem.

Conforme observado no Quadro 22 e na Figura 25, todos os pontos de amostragem apresentaram valores em conformidade com o VMP pela Resolução do CONAMA nº 357/2005.

Cabe destaque ao fato de todos os valores encontrados para este parâmetro serem os mesmos, explicação fundamentada no método de análise laboratorial escolhido, que não detecta qualquer valor abaixo de 0,010 mL/L de fósforo.

• Turbidez De acordo com Von Sperling (2005), a turbidez representa o grau de interferência da passagem da luz através da água, resultando em uma aparência turva à mesma.

Quadro 23: Resultados obtidos para o parâmetro Turbidez. Pontos de Amostragem Resultados VMP (UNT) 1 7,11 100 2 15,00 100 3 18,30 100 4 10,70 100 5 8,06 100 84 Pontos de Amostragem Resultados VMP (UNT) 6 7,71 100 7 7,54 100 8 12,10 100 9 13,00 100 10 2,49 100

Turbidez 120,00

100,00

80,00

60,00

NTU Turbidez 40,00 VMP

20,00

0,00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10

Figura 27: Gráfico com os resultados de Turbidez nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 28: Espacialização da situação do parâmetro turbidez ao longo dos pontos de amostragem. 85 Conforme observado no Quadro 23 e na Figura 27, todos os pontos amostrados estão em conformidade com a norma citada.

• Sólidos Dissolvidos Totais Os sólidos correspondem a toda matéria que permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado (PERPETUO, 2011).

Quadro 24: Resultados obtidos para o parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 6,86 500 2 8,34 500 3 12,70 500 4 15,30 500 5 18,60 500 6 30,00 500 7 53,00 500 8 7,20 500 9 6,27 500 10 5,48 500

Sólidos Dissolvidos Totais 600,00

500,00

400,00

300,00

mg/L Sólidos Dissolvidos 200,00 VMP

100,00

0,00 Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 29: Gráfico com os resultados de Sólidos Dissolvidos Totais nos 10 pontos de coleta de água.

86

Figura 30: Espacialização da situação do parâmetro sólidos dissolvidos totais ao longo dos pontos de amostragem.

Conforme observado no Quadro 24 e na Figura 29, todos os pontos de amostra estão em conformidade com a Resolução do CONAMA nº 357/2005.

• Cor Aparente Conforme a NBR/ABNT 9.896/1993, a cor é considerada uma das características físicas da água devido à existência de substâncias dissolvidas, ou em estado coloidal, na maioria dos casos de natureza orgânica.

Quadro 25: Resultados obtidos para o parâmetro Cor Aparente. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mgPt/L) 1 26 75 2 90,5 75 3 110,4 75 4 71,3 75 5 49,2 75 6 42,5 75 7 55,7 75 8 69,1 75

87 Pontos de Amostragem Resultados VMP (mgPt/L) 9 81,6 75 10 11,3 75

Cor Aparente 120

100

80

60 UH Cor Aparente 40 VMP

20

0 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10

Figura 31: Gráfico com os resultados de Cor Aparente nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 32: Espacialização da situação do parâmetro cor aparente ao longo dos pontos de amostragem.

88 Conforme observado no Quadro 25 e na Figura 31, 70% dos pontos amostrados estão em conformidade com a faixa de valores estabelecida pela Resolução do CONAMA nº 357/2005. As não conformidades observadas foram relativas ao Ponto 2, Ponto 3 e Ponto 9.

• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Mól & Sousa (2010) definem DBO como a quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria orgânica através da ação de bactérias aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que seria necessária para fornecer às bactérias aeróbias energia para consumirem a matéria orgânica presente num líquido (água ou esgoto).

Quadro 26: Resultados obtidos para o parâmetro DBO. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 2,0 5 2 2,0 5 3 2,0 5 4 2,0 5 5 2,0 5 6 2,7 5 7 3,8 5 8 2,0 5 9 2,0 5 10 2,0 5 Valor mínimo detectável pelo método de análise laboratorial: 2,0ml/L.

DBO 6,0

5,0

4,0

3,0 DBO

mg/L 2,0 VMP

1,0

0,0 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10

Figura 33: Gráfico com os resultados de DBO nos 10 pontos de coleta de água.

89

Figura 34: Espacialização da situação do DBO ao longo dos pontos de amostragem.

Conforme observado no Quadro 26 e na Figura 33, todos os pontos amostrados apresentaram valores em conformidade com o VMP estabelecido pela Resolução do CONAMA nº 357/2005.

Com exceção dos Pontos 6 e 7, os demais pontos de amostragem apresentaram valores idênticos. Assim como citado no parâmetro fósforo total, a quantidade mínima detectável pelo método aplicado na análise laboratorial é de 2,0mg/L DBO.

• Nitrogênio Amoniacal, Nitrato e Nitrito O nitrogênio pode ser encontrado na água nas formas de nitrogênio orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras chamam-se formas reduzidas, e as duas últimas formas oxidadas (HESPANHOL, 2008).

O nitrogênio é um constituinte de proteínas, clorofila e vários outros compostos biológicos. As fontes de contaminação desse composto em corpos d’água são de origem natural ou antropogênica, sendo a última a mais importante, pois é constituída por despejos domésticos e industriais, excrementos de animais e fertilizantes (VON SPERLING, 2005).

90 O nitrato é a principal fonte de nitrogênio encontrado na água e quando encontrado em concentrações superiores a 10 mg/L demonstram existir condições sanitárias inadequadas, pois a principal fonte de hidrogênio-nitrato são os dejetos humanos e animais (LIMA, 2006 apud MÓL & SOUSA, 2010).

O nitrato é o último estágio de decomposição das substâncias orgânicas nitrogenadas e, logo, sua presença indica que a contaminação no meio aquático é antiga. Quando a poluição é contínua, é encontrada a presença de amônia e nitrato (LIMA, 2006 apud MÓL & SOUSA, 2010).

Segue abaixo os resultados do parâmetro Nitrogênio Amoniacal nos 10 pontos de coleta.

Quadro 27: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrogênio Amoniacal. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 0,6 3,7 2 0,6 3,7 3 0,6 3,7 4 0,6 3,7 5 0,6 3,7 6 0,6 3,7 7 0,6 3,7 8 0,6 3,7 9 0,6 3,7 10 0,6 3,7 Valor mínimo detectável pelo método de análise laboratorial: 0,6ml/L.

Nitrogênio Amoniacal 4

3,5

3

2,5

2

mg/L Nitrogênio Amoniacal 1,5 VMP 1

0,5

0 Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 35: Gráfico com os resultados de Nitrogênio Amoniacal nos 10 pontos de coleta de água. 91

Figura 36: Espacialização da situação do parâmetro nitrogênio amoniacal ao longo dos pontos de amostragem.

Seguem no Quadro 28 as análises do parâmetro Nitrato nas 10 amostras de água.

Quadro 28: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrato. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 0,1 10 2 0,2 10 3 0,4 10 4 0,4 10 5 0,2 10 6 1,7 10 7 1 10 8 0,1 10 9 0,1 10 10 0,1 10 Valor mínimo detectável pelo método de análise laboratorial: 0,1ml/L.

92 Nitrato 12

10

8

6

mg/L Nitrato 4 VMP

2

0 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10

Figura 37: Gráfico com os resultados de Nitrato nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 38: Espacialização da situação do parâmetro Nitrato ao longo dos pontos de amostragem.

No Quadro 29 seguem os resultados das amostras de água referente ao parâmetro Nitrito.

93 Quadro 29: Resultados obtidos para o parâmetro Nitrito. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 0,01 1 2 0,01 1 3 0,01 1 4 0,01 1 5 0,01 1 6 0,02 1 7 0,09 1 8 0,01 1 9 0,01 1 10 0,01 1 Valor mínimo detectável pelo método de análise laboratorial: 0,01ml/L.

Nitrito 1,2

1

0,8

0,6 Nitrito

mg/L 0,4 VMP

0,2

0 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10

Figura 39: Gráfico com os resultados de Nitrito nos 10 pontos de coleta de água.

Nos Quadro 27, Quadro 28 e Quadro 29, e nas Figura 35, Figura 37 e Figura 39, todos os parâmetros Nitrogênio Amoniacal, Nitrato e Nitrito apresentaram valores em conformidade com os VMP indicados pela Resolução do CONAMA nº 357/2005 para os parâmetros citados.

Em todos os parâmetros citados, foram encontrados valores mínimos detectáveis pela análise laboratorial, em especial, no parâmetro nitrogênio amoniacal, com todos os valores apontados como mínimo.

94

Figura 40: Espacialização da situação do parâmetro nitrito ao longo dos pontos de amostragem.

• Oxigênio Dissolvido (OD) O oxigênio dissolvido é de essencial importância para os organismos aeróbios. Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar redução da concentração do mesmo no meio. Dependendo da magnitude deste fenômeno, podem vir a morrer diversos seres aquáticos, inclusive os peixes. Caso o oxigênio seja totalmente consumido, tem-se a condição anaeróbia, com geração de maus odores. Esse é o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos (VON SPERLING, 2005).

As principais fontes de oxigênio para a água são a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas de oxigênio são causadas pelo consumo pela decomposição da matéria orgânica (oxidação), por perdas para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos, nitrificação e oxidação química abiótica de substâncias como íons metálicos (FIORUCCI & FILHO, 2005).

Quadro 30: Resultados obtidos para o parâmetro OD. Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 1 7,1 >5 2 7,1 >5

95 Pontos de Amostragem Resultados VMP (mg/L) 3 6,7 >5 4 1,7 >5 5 6 >5 6 5,2 >5 7 5,8 >5 8 7,6 >5 9 7,4 >5 10 7,5 >5

Oxigênio Dissolvido 8

7

6

5

4

mg/L Oxigênio Dissolvido 3 Valor Minímo Aceitável 2

1

0 Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 41: Gráfico com os resultados de OD nos 10 pontos de coleta de água.

O método de avaliação deste parâmetro ocorre de forma diferenciada dos demais, havendo um valor mínimo para que esse esteja em conformidade com a legislação.

Conforme os valores expostos no Quadro 30 e Figura 41, a 90% dos pontos amostrados encontram-se em conformidade com o valor mínimo estabelecido na Resolução do CONAMA nº 357/2005. A única não conformidade foi encontrada para o Ponto 4, que apresentou valor inferior ao mínimo exigido.

96

Figura 42: Espacialização da situação do parâmetro OD ao longo dos pontos de amostragem.

Parâmetros Biológicos

• Coliformes Totais O grupo de bactérias formadas por coliformes totais são aquelas que não causam doenças, uma vez que habitam o intestino de animais mamíferos, inclusive o homem. São utilizadas como indicadores de contaminação bacteriológica da água. Além de serem encontradas nas fezes, essas bactérias podem ocorrer no meio ambiente, em águas com alto teor de material orgânico, solo ou vegetação em decomposição. A presença de coliformes totais indica grande possibilidade de que água está contaminada por bactérias patogênicas ou vírus (BALBINO, 2007 apud www.saaebm.rj.gov.br).

Quadro 31: Resultados obtidos para o parâmetro Coliformes Totais. Pontos de Amostragem Resultados VMP (NMP/100ml) 1 0,00 - 2 45,00 - 3 140,00 - 4 240,00 - 5 240,00 - 6 240,00 - 7 240,00 - 97 Pontos de Amostragem Resultados VMP (NMP/100ml) 8 140,00 - 9 110,00 - 10 20,00 -

Coliformes Totais 300,00

250,00

200,00

150,00 Coliformes Totais MNP/100ml 100,00

50,00

0,00 Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 43: Gráfico com os resultados de Coliformes Totais nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 44: Espacialização da situação do parâmetro coliformes totais ao longo dos pontos de amostragem.

98 Não há valores máximos permitidos para este parâmetro, segundo a Resolução do CONAMA nº 357/2005.

Conforme observado na Quadro 31 e Figura 43, foram identificadas diferentes quantidades de unidades formadoras de colônias de coliformes totais ao longo dos pontos amostrados, com valores variando de 0, no Ponto 1, a 250, para os pontos 4, 5, 6 a 7.

• Coliformes Termotolerantes (Fecais) Conforme descrição existente na Resolução do CONAMA nº 357/2005, são bactérias gram-negativas, em forma de bacilos, oxidase-negativas, caracterizadas pela atividade da enzima β-galactosidase. Podem crescer em meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas temperaturas de 44º - 45ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal.

Quadro 32: Resultados obtidos para o parâmetro Coliformes Termotolerantes (E. coli). Pontos de Amostragem Resultados VMP (NMP/100ml) 1 0,00 1.000 2 45,00 1.000 3 140,00 1.000 4 240,00 1.000 5 120,00 1.000 6 240,00 1.000 7 240,00 1.000 8 68,00 1.000 9 110,00 1.000 10 20,00 1.000

Conforme se pode observar no Quadro 32 e na Figura 45, não houve qualquer ponto de amostragem que apresentou valores fora do VMP estabelecido Resolução do CONAMA nº 357/2005.

99 Coliformes Termotolerantes 1200,00

1000,00

800,00

600,00 Coliformes Termotolerantes

MNP/100ml 400,00 VMP

200,00

0,00 Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 45: Gráfico com os resultados de Coliformes Fecais nos 10 pontos de coleta de água.

Figura 46: Espacialização da situação do parâmetro coliformes termotolerantes ao longo dos pontos de amostragem.

100 iv. Discussão e Conclusão

Considerando a compilação e a análise de dados realizada, é possível concluir que a maioria dos pontos amostrados estão em conformidade com os parâmetros selecionados, segundo os valores de referência estabelecidos pela Resolução do CONAMA nº 357/2005 e suas alterações.

Os parâmetros que apresentaram não conformidades são relacionados abaixo, seguido dos pontos de amostragem onde foram encontrados: • pH – Ponto 1, Ponto 2, Ponto 3, Ponto 4, Ponto 5, Ponto 8, Ponto 9, Ponto 10; • Cor Aparente – Ponto 2, Ponto 3 e Ponto 9; • Oxigênio Dissolvido – Ponto 4.

O parâmetro pH apresentou a maior quantidade de pontos de amostragem em não conformidade com a faixa de valores indicada pela Resolução do CONAMA nº 357/2005, conferindo às águas caráter ácido. Apesar disso, não foram obtidos valores de acidez acentuados, com as não conformidades variando entre 5,92 e 5,38.

A respeito das não conformidades obtidas no parâmetro pH, IAP (2005) cita que a faixa de pH se encontra entre 0 e 14, mas os valores entre 6 e 9 é que são considerados compatíveis, em longo prazo, para a sobrevivência da maioria dos organismos aquáticos. A violação destes limites por longos períodos ou fortes oscilações de pH em curto prazo, resultam na inibição dos processos metabólicos, na redução de espécies de organismos ou no poder de autodepuração.

No caso do parâmetro cor aparente, 3 pontos de amostragem apresentaram valores em não conformidade com VMP, inclusive, com o Ponto 3 tendo valor aproximado de 70% acima do permitido pela Resolução do CONAMA nº 357/2005.

Por fim, o parâmetro oxigênio dissolvido apresentou não conformidade no Ponto 4, destoando do comportamento encontrado para os demais pontos amostrados. Von Sperling (2005) cita que oxigênio dissolvido tem sido utilizado tradicionalmente para a determinação do grau de poluição e de autodepuração em cursos d’água. Em corpos aquáticos o seu decréscimo é considerado a principal consequência da poluição orgânica.

101 d) Vazões

Este item apresenta o estudo de vazões mínimas, médias e máximas no corpo hídrico receptor de efluentes pluviais e sanitários depurados do bairro Crixá.

O recurso hídrico que recebe os lançamentos previstos de drenagem urbana do bairro Crixá é o córrego Açude, que é afluente direto do ribeirão Santo Antônio da Papuda.

Os efluentes sanitários produzidos pelo bairro Crixá serão encaminhados para a Estação de Tratamento de Esgotos – ETE São Sebastião, que também depura os esgotos brutos da cidade de São Sebastião, com lançamento final no ribeirão Papuda.

O ribeirão Papuda, formado após a confluência do ribeirão Santo Antônio da Papuda com o córrego Mato Grande, possui elevada densidade de drenagem e apresenta padrão dendrítico a retangular. Além de seus formadores, outros afluentes de importância são os córregos Capão da Onça, Açude, Capão Comprido e Mato Grande, pela sua margem direita, e o córrego Borá Manso, pela sua margem esquerda.

A unidade hidrográfica do ribeirão Papuda, pertencente à bacia hidrográfica do médio rio São Bartolomeu, que por sua vez está inserida na região hidrográfica do rio Paraná. i. Caracterização Quantitativa dos Corpos Hídricos Receptores

O ribeirão Santo Antônio da Papuda, que é o principal formador do ribeirão Papuda, possui sua nascente próxima à cota 1.120 metros e sua confluência com o córrego Mato Grande situada na cota aproximada de 910 metros. Já o ribeirão Papuda, que inicia nessa convergência, possui sua foz no rio São Bartolomeu, abaixo da cota 860 metros.

O comprimento do talvegue principal, estimado em mapas cartográficos na escala 1:25.000, possui cerca de 15 km. Sua declividade média é de 1,8/100 metros.

A bacia do ribeirão Santo Antônio da Papuda possui área de drenagem aproximada de 17,80 km2 até a confluência com o córrego Borá Manso e 40,73 km2 até a convergência com o córrego Mato Grande.

Já o ribeirão Papuda apresenta área de drenagem aproximada de 53,89 km2 na confluência do ribeirão Santo Antônio da Papuda com o córrego Mato Grande e 71,13 km2 na sua foz com o rio São Bartolomeu. 102 O ribeirão Papuda e seus afluentes, notadamente o ribeirão Santo Antônio da Papuda, córrego Açude e córrego Mato Grande, constituem-se como corpos hídricos receptores de drenagem urbana da cidade de São Sebastião e dos diversos parcelamentos de solo urbano da região. O ribeirão Papuda ainda recebe os efluentes líquidos da ETE São Sebastião.

O empreendimento Crixá possui a previsão de 2 lançamentos de drenagem urbana no córrego Açude, sendo o lançamento mais à jusante nesse curso d’água, com área de drenagem de 3,43 km2.

A área de drenagem do ribeirão Papuda, no ponto de lançamento de esgotos depurados da ETE São Sebastião, possui área de drenagem de 53,89 km2. ii. Método

Os estudos de vazões médias e mínimas consistiram nos estudos hidrológicos por estação fluviométrica e na disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas do Distrito Federal, a partir de Ecoplan (2012)3.

Dessa forma, como referência, foram adotadas as vazões específicas média de longo período (Qmlp) e mínima de sete dias consecutivos com 10 anos de recorrência (Q7,10) da regionalização de vazões da bacia do rio São Bartolomeu, notadamente para o ribeirão Papuda, existente em Ecoplan (2012).

Em virtude da ausência de estações fluviográficas na região (com dados de descarga em intervalo inferior a 1 dia), para estimativa de vazões máximas no ribeirão Papuda foi adotada a metodologia de estimativa de precipitação-vazão por meio de modelo hidrológico.

O método utilizado para análise de vazões máximas no ribeirão Papuda consistiu em: Determinação das vazões de pico de escoamento fluvial no ribeirão Papuda em 2 cenários de uso e ocupação do solo (cenário de pré-urbanização e situação atual). A geração do hidrograma foi obtida por meio do uso do modelo hidrológico precipitação-vazão HEC-HMS, versão 3.5; Foram definidas 2 seções transversais no ribeirão Papuda, o ponto de lançamento previsto de drenagem pluvial do bairro Crixá e o lançamento atual de esgotos depurados pela ETE São Sebastião; O escoamento de base do ribeirão foi considerado como constante e correspondendo a 90% da curva de permanência da regionalização de vazões nesse ribeirão (ECOPLAN, 2012);

3 ECOPLAN, 2012. Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito Federal. Volume I – Diagnóstico – Versão Final. 103 Não foi considerada a evapotranspiração, pois essa variável possui reduzida influência em períodos de intensas chuvas e em simulações de curta duração. Outro fator importante, é que a evapotranspiração reduz a quantidade de água disponível para escoamento superficial. Por conseguinte, como o objetivo do presente estudo são vazões máximas, a desconsideração dessa variável implica em um fator de segurança; Avaliação das vazões máximas escoadas nas distintas seções transversais do curso d’água, a partir dos dois cenários de uso e ocupação do solo; Análise final após os resultados encontrados.

O HEC-HMS versão 3.5 utiliza modelos separados para cada componente do processo de transformação da chuva em vazão na bacia hidrográfica, abrangendo a maioria das etapas do ciclo hidrológico previstas nesse processo (COSTA, 2002)4.

Os modelos matemáticos que representam cada componente da formação do escoamento superficial no HEC-HMS são: Modelos que computam o volume que gera escoamento direto (precipitação efetiva); Modelos de escoamento direto (superficial e subsuperficial); Modelos de escoamento subterrâneo; e Modelos de escoamento em rios e reservatórios.

Dentre os modelos que computam o volume que gera escoamento direto, ou seja, aqueles modelos que calculam o volume de água da precipitação excedente, foi adotado o modelo Curva Número (CN) do Soil Conservation Service (SCS).

Esse modelo é do tipo discreto, concentrado e empírico, o qual estima a precipitação efetiva como uma função da precipitação acumulada, cobertura do solo, uso do solo e umidade antecedente (TUCCI, 19975 e TUCCI, 19986).

Os modelos de escoamento direto (superficial e subsuperficial) descrevem como a água, que não evaporou, infiltrou ou armazenou nas depressões da bacia hidrográfica, move-se superficial ou subsuperficialmente na bacia hidrográfica. Os modelos que simulam o processo de escoamento direto na bacia hidrográfica, a partir do excesso precipitado, esbarram em limitações, como a grande variabilidade do relevo, a disponibilidade de informações e os aspectos numéricos de solução das equações (TUCCI, 1997 e TUCCI, 1998).

4 COSTA, Jeferson. 2002. Aplicação de distintas discretizações espaciais no modelo hidrológico concentrado precipitação- vazão HEC-HMS. Dissertação de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília/DF. 5 TUCCI, C., E. 1997. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação - Organizador. Porto Alegre. Ed: Universidade/UFRGS. ABRH. 6 TUCCI, C., E. 1998. M. Modelos Hidrológicos. Porto Alegre. Ed: Universidade/UFRGS. ABRH. 1998. 104 Dentre os modelos que computam o escoamento superficial direto foi adotado o Hidrograma Unitário do SCS. O Hidrograma Unitário do SCS é um modelo do tipo discreto, concentrado e empírico.

Os modelos de escoamento subterrâneo simulam a drenagem subsuperficial e subterrânea da água do sistema para os canais (rios e reservatórios) (CHOW et. al, 1988)7. Foi adotado o modelo de Recessão, que é do tipo concentrado e empírico. É um modelo que define a relação da vazão subterrânea em qualquer tempo a um valor inicial, onde a condição inicial é a vazão subterrânea no tempo zero.

Os modelos que simulam o escoamento em rios no HEC-HMS são do tipo canal aberto e unidirecional. Foi adotado o modelo Muskingun-Cunge, o qual é do tipo concentrado e quase conceitual, ou seja, resolve as equações de continuidade e quantidade de movimento, entretanto, omite e simplifica determinados termos dessas equações para alcançar a solução desejada (TUCCI, 1997 e TUCCI, 1998).

O modelo Muskingun-Cunge é compatível aos dados disponíveis, atualmente, e se aplica a calhas com declividades inferiores e superiores a 0,002 m/m.

A precipitação de projeto foi determinada a partir da equação intensidade-duração-frequência do Plano Diretor de Drenagem Urbana do Distrito Federal – PDDU (CONCREMAT, 2009)8, com tempo de recorrência 25 anos e tempo de precipitação de 24 horas (1 dia).

Conforme o PDDU, o projetista deve procurar definir o risco do projeto, considerando escolher o limite superior do intervalo do tempo de recorrência pelo tipo de sistema, quando envolverem grandes riscos de interrupção de tráfego, prejuízos materiais e potencial interferência em obras de infraestrutura. Para o sistema de macrodrenagem, o PDDU sugere o intervalo entre 10 e 25 anos para o tempo de recorrência. Logo, neste EIA foi estipulado o tempo de 25 anos. É importante destacar que o IBRAM usualmente requer a análise de riscos de cheias em cursos d’água para o tempo de recorrência de 25 anos.

A curva de intensidade x duração x frequência da chuva recomendada pelo PDDU é apresentada a seguir:

i = 1.574,7 * Tr 0,207 (t + 11)0,884

7 CHOW, Ven Te; David R. Maidment & Larry W. Mays. 1988. Applied Hydrology. MCGraw-Hill. Singapura. 8 Concremat Engenharia, 2009. Manual Técnico 2 e 3 – Manual Técnico de Drenagem Urbana. 105 Onde: i = intensidade de chuva (mm/h); Tr = tempo de recorrência (anos); t = tempo de concentração (min).

O tempo de concentração em cada bacia de drenagem foi estimado a partir da formulação de McCuen (SILVEIRA, 2005), sendo:

Tc = 135 x 35-0,7164 x L0,5552 x S-0,207

Onde: Tc = Tempo de concentração (min); L = Comprimento do talvegue (km); S = Declividade do talvegue (m/m).

O tempo ao pico foi considerado como 60% do valor do tempo de concentração em cada sub-bacia de contribuição, em virtude da ausência de dados fluviográficos para obtenção. iii. Dados Utilizados

A partir dos estudos hidrológicos no ribeirão Papuda (ECOPLAN, 2012 – pág. 556), foram definidas as 2 seguintes vazões específicas: média de longo período (Qmlp) de 12,98 L/s x km , 90% da curva de 2 permanência de 5,10 L/s x km e mínima de 7 dias consecutivos com 10 anos de recorrência (Q7,10) de 3,05 L/s x km2. Tais dados foram utilizados para a regionalização de vazões para o ribeirão Papuda, nos pontos de controle adotados, discutidos a seguir.

As áreas de drenagem utilizadas para o ribeirão Papuda foram de: lançamento previsto de drenagem urbana do Crixá no córrego Açude, com 3,43 km2 e lançamento dos esgotos depurados da ETE São Sebastião no ribeirão Papuda, com área de drenagem de 53,89 km2.

Os dados de entrada para o modelo HEC-HMS foram: Cenário de PRÉ-DESENVOLVIMENTO de uso e ocupação do solo; Cenário ATUAL (acrescido do bairro Crixá) de uso e ocupação do solo; Definição de áreas contribuintes compatível com os projetos de microdrenagem já desenvolvidos e com condições de contorno (pontes, bueiros, passagens, etc.);

106 Para cada área de contribuição, foram obtidos os seguintes parâmetros: área, comprimento do talvegue principal, declividade e desnível desse talvegue, tempo de concentração e tempo ao pico, a partir da altimetria da região constante no levantamento aerofotogramétrico da Terracap; Para cada trecho de curso d’água (extensão entre duas seções transversais), foram obtidos os seguintes parâmetros: comprimento, desnível e declividade média, a partir da altimetria da região. Dessa forma, tem-se: • Córrego Açude, na seção do lançamento previsto de drenagem do empreendimento Crixá (mais à jusante), com extensão do leito principal de 1,34 km e declividade média de 0,031 m/m; • Córrego Açude, na convergência com ribeirão Santo Antônio da Papuda, com extensão adicional do leito principal de 1,55 km e declividade média nesse trecho de 0,085 m/m; • Ribeirão Santo Antônio da Papuda, na confluência com o córrego Mato Grande, com extensão do leito principal de 9,20 km e declividade média de 0,026 m/m; • Córrego Mato Grande, na confluência com o condomínio Quintas Interlagos, com extensão do leito principal de 3,42 km e declividade média de 0,049 m/m; • Córrego Mato Grande, na convergência com ribeirão Santo Antônio da Papuda, com extensão adicional do leito principal de 2,00 km e declividade média nesse trecho de 0,005 m/m; • Ribeirão Papuda, desde a confluência com o ribeirão Santo Antônio da Papuda e o córrego Mato Grande até o ponto de lançamento de esgotos depurados da ETE São Sebastião, com extensão do leito principal de 0,60 km e declividade média de 0,018 m/m; • Ribeirão Papuda, na foz com o rio São Bartolomeu, com extensão adicional do leito principal de 3,90 km e declividade média nesse trecho de 0,001 m/m. O coeficiente CN do método do SCS foi definido a partir de solo do grupo hidrológico “C” e com condição de umidade antecedente II, conforme recomenda Concremat (2009). Para cada uso e ocupação do solo foi previsto um valor de CN, seguindo as sugestões de Concremat (2009); Rugosidade média de Manning de 0,035 para calha principal (vegetação e sinuosidade do leito); Coeficiente de recessão para o escoamento subterrâneo como 0,9 (COSTA, 2002); Como fator de segurança, as bacias de contribuição são inseridas na simulação a montante do trecho do respectivo trecho do curso d’água; Calha dos cursos d’agua com perfil transversal trapezoidal, com inclinação de taludes de 45% e largura de fundo de 12,0 metros para ribeirão Papuda e 6,0 metros para os demais corpos hídricos.

A Figura 47 apresenta as áreas de contribuição para a região estudada do ribeirão Papuda.

107

Figura 47: Áreas de contribuição para ribeirão Papuda (Fonte Google Earth).

O Quadro 33 apresenta os dados fisiográficos do ribeirão Papuda.

O Quadro 34 e o Quadro 35 apresentam as áreas por tipo de uso e ocupação do solo, valores médios de CN e parcela média impermeável por bacia de contribuição para os cenários de pré-desenvolvimento e atual (acrescido do empreendimento em estudo), respectivamente.

O cenário atual de uso e ocupação do solo foi definido a partir das imagens presentes em Google-Earth de janeiro de 2014.

Esses dados de entrada foram inseridos no modelo HEC-HMS para geração do hidrograma e as consequentes propagações no curso d’água.

108 Quadro 33: Dados fisiográficos do ribeirão Papuda. Comp. Decliv. Comp. T. T. Curso Σ Desnível Área A.Acum. Q 90 Desnível Decliv. Sub-Bacia Ribeirão Long. Talvegue Conc. Pico D’Agua Comp.(km) (m) (km²) (km²) (m³/s) (m) (m/m) (m) (m/m) (km) (min) (min) Lançamento 1.340,0 1,3 42,0 0,031 3,43 3,43 0,02 2,7 59,0 0,022 40,49 24,30 Drenagem Rib. Lançamento 9.800,0 11,1 247,0 0,025 50,46 53,89 0,26 9,9 269,0 0,027 79,63 47,78 Papuda ETE Complementar 3.900,0 15,0 3,0 0,001 17,24 71,13 0,09 6,6 101,0 0,015 71,77 43,06 Foz

Quadro 34: Valores médios de CN e parcela média impermeável por bacia de contribuição no cenário de pré-desenvolvimento. Parcela Tipo de Uso CN Imp. (%)(*) Residencial 71 32% Unifamiliar Comercial 80 72% Parques/Áreas verdes 60 0% Áreas Pavimentadas 98 100% Uso e Ocupação do Solo (km²) Parcela Área Total Curso D’Água Sub-Bacia Residencial Parques/Áreas Área CN Impermeável (km²) Comercial Unifamiliar Verdes Pavimentada (%) (*) Lançamento 3,43 3,43 60 0 Drenagem Rib. Papuda Lançamento ETE 50,46 50,46 60 0 Complementar Foz 17,24 17,24 60 0 Obs. (*) Parcela impermeável média

109 Quadro 35: Valores médios de CN e parcela média impermeável por bacia de contribuição no cenário atual (acrescido do bairro Crixá). Parcela Tipo de Uso CN Imp. (%)(*) Residencial 71 32% Unifamiliar Comercial 80 72% Parques/Áreas verdes 60 0% Áreas Pavimentadas 98 100% Uso e Ocupação do Solo (km²) Parcela Área Total Curso D’Água Sub-Bacia Residencial Parques/Áreas Área CN Impermeável (km²) Comercial Unifamiliar Verdes Pavimentada (%) (*) Lançamento 3,43 0,94 0,07 2,32 0,10 65 13 Drenagem Rib. Papuda Lançamento ETE 50,46 11,06 1,15 37,27 0,98 64 11 Complementar Foz 17,24 0,08 17,07 0,09 60 1 Obs. (*) Parcela impermeável média

110 iv. Resultados

Os resultados das regionalizações de vazões mínimas e médias e das simulações no modelo hidrológico para vazões máximas são apresentados neste item.

O Quadro 36 indica os resultados das regionalizações de vazões mínimas (Q7,10) e média de longo período (Qmlp).

Quadro 36: Vazões mínimas e médias de longo período. Compriment A.Acum. Q Q Curso D’Água Sub-Bacia o Ribeirão 7,10 mlp (km²) (L/s) (L/s) (m) Lançamento Drenagem 1.340,0 3,43 10,46 44,52 Rib. Papuda Lançamento ETE 9.800,0 53,89 164,36 699,49 Complementar Foz 3.900,0 71,13 216,95 923,27

A Figura 48 apresenta a discretização espacial no HEC-HMS para os cenários de Pré-Desenvolvimento e Atual (acrescido do empreendimento) de uso e ocupação do solo.

Figura 48: Discretização espacial no HEC-HMS.

Para cada bacia de contribuição discriminada anteriormente, o modelo gera um hietograma de projeto e um hidrograma resultante.

Como exemplo, a Figura 49 apresenta o hietograma (gráfico da distribuição temporal da chuva) e o hidrograma resultante para a bacia de contribuição do córrego Açude, onde estão previstos os lançamentos de drenagem urbana do bairro Crixá para o cenário atual e tempo de recorrência de 25 anos.

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Figura 49: Hietograma e hidrograma para bacia de contribuição do córrego. Açude (Lançamentos Previstos de Drenagem).

Com referência a figura anterior, o hietograma situa-se na parte superior em cor azul e as perdas (interceptação, retenção superficial e infiltração subsuperficial) em cor vermelha. O hidrograma resultante situa-se na parte inferior da figura.

Figura 50: Hidrograma resultante para seção no ribeirão Papuda no lançamento de efluentes da ETE São Sebastião.

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Figura 51: Hidrograma resultante para seção no ribeirão Papuda na foz com rio São Bartolomeu para Cenário Atual

A Figura 50 e a Figura 51 apresentam os hidrogramas resultantes nas seções do ribeirão Papuda no lançamento existente de esgotos depurados da ETE São Sebastião e na foz com o rio São Bartolomeu, respectivamente.

O Quadro 37 apresenta os resultados das simulações no modelo HEC-HMS.

Quadro 37: Resultados das simulações no HEC-HMS. Cenário Pré-Desenvolvimento Cenário Atual Curso Sub-Bacia D’Água Vazão Vol. Total Esc. Vazão Vol. Total Esc. Máxima (m³/s) (10³ m³) Máxima (m³/s) (10³ m³) Lançamento 7,74 90,50 20,64 153,50 Drenagem Rib. Papuda Lançamento ETE 115,02 1.862,50 225,54 2.710,80 Complementar Foz 99,78 1.809,40 190,35 2.633,40

É importante esclarecer que devido à reduzida declividade longitudinal da calha do ribeirão Papuda, no trecho entre o lançamento da ETE São Sebastião e sua foz, implica em uma redução do pico de cheia, quando comparado com o trecho anterior.

A redução do volume total escoado, na foz do ribeirão Papuda, em comparação a seção de controle na ETE São Sebastião, também reflete a baixa declividade da calha e que a recessão do hidrograma ocorre em um tempo maior que um dia. 113 2.1.11. Grotas ou Canais Naturais de Escoamento Intermitente

Não foram identificadas grotas ou canais naturais de escoamento intermitente na ADA.

2.2. Meio Biótico

Neste item são caracterizados os fatores bióticos das áreas de influência do bairro Crixá, fundamentados em dados primários e secundários, com vistas a qualificar as espécies que podem ser afetadas por sua implantação e ocupação.

2.2.1. Áreas de Influência a) Área Diretamente Afetada – ADA

A ADA foi definida como a poligonal do bairro Crixá por abranger os recursos naturais do meio biótico diretamente afetados pela implantação e ocupação desse empreendimento imobiliário (Figura 52).

Figura 52: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio biótico.

114 b) Área de Influência Direta – AID

A AID foi estabelecida como o interflúvio dos córregos Capão Comprido e Açude, por ser o espaço onde pode ocorrer impactos diretos oriundos da ADA sobre os recursos naturais do meio biótico (Figura 53).

Figura 53: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio biótico.

c) Área de Influência Indireta – AII

A AII foi determinada como a unidade hidrográfica do ribeirão Papuda e o Jardim Botânico de Brasília, por serem, respectivamente, a unidade de planejamento territorial e o espaço natural protegido apropriados para avaliar o alcance dos impactos ambientais causados pela instalação e ocupação do bairro Crixá sobre os recursos naturais pertencentes ao meio biótico (Figura 53).

Para as unidades de conservação adotou-se a Resolução do CONAMA nº 428/2010 como indicadora das áreas de influência.

115 2.2.2. Flora

Este capítulo apresenta a caracterização da cobertura vegetal remanescente na poligonal proposta para implantação do bairro Crixá e foi elaborado aplicando-se 2 metodologias de inventário florestal, que se complementam: amostragem estatística e censo florestal das áreas residuais, cujos resultados permitem caracterizar e quantificar o impacto previsto sobre a flora local.

A quantificação da vegetação, compensação florestal e volumetria do material lenhoso foram calculadas de acordo com as condicionantes estabelecidas no Decreto Distrital nº 14.783/1993, que é a referência legal vigente para o estudo da flora em processos de licenciamento ambiental no Distrito Federal.

Numa análise geral da ADA, em imagens de satélite e in loco, verificou-se existir 3 fitofisionomias típicas do Cerrado: o cerrado típico, o cerrado ralo e o cerradão. As 2 formações savânicas e a formação florestal identificadas estão em estado degradado de conservação devido às atividades humanas. a) Método i. Caracterização da AID

As principais fitofisionomias identificadas na Área de Influência Direta (Mapa 15A – Uso, Ocupação e Cobertura Vegetal AID – Tomo III) são: cerradão, campo sujo, cerrado sensu stricto e as matas de galeria do ribeirão Santo Antônio da Papuda e dos córregos Açude e Capão Comprido.

Entre as fitofisionomias do bioma Cerrado, as matas de galeria possuem a maior complexidade estrutural e de biodiversidade, exercendo função de abrigo e proteção à fauna silvestre. Essas fisionomias vegetais estão sempre associadas aos cursos d’água do Planalto Central e exercem relevante serviço ecossistêmico de proteção aos solos onde se desenvolvem e aos cursos d’água que margeiam, minimizando os processos erosivos e evitando a ocorrência de assoreamento.

É um tipo de vegetação florestal perenifólia que forma corredores fechados (galerias) sobre cursos d’água. Geralmente, situa-se nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de drenagem, onde os cursos d’água ainda não escavaram canal definitivo, e é circundada por faixas de vegetação não florestal nas 2 margens, com brusca transição para formações savânicas e campestres. A transição é quase imperceptível quando ocorre junto a matas ciliares, matas secas ou cerradões, o que é mais raro, embora, pela composição florística, seja possível diferenciá-las (RIBEIRO e WALTER, 2008). 116 A altura média do estrato arbóreo varia de 20 a 30 metros. Esse estrato apresenta superposição das copas, o que fornece cobertura arbórea de 70% a 95%. No seu interior, a umidade relativa é alta mesmo na época mais seca do ano. A presença de árvores com pequenas sapopemas ou saliências nas raízes é frequente, principalmente nos locais mais úmidos.

É comum haver grande número de espécies epífitas, principalmente orquídeas, em quantidade superior à que ocorre nas demais formações florestais do Cerrado (RIBEIRO e WALTER, 2008). Os solos são, em geral, Cambissolos, Plintossolos, Argissolos, Gleissolos ou Neossolos, mas podem ocorrer Latossolos semelhantes aos existentes em cerrados adjacentes. Neste último caso, devido à posição topográfica, os Latossolos apresentam maior fertilidade, em decorrência do carreamento de material das áreas adjacentes e da matéria orgânica oriunda da própria vegetação. Não obstante essas condições apresentadas, os solos da mata podem apresentar acidez maior que a encontrada naquelas áreas (RIBEIRO e WALTER, 2008).

De acordo com características ambientais, como a topografia e variações na altura do aquífero freático ao longo do ano, com consequências na florística, a mata de galeria pode ser separada em 2 subtipos: mata de galeria não inundável e mata de galeria inundável. É situação comum que uma mata apresente não somente um desses padrões ao longo de todo o curso d’água, de modo que são encontrados trechos inundáveis em uma mata que, no geral, se classifica como não inundável e vice-versa (RIBEIRO e WALTER, 2008).

Algumas espécies podem ser encontradas indistintamente tanto na mata de galeria não inundável quanto na mata de galeria inundável ou, ainda, em trechos com estas características. São espécies indiferentes aos níveis de inundação do solo. Entre estas, podem ser citadas: Protium heptaphyllum (breu, almécega), Psychotria carthagenensis (erva-de-gralha), Schefflera morototoni (morototó), Styrax camporum (cuia- do-brejo), Symplocos nitens (congonha), Tapirira guianensis (pau-pombo, pombeiro) e Virola sebifera (virola, bicuíba). Protium heptaphyllum e Tapirira guianensis, em particular, podem apresentar grande importância em termos de quantidade de indivíduos nos 2 subtipos de mata de galeria (RIBEIRO e WALTER, 2008).

Na AID, o ribeirão Santo Antônio da Papuda e os córregos Açude e Capão Comprido são afluentes do rio São Bartolomeu, um dos principais do Distrito Federal. Apesar de serem legalmente protegidas por se situarem na Área de Preservação Permanente dos cursos d’água, as matas de galeria sofrem continua pressão e têm sido alteradas nas últimas 2 décadas, com o acelerado crescimento urbano e populacional na Região Administrativa de São Sebastião.

117 As outras formações vegetais que ocorrem na AID, como cerradão e cerrado sensu stricto, foram objetos de avaliação neste EIA e apresentaram processos de fragmentação, isto é, não contém vegetação contínua. Porém, exercem função não menos significativa que as matas de galeria, uma vez que funcionam como zonas de transição para algumas espécies da fauna silvestres e contribuem com o processo de infiltração das águas pluviais. ii. Caracterização da ADA

O estado de conservação dos fragmentos de vegetação inseridos na ADA revela o uso alternativo do solo para diversas finalidades, conforme apresenta o Mapa 15B – Uso, Ocupação e Cobertura Vegetal ADA – Tomo III, elaborado a partir de expedições de campo e análises de geoprocessamento, quando se definiu a área da poligonal dividida em 12 classes de uso do solo, conforme apresenta o Quadro 38.

Quadro 38: Classes de uso solo na ADA do bairro Crixá. Descrição de Uso do Solo Área (ha) Silvicultura 0,654 Formação Savânica – Cerrado Ralo Antropizado 14,523 Área Antropizada oriunda de Atividade Agropecuária (Pequeno Porte) 26,698 Área Antropizada oriunda de Ocupação Urbana e/ou Infraestrutura 3,821 Área Degradada e/ou Solo Exposto 8,837 Lago/Lagoa/Represa 0,024 Vegetação Lenhosa Predominantemente Exótica 2,847 Edificação e/ou Infraestrutura Agropecuária 0,754 Formação Florestal – Cerradão 12,236 Formação Savânica – Cerrado Típico Antropizado 9,014 Vegetação Arbustiva Exótica 1,996 Via Pavimentada 1,133

O dimensionamento da área amostral foi elaborado a partir do polígono de abrangência do bairro Crixá, delimitada em 82,45 hectares, dos quais 35,71 ha (43,3%) correspondem às áreas com predominância de vegetação nativa do Cerrado e onde foi realizado o inventário florestal por amostragem. 14,52 ha (17,6%) correspondem à vegetação de cerrado ralo; 9,01 ha (10,9%) correspondem à vegetação de cerrado típico; e 12,26 ha (14,8%) correspondem à vegetação de cerradão.

118 Outras formas de vegetação somaram 7,48 hectares (9,0%) e correspondem principalmente às práticas de silvicultura e/ou vegetação arbóreo-arbustiva predominantemente exótica ao Cerrado, principalmente pomares frutíferos, cercas-vivas, cortinas quebra-vento, arborização de propriedades rurais e árvores remanescentes isoladas. O inventário florestal das áreas residuais foi realizado a partir do censo florestal.

Por não conter vegetação enquadrada no Decreto nº 14.783/1993, não foram executados procedimentos de inventário florestal nas demais áreas apresentadas no Mapa 15B – Uso, Ocupação e Cobertura Vegetal ADA – Tomo III, que totalizaram 41,26 ha (49,9%) e contêm represas, edificações e/ou infraestrutura agropecuária, vias pavimentadas, áreas antropizadas por ocupação urbana ou implantação de infraestrutura, áreas antropizadas oriundas de atividade agropecuária de pequeno porte e áreas degradadas com solo exposto às intempéries. iii. Amostragem Estatística

Foram alocadas 18 parcelas ou unidades amostrais, distribuídas por toda a ADA, com a dimensão de 1.000 m2 (20m X 50m), conforme indica o Mapa 16 – Amostragem de Flora – Tomo III.

Foram demarcadas 10 parcelas (1 hectare) em cerrado ralo e 8 parcelas (0,8 hectare) sobre cerrado típico. Em cada uma das fitofisionomias, optou-se por realizar a amostragem aleatória simples e cada parcela teve seus pontos de início e fim georreferenciados (Tomo IV). O erro amostral admitido foi determinado em até 20%, considerando-se o tamanho da área e o aspecto degradado da vegetação, resultante de impacto e alterações distintas em seu histórico de ocupação.

Os indivíduos lenhosos foram incluídos no inventário de acordo com os limites de diâmetro e altura estabelecidos pelo Decreto nº 14.783/1993 (CAB ≥ 20 cm ou Altura ≥ 2,5 m), sendo tomadas as suas medidas diamétricas na base do fuste (CAB a 30 cm do solo) com auxílio de fita métrica. As alturas foram estimadas com auxílio de uma vara graduada. Nas áreas onde se efetuou o censo procedeu-se a coleta de dados da base do tronco (CAB = 0,30 m) nas árvores nativas, enquanto nas árvores exóticas ao Cerrado a medição foi realizada à altura do peito (CAP = 1,30 m).

As árvores foram identificadas em campo, sem necessidade de coleta e herborização de material vegetal. A nomenclatura foi aplicada conforme a lista de espécies da flora brasileira (FORZZA et al., 2010) adaptada à classificação do Angiosperm Philogeny Group III (APG III). A procedência ou origem, nativa ou exótica ao Cerrado, foi determinada conforme a listagem da Flora Vascular do Bioma Cerrado (MENDONÇA et al., 2008). 119 iv. Abrangência Florística

A abrangência florística da área amostrada foi efetuada pelo método da Curva do Coletor. Essa curva determina a suficiência florística quando indica tendência de estabilização à medida que o esforço amostral aumenta (KENT & COKER, 1992).

O gráfico ‘Curva do Coletor’ é a técnica que analisa a comunidade estudada sob o aspecto qualitativo. Fundamenta-se na observação do número de espécies encontradas na unidade amostral, anotando as novas espécies encontradas nas parcelas seguintes até esse dado estabilizar, ou seja, tender ao não aparecimento de novas espécies. Quando a curva espécie-área estabiliza ou tende a estabilizar, pode-se afirmar, em termos qualitativos, que a comunidade inventariada está bem representada, ou seja, podem ser determinadas quais as principais espécies que compõem aquela comunidade.

v. Parâmetros Fitossociológicos

Nas áreas de censo foi realizada a contagem de cada indivíduo isolado ou agrupado. Esta densidade e sua volumetria foram utilizados neste documento para o cálculo da compensação florestal, principalmente, e para estimativa da volumetria do material lenhoso que será retirado do local.

Os parâmetros fitossociológicos foram calculados para as áreas de cerrado ralo e cerrado típico a partir do software Mata Nativa 2, que realiza o processamento dos dados da vegetação e é amplamente utilizado em estudos de vegetação no Brasil, para as mais diversas finalidades.

O programa contabiliza, para a caracterização da vegetação de cerrado ralo, os parâmetros estatísticos densidade, área basal, dominância e Índice de Valor de Importância (IVI), conforme disposto em Felfili & Rezende (2003): Densidade Absoluta (DA): informa a quantidade de indivíduos por unidade de área, isto é, o número de árvores em que uma determinada espécie possui por hectare; Densidade Relativa (DR): relação entre o número de indivíduos de uma espécie e o número total de indivíduos registrados na área.

DA= ni/A DR = (ni/N) x 100 onde: ni – número de indivíduos da espécie i; N – número total de indivíduos amostrados; A – unidade de área (hectare). 120 Frequência Absoluta (FA): informa em quantas unidades amostrais determinada espécie ocorre; Frequência Relativa (FR): relação entre a frequência absoluta de determinada espécie com a soma total das frequências absolutas de todas as espécies amostradas.

FA = (Pi / P) x 100 FR = (FAi / Σ FA) x 100 onde: Pi – número de parcelas com ocorrência da espécie i; P – número total de parcelas; FAi – Frequência absoluta da espécie i.

Dominância Absoluta (DoA): informa qual o tamanho que a área basal de uma determinada espécie ocupada na unidade amostral. A dominância absoluta é a soma das áreas basais dos indivíduos pertencentes a uma mesma espécie, por unidade de área (ha); Dominância Relativa (DoR): relação entre a área basal de determinada espécie (ABi) pela área basal de todas as espécies amostradas (ABt).

DoA = ABi / ha DoR = (ABi / ABt) x 100 onde: ABi – área basal da espécie i; ABt – somatória das áreas basais individuais de todas as espécies amostradas (ABi).

O Índice de Valor de Importância indica a posição sociológica em que uma determinada espécie ocupa em sua comunidade. Seu valor é calculado, conforme fórmula descrita abaixo, pelo somatório da densidade relativa (DR), frequência relativa (FR) e dominância relativa (DoR) de cada espécie.

IVI = DR + FR + DoR

Teoricamente, a espécie mais importante em termos de IVI é aquela que apresenta o maior sucesso em explorar os recursos naturais de seu habitat. A partir da análise de cada parâmetro que compõe o IVI, pode-se compreender se a espécie é abundante ou não, ou se apresenta distribuição agrupada.

121 vi. Censo Florestal da Vegetação de Áreas Residuais

O censo da vegetação de áreas residuais, como pomares frutíferos, cercas-vivas, quintais cultivados e árvores isoladas e plantadas com finalidade de arborização urbana, foram analisados quantitativamente. Os indivíduos foram agrupados de acordo com as suas disposições nos lotes ou setor da poligonal do bairro Crixá. Cada setor teve seu ponto central georreferenciado (Tomo IV) para facilitar a execução de vistorias técnicas na ADA.

Cada indivíduo foi contabilizado isoladamente e teve seu reconhecimento e mensuração realizados de forma semelhante aos indivíduos encontrados na área com vegetação remanescente, com algumas adaptações de campo, como a modificação da coleta de circunferência à altura do peito, devido aos procedimentos de análise volumétrica deste grupo de indivíduos. A maioria das espécies deste grupo tem origem exótica e tiveram seus volumes calculados por modelo específico, conforme apresentado a seguir. vii. Volumetria

Os dados de circunferência e altura de cada indivíduo mensurado foram convertidos em diâmetro e utilizados no cálculo estimativo do volume de madeira a ser suprimida. Esta informação subsidiará os procedimentos de corte, transporte e destinação final do material lenhoso.

Para a estimativa do volume lenhoso de espécies nativas foi adotado o modelo proposto por Rezende et al. (2006), que ajustou equações volumétricas adequadas à estimativa de volume para áreas de cerrado sensu stricto na Estação Experimental da Fazenda Água Limpa (FAL/UnB), com características estruturais semelhantes à da vegetação deste EIA. Segue a fórmula da equação adotada:

V = 0,00019 x DAB² + 0,0000451 x DAB² x H onde: DAB – Diâmetro da base a 30 cm do solo; H – Altura total de cada árvore.

Para a estimativa do volume lenhoso de espécies exóticas ao Cerrado foi adotado o modelo cilíndrico corrigido por um fator de forma, conforme a fórmula descrita:

122 V = DAP² x h x F onde: V = Volume da Árvore; DAP = Diâmetro à Altura do Peito; H = Altura Total; F = π / 4 = 0,7853.

Estimativas mais precisas do volume total de material lenhoso necessitam de procedimentos de coleta de dados que causam impacto direto sobre as árvores, como é o caso da supressão de árvores para o método da cubagem rigorosa. Como não há autorização para este tipo de amostragem e considerando que a área do estudo contém espécies com diferentes formas dimensionais, optou-se por realizar o cálculo estimativo do volume das exóticas, através da fórmula referida no parágrafo anterior.

O método mais apropriado para obtenção do estoque de material lenhoso é o método de enleiramento ou empilhamento, para obtenção do volume estéreo de madeira. Este deverá ser obtido a partir de cálculo de relações geométricas correspondentes à altura, comprimento e largura da leira do material, após a supressão da vegetação, conforme apresenta o Plano de Supressão Vegetal. b) Resultados e Discussão

Os resultados do inventário florestal revelam o impacto gerado sobre a flora na ADA do bairro Crixá. As fitofisionomias amostradas (cerrado ralo e cerrado típico) foram analisadas individualmente em sua riqueza e abrangência florística, fitossociológica, espécies especiais, diversidade e estimativa de amostragem (erro amostral).

Para a formação florestal Cerradão, que será protegida e incorporada à paisagem do bairro Crixá, foi apresentada caracterização por caminhamento (FILGUEIRAS, 2004) e estudos secundários, que resultou na tabela de composição florística e frequência das espécies. Os censos resultaram na lista de quantidades e composição florística e espécies especiais encontradas no levantamento deste grupo de indivíduos.

O cálculo da compensação florestal e volumetria de material lenhoso estimados no inventário florestal são apresentados em capítulo específico e reúnem, respectivamente, a estimativa da densidade e mensuração volumétrica de toda população florestal na área do bairro Crixá, apresentando detalhadamente o valor encontrado para cada tipologia e para as áreas de censo.

123 Cerrado Ralo i. Composição Florística

Conforme os dados levantados em campo, na amostragem estatística foram identificados e mensurados 177 indivíduos lenhosos (Quadro 39), dentre árvores e arbustos, pertencentes a 32 espécies nativas, como consta na planilha de dados da amostragem (Tomo IV).

Quadro 39: Lista das espécies identificada no Inventário Florestal do bairro Crixá. Família Nome Científico Nome Vulgar Asteraceae Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker Coração-de-Negro Asteraceae Vernonia polyanthes Less Assa-Peixe Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Ipê-Verde Calophyllaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Pau-Santo Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess. Pequí Celastraceae Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don Bacuparí Combrataceae Terminalia argentea Mart. Capitão-do-Cerrado Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Fruta-de-Pomba Euphorbiaceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Seca-Ligeiro Fabaceae Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Pata-de-Vaca Fabaceae Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira-Preta Fabaceae Dalbergia miscolobium Benth. Jacarandá-do-Cerrado Fabaceae Dimorphandra mollis Benth. Faveiro Fabaceae Leptolobium dasycarpum Vogel Colher-de-Pedreiro Fabaceae Machaerium opacum Vogel Jacarandá-Cascudo Fabaceae Plathymenia reticulata Benth. Vinhático Lamiaceae Aegiphila lhotskiana Cham. Assa-Peixe Lamiaceae Aegiphila lhotskiana Cham. Milho-de-Grilo Malpighiaceae Byrsonima coccolobifolia Kunth Murici Malvaceae Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. Paineira-da-Mata Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) Malvaceae Mamonarana A.Robyns Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana Pixirica Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul Mama-Cadela Myrtaceae Eugenia dysenterica (Mart.) DC. Cagaita

124 Família Nome Científico Nome Vulgar Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell Capa-Rosa Proteaceae Roupala montana Aubl. Carne-de-Vaca Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Língua-de-Tamanduá Sapindaceae Matayba guianensis Aubl. Camboatá Simaroubaceae Simarouba versicolor A.St.-Hil. Mata-Cachorro Solanaceae Solanum lycocarpum A.St.-Hil. Lobeira Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. Pau-Terra-Grande Vochysiaceae Qualea parviflora Mart. Pau-Terra-Roxo

ii. Abrangência Florística da Amostragem (Curva do Coletor)

Com relação à abrangência florística da amostragem, o esforço de coleta foi demonstrado por meio da elaboração da curva do coletor (Figura 54), que considerou o número de espécies encontradas em cada parcela ao longo da amostragem.

Figura 54: Curva do coletor elaborada a partir dos dados obtidos no inventário florestal do bairro Crixá.

125 A curva apresentada permite inferir que a amostragem foi representativa no que se refere à abrangência florística, pois apresenta tendência à estabilização, com baixo acréscimo de espécies a partir da 5ª parcela (50% da amostragem), na qual 96% das espécies encontradas já haviam sido contempladas na ADA. iii. Espécies Especiais

Dentre as espécies identificadas no levantamento florístico, 2 são consideradas Patrimônio Ecológico do Distrito Federal: Caryocar brasiliense Cambess. e Eugenia dysenterica (Mart.) DC. Estas espécies podem ser consideradas especiais por serem imunes ao corte em áreas urbanas, ficando o órgão ambiental responsável por autorizar as exceções para execução de obras, planos, atividades ou projetos de relevante interesse social ou de utilidade pública. iv. Fitossociologia e Diversidade

Foi estimada a densidade de 177 ind.ha-1, com erro percentual de 15,86% e intervalo de confiança de ± 56,17 indivíduos/ha-1, a 95% de probabilidade. Este indicativo ilustra o aspecto de degradação da área. O Quadro 40 apresenta os resultados de estudos em Unidades de Conservação e fragmentos conservados no Distrito Federal.

Quadro 40: Riqueza, Fitossociologia (d e g) e diversidade (h’ e j’) de estudos da vegetação do cerrado sensu stricto em algumas Unidades de Conservação do Distrito Federal. H’ = Índice de Shannon; J’ = Índice de Pielou; Sp = Número de espécies; D = Densidade; G = Área basal. Fitofisionomia/Localidade Autor H' J' Sp. D (ind.ha-1) G (m².ha-1) Cerrado sensu stricto Felfili et al. 3,56 0,85 67 1.394 10,64 APA Gama Cabeça de Veado 1994 Cerrado sensu stricto Felfili et al. 3,34 0,83 56 1.036 8,32 Parque Nacional do Brasília 1994 Fonseca & Cerrado sensu stricto Silva 3,16 0,79 53 1.219 8,57 ESEC do JBB – Interflúvio Júnior, 2004 Fonseca & Cerrado sensu stricto Silva 3,40 0,85 54 970 6,67 ESEC do JBB – Vale Júnior, 2004 Cerrado sensu stricto Matos et al. 3,71 0,86 76 1.458 12,08 P.E. Pequizeiros 2006

126 Fitofisionomia/Localidade Autor H' J' Sp. D (ind.ha-1) G (m².ha-1) Cerrado sensu stricto Matos et al. 3,70 0,83 87 1.576 12,93 P.E. Dom Bosco 2006 Cerrado sensu stricto Souza, 3,33 0,80 64 2.174 17,45 RPPN Córrego da Aurora 2006 Cerrado sensu stricto Andrade et 3,53 0,85 63 1.964 13,28 RE do Roncador IBGE al., 2002

Cerrado sensu stricto Assunção & Felfili, 3,41 0,85 54 882 9,53 APA do Paranoá 2004 Brandão, Cerrado sensu stricto não 2,74 0,79 55 177 1,49 EIA Crixá publicado, 2014

Os estudos revelados no Quadro 40 foram realizados, em sua maioria, em áreas de cerrado típico, fato que evidencia a densidade inferior encontrada no remanescente de cerrado ralo.

O valor do Índice de Shannon calculado para a área foi de 2,74 nats.ind-1 e está abaixo da média em relação à variação de 3,16 a 3,71 nats.ind-1, quando comparado a outros estudos em cerrado sensu stricto do Distrito Federal (Quadro 40), assim como o Índice de Equabilidade de Pielou de 0,79, que sugere uma diversidade com cerca de 79% daquele possível para a comunidade original.

A densidade estimada é de 1.593 indivíduos para toda a população desta tipologia.

Entre as principais espécies elencadas pelo IVI (Figura 55 e Quadro 41), destacam-se, em ordem decrescente de valor, as espécies: Solanum lycocarpum A.St.-Hil; Aegiphila lhotskiana Cham.; Eugenia dysenterica (Mart.) DC.; Qualea grandiflora Mart.; Miconia albicans (Sw.) Triana; Qualea parviflora Mart.; Vernonia polyanthes Less; Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill; Terminalia argentea Mart. e Matayba guianensis Aubl., que somadas correspondem a 71,3% da densidade total, 74,24% da área basal e 65,5% do IVI.

As espécies listadas na Figura 55 apresentam maior capacidade de explorar os recursos do ambiente de cerrado sensu stricto da ADA, e, por isso, devem ser protegidas em Unidades de Conservação e incluídas em projetos de recuperação ambiental.

127

Figura 55: Gráfico do Índice de Valor de Importância (IVI).

Quadro 41: Nome científico das espécies arbóreas registradas na ADA e seus parâmetros fitossociológicos. Onde: DA = Densidade absoluta; DR = Densidade relativa; FA = Frequência absoluta; FR = Frequência relativa; DoA = Dominância absoluta; DoR = Dominância relativa; IVI = Índice de Valor de Importância; e * = Espécie tombada pelo Decreto Distrital nº 14.783/1993. Nome Científico DA DR FA FR DoA DoR IVI Solanum lycocarpum A.St.-Hil. 47 26,55 80 12,31 0,307 20,57 59,427 Aegiphila lhotskiana Cham. 27 15,25 60 9,23 0,179 12,04 36,521 Eugenia dysenterica (Mart.) DC. 11 6,21 50 7,69 0,22 14,78 28,687 Qualea grandiflora Mart. 4 2,26 40 6,15 0,073 4,87 13,281 Miconia albicans (Sw.) Triana 9 5,08 20 3,08 0,068 4,58 12,739 Qualea parviflora Mart. 8 4,52 30 4,62 0,046 3,08 12,214 Vernonia polyanthes Less 12 6,78 30 4,62 0,011 0,72 12,116 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. 2 1,13 10 1,54 0,136 9,15 11,817 Terminalia argentea Mart. 7 3,95 10 1,54 0,066 4,45 9,946 Matayba guianensis Aubl. 6 3,39 30 4,62 0,013 0,9 8,901 Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. 5 2,82 20 3,08 0,021 1,41 7,312 Simarouba versicolor A.St.-Hil. 2 1,13 10 1,54 0,068 4,59 7,259 Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. 5 2,82 20 3,08 0,016 1,08 6,978 Caryocar brasiliense Cambess. 1 0,56 10 1,54 0,062 4,14 6,24 Machaerium opacum Vogel 3 1,69 20 3,08 0,02 1,37 6,145 128 Nome Científico DA DR FA FR DoA DoR IVI Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. 3 1,69 20 3,08 0,018 1,22 5,991 Dalbergia miscolobium Benth. 3 1,69 10 1,54 0,028 1,88 5,114 Leptolobium dasycarpum Vogel 2 1,13 20 3,08 0,008 0,53 4,737 Casearia sylvestris Sw. 2 1,13 20 3,08 0,007 0,45 4,656 Aegiphila lhotskiana Cham. 2 1,13 20 3,08 0,006 0,39 4,601 Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker 2 1,13 10 1,54 0,021 1,39 4,056 Guapira noxia (Netto) Lundell 1 0,56 10 1,54 0,022 1,5 3,604 Byrsonima coccolobifolia Kunth 1 0,56 10 1,54 0,022 1,44 3,548 Bauhinia rufa (Bong.) Steud. 3 1,69 10 1,54 0,003 0,21 3,439 Plathymenia reticulata Benth. 2 1,13 10 1,54 0,004 0,29 2,96 Dimorphandra mollis Benth. 1 0,56 10 1,54 0,012 0,77 2,875 Bowdichia virgilioides Kunth 1 0,56 10 1,54 0,011 0,71 2,815 Roupala montana Aubl. 1 0,56 10 1,54 0,009 0,58 2,685 Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. 1 0,56 10 1,54 0,007 0,48 2,584 Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don 1 0,56 10 1,54 0,003 0,21 2,317 Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) 1 0,56 10 1,54 0,003 0,17 2,277 A.Robyns Brosimum gaudichaudii Trécul 1 0,56 10 1,54 0,001 0,05 2,157 Total Geral 177 100 650 100 1,491 100 300

v. Estimativa da Amostragem

Para amostragem da vegetação do bairro Crixá, foi calculada pelo software Mata Nativa 2, a estatística descritiva, que apresentou índices satisfatórios em relação ao procedimento amostral, com erro amostral abaixo de 20%, valor que é o limite estipulado para todas as variáveis analisadas (densidade e volume), conforme apresenta o Quadro 42.

Quadro 42: Quadro descritivo com as principais informações e estimativa estatística da amostragem realizada. Parâmetro Densidade Volume Área Total (ha) 14,54 14,54 Parcelas 10 10 n (Número Ótimo de Parcelas) 8 32 Total 177 3,4059

129 Parâmetro Densidade Volume Média 17,7 0,3406 Desvio Padrão 4,1647 0,2154 Variância 17,3444 0,0464 Variância da Média 1,6148 0,0043 Erro Padrão da Média 1,2708 0,0657 Coeficiente de Variação % 23,5292 63,2337 Valor de t Tabelado 2,2622 2,2622 Erro de Amostragem 2,8747 0,1487 Erro de Amostragem % 16,241 43,6471 IC para a Média (95%) 14,8253 <= X <= 20,5747 0,1919 <= X <= 0,4892 IC para a Média por ha (95%) 148,2534 <= X <= 205,7466 1,9193 <= X <= 4,8925 Total da População 2566,5 49,3854 IC para o Total (95%) 2149,6744 <= X <= 2983,3256 27,8301 <= X <= 70,9407 EMC 15,3706 0,2201 Nota: IC = Intervalo de Confiança.

O erro percentual para variável densidade foi inferior a 20%, indicando boa confiabilidade da estimativa realizada (16,24%) para a densidade e, portanto, indicativo de suficiência amostral do inventário florestal.

Em relação à estimativa do volume, o erro percentual da estimativa (43,64%) foi considerado insatisfatório para o dimensionamento do volume total de material lenhoso que será retirado no local. Esta divergência ocorreu desde a etapa de alocação das parcelas em campo, por conter áreas com baixíssima densidade e outras com densidade elevada ou indivíduos isolados de fuste muito superior à média dos indivíduos.

Cerrado Típico i. Composição Florística

Conforme os dados levantados em campo, na amostragem estatística foram identificados e mensurados 779 indivíduos lenhosos, dentre árvores e arbustos, pertencentes a 55 espécies nativas (Quadro 43), conforme consta na planilha de dados da amostragem (Tomo IV).

130 Quadro 43: Lista das espécies identificadas no Inventário Florestal do bairro Crixá. Família Nome Científico Nome Vulgar Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. Pau-Pombo Annonaceae Cardiopetalum calophyllum Schltdl. Pindaíba Annonaceae Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta-de-Macaco Annonaceae Xylopia sericea A.St.-Hil. Pindaíba Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Araliaceae Mandiocão-do-Cerrado Frodin Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. Morototó Asteraceae Baccharis sp. Mel do campo Asteraceae Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker Coração-de-Negro Asteraceae Vernonia rubriramea Mart. ex DC. Assa-Peixe Calophyllaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Pau-Santo Celastraceae Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don Bacuparí Chrysobalanaceae Hirtella glandulosa Spreng. Bosta-de-Rato Combrataceae Terminalia argentea Mart. Capitão-do-Cerrado Connaraceae Connarus suberosus Planch. Araruta-do-Campo Dilleniaceae Curatella americana L. Lixeira Dilleniaceae Doliocarpus brevipedicellatus Garcke Cipó-Caboclo Ebenaceae Diospyros burchellii Hiern Olho-de-Boi Emmotaceae Emmotum nitens (Benth.) Miers Pau-de-Sobre Erythroxylaceae Erythroxylum daphnites Mart. Fruta-de-Pomba Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Fruta-de-Pomba Erythroxylaceae Erythroxylum suberosum A.St.-Hil. Fruta-de-Pomba Euphorbiaceae Maprounea guianensis Aubl. Vaquinha Euphorbiaceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Seca-Ligeiro Fabaceae Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira-Preta Fabaceae Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Fabaceae Dimorphandra mollis Benth. Faveiro Enterolobium gummiferum (Mart.) Fabaceae Orelha-de-Macaco J.F.Macbr. Fabaceae Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Jatobá-do-Cerrado Fabaceae Leptolobium dasycarpum Vogel Colher-de-Pedreiro Fabaceae Machaerium opacum Vogel Jacarandá-Cascudo Fabaceae Tachigali paniculata Aubl. Carvoeiro

131 Família Nome Científico Nome Vulgar Fabaceae Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke Amargosa Lamiaceae Aegiphila lhotskiana Cham. Milho-de-Grilo Lauraceae Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Canela Lythraceae Lafoensia pacari A.St.-Hil. Pacarí Malpighiaceae Byrsonima pachyphylla A.Juss. Murici Malpighiaceae Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. Falso-Murici Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) Malvaceae Mamonarana A.Robyns Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana Pixirica Myrtaceae Eugenia dysenterica (Mart.) DC. Cagaita Myrtaceae Myrcia rostrata DC. Guaramirim Myrtaceae Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Goiabeira-do-Campo Myrtaceae Psidium myrsinites Mart. ex DC. Araçá Vassoura-de-Bruxa-da- Ochnaceae Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Mata Rubiaceae Alibertia edulis (Rich.) A.Rich. Marmelada Rubiaceae Palicourea rigida Kunth Bate-Caixa Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Rubiaceae Jenipapo-de-Cavalo Schum. Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Língua-de-Tamanduá Sapindaceae Matayba guianensis Aubl. Camboatá Simaroubaceae Simarouba versicolor A.St.-Hil. Mata-Cachorro Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. Negramina Solanaceae Solanum lycocarpum A.St.-Hil. Lobeira Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul Embaúba Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. Pau-Terra-Grande Vochysiaceae Qualea parviflora Mart. Pau-Terra-Roxo

ii. Abrangência Florística da Amostragem (Curva do Coletor)

Em relação à abrangência florística da amostragem, o esforço de coleta foi demonstrado por meio da elaboração da curva do coletor (Figura 56), que considerou o número de espécies encontradas em cada parcela ao longo da amostragem.

132

Figura 56: Curva do coletor elaborada a partir dos dados obtidos no inventário florestal do bairro Crixá.

A curva apresentada permite inferir que a amostragem foi representativa no que se refere à abrangência florística, pois apresenta tendência à estabilização, com baixo acréscimo de espécies a partir da 4ª parcela (50% da amostragem), na qual 88% das espécies encontradas já haviam sido contempladas no inventário. iii. Espécies Especiais

Dentre as espécies identificadas no levantamento da flora do cerrado típico, 3 espécies são consideradas Patrimônio Ecológico do Distrito Federal: Copaifera langsdorffii Desf. (Copaíba), Eugenia dysenterica (Mart.) DC. (Cagaita) e Pseudobombax longiflorum Mart. & Zucc. (Embiruçu), que são especiais por serem imunes ao corte em áreas urbanas, cabendo ao órgão ambiental a responsabilidade por autorizar as exceções para execução de obras, planos, atividades ou projetos de relevante interesse social ou de utilidade pública. iv. Fitossociologia e Diversidade

Foi estimada a densidade de 973,74 ind.ha-1, com erro percentual de 20,06% e intervalo de confiança de ± 246 indivíduos/ha-1, a 95% de probabilidade. A área basal foi de 6,44 m².ha-1, com erro percentual de 19,41% e intervalo de confiança de ± 2,51 m².ha-1, a 95% de probabilidade.

133 O valor do Índice de Shannon calculado para a área foi de 2,08 nats.ind-1 e está abaixo da média em relação à variação de 3,16 a 3,71 nats.ind-1, quando comparado a outros estudos em cerrado sensu stricto do Distrito Federal (Quadro 44), assim como o Índice de Equabilidade de Pielou de 0,82, que sugere uma diversidade com cerca de 82% daquele possível para a comunidade original.

A densidade estimada de 973 indivíduos por hectare está no intervalo de variação de 882 a 2.174 ind.ha-1 encontrada para os cerrados sensu stricto do Distrito Federal (Quadro 44). A área basal de 6,44 m².ha-1 é baixa em relação à variação de 6,67 m².ha-1 a 17,45 m².ha-1 estimada para alguns cerrados sensu stricto do Distrito Federal. Todas estas informações corroboram com o diagnóstico preliminar na vegetação, que foi caracterizada como alterada por atividades antrópicas.

Quadro 44: Riqueza, Fitossociologia (d e g) e diversidade (h’ e j’) de estudos da vegetação do cerrado sensu stricto em algumas Unidades de Conservação do Distrito Federal. H’ = Índice de Shannon; J’ = Índice de Pielou; Sp = Número de espécies; D = Densidade; G = Área basal. Fitofisionomia/Localidade Autor H' J' Sp. D (ind.ha-1) G (m².ha-1) Cerrado sensu stricto Felfili et al. 3,56 0,85 67 1.394 10,64 APA Gama Cabeça de Veado 1994 Cerrado sensu stricto Felfili et al. 3,34 0,83 56 1.036 8,32 Parque Nacional do Brasília 1994 Cerrado sensu stricto Fonseca & Silva 3,16 0,79 53 1.219 8,57 ESEC do JBB – Interflúvio Júnior, 2004 Cerrado sensu stricto Fonseca & Silva 3,40 0,85 54 970 6,67 ESEC do JBB – Vale Júnior, 2004 Cerrado sensu stricto Matos et al. 3,71 0,86 76 1.458 12,08 P.E. Pequizeiros 2006 Cerrado sensu stricto Matos et al. 3,70 0,83 87 1.576 12,93 P.E. Dom Bosco 2006 Cerrado sensu stricto Souza, 2006 3,33 0,80 64 2.174 17,45 RPPN Córrego da Aurora Cerrado sensu stricto Andrade et al., 3,53 0,85 63 1.964 13,28 RE do Roncador IBGE 2002 Cerrado sensu stricto Assunção & 3,41 0,85 54 882 9,53 APA do Paranoá Felfili, 2004 Cerrado sensu stricto Brandão, não 2,08 0,82 55 973 6,44 EIA Crixá publicado, 2014

134 Entre as principais espécies elencadas pelo IVI, destacam-se, em ordem decrescente: Miconia albicans (Sw.) Triana; Xylopia aromatica (Lam.) Mart.; Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.; Simarouba versicolor A.St.-Hil.; Xylopia sericea A.St.-Hil.; Hirtella glandulosa Spreng.; Qualea grandiflora Mart.; Tapirira guianensis Aubl.; Alibertia edulis (Rich.) A.Rich. e Byrsonima pachyphylla A.Juss, que somadas correspondem a 85,1% da densidade, 84,1% da área basal e 70,9% do IVI.

As espécies relacionadas na Figura 57 têm maior capacidade de explorar os recursos do ambiente de cerrado sensu stricto da ADA, e, por isso, devem ser incluídas em projetos de recuperação ambiental.

Figura 57: Gráfico do Índice de Valor de Importância (IVI).

Quadro 45: Nome científico das espécies arbóreas registradas no estudo, e seus parâmetros fitossociológicos. Onde: DA = Densidade absoluta; DR = Densidade relativa; FA = Frequência absoluta; FR = Frequência relativa; DoA = Dominância absoluta; DoR = Dominância relativa; IVI = Índice de Valor de Importância; e * = Espécie tombada pelo Decreto Distrital nº14.783/93. Nome Científico DA DR FA FR DoA DoR IVI Miconia albicans (Sw.) Triana 503,75 51,73 87,5 5,74 3,109 48,2 105,67 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. 152,5 15,66 87,5 5,74 1,001 15,52 36,914 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. 50 5,13 87,5 5,74 0,642 9,96 20,829 Simarouba versicolor A.St.-Hil. 33,75 3,47 50 3,28 0,251 3,89 10,632 Xylopia sericea A.St.-Hil. 31,25 3,21 62,5 4,1 0,081 1,26 8,565

135 Nome Científico DA DR FA FR DoA DoR IVI Hirtella glandulosa Spreng. 15 1,54 62,5 4,1 0,113 1,75 7,392 Qualea grandiflora Mart. 16,25 1,67 50 3,28 0,099 1,54 6,483 Tapirira guianensis Aubl. 7,5 0,77 62,5 4,1 0,067 1,03 5,901 Alibertia edulis (Rich.) A.Rich. 10 1,03 62,5 4,1 0,025 0,39 5,515 Byrsonima pachyphylla A.Juss. 8,75 0,9 50 3,28 0,043 0,67 4,851 Curatella americana L. 11,25 1,16 25 1,64 0,128 1,99 4,785 Qualea parviflora Mart. 5 0,51 50 3,28 0,02 0,31 4,104 Erythroxylum suberosum A.St.-Hil. 5 0,51 37,5 2,46 0,042 0,65 3,624 Aegiphila lhotskiana Cham. 8,75 0,9 12,5 0,82 0,099 1,54 3,26 Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don 3,75 0,39 37,5 2,46 0,025 0,38 3,226 Psidium myrsinites Mart. ex DC. 5 0,51 37,5 2,46 0,013 0,2 3,175 Baccharis sp. 12,5 1,28 25 1,64 0,012 0,18 3,107 Erythroxylum daphnites Mart. 3,75 0,39 37,5 2,46 0,01 0,16 3,002 Eugenia dysenterica (Mart.) DC. 8,75 0,9 12,5 0,82 0,051 0,79 2,509 Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. 3,75 0,39 25 1,64 0,027 0,42 2,446 Copaifera langsdorffii Desf. 2,5 0,26 12,5 0,82 0,086 1,34 2,416 Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) 2,5 0,26 25 1,64 0,03 0,47 2,363 A.Robyns Maprounea guianensis Aubl. 5 0,51 25 1,64 0,011 0,17 2,321 Lafoensia pacari A.St.-Hil. 2,5 0,26 25 1,64 0,025 0,38 2,28 Dimorphandra mollis Benth. 3,75 0,39 25 1,64 0,016 0,25 2,274 Terminalia argentea Mart. 2,5 0,26 25 1,64 0,021 0,33 2,224 Emmotum nitens (Benth.) Miers 2,5 0,26 25 1,64 0,02 0,3 2,199 Myrcia rostrata DC. 3,75 0,39 25 1,64 0,01 0,15 2,177 Matayba guianensis Aubl. 2,5 0,26 12,5 0,82 0,072 1,12 2,199 Casearia sylvestris Sw. 2,5 0,26 25 1,64 0,008 0,13 2,023 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez 2,5 0,26 25 1,64 0,006 0,09 1,983 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. 2,5 0,26 25 1,64 0,004 0,07 1,962 Cecropia pachystachya Trécul 3,75 0,39 12,5 0,82 0,038 0,59 1,793 Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker 5 0,51 12,5 0,82 0,029 0,46 1,788 Tachigali paniculata Aubl. 2,5 0,26 12,5 0,82 0,039 0,6 1,673 Palicourea rigida Kunth 5 0,51 12,5 0,82 0,016 0,25 1,58 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. 2,5 0,26 12,5 0,82 0,029 0,46 1,532 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,03 0,47 1,415 136 Nome Científico DA DR FA FR DoA DoR IVI Machaerium opacum Vogel 1,25 0,13 12,5 0,82 0,018 0,27 1,22 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. 2,5 0,26 12,5 0,82 0,007 0,12 1,192 Schum. Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,014 0,22 1,171 Bowdichia virgilioides Kunth 1,25 0,13 12,5 0,82 0,008 0,12 1,069 Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) 1,25 0,13 12,5 0,82 0,008 0,13 1,078 Frodin Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,009 0,14 1,087 Leptolobium dasycarpum Vogel 1,25 0,13 12,5 0,82 0,006 0,1 1,045 Siparuna guianensis Aubl. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,004 0,06 1,01 Diospyros burchellii Hiern 1,25 0,13 12,5 0,82 0,004 0,07 1,016 Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke 1,25 0,13 12,5 0,82 0,004 0,06 1,01 Solanum lycocarpum A.St.-Hil. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,004 0,06 1,01 Connarus suberosus Planch. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,003 0,04 0,993 Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne 1,25 0,13 12,5 0,82 0,004 0,06 1,004 Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,003 0,04 0,988 Doliocarpus brevipedicellatus Garcke 1,25 0,13 12,5 0,82 0,002 0,03 0,978 Vernonia rubriramea Mart. ex DC. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,001 0,02 0,967 Cardiopetalum calophyllum Schltdl. 1,25 0,13 12,5 0,82 0,002 0,03 0,974 Total Geral 973,75 100 1525 100 6,451 100 300

v. Estimativa da Amostragem

Para amostragem da vegetação do bairro Crixá, foi calculada pelo software Mata Nativa 2 a estatística descritiva, que retornou índices satisfatórios quanto ao procedimento amostral, com erro amostral abaixo de 20%, que é o limite estipulado para todas as variáveis analisadas (densidade e volume), conforme apresenta o Quadro 46.

Quadro 46: Quadro descritivo com principais informações e estimativa estatística da amostragem realizada. Parâmetro Densidade Volume Área Total (ha) 9,04 9,04 Parcelas 8 8 n (Número Ótimo de Parcelas) 9 8

137 Parâmetro Densidade Volume Total 779 11,1492 Média 97,375 1,3936 Desvio Padrão 31,9953 0,3497 Variância 1.023,6964 0,1223 Variância da Média 116,5876 0,0139 Erro Padrão da Média 10,7976 0,118 Coeficiente de Variação % 32,8578 25,0902 Valor de t Tabelado 2,3646 2,3646 Erro de Amostragem 20, 232 0,279 Erro de Amostragem % 20,563 20,0219 IC para a Média (95%) 71,8428 <= X <= 122,9072 1,1146 <= X <= 1,6727 IC para a Média por ha (95%) 718,4284 <= X <= 1.229,0716 11,1461 <= X <= 16,7269 Total da População 8.763,75 125,4285 IC para o Total (95%) 6.465,8552 <= X <= 11.061,6448 100,3152 <= X <= 150,5417 EMC 76,9181 1,1701 Nota: IC = Intervalo de Confiança.

O erro percentual para todas as variáveis foi inferior a 20 %, indicando boa confiabilidade da estimativa realizada (20,56%) para a densidade e, portanto, indicativo de suficiência amostral do inventário florestal. Em relação à estimativa do volume e área basal, o erro percentual da estimativa (20,02% respectivamente) foi considerado satisfatório para o dimensionamento do volume total de material lenhoso que será retirado no local durante a construção do bairro Crixá.

Censo Florestal i. Composição Florística

Durante a execução do censo florestal, a coleta dos dados foi realizada por lote ou propriedade e exigiram uma fase de mobilização dos moradores do local. Em apenas um lote não houve autorização para os trabalhos de inventário florestal. No total, foram identificados e medidos 824 indivíduos (Tomo IV), isolados ou em grupos, na ADA do bairro Crixá. Dentre estes indivíduos, 32 espécies (338 árvores) têm origem exótica ao Cerrado e 64 espécies (446 árvores) têm ocorrência ou são classificadas como endêmicas do Cerrado. A composição florística encontrada na área do censo florestal é apresentada no Quadro 47, com quantidade de mudas por espécie. 138 Quadro 47: Composição florística, quantidades e respectivos volumes, por espécie, encontrados no levantamento florestal (censo). Família / Espécie Nome Popular Quantidade Volume Anacardiaceae 78 15,56102062 Anacardium occidentale L. Cajueiro 13 0,778359873 Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng Gonçalo-Alves 5 0,692523487 Mangifera indica L. Manga 51 13,54395334 Spondias purpúrea L. Siriguela 3 0,223571975 Tapirira guianensis Aubl. Pau-Pombo 6 0,322611943 Annonaceae 19 2,153257962 Cardiopetalum calophyllum Schltdl. Embira de sapo 2 0,150095939 Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta-de-Macaco 12 1,891326433 Xylopia sericea A. St. Hil Imbira-vermelha 1 0,021579618 Araliaceae 13 2,245995701 Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Mandiocão-do- 5 0,074202229 Frodin Cerrado Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Caixeta 8 2,171793471 Steyerm. & Frodin Arecaceae 21 1,194106369 Cocos nucifera L. Coqueiro 12 0,729632962 Roystonea regia (Kunth) O. F. Cook Palmeira imperial 4 0,103126274 Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Guariroba 1 0,028167197 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá 4 0,333179936 Asteraceae 3 0,069582006 Vernonia sp. Assa-peixe 3 0,069582006 Bignoniaceae 12 0,499416003 Cybistax antisyphilitica (Mart.) ex DC. Ipê-verde 1 0,015047771 Handrianthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Ipê-roxo 3 0,120616242 Standl. Handroanthus heptaphyllus (L.) Hemsl. Ipê Rosa 4 0,32066242 Handrianthus ochraceaus (Cham.) Standl. Ipê-Amarelo 1 0,02670422 Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth Ipê -de-Jardim 3 0,01638535 Bixaceae 3 0,079098328 Bixa orellana L. Urucum 3 0,079098328 Bombacaceae 1 0,021847134 Pachira aquatica Aubl. Munguba 1 0,021847134

139 Família / Espécie Nome Popular Quantidade Volume Caricaceae 2 0,044786624 Carica papaya L. Mamão 2 0,044786624 Cecropiaceae 5 0,51575008 Cecropia pachystachya Trécul Embaúba 5 0,51575008 Chrysobalanaceae 1 0,011146497 Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Oiti 1 0,011146497 Combretacea 3 0,097754777 Terminalia catappa L. Amendoeira-da-Praia 3 0,097754777 Cucurbitaceae 3 0,010934713 Cayaponia trilobata (Cogn.) Cogn. Abobrinha do Mato 3 0,010934713 Erythroxylaceae 3 0,05817914 Erythroxylum daphnites Mart. Brinco da mata 2 0,047032643 Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Fruta-de-Pomba 1 0,011146497 Euphorbiaceae 11 1,289571656 Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Tapiá 3 0,997472134 Maprounea guianensis Aubl. Bonifácio 6 0,10716242 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Pera do cerrado 2 0,184937102 Fabaceae 50 11,38447229 Amburana cearenses (Allemão) A.C. Sm. Amburana 1 0,015292994 Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Angico 2 2,409638535 Altschul Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. Angico 1 0,374745223 Bauhinia variegata L. Pata de Vaca 2 0,033562102 Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba 1 2,383767516 Dalbergia miscolobium Benth. Jacarandá do Cerrado 6 0,422119506 Dimorphandra mollis Benth. Faveira 1 0,104866242 Inga edulis Mart. Ingá 2 0,035640924 Inga laurina (Sw.) Willd. Ingá-branco 8 2,383318869 Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Leucena 1 0,094343949 Lonchocarpus densiflorus Benth. Lanchocarpo 1 0,113761146 Machaerium opacum Vogel Jacarandá Cascudo 13 0,493983758 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Cambuí 1 0,209732484 Plathymenia reticulata Benth. Vinhático-do-campo 2 0,026185908 Platypodium elegans Vog. Canzileiro 1 1,65198328 140 Família / Espécie Nome Popular Quantidade Volume Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Guapuruvu 1 0,231133758 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Barbatimão 2 0,212970541 Tachigali aurea Tul. Pau-Bosta 3 0,122254777 Tachigali paniculata L.G.Silva & H.C.Lima Carvoeiro 1 0,06517078 Lauraceae 8 1,103801354 Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Canela 1 0,017555732 Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Vassoura da mata 1 0,051527468 Persea americana Mill. Abacateiro 6 1,034718153 Lecythidaceae 2 0,063447532 Couroupita guianensis Aubl. Abricó-de-macaco 2 0,063447532 Loganiaceae 1 0,050577229 Stricnhos pseudoquina Quina 1 0,050577229 Malvaceae 17 5,828717755 Ceiba speciosa (A. St.-Hill) Ravenna Paineira-Rosa 1 3,810842357 Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott Paineira-do-cerrado 10 1,82285629 & Endl. Sterculia striata A. St. Hil. & Naudin Chichá 6 0,195019108 Melastomataceae 4 0,16206449 Miconia albicans (Sw.) Triana Pixirica 4 0,16206449 Meliaceae 1 0,546234076 Swietenia macrophylla King Mogno 1 0,546234076 Moraceae 18 1,876830414 Artocarpus heterophyllus Lam. Jaca 4 1,218908439 Artocarpus integrifolia L.f. Jaca 1 0,156747611 Brosimum gaudichaudii Tréc. Mamacadela 2 0,023630573 Ficus benjamina L. Figueira 3 0,132453822 Ficus sp. Fogueiro 1 0,097509554 Morus nigra L. Amora 7 0,247580414 Myrtaceae 294 34,60312341 Eucalyptus urograndis L. Eucalipto 224 25,55394029 Eugenia dysenterica (Mart.) DC. Cagaita 45 3,632710191 Eugenia uniflora L. Pitanga 1 0,01310828 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Goiaba-Brava 4 0,04049801 Psidium guajava L. Goiaba 11 0,383829618 141 Família / Espécie Nome Popular Quantidade Volume Syzygium cumini (L.) Skeels Jamelão 6 4,352124602 Syzygium jambos (L.) Alston Jambo 3 0,62691242 Oxalidaceae 1 0,075238854 Averrhoa carambola L. Carambola 1 0,075238854 Pinaceae Pinheiro 1 1,569426752 Pinus sp. Pinheiro Rosaceae 3 0,05160828 Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. Nespera 3 0,05160828 Rubiaceae 16 0,99354578 Alibertia edulis (Rich.) A.Rich. Marmelada 10 0,121845143 Genipa americana L. Jenipapo 1 0,574273089 Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. Veludo Branco 2 0,021554538 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. Jenipapo-de-Cavalo 3 0,27587301 Rutaceae 17 1,41034992 Citrus aurantifolia (Christm) Limão 7 0,145144108 Citrus limon L. Burmann f. Limão 7 0,108112659 Citrus limon L. Burmann f. Limão 1 1,019974522 Citrus reticulata Blanco Mexerica 1 0,131082803 Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-cadela 1 0,006035828 Sapindaceae 5 0,862961783 Matayba guianensis Aubl. Camboatá 5 0,862961783 Simaroubaceae 108 19,05671752 Simarouba versicolor A.St.-Hil. Mata-Cachorro 108 19,05671752 Solanaceae 25 1,016026592 Solanum lycocarpum A. St-Hil Lobeira 24 0,99605207 Solanum paniculatum L. Jurubeba 1 0,019974522 Urticaceae 4 0,166628981 Cecropia pachystachya Trécul Embaúba 4 0,166628981 Verbenaceae 44 1,37507699 Aegiphila lhotzkiana Cham. Milho de Grilo 37 1,097153025 Aegiphila sellowiana Cham. Tamanqueira 6 0,267212182 Duranta repens L. Violeteira 1 0,010711783

142 Família / Espécie Nome Popular Quantidade Volume Vochysiaceae 27 1,96212285 Qualea dichotoma (Mart.) Warm. Pau-terra 2 0,153125 Qualea grandiflora Mart. Pau-Terra-Grande 24 1,796809156 Pau-Terra-da-Folha- 1 0,012188694 Qualea parviflora Mart. Miúda Total Geral 824 108,0114205

ii. Espécies Especiais

Dentre as espécies presentes no censo, 6 são consideradas Patrimônio Ecológico do Distrito Federal: Copaifera langsdorffii Desf. (Copaíba), Dalbergia miscolobium Benth. (Jacarandá), Eugenia dysenterica (Mart.) DC. (Cagaita), Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Standl. (Ipê-rosa), H. ochraceaus (Cham.) Standl. (Ipê-amarelo) e H. heptaphyllus (L.) Hemsl. (Ipê-roxo), espécies que podem ser consideradas especiais por serem imunes ao corte em áreas urbanas, cabendo ao órgão ambiental a responsabilidade por autorizar as exceções para execução de obras, planos, atividades ou projetos de relevante interesse social ou de utilidade pública.

Cerradão i. Composição Florística

O levantamento florístico deste remanescente foi realizado através de caminhamento nos 2 fragmentos desta tipologia florestal. Ao total, foram identificados e contabilizados 182 indivíduos (Tomo IV) na ADA do bairro Crixá. Dentre estes indivíduos, foram reconhecidas 67 espécies de 36 famílias botânicas. A composição florística encontrada nas áreas de cerradão é apresentada no Quadro 48.

Quadro 48: Composição florística encontrada no levantamento florestal (censo). Família / Espécie Nome Popular Anarcadiaceae Tapirira guianensis Aubl. Pau-pombo Annonaceae Annona crassiflora L. Araticum Cardiopetalum calophyllum Schltdl. Coração da mata 143 Família / Espécie Nome Popular Xylopia aromatica Mart. Pindaíba Xylopia sericea A. St. Hil Pindaíba do brejo Araliaceae Schefflera morototoni Aubl. Mandiocão da mata Arecaceae Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. Côco-babão Bignoneaceae Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos Ipê amarelo Calophyllaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Pau santo Kielmeyera speciosa A. St.-Hil. Pau santo Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess. Pequi Chrysobalanaceae Hirtella glandulosa Spreng. Licania kunthiana Hook. F Combretaceae Buchenavia tomentosa Eichl. Mirindiba Dichapetalaceae Tapura amazonica Poepp. Azeitonera Dilleniaceae Curatella americana L. Lixeira Davilla elliptica St. Hil. Lixieirinha Ebenaceae Diospyros hispida A. DC. Olho de boi Erythroxylaceae Erythroxylum daphnites Mart. Brinco de princesa Euphorbiaceae Maprounea guianensis Aubl. Milho de grilo Fabaceae Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev Pá de pedreiro Anadenanthera peregrina Speg. Angico Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba

144 Família / Espécie Nome Popular Dimorphandra mollis Benth. Fava Danta Hymenaea courbaril L. Jatobá da mata Inga cylindrica (Vell.) Mart. Ingá redondo Mimosa claussenii Benth. Mimosinha Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr. Pau Jacaré Platypodium elegans Vog. Canzieleiro Tachigali paniculata Aubl. Carvoeiro Icacinacea Emmotum nitens (Benth.) Miers Sobre Lamiaceae Aegiphila lhotzkiana Cham. Tamanqueiro Aegiphila sellowiana Cham. Tamanqueiro Lauraceae Persia fusca Mez Sassafrás Malpighiaceae Byrsonima laxiflora Griseb. Murici da mata Malvaceae Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Paineira do cerrado Endl. Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Steud. Pixirica branca Meliaceae Guarea macrophylla Vahl. Marinheiro Moraceae Brosimum gaudichaudii Mama cadela Myristicaceae Virola sebifera Aubl. Uccúba Myrtaceae Eugenia cf. florida Grudentão Eugenia sp. 2 Myrcia rostrata DC. Araçázinho Myrcia sp. 1 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Goiaba-brava

145 Família / Espécie Nome Popular Peraceae Pera glabrata (Schott.) Baill. Pera do cerrado Piperaceae Piper sp. 1 Guanandi Rubiaceae Alibertia edulis (L. C. Rich) A. Rich ex DC. Marmelo de cachorro Amaioua guianensis Abul. sp. Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze. Marmelo da mata Ixora warmingii Mull.Arg Palicourea sp. Psychothria carthagenensis Jacq. Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. Camboatá serrado Matayba guianensis Aubl. Camboatá Sapotaceae Micropholis venulosa Mart & Eichler Pelinho Simaroubaceae Simarouba versicolor A. St.-Hil. Mata cachorro Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. Negra mina Styracaceae Styrax ferrugineus Nees & Mart. Laranjinha Tiliaceae Luehea divaricata Mart. & Zucc. Açoita cavalo Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. Pau terra Vochysia rufa Mart. Pau doce Vochysia tucanorum Mart. Pau doce

146 O caminhamento foi realizado a partir de 11 pontos amostrais e o levantamento florístico consistiu em reconhecer as espécies presentes no raio de até 20 metros de cada ponto amostral. As espécies foram então classificadas em: abundantes (frequência entre 70% e 100%); regulares (frequência entre 40% a 70%); ou de ocorrência rara no local (frequência menor que 40%). O Quadro 49 apresenta a classificação das espécies encontradas durante o inventário do cerradão na ADA do bairro Crixá.

Quadro 49: Frequência das espécies encontradas nos remanescentes de cerradão na ADA do bairro Crixá. (FA=Frequência Absoluta; FR = Frequência Relativa). Espécie FA FR (%) Classificação Siparuna guianensis Aubl. 11 100 Abundante Xylopia sericea A. St. Hil 10 91 Abundante Qualea grandiflora Mart. 9 82 Abundante Emmotum nitens (Benth.) Miers 8 73 Abundante Simarouba versicolor A. St.-Hil. 8 73 Abundante Tapirira guianensis Aubl. 8 73 Abundante Cupania vernalis Cambess. 7 64 Frequente Maprounea guianensis Aubl. 7 64 Frequente Alibertia edulis (L. C. Rich) A. Rich ex DC. 6 55 Frequente Miconia albicans (Sw.) Steud. 6 55 Frequente Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & 6 55 Frequente Frodinsheff morot Tachigali paniculata Aubl. 6 55 Frequente Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze. 5 45 Frequente Hirtella glandulosa Spreng. 5 45 Frequente Copaifera langsdorffii Desf. 4 36 Rara Micropholis venulosa (Griseb.) Pierre 4 36 Rara Virola sebifera Aubl. 4 36 Rara Cardiopetalum calophyllum Schltdl. 3 27 Rara Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. 3 27 Rara Erythroxylum daphnites Mart. 3 27 Rara Matayba guianensis Aubl. 3 27 Rara Persia fusca L. 3 27 Rara Aegiphila sellowiana Cham. 2 18 Rara Brosmium gaudichaudii Mart. 2 18 Rara Curatella americana L. 2 18 Rara

147 Espécie FA FR (%) Classificação Diospyros hispida A. DC. 2 18 Rara Myrcia rostrata DC. 2 18 Rara Platypodium elegans Vog. 2 18 Rara Xilopia aromática Mart. 2 18 Rara c.f. Eugenia floribunda H. West ex Willd. 1 9 Rara Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev 1 9 Rara Aegiphila lhotzkiana Cham. 1 9 Rara Amaioua guianensis Abul. 1 9 Rara Anadenanthera sp. Speg. 1 9 Rara Annona crassiflora L. 1 9 Rara Buchenavia tomentosa Eichl. 1 9 Rara Byrsonima laxiflora Griseb. 1 9 Rara Byrsonima verbascifolia Cham. 1 9 Rara Caryocar brasiliense Cambess. 1 9 Rara Casearia sylvestris Sw. 1 9 Rara Chomelia sp 1 9 Rara Davilla elliptica St. Hil. 1 9 Rara Dimorphandra mollis Benth. 1 9 Rara Eugenia sp. 1 9 Rara Guarea macrobotrys Poepp. 1 9 Rara Hymenaea courbaril L. 1 9 Rara Inga cylindrica (Vell.) Mart. 1 9 Rara Ixora sp. L. 1 9 Rara Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. 1 9 Rara Kielmeyera speciosa A. St.-Hil. 1 9 Rara Leocarpus fragilis (Dicks.) Rostaf. 1 9 Rara Luehea paniculata Mart. & Zucc. 1 9 Rara Mimosa claussenii Benth. 1 9 Rara Myrcia sp.DC 1 9 Rara Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. 1 9 Rara Palicourea sp. 1 9 Rara Pera glabrata (Schott.) Baill. 1 9 Rara Piper sp. 1 9 Rara

148 Espécie FA FR (%) Classificação Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr. 1 9 Rara Psychothria carthagenensis Jacq. 1 9 Rara Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. 1 9 Rara Styrax ferrugineus Nees & Mart. 1 9 Rara Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. 1 9 Rara Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Toledo 1 9 Rara Tapura amazonica Poepp. 1 9 Rara Vochysia rufa Mart. 1 9 Rara Vochysia tucanorum Mart. 1 9 Rara

Estes indivíduos não tiveram seus dados de circunferência e altura coletados. Logo, não foram calculadas as respectivas volumetria e densidade/compensação florestal para esta fitofisionomia, pois o projeto do bairro Crixá não prevê qualquer intervenção que demande a supressão da vegetação contida no interior dos 2 fragmentos de cerradão. c) Espécies da Flora do Cerrado Raras e Ameaçadas de Extinção na ADA

A Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção está expressa no Anexo 1 da Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente – MMA nº 06/2008, que abrange 472 espécies e é 4 vezes maior que a lista anterior, publicada em 1992. Os biomas que têm maior número de espécies ameaçadas são: a Mata Atlântica (276 espécies), o Cerrado (131 espécies) e a Caatinga (46 espécies).

De acordo com o parágrafo único do art. 5º da mencionada Instrução Normativa, as espécies relatadas no Anexo I são consideradas prioritárias para efeito de concessão de apoio financeiro à conservação pelo Governo Federal e devem receber atenção especial no contexto da expansão e gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), inclusive nos planos de manejo das unidades de conservação e nos planos de conservação ex situ conduzidos nos jardins botânicos e bancos de germoplasma brasileiros.

No território do Distrito Federal existem 12 espécies ameaçadas de extinção: Myracrodruon urundeuva (Aroeira), Schinopsis brasiliensi, Attalea brasiliensis (Coco-catolé), Lychnophora ericoides (Arnica), Viguiera aspilioides, Ossaea warmingiana, Phragmipedium vittatum (Sapatinho), Gymnopogon doellii, Polygala franchetii e Cestrum tubulosum. Há ainda 2 espécies ameaçadas de extinção no estado de Goiás e que também ocorrem no Distrito Federal: Mimosa heringeri e Mimosa suburban. 149 Nenhuma das espécies que constam na Lista Oficial da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, expressa no Anexo 1 da Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº 06/2008, foi encontrada durante o inventário florestal realizado na ADA do bairro Crixá. d) Áreas Indicadas para Preservação

A Portaria do MMA nº 09/2007, que trata das áreas prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira, definiram vários sítios considerados de importância biológica e prioridade de ação para o bioma Cerrado, no Distrito Federal e Entorno.

Esse instrumento legal definiu a relevância da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu para manutenção da biodiversidade do Cerrado brasileiro, com prioridade de ação e de investimentos classificados como extremamente altos, por se tratar de uma rede de conectividade biológica com poucas áreas efetivamente protegidas pela Lei nº 9.985/2000 (SNUC) e diante da necessidade de ampliar as áreas de conservação in situ da biodiversidade.

A Portaria supracitada estabelece ainda que deve ser construído um mosaico de áreas protegidas e a recuperação ou até mesmo manejo das Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal, de forma a recompor a malha vegetal em toda bacia hidrográfica, que funciona como corredor ecológico. Assim, na AID do bairro Crixá, as Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reserva Legal devem ser preservadas e recompostas nos trechos alterados – degradados ou perturbados. e) Volumetria

A estimativa de volume de material lenhoso a ser suprimido serve como referência para o planejamento da supressão da vegetação e pode ser comparado ao volume real da madeira, que deve ser mensurado a partir do empilhamento da madeira nativa durante o processo de supressão da vegetação.

No total, o volume estimado é de 282,8 m3 de material lenhoso a ser retirado na ADA durante a etapa de supressão vegetal. O Quadro 50 apresenta o volume por procedimento metodológico.

150 Quadro 50: Quadro com a distribuição do volume por estrato. Procedimento Metodológico Quantidade de Indivíduos Volumetria (m³) Cerrado Ralo (ha) 2.566 49,38 Cerrado Típico (ha) 8.764 125,42 Censo Florestal – Espécies Nativas 448 108 Censo Florestal – Espécies Exóticas 337 Total 12.115 282,8 m³

Considerando a estimativa volumétrica apresentada, é necessário planejar a supressão da vegetação para retirada do material lenhoso, cuja extração e destinação devem ser acompanhadas por responsável técnico e fundamentado em Plano de Supressão Vegetal, que indicará os principais procedimentos operacionais para cálculo volumétrico das madeiras empilhadas. Este método é apropriado para o controle do volume deste material, pois as fórmulas utilizadas neste EIA não prevêm diferenciação nas formas e tamanhos das árvores amostradas. f) Compensação Florestal

De acordo com os ditames do Decreto nº 14.783/1993, em especial o art. 3º, o corte, a erradicação, o transplantio e a poda de espécies arbóreo-arbustivas situadas em zona urbana ou de extensão urbana, em área pública ou privada, não incluídas no disposto dos arts. 1º e 2º do referido instrumento legal, somente poderão ser executados mediante autorização concedida: I – pela NOVACAP na Região Administrativa I; II – pelas Administrações Regionais, ouvida a NOVACAP, nas demais Regiões Administrativas.

O art. 8º dessa norma estabelece que nos casos de impossibilidade técnica de transplantio, adotar-se-ão medidas de compensação de cada espécimen suprimido, plantando-se na proporção de 30 e 10 mudas para cada espécimen nativo e exótico ao Cerrado erradicado. O Decreto nº 23.585/2003 permite que essa quantidade de mudas a ser plantada, a critério do órgão ambiental, possa ser diminuída em até 50%, desde que os outros 50% sejam aplicados em benefício do meio ambiente, de unidades de conservação e de parques ecológicos do Distrito Federal na forma de prestação de serviço, doação de equipamento e/ou execução de obras através de acordo escrito, em valores que se igualem ao custo de metade do plantio de compensação florestal.

151 De acordo com o inventário florestal da ADA, a quantidade de árvores que poderá ser suprimida totalizou 11.778 indivíduos nativos e 337 indivíduos exóticos ao Cerrado. O Quadro 51 apresenta o quantitativo de mudas que deve ser plantada para compensar o impacto ambiental causado pelo bairro Crixá no que se refere ao potencial abate de 12.115 árvores, que é de 356.710 mudas de árvores nativa do Cerrado. Essa quantificação das mudas a serem plantadas foi calculada conforme se apresenta a seguir:

Compensação Florestal = (Árvores Nativas Abatidas X 30) + (Árvores Exóticas Abatidas X 10) Compensação Florestal = (11.778 X 30) + (337 X 10) Compensação Florestal = 356.710 árvores

Quadro 51: Quadro relativo à Compensação Florestal no Distrito Federal. Quantidade de Total de Mudas Legislação/Local Indivíduos para Compensação Decreto nº 14.783/1993 1 Nativo 30 Decreto nº 14.783/1993 1 Exótico 10 Cerrado Ralo (ha) 2.566 76.980 Cerrado Típico (ha) 8.764 262.920 Censo Florestal – Espécies Nativas 448 13.440 Censo Florestal – Espécies Exóticas 337 3.370 Total 356.710

Este valor de compensação foi calculado a título de projeção da viabilidade de implantação do bairro Crixá e apresenta a quantidade de mudas a serem plantadas sob a forma de compensação florestal.

Foto 13: Engenheira Florestal coordenando a Foto 14: Medição da circunferência de árvore coleta de dados no cerrado típico e demarcando a nativa ao Cerrado. parcela de 50m X 20m. 152 2.2.3. Fauna

Este subitem apresenta o resultado do levantamento da fauna terrestre na área onde se projeta instalar o bairro Crixá. Os trabalhos em campo foram realizados durante o mês de abril de 2014, ainda no período de chuvas. Esse estudo ambiental é importante para o conhecimento da diversidade local de animais, a avaliação da qualidade dos habitats e elaboração das medidas de controle dos impactos negativos da implantação e ocupação do parcelamento de solo urbano proposto.

Neste trabalho constam dados obtidos para os grupos faunísticos Entomofauna, Ictiofauna, Herpetofauna, Avifauna e Mastofauna, numa área de estudo situada na região hidrográfica do Paraná, na bacia do rio São Bartolomeu, unidade hidrográfica Papuda. Para os grupos Entomofauna e Ictiofauna são apresentados apenas dados secundários, enquanto para os demais grupos são fornecidos dados secundários e primários.

a) Sítios Amostrais

Os sítios amostrais (área de amostragem) limitaram-se a ADA, conforme se apresenta na Figura 58, ao tempo em que as suas coordenadas planimétricas estão registradas no Quadro 52. Na escolha desses sítios foram considerados: grau de degradação ambiental; uso e ocupação do solo; influência antrópica; e facilidade de acesso. Esses quesitos foram selecionados por influenciarem de maneira significativa a composição da fauna. Sendo assim, foram selecionados 3 sítios amostrais, todos representativos das diferentes fitofisionomias, as quais possam abrigar espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção.

Figura 58: Sítios amostrais das diferentes classes da fauna. 153 Quadro 52: Coordenadas planimétricas situadas no interior dos sítios amostrais da fauna na ADA. Amostras Ambiente Coordenadas Sítio 1 Mata 23L 204.321 8.236.956 Sítio 2 Mata 23L 204.525 8.237.443 Sítio 3 Cerrado 23L 204.494 8.237.796

Sítio 1 – Compreende fragmento de mata seca, localizado na poligonal do bairro Crixá. A mata encontra- se bastante depauperada e isolada de outros fragmentos florestais. Invasões foram registradas em sua área (Figura 59 e Figura 60).

Figura 59: Fragmento florestal do sítio 1. Figura 60: Fragmento florestal. UTM WGS 84 23L 204.321 / 8.236.956. Foto: Getulio Gurgel. (Imagem: Google Earth).

Sítio 2 – Compreende fragmento de mata seca de menor proporção em relação ao sítio 1, encontra-se cercado e inserido em propriedade particular com criação de suínos, aves e bovinos. Além de isolada de outros fragmentos a área encontra-se em péssimo estado de conservação (Figura 61 e Figura 62).

Figura 61: Mata seca, sítio 2. Figura 62: Fragmento florestal, sítio 2. UTM WGS 84 23L 204.525 / 8.237.443. (Foto: Getulio Gurgel). (Imagem: Google Earth). 154 Sítio 3 – Corresponde a uma área de cerrado com certo grau de conservação. Não possui recursos hídricos e apresenta poucas ocupações não regularizadas (Figura 63 e Figura 64).

Figura 63: Mosaico da vegetação variando entre Figura 64: Área antropizada. cerrado típico e áreas antropizadas, sítio 3. (Foto: Getulio Gurgel). UTM WGS 84 23L 204.494 / 8.237.796. (Imagem: Google Earth).

b) Grupos da Fauna i. Entomofauna e Aracnídeos

O conhecimento da diversidade de insetos e de outros grupos de artrópodes que compõem a macrofauna de invertebrados é importante para discutir a função que cada um desses grupos desempenha em diferentes ambientes (FERNANDES et al., 1995) (como decompositores, polinizadores e predadores) e que papel exercem no funcionamento do ecossistema.

A partir destes dados básicos é possível adotar indicadores de biodiversidade em estudos de avaliação de impacto ambiental. Nessa perspectiva, este trabalho aborda a importância dos invertebrados terrestres e seu papel no processo de formação do solo, principalmente por insetos da ordem Isoptera e da família Formicidae.

Outro enfoque para urbanização em áreas próximas a ambientes aquáticos é o aumento da incidência de doenças veiculadas por invertebrados. A presença desses habitats próximos às áreas urbanas favorece o estabelecimento de novas populações de vetores e a transmissão de patógenos por eles transmitidos (FERRETE, 2004). Levantamentos de invertebrados vetores são necessários para o delineamento de estratégias para de combate e prevenção de doenças.

155 Método

O levantamento de informações do grupo entomofauna foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica em bases de dados de periódicos científicos, publicações de órgãos oficiais e em sítios da internet de órgãos públicos e institutos de pesquisa. Buscaram-se inventários realizados no Distrito Federal, em áreas que apresentassem algum nível de perturbação, considerando que esta é a situação atual da ADA, onde houve substituição da vegetação nativa e há proximidade direta com áreas urbanas.

Os trabalhos para este EIA tiveram foco nos grupos Isoptera e , bem como o levantamento de dados sobre artrópodes peçonhentos e vetores.

Resultados

 Invertebrados de Solo

A fauna edáfica é diversificada e composta por grupos em diferentes níveis tróficos. Tais organismos são sensíveis a alterações no meio e por isso têm sido alvo de estudos de impacto ambiental. Os invertebrados de solo, por seu habitat específico e abundância pela qual são encontrados, podem ser considerados bioindicadores da qualidade do solo. Alguns animais desses grupos estão envolvidos em processos como a ciclagem de nutrientes, vital para a formação e manutenção do solo.

Ordem Isoptera

No Cerrado são encontradas cerca de 150 espécies de Isoptera, das quais quase metade são encontradas no Distrito Federal (CONSTANTINO, 2005). O número de espécies pode ainda ser maior devido a dificuldades taxonômicas de alguns grupos e ao reduzido número de estudos, pesquisas e inventários realizados para o grupo.

ZERBINI (2011), em um levantamento de termiteiros realizado em áreas de pastagem no Distrito Federal, encontrou 29 espécies de cupins (Quadro 53).

156 Quadro 53: Espécies de Isoptera em área de pastagem do Distrito Federal (Zerbini, 2011). Taxa Família RHINOTERMITIDAE Heterotermes sp. 1 Heterotermes sp. 2 Família TERMITIDAE Subfamília Apicotermitinae Apicotermitinae spp. Subfamília Nasutitermitinae Armitermes euamignathus Armitermes sp. 1 Cornitermes cumulans Cornitermes silvestrii Diversitermes sp. 1 Embiratermes sp. 1 Embiratermes sp. 2 Labiotermes sp. 1 Labiotermes sp. 2 Nasutitermes sp. 1 Nasutitermes sp. 2 Procornitermes sp. 1 Procornitermes sp. 2 Rhynchotermes sp. Syntermes sp. 1 Syntermes sp. 2 Velocitermes sp. 1 Velocitermes sp. 2 Subfamília Termitinae Amitermes sp. 1 Dihoplotermes sp. Neocapritermes sp. Orthognathotermes sp. 1 Orthognathotermes sp. 2 Spinitermes sp. 1 Spinitermes sp. 2 Termes sp.

157 Algumas espécies encontradas podem ser consideradas espécies-chave (keystone species) devido à sua grande abundância e ao potencial de impacto sobre o ambiente como, por exemplo, o cupim Cornitermes cumulans (REDFORD, 1984). Os gêneros Armitermes, Velocitermes e Nasutitermes também são abundantes e amplamente distribuídos no Cerrado.

A família Rhinotermitidae possui poucas espécies relatadas para o Cerrado. No entanto, contém algumas espécies de ampla distribuição e extremamente abundantes, como os Heterotermes spp., que são inquilinas coabitando termiteiros construídos por outras espécies.

O Quadro 53 indica as espécies de Isoptera que podem ser representativas para o futuro bairro Crixá, pois as 29 espécies foram coletadas em áreas com alterações antrópicas similares às encontradas na ADA.

Os cupins são insetos comumente conhecidos como pragas da madeira. Porém, as espécies xilófagas são minoria dentro do grupo. Os integrantes da ordem Isoptera exercem funções importantes nos processos de formação de solo (ANDERSON, 2005), pois, por meio da trituração e decomposição de celulose, auxiliam no processo de ciclagem de nutrientes, acelerando a disponibilidade de minerais e de outros recursos no solo (COSTA-LEONARDO, 2002).

Abrem túneis no solo, arejando e modificando a sua estrutura por meio da construção de termiteiros. Dessa forma, criam refúgios para outros grupos de animais, os termiteiros podem oferecer refúgio e micro habitats para uma grande variedade de invertebrados e vertebrados.

Alguns gêneros de cupins são inquilinistas, isto é, habitam termiteiros construídos por outras espécies, como no caso de Apicotermitinae spp. A presença de termiteiros afeta diretamente a diversidade local de espécies, pois favorece o estabelecimento de outras espécies de Isoptera e outros diferentes táxons.

Ordem Hymenoptera – Formigas do Cerrado

A mirmecofauna do Cerrado é bem estudada (PACHECO, 2012; ANDRADE, 2007; SILVESTRE, 2000), sendo registradas 331 espécies, pertencentes a 65 gêneros de 7 subfamílias. Dentre essas, a mais diversa é a Myrmicinae, com 164 espécies, seguida por Formicinae e Ponerinae, ambas com 52 espécies (SILVESTRE, 2000).

158 Esses resultados colocam o Cerrado em quinto lugar em número de espécies de formigas no mundo (SILVESTRE, 2000). Esse fato pode ser explicado por ser o Cerrado um bioma heterogêneo quanto à sua fitossociologia, com elevada variedade de tipos, resultando numa vegetação em mosaico.

Não foi encontrada qualquer listagem específica para a região de São Sebastião. Portanto, foi compilada uma lista com espécies de formigas de solo para áreas de Cerrado no Distrito Federal (Quadro 54).

Quadro 54: Lista de espécies de formigas de solo relatadas para áreas de Cerrado do Distrito Federal. Taxa Família FORMICIDAE Subfamília Dolichoderinae Azteca sp. 1 Dolichoderus lustosus Linepithema sp. 1 Linepithema sp. 2 Linepithema sp. 3 Subfamília Formicinae Brachymyrmex sp. 1 Brachymyrmex sp. 2 Brachymyrmex sp. 3 Camp. (Myrmaphaenus) blandus Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 1 Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 2 Camponotus (Myrmaphaeus) sp. 3 Camponotus (Myrmaphaenus) sp. 4 Camp. (Myrmobrachys) crassus Camponotus (myrmothrix) atriceps Camp. (Tanaemyrmex) melanoticus Camponotus (Tanaemyrmex) sp. 1 Camponotus rufipes Camponotus sp. 1 Camponotus sp. 16 Myrmelachista sp. 2 Paratrechina sp. 2 Subfamília Myrmicinae Acromyrmex landolti balzani

159 Taxa Atta laevigatta Cephalotes atratus Cephalotes depressus Cephalotes pavonii Cephalotes pussilus Crematogaster sp. 2 Crematogaster sp. 3 Crematogaster sp. 4 Crematogaster sp. 6 Crematogaster sp. 7 Cyphomyrmex sp. 4 Cyphomyrmex sp. 5 Hylomyrma sp. 4 Leptothorax sp. 1 Leptothorax sp. 2 Mycocepurus goeldii Pheidole gertrudae Pheidole oxyops Pheidole sp. 1 Pheidole sp. 2 Pheidole sp. 3 Pheidole sp. 4 Pheidole sp. 5 Pheidole sp. 6 Pheidole sp. 12 Pheidole sp. 13 Pheidole sp. 19 Pheidole sp. 20 Pheidole sp. 23 Pheidole sp. 32 Solenopsis sp. 3 Solenopsis sp. 7 Solenopsis sp. 8 Solenopsis sp. 14 Trachymyrmex sp. 1

160 Taxa Trachymyrmex sp. 2 Wasmannia auropunctata Subfamília Ponerinae Dinoponera australis Ectatomma edentatum Ectatomma permagnum Odontomachus caelatus Pachycondyla obscuricornis Pachycondyla striata Pachycondyla villosa Subfamília Pseudomyrmecinae Pseudomyrmex elongatus Pseudomyrmex flavidulus Pseudomyrmex gracilis Pseudomyrmex pisinnus Pseudomyrmex schuppi Pseudomyrmex tenuis Pseudomyrmex termitarius Pseudomyrmex unicolor

O uso de espécies características de habitat é importante tanto do ponto de vista conservacionista quanto para o manejo e monitoramento ambiental de áreas degradadas ou impactadas (MATA et al, 2008). Algumas espécies encontradas têm estreita relação com o habitat, como Pachycondyla striata, cujos ninhos são localizados geralmente em áreas bastante sombreadas e com grande quantidade de folhiço (MEDEIROS, 1997). Outra espécie, Ectatomma edentatum, tem sido apontada como uma espécie oportunista com ocorrência em áreas abertas (BROWN Jr, 2000). Já a espécie Ectatomma permagnum é relativamente comum no Cerrado (PAIVA & BRANDÃO, 1989).

Analisando a coabitação de formigas em cupinzeiros construídos por Conitermes cumulans, Gallego- Ropero et al. (2013) registrou colônias dos gêneros Camponotus (Formicinae); Forelius (Dolichoderinae); Odontomachus e Thaumatomyrmex (Ponerinae); Acanthostichus (Cerapachyinae); Pseudomyrmex (Pseudomyrmecinae); Cephalotes, Octostruma, Pheidole, Rogeria e Trachymyrmex (Myrmicinae) nas cavidades internas do cupinzeiro, principalmente na base hipógea.

161 As formigas desempenham relevante serviço ambiental, pois transportam alimentos para o interior de seus ninhos e, assim, redistribuem as partículas, os nutrientes e a matéria orgânica no solo, além de melhorarem a infiltração da água pelo aumento da porosidade e aeração (KASPARI, 2003). Dessa forma, as formigas são capazes de manter e reestruturar a qualidade do solo local, proporcionando a decomposição da matéria orgânica e a reciclagem dos nutrientes (FOWLER et al.,1991), e contribuindo com o fluxo de energia, biomassa e na evolução da estrutura das comunidades (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990).

As formigas também estão estreitamente relacionadas a processos ecológicos, como a proteção de plantas, dispersão de sementes, polinização e obtenção de recursos como secreções de homópteros, cadáveres de outros animais, detritos, fungos e néctar das flores (HÖLLDOBER & WILSON 1990).

 Invertebrados Peçonhentos

Animais peçonhentos são aqueles que produzem ou modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. No Brasil, os principais invertebrados peçonhentos que causam acidentes em humanos são os escorpiões, aranhas, lepidópteros (mariposas e suas larvas), himenópteros (abelhas, formigas e vespas), coleópteros (besouros), quilópodes (lacraias) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

No Distrito Federal, em 2011, foram registrados 702 casos de acidentes causados por animais peçonhentos em áreas rurais e urbanas (SINAN, 2012).

Classe Arachnida – Aranhas e Escorpiões

O gênero Loxosceles é cosmopolita e possui mais de 100 espécies que têm como centro de origem a África e as Américas (GERSTSH, 1967). No Brasil ocorrem 8 espécies de Loxosceles, sendo 4 endêmicas do País e 4 com ocorrência relatada em outros países da América do Sul (BUCKUP, 1980; MARTINS et al. 2002).

A única espécie com ocorrência no Distrito Federal é Loxosceles intermedia, considerada uma das principais espécies causadoras de acidentes, juntamente com L. laeta e L. gaucho. Loxosceles intermedia têm sua prevalência nos dias quentes e chuvosos na região sul do país. Poucos dados sobre a ecologia dessa espécie no Cerrado são encontrados na literatura.

162 O gênero Phoneutria tem ampla distribuição na região tropical. No Brasil, ocorre em todas as regiões (DIAS et al., 2006). Conhecidas popularmente como Aranha-armadeira, são amplamente encontradas no Cerrado. Uma característica marcante é o comportamento de defesa ao erguer as pernas dianteiras e exibir o padrão de cor na região ventral do abdome. Em 2012 apenas um caso de acidente com Phoneutria foi registrado para o Distrito Federal.

Outros invertebrados peçonhentos representativos são os escorpiões, pertencentes à classe Arachinida. São seres terrestres que reúnem cerca de 2.000 espécies, com hábito noturno e quase sempre predadores de outros artrópodes. As principais características morfológicas desse grupo são suas pinças, a presença de quelíceras e o ferrão na extremidade de sua cauda.

O escorpião Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos. Possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro e pode medir até 7 centímetros de comprimento. Uma fêmea pode gerar, em média, 20 filhotes ao ano, atingindo 160 filhotes durante a vida. Essa espécie ocorre em todo Distrito Federal e é comumente encontrada em áreas urbanas. Durante a estação chuvosa costumam se abrigar no interior de residências, aumentando o risco de acidentes.

Ao menos 5 espécies de escorpiões são encontradas no Distrito Federal, a saber: Ananteris balzanii, Bothriurus araguayae, Bothriurus asper, Tityus fasciolatus e Tityus serrulatus. Bothriurus asper é a única espécie que tem registro de ocorrência para a Região Administrativa de São Sebastião, localidade da implantação do bairro Crixá (LOURENÇO, 1975; MOTTA, 2006).

Importante ressaltar que estas espécies possuem registros genéricos para o Distrito Federal, não sendo mencionado o ponto exato de coleta, com exceção da Bothriurus asper.

 Invertebrados Vetores de Doenças

Dentre os insetos vetores, os Diptera, em especial a família Culicidae, merecem atenção. Nesse grupo se encontram os transmissores de malária, febre amarela, dengue, outras arboviroses, como as determinadas pelos vírus Mayaro, Mucambo, Oropouche e Rocio (NAVES et al., 1996). Transmitem também filarioses (humana e animal) e veiculam ovos de Cyclorrhapha, causadores de miíases.

163 Outros grupos de insetos também considerados importantes vetores de doenças são: Triatomíneos – grupo de hospedeiros do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas; Ceratopogonidae – além de problemas cutâneos, são vetores potenciais de agentes infecciosos, como o vírus Oropouche, que já foi isolado em uma espécie de Culicoides paraensis no Goiás, em 1989 (VASCONCELOS et al., 1989), e também o hospedeiro intermediário de Mansonella ozzardi, que causa filariose em seres humanos; Psychodidae – no Brasil tem espécies do gênero Phlebotomus e Lutzomyia e são conhecidos como vetores de diversos tipos de leishmaniose (SILVA et al., 2007); Simuliidae – no Brasil algumas espécies do gênero Simulium são vetores do agente etiológico da oncocercose (SHELLEY et al., 1987); e Carrapatos – o gênero Amblyomma é o principal vetor da Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa brasileira, que na região Centro-Oeste teve um único registro da doença no Distrito Federal, em 2005 (GUIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – 2005).

Dada a importância do conhecimento da fauna vetora para a saúde humana, os estudos no Distrito Federal ainda são muito escassos. Os trabalhos encontrados referem-se praticamente aos potenciais vetores de febre amarela, dengue, leishmaniose e doença de Chagas (Quadro 55).

Quadro 55: Espécies de insetos vetores de doenças na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu. Taxa Brumptomyia pintoi Brumptomyia avellari Lutzomyia whitmani Lutzomyia longipalpis Lutzomyia lenti Lutzomyia neivai Lutzomyia davisi Lutzomyia evandroi Lutzomyia termitophila Lutzomyia acanthopharynx Lutzomyia sordelli Lutzomyia sallesi Lutzomyia aragaoi Lutzomyia baculus Lutzomyia brasiliensis Lutzomyia christenseni

164 Taxa Lutzomyia corumbaensis Lutzomyia lutziana Lutzomyia teratodes Lutzomyia fischeri Lutzomyia longippenis Lutzomyia saulensis Lutzomyia intermedia Lutzomyia iscnacantha Lutzomyia servulolimai

Para a bacia do rio São Bartolomeu, Carvalho et al. (2010) coletou 25 espécies de flebotomíneos (gêneros Lutzomyia e Brumptomyia), sendo 5 espécies de importância para a saúde humana: L. neivai, L. whitmani, L. longipalpis, L. davisi e L. intermedia. Segundo os autores, a bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu registrou a maior parte dos casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) em comparação às outras bacias hidrográficas do Distrito Federal.

Apesar de mais conhecido, o Aedes Aegypti não é o único vetor dessa doença. O Aedes albopictus é reconhecida com importante vetor da dengue e outras arboviroses (SHROYER, 1987). Diferentemente do Aedes Aegypti, que tem sua ocorrência restrita a ambientes antrópicos, o Aedes albopictus tem distribuição urbana e silvestre, tendo sido a sua presença relacionada aos relatos de casos de dengue nas regiões rurais (SHROYER, 1987).

A migração populacional pode aumentar a amplitude do contágio da dengue. Por exemplo, uma pessoa que foi picada no Parque Nacional de Brasília durante um fim de semana de lazer com a família pode ser fonte de repasto sanguíneo em outra região de um mosquito não contaminado.

Os principais vetores com competência de transmitir a febre amarela em áreas silvestres das Américas pertencem aos gêneros Haemagogus e Sabethes, recebendo maior destaque as espécies Haemagogus (Haemagogus) janthinomys, Haemagogus (Conopostegus) leucocelaenus e Sabethes (Sabethoides) chloropterus. Todas essas espécies foram encontradas no Distrito Federal, especificamente no interior do Parque Nacional de Brasília (VIEIRA, 2012). Entretanto, o Informativo Epidemiológico para a doença no Distrito Federal mostra que nenhum caso foi notificado para São Sebastião em 2012.

165 Os anofelinos englobam as espécies vetores da malária e 5 delas – Anopheles (Lophopodomyia) gilesi, Anopheles (Nyssorhynchus) argyritarsis, Anopheles (Nyssorhynchus) parvus e Anopheles (Stethomyia) kompi – foram coletadas no Distrito Federal (Parque Nacional de Brasília) (VIEIRA, 2012).

Foram encontrados triatomíneos em locais como Sobradinho e Paranoá (MAEDA, 2011). Segundo o autor, dos 309 insetos analisados para presença de Trypanossoma cruzi, somente 3 foram positivos e 1 deles registrados para a Região Administrativa de Sobradinho, que se situa na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu. Entretanto não foram encontrados dados específicos para a região de São Sebastião, que está localizada na mesma bacia hidrográfica.

 Insetos Bioindicadores

Dentro desse grupo, as borboletas e mariposas participam dos processos mais importantes em ambientes terrestres (herbívoros, polinizadores, participante de anéis miméticos e biomassa alimentar para níveis tróficos superiores).

As borboletas compreendem 5 famílias de Lepidoptera diurnos (Papilionidae, Pieridae, , Lycaenidae e Hesperiidae). A sistemática do grupo é relativamente bem conhecida, com algumas lacunas de conhecimento em Lycaenidae e Hesperiidae. Pelo fato de serem grandes, coloridas e de fácil visualização, tem sido considerado o grupo “bandeira” para conservação e indicadores com o objetivo de monitoramento ambiental (BROWN Jr. 1991, 1997a, 1997b).

Apesar de pouco amostrado, estudos no Cerrado apontam esse ambiente como um dos mais diversos para Lepidoptera. O local mais estudado é o Distrito Federal, onde foram identificadas 839 espécies de Hesperoidea e Papilionoidea (aproximadamente 10,77% de toda a fauna de borboletas neotropical) (MIELKE et al., 2008).

O primeiro estudo aprofundado de espécies de borboleta registrada no Cerrado foi realizado por Brown & Mielke em 1967a, onde os autores listaram 604 espécies de borboletas das famílias Nymphalidae, Libytheidae, Lycaenidae, Pieridae, Papilionidae e Hesperiidae em 8 localidades. Segundo os autores, a mais diversa de todas as localidades foi a Região Administrativa de Sobradinho. Segundo EMERY et al. (2006) essa riqueza está concentrada nas florestas semidecíduas que ocorrem sobre solos calcários nessa RA.

166 Não se encontrou na literatura listagem especifica para a Região Administrativa de São Sebastião. Pode- se, entretanto, deduzir a distribuição de borboletas para essa localidade a partir dos dados coletados por Brown e Mielke (1967a) na RA de Sobradinho, que está localizada na mesma bacia hidrográfica da RA de São Sebastião (Quadro 56).

Quadro 56: Táxons da entomofauna da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu. Taxa Família NYMPHALIDAE Subfamília Nymphalinae Morpho anaxibia anaxibia Morpho menelaus mineiro Morpho achillaena paulista Subfamília Satyrinae Antirrhea archea Taygetis laura Taygetis celia Cercyonis luederwaldti Pareuptychia ocirrhoe ocirrhoe Pareuptychia summandosa Hermeuptychia hermes hermes Yphthimoides innocentia Yphthimoides muthra Yphthimoides ochracea Paryphthimoides eous Praefaunala armilla Praefaunala strigillata Euptychia muscosa Subfamília Brassolinae Opsiphanes invirae remoliatus Caligo illioneus illioneus Subfamília Danainae Danaus (Danaus) erippus Danaus (Anosia) gilippus Lycorea ceres ceres

167 Taxa Subfamília Ithomiinae Hypoleria proxima consimilis Thyridia themisto Dircenna dero Dircenna rhoeo Aeria olena Aeria elara lthomia agnosia agnosia Mechanitis lysimnia Mechanitis polymnia casabranca Tithorea harmonia pseudethra Subfamília Acraeinae Actinote pellenea Subfamília Heliconninae Heliconius (Heliconius) sarae Heliconius (Heliconius) erato phyllis Heliconius (Heliconius) melpomene nannus Heliconius (Heliconius) besckei Heliconius (Heliconius) ethillus narceus Heliconius (Eueides) isabellae dianasus Heliconius (Eueides) alipherus Colaenis iulia iulia Agraulis vanillae maculosa Dryadula phaetusa Subfamília Nymphalinae Phyciodes thymetus thyrnetus Phyciodes pedrona pedrona Phyciodes dicoma Phyciodes eunice esora Phyciodes ithra Vanessa myrinna Junonia evarete evarete Anartia amathea roeselia Metamorpha stelenes stelenes Metamorpha trayja

168 Taxa Limenitis () cocala riola Limenitis (Adelpha) pleasure heredia Limenitis (Adelpha) cytherea herennia Limenitis (Adelpha) iphicla iphicla Limenitis (Adelpha) thoasa gerona Marpesia chiron Dynamine ademisia Dynamine agacles Catonephele numilia penthia Catonephele acontius Callicore pygas thamyras Callicore selima selima Callicore sorana Diaethria clymena janeira Temenis laothoe bahiana Libythina cuvieri Evonyme bechina Evonyme volumna intricata Hamadryas ferentina ferentina Hamadryas feronia obumbrata Hamadrllas amphinome aegina Hamadrllas laodamia Tigridia latifascia Colobura dirce Smyrna blomfildia Historis odius odius Agrias claudia godmani Prepona meander Prepona demophon extincta Prepona laertes laertes Anaea (Siderone) marthesia Anaea (Zaretis) itys strigosus Anaea (Memphis) ryphea phidile Anaea (Memphis) morvus stheno Anaea (Memphis) arachne victoria

169 Taxa Família LYCAENIDAE Subfamília Riodininae Hamearis campestris Euselasia mys cytis Leucochimona philemon mathata Mesosemia rhodia Mesosemia levis Mesosemia sp. Eurybia dardus misellivestis Cremna tharus Ancyluris colubra colubra Rhetus arthurianus Panara thisbe Brachyglenis drymo Lepricornis atricolor atricolor Calephelis nilus Charmona caryatis Charmona gynaea zama Chalodeta theodora theodora Lasaia agesilas agesilas Symmachia leopardina hilaria Phaenochitonia sagaris satnius Phaenochitonia bocchoris bocchoris Anteros formosus formosus Emesis diogenia Emesis sp. Emesis tenedia Apodemia stalachtioides Apodemia paucipuncta Anatole glaphyra modesta Nymula brennus brennus Nymula phillone Nymphidium leucosia Stalachtis phlegia Theope eudocia acosma

170 Taxa Subfamília Plebejinae Hemiargus ceraunus zachaeina Plebejus cogina Subfamília Theblinae Macusia satyroides Pseudolycaena marsyas Mithras hemon Cycnus phaleros Arawacus linus Rekoa ellida Rekoa meton Callophrys (Cyanophrys) acaste Iaspis violescens Thecla bagrada Thecla cauter Thecla aphaca Calycopis beon Callicista mulucha Callicista faunalia Família PIERIDAE Eurema (Pyrisitia) tenella Eurema (Pyrisitia) leuce Eurerna(Eurema)albula Eurema (Eurema) elathea elathea Phoebis(Aphrissa) statira Phoebis (Phoebis) argante argante Phoebis (Phoebis) philea philea Phoebis (Phoebis) sennae sennae Anteos menippe Subfamília Pierinae Appias drusilla drusilla Melete lycimnia paulista Archonias tereas tereas

171 Taxa Subfamília Dismorphiinae Dismorphia psamathe Dismorphia therm esia thermesia Pseudopieris nehemia nehemia Família PAPILIONIDAE Battus (Parides) anchises orbignyanus Battus (Battus) palydamas polydamas Papilio thoas brasiliensis Família HESPERIIDAE Subfamília Pyrginae Phocides polybius phanias Phanus australis Phanus vitreus Udranomia orcinus Udranornia spitzi Augiades epirnethea epimethea Epargyreus clavicornis clavicornis Chioides catillus catillus Aguna asander asander Aguna hypozonius Aguna albistria albistria Urbanus proteus proteus Urbanus esta Urbanus dorantes dorantes Urbanus teleus Urbanus simplicius Urbanus evenus Urbanus doryssus doryssus Astraptes fulgerator fulgerator Astraptes alardus alardus Celaenorrhinus similis similis Cogia abdul Telemiades amphion marpesus Spioniacles artemides Nisoniades castolus

172 Taxa Pachyneuria inops Viola violella Gorgythion begga begga Gorgythion beggina escalophoides Gorgythion canda Gindanes brebisson brebisson Mylon menippus Achlyodes thraso thraso Crais stigmaticus stigmaticus Timochares trifasciata trifasciata Anastrus sempiternus simplicior Ebrietas anacreon anacreon Cycloglypha thrasibulus thrasibulus Helias phalaenoides palpalis Theagenes dichrous Heliopetes arsalte arsalte Subfamília Hesperiinae Callimormus saturnus Aecas aecas Cymaenes gisca Cymaenes chela Vehilius inca Moeris remus Papias subcostulata subcostulata Cobalopsis potaro Cobalopsis nero Morys subgrisea subgrisea Cumbre belli eberti Vettius marcus marcus Quinta locutia Cynea diluta Conga chydaea Wallengrenia premnas Lerodea erythrostictus Panoquina chapada

173 Taxa Panoquina sylvicola Panoquina bola Xeniades orchamus orchamus Xeniades chalestra chalestra

Nesse trabalho, 219 espécies foram coletadas em Sobradinho. A grande maioria dessas pertence à família Nymphalidae, seguida por Hesperiidae e Lycaenidae. No Distrito Federal ocorrem ao menos 2 espécies de borboletas na lista das ameaçadas: Magnastigma julia e Parides burchellanus. Nenhuma dessas foi encontrada em Sobradinho.

Entretanto, 13 espécies endêmicas foram registradas para essa localidade: Cercyonis luederwaldti, Hypoleria proxima consimilis, Phyciodes pedrona pedrona, Evonyme bechina, Evonyme volumna intricata, Agrias claudia godmani, Euselasia mys cytis, Mesosemia levis, Rhetus arthurianus, Panara thisbe, Apodemia paucipuncta, Panoquina chapada e Panoquina bola. Esse total corresponde a 32,5% de todas as espécies endêmicas do Cerrado, demonstrando a importância de manter conservado na região ambientes com boa qualidade que sirvam de refúgio para essas espécies.

 Invertebrados Aquáticos

No Distrito Federal os estudos se concentram na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu, com registros para esse rio e os ribeirões Sobradinho, Mestre D’Armas e Pipiripau (SILVA, 2007; FERNANDES, 2007). No Quadro 57 podemos ver os principais táxons de insetos aquáticos compilados para a bacia do rio São Bartolomeu.

Quadro 57: Lista de insetos aquáticos nos cursos d’água da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu. Taxa Ordem EPHEMEROPTERA Baetidae Caenidae Caenis Leptohyphidae Leptophlebiidae Baetodes 174 Taxa Ordem ODONATA Protoneuridae Protoneura Calopterygidae Hetaerina Nmesarete Coenagrionidae Argia Libellulidae Erythemis Plathemis Barchymesia Libellula Gomphidae Gomphus Erpetogomphus Prgomphus Apylla Hagenius Ordem PLECOPTERA Perlidae Anacroneuria Perlinella Ordem HEMIPTERA Belastomatidae Belostoma Lethocerus Gerridae Trepobates Naucoridae Limnocoris Nepidae Vellidae

175 Taxa Ordem MEGALOPTERA Corydalidae Corydalus Sialidae Ordem TRICHOPTERA Hydroptilidae Orthotrichia Hydroptila Calamoceratidae Phylloicus Helicopsychidae Helicopsyche Hydrobiosidae Atopsyche Hydropsychidae Smicridea Leptonema Leptoceridae Glossosomatidae Limnephilidae Odontoceridae Barypenthus Polycentropodidae Ordem LEPIDOPTERA Pyralidae Ordem COLEOPTERA Elmidae Ancyronyx Microcylloepus Cylloepus Neocylloepus Hexacylloepus Hexanchorus Neoelmis

176 Taxa Macrelmis Microcylloepus Haliplidae Haliplus Hydrophilidae Enochrus Berosus Dysticidae Dryopidae Helichus Gyrinidae Ordem DIPTERA Ceratopogonidae Chironomidae Cryptochironomus Chironomus Polypedilum Cricotopus Eukiefferiella Fissimentum Endochironomus Xestochironomus Stenochiromonus Stictochiromonus Saetheria Lopescladius Orthocladius Heterotrissocladius Diamesina Empididae Hemerodromia Pediciidae Pedicia

177 Taxa Tipulidae Hexatoma Limnophila Psychodidae Stratiomyidae Tabanidae

Segundo Fernandes (2007), a distribuição de insetos aquáticos na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu é fortemente influenciada pelo tipo de substrato, qualidade do habitat (preservação da vegetação marginal), disponibilidade de alimento e pela ordem de grandeza do rio. ii. Ictiofauna

Os peixes compreendem o grupo de vertebrados com a maior riqueza nos ambientes aquáticos e são organismos de importância ecológica primordial na estruturação e funcionamento dos ecossistemas de água doce.

O Cerrado abriga as nascentes das principais Regiões Hidrográficas do Brasil. As diversas drenagens que partem do Planalto Central apresentam elevada diversidade de paisagens fisiográficas, de habitats e de condições ambientais que colaboram para a diversidade de 780 espécies da ictiofauna do bioma Cerrado (RIBEIRO, 2006).

Apesar da reduzida dimensão territorial e por abrigar drenagens naturais pequenas, a ictiofauna do Distrito Federal é bastante diversificada, apresentando 234 espécies, que estão distribuídas em 90 gêneros e 23 famílias, registrando alto número de endemismos (RIBEIRO, 2006; ZEE, 2010). O bairro Crixá está inserido na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu, na região hidrográfica do rio Paraná.

Várias características influenciam os padrões de composição e diversidade das comunidades de peixes, entre os quais: os filtros ambientais (POFF, 1997), a disponibilidade de recursos (ZARET & RAND, 1971), a complexidade dos habitats (GORMAN & KARR, 1978) e a presença da vegetação ripária, que desempenha importantes funções hidrológicas, ecológicas e limnológicas para a integridade biótica e abiótica do sistema ambiental.

178 A presença de organismos sensíveis a alterações do ambiente natural é uma condição frequentemente observada em ambientes considerados pouco alterados e com boa integridade biótica (KARR, 1981). As comunidades de peixes apresentam grandes vantagens como organismos indicadores de integridade biótica, pois ocupam posições no topo das cadeias tróficas em relação a outros indicadores de qualidade de água (diatomáceas e invertebrados, por exemplo), favorecendo, uma visão integrada do ambiente e determinando o grau de conservação de ambientes aquáticos (ARAÚJO, 1998).

A intensa degradação ambiental do Cerrado nas últimas décadas afeta características bióticas e abióticas dos cursos d’agua dessa região. O crescimento urbano isola ambientes naturais preservados, causando o processo de insularização que pode resultar em alta dominância de poucas espécies generalistas e extinções locais (SCHNEIDER, 2008).

Método

Este trabalho foi realizado através de levantamentos de dados secundários, utilizando as principais fontes bibliográficas sobre a ictiofauna do Distrito Federal e Goiás, em especial aos dados referentes à bacia do rio São Bartolomeu. A classificação adotada para a elaboração da lista taxonômica, das espécies seguiu Buckup et al. (2007).

Embora tenham sido realizados inventários da ictiofauna em quase todo território do Distrito Federal, poucas listas estão publicadas. Os trabalhos relacionados a este grupo faunístico são escassos, com exceção de alguns trabalhos acadêmicos sobre os rios e seus tributários, pois a maioria restringe aos aspectos físicos, botânicos e geográficos, fato que dificulta a avaliação de impactos de empreendimentos de ocupação e parcelamento de solo urbano.

Resultados

Em termos hidrográficos, o bairro Crixá está inserido na Região Hidrográfica do rio Paraná, que é responsável por aproximadamente 64% da drenagem do Distrito Federal (FERRANTE et al., 2001). Langeani et al. (2007) descrevem 310 espécies e 11 ordens para toda a bacia do Alto Paraná.

179 A bacia hidrográfica do rio Paraná no Distrito Federal apresenta o maior número de espécies dentre as outras bacias, com 119 espécies, distribuídas em 57 gêneros, 19 famílias e 5 ordens (RIBEIRO et al. 2001; AQUINO et al., 2009; AQUINO, 2013). Enquanto a lista disponível no sítio eletrônico do IBRAM para o Distrito Federal tem apenas 38 espécies (IBRAM, 2013), a lista de espécies disponível para peixes da bacia hidrográfica do rio Paranoá, que inclui tanto espécies nativas quanto as espécies exóticas ao Cerrado (RIBEIRO et al., 2001), apresenta 54 espécies, sendo 47 nativas e 7 exóticas. Essas espécies estão distribuídas em 5 ordens (Characiformes, Cyprinodontiformes, Gymnotiformes, Perciformes e Siluriformes) e em 13 famílias nativas: Anostomidae (1 sp.), Characidae (12 spp.), Crenuchidae (9 spp.), Curimatidae (1 sp.), Erythrinidae (1 sp.), Parodontidae (4 spp.), Prochilodontidae (1 sp.), Rivulidae (2 spp.), Gimnotidae (1 sp.), Callichthyidae (2 spp.), Loricariidae (9 spp.), Pimelodidae (3 spp.) e Trichomycteridae (1 sp.); e 4 famílias exóticas: Cyprinidae (1 sp.), Poeciliidae (3 spp.), Centrarchidae (1 sp.) e Cichlidae (2 spp.).

Os peixes nativos da bacia hidrográfica do rio Paranoá são distribuídos, principalmente, nas ordens Characiformes (peixes de escamas, representando 57% das espécies) e Siluriformes (peixes sem escamas e de couro, 30,6%). Essa composição da ictiofauna com dominância absoluta de Siluriformes e Characiformes reflete aquela esperada para riachos não estuarinos da região neotropical (LOWE- MCCONNELL, 1999; CASTRO, 1999). A riqueza de espécies do rio Paranoá é relativamente alta quando comparada a outras drenagens de Planalto da bacia hidrográfica Platina (RIBEIRO et al., 2001).

Para os estudos do médio e baixo rio São Bartolomeu, a ictiofauna registrou 38 espécies (BIO CONSULTORIA, 2013 dados não publicados), número inferior aos registrados em outros estudos na bacia hidrográfica do alto Paraná, onde o dado mais atualizado apresenta 116 espécies (SANTOS, 2010). As 38 espécies compreendem 14 espécies reofílicas ou com hábito migrador, e 1 espécie está incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção como Vulnerável, a saber: Salminus brasiliensis (Quadro 58).

A ordem mais representativa foi a dos Characiformes, seguida dos Siluriformes, dos Peciformes e dos Gymnotiformes. A predominância de peixes das ordens Characiformes e Siluriformes reflete um padrão geral encontrado nos rios da América do Sul (LOWE-MCCONELL, 1987).

180 Quadro 58: Lista de espécies encontradas no médio e baixo rio São Bartolomeu. Ordem Família Espécie Nome popular Alimentação Espécies Migradoras Astyanax altiparanae Lambari rabo amarelo Insetívoro Astyanax fasciatus Lambari rabo vermelho Insetívoro Astyanax scabripinis Lambari-de-riacho Insetívoro Characidae Bryconamericus stramineus Piaba Insetívoro Astyanax sp. Lambari Insetívoro Galeocharax knerii Cachorra Piscívoro Serrasalmus spilopleura Pirambeba Piscívoro Crenuchidae Characidium sp. Canivete Onívoro Schizodon nasutus Boquinha Herbívoro x Leporinus amblyrhynchus Timburé Onívoro x Leporinus elongatus Piapara Onívoro x Characiformes Anostomidae Leporinus friderici Piau-três-pintas Onívoro x Leporinus microphthalmus Piau Onívoro x Leporinus octofasciatus Ferrerinha Onívoro x Leporelus vitatus Timburé Onívoro x Curimatidae Steindachnerina sp. Saguirú Detritívoro Hoplias intermedius Trairão Piscívoro Erytritidae Hoplias malabaricus Traira Onívoro Parodontidae Apareiodon piracicabae Canivete Detritívoro Acestrorhynchidae Acesthrorhyncus lacustris Peixe-cachorro Piscívoro Prochilodontidae Prochilodus lineatus Curimba Detritívoro x Bryconidae Salminus brasiliensis Dourado Piscívoro x Bryconidae Salminus hilarii Tubarana Onívoro x 181 Ordem Família Espécie Nome popular Alimentação Espécies Migradoras Loricaria sp. Cascudo-chicote Detritívoro Hypostomus sp.1 Cascudo Detritívoro Loricariidae Hypostomus sp.2 Cascudo Detritívoro Hypostomus sp.3 Cascudo Detritívoro Hypostomus sp.4 Cascudo Detritívoro Siluriformes Rhamdia quelen Bagre Insetívoro Iheringichthys labrosus Mandi-beiçudo Onívoro x Pimelodella sp. Bagrinho Onívoro Pimelodidae Pimelodus fur Mandi-prata Onívoro x Pimelodus maculatus Mandi-amarelo Onívoro x Pimelodus sp. Mandi-prerto Onívoro x Crenicichla sp.1 Joaninha Onívoro Perciformes Cichlidae Crenicichla sp.2 Joaninha Onívoro Gymnotidae Gymnotus carapo Tuvira Onívoro Gymnotiformes Sternopygidae Eigenmannia virescens Sarapó Planctófago

182  Dieta e Hábitos Alimentares

As comunidades de peixes de cursos d’agua têm grande relação com as matas de galerias, que servem desde fonte alimentar a regulação de temperatura do ambiente aquático. Segundo Rosa (2006), do ponto de vista da manutenção da biodiversidade dos peixes, as matas possuem as seguintes funções ecológicas: 1) proteção estrutural do habitat; 2) estabilidade do sistema (fluxo de água, abrigos e sombra) e 3) oferta de uma variedade de alimentos de origem vegetal e animal. Assim a relação entre os 2 sistemas é maior nas partes superiores e nas cabeceiras dos cursos d’água.

Com a mata ciliar abundante na margem dos riachos, ocorre acúmulo de troncos e galhos em seu leito, fato que reduz o fluxo da água e causa represamentos parciais. Esses ambientes possuem condições favoráveis para abrigar diferentes espécies de peixes, aumentando a heterogeneidade ambiental e a consequente biodiversidade regional.

Isto pode ser verificado através da composição da ictiofauna existente em ambientes que apresentam matas ciliares com diferentes graus de alteração. Outro aspecto para a manutenção da mata ciliar é a sua contribuição para o funcionamento dos ecossistemas aquáticos ribeirinhos. Possui função fundamental nos processos de oxirredução e reciclagem de nutrientes dos ecótonos água-terra, sendo importante instrumento de manejo e recomposição da qualidade ambiental dos rios.

 Espécies Endêmicas, Migradoras, Exóticas ao Cerrado e Ameaçadas de Extinção

Identificou-se 1 espécie que consta na lista oficial como Vulnerável a Extinção: Salminus brasiliensis (Dourado) (MACHADO et al., 2008), encontrada no trecho médio do rio São Bartolomeu. iii. Herpetofauna

A herpetofauna é formada por um grupo proeminente em quase todas as comunidades terrestres, sendo este pertencente a classes distintas: Amphibia, que contém as ordens Anura (sapos, rãs, jias e pererecas), Gymnophiona (cobras-cegas e cecílias) e Urodela (salamandras); e Reptilia, com as ordens Testudines (quelônios: cágados, tartarugas e jabutis), Squamata (serpentes, anfisbenídeos e lagartos), Crocodylia (jacarés e crocodilos) e Rhynchocephalia (tuataras da Nova Zelândia) (BERNARDE, 2012).

183 No Cerrado são reconhecidas 121 espécies de anfíbios, das quais 28% são consideradas endêmicas (COLLI et al., 2002) e 264 espécies de répteis (NOGUEIRA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2009).

Método

Apesar de representarem grupos distintos e de apresentarem diferenças significativas em sua ecologia e comportamento, os répteis e os anfíbios são estudados conjuntamente, pois os métodos de amostragem se sobrepõem (SILVEIRA et al., 2000). Esses métodos, por sua vez, são variados e a aplicação combinada de alguns desses métodos é importante para os resultados dos inventários serem satisfatórios (CECHIN e MARTINS, 2000; FITCH, 1992; HEYER et al., 1994; FAIR e HENKE, 1997; CALLEFFO, 2002; FRANCO e SALOMÃO, 2002; SILVA, 2010).

Características relevantes que serão consideradas estão relacionadas à distribuição das espécies (espécies endêmicas), ambientes usados e utilização destes, ocupação de habitats (espécies arborícolas, fossoriais, aquáticas, etc.), grupo funcional de alimentação (generalista ou especialista) e relações com o homem (espécies sinantrópicas, periantrópicas ou aloantrópicas).

As espécies ameaçadas de extinção foram determinadas de acordo com a Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº 03/2003) (MMA, 2008), a Lista da Fauna Ameaçada a Nível Mundial (IUCN, 2013) e de acordo com os apêndices apresentados pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES (2013).

A nomenclatura científica e a classificação taxonômica das espécies abordadas neste EIA foram baseadas de acordo com as últimas listagens oficiais da Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH), a saber: anfíbios – Brazilian amphibians – List of Species 2012; e répteis – Répteis Brasileiros – Lista de Espécies. 2012. (SEGALLA et al., 2012; BERNILS e COSTA, 2012).

Os dados secundários foram obtidos por meio de pesquisa em estudos, pesquisa, informações, relatórios e documentos. A pesquisa bibliográfica foi realizada a partir da seleção, fichamento e arquivamento dos tópicos de interesse para a investigação, objetivando conhecer o estado da arte do material concernente ao tema proposto para o EIA. Neste EIA, adotou-se como referência os estudos realizados no interior do Jardim Botânico de Brasília – JBB, por ser a unidade de proteção integral mais próxima do bairro Crixá.

184 A coleta dos dados primários considerou todos os registros oportunistas e assistemáticos, sendo utilizados 2 métodos: a) Censo Pontual de Indivíduos e Espécies por Área de Interesse; e b) Transectos Aleatórios Não Sistemáticos. Ambas foram executadas em diversos horários, intensificado nas horas mais quentes do dia, ao cair da tarde e à noite.

Censo Pontual de Indivíduos e Espécies por Área de Interesse: este método consiste em buscas ativas em locais de interesse de espécies específicas de habitats, buscando o registro do maior número de espécies ocorrentes na localidade por tempo determinado. No presente caso, o tempo determinado foi 60 minutos por sítio amostral, em cada período (diurno e noturno). Visitando sítios de vocalizações de anfíbios, áreas brejosas, matas de galeria e também vasculhando abrigos, como troncos, tocas e vegetação abrangendo os ambientes abordados neste EIA (SCOTT e WOODWARD, 1994).

Transectos Aleatórios Não Sistemáticos: neste método são realizadas caminhadas em trilhas para vistoriar a serrapilheira, troncos em decomposição, cavidades de troncos, a vegetação, buracos no solo, ambientes aquáticos e outros locais que podem servir de abrigos para estes animais (LEMA e ARAUJO, 1985; VANZOLINI et al. 1980; FRANCO e SALOMÃO, 2002; MANGINI e NICOLA, 2003). Foram realizados transectos em dois períodos, diurno e noturno.

Além dos métodos acima citados, também foram realizadas entrevistas informais e não padronizadas com moradores de São Sebastião e pedestres, próximos aos sítios amostrais, buscando informações de espécies ocorrentes na localidade.

Resultados

 Dados Secundários

Para compor os dados secundários foram compiladas informações de estudos elaborados no JBB, como o Plano de Manejo (2009), Peres Junior et al. (2007), além de dados atualizados fornecidos pela própria unidade de conservação.

As espécies de provável ocorrência compiladas para a região resultaram numa lista com 89 espécies, sendo 25 anfíbios e 65 répteis, distribuídos em 4 ordens e 25 famílias.

185  Dados Primários

Os trabalhos de campo deste EIA, realizados na estação chuvosa, totalizaram 3 dias de amostragem, que resultaram numa lista com 6 espécies, sendo 2 anfíbios e 4 répteis.

Durante o levantamento da herpetofauna foram encontrados anfíbios e répteis pertencentes a 2 ordens e 5 famílias. Para os anfíbios: Ordem Anura com as famílias Hylidae (1 spp.) e Leiuperidae (1 spp.); e para os répteis: a Ordem Squamata, com 3 famílias (Gekkonidae, Teiidae, Tropiduridae, todas com 1 espécie representante) (Quadro 59).

 Curva de Acumulação de Espécies

As curvas de acumulação de espécies (curvas do coletor) (Figura 65) permitem avaliar o quanto um estudo se aproxima de registrar todas as espécies do local. Segundo Cain (1938), quanto maior o tamanho da amostra, maior o número de espécies que será encontrado, mas a uma taxa decrescente, até o ponto em que a curva estabiliza e torna-se horizontal.

7

6

5

4

3

2 Númeroespéciesde

1

0 1 2 3 Sítios Amosrais

Figura 65: Curva de Acumulação de espécies para o grupo Herpetofauna.

Este gráfico mostra ser nítida a tendência ascendente da curva, indicando aumento da diversidade a ser registrada. O aumento do esforço amostral acarretaria aprimoramentos do conhecimento relacionados à diversidade na região do estudo. A curva do coletor foi elaborada a partir dos dados obtidos em campo (dados primários), tendo o eixo horizontal os sítios amostrais (um dia para cada sítio).

186 Quadro 59: Espécies da herpetofauna de ocorrência comprovada na ADA do bairro Crixá. Legenda – Ambiente: A = Aberto, F = Florestal, T = Antropizado; Habito: (ter) terrícola, (arb) arborícola, (ant) antropizado; Relação Homem: (alo) Aloantrópico, (per) Periantrópico, (sin) Sinantrópico; Status de Ameaça: IUCN: (LC) Pouco preocupante; Ocorrência: (EX) espécie exótica; e Sítios Amostrais: (s1) sítio 1, (s2) sítio 2 e (s3) sítio 3. Relação Status de Ameaça Sítios Amostrais Taxa Nome Popular Ambiente Habitats Ocorrência Homem IUCN CITES MMA s1 s2 s3 AMPHIBIA Anura Scinax fuscovarius Rapa-cuia A, T arb ter sin LC x LEIUPERIDAE Physalaemus cuvieri Sapo-cachorro A ter saq alo LC x REPITILIA Squamata GEKKONIDAE Hemidactylus mabouia Lagartixa-de-Parede T ant sin Ex x TEIIDAE Ameiva ameiva Calango-verde A ter alo x x Ameivula ocellifera Calanguinho-verde A ter alo x TROPIDURIDAE Tropidurus torquatus Calango A, T ter sin LC x x

187  Espécies de Importância Ecológica

Para esse tópico foram consideradas todas as espécies registradas para este EIA (dados primários e secundários) (Quadro 60Erro! Fonte de referência não encontrada.).

Grande parte das espécies de répteis e anfíbios são consideradas bioindicadores, cada uma com seu grau de tolerância às alterações ambientais. Praticamente todas as espécies registradas durante o estudo podem ser utilizadas para diagnósticos ambientais.

Os anfíbios possuem relevante importância no aspecto ecológico. Como animais ectotérmicos, são importantes no fluxo de energia em cadeias tróficas, porque convertem cerca de 90% do que consomem em massa. Desta forma, apresentam elevadas taxas de crescimento, o que os torna importantes presas para predadores maiores (BASTOS et al., 2003). Seu ciclo de vida é constituído por 2 fases: uma em forma de larva aquática (girino); e uma fase adulta exposta ao ar. Isso os torna um dos grupos mais sensíveis às agressões ao meio ambiente (IZECKSOHN et al., 2001).

Para os répteis, as serpentes e lagartos são bons indicadores de qualidade ambiental, principalmente devido à sua dependência de ambientes equilibrados ecologicamente (SOUZA, 2010; PIANKA e VITT, 2003).

 Espécies Ameaçadas, Raras e Endêmicas

Para esse tópico foram consideradas todas as espécies registradas para este EIA (dados primários e secundários) (Quadro 60).

Quadro 60: Espécies da Herpetofauna de provável ocorrência no bairro Crixá. Legenda: (*) espécie rara; Status de Ameaça: IUCN: (DD) Data deficiente, (LC) Pouco Ameaçado, (LR/nt) Baixo Risco / Quase Vulnerável, (LR/lc) Baixo Risco / Pouco Ameaçado, (VUL) Vulnerável; CITES: (II) presente no apêndice II; Ocorrência: (Ce) Endêmica do Cerrado, (BR) Endêmica do Brasil, e (EX) Espécie exótica. Status de Ameaça Taxa Nome Popular Ocorrência IUCN CITES MMA AMPHIBIA Anura BUFONIDAE Rhinella cerradensis* Sapo DD Ce Rhinella rubescens Sapo-cururu LC Rhinella schneideri Sapo-cururu LC

188 Status de Ameaça Taxa Nome Popular Ocorrência IUCN CITES MMA HYLIDAE Aplastodiscus perviridis Perereca-verde LC Bokermannohyla pseudopseudis Perereca-da-cachoeira LC Ce Dendropsophus minutus Pererequinha-do-brejo LC Dendropsophus rubicundulus Perereca LC Ce Hypsiboas albopunctatus Perereca-cabrinha LC Hypsiboas lundii Perereca LC Ce Scinax fuscomarginatus Perereca LC Scinax fuscovarius Rapa-cuia LC Scinax nebulosus Perereca LC Scinax squalirostris Perereca-nariguda LC LEIUPERIDAE Eupemphix nattereri Rã LC Br Physalaemus cuvieri Sapo-cachorro LC Pseudopaludicola ameghini LEPTODACTYLIDAE Leptodactylus furnarius Rã LC Leptodactylus fuscus Rã-assobiadora LC Leptodactylus labyrinthicus Rã-pimenta LC Leptodactylus latrans Rã-manteiga LC Leptodactylus mystacinus Rã-de-bigode LC Leptodactylus syphax Rã LC MICROHYLIDAE Elachistocleis sp. Chiasmocleis albopunctata Sapo LC STRABOMANTIDAE Barycholos ternetzi Rãzinha-da-mata LC Ce REPTILIA Testudines CHELIDAE Mesoclemmys vanderhaegei Cágado-de-vanderhaegei LR/nt Phrynops geoffroanus Cágado-de-barbicha TESTUDINIDAE Chelonoidis carbonaria Jabuti-piranga II Crocodylia ALLIGATORIDAE Caiman crocodilus Jacaré-tinga LR/lc II 189 Status de Ameaça Taxa Nome Popular Ocorrência IUCN CITES MMA Squamata DIPLOGLOSSIDAE Ophiodes sp. Cobra-de-vidro Ophiodes striatus Cobra-de-vidro GEKKONIDAE Hemidactylus mabouia Lagartixa-de-Parede Ex GYMNOPHTHALMIDAE Bachia bresslaui* Cobra-cega VUL Ce Cercosaura ocellata Lagartinho Cercosaura schreibersii Lagartixa-comum LC Micrablepharus atticolus Lagartinho-rabo-azul Ce Micrablepharus maximiliani Calanguinho-do-rabo-azul LEIOSAURIDAE Enyalius bilineatus Calango-da-mata DACTYLOIDAE Norops brasiliensis Papa-vento Ce Norops chrysolepis Papa-vento Norops meridionalis Papa-vento Ce POLYCHROTIDAE Polychrus acutirostris Camaleão-americano MABUYIDAE Aspronema dorsivittatum Lagarto-liso Copeoglossum nigropunctatum Calango-liso Notomabuya frenata Calango-liso TEIIDAE Ameiva ameiva Calango-verde Ameivula ocellifera Calanguinho-verde Kentropyx paulensis Calanguinho-listrado Ce Salvator duseni Teiú-vermelho II Ce Salvator merianae Teiú LC II Tupinambis quadrilineatus Teiú-d'água II Ce TROPIDURIDAE Tropidurus itambere Calango Ce Tropidurus torquatus Calango LC

190 Status de Ameaça Taxa Nome Popular Ocorrência IUCN CITES MMA AMPHISBAENIDAE Amphisbaena alba Cobra-de-duas-cabeças LC Amphisbaena anamariae Cobra-de-duas-cabeças Amphisbaena vermicularis Cobra-de-duas-cabeças ANOMALEPIDIDAE Liotyphlops ternetzii Cobra-cega BOIDAE Boa constrictor Jiboia II Epicrates cenchria Salamanta II COLUBRIDAE Chironius carinatus Cobra-cipó Chironius flavolineatus Cobra-cipó Chironius quadricarinatus Cobra-cipó Mastigodryas bifossatus Jararaca-do-banhado Spilotes pullatus Caninana DIPSADIDAE Apostolepis assimilis Coral-falsa Apostolepis flavotorquata Coral-falsa Ce Boiruna maculata Muçurana Clelia plumbea Cobra Erythrolamprus aesculapii Cobra-coral Erythrolamprus poecilogyrus Cobra-coral Erythrolamprus reginae Cobra-coral Oxyrhopus guibei Coral-falsa Oxyrhopus rhombifer Coral-falsa Oxyrhopus trigeminus Coral-falsa Phalotris nasutus Coral-falsa Ce Philodryas agassizii Cobra-cipó Philodryas nattereri Cobra-cipó Philodryas olfersii Cobra-verde Philodryas patagoniensis Corre-campo Pseudoboa nigra Cobra-preta Rhachidelus brazili Cobra-preta Sibynomorphus mikanii Dormideira Taeniophallus occipitalis Corre-campo Xenodon merremii Boipeva

191 Status de Ameaça Taxa Nome Popular Ocorrência IUCN CITES MMA ELAPIDAE Micrurus frontalis Coral-verdadeira Micrurus lemniscatus Coral-verdadeira VIPERIDAE Bothrops itapetiningae Cotiarinha LC Ce Bothrops moojeni Jararacuçu Bothrops neuwiedi Jararaca-pintada Crotalus durissus Cascavel LC

Anfíbios

Dentre as espécies registradas, 5 espécies são consideradas endêmicas do Cerrado (Rhinella cerradensis, Bokermannohyla pseudopseudis; Dendropsophus rubicundulus; Hypsiboas lundii e Barycholos ternetzi) e 1 espécie é considerada endêmica do Brasil (Eupemphix nattereri). A única espécie considerada rara é a Rhinella cerradensis. Nenhuma das espécies registradas em campo foi considerada rara ou endêmica.

Nenhuma espécie identificada dentre os anfíbios encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção do Brasil (MMA, 2008) ou em algum apêndice da CITES. Para a IUCN, a maioria das espécies encontra- se no status Pouco Preocupante (LC), cujo táxon é pouco preocupante quando foi avaliada em função dos critérios e não se qualifica para Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulnerável ou Quase Ameaçado. A espécie Rhinella cerradensis apresenta status Dados Deficientes (DD), quando o táxon apresenta dados insuficientes e não existem informações adequadas para fazer uma avaliação, direta ou indireta, do seu risco de extinção, com base na sua distribuição e/ou status da população. Portanto, Dados Deficientes (DD) não é uma categoria de ameaça.

Répteis

Para o grupo dos répteis, as espécies consideradas endêmicas do Cerrado são: Micrablepharus atticolus, Bachia bresslaui, Norops brasiliensis, Norops meridionalis, Kentropyx paulensis, Salvator duseni, Tupinambis quadrilineatus, Tropidurus itambere, Apostolepis flavotorquata, Phalotris nasutus e Bothrops itapetiningae. Bachia bresslaui também é considerada como espécie rara. A única espécie identificada como exótica ao Cerrado foi Hemidactylus mabouia, da família Gekkonidae. Trata-se de uma espécie de hábitos noturnos e alimentação baseada em insetos e foi introduzida no Brasil tendo sua origem no continente africano (FREITAS e PAVIE, 2002). 192 Nenhuma das espécies identificadas encontra-se citada na lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA, 2008). Para a CITES, Chelonoidis carbonaria, Caiman crocodilus, Salvator duseni, Salvator merianae, Tupinambis quadrilineatus, Boa constrictor e Epicrates cenchria estão citadas no apêndice II. A Lista Vermelha da IUCN (2013) apresenta a espécie Mesoclemmys vanderhaegei com status Baixo Risco (LR/nt) e na subcategoria Quase Vulnerável (nt). Caiman crocodilus com status Baixo Risco (LR/lc) e na subcategoria Não Qualificada para Dependente de Conservação ou Quase Ameaçada (lc). Bachia bresslaui com status Vulnerável (VUL). Cercosaura schreibersii, Salvator merianae, Tropidurus torquatus, Amphisbaena alba, Bothrops itapetiningae e Crotalus durissus com status Pouco Preocupante (LC). Enquanto as demais espécies como táxons ainda não avaliados pela Lista Vermelha da IUCN.

 Considerações da Herpetofauna

Nas áreas de influência do empreendimento bairro Crixá, o grupo herpetofauna, de forma geral, mostrou- se pouco representativo, principalmente devido ao alto grau de degradação ambiental apresentado, ao uso e ocupação desordenada do solo e também por não apresentar recurso hídrico na ADA.

Os sítios que apresentaram maior riqueza de espécies foram os números 2 e 3, com 3 espécies em cada. Isto se deve ao fato destes sítios apresentarem interferências antrópicas, onde foram encontradas espécies sinantrópicas, como Scinax fuscovarius, Tropidurus torquatus e Hemidactylus mabouia (Figura 66).

3,5 3 2,5 2 1,5

1 Númeroespécies de 0,5 0 1 2 3 Sítios Amostrais

Figura 66: Riqueza por sítio amostral para o grupo herpetofauna.

193 Apesar do sítio 1 representar o melhor fragmento em termos de conservação, foi o sítio que apresentou a menor riqueza, com apenas 2 espécies. Como o fragmento não apresenta habitats aquáticos, poucos anfíbios foram evidenciados, grupo este bastante significativo em levantamentos da herpetofauna.

Todas as espécies evidenciadas em campo constam na lista de provável ocorrência deste EIA (dados secundários).

As principais ameaças para a herpetofauna estão relacionadas ao desmatamento e a descaracterização dos habitats, a degradação de corpos d’águas e nascentes e o aumento da frequência de atropelamentos nas rodovias.

O sítio 2, além de apresentar fragmento menor florestal em relação ao sítio 1, ainda tem a criação de animais soltos, como galinhas e porcos, que, ao ciscar e/ou chafurdar o solo da mata, deixa-o limpo e sem recursos para espécies da herpetofauna. Mesmo com o elevado efeito de borda e as poucas espécies registradas, deve-se considerar a mata do sítio 1, que serve de abrigo, refúgio e local de reprodução para as espécies da herpetofauna.

O sítio 3, área que representa porção de cerrado, é considerada representativa para a herpetofauna, uma vez que ainda está conservado e pode ser utilizado pelas espécies habitat específicas de cerrado.

O ribeirão Santo Antônio da Papuda possui afluentes que se aproximam da ADA, sendo importante como conector ecológico que interliga unidades de conservação e favorece a integridade gênica das populações. Portanto, recomenda-se que as áreas de mata de galeria do córrego e seus tributários sejam revitalizadas e as áreas de mata da ADA sejam preservadas, pois servem como ilhas, propiciando abrigo, recursos tróficos e locais reprodutivos para esse e outros grupos da fauna.

 Relatório Fotográfico

Foto 15: Scinax fuscovarius. Foto 16: Physalaemus cuvieri.

194

Foto 17: Hemidactylus mabouia. Foto 18: Ameivula ocellifera. (Foto: Gabriel Horta). (Foto: Gabriel Horta).

Foto 19: Ameiva ameiva. Foto 20: Tropidurus torquatus. (Foto: Gabriel Horta). (Foto: Getulio Gurgel).

iv. Ornitofauna

Os primeiros estudos da avifauna na região do Distrito Federal foram elaborados por Snethlage (1928), Sick (1958) e Ruschi (1959), antes mesmo da construção de Brasília. Mas, apenas na década de 1980 é que foi publicada a primeira lista oficial de aves do Distrito Federal, contendo 429 espécies (NEGRET et al., 1984).

Em 2001, Bagno e Marinho-Filho, através de pesquisas bibliográficas e trabalhos de campo, publicaram a mais completa lista de aves, contendo 451 espécies. Desde então, novas publicações e trabalhos técnicos não publicados completaram a lista oficial de aves do DF, que, atualmente, possui 459 espécies (BAGNO e MARINHO-FILHO, 2001; LOPEZ et al., 2005; FARIA, 2008; QUINTAS-FILHO et al., 2010; Relatório Técnico não publicado elaborado para o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental – APA do Planalto Central. 195 Método

Para o inventário da ornitofauna foram considerados todos os registros oportunistas e assistemáticos oriundos de buscas ativas, com auxílio de binóculos e máquina fotográfica semiprofissional – CANON SX 30 IS. Foram utilizados 2 métodos de amostragem, a saber: Censo Pontual de Abundância de Indivíduos e Espécies (BIBBY; BURGESS; HILL, 1992) e Transectos, ambos métodos intensificados durante o horário de maior atividade das aves, que corresponde ao início da manhã (06h00min).

Para auxiliar na identificação das espécies foram utilizados guias de campo, livros de referência (SICK, 1997; SIGRIST, 2006; SIGRIST, 2009) e sonogramas presentes em bancos de cantos de aves para identificações comparativas (www.xeno-canto.org).

Toda a nomenclatura científica utilizada é baseada na lista oficial do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2014).

As espécies ameaçadas de extinção foram determinadas de acordo com a Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Instrução Normativa do MMA nº 03/2003) (MMA, 2008) e a lista apresentada pela International Union Conservation of Nature (IUCN, 2013).

Outras características relevantes consideradas estão relacionadas à distribuição das espécies, a saber: espécies endêmicas do Cerrado, restritas a território brasileiro, com centro de distribuição na Mata Atlântica ou na Floresta Amazônica, visitantes e migratórias (SILVA, 1995b; SICK, 1997; BAGNO E MARINHO-FILHO, 2001; ZIMMER; WHITTAKER E OREN, 2001; SILVA E SANTOS, 2005; CBRO, 2014).

Para a organização dos dados foi feita a separação das espécies de acordo com a preferência de habitat, totalizando 4 grupos, a citar: A – espécies relacionadas a ambientes aquáticos; C – espécies relacionadas a ambientes campestres e savânicos; F – espécies relacionadas a ambientes florestais; T – espécies relacionadas a habitats antropogênicos (BAGNO; MARINHO-FILHO, 2001).

Foram consideradas como espécies bioindicadoras de qualidade ambiental todas aquelas espécies que se enquadram em pelo menos 1 dos quesitos apresentados a seguir: • Espécies com qualquer grau de ameaça de extinção; • Espécies endêmicas ao Cerrado; • Espécies restritas ao território brasileiro;

196 • Espécies exclusivas e exigentes de ambientes específicos preservados; • Espécies tipicamente ripárias, relacionadas aos ambientes das margens, praias e barrancos dos rios; • Espécies visadas pelo tráfico de animais silvestres e aquelas de valor cinegético, cujas populações sofram riscos de extinção local; • Espécies nectarívoras e frugívoras em função de sua importância ecológica como polinizadores e agentes dispersores.

Esses quesitos foram estabelecidos considerando o contínuo aumento do contingente populacional sofrido pelo Distrito Federal nos últimos anos, somado ao crescimento urbano extremamente desordenado, principalmente com a ocupação de áreas próximas a nascentes e cursos d’água e a conversão de áreas abertas do Cerrado (campestres e savânicas) em áreas para fins agropastoris.

Resultados

 Dados Secundários

Foi utilizada, como fonte de dados secundários para compor a lista de aves de provável ocorrência para a ADA do bairro Crixá, a atual lista de aves da Área de Proteção Ambiental – APA das bacias do Gama e Cabeça de Veado, com 316 espécies distribuídas em 61 famílias, dentre as quais, as mais representativas foram Tyrannidae, abrangendo 48 espécies; Thaupidae, com 34 espécies; e Trochilidae, com 15 espécies.

Essa lista é resultado de publicações (PERES JUNIOR et al., 2007; TUBELIS, 2011), relatórios técnicos (Plano Diretor do Jardim Botânico de Brasília) e pesquisas realizadas pela própria unidade de conservação. Dentre as 316 espécies, 9 espécies estão restritas ao território brasileiro, 16 espécies são endêmicas do Cerrado, 22 são espécies tipicamente atlânticas, 1 espécie é tipicamente amazônica e 13 espécies estão ameaçadas de extinção, das quais 7 espécies estão presentes no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MMA, 2008). As 13 espécies estão presentes na lista das Espécies Ameaçadas a Nível Mundial (IUCN, 2013) (Quadro 61).

Quadro 61: Espécies restritas ao território brasileiro, endêmicas do Cerrado, típicas da Mata Atlântica, típicas da Amazônia e ameaçadas de extinção, presentes na atual lista de aves da EEJBB. Legenda: (IUCN, 2013 = NT – Near Threatened; VU – Vulnerable; EM – Endangered; MMA, 2008 = VU – Vulnerável; EM – Em Perigo). Centro de Centro de Restritas ao Endêmicas do Ameaçadas de Distribuição na Distribuição na Território Brasileiro Cerrado Extinção Mata Atlântica Floresta Amazônica Orthopsittaca Rhea americana – NT Nothura minor Nothura minor Brotogeris tirica manilatus (IUCN, 2013)

197 Centro de Centro de Restritas ao Endêmicas do Ameaçadas de Distribuição na Distribuição na Território Brasileiro Cerrado Extinção Mata Atlântica Floresta Amazônica Nothura minor VU Nystalus maculatus Taoniscus nanus Lophornis magnificus (MMA, 2008); VU (IUCN, 20013) Taoniscus nanus VU Lophornis magnificus Alipiopsitta xanthops Thalurania glaucopis (MMA, 2008); VU (IUCN, 2013) Harpyhaliaetus Hylophilus Melanopareia coronatus EN (MMA, Amazilia lactea amaurocephalus torquata 2008); EM (IUCN, 2013) Scytalopus Herpsilochmus Baryphthengus Laterallus xenopterus novacapitalis longirostris ruficapillus VU (IUCN, 2013) Scytalopus Myiothlypis Geositta poeciloptera Ramphastos dicolorus novacapitalis NT leucophrys (IUCN, 2013) Geositta poeciloptera Knipolegus Picumnus Syndactyla dimidiata VU (MMA, 2008); franciscanus albosquamatus VU (IUCN, 2013) Culicivora caudacuta Thamnophilus Clibanornis Melanerpes flavifrons VU (MMA, 2008); pelzelni rectirostris VU (IUCN, 2013) Alectrurus tricolor Basileuterus Brotogeris tirica Dysithamnus mentalis VU (MMA, 2008); leucophrys VU (IUCN, 2013) Neothraupis fasciata Antilophia galeata Conopophaga lineata NT (IUCN, 2013) Porphyrospiza Cyanocorax Automolus caerulescens NT cristatellus leucophthalmus (IUCN, 2013) Xiphocolaptes Charitospiza eucosma Saltatricula atricollis albicollis NT (IUCN, 2013) Coryphaspiza Knipolegus melanotis VU (MMA, Xiphorhynchus fuscus franciscanus 2008); VU (IUCN, 2013) Porphyrospiza Phyllomyias virescens caerulescens Charitospiza eucosma Mionectes rufiventris Scytalopus Corythopis delalandi novacapitalis Myiornis auricularis Myiobius barbatus Contopus cinereus Schiffornis virescens Lanio melanops Arremon flavirostris 198  Dados Primários

Os trabalhos de campo deste EIA para aves totalizaram 16 horas de amostragem, que resultaram numa lista com 50 espécies distribuídas em 27 famílias, dentre as quais a mais representativa foi Tharupidae com 6 espécies (Quadro 62). Todas as espécies registradas em campo constam nos dados secundários obtidos para as áreas de influência.

 Curva de Acumulação de Espécies

A curva do coletor (Figura 67) relaciona o número cumulativo de espécies para os 4 dias de amostragem. É perceptível a tendência ascendente da curva, indicando o certo aumento da diversidade a ser registrado com os novos esforços amostrais, o que acarretaria também o aprimoramento dos conhecimentos relacionados à ecologia, distribuição e fluxo migratórios das espécies de aves da região. Em todo caso, a estabilização da curva do coletor é bastante difícil, pois muitas espécies raras costumam ser adicionadas após muitas amostragens, sobretudo em regiões tropicais (BARROS, 2007).

60

50 50

40 34 30

20

18 Númeroespoéciesde 10

0 1 2 3 dias de amostragem

Figura 67: Curva do coletor para o grupo da ornitofauna.

199 Quadro 62: Lista de espécies de aves de ocorrência confirmada para as Áreas de Influência do bairro Crixá. Legenda: Status – (R) residente, (MIG) migratória, (AT) típica da Mata Atlântica, (AM) típica da Floresta Amazônica, (EC) endêmica do Cerrado, (RB) restrita ao território brasileiro; I.Ecol (Importância Ecológica) – (PR) predadora, (DI) dispersora, (PO) polinizadora; I.Econ (Importância Econômica) – (CIN) cinegética, (TR) visada pelo tráfico; Ambien. (Ambientes) – (C) ambientes abertos de cerrado, (F) ambientes florestais, (A) ambientes aquáticos, (T) ambientes urbanos; Dieta – (ON) onívora, (IN) insetívora, (NE) necrófaga, (GR) granívora, (FR) frugívora, (NE) nectarívoras, (CA) carnívora. Sítios Amostrais Nome do Táxon Status I. Ecol I. Econ Ambie. Dieta Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3 Tinamiformes Huxley, 1872 Tinamidae Gray, 1840 Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) R CIN C ON 1 1 Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) R CIN C ON 1 Cathartiformes Seebohm, 1890 Cathartidae Lafresnaye, 1839 Coragyps atratus (Bechstein, 1793) R, MIG C NE 1 1 Accipitriformes Bonaparte, 1831 Accipitridae Vigors, 1824 Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) R, MIG PR F CA 1 Charadriiformes Huxley, 1867 Charadriidae Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) R, MIG A 1 Columbiformes Latham, 1790 Columbidae Leach, 1820 Columbina talpacoti (Temminck, 1811) R C GR 1 Columbina squammata (Lesson, 1831) R C GR 1 1 Columba livia Gmelin, 1789 R T ON 1 Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) R, MIG CIN C GR 1 1 Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) R CIN F GR 1 200 Sítios Amostrais Nome do Táxon Status I. Ecol I. Econ Ambie. Dieta Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3 Cuculiformes Wagler, 1830 Cuculidae Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) R F CA 1 Crotophaga ani Linnaeus, 1758 R C IN 1 Guira guira (Gmelin, 1788) R C IN 1 Strigiformes Wagler, 1830 Strigidae Leach, 1820 Athene cunicularia (Molina, 1782) R PR C CA 1 Apodiformes Peters, 1940 Trochilidae Vigors, 1825 Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) R, MIG PO F NI 1 Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) R PO C NI 1 Galbuliformes Fürbringer, 1888 Galbulidae Vigors, 1825 Galbula ruficauda Cuvier, 1816 R F IN 1 1 Piciformes Meyer & Wolf, 1810 Picidae Leach, 1820 Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 R, AT F IN 1 Falconiformes Bonaparte, 1831 Falconidae Leach, 1820 Caracara plancus (Miller, 1777) R, MIG PR C CA 1

201 Sítios Amostrais Nome do Táxon Status I. Ecol I. Econ Ambie. Dieta Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3 Psittaciformes Wagler, 1830 Psittacidae Rafinesque, 1815 Eupsittula aurea (Gmelin, 1788) R, MIG TR C FR 1 Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) R, MIG TR F FR 1 1 1 Passeriformes Linnaeus, 1758 Thamnophilidae Swainson, 1824 Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 R, EC F IN 1 Furnariidae Gray, 1840 Furnarius rufus (Gmelin, 1788) R C IN 1 1 1 Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821) R C IN 1 Pipridae Rafinesque, 1815 Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) R,EC DI TR F FR 1 1 Tyrannidae Vigors, 1825 Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) R DI C ON 1 Elaenia cristata Pelzeln, 1868 R DI C ON 1 Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) R DI F ON 1 1 Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 R, MIG DI C ON 1 1 Vireonidae Swainson, 1837 Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) R DI C ON 1 1 Hirundinidae Rafinesque, 1815 Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) R, MIG C IN 1 Troglodytidae Swainson, 1831

202 Sítios Amostrais Nome do Táxon Status I. Ecol I. Econ Ambie. Dieta Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3 Troglodytes musculus Naumann, 1823 R C IN 1 1 Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) R F IN 1 Polioptilidae Baird, 1858 Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) R C IN 1 Turdidae Rafinesque, 1815 Turdus rufiventris Vieillot, 1818 R DI TR F ON 1 1 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 R DI TR F ON 1 Mimidae Bonaparte, 1853 Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) R DI C ON 1 Passerellidae Cabanis & Heine, 1850 Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) R C GR 1 1 Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) R C IN 1 Arremon flavirostris Swainson, 1838 R, AT F IN 1 Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947 Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) R F IN 1 1 Myiothlypis flaveola Baird, 1865 R F IN 1 Thraupidae Cabanis, 1847 Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) R PO F NI 1 Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 R DI TR F FR 1 Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) R DI TR F FR 1 Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) R C GR 1

203 Sítios Amostrais Nome do Táxon Status I. Ecol I. Econ Ambie. Dieta Sítio 1 Sítio 2 Sítio 3 Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) R,MIG C GR 1 1 1 Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) R TR C GR 1 1 Fringillidae Leach, 1820 Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) R DI F FR 1 Passeridae Rafinesque, 1815 Passer domesticus (Linnaeus, 1758) R T ON 1

204  Espécies X Ambientes

Seguindo a classificação utilizada por Bagno & Marinho-Filho (2001) quanto ao grau de dependência das espécies aos ambientes e quanto à importância destes para o forrageamento e a reprodução, dentre as 50 espécies registradas em campo, 20 estão relacionadas a ambientes florestais (F), 27 espécies estão relacionadas a ambientes abertos de Cerrado (C), 1 espécie está associada a ambientes aquáticos (A) e 2 espécies estão relacionadas a áreas urbanas (Figura 68).

30 27

25

20 20 F

15 C A 10 T

5 2 1 0 Ambientes

Figura 68: Gráfico representativo do número de espécies por preferência de habitats para o grupo Ornitofauna.

 Espécies Visadas pelo Tráfico

Algumas espécies registradas em campo são procuradas pelo tráfico de animais silvestres. A manutenção dessas espécies é dificultada pela retirada de filhotes e ovos dos ninhos. As cores, o canto e a inteligência estão entre os principais atrativos. Dentre essas espécies, merecem destaque: Eupsittula aurea (periquito- rei) (Foto 21), Brotogeris chiriri (periquito-de-encontro-amarelo) (Foto 22), Turdus leucomelas (sabiá- barranco), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), entre outros.

205

Foto 21: Eupsittula aurea (periquito-rei). Foto 22: Brotogeris chiriri (periquito-de-encontro- amarelo). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal).

 Espécies Cinegéticas

Espécies cinegéticas são aquelas normalmente utilizadas na alimentação pela população, principalmente em zonas rurais, além de serem alvos frequentes de caçadores. Neste EIA foram registradas algumas dessas espécies, dentre as quais estão: Crypturellus parvirostris (inhambu-xororó), Rhynchotus rufescens (perdiz), Columbina squammata (fogo-apagou) (Foto 23), Patagioenas picazuro (pombão) (Foto 24), Aramides cajanea (saracura-três-potes), entre outras.

Foto 23: Columbina squammata (fogo-apagou). Foto 24: Patagioenas picazuro (pombão). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal).

206  Espécies de Importância Ecológica

Muitas das espécies registradas em campo possuem significativa importância ecológica, em função de se enquadrarem no grupo de espécies potencialmente dispersoras de sementes, polinizadoras e predadoras.

Alguns representantes da família Thraupidae, assim como das famílias Tyrannidae, Pipridae e Turdidade estão entre os principais dispersores de sementes. Para as espécies potencialmente polinizadoras estão os 2 representantes da família Trochilidae, a saber: Eupetomena macroura (beija-flor-tesoura) (Foto 25) e Colibri serrtirostris (beija-flor-de-orelha-violeta); e alguns da família Thraupide, como Coereba flaveola (sebinho) e Dacnis cayana (saí-azul) (Foto 26). As espécies potencialmente predadoras estão, normalmente, no topo da cadeia alimentar e destacam-se pela eficiência no controle populacional de alguns insetos maiores e de pequenos roedores. Dentre essas espécies está o representante da família Falconidae (Caracara plancus) e o da família Strigidae (Athene cunicularia).

Foto 25: Eupetomena macroura (beija-flor-tesoura) Foto 26: Macho de Dacnis cayana (saí-azul). representante da família Trochilidae. (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal).

 Espécies de Habitats Antropogênicos

A avifauna de habitats antropogênicos (pastos, áreas recentemente desmatadas ou queimadas, lavouras e áreas agrícolas, áreas urbanas) é pobre e bastante uniforme quando comparada àquela dos habitats naturais existentes.

207 Entre as aves frequentemente encontradas nesses ambientes e registradas ao longo deste EIA estão, Guira guira (anu-branco) (Foto 27), Crotophaga ani (anu-preto) (Foto 28), Volatinia jacarina (tiziu), Athene cunicularia (coruja-buraqueira), Vanellus chilensis (quero-quero), Mimus saturninus (sabiá-do-campo), Furnarius rufus (joão-de-barro), entre outras. Vale ressaltar que algumas aves como gaviões, falcões e corujas, tipicamente predadoras e relativamente comuns em habitats antropogênicos, têm sua densidade populacional aumentada em virtude da abundância de alimento e facilidade de captura, exercendo pressão negativa sobre muitas espécies da fauna.

Foto 27: Guira guira (anu-branco). Foto 28: Crotophaga ani (anu-preto). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal).

 Espécies Migratórias

As espécies migratórias estão representadas por indivíduos classificados como residentes-migratórios, ou seja, espécies que realizam deslocamentos dentro do território brasileiro, normalmente relacionados à busca de recursos tróficos.

 Espécies Endêmicas do Cerrado

Para o Cerrado estão descritas 30 espécies endêmicas, número baixo associado à sua interconexão com os demais biomas brasileiros (SILVA, 1995b). Dentre as 50 espécies registradas em campo, 2 espécies estão entre as endêmicas do Cerrado, a saber: • Antilophia galeta (soldadinho) (Foto 29), comumente encontrada nas matas de galeria do Brasil Central. Alimenta-se basicamente de pequenas frutas, além de alguns insetos (SIGRIST, 2006). Registrado nos Sítios 1 e 2;

208 • Herpsilochmus longirostris (chorozinho-de-bico-comprido), encontrada principalmente nas matas de galeria, mas também podem ocorrer em cerrados e buritizais. Insetívoro, nidifica entre os meses de setembro e dezembro. Registrado no Sítio 1 (SIGRIST, 2009).

Foto 29: Macho de Antilophia galeata (soldadinho). (Foto: Sergei S.Q. Filho – arquivo pessoal).

 Espécies Ameaçadas de Extinção

A distribuição das espécies ameaçadas nos biomas é desigual e desperta a atenção. Um total de 98 dos 160 táxons de aves ameaçados de extinção ocorre principalmente na Mata Atlântica, seguida pelo Cerrado, com 26 táxons. Juntos, os 2 biomas totalizam 124 espécies e demonstram, por si, altíssimo grau de degradação desses biomas (MMA, 2008). Neste inventário de aves, nenhuma das espécies registradas em campo está ameaçada de extinção pela Lista da Fauna Silvestre Brasileira Ameaçada de Extinção (MMA, 2008) e pela lista apresentada pela International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2013).

 Considerações da Ornitofauna

As aves, por se tratarem de grupo com enorme variedade de espécies e bem diversificado no quesito de ocupação de habitats, possuem maior aptidão na realização de trabalhos que abrangem vários aspectos, como por exemplo, distribuição geográfica, partição de habitat, dieta e reprodução. Dessa forma, a avifauna é frequentemente utilizada para definir áreas prioritárias para conservação, como também, para a realização de diagnósticos mais precisos.

209 As 50 espécies de aves registradas em 6 horas de observação de campo, o registro de espécies endêmicas, tais como Herpsilochmus longirostris (chorozinho-de-bico-comprido) e Antilophia galeata (soldadinho), assim como a tendência nitidamente ascendente da curva do coletor, indicam que apesar das Áreas de Influência estarem inseridas num mosaico de áreas urbanas de baixa, média e alta densidade populacional, e pequenas propriedades rurais, ainda apresentam remanescentes naturais capazes de sustentar as populações de aves, principalmente, se considerar o sítio 1, onde existe um remanescente florestal.

A manutenção desse ambiente, assim como dos demais remanescentes florestais e cursos d’água da região é de extrema importância, uma vez que aumentam a diversidade da paisagem; podem servir como fonte de colonizadores para áreas vizinhas em sucessão; como ponto de parada (stepping stones) ou como rota para dispersão; como ponto de parada para animais migratórios; como banco de genes das espécies presentes, além de fazerem parte do importante corredor ecológico entre o Complexo Conservacionista Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília (EEJBB) / Jardim Botânico de Brasília (JBB) e Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE), pela bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu.

Com a implantação do bairro Crixá haverá aumento populacional de algumas espécies exóticas, como Passer domesticus (pardal) e Columba livia (pombo-doméstico). A Columba livia pode ser considerada como espécie potencial dispersora de doenças, tais como: criptococose, histoplasmose, ornitose, salmonelose e dermatites, e alguns métodos preventivos podem ser aplicados. Quanto à ADA, sugere-se a manutenção do sítio 1 e sua utilização como área de lazer, com trilhas ecológicas e pontos de encontros. v. Mastofauna

Biomas com grande variedade de fitofisionomias e distribuídas na forma de mosaicos de habitat, como o Cerrado, possibilitam que grupos de animais mais diversificados, a exemplo dos mamíferos, ocupem grande variedade de nichos, resultando numa elevada riqueza de espécies (KLOPFER e MACARTUR, 1960, EISENBERG, 1981).

Estudos publicados por REIS (2006) e MARINHO-FILHO et al. (2002), corroboram com esta ideia e indicam que a mastofauna do Cerrado é composta por 196 espécies. Mas, apesar da elevada riqueza, a taxa de endemismo é baixa e somente 9,2% desses mamíferos ocorrem exclusivamente no bioma Cerrado. Destas espécies, cerca de 56% possuem distribuição restrita às formações campestre e savânicas, ao contrário da maioria das espécies do Cerrado, que são generalistas e habitam tanto as áreas florestais quanto as áreas abertas (campestres e savânicas).

210 Pelo fato de desempenharem diversas funções que afetam a manutenção dos ecossistemas, como a polinização e dispersão de sementes e controle do tamanho de populações, por exemplo, estas espécies são intimamente relacionadas ao ambiente em que vivem, fato que remete os mamíferos ao grupo de ótimos indicadores de alterações ambientais (MACHADO et al., 1998).

Método

Para a realização do diagnóstico da mastofauna foram considerados todos os registros oportunistas e assistemáticos e foram utilizados os métodos de observação direta (avistamentos e vocalizações), busca por vestígios indiretos (pegadas, carcaças, fezes e abrigos) e entrevistas.

A busca ativa por animais e vestígios foi realizada ao longo das estradas de terra e áreas arenosas de cada sítio amostral. Os vestígios encontrados foram identificados com auxílio de guias de campo (EMMONS e FEER, 1997; BECKER e DALPONTE, 1999; BORGES e TOMAS, 2004; ANGELO et al., 2008; CARVALHO Jr e LUZ, 2008; MAMEDE e ALHO, 2008).

Para o método de entrevista foram consideradas conversas informais com pedestres e moradores da RA. Ainda que algumas informações sejam imprecisas, essas entrevistas são importantes na complementação da lista da mastofauna local, pois auxiliam na identificação das espécies mais comuns na localidade e no direcionamento da equipe em campo.

Em cada uma das 3 unidades amostrais, foram aplicados os métodos gerais descritos acima, totalizando 3 dias de amostragem, 1 dia para cada unidade amostral.

Para avaliar a suficiência do esforço amostral realizado, foi elaborada uma curva de acúmulo de espécies (curva do coletor), utilizando os dias de coleta como unidade amostral (COLWELL, 2008).

Pela distância para a ADA e pela disponibilidade de estudos atualizados de fauna, o Jardim Botânico de Brasília foi utilizado como referência para os dados secundários. A lista compilada apresenta as espécies da mastofauna do JBB citadas no levantamento elaborado pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) para o projeto Fauna DF (IBRAM, 2014), no livro Jardim Botânico de Brasília (JBB) (SALLES e HERINGER, 2007), em planos de manejo do JBB e dados atuais da instituição, ainda não publicados.

211 Todos os dados foram revisados e atualizados para a lista atender as normas da nomenclatura científica (PAGLIA, A. P. et al., 2012).

Resultados

 Dados Secundários

Como resultado da compilação de dados secundários, foram identificadas 83 espécies de mamíferos para a fauna regional (Quadro 63), número significativo quando comparado às 121 espécies registradas no Distrito Federal (ZEE, 2014).

Dentre as 10 ordens de mamíferos listadas, merecem destaque os roedores (Rodentia), com 24 espécies, e os morcegos (Chiroptera), com 23 espécies listadas. As 2 ordens juntas representam a metade das espécies de mamíferos encontrados no JBB.

Apenas 3 espécies são consideradas endêmicas do Cerrado, a raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus) e os ratos silvestres, Thalpomys lasiotis e T. cerradensis (MARINHO-Filho et al., 2002).

Segundo a Lista Vermelha da Fauna Ameaçada de Extinção, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2008), 5 espécies merecem destaque, pois são consideradas vulneráveis (VU), a citar: jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor), o tatu-canastra (Priodontes maximus), o tamanduá- bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).

De acordo com a classificação da International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2013), além das espécies Priodontes maximus (tatu-canastra) e Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira), a espécie Tapirus terrestres (Anta) também é indicada como vulnerável e o Ozotoceros bezoarticus (Veado- campeiro) e o Chrysocyon brachyurus (Lobo-guará) são tratados como quase ameaçados (NT). A cutia (Dasyprocta azarae) e a lontra (Lontra longicaudis) são indicadas como dados insuficientes (DD), pois ainda há pouca informação sobre a sua distribuição, status e exigência ecológica.

212 Quadro 63: Lista de mamíferos para a região do empreendimento. Legenda: Habitat: AA: Áreas Alagadas; BM: Bordas de Mata; CA: Cavernas; CC: Campo Cerrado; CD: Cerrado Denso; CE: Cerradão; CL: Campo Limpo; CR: Campo Rupestre; CS: Campo Sujo; CT: Cerrado típico; CU: Campo Limpo Úmido; FC: Formações campestres; FF: Formações Florestais; MC: Mata Ciliar; MD: Matas Semidecíduas; MG: Mata de Galeria; MM: Matas Mesofídicas; MS: Mata Seca; Vereda. Status: VU: vulnerável; CR: Criticamente em Perigo; EM: Em Perigo; DD: Dados insuficientes; LC: Segura ou pouco preocupante. Endemismo: C: Endêmicas do Cerrado. Registro: E: entrevista; VE: Vestígios; VI: Visualização; VO: Vocalização. Sítios Status Táxon Nome Popular Habitat Amostrais MMA IUCN END 1 2 3 Registro IBRAM Livro PM-JBB ARTIODACTYLA ------CERVIDAE (2) ------Mazama gouazoubira Veado-catingueiro CE, CT,CC, CS, CL, CU, MG LC X X X Ozotoceros bezoarticus Veado-campeiro CL, CS, CU, CC, CE, CT, MG NT X X X TAYASSUIDAE (1) ------Pecari tajacu Cateto MG, CE, CT, CC, CS, CL LC X CARNIVORA ------CANIDAE (4) ------Cerdocyon thous Cachorro-do-mato CL, CS, FF LC X X X Chrysocyon brachyurus Lobo-guará CL, CS, FF VU NT X X X Lycalopex vetulus Raposa-do-campo CL, CS, FF LC C X X Speothos venaticus Cachorro-do-mato-vinagre CL, CS, FF VU NT X X FELIDAE (5) ------Leopardus pardalis Jaguatirica CL, CS, FF VU LC X X X Leopardus tigrinus Gato-do-mato MG, MM VU VU X X X Panthera onca Onça-pintada MG VU NT X X Puma concolor Onça-parda, suçuarana CL, CS, FF VU LC X X X Puma yaguarondi Gato-mourisco, jaguarundi CE, CT, CC , CS, CL, CU, VE, MG LC X X X MEPHITIDAE (1) ------Conepatus semistriatus Cangambá CE, CT, CC, CS, CL, MG LC X MUSTELIDAE (3) ------Eira barbara Irara CE, MG, CT, CC, CS, CL LC X X Galictis cuja Furão-pequeno MG, CT LC X X X Lontra longicaudis Lontra MG DD X X

213 Sítios Status Táxon Nome Popular Habitat Amostrais MMA IUCN END 1 2 3 Registro IBRAM Livro PM-JBB PROCYONIDAE (2) ------Nasua nasua Coati MG, MM, CT LC X X X Procyon cancrivorus Mão-pelada MG LC X X X CHIROPTERA ------MOLOSSIDAE (3) ------Cynomops planirostris Morcego FF, MC, BM LC X Molossops temminckii Morcego MG, CL, CS LC X Nyctinomops laticaudatus Morcego FF, MC, BM LC X PHYLLOSTOMIDAE (16) ------Anoura caudifer Morcego MG, CT NC X X Artibeus cinereus Morcego MG, CT LC X X Artibeus planirostris Morcego MG, CT LC X Artibeus lituratus Morcego MG, CT LC X X Carollia perspicillata Morcego MG, CT LC X Chiroderma doriae Morcego MG, CT LC X Chiroderma villosum Morcego CT LC X Desmodus rotundus Morceguinho-do-cerrado MG LC X X Glossophaga soricina Morcego-beija-flor MG, CT LC X Macrophyllum macrophyllum Morcego FF, MC, BM LC X X Neonycteris pusilla Morcego CT VU X X Phyllostomus discolor Morcego FF, MC, BM LC X Phyllostomus hastatus Morcego CT LC X Platyrrhinus lineatus Morcego MG, CT, FF, CA LC X X Pygoderma bilabiatum Morcego-beija-flor CT LC X X Sturnira lilium Morcego MG, CT LC X X

214 Sítios Status Táxon Nome Popular Habitat Amostrais MMA IUCN END 1 2 3 Registro IBRAM Livro PM-JBB VESPERTILIONIDAE (4) ------Eptesicus furinalis Morcego FF, AU LC X X Lasiurus borealis Morcego MG, CT LC X Myotis nigricans Morcego MG LC X X Myotis riparius Morcego FF, MC, BM LC X X DIDELPHIMORPHIA ------DIDELPHIDAE (5) ------Caluromys lanatus Cuíca-lanosa MC, MG LC X Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca CT, CE, CS, CL,CU, VE, MG LC X E X X X Gracilinanus agilis Catita MG, CT, CE LC X X Monodelphis americana Cuíca-de-três-listras MG, CT LC X X Thylamys velutinus Catita-anã-de-rabo-gordo CT LC X X LAGOMORPHA ------LEPORIDAE (1) ------Sylvilagus brasiliensis Tapiti CE,CT, CC, CS, CL, CU LC X X X PERISSODACTYLA ------TAPIRIDAE (1) ------Tapirus terrestris Anta CL, CS, FF VU X X X PRIMATES ------CALLITRICHIDAE (1) ------Callithrix penicillata Sagui-de-tufo-pretos CE, CT, CC LC X Vo X X X CEBIDAE (3) ------Alouatta caraya Bugio MG, MD, BM LC X X X Sapajus apella Macaco-prego MG, MD, BM LC X X Sapajus libidinosus Macaco-prego MG, MD, BM LC X

215 Sítios Status Táxon Nome Popular Habitat Amostrais MMA IUCN END 1 2 3 Registro IBRAM Livro PM-JBB RODENTIA ------CAVIIDAE (1) ------Cavia aperea Preá CL, CS, FF LC X X CRICETIDAE (16) ------Calomys callosus Rato LC X Calomys expulsus Rato-calunga CL, CS LC X Calomys tener Rato-calunga CT, CL, CC, CE, CR LC X X Cerradomys scotti Rato-calunga CT, CR, CE, CL, CS, AA LC X Cerradomys subflavus Rato-do-mato AR, FF LC X X Hylaeamys megacephalus Rato-silvestre MG, CE,CT, CC, CS, CL LC X X X Necromys lasiurus Pixuna CT, CL, CC, CR, CU LC X X Nectomys rattus Rato-d'água MG LC X Nectomys squamipes Rato-d'água MG LC X Oecomys bicolor Rato-da-árvore MG LC X X Oecomys concolor Rato-da-árvore MG, CT LC X X Oligoryzomys fornesi Camundongo-do-mato CL, CS, FF LC X Oligoryzomys microtis Camundongo-do-mato CL, CS, CT LC X X Oxymycterus roberti Rato-da-árvore CL, CT, CU, CC, MG LC X X Thalpomys cerradensis Rato-de-chão CT, CC LC C X

Thalpomys lasiotis Rato-de-chão CT,CL, CR, MG, CE, CS, CC, CU LC C X X CUNICULIDAE (1) ------Cuniculus paca Paca FF, MC, BM LC X X DASYPROCTIDAE (1) ------Dasyprocta azarae Cutia MG, CE,CT, CC, CS, CL DD X X X

216 Sítios Status Táxon Nome Popular Habitat Amostrais MMA IUCN END 1 2 3 Registro IBRAM Livro PM-JBB ECHIMYIDAE (3) ------Proechimys longicaudatus Rato-de-espinho MG LC X Proechimys roberti Rato-de-espinho MG LC X Thrichomys apereoides Punaré CT, CC, CS, CL, CR LC X ERETHIZONTINAE (1) ------Coendou prehensilis Porco-espinho CE, CC LC X X X HYDROCHAERIDAE (1) ------Hydrochaeris hydrochaeris Capivara MG LC X X X PILOSA ------DASYPODIDAE (5) ------Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole-pequeno MG, CT, CL, CS LC X X X Dasypus novemcinctus Tatu-galinha CT, MG LC X X X Dasypus septemcinctus Tatuí CE, CT, CC, CS, CL, CU, VE LC X X X Euphractus sexcinctus Tatu-peba CE, CT, CC, CS, CL, CU, VE LC X Ve X X X Priodontes maximus Tatu-canastra CE, CT, CC, CS, CL, CU, VE VU VU X X CINGULATA ------MYRMECOPHAGIDAE (2) ------Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira CT, MG VU VU X X X Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim CT, MG LC X X X

217 É importante ressaltar que há espécies não constantes da lista nacional de animais ameaçados de extinção, mas que estão ameaçadas em nível regional, conforme indicam as listas estaduais de espécies ameaçadas (MMA, 2008). Das espécies registradas como dados secundários para este EIA, pode-se destacar o tamanduá-bandeira (Tamandua tetradactyla), o bugio (Alouatta caraya) e o caititu (Pecari tajacu).

Outras espécies, apesar de também não serem consideradas ameaçadas de extinção, sofrem grande pressão antrópica pela caça e perseguição, de comum ocorrência entre as diversas espécies cinegéticas. Dentre essas, pode-se destacar as espécies de tatu (Cabassous unicinctus, Dasypus novemcinctus, D. septemcinctus, Euphractus sexcinctus e Priodontes maximus), os cervídeos (Mazama gouazoubira e Ozotocerus bezoarticus), a anta (Tapirus terrestris), a paca (Cuniculus paca) e a cutia (Dasyprocta azarae) (BEZERRA, 2011; IUCN, 2013; MMA, 2008).

 Dados Primários

Durante as buscas realizadas em campo foram identificadas 3 espécies de mamíferos (Quadro 63), o gambá (Didelphis albiventris), (Foto 30), o sagui (Callithrix penicillata) (Foto 31) e um tatu-peba (Euphractus sexcinctus) (Foto 32).

Foto 30: Gambá (Didelphis albiventris). Foto 31: Sagui (Callithrix penicillata). Foto: Eduardo B. de Assis – arquivo pessoal. Foto: Eduardo B. de Assis – arquivo pessoal.

218

Foto 32: Tatu-peba (Euphractus sexcinctus). Foto: Eduardo B. de Assis – arquivo pessoal.

Através da análise da curva de acumulação de espécies (Figura 69) é possível perceber a tendência ascendente dessa curva, evidenciando que a riqueza total de espécies não foi alcançada. Portanto, pode- se afirmar que outras espécies de mamíferos, ainda não amostrados, podem utilizar a região, seja como refúgio, moradia ou mesmo passagem e que novas coletas poderão resultar no aumento da riqueza de espécies, provendo maior conhecimento sobre a diversidade da fauna de mamíferos presentes na ADA.

Quanto às metodologias, a entrevista foi responsável pela identificação de 1 espécie, enquanto através da busca ativa foram identificadas 2 espécies, sendo uma indiretamente, através de vestígio, e outra diretamente, através de vocalização (Figura 70).

No sítio amostral 1, onde foram encontradas as espécies Didelphis albiventris e Callithrix penicillata, está localizado o maior fragmento florestal da Área Diretamente Afetada e mesmo que isolado e sofrendo grande pressão antrópica, pode proporcionar a algumas espécies sinantrópicas, ou seja, animais que toleram a presença humana, condições de sobrevivência, oferecendo refúgio e alimentos.

No sítio amostral 2, não foi identificada a presença de mamíferos, provavelmente, resultado da criação de animais domésticos, como cães e bovinos, que acabam predando ou afugentando os animais silvestres da localidade. Este fato é agravado pelo pequeno tamanho e isolamento dos fragmentos vegetacionais, que já não oferecem suporte às espécies locais.

219 4

3

2 Nºde espécies 1

0 1 2 3 Dias de amostragem

Figura 69: Curva de acumulação de espécies para o grupo da Mastofauna.

2

1 Nºde espécies

0 Entrevista Visualização Vocalização Vestígios Metodologias

Figura 70: Número de espécies por metodologia para o grupo da Mastofauna.

Já no sítio 3 foram encontrados apenas vestígios da presença de tatu (Euphractus sexcinctus). Assim como nos outros pontos de amostragem, o sítio 3 é caracterizado pela alta interferência humana, prejudicando a mastofauna local (Figura 71).

220 3

2

Nºde espécies 1

0 1 2 3 Sítios Amostrais

Figura 71: Número de espécies por sítio amostral.

As espécies Didelphis albiventris e Callithrix penicillata identificadas durante as amostragens podem ser consideradas sinantrópicas, por tolerarem a presença humana e conviverem em ambientes antropizados, enquanto a espécie Euphractus sexcinctus encontrada no sítio 3, é mais comum em ambientes campestres, podendo também ser encontrado em bordas de mata (ALBERTO et al., 2010) (Figura 72).

O mico-estrela (Callithrix penicillata) e o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) são espécies que possuem relevância quanto à sua importância econômica, pois estão associadas ao tráfico de animais silvestres, caça e alimentação. Juntas, estas são as principais causas da diminuição do número de espécies de mamíferos no Brasil (MMA, 2008). Além de causar graves desequilíbrios ambientais, a introdução de espécies incentivadas pelo tráfico, pode provocar prejuízos à saúde pública, visto que alguns animais, como o mico-estrela (Callithrix penicillata), são vetores de doenças (RENATA et al., 2012).

Apesar de todas as espécies possuírem importância ecológica por participarem e manterem o equilíbrio da cadeia trófica é possível destacar o papel de algumas espécies como dispersores de sementes, entre elas o mico-estrela (Callithrix penicillata) e o gambá (Didelphis albiventris).

221 3

2

nºde epécies 1

0 Antropizados Campestres Florestais tipos de ambientes

Figura 72: Números de espécies por ambiente.

 Considerações da Mastofauna

Para a mastofauna ocorrente nas áreas de influência do bairro Crixá, os maiores impactos ambientais são decorrentes da expansão urbana irregular, que avança por áreas de preservação permanente e fragiliza pequenas manchas remanescentes de formações florestais, savânicas e campestres, isolando ainda mais cada fragmento de vegetação natural.

Os impactos ambientais derivados da expansão urbana desordenada podem se refletir na saúde pública, como ocorreu na própria RA de São Sebastião em 2004, quando se registraram 14 casos de hantavirose, doença transmitida através de vírus que tem como reservatório roedores silvestres, entre os quais o Necromys lasiurus, espécie amplamente distribuída pelo bioma Cerrado (BONVICINO et al., 2008) e registrada como ocorrente no Distrito Federal, de acordo com o Quadro 63. Por essa razão e diante do histórico de hantavirose mencionado, é apresentado no próximo item um texto relacionado ao tema.

Outra questão é a introdução de espécies exóticas ao Cerrado, que pode elevar a predação e afugentar algumas espécies da fauna silvestre, além de transmitir doenças para algumas espécies da fauna local. Estas espécies pressionam e competem diretamente ou indiretamente com as espécies nativas e sem predadores naturais, suas populações crescem descontroladamente.

222 De maneira geral, todos os sítios amostrais, e consequentemente a ADA, pode ser considerada degradada, pois possui poucas áreas preservadas que ainda são capazes de suportar espécies da mastofauna silvestre. Para amenizar esses impactos negativos, que já são bastante frequentes na região, é importante que o bairro Crixá mantenha o máximo de áreas verdes possível, principalmente nos sítios 1 e 2, e promova a conservação e recuperação das áreas naturais limítrofes que servem de conectores ambientais com a vegetação ciliar do ribeirão Santo Antônio da Papuda, garantindo assim o mínimo necessário de recursos para o deslocamento das espécies de mamíferos presentes na região.

 Hantavirose

A hantavirose, ou síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH), é uma doença causada por vírus do tipo hantavírus e transmitida por ratos silvestres (SANTOS et al., 2011). A doença é transmitida pelo ar e somente se manifesta depois de 3 a 15 dias da contaminação. Os grupos de risco da SCPH são moradores e frequentadores da área rural (AGÊNCIA BRASIL, 2004). No período da seca, os roedores silvestres são atraídos pelas sementes do capim braquiária, uma vez que essas sementes contêm água e, por esse motivo, são devoradas por esses roedores (SANTOS et al., 2011).

Estudos de casos ocorridos em regiões de Cerrado em diversos estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, demonstraram que as contaminações tendem a ocorrer em habitações próximas às pastagens que utilizam capim braquiária e, em menor escala, pelas culturas de milho, cana-de-açúcar, soja, arroz e plantio para reflorestamento.

Nas áreas rurais do Distrito Federal, é costumeiro o estoque de grãos em galpões e paióis, condição que atrai os roedores. Enquanto se alimentam, em muitas vezes deixam suas excretas contaminadas sobre esses produtos, facilitando a contaminação por inalação ou contato com a pele (SANTOS et al., 2011).

Os primeiros pacientes portadores de SCPH no Brasil foram diagnosticados em 1993, em Juquitiba-SP, quando 3 irmãos adquiriram a virose em área de desmatamento. Até dezembro de 2009, foram registrados no país 1.238 casos, dos quais 60 (5%) casos confirmados e autóctones no Distrito Federal (SANTOS et al., 2011).

223 No Distrito Federal, circula o vírus Araraquara, que é associado ao roedor Necromys lasiurus, espécie mais abundante no Cerrado e que se adaptou a ambientes alterados antropicamente, principalmente, nas áreas onde há gramíneas introduzidas para pastoreio e, dentre essas, a Brachiaria sp., que é a principal fonte de alimentação para este roedor (Santos et al., 2011). Dessa forma, todas as regiões agrícolas e semiurbanas foram consideradas em risco de contágio pelo Governo do Distrito Federal, desde a época do surto inicial (CORREIO BRAZILIENSE, 2004).

Entretanto, o fato que se observou durante o surto inicial foi a falta de conhecimento da doença, como demonstrado em diversas reportagens da época. A Agência Brasil, ainda em 2004, qualificou a doença como misteriosa, que poderia ser confundida com viroses comuns: febre, dores musculares, diarreia e dificuldade de respirar. Assim, alguns pacientes foram mandados para casa, medicados para gripe ou mesmo para pneumonia. “Hantavirose é a doença misteriosa que já matou quatro pessoas na cidade satélite de São Sebastião, no Distrito Federal”, segundo diagnóstico anunciado pelo então Secretário de Saúde do Distrito Federal, Arnaldo Bernardino. As famílias das vítimas e suas comunidades, sem conhecimento ou orientação adequada, passaram a temer que a hantavirose se espalhasse localmente ou mesmo por todo o Distrito Federal (AGÊNCIA BRASIL, 2004).

Em 2004 foram confirmados laboratorialmente 39 casos de SCPH, onde 26 (66,6%) eram originários do Distrito Federal, sendo os demais importados dos municípios do Entorno. A Região Administrativa que apresentou o maior número de casos foi São Sebastião, com total de 14 casos (SANTOS et al., 2011). O surto inicial aconteceu da forma apresentada no Quadro 64 (RENORBIO, 2004).

Quadro 64: Forma de ocorrência do surto de Hantavirose no Distrito Federal em 2004. Data Evento A estudante Denifer Quintanilha Utiwma, 17 anos, morre no Hospital Regional do 22/maio Paranoá, com fortes dores no corpo. Na quinta-feira anterior, o Posto de Saúde de São Sebastião diagnosticou gripe. Adauto Silva Lima, 16 anos, apresenta febre alta, vômitos, dores de cabeça e barriga e 23/maio morre. Ele foi internado no Hospital Regional do Paranoá. Francisco Gomes da Silva, 24 anos, apresenta os mesmos sintomas das outras vítimas. 27/maio No dia anterior, deu entrada no Hospital Regional do Paranoá. É transferido para o Hospital de Base, onde morre. Análises feitas no Instituto Adolfo Lutz revelam que Denifer, Adauto e Francisco 31/maio morreram da doença. Morre Irene da Silva Rosa, 24 anos, no Hospital Regional de Taguatinga. Exames 02/julho divulgados 15 dias depois confirmam que ela foi contaminada pelo hantavírus. O morador da Colônia Agrícola Nova Betânia, em São Sebastião, José Valbério do 18/julho Nascimento, 22 anos, morre com o mesmo quadro clínico de Irene Rosa. As vísceras dele passam por análise no laboratório paulista. 224 No estudo de Santos (2009), foi constatado que 70% dos casos autóctones de infecção ocorreram em ambientes agrícolas (colônias e assentamentos), especialmente em áreas com presença de pastagens, 20% em áreas periurbanas (de expansão ou adensamento urbano), 5 em ambientes naturais de Cerrado e somente 1 (1%) em empreendimento de turismo rural.

Os diversos estudos sobre o tema sugerem que outros aspectos, alheios à sazonalidade de infecção em roedores, podem estar atuando na transmissão de hantavírus no Cerrado do Distrito Federal, especialmente em São Sebastião, como por exemplo, fatores comportamentais humanos. A alteração do ecossistema local para instalação de bairros adjacentes às formações florestais e às áreas de pasto. Concomitantemente à existência de uma zona rural bastante dinâmica – com propriedades que são destinadas ao cultivo de milho, cana-de-açúcar, soja, capim braquiária e capim colonião – fez surgir condições propícias para o aumento da população de roedores silvestres e sinantrópicos que passaram a frequentar os domicílios e os anexos (paióis, garagens, silos, pocilgas, galinheiros e outros), permitindo assim o aumento do risco de exposição ao hantavírus, na medida em que certos roedores silvestres conseguem adentrar as residências e viver ao redor do homem como comensais.

Diante deste cenário, o Estado recolheu amostras em 3 regiões de São Sebastião – assentamento Conquista da Vitória, Vila do Boa e Bairro João Cândido – bairros onde viviam as primeiras vítimas confirmadas do hantavírus e que morreram entre os dias 22 e 27 de maio (CORREIO BRAZILIENSE, 2004). Os estudos demonstraram que dos 497 roedores capturados em São Sebastião, 6,8% estavam contaminados, prevalência9 considerada normal em comparação à faixa registrada nas demais regiões brasileiras (CORREIO BRAZILIENSE, 2004).

Técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal – EMATER/DF atuaram junto aos produtores e trabalhadores rurais sobre as formas de contaminação e de prevenção. A Vigilância Ambiental coordenou ações de combate direto à doença, incluindo megaoperações de limpeza. (CORREIO BRAZILIENSE, 2004). Nos hospitais foram estudados os atendimentos e adotadas medidas conjuntas de diagnóstico. O atendimento dos Postos de Saúde foi ampliado e a Companhia de Água e Esgoto do Distrito Federal (CAESB) iniciou a implantação da rede de água tratada na área (AGÊNCIA BRASIL, 2004).

9 Ocorrência de contaminação pelo hantavírus registrada em cada amostragem populacional de roedores. 225 Desde 2004 até 2009, a Região Administrativa de São Sebastião vem sendo a mais afetada pela SCPH, com 21 casos registrados, equivalente a 30% das ocorrências no Distrito Federal (SANTOS et al., 2011). Em 2010, foram registrados 127 casos suspeitos, com 16 confirmações – 12 de cidadãos do DF e outros 4 de cidadãos do Goiás – que resultaram em 11 óbitos, com a taxa de letalidade de 68,8% (SES-DF, 2012a). Em 2011, foram notificados 134 casos suspeitos da doença, com 11 confirmações, que resultaram em 3 óbitos, com taxa de mortalidade em torno de 33,3%. 9 casos são autóctones (contaminação no próprio DF) e 2 são casos importados de outros estados (SES-DF, 2012b).

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, a sensibilização e a capacitação dos profissionais de saúde em relação à suspeita, diagnóstico e manejo clínico de SCPH, promovida por instituições locais e federais, justifica a queda na taxa de letalidade (SES-DF, 2012b).

2.2.4. Áreas Especialmente Protegidas a) Áreas de Preservação Permanente – APP

Na ADA não existem quaisquer tipos de APP estabelecidas na Lei nº 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e conhecida como o Novo Código Florestal Brasileiro.

Não foram identificados na ADA corpos d’água (nascentes, cursos d’água ou reservatórios naturais ou artificiais), veredas, encostas com declividade superior a 100%, bordas dos tabuleiros, chapadas ou morros, e nem se situa em área com altitude superior aos 1.800 metros. Portanto, não existem na gleba onde se projetou o bairro Crixá quaisquer tipos de Áreas de Preservação Permanente – APP. b) Unidades de Conservação

As unidades de conservação situadas no raio de 3 Km do bairro Crixá estão indicadas no Quadro 65 e no Mapa 4A – Áreas Ambientalmente Protegidas – Tomo III

Quadro 65: Unidades de conservação situadas no raio de 3.000 metros da ADA do bairro Crixá. Área de Área de Categoria Nome Área (ha) Interferência Interferência (ha) (%) APA Bacia do rio São Bartolomeu 84.100 82,45 0,098 ARIE Córrego Mato Grande 132 0 0 PE São Sebastião 17,77 0 0 APA: Área de Proteção Ambiental; ARIE: Área de Relevante Interesse Ecológico; PE: Parque Ecológico. 226 i. APA da bacia do rio São Bartolomeu

Essa unidade de conservação de uso sustentável foi criada com a edição do Decreto nº 88.940/1983, tendo o “objetivo principal de proporcionar o bem-estar futuro das populações do Distrito Federal e de parte do Estado de Goiás, bem como assegurar condições ecológicas satisfatórias às represas da região”.

De acordo com o IBRAM, sua área possui 84.100 hectares, onde se proibiu ou restringiu implantar ou ampliar atividades potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais de água; realizar obras de terraplenagem e abertura de canais, quando importarem em sensível alteração das condições ecológicas; o exercício de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras ou acentuado assoreamento das coleções hídricas; o exercício de atividades que ameacem extinguir as espécies raras da biota regional.

A Lei nº 1.149/1996 aprovou o rezoneamento ambiental da APA da bacia do rio São Bartolomeu, com fundamento nos estudos técnicos apresentados pela então Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal – SEMATEC e pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Essa norma vigorou até 19 de maio de 2014, quando dividia a APA em 9 zonas e incluía a poligonal do bairro Crixá nas Zonas de Uso Especial 2 – ZUE, de Uso Agropecuário 2 – ZUA 2 e de Uso Intensivo 1 – ZUI 1, cujas diretrizes das duas primeiras restringia o uso urbano.

O Plano de Manejo dessa APA e a nova revisão de seu zoneamento ambiental foram editados pela Lei nº 5.344/2014 e incluíram a gleba do bairro Crixá numa zona onde é permitido o uso habitacional.

O novo rezoneamento ambiental da APA da bacia do rio São Bartolomeu e seu Plano de Manejo inserem o bairro Crixá na Zona de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ, que, entre seus objetivos, deve ofertar novas áreas habitacionais e compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.

As diretrizes estabelecidas pela Lei nº 5.344/2014 para a ZOEQ dispõem que:

I – é permitido o uso predominantemente habitacional de baixa e média densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e equipamentos públicos comunitários inerentes à ocupação urbana; II – áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais devem ser qualificadas e recuperadas de modo a minimizar danos ambientais;

227 III – devem ser adotadas medidas de: a) controle ambiental voltadas para o entorno imediato das Unidades de Conservação, visando à manutenção de sua integridade ecológica; b) controle da propagação de doenças de veiculação por fatores ambientais; IV – para o licenciamento ambiental de empreendimentos, deve ser avaliada a solicitação de exigências adicionais de mitigação e monitoramento de impactos compatíveis com as fragilidades específicas da área de interesse; V – os parcelamentos urbanos devem adotar medidas de proteção do solo, de modo a impedir processos erosivos e assoreamento de nascentes e cursos d’água. ii. ARIE do córrego Mato Grande

Essa unidade de conservação de uso sustentável foi criada pelo Decreto nº 25.067/2004, com a área de 132,1319 hectares e os objetivos: de manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local; garantir a diversidade biológica das espécies, preservando o patrimônio genético de forma a não permitir a erradicação de espécies; regular o uso admissível para compatibilizá-lo aos objetivos de conservação; recuperar e proteger as Áreas de Preservação Permanente – APP do córrego Mato Grande e do ribeirão Santo Antônio da Papuda; garantir a preservação e a proteção da fauna e da flora existentes; promover a utilização dos componentes naturais na educação ambiental, com a finalidade de tornar a comunidade parceira na conservação desse patrimônio; proporcionar à população condições de exercer atividades culturais educativas e de lazer em um ambiente natural equilibrado; desenvolver programas de pesquisa visando o desenvolvimento sustentável.

Não existe interferência direta do bairro Crixá sobre a poligonal da ARIE do córrego Mato Grande e, por isso, qualquer restrição em relação à implantação e ocupação do assentamento urbano projetado.

iii. Parque Ecológico São Sebastião

Essa área protegida foi criada por meio do Decreto nº 15.898/1994 devido à mata mesofítica existente ter relevância como fitofisionomia cuja área de abrangência vem sendo reduzida. Entre seus objetivos está a garantia da preservação e a proteção da fauna e da flora existentes; a utilização de recursos naturais do parque na educação ambiental; a promoção à população de condições de exercer atividades culturais, educativas e de lazer num ambiente natural equilibrado; o desenvolvimento de programas de observação, educação ambiental e pesquisas do ecossistema local; a garantia da diversidade biológica das espécies, preservando o patrimônio genético de forma a não se permitir a erradicação de espécies. 228 Não existe interferência direta do bairro Crixá sobre a poligonal do Parque Ecológico São Sebastião, mas parcela de sua população certamente utilizará aquele espaço público para atividades de esporte e lazer.

2.3. Meio Antrópico

2.3.1. Áreas de Influência a) Área Diretamente Afetada – ADA

A ADA foi definida como a poligonal do bairro Crixá (Figura 73) por ser o local onde haverá alteração direta do uso para assentamento urbano de interesse social.

Figura 73: Área Diretamente Afetada – ADA do bairro Crixá relativa ao meio antrópico.

b) Área de Influência Direta – AID

A AID foi estabelecida como a poligonal que abrange as Regiões Administrativas do Lago Sul (RA XVI), Jardim Botânico (RA XXVI) e São Sebastião (RA XIV), conforme se apresenta na Figura 74, por ser o espaço geográfico onde os equipamentos públicos urbanos e comunitários existentes servirão à população projetada para ocupar o bairro Crixá. 229

Figura 74: Áreas de Influência Direta – AID e Indireta – AII do bairro Crixá em referência ao meio antrópico.

c) Área de Influência Indireta – AII

A AII foi determinada como a Região Administrativa de Brasília – RA I (Figura 74), por ser o maior polo gerador de empregos do Distrito Federal e exercer atratividade à população projetada para ocupar o bairro Crixá.

2.3.2. Método

Este capítulo, que tem por objetivo tratar do perfil socioeconômico das áreas de influência do bairro Crixá, também avalia a situação dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos. Para esse fim, foi elaborado o diagnóstico a partir de investigação exploratória quanti-qualitativa, fundamentada em informações adquiridas pela pesquisa documental e trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas. Foram: I. Apreciados documentos obtidos junto à Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODEPLAN; Administrações Regionais, em empresas públicas e nos meios de comunicação (escrita e digital); 230 II. Realizadas observação de campo, com foco na análise qualitativa e percepção sobre a área diretamente afetada em relação às diferentes questões colocadas (CHIZZOTTI, 2003); III. Efetuadas 38 entrevistas institucionais semiestruturadas com representantes das Administrações Regionais, comércio local, entidades da sociedade civil e instituições interessadas.

As análises e questionamentos contidos nas buscas informacionais e nas entrevistas semiestruturadas procuraram caracterizar as seguintes avaliações e considerações em relação: I. Dinâmica populacional e situação socioeconômica; II. Infraestrutura urbana e serviços públicos, descrevendo as suas características e o suporte dos equipamentos comunitários; III. Análise dos principais problemas e necessidades das comunidades locais.

A base metodológica utilizada neste trabalho foi estabelecida a partir de uma combinação de análises qualitativa e quantitativa e de entrevistas semiestruturadas, tendo como apoio trabalhos de pesquisa e teoria em ciências sociais. Neste contexto, a análise de dados qualitativos forma a base da interpretação: a) a avaliação sobre as Regiões Administrativas, inclusive com dados oferecidos informalmente pelos próprios sujeitos e o potencial explicativo sobre os fatos que constituem o ambiente físico e social (SPINK, 1994); b) a manifestação de uma cultura própria e seus padrões de pensamento em cada contexto social (CARRARA, 1994). O tipo de pesquisa exploratória desenvolvido objetiva conhecer, desenvolver e clarificar. Serve de base para a formulação e resolução de problemas – de ordem socioeconômica – mais específicos (GIL, 1995).

O modelo de investigação exploratória utilizado junto às Administrações Regionais e entidades da sociedade civil consiste na observação participante orientada por questões semiestruturadas a serem respondidas pelo investigador e pelo entrevistado. Foi realizado através do emprego de um questionário com questões fechadas e semiabertas.

Para organizar esse questionário foi utilizada, como alicerce, a definição de Triviños (1987), que o caracteriza como um instrumento que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, junto de novas hipóteses que vão surgindo. O objetivo geral foi acumular um conjunto de informações referentes às áreas investigadas, seus principais problemas e expectativas com relação ao futuro.

231 a) Características da Amostra

Considerando o conjunto de dificuldades da avaliação efetuada através de um modelo quantitativo, o procedimento adotado utilizou o método qualitativo baseado em entrevistas (com questionário) e na observação sistematizada.

Diferentemente de modelos quantitativos, a amostragem qualitativa não privilegia ao critério numérico. Ao contrário, este método dá ênfase à aptidão de vislumbrar sobre os fenômenos socioeconômicos sob ângulos qualitativos (MINAYO, 1993). Por consequência, os dados obtidos não são generalizáveis, mas, mesmo assim, as respostas oferecem margem à compreensão mais ampla do conjunto de fatos socioeconômicos encontrados.

Foram elaboradas 38 entrevistas semiestruturadas: 25 entrevistas foram executadas de forma exclusiva na AID e as outras 13 entrevistas foram realizadas na AII. A população que atualmente ocupa a ADA manifestou o desejo de não participar da entrevista e também não disponibilizou os dados necessários para elaboração do cadastro de caracterização das ocupações atualmente existentes no interior da ADA.

O encadeamento e a organização sistemática das informações foram utilizados para efetuar a análise dos dados a partir, também, de pesquisa documental e notas de campo, além da análise de outros materiais que foram acumulados pelo pesquisador (BOGDAN E BIKLEN, 1994). Este modelo foi escolhido por garantir uma rede relacional de informações. b) Procedimentos Metodológicos

O trabalho de observação participante, a aquisição de informações junto aos órgãos públicos e as entrevistas semiestruturadas foram realizadas entre os dias 09 e 22/03/2014, no horário de 10h às 17h. A participação dos entrevistados e das instituições foi espontânea, sempre respeitando aqueles que, por qualquer motivação, se recusaram a responder – parcial ou completamente – as questões. De maneira complementar, foram obtidas informações junto à CODEPLAN, Companhia Energética de Brasília – CEB, Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB, entre outras instituições.

Como os conceitos de “regular”, “bom” e “ótimo” podem significar níveis de adequação diversos e agradar aos entrevistados de maneira diferenciada, as perguntas fechadas e semiabertas (estimuladas) utilizaram os conceitos de satisfatório e insatisfatório. Os objetivos principais foram: simplificar o critério de avaliação necessário à análise; e deixar que o investigador estabeleça, livremente, o seu parâmetro de avaliação a respeito do que foi perguntado.

232 Este Relatório também parte do princípio de que o equipamento público ou o serviço é satisfatório quando atinge – pelo menos – os padrões mínimos de qualidade definidos pelo próprio entrevistado, que tem preestabelecida a impossibilidade de uma adequação plena, estando os equipamentos e serviços públicos (ou privados) sempre passíveis de melhora. Assim, mesmo quando declararam os itens satisfatórios, os entrevistados foram estimulados a relatar algum eventual problema ou melhoria a ser feita. c) Fatores de Inclusão no Estudo

Os representantes de instituições que não se consideraram aptos a cooperar foram incentivados a indicar suplentes. Foi requisitado que todos fossem membros permanentes do quadro institucional e que tivessem autorização para participar. Nas entrevistas, os indivíduos precisavam ser maiores de 18 anos e morar ou trabalhar na Área de Influência Direta ou na Área de Influência Indireta.

Com o intuito de ressaltar tanto as percepções convergentes quanto as percepções divergentes, as informações obtidas foram organizadas e agrupadas (WHO, 1994) objetivando a aproximação dos investigadores com a área em estudo (PATTON, 1990; TAYLOR & BOGDAN, 1998). Também foram utilizados dados obtidos em sites e redes sociais.

2.3.3. Caracterização das Áreas de Influência Direta e Indireta

O estudo do impacto socioeconômico do bairro Crixá consistiu em 2 tipos de análise: a) aspectos socioeconômicos e da dinâmica da comunidade afetada; b) grau de adequação da infraestrutura urbana e serviços públicos. a) Histórico

Retrata o dimensionamento e a caracterização social e econômica da população atingida pelo bairro Crixá. Para isso, fez-se uma análise da população dos núcleos urbanos do Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID), assim como de Brasília (AII). i. Histórico da RA Brasília (AII)

A área de quase 60 mil quilômetros quadrados que delimita o Distrito Federal foi criada em 1955. A construção de Brasília iniciou-se em abril de 1956, com o então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, através da criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP).

233 Lúcio Costa foi o vencedor do projeto urbanístico que tinha Oscar Niemeyer como autor dos principais projetos arquitetônicos da cidade. Seu projeto foi composto por dois eixos cruzando em ângulo reto. O Eixão, levemente inclinado, dá ao desenho a forma de um avião. O Eixo Monumental, que possui 16 quilômetros de extensão, hospeda prédios públicos, palácios governamentais, a rodoviária central e a torre de TV, dentre diversos outros monumentos. Em 21 de abril de 1960 a estrutura básica da cidade foi completada e Brasília inaugurada.

De acordo com dados do Governo do Distrito Federal, a Região Administrativa de Brasília é formada pela Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de Garagens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila Planalto, Granja do Torto, Vila Telebrasília, Setor de Áreas Isoladas Norte. Ademais, essa RA sedia os 3 Poderes da República.

Em 07 de dezembro de 1987, Brasília foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, uma honra por ser o único monumento arquitetônico com menos de cem anos a receber este título. ii. Histórico da RA Lago Sul (AID)

A implantação do Lago Sul começou no final da década de 1950, com a construção de residências pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – NOVACAP para seus diretores, assim como, para os oficiais da Aeronáutica, em virtude da proximidade com a Base Aérea. Posteriormente, já na década de 1960, o Lago Sul passa por nova expansão em razão de seus diversos atrativos urbanísticos.

A década de 1970 marca a sua consolidação, ocorrendo oferta de comércio, de serviços e acesso ao Plano Piloto pela ponte Costa e Silva. Em 1981, o Plano Diretor de Urbanização da Orla do lago Paranoá definiu locais destinados à implantação de equipamentos comunitários de recreação e lazer. Em razão da pressão habitacional, o Decreto nº 11.921/1989 garantiu outra divisão através da criação do Lago Sul (Lei nº 643/1994).

A RA do Lago Sul está atualmente dividida entre os Setores de Habitação Individual Sul – SHIS, Mansões Urbanas Dom Bosco – SMDB e Estaleiros, Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, Base Aérea de Brasília e Campo Experimental Água Limpa da Universidade de Brasília.

234 Complementando o projeto original do Lago Sul, foi elaborada a proposta de desocupar as áreas públicas tomadas por residências nas margens do lago Paranoá, para criação de equipamentos comunitários de recreação. O projeto foi apenas parcialmente implantado. Concomitantemente, procurou-se também à diminuição do déficit de equipamentos e comércio existentes.

Não foram encontrados dados sobre a principal atividade econômica desta RA. Novamente, as limitações em termos de uso do solo, por ser uma área eminentemente residencial, sugerem que a principal atividade geradora de renda deve ser o comércio local.

iii. Histórico da RA Jardim Botânico (AID)

O Jardim Botânico é uma Região Administrativa composta basicamente por condomínios horizontais com seus limites cercados, sendo contabilizados oficialmente 23 condomínios. A área pertencia às fazendas Taboquinha e Papuda, embora haja controvérsias quanto à correta delimitação de cada uma.

O Jardim Botânico surgiu inicialmente em 1999 como Setor Habitacional Jardim Botânico, criado pelo Decreto nº 20.881/1999, em áreas então pertencentes a São Sebastião. A criação da RA se deu por meio da Lei nº 3.435/2004. O nome Jardim Botânico é derivado do Jardim Botânico de Brasília, área de preservação ambiental que se localiza na Região Administrativa do Lago Sul e é vizinha à essa RA.

iv. Histórico da RA de São Sebastião (AID)

Há relatos de que a área onde se localiza o terreno do bairro Crixá, em São Sebastião, tem ocupação mais antiga do que consta dos documentos oficiais, sobretudo em virtude de fazendas remanescentes da época dos escravos. Existem, no núcleo antigo, restos de construções atribuídas a escravos.

Com a expiração dos contratos vinculados à construção civil responsáveis pela criação da Capital, as olarias criadas em 1957, na área que atualmente é São Sebastião, foram sendo desativadas ao tempo em que o núcleo urbano foi se estruturando, ao longo do córrego Mato Grande e Ribeirão Santo Antônio da Papuda. Como resultado do parcelamento irregular, ocorreu o crescimento acelerado da cidade.

Até o ano de 1991, nenhuma ação do Governo do Distrito Federal foi empreendida na área. Os terrenos foram loteados sem qualquer controle oficial. Neste ano, o GDF editou a Lei nº 204/1991, que autorizou a fixação da população dentro da poligonal definida. No ano de 1993, o Plano de Ocupação para Agrovila São Sebastião é consolidado com a elaboração do projeto básico de urbanismo, criando 6 Quadras. Por meio da Lei nº 467/1993 a então Agrovila São Sebastião é alçada à condição de Região Administrativa, recebendo o código RA XIV.

235 Em 1994, foi elaborado um EIA/RIMA para a Região Administrativa de São Sebastião, sugerindo ações para controlar invasões, sobretudo em áreas de risco. Por meio do Decreto nº 16.571/1995 foi redefinida a poligonal urbana dessa Região Administrativa. Em 1996, realizou-se o rezoneamento da Área de Proteção Ambiental – APA da bacia do rio São Bartolomeu, onde está inserida a RA de São Sebastião.

Ao longo do ano de 1997 é constituído um grupo de trabalho do Governo do Distrito Federal com objetivo de realizar estudo de reavaliação das Áreas de Risco de São Sebastião. Concomitantemente, é realizado cadastramento dos moradores dessas áreas pelo Instituto de Desenvolvimento Habitacional – IDHAB. b) Características da População do Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião e Brasília

O Quadro 66 apresenta a população das RA do Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID) e de Brasília (AII) em 2011.

Quadro 66: População do Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião (AID) e Brasília (AII), em 2011. RA População 2011 Percentual (%) Lago Sul 30.175 24,2 Jardim Botânico 22.726 18,2 São Sebastião 71.779 57,6 Total (AID) 124.680 100,0* / 36,8** / 4,8*** Brasília (AII) 214.529 100,0* / 63,2** / 8,3*** Distrito Federal 2.570.160 100,0 Fonte: CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. Perfil do Residente no DF; *Total da AID ou AII. **Percentual da área estudada. ***Comparado ao total da população do DF.

O total de residentes nesta AID no ano de 2011 foi estimado em 124.680 habitantes. A população total da AII em 2011 foi contabilizada em 214.529 habitantes. A RA de São Sebastião contempla 57,5% da população da AID. Em seguida está o Lago Sul, com 24,2% e o Jardim Botânico, com 18,2%. Assim, os dados socioeconômicos de São Sebastião terão peso maior na AID. Importante ressaltar que o Jardim Botânico compunha a Região Administrativa de São Sebastião até o ano 2004. A AID contempla 4,8% da população do Distrito Federal, enquanto a AII contempla 8,3%. Juntas, essas 4 RA representam 13,1% da população dessa unidade federativa, conforme apresentado no Quadro 66.

236 c) Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

O IDH integra o Relatório de Desenvolvimento Humano produzido pelo PNUD10. É um indicador de qualidade de vida das populações, ou seja, uma forma padronizada de mensurar e avaliar o bem-estar, através da medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e bem-estar infantil, entre outros critérios.11 Os IDH12 para o Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião (AID) e Brasília (AII) estão apresentados no Quadro 67, de acordo com documento da CODEPLAN.13

Quadro 67: Índice de Desenvolvimento Humano do Distrito Federal e das 4 Regiões Administrativas que compõem as AID e AII. Região IDH IDH IDH IDH Administrativa Educação Renda Longevidade Geral Lago Sul (AID) 0,982 1,000 0,854 0,945 Brasília (AII) 0,991 0,948 0,870 0,936 Distrito Federal 0,938 0,795 0,813 0,849 São Sebastião (AID) 0,944 0,714 0,804 0,820 J. Botânico (AID) - - - - * Jardim Botânico compunha a RA de São Sebastião até 2004; Fontes: Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central – 2003; www.codeplan.df.gov.br/sites/200/216/download/idh.pdf.

O IDH Geral das Regiões Administrativas do Lago Sul e Brasília (acima de 0,900) são significativamente maiores que o IDH do Distrito Federal e de São Sebastião. De acordo com o documento da CODEPLAN, o IDH do Lago Sul supera ao IDH de países de primeiro mundo, como a Noruega, a Suécia e o Canadá. Comparativamente, o Distrito Federal supera o Chile e a Argentina.

As RA citadas obtiveram resultados significativos nos IDH de Educação e Longevidade, estando todos no grau considerado elevado. Por outro lado, a disparidade no IDH Renda, quando são comparados o Lago Sul (elevado) com São Sebastião (médio). Também é bastante significativo o fato de o Lago Sul ter atingido a marca de 1,000 neste quesito. Finalmente, São Sebastião obteve o índice mais baixo no quesito Renda (0,714).

10 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. 11 http://br.geocities.com/sousaraujo/idh.htm. 12 Classificação do IDH: Elevado (0,800 e superior); Médio (0,500 - 0,799); Baixo (abaixo de 0,500). 13 www.codeplan.df.gov.br/sites/200/216/download/idh.pdf. 237 d) Aspectos Socioeconômicos

Neste item é definido o perfil geral da população afetada pela construção do bairro Crixá. i. Densidade Demográfica Urbana

O Quadro 68 apresenta a densidade demográfica e área urbanizada por Região Administrativa, assim como para a Área de Influência Indireta e Área de Influência Direta.

Quadro 68: Densidade Demográfica das 4 Regiões Administrativas que compõem as AID e AII. Região Área Urbanizada População Densidade Classe Localidade Administrativa (Hectares) (2011) (habitantes/ha) Densidade Lago Sul RA XVI 2.827,62 30.175 10,6 Baixa Jardim Botânico RA XXVII 1.444,58 22.726 15,7 Baixa São Sebastião RA XIV 613,04 71.779 117,0 Média (AID) - 4.885,29 124.680 25,5 Baixa Brasília (AII) RA I 2.697,92 214.529 79,5 Média (AII + AID) - 7.583,21 339.209 44,7 Baixa Fonte: ZEE-DF, com modificações. http://www.zee-df.com.br/Arquivos%20e%20mapas/Volume%20III- %20Uso%20do%20Solo,%20Juridico-Institucional,%20Art.%20RIDE%20e%20Fundi%C3%A1rio.pdf Área urbanizada calculada por meio da interpretação do uso do solo em imagens de satélite em 2006, e população fornecida pela Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílio – PDAD-2011.

O Lago Sul e o Jardim Botânico possuem classe de densidade baixas. Esse fato se deve, sobremaneira, a característica de uso do solo, ou seja, ao foco em habitações individuais. Os valores dos lotes nessas duas RA contribuem para reduzir o crescimento populacional. Em contrapartida, São Sebastião possui uma área urbanizada reduzida e uma classe de densidade populacional média. Brasília também está no patamar médio em termos de classe de densidade demográfica. Por outro lado, o somatório entre Áreas de Influência Indireta e Direta obtêm classe de densidade baixa. ii. População por Gênero

O Quadro 69 possui informações sobre a população residente por gênero.

238 Quadro 69: População residente por gênero – PDAD 2011. Homens Mulheres Total RA Número (%) Número (%) Número (%) Lago Sul (AID) 14.840 49,2 15.335 50,8 30.175 24,2 Jardim Botânico (AID) 10.951 48,2 11.775 51,8 22.726 18,2 São Sebastião (AID) 35.876 50,0 35.903 50,0 71.779 57,5 Subtotal (AID) 61.667 49,4 63.013 50,6 124.680 100,0 / 4,8* Brasília (AII) 99.422 46,3 115.107 53,7 214.529 100,0 / 8,3* Total (AII+AID) 161.089 47,4 178.120 52,6 339.209 13,1* DF (2010) 1.228.536 47,8 1.341.624 52,2 2.570.160 100,0 Fonte: CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Comparado ao Distrito Federal.

O conjunto da AID possui uma população total de 124.680 habitantes no ano de 2011. Desta, 49,4% são homens e 50,6% mulheres. Esta população representa 4,8% de toda população do Distrito Federal. Em contrapartida, a população da Região Administrativa de Brasília (AII) para o ano de 2011 apresenta uma população total de 214.529 habitantes, ou seja, 8,3% da população do Distrito Federal. Sua maioria é de mulheres (53,7%) em relação à população de homens (46,3%).

Dentre todas as Regiões Administrativas estudadas, Brasília é aquela com a maior diferença entre os percentuais de homens e mulheres. A menor diferença ocorre em São Sebastião, com maioria de apenas 27 mulheres. Comparativamente, a população de AII e AID juntas alcançam a 339.209 habitantes, ou seja, 13,1% da população do Distrito Federal. Deste conjunto, 52,6% são mulheres. iii. Faixa Etária

O Quadro 70 apresenta as informações sobre a população residente por grupos de idade para as 4 RA estudadas.

Quadro 70: População residente por grupo de idade – PDAD 2011. Grupos de Idade Lago Sul (AID) Jardim Botânico (AID) São Sebastião (AID) Brasília (AII) 0 a 4 anos 2,9 6,7 6,7 4,1 5 a 6 anos 2,1 2,1 4,2 1,4 7 a 9 anos 2,2 2,8 5,2 2,7 10 a 14 anos 4,9 5,9 10,3 4,6

239 Grupos de Idade Lago Sul (AID) Jardim Botânico (AID) São Sebastião (AID) Brasília (AII) 15 a 18 anos 3,5 5,0 9,3 4,7 19 a 24 anos 8,0 8,2 12,4 8,6 25 a 39 anos 20,4 26,3 23,7 25,6 40 a 59 anos 25,9 29,1 22,8 26,5 60 a 64 anos 7,3 5,8 2,2 6,4 65 ou mais 22,8 8,1 3,0 15,5 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011.

No Lago Sul, Jardim Botânico e Brasília, a população residente por grupo de idade preponderante foi a adulta, pertencente à faixa entre os 40 a 59 anos de idade. Os percentuais variaram entre 29,1% no Jardim Botânico, 26,5% em Brasília e 25,9% no Lago Sul. A faixa preponderante em São Sebastião é daqueles entre 25 e 39 anos, com 23,7%.

Vale ressaltar que a segunda faixa mais importante em termos percentuais no Lago Sul consiste naquela dos residentes com 65 anos ou mais (22,8%), quase uma vez e meia a de Brasília, quase o triplo do Jardim Botânico e quase oito vezes mais que São Sebastião. iv. Chefes de Domicílio (Gênero)

O Quadro 71 apresenta informações sobre os chefes de domicílio por gênero.

Quadro 71: Chefes do domicílio por gênero – 2011. Homens Mulheres Subtotal RA Número (%) Número (%) Número (%) Lago Sul 7.028 82,2 1.518 17,8 8.546 25,2* Jardim Botânico 5.057 80,1 1.255 19,9 6.312 18,6* São Sebastião 14.076 73,9 4.979 26,1 19.055 56,2* Subtotal (AID) 26.161 77,1 7.752 22,9 33.913 100,0 Brasília (AII) 50.896 70,5 21.281 29,5 72.177 100,0 Total (AII+AID) 77.057 72,6 29.033 27,4 106.090 100,0 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Percentual da AID.

240 Apesar de a maioria da população das Áreas de Influência Direta e Indireta ser constituída por mulheres (52,6%, segundo a tabela População residente por Gênero), a maioria absoluta dos chefes de família da AII e AID é constituída por homens (72,6%). Isso indica que existe um desequilíbrio entre homens e mulheres na chefia dos domicílios nestas Regiões Administrativas.

Dentre as regiões administrativas que compõem a AID, o Lago Sul apresentou o maior percentual de homens como chefes de família (82,2%), seguido pelo Jardim Botânico (80,1%). Estes valores são bem superiores àqueles apresentados por São Sebastião e Brasília. v. Grau de Instrução

O Quadro 72 apresenta dados sobre a população residente por grau de instrução.

Quadro 72: População residente por grau de instrução – 2011. Lago Sul (AID) Jardim Botânico São Sebastião Brasília (AII)

(%) (AID) (%) (AID) (%) (%) Analfabeto* 0,3 0,6 5,1 0,4 Sabe Ler e Escrever 0,2 0,3 4,0 0,2 Alfabetização de Adultos 0,1 0,2 1,0 0,1 Maternal e Creche 1,3 1,6 - 1,0 Jardim I e II/Pré 2,3 3,2 - 2,2 Fundamental Incompleto 8,7 12,3 48,1 9,6 Fundamental Completo 2,5 2,4 9,0 2,4 Médio Incompleto 3,5 4,3 7,3 4,7 Médio Completo 10,9 12,9 20,6 15,7 Superior Incompleto 9,0 11,2 1,4 11,6 Superior Completo 50,1 37,0 2,7 38,9 Especialização 5,3 6,7 0,1 6,7 Mestrado 2,9 2,2 0,1 2,7 Doutorado 1,3 1,4 - 1,4 Não alfabetizadas (6 a 14 anos) - - - - Não sabe 0,2 0,1 0,6 0,1 Menor de 6 anos fora da escola 1,4 3,6 - 2,3 Total 100 100,0 100,0 100,0 Fonte: CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Quinze (15) anos ou mais.

241 É possível afirmar que existem características distintas entre os residentes das Regiões Administrativas citadas. Enquanto Lago Sul, Brasília e Jardim Botânico possuem o ensino superior completo (50,1%, 38,9%, e 37,0%, respectivamente) como faixa de instrução mais representativa, São Sebastião apresenta o Ensino Fundamental Incompleto (48,1%) como o mais significativo. Nos 3 primeiros casos, os índices de analfabetismo são menores que 1% (0,3%; 0,4% e 0,6%, respectivamente), enquanto São Sebastião o índice alcança 5,1%.

Nas 3 primeiras RA indicadas, os percentuais daqueles que sabem apenas ler e escrever ficou próximo de zero (0,2%; 0,2% e 0,3%, respectivamente), enquanto em São Sebastião o índice é 4,0%. O percentual de habitantes com Mestrado também demonstra grande distanciamento. As 3 primeiras RA apresentaram resultados acima de 2,0%, enquanto São Sebastião apresentou apenas 0,1%.

Vale ressaltar que, de acordo com a PNAD de 2008, desenvolvida pelo IBGE, o percentual preponderante para todo o Distrito Federal é constituído por habitantes com Ensino Médio Incompleto (24,5%), ou seja, onze anos de estudo. vi. Atividade Principal

O Quadro 73 apresenta informações a respeito da atividade principal declarada pela população residente em cada uma das Regiões Administrativas estudadas.

Quadro 73: População residente por atividade principal, segundo os setores – 2011. Lago Sul Jardim Botânico São Sebastião Brasília Distrito

(AID) (AID) (AID) (AII) Federal* Agropecuária 0,6 0,4 0,2 0,6 Construção civil 2,8 2,5 11,8 1,0 5,2 Indústria 0,5 1,1 0,3 0,2 3,7 Comércio 10,5 12,9 25,8 11,5 16,0 Administração pública federal 22,1 26,9 2,4 32,6 16,6** Administração pública do GDF 8,1 15,7 3,2 13,5 - Transporte 0,9 0,8 3,2 0,5 - Comunicação 1,5 1,3 0,5 1,6 - Educação 4,6 4,6 1,5 4,8 - Saúde 5,1 3,1 1,4 3,3 - Serviços domésticos 8,8 4,1 12,7 2,1 - Serviços pessoais 1,4 1,0 2,2 1,6 - Serviços de creditícios/financeiros 2,0 1,6 1,3 1,8 - Serviços comunitários 0,5 0,0 0,1 0,2 -

242 Lago Sul Jardim Botânico São Sebastião Brasília Distrito

(AID) (AID) (AID) (AII) Federal* Serviços de informática 1,9 1,9 0,8 1,7 - Serviços de arte/cultura 0,7 0,7 0,1 0,5 - Serviços em geral 2,3 3,2 10,6 2,0 49,2*** Outras atividades 25,9 18,2 21,9 20,6 9,2 Subtotal 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Total 13.819 13.819 31.194 39.430 1.397 Mil Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *PED/DF – Convênio: SETRAB/GDF, SEADE/SP e DIEESE. População Ocupada Segundo Setores de Atividades – 2010. ** Percentual para Administração Pública Federal corresponde à totalidade da modalidade Administração Pública. ***Percentual para Serviços em Geral corresponde à totalidade da modalidade serviços.

Desconsiderando a resposta “outras atividades”, a principal atividade desempenhada no Jardim Botânico e Lago Sul é a “administração pública federal” (com 26,9% e 22,1%, respectivamente). A combinação entre as duas administrações públicas atinge o patamar de 30,2 e 42,6%, respectivamente, demonstrando a dominância do serviço público como principal atividade nestas 2 RA. Em relação à Brasília (AII), os dados são semelhantes e a maioria relativa de sua população trabalha na administração pública federal, enquanto a população de São Sebastião tem como atividade principal preponderante o comércio (25,8%), ao contrário do que foi visto nas outras RA.

Muito embora os dados para o Distrito Federal tenham sido obtidos através de documentos que utilizam outra data base, assim como metodologias diferentes, é possível fazer algumas comparações. O setor de atividade preponderante no DF foi aquele denominado serviços (49,2%). Ademais, os percentuais para comércio e administração pública (165) são praticamente equivalentes. vii. Setores Mais Empregadores

O Quadro 74 apresenta informações sobre os setores que mais empregam nas RA estudadas. Quadro 74: Os três setores mais empregadores por Regiões Administrativas – Distrito Federal – 2008. Região Administrativa Comércio Serviços Administração Pública Lago Sul (AID) 3o 1o 2o Jardim Botânico (AID) - - - São Sebastião (AID) 1o 2o 3o Brasília (AII) 3o 2o 1o Distrito Federal 3o 2o 1o Fonte: ZEE-DF: Subproduto 3.2 – Relatório de Diagnóstico. Tabela 74, pg. 138.

243 O setor que mais emprega no Distrito Federal é a administração pública, seguido muito próximo pelo setor de serviços e, em terceiro, pelo comércio. Apenas a Região Administrativa de Brasília (AII) repete esta configuração, tanto dentre as aqui analisadas como entre todas as RA do Distrito Federal. Individualmente, o setor de serviços aparece em primeiro lugar no Lago Sul, enquanto o comércio figura em primeiro lugar em São Sebastião. O Jardim Botânico, por ser uma RA recente, não possui estes dados. viii. População Ocupada Segundo a Região Administrativa de Trabalho

O Quadro 75 apresenta informações sobre a população ocupada segundo a Região Administrativa de trabalho. Os dados foram apresentados para todas as RA estudadas, assim como para o DF.

Quadro 75: população ocupada segundo a Região Administrativa de trabalho – 2011. Região 1a RA 2a RA 3a RA Outros Total Administrativa em Trabalho em Trabalho em Trabalho 71,3% 16,9% 3,7% Lago Sul 8,1% 100,0% (RA Brasília) (RA Lago Sul) (Vários locais) 69,9% 10,1% 5,9% Jardim Botânico 14,1% 100,0% (RA Brasília) (RA Jardim Botânico) (Vários locais) 71,3% 16,9% 3,7 São Sebastião 8,1% 100,0% (RA Brasília) (RA Lago Sul) (Vários locais) 91,5% 2,2% 0,8% Brasília (AII) 5,5% 100,0% (RA Brasília) (Vários locais) (RA Gama) Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011.

A RA Brasília (AII) é a localidade de trabalho de 91,5% de seus residentes. Além disso, é aquela que mais emprega os residentes das RA que compõem a AID. Os percentuais de residentes no Lago Sul e São Sebastião que trabalham na RA Brasília atingem 71,3%. Jardim Botânico fica logo atrás, com 69,9%. No caso do Lago Sul e Jardim Botânico, as próprias RA estão em segundo lugar. Em contrapartida, São Sebastião não apresenta esta característica, tendo o Lago Sul (16,9%) como segundo lugar. ix. Empresas Industriais

Os dados sobre empresas industriais foram apresentados para as regiões administrativas estudadas (salvo o Jardim Botânico), para o somatório da AII e AID.

244 Quadro 76: Empresas industriais, segundo Regiões Administrativas – Ano 2010. Região Administrativa Número de Empresas % do Distrito Federal Lago Sul (AID) 34 0,7 Jardim Botânico (AID) - - São Sebastião (AID) 3 0,1 Subtotal (AID) 37 1,5 Brasília (AII) 1.185 24,7 (AII + AID) 1.222 25,5 Distrito Federal 4.794 100,0 Fonte: ZEE-DF: Subproduto 3.2 – Relatório de Diagnóstico.

Desconsiderado os dados do Jardim Botânico (não fornecidos), o Lago Sul possui sozinho um número de empresas 34 vezes superior ao de São Sebastião. Vale ressaltar, porém, que o resultado do somatório entre AII e AID representa 25,5% do percentual de industrias existentes no DF. x. Renda Mensal Domiciliar e Per Capita

O Quadro 77 apresenta informações a respeito da renda mensal domiciliar e per capita, declarada pela população residente.

Quadro 77: Renda bruta média mensal domiciliar e per capita – 2011. Jardim São Subtotal Brasília Renda / RA Lago Sul DF Botânico Sebastião (AID)* (AII) Domiciliar. Salário Mínimo 31,6 21,8 3,4 13,5 17,6 4,4 Per capita em Salários Mínimos 9,6 6,4 0,9 4,0 6,1 2,6 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Média ponderada.

Tanto a renda domiciliar quanto per capita do Lago Sul (31,6 e 9,6, respectivamente) é diversas vezes superior àquelas encontradas em São Sebastião (entre 9 e 10 vezes, respectivamente). A renda domiciliar e per capita do Lago Sul e Jardim Botânico são substancialmente superiores àqueles encontrados para o Distrito Federal, segundo dados da CODEPLAN.14 São Sebastião, por sua vez, apresentou médias (3,4 e 0,9, respectivamente) abaixo daquelas vistas para o Distrito Federal. Enquanto a média da AID ficou em 13,5 e 4,0 respectivamente, no Distrito Federal os valores encontrados foram de 4,4 e 2,6 salários mínimos. Brasília possui renda domiciliar 4 vezes maior e per capita 2,5 maior que o Distrito Federal.

14 http://www.codeplan.df.gov.br/sites/200/216/00000005.pdf. 245 xi. Classe de Renda por Domicílio

O Quadro 78 contém informações sobre a distribuição dos domicílios por classe de renda declarada.

Quadro 78: Distribuição dos Domicílios por Classe de Renda Bruta Mensal – 2004. Distribuição / Jardim São Sebastião Subtotal Lago Sul (AID) Brasília (AII) RA Botânico (AID) (AID) (AID)* Até 1 SM - 0,3 10,0 5,8 0,9 1 – 2 SM 0,6 0,9 27,7 16,2 1,7 2 – 5 SM 0,9 6,3 43,7 26,5 10,2 5 – 10 SM 6,6 13,1 14,3 12,2 21,5 10 – 20 SM 25,0 33,1 3,9 14,3 31,4 Mais de 20 SM 66,9 46,3 0,4 24,8 34,4 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Média ponderada.

A distribuição da renda bruta acompanha a ordem decrescente do IDH. O patamar acima de 20 salários mínimos constituiu a maioria relativa dos domicílios do Lago Sul e do Jardim Botânico (66,9% e 46,3%, respectivamente). São Sebastião apresentou realidade bastante distinta, com maioria simples no patamar de 2 a 5 salários mínimos (43,7%), e, em segundo lugar, no patamar entre 1 e 2 salários (27,7%). A maioria simples para a Área de Influência Direta ficou no patamar de 2 a 5 salários mínimos (26,5%), seguida por aqueles que recebem acima de 20 salários mínimos (24,8%). Brasília (AII) acompanhou o perfil de renda do Lago Sul e Jardim Botânico. É importante lembrar que São Sebastião representa mais de 57% da AID e 21,1% da área total estudada. xii. Índice de Gini

De acordo com o IPEA15, o Índice de Gini consiste em instrumento utilizado para mensurar o grau de concentração de renda. Esse índice assinala a discrepância entre os rendimentos os mais pobres e em relação aos mais ricos, em um grupo. Em termos numéricos, varia de zero a um, sendo que zero representa a igualdade (todos possuem a mesma renda). Em contrapartida, valor um (1) indica que uma só pessoa detém toda a riqueza. Usualmente, o Índice de Gini compara os 20% mais pobres com os 20% mais ricos. No Quadro 79 estão a informações a respeito do Índice de Gini por RA estudada.

15http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2048:catid=28&Itemid=23 246 Quadro 79: Índice de Gini das RA, Distrito Federal e Brasil (2004 e 2012). Distribuição / RA Gini (2004) Distribuição / RA Gini (2012) Distribuição / RA (2ª coluna) Distrito Federal 0,600 Distrito Federal 0,610 + 0,010 Brasil** 0,569 Brasil** 0,510 - 0,059 Brasília (AII) 0,443 São Sebastião 0,400 - Lago Sul (AII) 0,437 Brasília (AII) 0,378 - 0,065 Jardim Botânico (AID) - Jd. Botânico (AID) 0.347 - São Sebastião (AID) - Lago Sul (AID) 0,323 - 0,114 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN - Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2011. ** http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-07/apesar-de-crise-economica-mundial-desigualdade-e-pobreza- diminuem-no-brasil-diz-fgv.

Muito embora o Índice de Gini para o Distrito Federal tenha aumentado de 2004 para 2012 (+ 0,010), houve quedas significativas no Lago Sul e Brasília: (0,114 e 0,065, respectivamente). xiii. Serviços de Infraestrutura Urbana

O Quadro 80 apresenta os dados sobre os serviços de infraestrutura urbana, segundo a CODEPLAN, nas Regiões Administrativas pesquisadas.

Quadro 80: Distribuição dos domicílios (%). Serviços de infraestrutura urbana – 2011. Jardim Botânico São Sebastião Lago Sul (AID) Brasília (AII) (AID) (AID) Abastecimento de Água

Rede Geral 100,0 89,7 98,4 99,7

Poço / Cisterna - 0,8 1,0 0,2

Poço Artesiano - 9,5 0,6* 0,1

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Esgotamento Sanitário

Rede Geral 77,6 4,1 97,4 99,8

Fossa Séptica 22,4 94,9 1,6 0,2

Fossa Rudimentar/outros - 1,0 1,0** -

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

247 Coleta de Lixo

Serviço Limpeza Urbana 100,0 70,6 100,0 93,5

SLU coleta seletiva - - - 6,4

Queimado ou enterrado - - - -

Jogado local impróprio - - 0,2 0,2

Outro destino - 29,4 - 0,1

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011. *Metade deste valor corresponde a caminhões pipa. ** Deste valor, 0,3 pertence à categoria “outros”.

Todas as RA estudadas possuem abastecimento de água oferecido pela rede geral da CAESB próximo de 100%, com exceção do Jardim Botânico (89,7%). No que concerne ao esgotamento sanitário, as RA de São Sebastião e Brasília apresentam resultados para a rede geral acima de 97%. O Lago Sul apresenta apenas 77,6% de esgotamento sanitário através da rede geral, enquanto o Jardim Botânico possui 94,9% de domicílios com fossas sépticas.

Em relação aos resíduos sólidos, o Serviço de Limpeza Urbana – SLU atende 100% do Lago Sul e de São Sebastião, enquanto Brasília tem 93,5% de atendimento e o Jardim Botânico possui apenas 70,6% neste serviço público.

O Quadro 81 apresenta os dados sobre outros serviços de infraestrutura urbana, especificamente sobre asfaltamento, calçada, meio-fio, iluminação pública e rede de drenagem de água pluvial, de acordo com as informações encontradas em documentos da CODEPLAN.

Quadro 81: Distribuição dos domicílios (%) contemplados com outros serviços de infraestrutura urbana – 2011. Jardim Botânico São Sebastião Lago Sul (AID) Brasília (AII) (AID) (AID) Rua Asfaltada 99,6 95,7 97,9 99,5 Calçada 98,7 93,6 96,3 99,3 Meio-fio 97,6 96,5 97,0 98,3 Iluminação Pública 98,9 99,6 98,3 99,4 Rede de Água Pluvial 99,4 95,7 97,9 99,5 Fonte: SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2011.

248 No que diz respeito aos serviços de infraestrutura urbana, as RA pesquisadas possuem percentuais acima de 93% para todos os itens. O resultado mais baixo foi ocorreu em “rua asfaltada” no Jardim Botânico, com 93,6%.

2.3.4. Equipamentos Públicos – EP a) Caracterização Geral dos Equipamentos Públicos Comunitários

Esse item refere-se à caracterização dos Equipamentos Públicos Comunitários – EPC existentes na AID (RA de São Sebastião, Lago Sul e Jardim Botânico), por meio da compilação de dados disponibilizados nos sítios eletrônicos das Secretarias de Estado do Distrito Federal, vistorias in loco, consultas junto às Administrações Regionais e órgãos competentes; e dos projetados para a ADA, definidos a partir do Plano de Uso e Ocupação (Tomo V) do bairro Crixá.

Existentes

• Educação

Os equipamentos de educação existentes na AID são apresentados no Tomo IV e compreendem 2 centros de ensino infantil; 8 centros de ensino fundamental (Foto 33 e Foto 34); 1 centro de ensino médio; 1 centro de atenção integral à criança; 2 centros educacionais; e 13 escolas classe (Foto 35 e Foto 36) (www.se.df.gov.br). Ainda, conforme Ofício nº 479/2014 – GAB/RA – XIV, a RA de São Sebastião informou a existência de 1 campus do Instituto Federal de Brasília – IFB.

Foto 33: Centro de Ensino Fundamental São Foto 34: Centro de Ensino Fundamental Miguel Bartolomeu na RA de São Sebastião. Arcanjo na RA de São Sebastião.

249

Foto 35: Escola Classe Jardim Botânico. Foto 36: Escola Classe 01 SHI-SUL.

• Saúde Os equipamentos de saúde existentes na AID estão apresentados no Tomo IV e se referem a 2 centros de saúde (Foto 37); 1 posto de saúde rural; e 1 unidade de pronto atendimento – UPA (Foto 38) (www.saude.df.gov.br). Além destes, existe mais um posto de saúde, que não foi contabilizado no quantitativo acima, porém foi informado pela RA de São Sebastião por meio do Ofício nº 479/2014 – GAB/RA – XIV.

Foto 37: Centro de Saúde de Brasília nº 05 em Foto 38: Unidade de Pronto Atendimento, localizada reforma, RA do Lago Sul. em São Sebastião.

• Segurança Os equipamentos de segurança pública existentes na AID estão apresentados no Tomo IV, e perfazem total de 6, distribuídos da seguinte forma: 2 Grupamentos Militares dos Bombeiros (Foto 41); 2 Batalhões da Polícia Militar (Foto 39 e Foto 42); 2 Delegacias da Polícia Civil (Foto 40) (www.ssp.df.gov.br).

250

Foto 39: 21º Batalhão de Polícia Militar. Foto 40: 30ª Delegacia de Polícia.

Foto 41: 11º Grupamento de Bombeiro Militar. Foto 42: 5º Batalhão de Polícia Militar.

• Assistência Social A rede de assistência social existente na AID está apresentada no Tomo IV e contempla: 2 Conselhos Tutelares (Foto 45) (www.crianca.df.gov.br); 1 Centro de Referência de Assistência Social – CRAS (Foto 43); e 1 Restaurante Comunitário (Foto 44) (www.sedest.df.gov.br).

Foto 43: Centro de Referência de Assistência Social. Foto 44: Restaurante Comunitário. 251

Foto 45: Conselho Tutelar do Lago Sul.

• Transporte A RA de São Sebastião apresenta um sistema de transporte público de passageiros composto apenas pelo modal rodoviário (ônibus e táxis).

De acordo com o Ofício nº 521/2014-GAB/DFTRANS (Tomo IV), existem 3 linhas do sistema de transporte nos arredores do bairro Crixá que interligam à RA de Brasília, cujo itinerário é apresentado no Quadro 82.

Quadro 82: Linhas de ônibus que atendem a RA de São Sebastião. Linha Nº Itinerário 0.126 Núcleo Bandeirante / São Sebastião (Nova Betânia) 126.2 Núcleo Bandeirante / Nova Betânia (São Sebastião) 0.192 Circular São Sebastião / Nova Betânia (VC 467 – DF140 – BR 251) 192.1 Circular São Sebastião / Nova Betânia (VC 467 – DF140 – BR 251)

• Esporte e Lazer

Os equipamentos de esporte, lazer, cultura e turismo existentes na AID estão apresentados no Tomo IV, conforme descrito nas cartas respostas das RA do Lago Sul, São Sebastião e do Jardim Botânico.

Região Administrativa do Lago Sul A RA do Lago Sul informou por meio do Ofício nº 349/2014 – RA XVI (Tomo IV) que existem 6 pontos de encontro comunitário (PEC) (Foto 48); 5 praças/parque infantil; e como infraestrutura de cultura e lazer, o Centro Comercial Gilberto Salomão, o Parque Ecológico da Ermida Dom Bosco e o Pontão do Lago Sul. 252 Região Administrativa de São Sebastião Por meio do Ofício nº 479/2014 – GAB/RA – XIV (Tomo IV), a RA de São Sebastião informou que apresenta 16 quadras poliesportivas; 1 quadra de grama sintética; 3 quadras de areia; 1 campo sintético; 2 ginásios; 1 vila olímpica (centro olímpico) (Foto 46); 26 kits malhação; 30 parquinhos para crianças; 4 praças; 17 PEC; e 1 pista de skate (Foto 47). Além disso, possui 1 biblioteca e 1 feira livre.

Região Administrativa do Jardim Botânico A RA do Jardim Botânico informou por meio do Ofício nº 503/2014 – GAB/RA – XXVII (Tomo IV) que é formada por condomínios fechados dotados de infraestrutura de esporte e lazer.

Foto 46: Centro Olímpico. Foto 47: Pista de skate.

Foto 48: Ponto de Encontro Comunitário (PEC) na RA do Lago Sul.

253 Projetados

ADA O Quadro 83 caracteriza os EPC projetados para a ADA, constantes no Plano de Uso e Ocupação (Tomo V). Conforme pode ser observado haverá incremento de 19 EPC para a RA de São Sebastião.

Quadro 83: EPC previstos no Plano de Uso e Ocupação do bairro Crixá. Secretarias EPC Previstos Quantidade Esporte – SESP Cetro Olímpico 01 Subtotal 1 01 Desenvolvimento Social e CRAS 01 Transferência de Renda – SEDEST Casa Lar 01 Subtotal 2 02 Transportes – ST Garagem de Ônibus 01 Subtotal 3 01 Cultura – SECULT Centro de Artes e Esportes Unificado – CEU 01 Subtotal 4 01 CAPS II 01 Saúde – SES CEO 01 SAPS 01 Subtotal 5 03 Centro Educacional 01 Centro de Educação Infantil – CEI 02 Educação – SE Centro de Ensino Fundamental 02 Centro de Ensino Médio 01 Escola Classe 01 Subtotal 6 07 Conselho Tutelar 01 Criança – SECriança UAMA 01 Subtotal 7 02 Idoso – SEIdoso Centro de Convivência do Idoso – CCI 01 Subtotal 8 01 EPC Reserva 01 TOTAL 19

254 Considerando que na RA de São Sebastião serão implantados mais 19 EPC na área do bairro Crixá, entende-se que haverá benefício para população dessa RA, pois aumentará dos serviços públicos fornecidos atualmente, o que consequentemente representa um impacto positivo do empreendimento. b) Caracterização Geral dos Equipamentos Públicos Urbanos

Este item refere-se à caracterização dos Equipamentos Públicos Urbanos – EPU existentes nas RA de São Sebastião, Jardim Botânico e Lago Sul (AID), através da compilação de dados disponibilizados oficialmente pelas prestadoras de serviços públicos urbanos e vistorias in loco; e dos projetados para a ADA, definidos a partir do Plano de Uso e Ocupação (Tomo V) do bairro Crixá para os EPU a serem implantados na ADA.

Existentes

• Abastecimento de Água A identificação das estruturas na ADA do bairro Crixá, referentes ao abastecimento de água, reflete a inexistência de redes de abastecimento e equipamentos complementares. Contudo, na AID foram identificadas estruturas componentes da rede de abastecimento de água, segundo SIÁGUA (2013), conforme apresentado no Quadro 84.

Quadro 84: Infraestrutura básica para abastecimento de água. EPU ADA AID Detalhamento Captação de Inexistente Existente 4 Captações Superficiais Água Superficial Captação de Inexistente Existente - Água Subterrânea ETA Lago Sul

UTS Setor Oeste

Unidades de UTS Setor Leste Tratamento de Inexistente Existente UTS Papuda Água UTS Papuda UCP.SSB.020 UCP Morro da Cruz Rede de Sistema Torto/Santa Maria Inexistente Redes e Adutoras Abastecimento Sistema São Sebastião Reservatório Inexistente Existente - Elevatória de Inexistente Existente EAB Cabeça do Veado Água Bruta 255

Sistema Papuda Sistema São Sebastião Sistema Jardim Botânico Figura 75: Mapa de Localização dos poços tubulares profundos da CAESB em áreas urbanas do DF. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha). Fonte: SIÁGUA, 2013.

Captações CAESB Sistema Torto/Santa Maria 16 – Cabeça de Veado Figura 76: Bacias hidrográficas das captações utilizadas pela CAESB para abastecimento público. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha). Fonte: SIÁGUA, 2013. 256

Áreas Atendidas pela CAESB Sistema Torto/Santa Maria Sistema São Sebastião Sistema Torto/Santa Maria Sistema São Sebastião Elevatória de Água Bruta Reservatório Estação de Tratamento de Água Captação Figura 77: Sistema produtor de água no Distrito Federal para atendimento urbano. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha). Fonte: SIÁGUA, 2013.

Foto 50: Taça de reservação de água Foto 49: ETA Lago Sul. temporária. Fonte: < http://www.caesb.df.gov.br>.

257 • Esgotamento Sanitário A ADA não é atendida por qualquer de rede de esgotamento sanitário. Conforme SIESG (2013), ao que tange à AID, apenas a RA de São Sebastião possui sistema de esgotamento sanitário constituído por rede coletora, interceptor, estação elevatória, recalque em rede, ETE e emissário. O Quadro 85 exemplifica as estruturas existentes.

Quadro 85: Infraestrutura básica para esgotamento sanitário. EPU ADA AID Detalhamento Rede de Inexistente Existente - Esgotamento Sanitário EEB 01B – Lago Sul EEB 002 – Lago Sul EEB 04 – Lago Sul EEB 05 – Lago Sul EEB UAR 10 – Lago Sul Estação Inexistente Existente EEB UAR 12 – Lago Sul Elevatória de Esgoto EEB 06 – Lago Sul EEB 08 – Lago Sul EEB 09 – Lago Sul EEB São Sebastião EEB Jardim Botânico

Estação de Tratamento Inexistente Existente ETE São Sebastião de Esgoto

258

Estação de Tratamento de Esgoto – Existente 83 – ETE Condomínio Santa Mônica (fora de operação) Estação Elevatória de Esgoto – Existente e Em projeto 18 – EBB 01B – Lago Sul 23 – EEB UAR 10 – Lago Sul 45 – EEB São Sebastião 46 – EEB Jardim Botânico 19 – EEB 002 – Lago Sul 24 – EEB UAR 12 – Lago Sul (Cond. São Diego) 47 – EEB Condomínio Santa 20 – EEB 04 – Lago Sul 25 – EEB 06 – Lago Sul Mônica 1 (Fora de Operação) 48 – EEB Condomínio Santa 21 – EEB 04 – Lago Sul 26 – EEB 08 – Lago Sul Mônica 1 (Fora de Operação) 22 – EEB 04 – Lago Sul 26 – EEB 09 – Lago Sul 82 – ETE São Sebastião Figura 78: Mapa de localização das ETE e EEB do Distrito Federal. Em destaque, localização aproximada da AID (elipse vermelha). Fonte: SIESG, 2013.

259

Foto 51: ETE São Sebastião. Foto 52: EEB 06 Lago Sul. Fonte: .

• Drenagem Pluvial A ADA não possui rede de drenagem de águas pluviais, enquanto a AID possui sistema de drenagem de águas pluviais implantado, com lançamento dos efluentes no leito do córrego Açude, conforme verificado in loco.

• Gestão de Resíduos Sólidos Não foram identificadas áreas de transbordo na ADA e AID do empreendimento. Entretanto, em alguns pontos das RA de São Sebastião, Lago Sul e Jardim Botânico foram identificadas lixeiras públicas com coleta seletiva, conforme demonstram as Fotos 53 e 54. Importante ressaltar que, de acordo com as informações contidas no sitio eletrônico do SLU (http://www.slu.df.gov.br/gestao-de-residuos/coleta- seletiva.html), a Região Administrativa de São Sebastião possui um ponto de entrega voluntária de resíduos eletrônicos.

Foto 53: Lixeiras de coleta de resíduos recicláveis e Foto 54: Lixeiras de coleta de resíduos orgânicos e eletrônicos na RA do Lago Sul. recicláveis na RA do Lago Sul. 260 • Energia Elétrica e Química Ao que se refere à infraestrutura elétrica, por meio da Carta nº 194/2014 – GRCD-Int (Tomo IV), a CEB informa que há interferências de trechos primários e secundários de redes de distribuição pública urbanas, além de trechos diretamente enterrados de iluminação pública na ADA.

Foto 55: Subestação de energia elétrica da CEB.

Não foram identificadas estruturas de oleodutos, minerodutos ou gasodutos na ADA.

Projetados

ADA O Quadro 86 caracteriza os EPU projetados para a ADA, constantes no Plano de Uso e Ocupação (Tomo V). Conforme pode ser observado haverá incremento de 5 EPU para a RA de São Sebastião.

Quadro 86: EPU previstos no Plano de Uso e Ocupação. Prestadora de Serviço Público Urbano EPU Previstos Quantidade CAESB – Sistema de Abastecimento de Água UTS 01 CAESB – Sistema de Esgotamento Sanitário EEE 01 NOVACAP – Drenagem Pluvial Bacia de Drenagem 03

261 c) Equipamentos Públicos Projetados

O Quadro 87 relaciona os equipamentos públicos previstos para implantação no bairro Crixá.

Quadro 87: Equipamentos públicos previstos no Plano de Uso e Ocupação para o bairro Crixá. Tipo de Secretaria Setorial Quantidade Área Destinada (m2) Equipamento Público Equipamento Público Comunitário – EPC Centro de Educação 02 7.938,865 Infantil – CEI Escola Classe 01 8.772,376 Educação Centro de Ensino 02 15.937,812 Fundamental Centro Educacional 01 10.015,318 Centro de Ensino Médio 01 10.472,894 SAPS 01 5.044,572 Saúde CEO 01 2.736,797 CAPS II 01 2.766,970 UAMA 01 600,000 Criança Conselho Tutelar 01 600,000 CCI 01 747,907 Idoso Casa Lar 01 1.200.000 SEDEST CRAS 01 1.925.500

Cultura CEU 01 7.328,799

Esportes Centro Olímpico 01 7.279,401 Transportes Garagem ônibus 01 10.003,458 Equipamento Público Urbano – EPU Saneamento Básico EEE 01 885.288 UTS 01 1.505.751 Bacia DRN 03 14.374,43 Total 24 112.421,331

262 d) Caracterização Geral dos Equipamentos Públicos

Este item trata da prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário; drenagem de águas pluviais, limpeza urbana, energia elétrica e iluminação pública, telefonia, transporte, educação (escolas públicas), segurança (policiamento e bombeiros) e saúde (hospitais).

Como já tratado no item 2.3.2 deste EIA (Método), as categorizações para a situação dos serviços foram subdivididas em satisfatório, insatisfatório ou não avaliado. As verificações mais frequentes sobre cada um dos serviços públicos foram alocadas conjuntamente. i. Avaliação dos Serviços Públicos no Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID)

O Quadro 88 apresenta as avaliações de 10 serviços no Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID), que são produto da avaliação de campo desenvolvida pelo pesquisador, concomitantemente às respostas dos 25 questionários respondidos por membros das instituições públicas, associações e de moradores. Os comentários pormenorizados sobre cada item são detalhados em seguida.

Quadro 88: Avaliação dos serviços públicos oferecidos no Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião (AID). Análise das saídas de campo realizadas em março de 2014. Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião Serviço Público Avaliações Comentários Frequentes Ocorrências de falta de água com frequência relativa. Corte de água quando Rede de Água e Satisfatório falta energia elétrica. Alguns bairros em São Sebastião ainda não possuem o Esgoto serviço. Queda de energia elétrica frequente em períodos de chuva; instabilidade da Rede Elétrica Insatisfatório rede. Picos de energia ocorrem sobretudo devido a gambiarras (São Sebastião). Não existe em alguns bairros de São Sebastião. Relatados casos de gambiarras. Iluminação Pública Satisfatório Determinados pontos de ruas e estradas são pouco iluminados. Postes com luzes quebradas. Diversas vias não possuem bocas de lobo ou têm equipamentos inadequados; Rede Águas Pluviais Insatisfatório capacidade de escoamento inadequada; diversos pontos de alagamento. São Sebastião possui sistema apenas nas vias principais. Pais precisam matricular seus filhos em outras RA (São Sebastião). Faltam Escolas Públicas Insatisfatório professores; greves frequentes; estrutura física inadequada; escolas são inseguras e mal conservadas; falta transporte escolar. Índice de violência elevado; corpo policial militar insuficiente; policiamento Policiamento e Insatisfatório preventivo quase inexistente; policia concentra atuação em áreas específicas, Bombeiros deixando partes das RA descobertas; cobrança de mais 23 PM (São Sebastião).

Hospitais e Atendimento precário: longas filas; faltam médicos, medicamentos e Insatisfatória equipamentos. Número insuficiente de UPA e postos de saúde. Dependência Postos de Saúde em relação ao Hospital Regional do Paranoá (HRP).

263 Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião Serviço Público Avaliações Comentários Frequentes Telefonia Pública Satisfatório Telefones públicos depredados; manutenção inadequada. Ônibus novos não atendem demanda, não cumprem horário e estão superlotados nos horários de pico; poucos ônibus; paradas de ônibus Transporte Público Insatisfatório depredadas, inseguras, sem sinalização ou estrutura física adequada; algumas rotas foram taxadas de incoerentes. Atrasos na coleta do lixo; parte do lixo é esquecida; problemas com a coleta Limpeza Urbana Satisfatório seletiva.

Na Área de Influência Direta, 6 serviços de um total de 10 receberam avaliação insatisfatória. Seguem abaixo os detalhes pormenorizados destas avaliações:

 Redes de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário – Satisfatório

O Quadro 89 oferece um resumo das informações sobre a produção de água concernente ao ano de 2007, assim como da população total atendida. De acordo com o ZEE-DF, os valores das disponibilidades hídricas dos mananciais consideram aqueles estabelecidos em “outorgas de direito de uso de recurso hídrico”, ao contrário dos valores obtidos através de cálculos hidrológicos. A CAESB não apresenta outorga sazonal (variante durante o ano). O Sistema Santa Maria/Torto, que atende 2 RA estudadas é responsável por 27% da produção de água do Distrito Federal.

Quadro 89: Dados e informações dos Sistemas Produtores de Água do Distrito Federal. População do Subsistema / Disponibilidade Vazão Captada(2) Sistema % DF atendida Manancial Hídrica(1) (1/s) (m3/mês) (%) Torto / Santa Maria Cabeça de Veado 1,2, 3 e 4 (Atende: Brasília, Paranoá, Cruzeiro, Cachoeirinha Santa Lago Sul e Lago Maria 3.361 5.103.310 27 17,99 Norte). Possui vinte e Taquari 1 e 2 Torto quatro (24) no jardim Poços jardim Botânico. Botânico

Poços tubulares São Sebastião 218 399.380 2 3,72 profundos

Fonte: ZEE-df.com.br: Dados e informações dos Sistemas Produtores de Água do Distrito Federa, pag. 25. Legenda: (1) Disponibilidade Hídrica – referência: vazão de outorga. (2) Vazão Captada – referência: média mensal de 2007; (3) População – referência.

264 De acordo com o ZEE-DF, as captações Santa Maria/Torto abastecem as áreas urbanas das RA de Brasília e Lago Sul, entre outras. No ano de 2007 o sistema contava com captações em 36 poços tubulares. Ademais, as captações Cabeça do Veado 1, 2, 3 e 4 complementam o sistema do Lago Sul. O sistema São Sebastião, de menor porte e de característica “tubular profunda” responde pelo abastecimento de 3,7% da população. Salvo o número de poços tubulares profundos, não foram encontrados dados específicos para a RA do Jardim Botânico.

O Quadro 90 traz informações sobre a evolução da demanda na AID entre os anos de 2015 e 2040.

Quadro 90: Evolução das demandas de água para abastecimento na Área de Influência Direta (AID) 2015 – 2040. Aumento % da demanda RA/Ano 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2015-2040 Lago Sul 358 368 371 371 368 364 1,6% Jardim Botânico ------São Sebastião 400 430 447 464 485 498 24,5% Fontes: ZEE-DF: Pag. 49. http://www.zee-df.com.br/Arquivos%20e%20mapas/Volume%20I%20-%20Infraestrutura%20e%20Equipamentos.pdf CAESB, 2007.

De acordo com os dados acima disponibilizados, o aumento da demanda por água nas RA que compõem a AID será de 24,5% para São Sebastião e 1,6% para o Lago Sul. Não há dados para o Jardim Botânico.

O sistema da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Brasília Sul (ETEB – Sul) abrange a totalidade do trecho sul da bacia hidrográfica do lago Paranoá, incluindo a Região Administrativa do Lago Sul (AID) e parte de Brasília (AII) (Asa Sul e Setor de Clubes e Hotéis Sul). Essa ETE opera com aproximadamente 75% de sua capacidade. O atual procedimento de digestão, desidratação e acondicionamento também possui deficiências.

A esse respeito, durante a verificação, os problemas mais importantes descritos tratam de vários trechos com risco de corrosão, além de um pequeno número de segmentos com dificuldades quanto à declividade. As tubulações têm no mínimo 20 anos e a qualidade geral do sistema pode estar precisando de reforma.

265 O sistema da ETE São Sebastião foi arquitetado para acolher à Região Administrativa de São Sebastião e, futuramente, receberá o que for produzido na Região Administrativa do Jardim Botânico. Este sistema possui: rede coletora, interceptores, estação elevatória e a ETE.

A rede de água e esgoto oferecida pela Companhia de Água e Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB foi considerada satisfatória pelos entrevistados. Não obstante, foram verificados diversos problemas como, por exemplo, alto custo de implementação para o consumidor, cobrança inadequada, instalação inadequada da rede, a interrupção habitual.

Em relação ao Lago Sul, 22,4% dos domicílios ainda não tinham acesso ao serviço de esgoto doméstico em 2012. De acordo com o Administrador Regional, em 2013 todos os domicílios estariam atendidos.16 Onde o serviço de esgotamento sanitário existe, devido à desativação obrigatória das fossas sépticas, a população passou pagar o dobro do valor da conta de água. O uso do sistema sem a devida instalação da rede pública tem acarretado o acúmulo de água e detritos, que têm causado mau cheiro e a proliferação de insetos sinantrópicos.17

Muito embora os dados da CODEPLAN apontem que 97,4% dos domicílios de São Sebastião tenha acesso à rede geral do esgotamento sanitário, essa não foi a realidade encontrada e apontada por uma significativa parcela dos entrevistados. Foi informado que esta benfeitoria não alcança a todos e que o serviço é intermitente. Também foi mencionado que frequentemente a rede apresenta vazamentos com consequente mau cheiro e contaminação do ambiente. Bairros novos, decorrentes de ocupações irregulares como o Morro da Cruz, São Gabriel e Vitória não possuem redes de abastecimento de água e esgoto sanitário.

 Rede Elétrica – Insatisfatório

A Companhia Energética de Brasília – CEB detém a permissão para prestar os serviços públicos de energia elétrica e iluminação pública na AID, assim como em todo Distrito Federal.

O Quadro 91 trata do consumo de energia elétrica na AID.

16 http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/06/lago-sul-no-df-tem-22-das-casas-sem-coleta-de-esgoto-mostra- estudo.html 17http://www.lagonoticiasbsb.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=227:lagonorte04&catid=105:marco de2012&Itemid=114 266 Quadro 91: Consumo de energia elétrica, segundo as Regiões Administrativas da AID em 2007. Região Administrativa/Consumo Percentual em Relação ao Total de Energia Elétrica (MWh) Distrito Federal Lago Sul 141.263 3,3 Jardim Botânico - - São Sebastião 61.626 1.4 Total (AID) 202.889 4,7 Distrito Federal 4.292.379 100,0% Fonte: ZEE-DF: Subproduto 3.2. Diagnóstico. http://www.zee-df.com.br/Arquivos%20e%20mapas/Volume%20I%20- %20Infraestrutura%20e%20Equipamentos.pdf

Considerando que as informações para o Jardim Botânico não foram disponibilizadas, o consumo de energia elétrica da AID atinge 4,7% do percentual em relação ao Distrito Federal. A subestação Brasília abrange, dentre outras, o Lago Sul. Ao final do ano de 2008, a subestação Sudoeste passou a atender melhor diversas áreas18, adotando parcela da área atendida anteriormente pela subestação Brasília Norte. A subestação Brasília Geral é responsável por atender parte do Lago Sul. A arquitetura de distribuição da CEB encontra-se, atualmente, interligada a Furnas e é constituída por 31 subestações. A subestação São Sebastião encontra-se na rodovia DF-135, em frente ao Morro Azul. Não foram encontrados dados sobre o consumo de energia elétrica para a Região Administrativa do Jardim Botânico.

A avaliação dos serviços de energia elétrica oferecidos pela Central de Energia de Brasília – CEB conclui que estes são insatisfatórios para as RA da AID.

Segundo jornais, no ano de 2011, os moradores do Distrito Federal arcaram com muitos prejuízos no que diz respeito ao fornecimento de energia elétrica. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, em 2010, aproximadamente 869 mil consumidores permaneceram por mais de 15 horas sem energia elétrica, excedendo ao limite permitido de Durações de Interrupções das Unidades Consumidoras (DEC), que é de 12 horas e 54 minutos.19

18 Cruzeiro, Sudoeste, Buriti e Setor Gráfico 19http://tribunadolagosul.com.br/portal/materia.php?tipo=6F7A63472E52475A4444552D624772766F4D636535444D&site =TribunaSaoSebastiao 267 A CEB20 reconhece que, nos últimos 10 anos, investiu menos recursos que o necessário para o adequado funcionamento da distribuição da energia elétrica. Segundo a empresa, a deterioração das estruturas físicas, o crescimento da demanda no Distrito Federal e a ocorrência de fatores ambientais diversos, é responsável pelo aumento das ocorrências de quedas de energia elétrica em todo o Distrito Federal, inclusive na AID.

Atualmente, o sistema elétrico local é composto por 33 subestações e mais 3 subestações têm previsão de serem construídas.21 2 novas linhas de transmissão também deverão ser instaladas. A CEB informou que é necessário melhorar a rede de distribuição que envia a energia elétrica da subestação até o consumidor. Também reconheceu que o desempenho da prestação do serviço está aquém dos índices aceitáveis pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, pois estão ocorrendo com frequência longos períodos sem energia durante as chuvas. Estas informações condizem com os dados obtidos junto aos meios de comunicação.22

 Iluminação Pública – Satisfatório

As condições da iluminação pública foram consideradas satisfatórias pelos entrevistados e durante a visita de campo. No entanto, várias localidades das AR da AID carecem de iluminação ou possuem iluminação inadequada. Ademais, o serviço de iluminação pública falha no período de chuvas devido à falta de energia elétrica. Existem áreas bastante inseguras tanto pela falta de iluminação pública quanto pela falta de manutenção ou uso de aparelhos inadequados.

No Lago Sul foram encontradas áreas com iluminação pública precária, sobretudo em localidades com terrenos inutilizados. São Sebastião está entre as Regiões Administrativas com o maior número invasões de áreas públicas, processo que envolve, inclusive, o uso de energia retirada da iluminação pública, comprometendo o serviço público. Novamente, foram citados os bairros Morro da Cruz, São Gabriel e Vitória. Houve relato de casos de gambiarras instaladas nestas áreas e que contribuíram para aumentar os picos de energia.

20 http://correiodesantamaria.com.br/?p=18721. Dia 22 do mês de fevereiro de 2011. 21 Hípica, Riacho Fundo e Samambaia Oeste. 22 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/11/14/interna_cidadesdf,278455/moradores-do-lago-sul- ficam-cerca-de-cinco-horas-sem-energia-eletrica.shtml http://diariodeitapoa.com.br/variedades/2721-moradores-de-itapoa-sem-energia-eletrica.html 268  Rede de Drenagem de Águas Pluviais – Insatisfatório

A rede de drenagem de águas pluviais foi considerada insatisfatória. Os dados da CODEPLAN indicam que mais de 95% das residências da AID têm acesso à rede de água pluvial. No entanto, os entrevistados e outras fontes secundárias apontam que parcela substancial do fluxo das águas pluviais não é recolhido pela rede em razão de: bocas de lobo inexistentes ou incapazes de reter o fluxo pluvial. Em outros casos, as bocas de lobo não recebem a devida manutenção e permanecem entupidas. Logo, alagam e enlameiam as vias, ampliando o risco de acidentes.

Em São Sebastião a situação é mais complicada. Foi informado que apenas as ruas e avenidas principais possuem rede de águas pluviais. Além disso, foi indicado que existe no Centro, na Rua 48 e na Avenida São Sebastião, próximo ao supermercado Santa Felicidade, a ocorrência de alagamentos que prejudicam a passagem de veículos e pedestres. A situação piora nas vias secundárias e terciárias, onde não existem quaisquer equipamentos de coleta, escoamento, amortização e recepção das águas pluviais.

 Escolas Públicas – Insatisfatório

As escolas públicas que atendem à AID estão em condições insatisfatórias. Assim como em todo o Distrito Federal, sofrem com a falta de professores e também têm infraestrutura inadequada e insegura. Em relação à segurança nas unidades de ensino, são comuns as notícias de violência dentro das escolas e do tráfico de drogas nas imediações.

É importante ressaltar que as escolas públicas do Lago Sul não atendem às famílias da respectiva RA. Ao contrário, o Lago Sul recebe, em sua maioria, crianças de São Sebastião e Paranoá. Salvo as questões acima mencionadas, que afetam tanto o Distrito Federal quanto ao Brasil, as escolas destas RA foram bem avaliadas. Apenas São Sebastião, com suas 9 escolas públicas e que concentra as crianças residentes nessa RA, teve a avaliação significativamente pior.

As escolas públicas de São Sebastião são insuficientes para atender à sua população e, por isso, os pais que residem nessa RA necessitam procurar escolas em outras RA para matricularem seus filhos. Também, a oferta local concentra-se no ensino médio com a Escola São Francisco (CED 2). Também existe dependência em relação à Escola Classe Jardim Botânico que, apesar do nome, está situada na Região Administrativa do Lago Sul.

269  Policiamento – Insatisfatório

O serviço de policiamento na AID foi considerado insatisfatório. Em diversas localidades não existe posto policial. Ainda, as rondas não abordam diversas áreas conhecidas por situações de ilicitudes. De modo geral, a polícia demora a responder as denúncias ou simplesmente não aparece para averiguar.

O Lago Sul possui 1 Delegacia de Polícia Civil, 2 Batalhões de Polícia Militar e 4 Postos Avançados. São Sebastião possui 1 Batalhão de Polícia Militar e 1 Delegacia de Polícia Civil. Não foram encontrados dados sobre esse tema da segurança pública para o Jardim Botânico.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, desde meados de 2011, 4 Regiões Administrativas, dentre essas o Lago Sul, permaneceram mais de 1 ano sem registrar mortes violentas. Naquela ocasião, o Lago Sul, já apresentava um período que ultrapassava 2 anos sem homicídios.23 No entanto, estes e outros dados oficiais não condizem com as informações obtidas junto à população e às associações durante as entrevistas. Os residentes têm sofrido assaltos e sequestros relâmpago em outras RA, os quais são registrados na RA onde ocorreu o fato.

Em São Sebastião foi destacado que o índice de violência está elevado e o corpo policial militar é insuficiente para o atendimento tempestivo, tendo sido solicitado ao Conselho de Segurança o reforço de 23 policiais militares ao efetivo.

 Hospitais e Postos de Saúde – Insatisfatório

Os serviços de hospitais e postos de saúde na AID foram considerados insatisfatórios. As 3 RA que compõem a AID não têm hospitais (públicos e particulares) e postos de saúde suficientes para atender a demanda da população. Isso ocorre porque, em todos os casos, os equipamentos atendem também outras Regiões Administrativas. O Lago Sul possui apenas hospitais particulares (Hospital Brasília e Daher) e utiliza a estrutura de hospitais públicos encontrada na Asa Sul. São Sebastião utiliza o Hospital Regional do Paranoá, assim como os postos de saúde situados no Lago Sul e Paranoá, uma vez que sua Unidade de Pronto Atendimento – UPA e os postos de saúde não atendem adequadamente a demanda.

23 http://www.df.gov.br/noticias/item/2332-gdf-divulga-dados-criminais.html 270 Para todo o Distrito Federal, é comum faltarem médicos, sobretudo determinados especialistas. Noutros casos, existem médicos no quadro, mas não estão disponíveis em diversos horários. O salário na faixa dos R$ 15.000,00 não tem sido suficiente para manter os médicos na rede pública. Os melhores salários da rede particular, a precariedade dos serviços na rede pública e a baixa qualidade instalações foram colocadas como principais razões para a migração ao setor privado de saúde. De modo geral, não há certeza de atendimento de todos os cidadãos. Há relatos de falta de medicamentos em quantidades suficientes e de equipamentos que não funcionam devido à inexistência de assistência técnica ou precariedade das instalações.

São Sebastião possui apenas 1 Posto de Saúde e 1 Unidade de Pronto Atendimento – UPA, infraestrutura muito aquém da necessária. Foi bastante ressaltado que, no que concerne à saúde, existe uma dependência preocupante em relação ao Hospital Geral do Paranoá e do Hospital de Base.

Importante destacar que durante o processo de Orçamento Participativo ocorrido em 2013 foi proposta a destinação de verba para a construção de um hospital em São Sebastião. Muito embora essa proposta tenha sido aprovada pela ampla maioria dos representantes, o Governo do Distrito Federal apontou ter outras prioridades planejadas e não a considerou.

 Telefonia Pública – Satisfatório

Os serviços associados aos equipamentos de telefonia pública na AID, oferecidos pela Brasil Telecom, foram avaliados como satisfatórios. Porém, foi verificado que, em algumas áreas, os telefones públicos inexistem ou estão quebrados. Outro aspecto negativo refere-se à parte desses telefones públicos estarem instalados em áreas pouco iluminadas e inseguras.

Dados nacionais ajudam a perceber a situação que também ocorre nas RA estudadas. Fontes secundárias apontam que os dados de tráfego estão em declínio em todo Brasil. Entre janeiro de 2006 a outubro do ano de 2009, a quantidade mensal de minutos gastos em telefonia pública tem despencado. A explicação está na popularização dos telefones móveis, tornando os orelhões quase que obsoletos nos grandes centros urbanos. Como exemplo, em 2004, 42% da população do Brasil (menos São Paulo) utilizava telefonia pública e somente 61% possuía telefone celular. No ano de 2010, somente 4% utilizava orelhões todos os dias e 82% já possuíam o aparelho. Em decorrência disso, boa parte da planta de telefones públicos encontra-se praticamente inutilizada.24

24 http://www.teletime.com.br/12/2010/orelhoes-na-berlinda/tt/216956/revista.aspx 271 Pode-se afirmar que os serviços envolvendo a rede de celulares recebe uma série de críticas tanto sobre o sinal (qualidade do serviço) quanto no que diz respeito aos preços. Este é o motivo pelo qual as empresas do setor de telefonia móvel estejam entre as primeiras em reclamações junto aos órgãos de defesa do consumidor. De todo modo, esta crítica precisa ser relativizada, pois é neste contexto que o serviço de telefonia foi caracterizado como satisfatório.

 Transporte Público – Insatisfatório

No que diz respeito ao transporte público, é importante mencionar que o deslocamento no Distrito Federal comporta-se de maneira eminentemente pendular. Em horários específicos ocorrem picos marcados pela concentração em determinadas vias que tendem à saturação. Seguem no Quadro 92 informações sobre os principais destinos das viagens diárias feitas por pessoas situadas nas Regiões Administrativas que compõem a Área de Influência Direta.

Quadro 92: Principais Destinos das Viagens Diárias segundo as Regiões Administrativas – 2000 (viagens em um dia útil do mês de novembro – 2000) 1º 2º 3º 4º 5º Subtotal Brasília Lago Sul São Sebastião Paranoá Guará Lago Sul (76,1%) (37,2%) (16,2%) (11,0%) (7,5%) (4,2%) Jardim Botânico ------São Sebastião Brasília Lago Sul Guará Candangolândia São Sebastião (96,0) (61,7) (19,6) (13,2) (1,5) (0,8) Fonte: ZEE-DF: Matriz de Origem e Destino de viagens. Tabela 67 Pag. 174. http://www.zee-df.com.br/Arquivos%20e%20mapas/Volume%20I%20-%20Infraestrutura%20e%20Equipamentos.pdf.

A Região Administrativa de Brasília é o principal destino da maioria relativa das viagens feitas por residentes do Lago Sul (37,2%). Em segundo lugar estão as viagens dentro do próprio Lago Sul (16,2%) e para São Sebastião (11,0%). No caso de São Sebastião, a maioria absoluta das principais viagens são feitas dentro desta Região Administrativa. Em segundo, vêm as viagens para o Lago Sul (19,6%) e, em seguida, para Brasília (13,2%). Vale ressaltar que não foram disponibilizados dados concernentes à Região Administrativa do Jardim Botânico.

O serviço de transporte público oferecido foi considerado insatisfatório. Foram comuns relatos de que são impróprios, intermitentes, repletos de atrasos. Diversas falhas na rede e na logística implicam no gasto de horas para atravessar trechos relativamente curtos. Em alguns casos, o trajeto entre 2 RA precisa ser realizado com a utilização da rodoviária, acrescendo significativamente no tempo de percurso e encarecendo o deslocamento. 272 Quando existe uma ligação direta, a quantidade de carros e horários é significativamente pequena, reduzindo as opções dos usuários deste serviço. Muito embora o Governo do Distrito Federal tenha se empenhado em resolver o problema, melhoras significativas (aumento da frota, novos carros, mais linhas, modificações na logística, etc.) devem ser perceptíveis apenas ao final de 2014.

Foram identificadas nas 3 Regiões Administrativas estudadas situações onde os usuários precisam se deslocar por grandes distâncias de suas residências ou locais de trabalho até os pontos de ônibus mais próximos. As paradas frequentemente não têm a estrutura física adequada para proteger os usuários do sol e chuva intensos (abrigo). Em outras situações faltam assentos, lixeiras e iluminação adequados.

Ainda existem locais onde apenas um poste com uma placa identifica o ponto de ônibus. Diversas áreas carecem de faixas de pedestre e passarelas, entre outras melhorias. Em contrapartida, algumas paradas de ônibus foram contempladas com projetos artísticos, culturas e tecnológicos como acesso à internet. No entanto, nenhuma das RA da Área de Influência Direta estão inseridas nesses projetos.

Ainda sobre São Sebastião, cabe ressaltar que os ônibus novos (menores) simplesmente não atendem à demanda da população, em especial a linha 147.2, que segue para a W3 Sul e a linha 197.3, que não aparenta “fazer sentido” para alguns dos entrevistados. Apesar das mudanças, os ônibus continuam superlotados nos horários de pico, não cumprem seus horários e passam em intervalos muito grandes.

 Serviços de Limpeza Urbana – Satisfatório

A coleta de lixo oferecida pelo Serviço de Limpeza Urbana – SLU foi considerada satisfatória pelos entrevistados. Apesar da avaliação positiva, foram mencionados problemas com as empresas prestadoras do serviço de coleta de resíduos sólidos em todo o Distrito Federal.

Diversas Regiões Administrativas não possuem lixeiras púbicas em quantidade suficiente para atender a população de forma satisfatória. Parcela dos resíduos sólidos proveniente dos estabelecimentos comerciais é constantemente disposto no solo/piso ou em terrenos desocupados. No período de chuvas, o resíduo que não é devidamente acondicionado é lixiviado, deixando rastros de sujeira e entupindo bocas de lobo. Existem diversos depósitos clandestinos de resíduos sólidos que são costumeiramente utilizados para despejar, principalmente, resíduos da construção civil e de demolições.

273 Foram apresentadas dúvidas e reclamações acerca da coleta seletiva dos resíduos sólidos, que abrangem a falta de informação e coordenação desse serviço. Muitos moradores questionaram as dificuldades de separar e disponibilizar os resíduos sólidos para coleta em dias e horários diferentes. De modo geral, tem sido questionado se esta política pública de fato funciona da forma como foi implementada, “da noite para o dia” no Distrito Federal. ii. Avaliação dos Serviços Públicos em Brasília (AII)

Segue no Quadro 93 as 13 avaliações realizadas sobre os 10 serviços públicos oferecidos em Brasília.

Quadro 93: Avaliação dos serviços oferecidos em Brasília (AII). Análise das Saídas de campo em outubro e novembro de 2012. Brasília (AII) Serviço Público Avaliações Comentários Frequentes Rede de Água e Esgoto Satisfatório É comum esgoto entupir e causar odores. Rede Elétrica Insatisfatório Queda de energia frequente quando chove; instabilidade da rede. Iluminação Pública Satisfatório Diversas áreas são pouco iluminadas.

Bocas de lobo inadequadas; capacidade de escoamento insuficiente; Rede Águas Pluviais Insatisfatório diversos pontos de alagamento.

Faltam professores; estrutura física ruim; escolas são inseguras e mal Escolas Públicas Insatisfatório conservadas; falta transporte público para as crianças.

Policiamento e Bombeiros Insatisfatório Comércios locais assaltados com frequência; sequestros relâmpago.

Algumas áreas não possuem postos de saúde e hospitais próximos; Hospitais e Postos de Saúde Insatisfatória faltam médicos.

Telefonia Pública Satisfatório Uso de celulares reduziu a necessidade de fones públicos.

Ônibus frequentemente atrasados e lotados; paradas de ônibus não Transporte Público Insatisfatório têm estrutura física adequada.

Locais inadequados para a coleta dos resíduos sólidos, problemas Limpeza Urbana Insatisfatório com as empresas operadoras do serviço de coleta; resíduos sólidos arrastados; dificuldades em implementar a coleta seletiva.

No que diz respeito a Brasília, 7 serviços de um total de 10 receberam avaliação insatisfatória. Seguem abaixo os detalhes pormenorizados destas avaliações:

274  Redes de Água e Esgoto – Satisfatório

O sistema de abastecimento de água Santa Maria/Torto, dentre diversas outras RA, atende também Brasília. É responsável por 27% da produção de água do Distrito Federal e, para atender a demanda durante os períodos de seca, é efetuada a transferência de vazões do sistema Descoberto, com valores médios de 470 L/s. O Quadro 94 traz informações sobre a evolução da demanda hídricas na AID entre os anos de 2015 e 2040.

Quadro 94: Evolução das demandas de água para abastecimento no Brasília. Aumento % da Demanda: RA/Ano 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2015-2040 Brasília 1.513 1.596 1.646 1.681 1.707 1.726 14,0% Fontes: ZEE-DF: Subproduto 3.2 – Relatório do Diagnóstico. Tabela 20. Pag. 49.

De acordo com o Quadro 94 haverá aumento de 14% na demanda por água na Região Administrativa de Brasília entre os anos de 2015 e 2040, caso as projeções de crescimento populacional concretizem-se.

No que se refere ao esgotamento sanitário, Brasília é atendida pelo sistema da ETE Brasília Sul (ETEB – Sul), que incluí a Asa Sul e o Setor de Clubes e Hotéis Sul; e ETE Brasília Norte (ETEB – Norte), que atende a região norte do Plano Piloto, incluindo Asa Norte, Vila Planalto e Setor de Clubes e Hotéis Norte. O lançamento final do efluente tratado é realizado no leito do lago Paranoá.

O serviço de água e esgoto foi considerado satisfatório para a Região Administrativa de Brasília, mas foi informado ser relativamente comum o entupimento da rede de esgotos e a falta água relacionada às alterações do sistema. Foi ressaltado que a ampliação do sistema não acompanha a expansão populacional na área urbana.

 Energia Elétrica – Insatisfatório

A RA de Brasília é atendida pela Subestação Paranoá. No Quadro 95 são apresentados os totais e percentuais do consumo de energia elétrica em 2007.

275 Quadro 95: Consumo de energia elétrica, segundo as Região Administrativa de Brasília em 2007. Região Administrativa/Consumo de Energia Elétrica Percentual em Relação Total (MWh) ao Distrito Federal (%) Brasília 1.586.289 37,0 Distrito Federal 4.292.379 100,0 Fonte: ZEE-DF: Subproduto 3.2 – Relatório de Diagnóstico. Tabela 56, pag. 140.

A Região Administrativa de Brasília é responsável por 37,0% do consumo de energia elétrica do DF, enquanto é responsável por 8,3% da população total residente.

A serviço de energia elétrica foi considerado insatisfatório em Brasília. Os problemas enfrentados são praticamente os mesmos já mencionados para a AID. A atual precariedade da estrutura e a instabilidade da rede estão entre os aspectos mais citados. Foi relatado que, mesmo quando não chove, são comuns as oscilações no sistema elétrico. Também são frequentes os casos de danos a equipamentos eletrônicos de comerciantes e moradores. Essa instabilidade do sistema elétrico é regularmente percebida como fato recorrente “em todo lugar”.

 Iluminação Pública – Satisfatório

As condições da iluminação pública em Brasília são consideradas satisfatórias. No entanto, cabe ressaltar que, apesar dos investimentos relativamente recentes, alguns pontos, sobretudo aqueles compostos por terrenos vazios, carecem de iluminação ou possuem iluminação inadequada. O serviço também falha devido à falta de energia elétrica que ocorre comumente durante o período de chuvas. Noutros locais, as lâmpadas existentes são fracas ou estão queimadas, situação que prejudica a mobilidade noturna e a segurança dos pedestres que utilizam transporte público. Parte destes problemas foi resolvida pela Operação Cidade Limpa, que limpou algumas áreas e trocou lâmpadas dos postes, dentre outras ações.25

 Rede de Drenagem de Águas Pluviais – Insatisfatório

A rede de águas pluviais que opera em Brasília foi considerada insatisfatória. Fontes secundárias apontam que parcela substancial do fluxo das águas pluviais não é recolhido pela rede por diversas razões: inexistência das bocas de lobo ou incapacidade das mesmas de reter o fluxo pluvial. É importante colocar, por exemplo, que diversos pontos da Asa Norte não possuem bocas de lobo em número adequado26. Uma parcela das bocas de lobo fica entupida, prejudicando a coleta de água, causando buracos no asfalto, aumentando o risco de acidentes e atrapalhando a circulação de pessoas e automóveis.

25 http://governo-df.jusbrasil.com.br/politica/103401512/operacao-cidade-limpa-em-brasilia 26 http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2011-10-14/cidades/5686/MUTIR%C3%83%C6%92O-RECOLHE- ENTULHOS-E-LIMPA-BUEIROS-NA-ASA-NORTE.pnhtml 276  Escolas Públicas – Insatisfatório

As escolas públicas que atendem Brasília estão em condições insatisfatórias.27 Assim como em todo Distrito Federal, estas escolas também sofrem com a falta de professores28, constantes greves e com a infraestrutura inadequada para acomodar todos os alunos.29

Também é prejudicada pela insegurança que afeta os discentes e frequentadores. A pesquisa documental encontrou casos de acidentes e de brigas dentro destes estabelecimentos. Estudos informais indicam que parcela significativa dos alunos matriculados nestas escolas não são de Brasília, mas sim de outras RA.

 Policiamento e Bombeiros – Insatisfatório

O serviço de policiamento na Região Administrativa de Brasília é insatisfatório. A população também sofre com extensas áreas onde o policiamento não consegue abarcar, uma vez que em diversas localidades não existe posto policial, nem recebe policiamento ostensivo.30 Mesmo aquelas áreas cobertas pela Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF sofrem com a demora desta instituição em atender à demanda. São frequentes as reclamações de comerciantes em relação às ocorrências de roubos, furtos e arrastões na área central – Asa Sul e Asa Norte. O serviço desempenhado pelos bombeiros, por sua vez, foi considerado satisfatório.

 Hospitais e Postos de Saúde – Insatisfatório

Os serviços oferecidos pelos hospitais e postos de saúde na AII foram considerados insatisfatórios. Tanto as entrevistas quando as análises de fontes secundárias indicam que os hospitais de Brasília não são suficientes para atender a demanda local, que é incrementada, inclusive, por outros Estados, como Goiás e Bahia.31 Estes equipamentos atendem também outras RA e diversos núcleos rurais que não possuem alternativas local para o atendimento, fato que complica a situação geral dos estabelecimentos.

27 http://www.destakjornal.com.br/noticias/brasilia/tcdf-revela-situacao-precaria-de-escolas-publicas-65396/ 28 http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/03/greve-dos-professores-da-rede-publica-do-df-fecha-649-escolas.html 29 http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/07/auditoria-indica-que-87-das-escolas-publicas-do-df-precisam-de- reparos.html 30 http://diariodocongresso.com.br/novo/2011/09/22/entidades-apontam-falta-de-iluminacao-calcadas-e-policiamento-para- a-copa/ 31 http://www.estacaodanoticia.com/index/comentarios/id/28897 277 Assim como para todo o Distrito Federal, é comum faltarem médicos. Noutros casos, os médicos não estão disponíveis em determinados dias e horários.32 Foi mencionado que a falta de medicamentos em quantidades suficientes é recorrente.33 Vários equipamentos não funcionam de forma adequada devido à falta de suporte ou precariedade da infraestrutura.

 Telefonia Pública – Satisfatório

Os serviços de telefonia pública em Brasília, oferecidos pela Brasil Telecom, foram avaliados como satisfatórios. Os principais problemas encontrados foram os mesmos para a Área de Influência Direta, assim como em todo o Distrito Federal. Em algumas áreas os telefones públicos encontram-se em lugares inseguros ou estão quebrados. Assim como na AID, os serviços envolvendo a rede de celulares recebe uma série de críticas tanto sobre o sinal (qualidade do serviço) quanto no que diz respeito aos preços e a manutenção da rede.

 Transporte Público e Sistema Viário – Insatisfatório

No Quadro 96 são apresentados os principais destinos das viagens diárias para a RA de Brasília.

Quadro 96: Destinos das Viagens Diárias da Região Administrativa de Brasília – 2000 (viagens em um dia útil do mês de novembro – 2000). RA Brasília (Origem) 1º 2º 3º 4º 5º Subtotal Brasília Lago Sul São Sebastião Jardim Botânico Outros Percentual por destino (100,0%) (54,1%) (2,6%) (1,2%) (-) (42,1%) Fonte: CODEPLAN – Pesquisa Origem-Destino Domiciliar – 2000.

A maioria absoluta das viagens diárias realizadas por residentes da Região Administrativa de Brasília são direcionados a esta mesma. Dentre as AR da AID, em segundo lugar vem a Região Administrativa do Lago Sul (2,6%), seguida por São Sebastião (1,2%). Não foram encontrados dados para a RA do Jardim Botânico. Os dados acima demonstram que o impacto percentual de Lago Sul e São Sebastião em termos de destinos de viagens diárias é relativamente pequeno (3,8%).

32 http://www.direitoshumanos.etc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8564:espera-sofrida-nos-hospitais- de-brasilia&catid=45:direito-a-saude&Itemid=226 33 http://mais.uol.com.br/view/99at89ajv6h1/hospitais-publicos-de-brasilia-sofrem-com-falta-de-medicos- 04024E99396ED0C12326?types=A 278 O serviço de transporte público oferecido foi considerado inadequado. Os defeitos basilares do sistema de transporte coletivo contemporâneo consistem na baixa qualidade do serviço prestado, preço elevado, problemas de logística, falta de carros, excesso de passageiros em determinados horários, ônibus quebrados, ausência de aparelhamentos adaptados, descumprimento dos serviços determinados, baixa qualidade profissional dos recursos humanos, dentre outras.

Além disso, é relevante destacar a notória dificuldade para promover a total integração do sistema. Mais especificamente, o fluxo de usuários é prejudicado pela combinação entre o diminuto número de carros e linhas, combinado com a baixa qualidade dos equipamentos e recursos humanos em um cenário onde existe um trânsito intenso nas principais vias que dão acesso e saída de Brasília, sobretudo nos horários de pico.

 Serviços de Limpeza Urbana – Insatisfatório

A coleta de resíduos sólidos oferecida pelo SLU na RA Brasília foi considerada insatisfatória. É comum encontrar resíduos sólidos não coletados em terrenos baldios ou em construções que, muitas vezes, são administradas pelo próprio GDF. Durante os anos de 2012 e 2013, devido a problemas nas empresas, os resíduos sólidos não eram coletados na data acordada.

Nos períodos de chuva, os resíduos sólidos depositados em locais inadequados são lixiviados. Foi indicado que existem diversos depósitos clandestinos (L4 Sul, próximo à embaixada da China, invasão do Senado, nas proximidades do Parque da Cidade, próximo ao CCBB, dentre outros). Finalmente, a coleta seletiva ainda traz muitas dúvidas em relação à sua pertinência e aplicabilidade. Alguns entrevistados ressaltaram que os resíduos sólidos estão sendo misturados novamente, devido à falta de capacitação e infraestrutura das próprias empresas para desenvolver esse trabalho. Além disso, as quadras residenciais com habitação multifamiliar deveriam receber recipientes (contêineres) corretos para abrigar os resíduos seco.

2.3.5. Considerações

O efeito do bairro Crixá sobre a população residente na AID, principalmente em São Sebastião, conclui que, em princípio, tende a ter caráter negativo caso permaneçam as condições atuais de infraestrutura e da prestação de serviços públicos. O Distrito Federal é afetado pela expansão imobiliária, decorrente do crescimento urbano desorganizado e irregular, que contribuiu com as deficiências crônicas e generalizadas nos serviços públicos e na mobilidade urbana. 279 Porém, não se deve avaliar as propostas de habitação com base apenas nos aspectos supracitados, pois também deve ser considerado o fato de que parcela da população, em especial aquela composta por habitantes enquadrados na classe de baixa renda econômica, enfim, terá acesso ao direito à habitação, garantido pela Constituição Federal. A providência correta para evitar, minimizar ou reverter os impactos negativos é adequar os serviços públicos e a infraestrutura urbana à demanda atual e futura.

Quando analisada a questão da densidade populacional, percebe-se que o somatório entre a AII e a AID indica uma classe de densidade baixa. A AID sozinha também se encontra na classe de baixa densidade. Isso indica que a área pode receber novos residentes.

A análise socioeconômica indicou a existência de duas realidades sociais distintas, conforme indicou o IDH, o Índice de Gini, a renda familiar e per capita, a escolaridade outros parâmetros avaliados. Enquanto o Lago Sul, Jardim Botânico e Brasília possuem índices relativamente elevados, São Sebastião apresenta níveis abaixo da média do Distrito Federal, resultado que aponta a existência de diversas fragilidades e problemas sociais que afetarão a vida dos moradores do bairro Crixá. Esta situação pode ser resolvida, em curto e médio prazo, apenas com a ação do Estado no sentido de oferecer maior suporte institucional a esta comunidade e melhorar a infraestrutura urbana.

Dados sobre trabalho e transporte demonstram dependência significativa das RA da AID (Lago Sul, Jardim Botânico e São Sebastião) em relação à AII (Brasília). Este fato compromete a qualidade de vida de atuais e futuros residentes, caso projetos como o supracitado sejam implementados sem que os devidos investimentos públicos em serviços e equipamentos sejam adequadamente executados para lhes atender.

Os dados sobre a infraestrutura urbana (calçada, meio-fio, iluminação pública), apresentaram percentuais acima de 90%, indicando, em princípio, boa capacidade para absorver novos usuários. No entanto, as entrevistas e o trabalho de campo encontram outra realidade, que se desenvolve muito mais rapidamente do que os documentos oficiais conseguem estimar e apresentar. Este EIA aponta também que 6 dos 10 serviços públicos avaliados pelos entrevistados (rede elétrica, águas pluviais, educação, segurança, saúde e transporte) na AID foram considerados insatisfatórios. Em Brasília, a avaliação foi ainda pior, com 7 dos 10 serviços públicos (rede elétrica, águas pluviais, educação, segurança, saúde, transporte e limpeza urbana) sendo considerados insatisfatórios.

280 Tanto o bairro Crixá quanto outros projetos habitacionais similares implicam em mais pressão sobre os equipamentos públicos existentes, já considerados defasados. Sendo assim, apenas se amparado por políticas públicas adequadas, a AID tem condições potenciais de absorver a demanda que será criada. Estas afirmações servem também para as estruturas de água, esgoto, energia elétrica, transporte público e policiamento, dentre outros. Cabe destacar também que este não é o único empreendimento imobiliário do mesmo tipo em São Sebastião, reforçando a necessidade de se adotar medidas mitigadoras.

Portanto, a implantação do programa habitacional proposto deve ser acompanhada de ampliação e melhoria da infraestrutura urbana para propiciar à nova comunidade e àquela já ocupante de São Sebastião condição de vida satisfatória.

A simples execução do projeto habitacional proposto (bairro Crixá) sem os devidos cuidados resultará na deterioração de equipamentos públicos que já operam abaixo dos padrões mínimos de qualidade, impactando negativamente na qualidade de vida dos atuais e futuros residentes. Desta forma, conclui-se que o bairro Crixá incorrerá em impacto positivo somente se políticas públicas conduzirem à melhoria dos serviços estatais na AID também. Para que isso ocorra de maneira apropriada, é preciso que, além das medidas de controle apresentadas neste EIA, o Estado reforce a infraestrutura, otimize e qualifique os recursos humanos associados aos serviços públicos.

2.3.6. Uso e Ocupação do Solo

O uso e a ocupação do solo atual na ADA, segundo levantamento efetuado em imagens de satélite, está apresentado no Quadro 97.

281 Quadro 97: Distribuição das classes de uso e ocupação do solo da ADA do bairro Crixá. Classe Área Perímetro Hectares Descrição SIL 6.538,797 405,157 0,65 Silvicultura FSCRA 145.231,587 3.647,920 14,52 Formação Savânica – Cerrado Ralo Antropizado AAPAADPP 266.982,798 18.648,173 26,69 Área Antropizada Oriunda de Atividade Agropecuária de Pequeno Porte AAPUEIE 38.212,438 6.496,011 3,82 Área Antropizada Oriunda de Ocupação Urbana e/ou Implantação de Infraestrutura AD 88.374,031 18.400,766 8,83 Área Degradada e/ou Solo Exposto AG 235,366 85,270 0,02 Lago/Lagoa/Represa AV 28.466,595 5.718,463 2,84 Vegetação Lenhosa Predominantemente Exótica ED 7.535,727 2.189,981 0,75 Edificação e/ou Infraestrutura Agropecuária FFC 122.357,155 2.406,990 12,23 Formação Florestal – Cerradão FSCTA 90.137,185 2.747,129 9,01 Formação Savânica – Cerrado Típico Antropizado VAE 19.958,762 1.080,142 1,99 Vegetação Arbustiva Exótica VP 11.334,309 3.143,294 1,13 Via Pavimentada

A classe silvicultura (SIL), que ocupa 0,79% da ADA, é formada por Eucalipto (Eucalyptus urograndis). A classe AV, relativa a 3,44% da ADA, é composta por vegetação lenhosa predominantemente exótica ao Cerrado, enquanto a classe VAE, correspondente a 2,41% da ADA é formada por vegetação arbustiva também exótica ao Cerrado.

282 A área antropizada oriunda de atividade agropecuária de pequeno porte, pertencente à classe AAPAADPP, ocupa a maior parcela da ADA, referente a 32,36% de seus limites, ao tempo em que a edificação e/ou infraestrutura agropecuária (classe ED) ocupa 0,91% da ADA. Já a área antropizada oriunda de ocupação urbana e/ou implantação de infraestrutura (classe AAPUEIE) abrange 4,63% da Área Diretamente Afetada. A classe AG refere-se a um reservatório artificial de água que ocupa 0,03% da ADA, em seu trecho oeste. As vias pavimentadas (classe VP) representam 1,37% da ADA e as áreas degradadas ou com solo exposto às intempéries (classe AD) reúnem 10,71%.

A vegetação nativa remanescente está distribuída nas classes: FSCRA (Formação Savânica – Cerrado Ralo Antropizado), com 17,60%; FFC (Formação Florestal – Cerradão), com 14,83%; FSCTA (Formação Savânica – Cerrado Típico Antropizado), com 10,92%.

2.3.7. Estudo de Tráfego

O Relatório de Impacto no Trânsito – RIT do bairro Crixá está em elaboração e será protocolado junto ao Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal – DER/DF e ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal – DETRAN/DF, órgãos que possuem a competência de exercer, em caráter privativo, as atividades relacionadas ao planejamento, expansão, manutenção, conservação, operação, fiscalização e monitoramento do Sistema Rodoviário do Distrito Federal.

2.4. Cartografia

A cartografia deste EIA segue no TOMO III – MAPAS.

283 3. ALTERNATIVAS PARA O BAIRRO CRIXÁ

3.1. Urbanismo

3.1.1. Avaliação do Plano de Ocupação Urbana

Os dados apresentados neste capítulo foram compilados a partir da cópia parcial e interpretação dos seguintes documentos: Diretrizes Urbanísticas, elaboradas e aprovadas pela Gerência de Estudos Territoriais – GETER/ DIPLU/SUPLA/SEDUMA em junho de 2009; Estudo Urbanístico nº 03/2012, elaborado e aprovado pela SEDHAB em abril de 2012; Plano de Uso e Ocupação elaborado pela empresa Topocart. a) Diretrizes Urbanísticas

Em cumprimento às prerrogativas estabelecidas para Gerência de Estudos Territoriais – GETER/DIPLU/ SUPLA/SEDUMA, em junho de 2009 foram determinadas as diretrizes urbanísticas do Setor Habitacional Crixá – documento que é parte do processo nº 390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA e está acostado às folhas 03 a 26 de seus autos.

As diretrizes urbanísticas foram desenvolvidas com o objetivo de atender destinação prevista pelo PDOT dentro da Estratégia de Ofertas Habitacionais do Distrito Federal, que segundo o documento técnico define: “A área destina-se prioritariamente para o assentamento de moradores de São Sebastião que se enquadrem nos critérios dos programas habitacionais de baixa renda e que hoje pagam aluguel. Além disso, poderá ser destinada a participantes do programa habitacional SERVIR do GDF, voltado aos servidores da polícia civil e do corpo de bombeiros. O Setor Crixá deverá abarcar diferentes tipologias (tanto unifamiliares como multifamiliares), além de áreas de uso misto.”

A definição das diretrizes urbanísticas foi fundamentada no diagnóstico de condicionantes ambientais, na situação do ordenamento territorial vigente, da dinâmica demográfica prevista e do quadro legal aplicável.

284 Do ponto de vista ambiental, as condicionantes de aptidão e restrição ao parcelamento do solo foram apontadas como favoráveis à ocupação urbana, não incidindo áreas de alta ou muito alta sensibilidade ambiental, segundo dados constantes do Zoneamento Ecológico Econômico da Região Econômica do Distrito Federal e Entorno – ZEE RIDE/DF. Entretanto, devido às características pedológicas (coberturas detrito-laterítica) que potencializam riscos aos processos erosivos, foi determinada classe de restrição moderada à atividade de parcelamento do solo nesta região.

Figura 79: Mapa síntese de restrições ambientais. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 08.

Nesta fase prematura do planejamento urbano já estão apontadas macro diretrizes essenciais à viabilidade ambiental do bairro Crixá, quais sejam: Cuidados especiais com a retida da crosta laterítica, especialmente em locais de declividade acentuada; Evitar desmatamentos desnecessários e revegetar todas as áreas de solo exposto; Aplicação de métodos de controle e monitoramento de processos erosivos; Garantia de áreas permeáveis na área de influência do empreendimento como garantia a recarga do aquífero.

285 No que tange ao macrozoneamento, conforme já apresentado nos capítulos introdutórios, o PDOT estabelece que área em tela esteja inserida em Zona Urbana de Uso Controlado II. Nesta zona (ZUC II) a densidade demográfica máxima permitida é de 150 habitantes por hectare, o que resultaria numa população máxima permissível de 13.443 habitantes para o Setor Habitacional Crixá.

Quanto à infraestrutura urbana, são apontadas diretrizes para o saneamento ambiental que reforçam a necessidade de manutenção da permeabilidade do solo como forma de mitigar o impacto ao aquífero, além de cuidados especiais com a drenagem pluvial. Neste sentido, são incorporadas medidas que potencializem a infiltração, diminuam o tempo e escamento e consequentemente diminuíam o impacto de vazões intensas nos corpos receptores.

A infraestrutura para tráfego possui como diretriz incentivar o transporte coletivo e o uso de bicicletas, além de garantir critérios de acessibilidade para os portadores de deficiência e mobilidade reduzida. A estruturação do sistema viário se dá a partir da rodovia DF-473, com introdução de um sistema central de vias de atividades, que definem a centralidade urbana e de onde se distribuem os principais equipamentos públicos e comunitários e as atividades comerciais.

Na Figura 80 as vias de atividades estão apresentas na cor vermelha, determinando a centralidade do parcelamento a partir de uma alça da rodovia DF-473, no sentido Norte – Sul e duas vias perpendiculares no sentido Leste – Oeste. Este tipo de via deve estar apto a receber o fluxo adequado do transporte coletivo (dimensionamento das caixas compatíveis com recuo de pontos de ônibus – Figura 81).

Os usos permitidos foram divididos em comercial e institucional. Nas áreas de uso comercial podem ser desenvolvidas atividades para fins habitacionais e comerciais. Com fim primordialmente habitacional, no bairro Crixá é permissível a construção de duas modalidades habitação: individual ou coletiva. Para habitações coletivas foi definida tipologia de até 7 pavimentos, incorporadas na forma de condomínios edilícios. As atividades econômicas previstas nas diretrizes são apresentadas na Figura 82, que respeita a Tabela de Classificação de Usos e Atividades aprovada pelo Decreto nº 19.071/1998.

286

Figura 80: Disposição da macrohierarquia viária proposta nas diretrizes urbanísticas. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 24.

287

Figura 81: Modelo esquemático da proposta de concepção da caixa das vias de atividades. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 24.

Figura 82: Tabela de Classificação de Usos e Atividades aprovada pelo Decreto nº 19.071/1998. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 14. 288 As diretrizes urbanísticas garantem o percentual mínimos de 25% áreas destinadas ao uso público, sendo especificamente 10% para o sistema de circulação e 15% para os demais equipamentos, recomendando a criação de áreas verdes e espaços abertos na periferia e interior da malha urbana. Os índices e parâmetros urbanísticos apontados pelas diretrizes estão transcritos na Figura 83.

Figura 83: índices e parâmetros urbanísticos apontados pelas diretrizes. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 16.

Como anexo das diretrizes urbanísticas (apêndice B) é apresentado um plano de uso e ocupação para o Setor Habitacional Crixá (Figura 84), com objetivo de subsidiar a elaboração do projeto urbanístico. A proposta de uso solo previa a ocupação de 3 manchas distintas que variavam relação à densidade populacional e a tipologia das edificações.

Nas áreas mais adensadas, próximas ao núcleo urbano de São Sebastião, foram previstas habitações coletivas de 6 pavimentos. No centro do parcelamento a habitação coletiva foi prevista com edificações de 2 e 4 pavimentos no entorno de praças e áreas verdes, formado a mancha de densidade intermediaria. A mancha de menor densidade foi prevista no trecho do sul do parcelamento, onde foi proposta a criação de unidades habitacionais de uso individual.

O plano de ocupação respeita a manutenção das formações florestais nativa que ocorrem na poligonal, incorporando-as ao parcelamento como parques urbanos. Os usos comercial e institucional segue a lógica da estruturação de vias de atividades, com a definição de faixas marginais à via para alocação das atividades comerciais.

289

Figura 84: Proposta de uso e ocupação do solo constante das diretrizes urbanísticas. Fonte: processo nº 0390.000.392/2009 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA, fl. 23.

b) Estudo Urbanístico

O bairro Crixá é objeto do processo de parcelamento do solo sob nº 390.000.392/2009, movido pela Subsecretaria de Planejamento Urbano do Distrito Federal – SUPLAN, sendo, nesta instância, acompanhado pela Gerência de Estudos Territoriais – GETER, da Diretoria de Planejamento Urbano – DIPLU. 290 Destaca-se que cabe à Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal – SEDHAB, a responsabilidade pelo planejamento urbano e territorial do Distrito Federal, que tem, dentre suas competências, a definição de diretrizes urbanísticas para novos parcelamentos urbanos, nos termos da Lei Federal nº 6.766/1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano.

Estas diretrizes têm prazo de validade de 4 anos, conforme estabelece o parágrafo único do art. 7º da mencionada Lei Federal. Cabe ressaltar que as diretrizes urbanísticas se caracterizam como uma das ferramentas de planejamento urbano e territorial, sendo elaboradas à luz das estratégias de ocupação do território do Distrito Federal, podendo ser reavaliadas em prazo inferior aos quatro anos previstos, de acordo com o interesse público ou salvo mudanças de legislação que impliquem alteração de uso e ocupação do solo.

Diante do exposto, as diretrizes aprovadas em 2009 teriam sua validade assegurada até 2013. De forma a garantir, estender, ratificar e adequar, quando necessário, o contido nas diretrizes urbanísticas, o parcelamento do solo urbano intitulado bairro Crixá teve seu Estudo Urbanístico aprovado em abril de 2012. A partir de então, os dados apresentados no Estudo Urbanístico, passa a ser premissa para elaboração de planos de ocupação e projetos urbanísticos inseridos neste bairro.

O anteprojeto elaborado para o Setor Habitacional Crixá (Figura 85) dá continuidade ao núcleo urbano de São Sebastião. A malha viária é constituída partir da rodovia DF-473, definindo 2 acessos principais ao bairro, um a norte e outro a leste. O sistema viário planejado está organizado em torno de um parque urbano central, que abriga a Mata Capão da Onça e áreas destinadas a equipamentos desportivos, culturais e de lazer, nos trechos sem presença de massa vegetal.

Em síntese, o anteprojeto para o bairro Crixá propõe o parcelamento do solo constituindo-se as seguintes unidades imobiliárias: 662 lotes unifamiliares; 1.040 unidades domiciliares de interesse social em habitação coletiva; 1.355 unidades domiciliares de mercado em habitação coletiva; 19 lotes de uso misto com comércio de bens e serviços obrigatório no pavimento térreo (19.000 m2 de área comercial construída) e 855 unidades domiciliares em habitação coletiva nos pavimentos superiores; 63.606 m2 de área construída destinados a áreas econômicas do tipo industrial ou comercial de grande porte (6 lotes); 100.279 m2 de área construída destinados ao uso institucional ou coletivo (10 lotes). 291

Figura 85: Anteprojeto urbanístico do Setor Habitacional Crixá. Fonte: Estudo Urbanístico nº 03/2012 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA.

292 Considerando que o estudo urbanístico foi elaborado com o objetivo de atender à demanda proveniente da Política Habitacional do Distrito Federal para construção de unidades do Programa Habitacional de Interesse Social no Setor Habitacional Crixá, propõem-se potencializar as possibilidades de uso e ocupação urbana para a área, concluindo pela adequação do anteprojeto elaborado. Desta forma, foram procedidas adequações nos seguintes aspectos: 1. Alteração de uso das áreas destinadas à habitação unifamiliar para habitação multifamiliar; 2. Exclusão da via marginal a rodovia DF-473, tendo em vista que, por força do parcelamento proposto, esta rodovia tem vocação de via de circulação; 3. Incorporação de área destinada a parcelamento futuro, contígua a faixa de servidão da rodovia DF-473, ao projeto de parcelamento. c) Plano de Uso e Ocupação

O Plano de Uso e Ocupação tem por objetivo apresentar o plano de ocupação urbana compatível às diretrizes e estudos anteriores, assim como observar as restrições ambientais e legais. A elaboração deste Estudo é responsabilidade técnica da Topocart, contratada pela empresa vencedora do Edital de Chamamento sob nº 02/2013 – Crixá Empresas – para desenvolver o projeto de parcelamento para fins urbanos intitulado bairro Crixá (Figura 86).

Com o propósito de oferecer habitação para população de baixa renda residente no Distrito Federal, esse empreendimento imobiliário foi inserido ao Programa Morar Bem, que é regido pela Lei nº 11.977/2009 (Programa Minha Casa Minha Vida).

Como premissa ambiental, o plano de uso e ocupação respeita a relevância dos sistemas florestais (fitofisionomia de cerradão) mantendo-os no plano de ocupação como áreas destinadas a parques urbanos.

O Plano aponta a necessidade de compatibilizar a Zona de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ do rezoneamento da APA da Bacia do rio São Bartolomeu, que tem o objetivo de qualificar as ocupações residenciais irregulares existentes, ofertar novas áreas habitacionais e compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da recuperação ambiental e proteção dos recursos hídricos.

293

Figura 86: Proposta de adequação do anteprojeto urbanístico do Setor Habitacional Crixá. Fonte: Estudo Urbanístico nº 03/2012 – GETER/DIPLU/SUPLA/SEDUMA. 294 Para a ZOEQ o zoneamento dispõe que: I – é permitido o uso predominantemente habitacional de baixa e média densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e equipamentos públicos comunitários inerentes à ocupação urbana; II – áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais devem ser qualificadas e recuperadas de modo a minimizar danos ambientais; III – devem ser adotadas medidas de: a) Controle ambiental voltadas para o entorno imediato das Unidades de Conservação, visando à manutenção de sua integridade ecológica; b) Controle da propagação de doenças de veiculação por fatores ambientais; IV – para o licenciamento ambiental de empreendimentos, deve ser avaliada a solicitação de exigências adicionais de mitigação e monitoramento de impactos compatíveis com as fragilidades específicas da área de interesse; V – os parcelamentos urbanos devem adotar medidas de proteção do solo, de modo a impedir processos erosivos e assoreamento de nascentes e cursos d’água.

Para cumprimento da oferta de Equipamentos Públicos Comunitários – EPC, a RT pela elaboração deste Plano de Uso e Ocupação recebeu do GDF a demanda para atendimento das diversas Secretarias Setoriais. A destinação de áreas para receber a infraestrutura dos Equipamentos Públicos Urbanos – EPU é resultado dos prognósticos apontados nos projetos conceituais de infraestrutura. O Quadro 98 sumariza a demanda total e quantifica a área de Equipamentos Públicos Comunitários previstos de acordo com as consultas realizadas junto às Secretarias e a previsão dos EPU para subsidiar elaboração do Plano de Uso e Ocupação do Solo, que resulta o total de 10,65 hectares para este tipo de destinação.

Quadro 98: Demanda de Áreas para Equipamentos Públicos (Fonte: DIPAR/SEDHAB). Secretaria Tipo de Equipamento Demanda Total Área do Lote (m2) CRAS 01 2.000,00 SEDEST Casa-Lar 01 1.200,00 Centro de Educação Infantil – 02 3.500,00 CEI Escola Classe 01 8.000,00 Educação Centro de Ensino Fundamental – 02 8.500,00 CEF Centro Educacional 01 9.500,00 Centro de Ensino Médio – CEM 02 9.500,00

295 Secretaria Tipo de Equipamento Demanda Total Área do Lote (m2) SAPS 01 4.800,00 Saúde CEO 01 2.500,00 CAPS II 01 2.500,00 UAMA 01 600,00 Criança Conselho Tutelar 01 600,00 Idoso CCI 01 700,00 Cultura CEU 01 7.000,00 Esportes Centro Olímpico 01 30.500,00 Subtotal de EPC: 18 91.400,00 Estação Elevatória de Esgoto – 01 900,00 EEE CAESB Unidade de Tratamento 4.200,00 01 Simplificada – UTS (60m X 70m) NOVACAP 01 X 8.000m² + Bacia de drenagem 03 02 X 1.000m² Subtotal de EPU 05 15.100,00 Total de Equipamentos Públicos 23 106.500,00

A seguir está transcrita a proposta parcelamento do solo que deverá seguir o trâmite de aprovação de projeto urbanístico, que envolve a elaboração do MDE, NGB e URB e são validados através de Decreto originário do Poder Executivo do Distrito Federal.

Ao longo da rodovia DF-473 foi proposto, predominantemente, uso Misto 1 (comércio e prestação de serviços + habitação multifamiliar) e, minoritariamente, uso Misto 2 (comércio e prestação de serviços + indústria de baixa incomodidade) no trecho mais distante da área urbana consolidada. Essa faixa de uso misto aproveita a frente para a rodovia e faz a transição entre essa e as áreas residenciais (uso residencial multifamiliar exclusivo), resguardando o caráter doméstico das mesmas.

As áreas residenciais estendem-se em todo o comprimento da ADA e são organizadas em trechos separados por 2 polos de centralidade local (centros de bairro), caracterizados pela concentração de usos institucionais em volta de praças e por estarem diretamente ligados à rodovia.

296 Em atendimento às disposições do Edital nº 02/2013, as áreas residenciais do parcelamento são destinadas prioritariamente à implantação de programas habitacionais de interesse social, em lotes de habitação multifamiliar exclusiva.

As 2 matas existentes são preservadas e acrescidas de áreas verdes sujeitas a receberem equipamentos para lazer ao ar livre e áreas destinadas aos equipamentos públicos para atendimento dos residentes do novo parcelamento.

Do sistema viário e correspondente organização de usos e atividades: 2.1.1 – O acesso ao parcelamento Crixá Parque dar-se-á por via marginal a ser implantada na margem oeste da rodovia DF-473, e a partir de uma rótula no extremo sul da Avenida São Sebastião (início da rodovia DF-473) entre o bairro São Francisco e o bairro São José. A via marginal foi proposta dentro da faixa non-aedificandi da margem oeste da faixa de domínio da rodovia DF-473, e sua caixa viária contempla estacionamentos e calçadas que servem aos lotes mistos e de comércio de grande porte, com função de apoio à rodovia; 2.1.2 – A partir da mesma rótula acessa-se a Rua Crixá Oeste, uma via coletora na margem oeste da poligonal que distribui/coleta os fluxos das vias transversais do parcelamento (Figura 87) e possibilita futuros acessos à Zona Rural no limite oeste do Setor Crixá; 2.1.3 – A Avenida Crixá Centro, também via coletora em sentido longitudinal, organiza internamente os fluxos provenientes da rodovia, com um traçado paralelo a mesma e distante aproximadamente 140 metros da mesma. Essa via concentra os usos Misto 1 (comércio/serviço/residência) e Institucional, e é ao longo dela que foi proposto o percurso de ônibus público local, pelo qual foi configurada com pista duplicada (Figura 88) mas modulada por duas praças, para moderar a velocidade e indicar o caráter da via (centralidade local); 2.1.4 – No sentido transversal, o sistema viário é estruturado por 7 vias: 5 vias coletoras/distribuidoras (Figura 89), 2 vias locais (Figura 90). As vias coletoras (Rua 1, Rua 3, Rua do Parque, Rua 5 e Rua 6) dividem o setor em 4 trechos diferenciados pela configuração que resulta dos tipos de usos e de ocupações propostos em cada um; 2.1.5 – O primeiro trecho, entre as Ruas 1 e 3, é formado por 4 quarteirões; os maiores deles, a oeste, abrigam lotes residenciais e lotes de EPC e EPU (1 Centro de Ensino Fundamental, 2 bacias de drenagem e 1 Estação Elevatória de Esgoto); os 2 quarteirões menores, na faixa a leste, foram destinados a lotes de uso Misto 1, com previsão de estacionamento junto à via marginal da rodovia;

297

Figura 87: Perfil 1.

298

Figura 88: Perfil 2.

299

Figura 89: Perfil 3.

300

Figura 90: Perfil 4.

301 2.1.6 – O segundo trecho, entre a Rua 3 e a Rua do Parque, é a área mais central do parcelamento; está composto também por 4 quarteirões, porém com maior diversidade de usos (inclusive uma área de mata existente), organizados com o mesmo princípio: atividades mais centrais (com volumetrias mais densas) próximas da rodovia e atividades mais locais (com volumetrias menos densas e mais horizontais) próximas do uso residencial exclusivo e junto à avenida; 2.1.7 – Ao longo da avenida, nesse trecho, são locados os EPC do tipo mais subcentral: a Escola Classe, o CRAS, o Centro Educacional, e o CEU; junto aos lotes residenciais, um Centro de Ensino Infantil. Também foi previsto um lote para uma bacia de contenção de drenagem junto à Rua do Parque, no fundo de vale. Neste trecho são locados apenas 2 lotes residenciais para habitação coletiva, em função de solos menos favoráveis. O Centro de Ensino Médio é localizado também nesse trecho, mais próximo à rodovia DF 473 e ao sistema de transporte coletivo, para potencializar sua abrangência microrregional. O restante da faixa leste foi destinado, como colocado, para lotes de uso Misto 1 (Comércio/Serviço/Residência); 2.1.8. – O limite entre os 2 primeiros trechos está configurado por uma praça alongada em sentido transversal, à qual se tem acesso desde a rodovia por um alargamento arborizado, como recurso para marcar visualmente a entrada ao parcelamento. No meio dessa praça foram propostos o conselho tutelar e a UAMA, equipamentos que devem ter fácil acesso; 2.1.9 – O terceiro trecho, entre a Rua do Parque e a Rua 5, foi destinado majoritariamente à preservação da Mata Capão da Onça, acrescida de espaços verdes de uso público entre ela e as áreas centrais; entre essas áreas verdes e o uso Misto 1, foram alocados equipamentos públicos comunitários (SAPS, CEO, Casa Lar, CCI e CAPS II), próximos da segunda praça que “quebra” a avenida, para criar uma segunda área subcentral. A faixa leste foi proposta com lotes de uso Misto 1 (Comércio/Serviço/Residência); 2.1.10 – O quarto trecho é ocupado predominantemente por lotes residenciais, complementados com uso Misto 1 e com equipamentos públicos e praças de caráter local. No limite entre esse quarto trecho e a rodovia, foi proposta uma faixa de uso Misto 2, com atividades de apoio à rodovia, de abrangência microrregional; 2.1.11 – Esse quarto trecho foi organizado a partir da Rua 5, modulada por 2 vias locais que dão acesso aos lotes residenciais e conectam com a Rua 6, no perímetro sul do setor. Por se tratar de área com solos mais favoráveis e mais isolada, foram locados 5 lotes residenciais multifamiliares. Frente à Rua 5 foram propostos 1 Centro de Educação Infantil e 1 Centro de Ensino Fundamental, além de 3 lotes para uso Misto 1 (Comércio/Serviço/Residência) com frente voltada para a área verde. A faixa leste foi destinada a lotes de uso Misto 2 (Comércio Regional). Na ponta sudoeste foi proposta 1 área para a Unidade de Tratamento Simplificado – UTS, por se tratar de local de cota elevada da poligonal; 2.1.12 – Os quatro trechos, de dimensões semelhantes, são costurados funcionalmente e espacialmente pelas atividades alocadas nas vias coletoras; 302 2.1.13 – A Rua 3 e a Rua do Parque assumem função mais importante, pois acessam as 2 subcentralidades. Por esse motivo, sugere-se que tenham ligação direta na rodovia para potencializar o aproveitamento da oferta de atividades do novo bairro, tanto pela sua população quanto por aquela dos assentamentos existentes em sua vizinhança, o que poderá contribuir para a efetiva integração do bairro Crixá à cidade de São Sebastião; 2.1.14 – Fora dos 4 trechos recém descritos, mas ainda dentro da poligonal do bairro Crixá, foram alocados vários equipamentos públicos. A área localizada ao norte da rodovia DF-473 foi destinada para Garagem Rodoviária e 1 EPU, possivelmente 1 Estação de Tratamento de Água – ETA; 2.1.15 – Na área ao norte do primeiro trecho, entre a Rua 1 e a rodovia DF-473, foi alocado o Centro Olímpico, ao qual serão integrados o ginásio e campo de futebol existentes; 2.1.16 – O transporte coletivo local é proposto ao longo da avenida Crixá, o que permite servir todo o parcelamento; 2.1.17 – No que diz respeito ao transporte cicloviário, destaca-se que a área é servida atualmente por ciclovia ao longo da rodovia DF-473. Em atendimento ao Decreto n° 33.741/2012 foi proposta ciclovia bidirecional em todas as vias coletoras do parcelamento, de forma que as ciclovias ao longo da Avenida Crixá Centro e da Rua Crixá Oeste, que percorrem todo o parcelamento em sentido longitudinal, são conectadas entre si e com a ciclovia existente junto à rodovia por meio das ciclovias junto às vias transversais, formando uma malha ciclo viária em quadrícula; 2.1.18 – O uso residencial multifamiliar exclusivo é organizado em 12 lotes para prédios de 16 apartamentos de 2 quartos, abrigando o máximo de 18 prédios em cada lote e perfazendo o total de 3.120 unidades residenciais. Para a população restante, do máximo permitido para a área (3.670 unidades), são oferecidas 550 (quinhentos e cinquenta) unidades em uso Misto 1 (comércio e prestação de serviços + residência multifamiliar), nos lotes lindeiros à rodovia DF-473.

Quadro 99: Distribuição de unidades residenciais. Tipo de Nª Unidades Uso N° Lotes N° Blocos / Lote Unidades Implantação /Bloco

Residencial Multifamiliar Implantação 16 01 15 240 Tipo A

Exclusivo Implantação 16 04 16 1.024 Tipo B Implantação

16 04 16 1.024 Tipo C Implantação 16 02 17 544 Tipo D

303 Tipo de Nª Unidades Uso N° Lotes N° Blocos / Lote Unidades Implantação /Bloco Implantação 16 01 18 288 Tipo E Subtotal 3.120

Misto 1 -- Variável 35 01 550

TOTAL 47 -- 3.670

Figura 91: Distribuição dos tipos de implantação de lotes residenciais.

304 2.1.19 – Por motivos operacionais e de custos, estes lotes residenciais são organizados de forma relativamente homogênea. Os prédios serão distribuídos a partir de um anel viário interno, que garantirá o acesso aos mesmos e às vagas de estacionamento para eles (1 vaga por unidade domiciliar mais vagas para pessoas com deficiência); 2.1.20 – Foram previstas vagas púbicas, em baliza, nas vias próximas aos lotes residenciais; 2.1.21 – Do endereçamento: uma vez que o bairro Crixá será uma ampliação da cidade de São Sebastião, optou-se pelo tipo de endereçamento predominante na região da cidade onde se localiza, que é feito por rua e número de lote. Os lotes de Equipamentos Públicos são endereçados como Áreas Especiais, em sequência única de norte a sul, ou seja, de dentro para fora do núcleo urbano da cidade.

3.1.2. Do Quadro de Usos e Atividades

Descrita e justificada a proposta nos termos colocados, segue no Quadro 100 resumo de áreas:

Quadro 100: Quadro Resumo – Bairro Crixá. Usos Lotes Área Proposta (%) Área Proposta (ha) Uso Residencial Multifamiliar 12 28,836 23,7751 Uso Misto 35 8,020 6,6127 Uso Comercial Regional 5 2,354 1,9411 Uso Institucional (EPC e EPU) 24 13,755 11,3404 Subtotal 1 76 52,966 43,6693 Áreas Públicas ELUP (Praças, Parques e - 21,223 17,4983 ELUPS) Sistema Viário - 19,660 16,2093 Faixas de Domínio 6,151 5,0715 Subtotal 2 47,034 38,7791 TOTAL (poligonal de projeto) 76 100,000 82,4484

Observação: área da poligonal de projeto medida com Kr = 1.0005340

3.1.3. Do Quadro de Equipamentos

As áreas destinadas a Equipamentos Públicos são listadas no Quadro 101. 305 Quadro 101: Equipamentos Públicos do bairro Crixá. Secretaria Setorial Tipo de EP Quantidade Área Destinada (m2) Cras 01 1.925,500 SEDEST Casa Lar 01 1.200,000 Centro de Educação Infantil – 02 7.7840,6248 CEI Escola Classe 01 8.739,9950 Educação Centro de Ensino Fundamental 02 15.598,2682 Centro Educacional 01 110.025,8800 Centro de Ensino Médio 01 11.027,22026 SAPS 01 4.800,0004 Saúde CEO 01 2.500,0000 CAPS II 01 2.800,2185 UAMA 01 600,000 Criança Conselho Tutelar 01 600,000 Idoso CCI 01 1.047,7676

Cultura CEU 01 7.453,4883

Esportes Centro Olímpico 01 6.686,0448 Transportes Garagem ônibus 01 10.003,4582 Subtotal de EPC 19 97.524,6912 Estação Elevatória de Esgoto - 01 917,7051 EEE CAESB Unidade de Tratamento 01 1.505,7508 Simplificada – UTS NOVACAP Bacia de drenagem 03 13.456,7316 Sub total de EPU 05 15.880,1876 Total 24 113.404,8788

O Plano de Uso e Ocupação está apresentado no Tomo V.

306 3.2. Infraestrutura

3.2.1. Abastecimento de Água

O estudo de concepção do sistema de abastecimento de água compreende a análise de alternativas de disponibilidade hídrica em mananciais e unidades operacionais, considerando a população estimada e os consumos previstos. Segue as recomendações normativas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, como também as prerrogativas e diretrizes usuais estabelecidas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB.

As análises sobre as possíveis alternativas propostas fundamentaram-se na estimativa dos quantitativos de água necessários ao atendimento do bairro Crixá. Posteriormente, foram avaliados aspectos técnicos e ambientais para a implementação das alternativas. a) Critérios e Parâmetros de Projeto

Este subitem apresenta os critérios e parâmetros de projeto utilizados para o estudo de concepção do sistema de abastecimento de água. i. Consumo Per Capita e Coeficientes Adotados

Como a definição do consumo per capita de recursos hídricos para a população considera todos os tipos de usos de água (Brasil, 2006) e reflete a caracterização socioeconômica, que no caso em tela refere-se a um bairro de interesse social, utilizou-se o valor per capita de consumo de água igual a 150 L/hab./dia. Esse valor per capita de consumo de água está de acordo com os índices calculados para a Região Administrativa de São Sebastião, cujo valor per capita apresentado é de 98,87 L/hab./dia, baseado nos dados do SIÁGUA/2011.34

Ressalta-se que o valor per capita de projeto precisa ser igual ou superior ao valor encontrado na RA de São Sebastião. Assim, o valor per capita adotado foi de 150 L/hab./dia, correspondente a 51,7% acima do valor existente de 98,87 L/hab./dia em São Sebastião, ou seja, indica um cenário de segurança em relação ao abastecimento de água.

34 SIÁGUA/2011 – Sinopse do Sistema de Abastecimento de Água do Distrito Federal, 19ª Edição. Quadro 5-18 – Sistema de Abastecimento do Riacho Fundo. 307 Especificamente para o consumo humano (população residente) foi utilizado o per capita de 120 L/hab/dia. Esse padrão será utilizado para a fase inicial de implantação do bairro Crixá, quando ainda não existirá a demanda para irrigação de áreas verdes e atendimento aos lotes comerciais e institucionais.

Para este EIA, as vazões de projeto adotadas consideraram os seguintes parâmetros e coeficientes:

Per capita de consumo médio geral: q1 = 150 L/hab./dia;

Per capita de consumo exclusivamente habitacional: q2 = 120 L/hab./dia; Perdas de água de 25%;

Coeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2;

Coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5.

Para a obtenção do per capita de produção para o bairro Crixá foi considerada a seguinte expressão:

PCP = (PCC) / (1-Ip) Onde: PCP – per capita de produção (L/hab./dia); PCC – per capita de consumo (L/hab./dia);

Ip – índice de perdas (equivalente a 0,25).

Dessa forma, o per capita de produção geral para o bairro Crixá é de 200 L/hab./dia e o per capita da população exclusivamente residente é de 160 L/hab/dia. ii. Vazões e Velocidades Máximas

As velocidades e vazões do projeto do bairro Crixá nas canalizações foram limitadas em função das pressões disponíveis. Embora a norma vigente não apresente mais restrição em relação à limitação de vazão para a obtenção de perda de carga, a CAESB considera que o dimensionamento de redes e adutoras com base apenas nas pressões disponíveis é insuficiente e adota limitações para velocidade e perda de carga em suas redes e adutoras.

Dessa forma, será adotada a perda de carga máxima de 8,0 m/km para adutoras e redes com diâmetros superiores a 100 mm. Para redes com diâmetro inferior a 100 mm, adotou-se perda de carga até 14 m/km. Com relação à velocidade, adotou-se a mínima de 0,6 m/s e máxima de 1,2 m/s. 308 Quanto às velocidades e vazões admissíveis, o Quadro 102 apresenta as referências utilizadas.

Quadro 102: Valores de referência para velocidade e vazão para redes e adutoras. Material Diâmetro (mm) Velocidade (m/s) Vazão (L/s) PEAD 60 0,685 1,63 PEAD 75 0,700 2,39 PEAD 90 0,720 3,53 PEAD 110 0,745 5,51 PEAD 125 0,770 7,32 PEAD 160 0,820 12,80 PEAD 200 0,870 21,17 PEAD 250 0,930 35,35 PEAD 315 1,020 61,91 PEAD 355 1.070 82,33 PVC/PBA 60 0,60 a 0,80 0,79 PVC/PBA 85 0,60 a 0,80 3,02 a 4,02 PVC/PBA ou DEFOFO 110 0,60 a 0,95 4,71 a 7,46 DEFOFO 150 0,80 a 1,20 14,14 a 21,21 DEFOFO 200 0,90 a 1,35 28,27 a 42,41 DEFOFO 250 1,00 a 1,50 49,09 a 73,63 DEFOFO 300 1,10 a 1,65 77,75 a 116,63 Fonte: CAESB – EPRC-12/081-13/11/2012.

iii. Pressões Limites

Foram adotadas as pressões limites apresentadas abaixo, em conformidade com a NBR-12.218 e as recomendações da CAESB:

Máxima estática – 40 m.c.a. – embora a norma permita pressões até 50 mca, preferencialmente será adotada 40 mca na entrada de cada edificação; Mínima dinâmica – 10 m.c.a. – em todos os lotes, a pressão dinâmica mínima não deverá ser inferior a 10 mca.

309 iv. Perdas de Carga

Para o cálculo das perdas de carga distribuídas, foi utilizada a fórmula universal para conduto forçado:

L 2  f  V (Eq. 01) h f DH 2q

1 K 2,51  2log  0,5 0,5 (Eq. 02) 3,7 DH Re f f

Onde:

hf: perda de carga distribuída (m); f: coeficiente de perda de carga distribuída; L: extensão do conduto (m); DH: diâmetro hidráulico do conduto (m); V: velocidade média na seção normal da canalização (m/s); K: coeficiente de rugosidade uniforme equivalente (m). Este coeficiente foi adotado como igual a 2 mm para tubulações de PVC/PBA e PVC/DEFOFO.

V  D Re  

Re: número de Reynolds; : viscosidade cinemática da água, a 20º C, igual a 1,0 x 10-6 m²/s. v. Largura da Faixa de Servidão

O Quadro 103 estabelece a faixa de servidão a ser obedecida de acordo com o diâmetro da rede.

Quadro 103: Largura da Faixa de Servidão para Redes de Água. Diâmetro Largura da Faixa de Servidão (metros) Até 150 mm (inclusive) 1,50

Acima de 150 mm 2,00

Adutoras 5,00 310 vi. Vazões de Projeto e Reservação

A população do bairro Crixá foi definida com base no Projeto Urbanístico, sendo 12.367 habitantes projetados para o referido empreendimento imobiliário.

As vazões foram estimadas considerando a hora de maior consumo do dia de maior consumo para a rede de distribuição, tendo em vista que o reservatório coletivo substituirá as caixas d´água que, normalmente, estariam em cada uma das edificações.

As expressões, a seguir, apresentam as vazões utilizadas neste EIA.

q P Q  ( ) Ip m 86.400

  Qd Qm k1

  Qh Qd k2

Onde:

Qm: vazão média (L/s), incluindo a perda;

Qd: vazão do dia de maior consumo (L/s);

Qh: vazão da hora de maior consumo (L/s); P: população de projeto (hab.); q: consumo per capita habitacional (150 L/hab./dia ou 120 L/hab/dia);

Ip: índice de perda = 1,33 (perdas de 25%);

K1: coeficiente do dia de maior consumo = 1,2;

K2: coeficiente da hora de maior consumo = 1,5.

As vazões para dimensionamento do sistema de produção são:

• Média (Qm) = 28,63 L/s (geral); 28,63 L/s (consumo exclusivamente humano);

• Máxima diária (Qd) = 34,35 L/s (geral); 27,48 L/s (consumo exclusivamente humano);

• Máxima horária (Qh) = 51,53 L/s (geral); 41,22 L/s (consumo exclusivamente humano).

311 A implantação do bairro Crixá está prevista para ocorrer em 2 anos, com início estimado para janeiro de 2015. Dessa forma, a entrega completa das unidades habitacionais será no ano de 2017, conforme apresenta o Quadro 104.

Quadro 104: Cronograma de Obras e Estimativa de Vazão Máxima Diária de Água para Abastecimento. Vazão Máxima Prazo de Entrega Número de Unidades Total de População Diária de Água Poços (Meses) Residenciais Unidades (Hab.) (L/s) 8 784 784 2.642 7,34 7 12 800 1.584 5.338 14,83 16 18 1.040 2.624 8.842 24,56 28 24 496 3.120 10.513 29,20 42 População Vazão Máxima Prazo de Entrega Número de Unidades Total de Equivalente Diária de Água Poços (Meses) de Uso Misto Unidades (Hab.) (L/s) 24 550 550 1.853 5,15 7 Total 3.670 3.670 12.367 34,35 48

Conforme recomendações usuais da CAESB, o volume mínimo a ser acumulado em reservatório é de 1/3 do volume de produção para o dia de maior consumo, ou seja:

1 V  Qd 86,4 3

Onde: V = Volume mínimo de reservação (m³).

Dessa forma, o volume mínimo a ser acumulado em reservatório central é de 990 m3 para produção geral e 800 m3 para produção exclusivamente habitacional. b) Estudo de Alternativas de Abastecimento de Água

Para o desenvolvimento dos estudos sobre o sistema de abastecimento de água foi definida a Área de Influência Indireta como sendo as localidades envolvidas com o sistema de abastecimento de água em funcionamento pela CAESB (cidade de São Sebastião, Mangueiral e bairro Jardim Botânico), pois a inserção do empreendimento proposto implicará num impacto no consumo de água atual. Para a Área de Influência Direta foi definida a poligonal do empreendimento, ou seja, a delimitação do perímetro proposto de ocupação urbana do bairro Crixá. 312 i. Sistema Existente

O Distrito Federal é abastecido por 5 grandes sistemas produtores de água, sendo: Torto/Santa Maria, Descoberto, Brazlândia, Sobradinho/Planaltina e São Sebastião. Esses sistemas são compostos por 453 unidades operacionais, além de adutoras de água bruta e de água tratada. Os principais processos gerenciados nesses sistemas produtores de água compreendem as etapas de captação de água bruta nos mananciais superficiais e subterrâneos, bombeamento e tratamento da água para atingir os parâmetros de potabilidade estipulados pela Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011.

O Sistema de Abastecimento de Água de São Sebastião foi concebido, em primeira fase, com base na utilização de captações de água do aquífero subterrâneo, em conformidade com estudos geofísicos do subsolo da região realizados pela CAESB. Esse sistema de poços tubulares profundos produziu a vazão média, em 2010, de 179 L/s, incluindo o complexo penitenciário da Papuda, representando 2,4% da vazão total produzida pela CAESB naquele ano. Essa vazão abasteceu cerca de 5% da população atendida do Distrito Federal (SiÁgua, 2011).

Esse sistema é constituído por poços tubulares profundos distribuídos pela cidade. As 2 unidades de tratamento simplificado – UTS implantadas possuem sistema de cloração que utiliza como agente desinfetante o hipoclorito de sódio, aplicado com bomba dosadora, e sistema de fluoretação que utiliza como agente fluoretante o ácido fluossilícico (SiÁgua, 2011).

Atualmente, toda água captada é aduzida para 2 reservatórios apoiados, que estão interligados a rede de distribuição para abastecimento da população (SiÁgua, 2011). ii. Alternativas de Abastecimento de Água

Para o bairro Crixá foram estudadas as alternativas de abastecimento de água potável através de manancial subterrâneo (poços tubulares profundos), superficial (cursos d’água) e da interligação ao sistema da CAESB.

Manancial Subterrâneo

Conforme os estudos hidrogeológicos, na área do bairro Crixá ocorrem apenas 2 tipos de aquíferos: um representado pelo domínio poroso e outro pelo domínio fraturado. Esses estudos desaconselham o uso do aquífero poroso para abastecimento urbano, pois apresentam perfil estreito, baixa vazão e são bastante susceptíveis a contaminação por agentes externos. 313 Segundo os mesmos estudos hidrogeológicos35, foi encontrado o subsistema F do sistema aquífero Canastra, na totalidade da poligonal do bairro Crixá.

Em relação às vazões médias explotáveis por poço tubular profundo, no domínio fraturado do subsistema F do Canastra, os estudos hidrogeológico indicaram valores de 7,5 m3/h.

Considerando a capacidade explotável anterior e uma operação diária de 20 horas de bombeamento (4 horas para “descanso” do poço e retorno ao nível estático) e aproveitamento máximo de 75%, tem-se a vazão média de 1,10 L/s por poço.

O uso da água do aquífero do domínio fraturado está vinculado à reserva total explotável, definida na Resolução da ADASA nº 01/2011 e deve ser avaliada por estudo de disponibilidade hídrica dos aquíferos subterrâneos.

Deve-se destacar o Decreto Distrital nº 22.358/2001, que dispõe sobre a outorga de direito de uso da água subterrânea no território do Distrito Federal. No artigo 11 desse Decreto, há proibição do uso da água subterrânea para consumo humano em locais onde existe rede pública de abastecimento, mesma restrição presente na Resolução da ADASA nº 350/2006, em seu art. 17. Portanto, por existir rede de abastecimento de água operada pela CAESB, não se pode fazer o uso de poços tubulares profundos para abastecimento público que não pertençam à rede da CAESB no bairro Crixá.

Captação Superficial

O bairro Crixá situa-se na bacia de drenagem dos córregos Açude e Capão Comprido, tributários do ribeirão Santo Antônio da Papuda, afluente da bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu, que é aquela que efetivamente drena a maior parte do território do Distrito Federal, numa área correspondente a 2.657 km2, ou seja, 45,9% dessa unidade federativa. Nessa bacia hidrográfica estão situadas parte das Regiões Administrativas de Sobradinho, Planaltina, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Taguatinga e a totalidade das RA Brasília, Guará, Riacho Fundo, Cruzeiro, Candangolândia, Lago Sul, Núcleo Bandeirante e Lago Norte (PGIRH, 2012).

35 Meio Físico –Hidrogeologia – Item 2.1.4 deste EIA. 314 A bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu vem sofrendo processo intensivo de ocupação do solo, com participação das atividades agropecuárias, mineradoras e, principalmente, o parcelamento de solo para fins urbanos. A ocupação territorial desordenada, com a rápida transformação de áreas rurais em loteamentos com características urbanas, promoveu intensa perda da vegetação natural, além da impermeabilização do solo.

O principal curso d’água desta bacia hidrográfica é o próprio rio São Bartolomeu, que atravessa o Distrito Federal no sentido norte-sul. Como afluentes de maior importância citam-se: o ribeirão Sobradinho, que drena a cidade homônima; o ribeirão Mestre D’Armas, que drena Planaltina; e os rios Paranoá e Pipiripau.

O ribeirão Santo Antônio da Papuda, que é o principal formador do ribeirão Papuda, possui sua nascente próxima à cota altimétrica 1.120 metros e sua confluência com o córrego Mato Grande na cota próxima aos 910 metros. Já o ribeirão Papuda, que se inicia nessa convergência, possui a sua foz situada no rio São Bartolomeu, abaixo da cota 860 metros.

O comprimento do talvegue principal desse ribeirão, estimado em mapas cartográficos na escala 1:25.000, é de aproximadamente 15 quilômetros. A sua declividade média é de 1,8m/100m.

A bacia hidrográfica do ribeirão Santo Antônio da Papuda possui a área de drenagem aproximada de 20 km2 até a confluência com o córrego Borá Manso e 40,4 km2 até a convergência com o córrego Mato Grande.

Já o ribeirão Papuda apresenta a área de drenagem aproximada de 52,2 km2 na confluência do ribeirão Santo Antônio da Papuda com o córrego Mato Grande e de 74,9 km2 na foz com o rio São Bartolomeu.

Devido à reduzida capacidade hídrica superficial da região, a CAESB estudou a viabilidade e optou por usar uma bateria de poços tubulares profundos para integrar o sistema de abastecimento de água de São Sebastião.

O ribeirão Papuda é utilizado pela CAESB para lançamentos de esgotos sanitários depurados, a partir da Estação de Tratamento de Esgotos – ETE da cidade de São Sebastião.

315 Interligação ao Sistema CAESB

O sistema de abastecimento de água mais próximo do bairro Crixá é aquele que atende a cidade de São Sebastião.

Esse sistema é operado unicamente com aproveitamento do aquífero subterrâneo, através de 34 poços tubulares profundos e de 2 Unidades de Tratamento Simplificado (cloração e fluoretação). O sistema ainda possui 2 reservatórios apoiados e 4 reservatórios elevados (SiÁgua, 2011).

A Figura 92 mostra os sistemas de abastecimento de água da CAESB em operação no Distrito Federal, observando que o bairro Crixá está inserido no Sistema São Sebastião (cor marrom), que se localiza na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu. iii. Análise de Alternativas de Abastecimento de Água

A resposta oferecida pela CAESB, por meio da Carta nº 087/2014-DE/CAESB (Tomo IV), sobre a viabilidade de atendimento de água potável para o bairro Crixá, indicou ser tecnicamente exequível.

A CAESB ressaltou que a RA de São Sebastião é atualmente abastecida por manancial subterrâneo (poços tubulares profundos) e por parte da vazão captada no córrego Cabeça de Veado. Porém, esses sistemas mostram-se totalmente comprometidos com o abastecimento de água dos parcelamentos já existentes na região. Logo, o atendimento ao bairro Crixá é possível com a entrada em operação do Sistema Produtor Paranoá, previsto para os próximos 3 anos estar entrando em carga.

Dessa forma, o atendimento à população do bairro Crixá antes do início do funcionamento do sistema Paranoá somente será possível com a utilização do abastecimento por poços tubulares profundos adicionais aos existentes na RA de São Sebastião. Ressalta-se que, apesar de parcela significativa da cidade já utilizar água de aquífero fraturado, o uso de novos poços tubulares, em caráter temporário, é possível e deve seguir as recomendações técnicas da ADASA e da CAESB.

316

Figura 92: Sistemas Produtores de Água no Distrito Federal.

317 Portanto, entre as alternativas analisadas, verificou-se ser o abastecimento de água através da interligação ao sistema de São Sebastião, operado pela CAESB, o único viável para o bairro Crixá. Mas, considerando que esse sistema está operando próximo ao seu limite, que a solução definitiva para o abastecimento de água do bairro Crixá – o sistema Paranoá – entrará em carga em cerca de 3 anos e que o bairro estará sendo concluído em de 2 anos, verificou-se ser necessária a instalação de um sistema provisório por, no mínimo, 2 anos.

Assim, essa concepção prevê o início do abastecimento de água por poços tubulares profundos até interligação ao futuro sistema produtor da CAESB (Paranoá). As obras para implantação do bairro Crixá estão previstas para durarem 2 anos, contados a partir de janeiro de 2015, sendo programada as entregas das unidades residenciais de acordo com o Quadro 104.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal – ADASA, por meio do Despacho nº 128/2014 (Tomo IV), emitiu a outorga prévia para o uso de manancial subterrâneo com a finalidade de abastecimento humano do bairro Crixá, cuja vigência estende-se até a interligação do bairro Crixá ao novo sistema de abastecimento de água da CAESB.

No mencionado ato de outorga prévia, a ADASA autorizou o uso de 10 poços tubulares profundos, com vazão individual de 1,30 L/s. Assim, considerando a vazão de 13,00 L/s (10 poços) e os parâmetros anteriormente apresentados, é possível abastecer 5.616 habitantes ou 1.667 unidades habitacionais, representando 53,4% do total previsto para as unidades residenciais. Devem ser requeridas à ADASA as outorgas prévias e de uso de recursos hídricos para perfuração e operação de outros poços tubulares que complementem o abastecimento público e, assim, atendam os 46,6% das unidades residenciais e os 100% das unidades de uso misto, até que o sistema Paranoá inicie sua operação.

O sistema provisório por poços deverá possuir bombeamento da água dos poços para reservatório central, tratamento simplificado da água (cloro e flúor) e rede de distribuição. Fundamentando-se na previsão de construção do bairro Crixá e na estimativa da interligação ao futuro sistema CAESB, a água proveniente de poços tubulares profundos será utilizada, inicialmente, para o canteiro de obras e início da ocupação das unidades habitacionais.

A interligação ao sistema da CAESB poderá dispensar ou não a existência de poços em funcionamento, com a possibilidade desses últimos em completar a demanda hídrica para o local.

318 Obviamente, a água proveniente do futuro sistema da CAESB já estará tratada e pronta para consumo. Por outro lado, a água proveniente de poços demanda tratamento simplificado.

Para o sistema provisório por poços, a presente concepção prevê a instalação de um reservatório central, em lote urbano, situado na parte norte e em cota altimétrica mais elevada e rede de distribuição ao longo do sistema viário. Os poços provisórios poderão situar-se na área verde do bairro Crixá, mas a explotação total deve respeitar a vazão máxima estimada para o aquífero e os dispositivos de proteção exigidos pela norma NBR 12.244/1992 – Construção de Poço para Captação de Água Subterrânea e recomendações do IBRAM e da ADASA.

O reservatório central do bairro Crixá deve possuir volume mínimo de 1.000 m3, dispostos em 2 câmaras de reservação. No mesmo lote e próximo a esse reservatório central, sugere-se a instalação da unidade de tratamento simplificado de água.

Assim, considerando-se as 2 câmaras de reservação, a unidade de tratamento simplificado, tubulações e conexões, tem-se a necessidade de um lote urbano com dimensões mínimas de 60 metros X 60 metros. Solicitou-se a equipe técnica de urbanismo a destinação de um lote para essa finalidade.

O trajeto da interligação definitiva entre o sistema futuro da CAESB (Paranoá) e o reservatório central do bairro Crixá deve ser objeto de análise no respectivo projeto de abastecimento de água.

A adutora (tubulação) de saída do reservatório central para a rede de distribuição deve ter diâmetro aproximado de 250 mm, pois se considerada a perda de carga máxima de 8 m/km e velocidade do escoamento no intervalo de 0,6 m/s e 1,2 m/s.

A partir dessa tubulação, a rede de distribuição possuirá diâmetros decrescentes, a depender das vazões de consumo e configurar-se-á em anéis fechados (evitando pontos finais na rede – pontas de rede, que possuem redução da qualidade da água distribuída e acúmulo de sedimentos).

Se houver atraso na interligação ao futuro sistema da CAESB, uma possibilidade é ampliar a explotação da parcela da reserva renovável do aquífero, que representa uma proporção da reserva reguladora do volume de água em tempo de circulação restrito, equivalente a um ciclo hidrológico de 12 meses (Resolução da ADASA nº 01/2011). Para essa avaliação, é imperioso elaborar um estudo hidrogeológico para aproveitamento da reserva total explotável do domínio fraturado.

319 Quando da interligação do bairro Crixá ao futuro sistema Paranoá, a CAESB poderá desativar o centro de reservação do bairro Crixá e ampliar o centro de reservação existente dessa concessionária no bairro São José, na RA de São Sebastião.

O Mapa de Concepção do Sistema de Abastecimento de Água (Tomo V) apresenta a localização do lote na poligonal do bairro Crixá, onde está prevista a instalação do reservatório central e da unidade de tratamento simplificado de água proveniente de poços. c) Cartas Consulta e Resposta – CAESB

Carta Consulta

Em 24/02/2014 foi remetida a Carta nº 025/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV) solicitando a CAESB manifestação quanto à existência de interferência com o sistema de abastecimento de água existente e a capacidade de atendimento à população projetada (12.367 habitantes) para o bairro Crixá em relação ao abastecimento de água.

Carta Resposta

Em 27/03/2014 a CAESB respondeu, por meio da Carta nº 087/2014 – DE/CAESB, que: • “considera o atendimento com abastecimento de água e coleta de esgotos tecnicamente viável, desde que sejam tomados cuidados especiais, dadas as características do abastecimento na região”; • Com relação ao abastecimento de água, afirma que “o atendimento a parcelamentos do porte do Setor Habitacional Crixá é possível com a entrada em operação do Sistema Produtor Paranoá, prevista para os próximos três anos”; • “o atendimento a populações antes da entrada em funcionamento do novo sistema somente será possível com a utilização de um abastecimento através de poços profundos adicionais aos já existentes”.

3.2.2. Esgotamento Sanitário

Para o sistema de esgotamento sanitário, o estudo de concepção avalia alternativas para coleta, tratamento e destinação final dos efluentes líquidos a serem produzidos pelo bairro Crixá.

320 Este EIA seguiu as recomendações normativas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, como também as prerrogativas e diretrizes usuais estabelecidas pela CAESB.

As análises sobre as possíveis alternativas propostas fundamentaram-se na estimativa dos quantitativos de esgotos necessários ao perfeito atendimento do bairro Crixá. Posteriormente, foram avaliados os aspectos técnicos e ambientais para a implementação das referidas alternativas.

Ressalta-se que o bairro Crixá está previsto para ser implantado em 2 anos a partir de janeiro de 2015. a) Critérios e Parâmetros de Projeto

Este item apresenta os critérios e parâmetros de projeto utilizados para os estudos de concepção do sistema de esgotamento sanitário. i. Per Capita de Produção e Coeficientes Adotados

Os parâmetros de projeto para o sistema de esgotamento sanitário são complementares ao sistema de abastecimento de água, fundamentando-se no número de habitantes atendidos para o horizonte do projeto e no consumo específico de água por habitante para a determinação, por meio do coeficiente de retorno, da geração de esgoto per capita.

Os parâmetros adotados são discriminados a seguir: Coeficiente de retorno água/esgoto: 80%; Geração de esgoto per capita: 120 L/hab./dia;

Coeficiente de consumo mínimo horário: K3 = 0,5.

As infiltrações à rede coletora são calculadas com base num parâmetro linear de:

qinf = 0,20 L/s x km (0,0002 L/s x m).

Segundo SiEsg (2011), para o Distrito Federal, a extensão média de redes de esgotos por ligação é de 11,45 metros, a quantidade de economias por ligação é de 1,74 unidades e a extensão total de redes por população atendida com coleta é de 2,19 metros.

321 A declividade mínima admissível adotada foi: i = 0,005 m/m.

A vazão mínima considerada foi aquela recomendada no item 5.1.1.1. da NBR 9.649/1986 da ABNT, onde em qualquer trecho da rede coletora, o menor valor da vazão a ser usado nos cálculos é de 1,5 L/s, correspondente ao pico instantâneo de vazão decorrente da descarga de vaso sanitário. Sempre que a vazão a jusante do trecho for inferior a 1,5 L/s, para cálculos hidráulicos desse trecho, utilizou-se o valor de 1,5 L/s.

De forma complementar, ainda foram considerados os parâmetros, apresentados a seguir. ii. Diâmetro e Declividade Mínimos

Para redes coletoras públicas, adotou-se o diâmetro mínimo de 150 mm. A localização dos coletores deve ser, preferencialmente, nos passeios, visando reduzir problemas de interferências com outras redes da infraestrutura e facilitar futuras necessidades de manutenção na rede de esgotamento sanitário. Contudo, o mais usual é as redes públicas situarem-se ao longo das vias, juntamente com tubulações de água e de drenagem de águas pluviais.

Os coletores foram previstos de modo a se ter sua autolimpeza. Nesse sentido, deve-se garantir, pelo menos uma vez por dia, uma tensão trativa de 1,0 Pa.

Consoante ao item 5.1.5. da NBR 9.649/1986, a máxima declividade deve ser aquela para a qual se obtém velocidade na tubulação inferior a 5,0 m/s, para a vazão de final de plano. iii. Lâmina D’Água Máxima

As redes coletoras foram projetadas para operarem com lâmina igual ou inferior a 75% do diâmetro da tubulação, destinando-se a parte superior da tubulação à ventilação do sistema e às imprevisões e flutuações excepcionais de nível dos esgotos.

322 iv. Poços de Visita (PV)

Os Poços de Visita são câmaras que, por meio de abertura existente em sua parte superior, permite o acesso de pessoas e equipamentos para executar trabalhos de manutenção. Deve-se utilizar PV em todos os pontos de singularidades de rede coletora, tais como, no início de coletores, nas mudanças de direção, de declividade, de diâmetro e na reunião de coletores. Prevê-se a adoção de PV padrão CAESB, conforme os diâmetros de chegada e saída dos coletores. v. Profundidade Mínima

A profundidade mínima adotada em todos os trechos deve garantir o recobrimento mínimo de 0,90 metros para as tubulações, procurando evitar interferências com a rede de drenagem de águas pluviais, que virão a ser implantadas. vi. Distância Máxima

A distância máxima adotada entre singularidades (PV) deve ser de 80 metros, seguindo recomendação da CAESB, a fim de permitir o alcance dos equipamentos e instrumentos de limpeza e de desobstrução. vii. Material da Rede

Adotaram-se tubos de Poli Cloreto de Vinila (PVC), com junta elástica. Esse material está normalizado pela NBR 7.362/1999, que fixa as condições exigíveis para tubos de PVC destinados a rede coletora e ramais prediais enterrados para a condução de esgoto sanitário e despejos industriais, cuja temperatura do fluido não exceda 40oC. viii. Faixa de Servidão

O Quadro 105 apresenta a faixa de servidão a ser obedecida de acordo com a profundidade e o diâmetro da rede de esgoto sanitário, bem como o seu recobrimento.

323 Quadro 105: Faixa de Servidão, Profundidade e Recobrimento para Redes de Esgotos Sanitários. Profundidade Diâmetro Largura da Faixa de Servidão Recobrimento

100 mm 0,70 m

150 mm 1,50 m

até 3,50 m de 200 mm a 350 mm 2,50 m

de 400 mm a 600 mm 5,00 m 0,90 m para redes em vias públicas e 0,60 m para de 800 a 1.500 mm 6,00 m redes nos passeios

até 350 mm 3,00 m de 3,50 m a 5,00 m de 400 a 1.500 mm 6,00 m

Acima 5,00 m até 1.500 mm 7,50 m

ix. Vazões de Projeto de Esgotos

De forma análoga ao sistema de abastecimento de água, foram consideradas as seguintes premissas:

População habitacional de 12.367 habitantes; Consumo per capita de água de 150 L/hab./dia; Vazão máxima horária para a rede coletora (consideração conservadora para evitar sobrecargas no sistema coletor); Estimou-se o total 5.100 metros de redes coletoras de esgotos, a partir do traçado urbano do bairro Crixá (comprimento de vias de acesso e interligações).

As expressões, a seguir, apresentam as vazões utilizadas no estudo.

q P Q  ( )c  Lti m 86.400

   Lti Qd Qm k1

   Lti Qh Qd k2

324 Onde:

Qm = vazão média (L/s);

Qd = vazão máxima diária (L/s);

Qh = vazão máxima horária (L/s); q = per capita de consumo de água (150 L/s x hab.); P = população de projeto (hab.); c = coeficiente de retorno esgoto/água (0,8);

k1 = coeficiente do dia de maior consumo (1,2);

k2 = coeficiente da hora de maior consumo (1,5); L = extensão prevista das redes (5.100 m);

ti = taxa de infiltração (0,0002 L/s x m).

As vazões para dimensionamento do sistema de coleta e tratamento de esgotos são:

• Média (Qm) = 18,20 L/s;

• Máxima diária (Qd) = 21,63 L/s;

• Máxima horária (Qh) = 31,94 L/s.

A implantação do bairro Crixá está prevista para ocorrer em 2 anos, com início estimado para janeiro de 2015. Dessa forma, a entrega completa das unidades habitacionais será em 2017, conforme apresenta o Quadro 106.

Quadro 106: Cronograma de Implantação e Vazão Máxima Horária de Esgotos. Prazo de Número de Vazão Máxima Entrega Unidades Total de Unidades População (Hab.) Horária de Esgoto (Meses) Residenciais (L/s) 8 784 784 2.642 7,62 12 800 1.584 5.338 14,36 18 1.040 2.624 8.842 23,13 24 496 3.120 10.513 27,30 24 550 550 1.853 5,65 Total 3.670 3.670 12.367 31,94

325 b) Estudo de Alternativas de Esgotamento Sanitário i. Sistema Existente

O sistema existente de esgotamento sanitário do Distrito Federal está dividido em 4 grandes bacias, sendo lago Paranoá, rio São Bartolomeu, rio Ponte Alta/Alagado e rio Descoberto/Melchior (SiEsg, 2011).

A bacia de esgotamento do lago Paranoá possui os seguintes sistemas que atendem as RA de: Estação de Tratamento de Esgotos – ETE Brasília Sul – Guará, Cruzeiro, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Sul, parte de Brasília (Asa Sul e Setor de Clubes e Hotéis Sul), a quadra QN1 do Riacho Fundo, SIA e Águas Claras; ETE Brasília Norte – Lago Norte e parte de Brasília (Asa Norte, Vila Planalto, Setor de Clubes e Hotéis Norte) e Taquari; ETE Riacho Fundo – Riacho Fundo, exceto QN 1; ETE Torto – Vila Weslian Roriz (Torto).

A bacia de esgotamento do rio São Bartolomeu abrange os seguintes sistemas, que atendem as seguintes RA: ETE Sobradinho – Sobradinho; ETE Paranoá – Paranoá; ETE São Sebastião – São Sebastião; ETE Planaltina – Planaltina; ETE Vale do Amanhecer – Planaltina.

A bacia de esgotamento do rio Ponte Alta/Alagado recebe os sistemas que contemplam as seguintes RA: ETE Recanto das Emas – Recanto das Emas e Riacho Fundo II; ETE Santa Maria – Parte de Santa Maria; ETE Alagado – Parte de Santa Maria; ETE Gama – Gama.

A bacia de esgotamento do rio Descoberto/Melchior abrange os sistemas que atendem as seguintes RA: ETE Samambaia – Samambaia; ETE Melchior – Taguatinga e Ceilândia; ETE Brazlândia – Brazlândia (os efluentes são exportados para o Rio Verde – GO).

326 O sistema de esgotamento sanitário existente, operado pela CAESB, mais próximo ao bairro Crixá é o que atende a RA de São Sebastião – ETE São Sebastião.

A Estação de Tratamento de Esgotos – ETE São Sebastião foi inaugurada em 1998 para atender a RA de São Sebastião e o presídio da Papuda, com população prevista de 77.717 habitantes e capacidade média de projeto de 226 L/s. Atualmente, prepara-se para receber os novos condomínios situados nos arredores da RA de São Sebastião (SiEsg, 2011).

Os esgotos sanitários dessa cidade são coletados e encaminhados por gravidade ao tratamento preliminar da ETE, com sistema de gradeamento e desarenação, para retirada de detritos grosseiros e areia. Após essa etapa, o esgoto sanitário é recalcado para os RAFA (Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente) e seu efluente é disposto alternadamente em 2 campos de escoamento superficial em solos com gramíneas. A próxima etapa se refere a uma lagoa de maturação, onde é complementado o processo de tratamento com a redução de coliformes fecais, sendo o efluente final lançado no corpo receptor, o ribeirão Santo Antônio da Papuda (SiEsg, 2011).

No ano de 2010, a ETE São Sebastião depurou a vazão média de 99,88 L/s, correspondente a 45% da sua capacidade hidráulica (SiEsg, 2011). ii. Alternativas de Esgotamento Sanitário

Foram estudadas as alternativas de disposição individual por fossas sépticas, sistema independente e interligação ao sistema de esgotamento sanitário da CAESB.

Disposição Individual por Fossas Sépticas

Para essa alternativa seriam implantadas fossas sépticas seguidas por valas de infiltração ou sumidouros no bairro Crixá, respeitando-se a norma técnica NBR 7.229/82 (Projeto de Instalação de Fossas Sépticas) e as recomendações usualmente adotadas pela CAESB.

A localização das fossas sépticas, sumidouros ou valas de infiltração deve atender às seguintes condições: • Afastamento mínimo de 30 metros de qualquer fonte de abastecimento de água potável e a menos de 1,5 metros do sistema de distribuição desse tipo de água; • Facilidade de acesso, pois existe a necessidade de remoção periódica de lodo;

327 • O sistema deve ser construído afastado da residência, numa distância mínima de 6 metros da construção ou limite do terreno, devendo haver disponibilidade de pelo menos 20 m2 de área verde contínua e privativa; • Possibilidade de fácil ligação a um futuro coletor público.

Especificamente na área do bairro Crixá, segundo os estudos pedológicos, predominam solos com média a reduzida condutividade hidráulica na zona vadosa, caracterizados por latossolos e cambissolos. O domínio poroso é representado pelo sistema P4 e o domínio fraturado pelo subsistema F do sistema Canastra.

Dessa forma, a implantação de um sistema individual, constituído de fossas sépticas seguidas por sumidouros ou valas de infiltração, torna-se desfavorável.

Outro aspecto é a densidade habitacional proposta para a área em tela, com patamar de 150 habitantes por hectare, implicando na dificuldade de se adotar sistema individual e exigindo um sistema coletivo.

Sistema Independente

Essa alternativa considera a implantação de um sistema coletor na área do bairro Crixá, a construção de uma Estação de Tratamento de Esgotos específica para esse bairro e lançamento final dos efluentes líquidos em curso d’água.

O bairro Crixá situa-se na bacia de drenagem dos córregos Açude e Capão Comprido, afluentes do ribeirão Santo Antônio da Papuda, sendo esse último um dos formadores do ribeirão Papuda, que já é utilizado pela CAESB como corpo receptor de esgotos sanitários depurados pela ETE São Sebastião. Adicionalmente, o ribeirão Papuda possui elevada degradação da qualidade de suas águas devido à ocupação urbana em sua área de drenagem e aos lançamentos de efluentes sem tratamento nas redes de drenagem pluvial de muitos condomínios horizontais existentes na região. Portanto, o corpo receptor é o fator limitante a essa alternativa.

Interligação ao Sistema da CAESB

Para a adoção dessa alternativa, o bairro Crixá deve possuir sistema coletor e interligação ao sistema existente da CAESB nas proximidades, isto é, a ETE São Sebastião.

328 A CAESB, por meio de sua Carta nº 087/2014 – DE, de 27/03/2014 (Tomo IV), informa ser possível o atendimento da área para a população total de 12.367 habitantes, sendo viável a coleta do esgoto sanitário e o seu tratamento na ETE São Sebastião.

Mas a interligação ao referido sistema de esgoto sanitário depende da implantação de novo emissário de esgotos independente para a condução dos efluentes brutos para essa ETE, bem como a atualização e ampliação da capacidade de tratamento dessa unidade operacional.

Dessa forma, foi prevista uma única estação elevatória para o bairro Crixá, contendo: • Poço de sucção; • 2 bombas de recalque, sendo 1 em operação e 1 reserva; • Gerador de emergência a diesel; • Reservatório de segurança para armazenar esgotos por um período de 2 horas para a vazão máxima horária. Esse reservatório deve funcionar em caso do gerador de emergência não funcionar; • Transmissão de dados operacionais para uma central de controle na CAESB; • Linha de recalque seguindo por vias públicas, a fim de evitar interferências com edificações e áreas sem identificação do proprietário.

A perda de carga na linha de recalque foi estimada somente com as perdas distribuídas, por meio da equação de Hazen-Williams, sendo:

1,85 h f 10,64.Q  L C1,85.D 4,87

Onde:

hf: perda de carga (m); L: comprimento da tubulação (m); Q: vazão (m3/s); C: coeficiente que depende do tipo de material da tubulação (considerou-se C=150 para tubulação de PEAD); D: diâmetro da tubulação (m).

Definiu-se a linha de recalque com extensão total de 3.105 metros, sendo 1.555 metros em recalque e 1.550 metros por gravidade.

329 O diâmetro de 200 mm em PEAD para a linha de recalque, com extensão de recalque de 1.555 metros e vazão máxima horária em final de plano, tem perda de carga distribuída de 10,37 metros e velocidade de 1,0 m/s.

Mantendo-se o material da tubulação, a sua extensão total e vazão de projeto, mas se alterando o diâmetro para 250 mm, tem-se a perda de carga distribuída de 3,50 metros e velocidade de 0,7 m/s.

A linha de recalque inicia-se na Estação Elevatória com cota altimétrica de 946 metros e segue em direção Norte, convergindo com a rodovia DF-473, com cota de 945 metros. Depois, a linha de recalque vira em direção Leste para a rotatória do bairro São José, também com cota altimétrica de 945 metros; atravessa a convergência das Ruas 42 com a Comercial do Bosque, com cota de 942 metros; vira à esquerda na QE do bairro Residencial do Bosque, com cota de 949 metros (caixa de transição); volta a seguir em direção Norte e vira à Leste na cota 942 metros até atingir a entrada da ETE São Sebastião, com cota final de 917 metros.

A altura geométrica entre a Estação Elevatória (946 metros) e a Unidade de Transição na QE do bairro Residencial do Bosque (cota mais elevada de 949 metros) é de 3,0 metros. Após esse ponto, o esgoto seguirá por gravidade até a entrada da ETE São Sebastião, pois a cota altimétrica de chegada nesta unidade de tratamento da CAESB é inferior à cota mais elevada (917 metros).

Adotou-se a linha de recalque com diâmetro de 200 mm, implicando na altura manométrica total de 13,37 metros.

A definição final do diâmetro dessa tubulação estará contida no projeto básico de esgotamento sanitário, quando se terá a avaliação dos custos de implantação (bombas, tubulações, etc.), operação (consumo de energia elétrica) e manutenção.

Para estimar a potência do conjunto moto-bomba, foram previstos: a implantação de bombas submersíveis, o rendimento de 70% e uso da seguinte equação:

.Q.H man PB  75B

Onde:  =1.000 kgf/m3 (peso específico da água); PB = potência em cv (cavalo-vapor);

B = rendimento da bomba. 330 Dessa forma, a potência instalada do conjunto moto-bomba é de, aproximadamente, 8 cv.

Para o trecho por gravidade (1.550 metros e desnível de 32,0 metros), adotou-se a equação de Manning para a determinação do diâmetro da tubulação, a qual representa:

1 V   Rh2/ 3  I 1/ 2 n

Onde: V = velocidade do escoamento (m/s); n = rugosidade de Manning; Rh = raio hidráulico (m); I = Declividade do trecho (m/m).

Nesse sentido, considerando-se a lâmina máxima de 75% na tubulação com escoamento a superfície livre, vazão máxima horária, rugosidade equivalente a PEAD ou PVC (0,010) e declividade de 0,021 m/m, tem- se o diâmetro de 200 mm e a velocidade média de escoamento de 2,2 m/s. iii. Análise das Alternativas de Esgotamento Sanitário

As alternativas avaliadas para o esgotamento sanitário do bairro Crixá foram a disposição individual por fossas sépticas, sistema individual e interligação ao sistema da CAESB.

Devido à densidade habitacional prevista para o bairro Crixá e à capacidade de condutividade hidráulica do solo local, a disposição individual por fossas sépticas torna-se inexequível.

A implantação de um sistema independente requer a instalação de uma estação de tratamento específica para o bairro Crixá e o lançamento dos efluentes líquidos em curso d’água. Somente o ribeirão Papuda possui porte para receber águas residuárias. Contudo, já é utilizado pela CAESB para diluir os efluentes provenientes da ETE São Sebastião.

Dessa forma, a melhor opção é a interligação ao sistema da CAESB, especificamente à ETE São Sebastião, o que requer a implantação de estação elevatória e linha de recalque para conduzir o esgoto sanitário do bairro Crixá até a referida unidade de depuração. Essa possibilidade foi confirmada pela CAESB em carta.

331 O Mapa de Concepção do Sistema de Esgotamento Sanitário (Tomo V) apresenta o lote urbano onde se projetou a construção da Estação Elevatória de Esgotos Brutos e o trajeto da linha de recalque. É importante ressaltar que a estação elevatória de esgotos deve possuir tanque de segurança, gerador de emergência a diesel e conjunto moto-bomba de reserva. c) Cartas Consulta e Resposta – CAESB

Carta Consulta

Em 24/02/2014 foi remetida a Carta nº 025/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV) solicitando a CAESB manifestação quanto à existência de interferência com o sistema de esgotamento sanitário existente e a capacidade de atendimento à população projetada (12.367 hab.) para o bairro Crixá em relação ao esgotamento sanitário.

Carta Resposta

Em 27/03/2014 a CAESB respondeu, por meio da Carta nº 087/2014 – DE/CAESB, que: • “considera o atendimento com abastecimento de água e coleta de esgotos tecnicamente viável, desde que sejam tomados cuidados especiais, dadas as características do abastecimento na região”; • Com relação ao esgotamento sanitário, afirma ser “possível a coleta de esgotos e seu tratamento na Estação de Tratamento de Esgotos São Sebastião, atualmente em operação”.

3.2.3. Drenagem de Águas Pluviais

Os sistemas de drenagem de águas pluviais existentes no Distrito Federal foram implantados utilizando a base conceitual de sistemas tradicionais, constituídos de: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas e pontos de lançamento final. No que se refere à captação, a NOVACAP tem adotado ao longo do tempo padronização com o objetivo de otimizar a eficiência da mesma quanto ao volume de água captado e à redução dos custos de implantação e manutenção. Quanto às redes já implantadas, são compostas de condutos circulares, variando de 400 a 1.500 mm de diâmetro e de galerias quadradas, construídas em concreto armado, com lados de 1,65 a 3,00 metros.

332 Assim, as cidades regularizadas no Distrito Federal possuem sistemas de drenagem tradicionais, que não minimizam adequadamente os impactos ambientais negativos provenientes das descargas pluviais com elevadas velocidade e quantidade de particulados nos cursos d’água. Esse fato implica, dentre outros, aceleração de processo erosivo de base e o assoreamento de corpos hídricos.

Dessa forma, o sistema de drenagem pluvial é importante para reduzir os impactos ambientais negativos provenientes da implantação do bairro Crixá, devido à consequente elevação do escoamento superficial, mas se deve adotar sistema diferenciado do tradicional e estabelecido pela ADASA para desaceleração das águas pluviais e contenção de sedimentos antes do lançamento final no corpo receptor.

A quantidade de resíduos sólidos que se acumulam nas redes de drenagem de águas pluviais é também um impacto ambiental negativo que pode ser influenciado por fatores como: o tipo de ocupação do solo; as características dos eventos de precipitação, do serviço de varrição e limpeza urbana; os programas de sensibilização; as características físicas da bacia hidrográfica; e o nível socioeconômico da comunidade.

A mensuração desses resíduos sólidos tem importância na avaliação do impacto gerado e na proposição de medidas estruturais para seu controle, tornando-se indispensável nas análises de alternativas para o gerenciamento dos recursos hídricos.

Segundo NEVES & TUCCI (2003), a redução dos resíduos sólidos pode ser praticada por meio de 2 tipos de medidas: estruturais, com a colocação de estruturas na entrada de bocas-de-lobo, sarjetas ou instaladas dentro dos canais de drenagem para separar e conter os poluentes grosseiros; e medidas não estruturais, envolvendo mudanças de atitude e ações da comunidade (incluindo comércio, indústrias e residentes). a) Sistemas Existentes e Projetados

Na ADA do bairro Crixá não existe rede implantada ou projeto de drenagem urbana concebido. b) Análise da Drenagem Pluvial

O bairro Crixá localiza-se na sub-bacia do córrego Açude, na unidade hidrográfica do ribeirão Papuda, pertencente à bacia hidrográfica do baixo rio São Bartolomeu, que está inserida na região hidrográfica do rio Paraná.

333 A execução do sistema de drenagem no bairro Crixá deverá conter as seguintes unidades básicas: sarjetas, canaletas, bocas de lobo, galerias, poços de visitas, reservatórios de qualidade e quantidade (ou detenção) e, principalmente, estruturas de dissipação de energia hidráulica, antes do ponto de lançamento final.

Os dispositivos empregados nos pontos de lançamento final de águas pluviais devem ser projetados seguindo rigorosamente as normas e padrões da NOVACAP.

Estudos hidrológicos e pedológicos indicaram a existência de 2 domínios distintos: as águas subterrâneas profundas e as águas subterrâneas rasas, atribuídas aos aquíferos dos domínios fraturado e poroso, sendo esses: os sistemas P1 e P4 (domínio poroso), desenvolvidos sobre o subsistema F (domínio fraturado).

O sistema P4 é formado por aquíferos intergranulares, descontínuos, livres e tem condutividade hidráulica muito baixa. Sua importância hidrogeológica local é negligenciável, enquanto o sistema P1 é tipificado por aquíferos intergranulares, contínuo, livres, de grande extensão lateral, com relevância hidrogeológica local relativa elevada.

O subsistema F é formado por aquíferos fissurais, descontínuos, livres e de condutividade hidráulica baixa. Possui importância hidrogeológica local moderada e apresentam maiores possibilidades onde ocorre interseção de fraturas com foliação de alto ângulo. Esse subsistema possui média de vazões de 7,5 m3/h e recobre 100% da área.

De acordo com os resultados dos ensaios de condutividade hidráulica realizados na ADA, a condutividade em profundidade (ensaio open end hole) é da ordem de 10-5, 10-6 e 10-7, valores que as classificam como alta, moderada e baixa, respetivamente. Cabe destacar que a condutividade hidráulica alta foi observada na camada mais superficial, nos primeiros 50 centímetros.

Reunindo essas características, os dispositivos artificiais de infiltração de água de chuva no solo, como os poços de infiltração e trincheiras, não são recomendados para ADA devido às condições desfavoráveis de condutividade hidráulica nas camadas mais profundas do solo, onde poderia causar o encharcamento e a instabilidade do solo.

Mesmo na existência desse cenário desfavorável para infiltração artificial de água no solo do bairro Crixá, este EIA sugere a implantação de dispositivos superficiais de infiltração, como a recarga artificial em áreas verdes, com a implantação de canteiros rebaixados, em desníveis inferiores a 30 cm comparados aos níveis das calçadas. Essas áreas devem ser gramadas com o objetivo de permitir a infiltração natural das águas pluviais. 334 i. Rede Coletora

A gleba do bairro Crixá possui o total de 82,45 ha, mas a área de contribuição é pouco maior, equivalente a 83,36 ha, em razão da existência de quase 1 hectare situado fora da poligonal do bairro Crixá e que gera escoamento superficial em direção ao exutório dessa gleba. A área de contribuição está dividida em 2 bacias de contribuição.

O Método Racional foi utilizado para estimar as vazões nas 2 bacias de contribuição do bairro Crixá, método usualmente adotado pela NOVACAP para bacias de contribuição inferiores aos 200 hectares. O método utiliza a seguinte expressão:

Q = c x i x a

Onde: Q = vazão (L/s); c = coeficiente de escoamento superficial da área contribuinte; i = intensidade de chuva crítica (L/s x ha); a = área da bacia contribuinte (ha).

Coeficiente de Escoamento Superficial da Área Contribuinte (c)

Para a estimativa do coeficiente de escoamento superficial serão consideradas as exigências usuais da NOVACAP. A sua determinação necessita do cálculo da média ponderada entre as áreas impermeáveis e permeáveis no bairro Crixá.

A partir dos usos futuros previstos pelos estudos de urbanismo, foram associados valores de coeficiente de escoamento superficial, que são apresentados no Quadro 107.

Quadro 107: Coeficiente de escoamento superficial. Quadro Resumo – Bairro Crixá Área Proposta Usos Coeficiente Adotado Ponderação Resultante c (hectares) Uso Residencial 24,41 0,56 13,67 Multifamiliar Uso Institucional 9,49 0,65 6,17 (EPC e EPU) Uso Misto 6,50 0,65 4,22 Uso Comercial Regional 1,96 09 1,76

335 Quadro Resumo – Bairro Crixá Área Proposta Usos Coeficiente Adotado Ponderação Resultante c (hectares) Áreas Públicas

ELUP (Praças, Parques 18,45 0,5 9,23 e ELUP)

Sistema Viário 21,64 0,9 19,47 TOTAL 82,45 - 55,00 0,66 (Poligonal de Projeto)

Nesse sentido, foi adotado o valor global de “c” igual a 0,66 como medida de segurança. Esse coeficiente representa a situação futura de ocupação da ADA do bairro Crixá.

Para a situação atual, com cobertura vegetal, foi estimado o coeficiente igual a 0,15.

Intensidade Chuva Crítica (i)

Utilizou-se a curva de intensidade x duração x frequência da chuva recomendada pela NOVACAP. A equação da curva é apresentada a seguir:

i = 21,7 * Tr 0,16 * 166,7 (t + 11)0,815

Onde: i = intensidade de chuva (L/s x ha); Tr = tempo de recorrência (anos); t = tempo de concentração (min); 166,7 = coeficiente de transformação de mm/min em L/s x ha.

Essa equação reflete o histórico de precipitações no Distrito Federal e é exigida pela NOVACAP para elaboração de projetos de drenagem pluvial.

O tempo de recorrência indica o tempo que a maior chuva de um período leva para acontecer novamente, pelo menos uma vez. Segundo orientações da NOVACAP, adotou-se o tempo de recorrência de 10 anos para a microdrenagem. 336 O tempo de concentração reflete o tempo de deslocamento de um pingo de água do mais distante ponto da bacia até o ponto onde vai ser captada.

Para determinação da intensidade de chuva crítica foram calculados os tempos de duração da chuva e igualados aos tempos de concentração.

Segundo definição da NOVACAP, o tempo de concentração inicial adotado foi de 15 minutos.

O Quadro 108 apresenta os parâmetros de projeto adotados para drenagem urbana.

Quadro 108: Parâmetros de projeto para drenagem urbana. Bacia de Contribuição Parâmetro de Projeto Unidade 1 2 Área de Drenagem ha 45,11 38,25 Tempo de Entrada na 1ª Boca de Lobo min 15,0 15,0 Diâmetro Médio da Rede Coletora mm 1.000 800 Declividade Média da Rede Coletora m/m 0,030 0,045 Velocidade Média Estimada m/s 3,6 4,0 Comprimento Estimado do Maior Coletor m 1.250 1.100 Tempo de Condução das Águas na Rede Coletora min 5,8 4,6 Tempo de Concentração Total min 20,8 19,6 Intensidade de Chuva Crítica L/s x ha 311,8 321,8

O Quadro 109 apresenta os resultados encontrados para a estimativa para o sistema de drenagem urbana.

Quadro 109: Estimativa de drenagem urbana. Vazão Máxima (m3/s) Bacia de Contribuição Cenário Atual Cenário Futuro 1 2,11 9,28 2 1,85 8,12 Total 3,96 17,40

As redes coletoras de drenagem urbana da bacia de contribuição 1, com vazão estimada de 9,28 m3/s, conduzirão as águas pluviais para os reservatórios de qualidade 1 e de detenção 1, com lançamento no córrego Açude. 337 A bacia de contribuição 2, com vazão estimada de 8,12 m3/s, reúne as águas pluviais nos reservatórios de qualidade 2 e de detenção 2, com posterior lançamento no córrego Açude, em ponto a jusante do lançamento 1. ii. Reservatórios de Qualidade e Quantidade

Conforme determina a Resolução da ADASA nº 09/2011, que estabelece os critérios e procedimentos para outorga de direito de uso de recursos hídricos para lançamento de águas pluviais em corpos de água de domínio do Distrito Federal, a vazão máxima específica de qualquer empreendimento é equivalente a 24,4 L/s x ha.

Nesse sentido, a vazão de outorga para a área total de contribuição do bairro Crixá é de 2,03 m3/s.

Logo, a área do bairro Crixá deverá possuir reservatórios de qualidade e detenção (quantidade), a fim de amortizar o pico de cheias em direção ao córrego Açude, do valor previsto de 17,40 m3/s para o máximo de 2,03 m3/s.

Segundo a ADASA, os projetos de drenagem de águas pluviais devem procurar soluções compensatórias de drenagem urbana, agindo em conjunto com as estruturas convencionais, evitando a transferência dos impactos negativos para jusante do ponto de lançamento, através do uso de dispositivos de infiltração, detenção e retenção das águas pluviais.

A referida norma da ADASA exige a construção de reservatório de qualidade para qualquer área a ser impermeabilizada a partir de sua publicação, tendo esse reservatório a capacidade de armazenar a água de chuva por 24 horas. O objetivo do reservatório é reduzir em 80% a carga de sólidos das águas pluviais em direção ao corpo hídrico receptor, por meio da sedimentação no seu fundo (decantação).

O volume para reservatório de qualidade, com até 200 ha de área de contribuição, é definido pela seguinte equação:

V  33,8 180  AI  AC QA

Onde: V QA = volume para qualidade, em m3; AC = área de contribuição, em ha, e; AI = área impermeável, entre 0 e 1. 338 O volume do reservatório de quantidade é determinado por meio da equação:

V  470,5 AI A

Onde: V A = volume dividido pela área de contribuição, em m3/ha, e; AI = proporção de área impermeável, entre 0 e 1.

Para área impermeável de 0,66, compatível com o coeficiente de escoamento superficial, o Quadro 110 apresenta os volumes dos reservatórios e vazão de outorga para cada bacia de contribuição.

Quadro 110: Volumes dos reservatórios e vazão de outorga. Bacia de Vol. Qualidade Vol. Detenção Vazão Outorga Área (ha) Contribuição (m3) (m3) (m3/s)

1 45,11 6.883,8 14.008,0 1,10

2 38,25 5.837,0 11.877,8 0,93

No projeto de urbanismo do bairro Crixá foram reservadas 2 áreas para a implantação dos reservatórios de qualidade e detenção das bacias de contribuição 1 e 2.

Adotando-se reservatórios com formato retangular, profundidade de 4,0 m e inclinação de taludes laterais (H:V) de 2:1, tem-se a necessidade de 8.800 m2 e 7.500 m2 para os reservatórios de qualidade e detenção das bacias de contribuição 1 e 2, respectivamente.

Após os reservatórios de detenção são previstas tubulações para lançamentos finais da vazão de outorga no córrego Açude, com diâmetros de 800 e 600 mm para as bacias de contribuição 1 e 2, respectivamente.

Os pontos de lançamentos previstos possuem as seguintes coordenadas UTM aproximadas: Lançamento 1 (bacia contribuição 1): E: 204.026 m e N: 8.237.681 m; Lançamento 2 (bacia contribuição 2): E: 203.961 m e N: 8.238.140 m.

339 Nesses pontos de lançamentos no córrego Açude devem ser executados dissipadores do tipo impacto e canal de restituição em gabião, tendo por objetivo reduzir a velocidade das águas pluviais antes da convergência com as águas do córrego Açude.

Segue no Tomo V, o Mapa de Concepção do Sistema de Drenagem Pluvial proposto para o bairro Crixá. c) Cartas Consulta e Resposta – NOVACAP

Carta Consulta

Em 24/02/14 foi enviada a Carta nº 031/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV) solicitando a NOVACAP manifestação quanto à existência de interferências com sistemas de drenagem de águas pluviais existentes ou projetados e a capacidade de atendimento da área impermeabilizada do bairro Crixá.

Carta Resposta

A NOVACAP manifestou-se em 10/03/2014, por meio do Despacho NOVACAP (Processo nº 282.931) (Tomo IV), onde informou que: • “não existe rede existente e/ou projetada que interfere com o empreendimento BAIRRO CRIXÁ”; • “não existe rede existente, em área limítrofe, que comporte os efluentes pluviais do Bairro (...) sendo necessária a elaboração de projeto de drenagem específico, com lançamento independente, que deverá obedecer às diretrizes/restrições ambientais a serem definidas pelo órgão licenciador e ADASA”.

Juntamente ao Despacho, a NOVACAP anexou Termo de Referência e Especificações para elaboração do sistema de drenagem pluvial, atualmente em vigor.

3.2.4. Resíduos Sólidos

Segundo pesquisa do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2012), foram coletadas em Brasília cerca de 1.377.139 toneladas de resíduos domésticos e públicos (RDO e RPU), dos quais 822.968 toneladas eram resíduos domiciliares (RDO) e 13.021,3 toneladas, oriunda de coleta seletiva.

Ainda em 2012, a quantidade de resíduos domésticos coletados per capita correspondeu a 0,87 kg/hab/dia; ao considerar os resíduos públicos (RPU) – oriundos da varrição ou limpeza de logradouros públicos – a quantidade per capita de resíduo sólido gerado equivaleu a 1,48 kg/hab./dia no Distrito Federal. 340 Considerando a densidade demográfica definida no Estudo Preliminar Urbanístico e no PLANDHIS, de 3,37 habitantes/unidade habitacional, estima-se que cada unidade habitacional do bairro Crixá gerará a carga de resíduos domésticos e públicos aproximado de 2,0 kg/dia, ou seja, o total de 6.240 kg/dia, uma vez que esse parcelamento de solo urbano possuirá 3.120 unidades. Considerando os 550 lotes de uso misto projetados no bairro Crixá e os mesmos parâmetros adotados para as unidades habitacionais, tem- se a geração adicional de 1.100 kg/dia de resíduos domésticos e públicos, totalizando para o bairro Crixá a carga total diária de 7.340 Kg.

A média de 1,48 Kg/dia/habitante não considera os Resíduos de Serviços de Saúde, de coleta seletiva e da construção civil.

Conforme dispõe o Decreto nº 2.668/1974, o volume médio para atendimento pela coleta, tratamento e destinação final dos resíduos domiciliares é menor ou igual a 100 litros ou 30 kg por unidade domiciliar ao dia. Portanto, adotando como referência essa legislação e a estimativa de ser gerado 2,0 kg/dia de resíduos sólidos por unidade habitacional e de uso misto no bairro Crixá, verifica-se que a carga estimada é bastante inferior à capacidade de atendimento diário do Serviço de Limpeza Urbana – SLU.

Cartas Consulta e Resposta – SLU

Carta Consulta

Por meio da Carta nº 033/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV), de 24/02/2014, o SLU foi consultado sobre a eventual interferência com ecopontos, áreas de transbordo e triagem e à capacidade de atender a população projetada para o bairro Crixá no que se refere à coleta dos resíduos sólidos, incluindo os resíduos da construção civil.

Carta Resposta

O SLU, em 07/03/2014, manifestou-se, através da Carta nº 13/2014 – DIGER/SLU (Tomo IV), informando que: • “não será permitida a locação/instalação de contêineres e outros recipientes de armazenamento provisório de resíduos em vias e logradouros públicos, portanto o projeto urbanístico e paisagístico não deverá contemplar áreas específicas de armazenamento de resíduos nesses locais”; • “o lixo (resíduo) deverá ser armazenado dentro dos estabelecimentos geradores e retirado nos dias e horários estabelecidos para cada tipo de coleta, ou seja, cabe ao gerador a responsabilidade pela separação e armazenamento provisório do lixo gerado no âmbito do seu estabelecimento (...)”; 341 • “conforme regulamentado pelo Decreto nº 2.668/1974, em específico em seu §2º, se encontra responsável pelo recolhimento de resíduos em quantidade não superior a 100 (cem) litros ou 30 (trinta) quilos por unidade imobiliária, quantitativo este que configura a coleta dita como “domiciliar”; • “outros tipos de coleta (...) tais como: coleta de resíduos dos serviços de saúde, coleta de entulho (CONAMA nº 307/2002), coletas em grandes fontes geradoras, etc., porém estas coletas não estão no escopo dos serviços oferecidos pelo SLU e são de responsabilidade do gerador de resíduos (Lei de Crimes Ambientais)”; • “é importante informar, que no caso de grandes geradores, ou seja, a produção de resíduos por dia seja acima de 100 (cem) litros ou 30 (trinta) quilos, estes são responsáveis pela coleta e o transporte dos resíduos até o destino final, de responsabilidade do Governo”; • “cabe-nos informar que o destino dos resíduos da construção civil é de responsabilidade do próprio gerador, esclarecendo ainda que deverá o responsável encaminhar os resíduos ao Aterro do Jóquei”; • “nas proximidades da área do parcelamento do solo urbano de interesse social denominado bairro Crixá, na Região Administrativa de São Sebastião, o SLU realiza a coleta dos resíduos domiciliares e comerciais, e podemos afirmar que não haverá impacto significativo quanto à capacidade de realização dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos gerados, uma vez que esta Autarquia encontra-se equipada e preparada para executar a coleta na área de ocupação prevista dentro da quantidade não superior ao acima mencionado”; • “o gerador deverá providenciar por meios próprios, os recipientes necessários ao acondicionamento dos resíduos sólidos gerados, observando as características dos resíduos e seus quantitativos, assim como as especificações determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas para recipientes estacionários”; • “o SLU possui a obrigação de cobrir toda a nova região do DF com coleta domiciliar e coleta seletiva, e a estrutura técnica, física e os custos unitários dos serviços (e monitoramento) são atribuições desta Autarquia (Decreto Distrital nº 27.898/2007)”.

3.2.5. Energia Elétrica a) Concepção da Rede de Energia Elétrica

Adotando como referência os parâmetros área total (82,45 ha), população final estimada (12.367 hab.) e número de unidades imobiliárias (3.120 unidades residenciais e 550 unidades de uso misto), calculou-se como demanda para atender o bairro Crixá a carga de energia elétrica de 4.600 kVA36.

36 kVA: Quilovoltampere. 342 O fornecimento de energia elétrica deverá ser realizado através de circuitos alimentadores, partindo de fontes alimentadoras pertencentes à Companhia Energética de Brasília – CEB. As redes de distribuição de energia elétrica serão do tipo aérea, em postes de concreto armado, com estruturas tipo compacta em tensão de 13,8 kV37 e redes isoladas em tensão 380/220 Volts. A rede de energia elétrica deve ter traçado situado às margens das vias.

Os postes da rede de energia elétrica serão também utilizados para implantação dos serviços de telefonia, multisserviço e iluminação pública.

O projeto executivo, contendo o traçado da rede nas vias, deve ser elaborado com fundamento em dados fornecidos pela CEB. Os pontos de interligação com as redes existentes devem ser indicados pela CEB, que deve também informar a capacidade de fornecimento das fontes existentes no local e indicar se há necessidade de reforço no sistema atual, em função do acréscimo da carga. b) Características da Rede de Distribuição Urbana – RDU

A rede de distribuição urbana de energia elétrica será implantada conforme padrão da CEB e atendendo às normas vigentes, sendo essa aérea, trifásica e compacta, com postes de concreto armado de seção circular e duplo T, com cabo de alumínio protegido tipo XLPE 15 kV, de bitola 50 mm2 e 185 mm2 em tensão 13,8 kV, e cabo de alumínio isolado, quadriplex, de bitola de 35 mm2, 50 mm2, 70 mm2 e 120 mm2 em tensão 380/220 V, com proteção através de chave fusível, para-raios e manobra através de chave faca. Requer transformadores de distribuição para instalação em poste, específicos para rede trifásica.

O ramal de serviço deve ser do tipo aéreo, em cabo de alumínio quadriplex, interligando o poste mais próximo até a armação de 1 elemento fixado diretamente na fachada do prédio, a ser instalado pela CEB quando a ligação for solicitada. Da roldana desce para o quadro de medição, com cabo de cobre classe 2, em bitola adequada. c) Interferências com Linha e Redes Elétricas Existentes

As redes de energia elétrica projetadas devem considerar a existência de redes de energia passando pela ADA, devendo-se prever a retirada ou remanejamento das redes existentes. Cabe analisar a necessidade de intervir no traçado dessas linhas e verificar se as redes de energia elétrica projetadas obedecem aos afastamentos indicados nas normas técnicas.

37 kV: Quilovolt. 343 d) Procedimentos

Deve-se elaborar documento a ser remetido para CEB, contendo o quadro de carga elétrica e solicitar a viabilidade técnica e forma de fornecimento de energia elétrica para atender o bairro Crixá, assim como enviar para a CEB o arquivo com projeto urbanístico devidamente georreferenciado e aprovado pela SEDHAB, incluindo as vias internas e externas, as quadras, as ruas e as avenidas. Este processo atualiza a base cadastral do programa de gerenciamento das redes da CEB.

e) Cartas Consulta e Resposta – CEB

Carta Consulta

Por meio da Carta nº 047/2014 – DF/DIRECIONAL, em 24/02/2014, a CEB foi consultada sobre a eventual interferência de redes de distribuição/transmissão de energia existentes e/ou projetadas com o parcelamento de solo urbano de interesse social denominado bairro Crixá.

Também foi encaminhada a Carta nº 026/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV), em 24/02/2014, solicitando a CEB manifestação quanto à capacidade de atendimento à população prevista para o parcelamento de solo urbano de interesse social denominado BAIRRO CRIXÁ quanto ao fornecimento de energia elétrica.

Carta Resposta

A CEB, em 20/03/2014, manifestou-se, por meio da Carta nº 194/2014/GRCD-Int, informando que: • “existem diversos trechos primários e secundários de Redes de Distribuição Urbanas, além de trechos diretamente enterrados de Iluminação Pública, que tem por finalidade o atendimento de consumidores nas proximidades da área em questão. Caso haja a necessidade de remanejamento dessas redes, é necessário que se encaminhe o projeto urbanístico final para elaboração de orçamento considerando a retirada das interferências e o atendimento de novas cargas”; • a necessidade do cumprimento das “Normas Técnicas de Segurança do Trabalho para a colocação de andaimes, equipamentos ou infraestruturas próximas às redes elétricas da CEB de modo a preservar a integridade física do trabalhador”.

Em 26/03/2014, a CEB, por meio da Carta nº 048/2014-SPP (Tomo IV), informou que: • “possui condições técnicas para fornecer energia elétrica ao parcelamento a ser implantado. As condições de atendimento serão definidas por meio de um estudo técnico, que será elaborado após a formalização de pedido por parte do interessado”; 344 • “os projetos de infraestrutura básica de fornecimento de energia, além dos projetos das instalações internas, deverão ser previamente apresentados à Distribuidora e deverão ser aprovados para a conexão ao sistema de distribuição”; • “necessidade do atendimento às distâncias mínimas de segurança entre edificações e redes elétricas (no caso das redes de média tensão, que estarão por quase todas as vias da região, a distância mínima de 1,5m entre o condutor de energia elétrica e a edificação) e, ainda, a observância de espaços suficientes que permitam a implantação das redes em obediência a Lei de Acessibilidade”.

3.2.6. Demais Consultas Realizadas a) Telecomunicações i. OI / Brasil Telecom

Carta Consulta

Por meio da Carta nº 032/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV), em 24/02/2014, a Oi/Brasil Telecom foi consultada sobre a eventual interferência com rede de dados e telefonia e capacidade de atendimento à população prevista para o parcelamento de solo urbano de interesse social denominado bairro Crixá em relação aos serviços de telefonia.

Carta Resposta

Em 24/03/2014, a OI/Brasil Telecom respondeu por meio da carta CT. nº 066/2014, informando que: • “não existe interferência de rede telefônica no local com viabilidade técnica de atendimento dessa empresa”. ii. NET

Carta Consulta

Por meio da Carta nº 030/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV), de 24/02/2014, a NET S/A foi consultada sobre a eventual interferência com rede de dados e telefonia e capacidade de atendimento à população prevista para o parcelamento de solo urbano de interesse social denominado bairro Crixá em relação aos serviços de telefonia.

345 Carta Resposta:

Em 28/03/2014, a Net respondeu, por meio da Carta nº 02/2014 – NET (Tomo IV), que: • “não há cabeamento da Net Brasília na área delimitada em Bairro Crixá – São Sebastião”. iii. GVT

Carta Consulta

Por meio da Carta nº 029/2014 – DF/DIRECIONAL (Tomo IV), de 24/02/2014, a GVT S/A foi consultada sobre a eventual interferência com rede de dados e telefonia e capacidade de atendimento à população prevista para o parcelamento de solo urbano de interesse social denominado bairro Crixá em relação aos serviços de telefonia.

Carta Resposta

Em 28/03/2014, a GVT respondeu, por meio de Carta, informando que: • “tem capacidade de atender o empreendimento “Setor Habitacional Crixá – São Sebastião”, mas para isso a mesma necessita fazer uma pesquisa de mercado entre os moradores que desejam o serviço”; • “não existe interferência de rede da GVT no local”. b) Outorgas de Recursos Hídricos

Carta Consulta

Em 26/02/2014, a DIRECIONAL encaminhou a Carta Consulta nº 024/2014 (Tomo IV), por meio da qual solicitou manifestação da ADASA quanto aos poços, cisternas e captações superficiais existentes na ADA do bairro Crixá e Região Administrativa de São Sebastião, bem como lançamentos de sistemas de drenagem pluvial e esgotamento sanitário existentes e/ou projetados na unidade hidrográfica do Ribeirão Papuda para subsidiar elaboração do estudo ambiental.

Carta Resposta

Em 05/03/2014, a ADASA manifestou-se por meio do Ofício nº 93/2014 – SRH/ADASA (Tomo IV) quanto à existência de 1 (uma) interferência na região delineada no polígono anexo à carta nº 024/2014 – DF/DIRECIONAL. No entanto, essa instalação está desativada. 346 c) Sistema de Transporte Público (DFTrans)

Carta Consulta

Em 27/02/2014, a DIRECIONAL encaminhou a Carta Consulta nº 50/2014 (Tomo IV), por meio da qual solicitou manifestação do DFTRANS quanto à capacidade de atendimento do sistema de transporte existente na região do bairro Crixá.

Carta Resposta

Em 22/04/2014, o DFTRANS informou, por meio do Ofício nº 521/2014-GAB/DFTRANS (Tomo IV), que existem 4 linhas de ônibus que interligam o Núcleo Bandeirante ao setor Nova Betânia, as quais atendem as proximidades da ADA. d) Equipamentos Públicos Comunitários (Administração Regional de São Sebastião)

Carta Consulta

Em 06/05/2014, a ECOTECH remeteu a Carta Consulta nº 207.2014 – Ecotech Ambiental (Tomo IV) solicitando informação da Administração Regional de São Sebastião em relação ao quantitativo, nome e endereço de Equipamentos Públicos – EP relativos ao esporte, lazer e cultura existentes na RA.

Carta Resposta

Em 29/06/2014, a Administração Regional de São Sebastião, por meio do Ofício nº 0479/2014-GAB/RA- XIV (Tomo IV), informou que existem 98 EP relacionados ao esporte/lazer, 4 EP de educação, 4 EP de saúde e 4 EP de segurança, dentre outros. e) Equipamentos Públicos Comunitários (Administração Regional do Jardim Botânico)

Carta Consulta

Em 13/06/2014, a ECOTECH enviou a Carta Consulta nº 261.2014 – Ecotech Ambiental (Tomo IV), solicitando informação da Administração Regional do Jardim Botânico em relação ao quantitativo, nome e endereço de Equipamentos Públicos – EP relativos ao esporte, lazer e cultura existentes na RA.

347 Carta Resposta

Em 23/07/2014, a Administração Regional do Jardim Botânico, por meio do Ofício nº 503/2014- GAB/RA-XXVII (Tomo IV), informou que “a Região é formada por Condomínios fechados todos dotados de infraestrutura de Esporte e Lazer. Por oportuno informamos que já dispomos de áreas públicas para implantação de: Corpo de Bombeiro, Batalhão da Polícia Militar, Posto de Saúde, Delegacia de Polícia, Escolas Públicas de 1º e 2º grau e Infantil, Creche, Ginásio Poliesportivo, Hospital Regional, Cartório eleitoral, salão de Múltiplas Funções, Parques Públicos e Sede da Administração Regional do Jardim Botânico”. f) Equipamentos Públicos Comunitários (Administração Regional do Lago Sul)

Carta Consulta

Em 06/05/2014, a ECOTECH enviou a Carta Consulta nº 207.2014 – Ecotech Ambiental (Tomo IV), solicitando informação da Administração Regional do Lago Sul em relação ao quantitativo, nome e endereço de Equipamentos Públicos – EP relativos ao esporte, lazer e cultura existentes na RA.

Carta Resposta

Em 03/07/2014, a Administração Regional do Lago Sul, por meio do Ofício nº 349/2014-GAB/RA-XVI (Tomo IV), informou que existem 12 EP de esporte/lazer, 3 EP de educação e 2 EP de saúde.

3.2.7. Demais Exigências Legais (Consultas) a) Patrimônio Arqueológico

Por meio da Carta nº 166.2014 – Ecotech Ambiental, de 04 de abril de 2014 (Tomo IV), foi encaminhado o estudo denominado “Projeto de Diagnóstico e Levantamento Arqueológico Prospectivos na Área de Implantação do Parcelamento de Solo Urbano de Interesse Social denominado Bairro Crixá” e respectivo “Programa de Educação Patrimonial” para análise e aprovação.

Este estudo foi aprovado e em 29 de agosto 2014 foi publicada a Portaria nº 045/2014 – CNA/IPHAN no Diário Oficial da União – D.O.U., por meio da qual foi expedida permissão para a execução do citado Diagnóstico Arqueológico. Tão logo seja emitido pelo IPHAN documento com a anuência para emissão da Licença Prévia, de acordo com a Portaria nº 230/2002 – IPHAN, o mesmo será remitido a este Grupo. 348 b) Vigilância Sanitária

Para atendimento ao Decreto Distrital nº 5.027/1966 – Código Sanitário do Distrito Federal, art. 7º, §1º, será remetido o EIA/RIMA do bairro Crixá, após protocolo deste estudo junto ao GRUPOHAB. Tão logo seja emitido documento de pronunciamento da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde – DIVAL, esse será remitido ao GRUPOHAB.

3.3. Legislação Ambiental e de Ordenamento Territorial

Este item trata da análise do parcelamento urbano de interesse social intitulado bairro Crixá em relação à legislação ambiental federal e distrital, com descrição dos aspectos legais relacionados ao citado bairro. i. Legislação Federal

Os aspectos legais relativos ao parcelamento de solo bairro Crixá estão apresentados no Quadro 111, que trata da legislação federal.

Quadro 111: Legislações federais aplicadas ao parcelamento de solo denominado bairro Crixá. Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá Para assegurar a efetividade do direito de ter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, o art. 225, em seu §1º, IV, exige para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental. Competência e Proteção Constituição Federal Nesse sentido, devido ao parcelamento de solo para fins ao Meio Ambiente urbanos poder causar degradação ao meio ambiente, o IBRAM pediu a elaboração deste EIA para que por meio desse sejam identificados os impactos ambientais da instalação e ocupação do empreendimento denominado bairro Crixá e propostas as respectivas medidas de controle dos efeitos negativos causados. Trata da proibição de utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de animais, incluindo seus ninhos e abrigos. Lei nº 5.197/1967 Proteção à Fauna Durante a implantação do parcelamento de solo bairro Crixá deve ser retirado os ninhos e abrigos eventualmente encontrados, sob a supervisão de profissional habilitado. A atividade em licenciamento ambiental é um parcelamento de solo urbano e, por esta razão, submete-se aos dispositivos desta Lei Federal. Parcelamento de O parcelamento de solo para fins urbanos é admitido apenas Lei nº 6.766/1979 Solo Urbano em zonas urbanas definidas pelo Plano Diretor, conforme dispõe o art. 3º. Nesse sentido, o PDOT/DF insere a ADA em análise na macrozona urbana e, na Zona Urbana de Uso Controlado II, possibilitando assim o parcelamento de solo na área objeto deste estudo.

349 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá O parágrafo único do art. 3º não permite que se parcele o solo: I – em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas: não há terrenos alagadiços na área do parcelamento; II – em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados: a ADA em análise nunca serviu como local de aterro de resíduos sólidos, principalmente de materiais nocivos; Parcelamento de III – em terrenos com declividade igual ou superior a 30% Lei nº 6.766/1979 (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas Solo Urbano das autoridades competentes: a ADA possui declividade inferior a 30%; IV – em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação: a poligonal do parcelamento estudada não possui quaisquer restrições geológicas para instalação de edificações; V – em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção: a poligonal do parcelamento estudada não possui áreas de preservação ecológica, como exemplo, área de preservação permanente. “Art. 10 – A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, Política Nacional do integrante do SISNAMA, e do IBAMA, em caráter supletivo, Lei nº 6.938/1981 Meio Ambiente – sem prejuízo de outras licenças exigíveis.” PNMA Com base neste artigo e outros dispositivos legais que tratam do licenciamento ambiental, tem-se que a atividade de parcelamento de solo deve ser licenciada por se tratar de um empreendimento cuja construção e funcionamento podem ser efetiva e potencialmente poluidores. Desta forma, o órgão ambiental distrital (IBRAM) determinou o licenciamento ambiental do empreendimento objeto desse estudo. Estabelece na PNMA ser o licenciamento um dos instrumentos instituídos como requisito para implantação de

os quaisquer atividades poluidora ou modificadora do meio Altera as Leis n ambiente. Lei nº 7.804/1989 6.938/81, 7.735/89 e 6.803/80 O empreendimento de parcelamento de solo a ser implantado tem potencial poluidor e, por isso, requer a aplicação do instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente conhecido por licenciamento ambiental. Com objetivo de assegurar a quantidade e a qualidade da água para os diversos usos, criou-se o regime de outorga de direito de uso de recursos hídricos (art. 11), sujeitando-se a Política Nacional de esse instrumento da Política de Recursos Hídricos, o Lei nº 9.433/1997 Recursos Hídricos lançamento em corpo de água de resíduos líquidos (água pluvial), tratados ou não, com a finalidade de sua diluição, transporte ou disposição final e a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo (art. 12, II e III).

350 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá O art. 14 dispõe que a outorga é efetivada por ato da autoridade competente do Poder Executivo, sendo no Distrito Federal essa atribuição da ADASA. O uso de recursos hídricos sem a respectiva outorga constitui Política Nacional de infração e fica sujeita às penalidades previstas na Lei, Lei nº 9.433/1997 Recursos Hídricos conforme dispõem os arts. 49 e 50. Caberá a obtenção de outorgas para o parcelamento, tanto para o lançamento de águas pluviais quanto para a captação de águas subterrâneas para abastecimento de água do empreendimento. O art. 60 dispõe que é crime ambiental “Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos Lei de Lei nº 9.605/1998 órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas Crimes Ambientais legais e regulamentares pertinentes”. A CODHAB requereu ao IBRAM a LP, estando assim seguindo as diretrizes legais relacionadas ao processo de licenciamento ambiental. Institui os grupos, categorias, objetivos e diretrizes das Sistema Nacional de unidades de conservação federal. Lei nº 9.985/2000 Unidades de Conservação – SNUC O parcelamento de solo bairro Crixá não está inserido em qualquer categoria de unidades de conservação federal. O parágrafo único do art. 1º dispõe que esta Lei estabelece normas que regulam o uso da propriedade urbana em prol, entre outros, do equilíbrio ambiental. Nesse sentido, estabeleceu-se entre as diretrizes da política urbana, especificamente no art. 2º: “ (...) IV – o planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; (...) VI – alínea ‘g’ – trata do ordenamento e controle do uso do Estatuto das Cidades – solo para evitar a poluição e a degradação ambiental; Lei nº 10.257/2001 Política Urbana (...) VIII – padrões de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do território; (...) XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural.” As diretrizes urbanísticas do bairro Crixá, bem como seu Projeto Urbanístico devem estar em consonância com todas as diretrizes apresentadas acima. Esta Lei sujeita as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos, aos seus ditames, conforme disposto em seu art. 3º, inc. IX.

351 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá Os resíduos sólidos, gerados pela implantação e ocupação do parcelamento de solo bairro Crixá, são classificados no art. 13 como: “a) resíduos domiciliares (...); b) resíduos de limpeza urbana (...); d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (...); e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico (...); f) resíduos industriais (...); g) serviços de saúde (...); h) resíduos da construção civil (...). De acordo com o art. 20, estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, os geradores de resíduos constantes nos inc. I, II e III, conforme disposto a seguir: “I – os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13; II – comerciais e de prestação de serviços que: a) gerem resíduos perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo não sendo perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; III – as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou das normas estabelecidas pelos órgãos do Política Nacional de Lei nº 12.305/2010 SISNAMA”. Resíduos Sólidos Portanto, é necessário elaborar para a instalação do bairro Crixá o PGRCC e para a etapa de ocupação o PGRS para as atividades apontadas pelo Poder Público como grande gerador de resíduos sólidos. O art. 21 estabelece o conteúdo mínimo desses planos de gerenciamento de resíduos sólidos. Já o art. 24 integra os planos de gerenciamento de resíduos sólidos ao processo de licenciamento ambiental. Conforme dispõe o art. 27, as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operação integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente – IBRAM, na forma do art. 24. O art. 30 institui a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada na etapa de ocupação pelos comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. O art. 47 proíbe a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos em quaisquer corpos hídricos, a céu aberto ou a sua queima. Determina no art. 25 os instrumentos para estabelecimento de áreas verdes urbanas pelo Poder Público, sendo área verde urbana definida como “espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Lei nº 12.651/2012 Novo Código Florestal Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais” (inciso XX, art. 3º).

352 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá A seguir são apresentados os instrumentos que podem ser aplicados ao bairro Crixá: “ (...) III – o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação de infraestrutura; e IV – aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.” O art. 26 da referida Lei também é aplicável ao parcelamento, uma vez que trata da supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, em que uso alternativo do solo é definido como “substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação Lei nº 12.651/2012 Novo Código Florestal humana” (inciso VI, art. 3º). Esse artigo dispõe que para a supressão de vegetação nativa será necessária prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama. O que será devidamente atendido no âmbito do licenciamento ambiental do parcelamento. Ainda conforme esse artigo em seu § 4º “O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput conterá, no mínimo, as seguintes informações: I – a localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel; II – a reposição ou compensação florestal, nos termos do § 4º do art. 33; III – a utilização efetiva e sustentável das áreas já convertidas; IV – o uso alternativo da área a ser desmatada.” Conforme art. 1° incisos I ao V desta Resolução, impacto ambiental é considerado como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as Avaliação de Resolução do CONAMA condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a nº 001/1986 Impacto Ambiental qualidade dos recursos ambientais. Para evitar, corrigir, minimizar ou compensar os efeitos adversos sobre o ambiente é necessário identificar os impactos e planejar as respectivas medidas de controle, procedimento efetuado com a elaboração e apresentação do EIA. Regulamenta o conteúdo das publicações de requerimento e recebimento das 3 modalidades de licença ambiental no Modelos de Publicação Diário Oficial e nos periódicos. Resolução do CONAMA de Pedidos de nº 006/1986 Foi realizada a publicação do requerimento da Licença Licenciamento Prévia – LP nos moldes dessa normativa e nas etapas das Licenças de Instalação e de Operação devem também ser seguidos esses parâmetros.

353 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá Segundo art. 2°, a construção e o funcionamento de empreendimentos que utilizam recursos ambientais e podem ser efetiva ou potencialmente poluidores dependem de licenciamento do órgão ambiental. O §1º do mesmo artigo dispõe que o anexo I relaciona as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, sendo que o parcelamento de solo figura neste Anexo. Logo, a construção e a ocupação do bairro Crixá são objeto de licenciamento ambiental pelo IBRAM, que exigiu a apresentação deste EIA para avaliar os impactos ambientais e as medidas de controle dos efeitos negativos. São tipos de licenciamento ambiental citados no art. 8° desta Resolução: “Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência Procedimentos e de controle, expedirá as seguintes licenças: Resolução do CONAMA Critérios do I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do nº 237/1997 Licenciamento planejamento do empreendimento ou atividade aprovando Ambiental sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação”. O art. 1° desta Resolução dispõe: “Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas Código de Cores para campanhas informativas para a coleta seletiva”. Resolução do CONAMA Coleta Seletiva de nº 275/2001 Durante as obras de instalação e a ocupação do bairro Crixá Resíduos Sólidos deve ser incentivada e promovida a coleta seletiva de resíduos, utilizando como referência o código de cores, quando couber, para segregar os resíduos gerados em relação ao seu tipo. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gerenciar os resíduos sólidos provenientes da construção civil, conforme disposto no art. 1º. O inc. XI do art. 2º define gerenciamento de resíduos como: Resolução do CONAMA “conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas nº 307/2002, alterada pelas Gestão de Resíduos da etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e Resoluções do CONAMA Construção Civil destinação final ambientalmente adequada dos resíduos nos 431/2011 e 448/2012 sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010”.

354 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá De acordo com o art. 6º “Deverão constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil: (nova redação dada pela Resolução do CONAMA nº 448/12): I – as diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos do sistema de Resolução do CONAMA limpeza urbana local e para os Planos de Gerenciamento de nº 307/2002, alterada pelas Gestão de Resíduos da Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos Resoluções do CONAMA Construção Civil grandes geradores, possibilitando o exercício das nos 431/2011 e 448/2012 responsabilidades de todos os geradores; (nova redação dada pela Resolução do CONAMA nº 448/12)”. Essas práticas serão aplicadas durante a etapa de implantação do parcelamento de solo bairro Crixá, de forma que os resíduos sólidos inevitavelmente gerados durante as obras sejam segregados, acondicionados e armazenados para coleta, tratamento e destinação final adequada. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Para o parcelamento objeto deste estudo cabe executar Resolução do CONAMA programa de monitoramento, o qual é recomendado nesse nº 357/2005, Alterada pelas Classificação das EIA, visando monitorar a qualidade de água do corpo Resoluções do CONAMA Água Superficiais receptor diretamente afetado pelo sistema de drenagem nos 410/2009 e 430/2011 pluvial – córrego Açude, de forma a avaliar as possíveis alterações advindas destes lançamentos e buscando-se manter a qualidade desses corpos receptores em conformidade com a classe II estabelecida pela referida Resolução. A classificação das águas subterrâneas indica a sua qualidade Resolução do CONAMA Classificação das e os possíveis usos, refletindo diretamente no bairro Crixá nº 396/2008 Águas Subterrâneas por ser a água subterrânea a fonte temporária projetada para extração de água com a finalidade de abastecimento público. “Art. 1º – O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental que possam afetar UC específica ou sua Zona de Amortecimento, assim considerados pelo órgão ambiental licenciador, com fundamento em EIA/RIMA, só poderá ser concedido após autorização do órgão responsável pela administração da UC (...) Autorização do Órgão (...) §2º Durante o prazo de 5 anos, contados a partir da Administrador de UC no publicação desta Resolução, o licenciamento de Resolução do CONAMA Âmbito do empreendimento de significativo impacto ambiental, nº 428/2010 Licenciamento localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da Ambiental UC, cuja ZA não esteja estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no caput, com exceção de RPPN, APA e Áreas Urbanas Consolidadas”. Considerando que o bairro Crixá causará impacto direto sobre a APA da bacia do rio São Bartolomeu, o GRUPOHAB, responsável pelo licenciamento ambiental, deve solicitar autorização ao próprio IBRAM, por ser o órgão gestor da referida unidade de conservação.

355 ii. Legislação Distrital

Os aspectos legais relativos ao parcelamento de solo bairro Crixá estão apresentados no Quadro 112, que trata da legislação distrital.

Quadro 112: Legislações distritais aplicadas ao bairro Crixá. Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá Exige para construção e funcionamento de atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental. Constituição do Lei Orgânica Distrito Federal O IBRAM determinou a apresentação desse EIA para avaliar os impactos ambientais e as medidas de controle com vistas a subsidiar a deliberação sobre a concessão das Licenças Ambientais, que ocorrerá no âmbito do GRUPOHAB. O PDOT é o instrumento básico da política territorial e de orientação aos agentes públicos e privados sobre a forma de ocupação do solo no Distrito Federal. A ocupação do vazio urbano, o melhor aproveitamento da infraestrutura instalada e a oferta de área habitacional por meio de programas habitacionais, visando à implantação do bairro Crixá, estão em consonância com os objetivos do Lei Complementar Plano Diretor de PDOT. As diretrizes urbanísticas propostas para o nº 803/2009, atualizada Ordenamento Territorial parcelamento e seu Plano de Uso e Ocupação também estão pela Lei Complementar – PDOT compatíveis com o disposto no PDOT referente à zona nº 854/2012 urbana em que está inserido (Zona Urbana de Uso Controlado II) e tendo em vista o parágrafo único do art. 39 da LC nº 803/2009. Além disso, o bairro Crixá integra a estratégia de oferta de áreas habitacionais, conforme dispõe o inciso XIV, art. 3º da LC nº 854/2012, que acrescentou inciso XLIII ao art. 135 da LC nº 803/2009 – PDOT. Institui o SDUC, bem como estabelece critérios e normas Sistema Distrital de para a criação, implantação, alteração e gestão das unidades Lei Complementar Unidades de de conservação no território do Distrito Federal. nº 827/2010 Conservação da Natureza – SDUC O bairro Crixá irá impactar diretamente parte da unidade de conservação distrital APA da bacia do rio São Bartolomeu. Obriga a realização de estudo de impacto ambiental para construção, instalação e operação de empreendimentos ou atividades potencialmente causadores de significativa degradação ao meio ambiente. Política Ambiental do Lei nº 041/1989 Distrito Federal Considerado pelo IBRAM, a construção e ocupação do bairro Crixá, como empreendimento que pode causar significativa degradação ao meio ambiente, exigiu-se a elaboração deste EIA para possibilitar a análise dos impactos ambientais efetivos ou potenciais da atividade do parcelamento de solo. Estabelece os procedimentos para aprovação do Parcelamento de Solo Lei nº 992/1995 parcelamento de solo, entre os quais destaca a etapa do para Fins Urbanos licenciamento ambiental. A avaliação do impacto ambiental de atividades e Instrumentos de empreendimentos considerados efetiva ou potencialmente Lei nº 1.869/1998 Avaliação de Impacto poluidores pode ser efetuada com a apresentação do seguinte Ambiental instrumento: EIA. 356 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá A definição do instrumento específico compete ao órgão ambiental do Distrito Federal, de acordo com as Instrumentos de características do empreendimento em processo de Lei nº 1.869/1998 Avaliação de Impacto licenciamento ambiental. Ambiental O IBRAM exigiu a apresentação deste EIA para avaliar os impactos ambientais e as medidas de controle da construção e da ocupação do bairro Crixá. Institui a Política de Recursos Hídricos e cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal. Tem como objetivo promover a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com vistas ao desenvolvimento humano sustentável. Política Distrital de Lei nº 2.725/2001 Recursos Hídricos É instrumento da Política Distrital de Recursos Hídricos a obtenção de outorga do direito de uso de recursos hídricos, que será objeto de requerimento junto à ADASA, tanto para lançamento de águas pluviais quanto para perfuração e uso de poços tubulares profundos para abastecimento de água provisório. Estabelece os princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Distrito Federal, visando ao controle da poluição e da contaminação, bem como à minimização dos impactos ambientais. As atividades geradoras de resíduos sólidos são responsáveis pelo acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, Política Distrital de Lei nº 3.232/2003 tratamento e disposição final, pelo passivo ambiental oriundo Resíduos Sólidos da desativação de sua fonte geradora e pela recuperação de áreas degradadas. Portanto, durante a etapa de implantação do bairro Crixá a construtora deve se responsabilizar pelo gerenciamento dos resíduos da construção civil. Ao se iniciar a ocupação do bairro Crixá, os usuários que gerarem carga ou volume caracterizado como grande devem se responsabilizar pelo manejo de seus resíduos sólidos. Rezoneamento e O bairro Crixá está inserido, de acordo com o rezoneamento Plano de Manejo da Área da APA da bacia do rio São Bartolomeu (art. 14), em Zona Lei nº 5.344/2014 de Proteção Ambiental – de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ, cujos usos e APA da Bacia do rio restrições serão devidamente cumpridos, conforme os São Bartolomeu dispositivos legais e ambientais do rezoneamento. A instalação e funcionamento de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, capazes de causar degradação ambiental, dependem de licenciamento Regulamenta a ambiental. Decreto nº 12.960/1990 Política Ambiental do Por ser o parcelamento de solo bairro Crixá um Distrito Federal empreendimento utilizador de recursos naturais, potencialmente poluidor e capaz de degradar o ambiente, a CODHAB requereu ao IBRAM a Licença Ambiental para que se permita construir e ocupar a poligonal do parcelamento. Define as espécies arbóreo-arbustivas tombadas como Patrimônio Ecológico do Decreto nº 14.783/1993 patrimônio ecológico do Distrito Federal e que são imunes ao Distrito Federal corte em áreas urbanas.

357 Ato Legal Abrangência Descrição dos Aspectos Relacionados ao Bairro Crixá Portanto, as árvores existentes na ADA foram inventariadas, visando assim se aplicar a compensação florestal por meio do Patrimônio Ecológico do plantio de 30 mudas de árvores típicas do Cerrado para cada Decreto nº 14.783/1993 Distrito Federal árvore nativa suprimida e de 10 mudas de nativas para cada árvore exótica ao Cerrado erradicada devido à implantação do bairro Crixá. Define que a erradicação de um espécime nativo ou de um espécime exótico, acarretará ao seu responsável, a obrigatoriedade do plantio de 30 (trinta) e 10 (dez) mudas, respectivamente, de espécies nativas, podendo essa quantidade, a critério do órgão ambiental, ser reduzida em até 50% (cinquenta por cento), desde que a compensação seja revertida em benefício do meio ambiente, dos Parques Altera dispositivos do Ecológicos e de Uso Múltiplo e das UC do Distrito Federal Decreto nº 23.585/2003 Decreto nº 14.783/1993 na forma de prestação de serviço, doação de equipamento e/ou execução de obras por intermédio de acordo formal. Desta forma, até 50% da compensação florestal definida para o empreendimento, a partir do inventário efetuado na ADA, poderá ser convertida, desde que autorizada pelo órgão ambiental, em benefício do meio ambiente das UC do Distrito Federal na forma de prestação de serviço, doação de equipamento e/ou execução de obras. O art. 14 dispõe que o licenciamento ambiental deve Regulamenta a Lei obedecer à legislação pertinente e, sempre que possível, os Decreto nº 28.864/2008 nº 992/1995 estudos ambientais devem ser realizados e examinados concomitantemente aos estudos e projetos urbanísticos. Estabelece os procedimentos gerais para requerimento e obtenção de outorga do direito de uso dos recursos hídricos em corpos de água de domínio do Distrito Federal e em corpos de água delegados pela União e Estados. Outorga do Direito de Resolução ADASA Uso de Recursos O empreendimento já possui outorga prévia para perfuração nº 350/2006 Hídricos em Corpos de de 10 poços tubulares, e solicitará as demais outorgas prévias Água conforme a quantidade necessária de poços a serem perfurados para abastecimento de água do parcelamento, em caráter provisório. Posteriormente, serão solicitadas as outorgas de uso desses poços conforme a fase do empreendimento e a necessidade de seu uso. Estabelece os procedimentos gerais para requerimento e obtenção de outorga de lançamento de águas pluviais em corpos hídricos de domínio do Distrito Federal. Resolução ADASA O projeto de concepção de drenagem pluvial desenvolvido Outorga de Lançamento nº 009/2011 para o bairro Crixá prevê a realização de 2 lançamentos, em consonância com o disposto na referida resolução quanto à vazão máxima de lançamento de 24,4 L/s/ha. Além disso, prevê as bacias de qualidade e quantidade de forma a atender a referida Resolução. Estabelece os procedimentos para efeito do cálculo da compensação ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental negativo e não mitigável, licenciados pelo Instrução Normativa do Cálculo da Compensação IBRAM, conforme instituído pelo art. 36 da Lei Federal IBRAM nº 76/2010 Ambiental nº 9.985/2000. Deve ser calculada compensação ambiental para o bairro Crixá, porém em sua fase de instalação.

358 4. PROGNÓSTICO AMBIENTAL

Este item tem por objetivo identificar, descrever e avaliar os impactos ambientais38 relevantes gerados nas áreas de influência do bairro Crixá durante as etapas de planejamento, construção e ocupação desse parcelamento de solo de interesse social.

4.1. Método

A literatura técnica apresenta variados métodos para identificar e avaliar impactos ambientais, ou seja, prognosticá-los, correlacionando as atividades e ações desenvolvidas durante as etapas de planejamento, instalação e ocupação do empreendimento com o meio ambiente39 natural e antrópico. Alguns métodos privilegiam os aspectos quantitativos, enquanto outros priorizam os aspectos qualitativos. Neste EIA, em razão da dimensão do parcelamento e de suas características, a equipe técnica optou por utilizar o método da Lista de Checagem (check list), que permite qualificar os componentes impactantes e os efeitos gerados.

Os impactos ambientais foram identificados e analisados sobre os meios físico, biótico e antrópico; separados pelas etapas de planejamento, implantação e ocupação; abrangendo a ADA, AID e/ou AII; e classificados de acordo com os aspectos destacados a seguir: i. Natureza: positivo ou negativo. Os impactos positivos são aqueles com efeitos benéficos, enquanto os impactos negativos são aqueles com efeitos adversos sobre o ambiente. ii. Ocorrência: efetivo ou potencial. O impacto efetivo é aquele que realmente acontece, enquanto o impacto potencial pode ou não ocorrer. iii. Incidência: direto ou indireto. O impacto direto é o efeito decorrente da intervenção realizada e o impacto indireto decorre do efeito de outro(s) impacto(s) gerado(s) pelo empreendimento.

38 Impacto Ambiental consiste em: “alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais (grifo nosso) provocado por ação humana” (SANCHES, 1998 apud SANCHES, 2006). 39 Meio Ambiente é: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Política Nacional de Meio Ambiente – Lei nº 6.938/1981, artigo 3º, inciso I). 359 iv. Abrangência: local ou regional. O impacto é local quando os efeitos se fazem sentir apenas na ADA, e o impacto é regional quando os efeitos se fazem sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação, isto é, AID e/ou AII. v. Duração: temporário, permanente ou cíclico. Os impactos temporários são aqueles que se manifestam durante uma ou mais fases do empreendimento e cessam na sua desativação, enquanto os impactos permanentes representam alteração definitiva de um componente do meio ambiente. São impactos que permanecem depois de cessada a ação que os causou. Os impactos cíclicos ocorrem com frequências periódicas, quando o efeito se faz sentir em períodos que se repetem. vi. Tempo: imediato, médio prazo ou longo prazo. Os impactos imediatos são aqueles que ocorrem simultaneamente à ação que os gera; impactos a médio ou longo prazo são os que ocorrem com certa defasagem em relação à ação que os gera. Pode-se definir prazo médio, como da ordem de meses, e o longo, da ordem de anos. vii. Reversibilidade: reversível ou irreversível. O impacto é reversível quando os efeitos ao meio ambiente podem ser revertidos ao longo do tempo, naturalmente ou por meio de medidas de controle ambiental corretivas. O impacto é irreversível quando os efeitos ao meio ambiente não podem ser revertidos, naturalmente ou por meio de medidas de controle ambiental corretivas.

4.2. Fase de Planejamento

4.2.1. Impactos sobre a Estrutura Urbana

Alteração da Estrutura Urbana do Entorno: a divulgação do Plano de Uso e Ocupação do bairro Crixá atrairá comerciantes e empresas para AID (meio socioeconômico) em razão do aumento do potencial de consumo com o aumento da população, alterando a estrutura urbana da RA de São Sebastião com a ampliação da área comercial, institucional e de equipamentos públicos comunitários. Impacto: positivo, efetivo, indireto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

360 Alteração da Estrutura Urbana do Entorno: a proposta de criação do bairro Crixá eleva a demanda sobre os equipamentos públicos urbanos e comunitários que atendem RA de São Sebastião para incorporar a população projetada de 12.367 habitantes, fato que requer a ampliação e o reforço dos serviços públicos existentes na referida RA. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

4.2.2. Impactos sobre o Uso e Ocupação do Solo

Uso e Ocupação do Solo: o aproveitamento da área urbana sujeita ao parcelamento de solo e que se encontra vazia em quase toda sua extensão, sem cumprir qualquer função urbana, segue ao encontro da legislação urbanística incentivadora do uso dos espaços urbanos ociosos, situados próximos a outras áreas urbanas, sendo esse um efeito positivo ao ambiente por evitar a ocupação de novas áreas, onde seriam modificadas as características naturais do ambiente numa escala mais significativa de impactos negativos. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Ocupação Ordenada do Solo: por estar a gleba do bairro Crixá situada num vazio urbano próximo ao núcleo urbano de São Sebastião, onde existe elevada demanda habitacional por imóveis próprios, e a outros fatores, a sua área encontra-se sujeita ao processo de ocupação irregular e desordenado no que se refere aos aspectos urbanísticos e ambientais. Portanto, entende-se que o uso da gleba do bairro Crixá de forma planejada, conforme apresentado na proposta urbanística elaborada especificamente para o bairro, é o meio mais apropriado para evitar o processo de ocupação desordenado do solo. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Ocupação Desordenada do Solo: devido à divulgação do Plano de Uso e Ocupação do bairro Crixá iniciou-se um processo de ocupação irregular do solo em seus limites, com a chegada diária de famílias para se fixarem de forma provisória em barracos e pressionarem o Governo do Distrito Federal a incluí- los entre os beneficiários do programa habitacional previsto para o bairro Crixá. Esse fato foi identificado ao se tentar cadastrar os ocupantes da ADA, que se negaram a participar da pesquisa efetuada. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

361 4.2.3. Impactos sobre a Valorização das Terras

Valorização das Terras: a divulgação do Plano de Uso e Ocupação do bairro Crixá com a destinação do vazio urbano existente para incorporar o programa habitacional que atenderá 12.367 habitantes motiva a valorização das terras próximas a esse empreendimento por lhe dar uma função social e urbanística, onde se pode impulsionar a economia local e gerar emprego e renda. Impacto: positivo, potencial, indireto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

4.3. Fase de Instalação

4.3.1. Impactos sobre o Meio Físico a) Ar

Aumento da Geração de Ruídos: esse aumento nas emissões sonoras é causado pela operação de máquinas, veículos e equipamentos durante as obras, assim como pela movimentação de pessoas, que, em razão da intensidade, duração e frequência desse aumento de ruídos, gera incômodo para a população situada próxima ao bairro Crixá. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, temporário, imediato e reversível.

Aumento da Emissão de Gases Poluentes e Partículas na Atmosfera: efeito causado pelas máquinas e veículos durante a execução das obras devido à queima de combustíveis para o funcionamento desses. Seus efeitos também ocorrem nos trajetos entre as fontes de matéria prima e o canteiro de obras, local onde se intensificam as emissões gasosas, que contribuem para o aquecimento global e ocorrência de chuvas ácidas, podendo ser os principais poluentes lançados na atmosfera pela obra de implantação do bairro Crixá o Dióxido de Carbono (CO2), o Monóxido de Carbono (CO), Óxidos de Enxofre (SOX) e Materiais Particulados. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e irreversível.

Aumento da Suspensão de Particulados (Poeira): causada durante a retirada da cobertura vegetal, as movimentações de solo para escavações, nivelamento e compactação, além da circulação de veículos nos trechos com solo exposto às intempéries, agravando-se durante os períodos de seca. Impacto: negativo, potencial, direto, local, temporário, imediato e reversível.

362 Geração de Maus Odores: efeito proveniente da decomposição de resíduos sólidos orgânicos gerados e armazenados no canteiro de obras. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, temporário, imediato e reversível.

Alteração no Microclima: essa alteração ocorre devido ao aumento da insolação, da evaporação e eliminação da evapotranspiração em decorrência da supressão de cobertura vegetal, condição que eleva a temperatura, a ventilação e reduz a umidade relativa do ar. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, médio prazo e reversível.

Redução da Produção de Oxigênio, da Absorção de Gás Carbônico e da Purificação do Ar: processo decorrente da supressão da vegetação, que diminui/elimina o índice de área foliar e, consequentemente, afeta a fotossíntese. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, imediato e reversível. b) Água

Aumento do Consumo de Água Subterrânea: uso de água para abastecimento do canteiro de obras e assim suprir os diversos usos na própria obra. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e irreversível.

Redução da Recarga do Aquífero: consequência da diminuição da infiltração de água no subsolo em razão da redução da cobertura vegetal do solo (áreas permeáveis) e de sua impermeabilização com as edificações, calçamentos e a pavimentação asfáltica, efeito mais significativo por estar parte da ADA situada sobre aquíferos do sistema P1, que são espessos (> 5m) e têm alta condutividade hidráulica, e em terrenos com declividade plana, que favorecem a recarga de aquíferos. De acordo com as características apresentadas, a ADA não é definida como área de recarga regional, mas, localmente, possui alto potencial de recarga nos domínios de latossolo (P1) e baixo potencial de recarga nos domínios de cambissolos (P4). Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, médio prazo e reversível.

Redução do Nível dos Aquíferos: o rebaixamento do nível natural dos aquíferos é consequência das escavações, fundações, pavimentações, além da extração de água subterrânea local, com maiores efeitos sobre os sistemas P1 e P4 do domínio poroso, onde se diminuirá a infiltração de água, e o sistema F do domínio fraturado, onde ocorrerá a exploração de parte da reserva renovável de água subterrânea, cuja vazão média é de 7.500 L/h. Impacto: negativo, potencial, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

363 Contaminação da Água Subterrânea: penetração de substâncias poluentes no subsolo em decorrência das escavações, fundações e eventuais derramamentos de óleos, combustíveis ou outros produtos, fato que pode ser agravado nos trechos da ADA onde os solos têm alta condutividade hidráulica e o terreno é plano a suave ondulado, favorecendo a infiltração de poluentes líquidos no latossolo vermelho. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, temporário, de médio prazo e reversível.

Contaminação do Córrego Açude: efeito do escoamento de poluentes em direção a esse curso d’água durante a execução das obras de implantação do sistema de drenagem pluvial do bairro Crixá. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, de médio prazo e reversível.

Assoreamento do Córrego Açude: dano proveniente do carreamento de agregados para o seu leito durante a execução das obras de implantação do sistema de drenagem pluvial do bairro Crixá. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, de médio prazo e reversível. c) Solo e Subsolo

Aumento da Vulnerabilidade do Solo: com a remoção da cobertura vegetal, os solos pertencentes às classes latossolo vermelho e cambissolo ficam desprovidos de proteção e sujeito aos efeitos das intempéries (desagregação com a insolação e ação dos ventos e impermeabilização com o impacto das gotas de chuva), que alteram as propriedades físicas, químicas e biológicas, tornando-os vulneráveis à erosão. Impacto: negativo, efetivo, indireto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

Aumento da Vulnerabilidade do Subsolo: a exposição do subsolo às intempéries durante as obras de terraplanagem, cortes, aterros, escavações e fundações torna-o vulnerável às ações das intempéries (chuvas, ventos, insolação) e à ocorrência de processos erosivos, principalmente nos horizontes B do latossolo e nas rochas do grupo Canastra que podem surgir sob a delgada camada cambissólica. Impacto: negativo, efetivo, indireto, local, permanente, médio prazo e irreversível.

Compactação e Impermeabilização do Solo: a movimentação de máquinas, de veículos e de pessoas causa a agregação das partículas na camada superficial do solo (horizonte A), efeito conhecido por selamento superficial e que dificulta ou impossibilita a infiltração de água no solo e subsolo. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

364 Surgimento de Processos Erosivos: decorrente da exposição do solo às intempéries, condição que pode ser gerada com a supressão da vegetação e o selamento superficial, que reduz a infiltração de água no solo, eleva o escoamento superficial, promove a desagregação de partículas de solo e seu carreamento em direção às cotas mais baixas do terreno, culminando no leito do córrego Açude. As classes de solo existentes na ADA – latossolo vermelho e cambissolo – são susceptíveis aos processos erosivos. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

Alteração da Paisagem Natural: modificação da declividade do terreno com o nivelamento topográfico, tornando-a mais uniforme e menos irregular, aumentando o escoamento superficial. A ADA localiza-se em terreno com classes de declividade que variam de 0 a 10%. Logo, as intervenções na topografia devem ser efetuadas em quase toda ADA para disciplinar o escoamento superficial das águas pluviais. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, permanente, imediato e irreversível.

Contaminação do Solo e Subsolo: penetração de substâncias poluentes até o subsolo em decorrência das escavações e eventuais derramamentos de óleos, combustíveis ou outros produtos perigosos. Destaca- se que o latossolo da ADA e declividade predominante de 0% a 10% propiciam a infiltração de líquidos no solo e subsolo. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, de médio prazo e reversível.

Aumento da Demanda por Recursos Minerais (solo, areia, brita, cimento e outros): o uso de recursos naturais não renováveis como fonte de matéria prima causa impactos na área de mineração que os fornece. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

Aumento da Geração de Resíduos Sólidos da Construção Civil: a implantação do bairro Crixá irá gerar resíduos sólidos da construção civil e aumentar a carga desse tipo de resíduo na RA de São Sebastião, elevando o volume a ser tratado e enviado para destinação final. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

4.3.2. Impactos sobre o Meio Biótico a) Flora

Redução da Cobertura Vegetal: impacto gerado pela supressão da vegetação. A retirada de árvores e da camada herbácea nativas e exóticas ao Cerrado interfere no solo, nas águas e na fauna (abrigo, água, alimento e espaço). Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

365 Perda de Diversidade Genética: a supressão da vegetação elimina alguns genes da flora nativa, onde pode existir árvores matrizes, diminuindo sensivelmente a diversidade genética – parte da biodiversidade. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, de imediato e irreversível.

Eliminação de Bancos de Sementes: a remoção da camada superficial do solo, as escavações e a correção topográfica eliminam as sementes que estão armazenadas e dormentes no solo, impedindo a regeneração natural por esta forma. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

Recomposição da Cobertura Vegetal: durante a etapa final da obra é executado o projeto paisagístico, a ser aprovado pela SEDHAB, contemplando o plantio de árvores, arbustos e gramíneas para recompor a camada vegetal da ADA. Impacto: positivo, efetivo, direto, local, permanente, de longo prazo e reversível.

Aumento da Predação: com a migração da fauna silvestre para áreas vizinhas, os recursos naturais podem ser mais intensamente disputados e consumidos, até que as competições intra e interespecífica induzam o retorno ao equilíbrio. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, temporário, de longo prazo e reversível. b) Fauna

Alteração de Habitats Terrestres: perturbações no habitat da fauna local decorridas da supressão da cobertura vegetal, da movimentação de solo, geração de ruídos e de outras alterações provenientes da instalação do bairro Crixá, que modificam as condições de abrigo, alimento, água e espaço, quando são suprimidas tocas, ninhos e outros tipos de abrigos, além dos estratos vegetais que servem de nutrientes e de fonte de água. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, permanente, imediato e irreversível.

Afugentamento da Fauna: apesar das condições naturais da ADA terem sido parcialmente alteradas para o uso do solo sob a forma de chácaras, a vegetação remanescente, em especial as formações florestais mantidas em seus limites, assim como vegetação exótica ao Cerrado introduzida, ainda servem como abrigo e fonte de alimento para algumas espécies da fauna nativa, com destaque à avifauna e herpetofauna. Contudo, o aumento da circulação de pessoas, máquinas, veículos e a obra de instalação do bairro Crixá induzem os animais silvestres a migrarem para áreas naturais vizinhas. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, permanente, de médio prazo e irreversível. 366 Perda de Indivíduos da Fauna: a supressão da vegetação e o aumento de fluxo de máquinas e veículos na área acarretam perda de indivíduos da fauna, principalmente a herpetofauna e entomofauna. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, imediato e irreversível.

Provável ocorrência de 1 Espécie da Ictiofauna Ameaçada de Extinção: o Salminus brasiliensis está relacionado na lista de espécies ameaçadas de extinção como Vulnerável. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, longo prazo e irreversível.

Aumento da Competição Inter e Intraespecífica: a migração dos espécimes da fauna silvestre que utilizavam a ADA em seu ciclo de vida para as áreas naturais circunvizinhas promove a competição entre os animais de diferentes espécies e da mesma espécie para exploração dos mesmos recursos naturais, fato que reduz a área utilizada pela fauna silvestre e aumenta o consumo dos recursos naturais até que as competições intra e interespecífica induzam o retorno do ambiente ao equilíbrio. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, temporário, de longo prazo e irreversível.

Aumento da Ocorrência de Animais Cosmopolitas (baratas, moscas, mosquitos, escorpiões e ratos): em razão da oferta de abrigo e alimentos oriundos dos resíduos sólidos gerados durante as obras na ADA existe a atratividade aos animais sinantrópicos, com destaque aos citados anteriormente. Impacto: negativo, potencial, direto, local, temporário, imediato e reversível.

4.3.3. Impactos sobre o Meio Socioeconômico

Aumento do Risco de Acidente: a movimentação dos maquinários, escavações e transporte de cargas para instalação da infraestrutura do bairro Crixá e o aumento significativo do trânsito de veículos pesados reduz o nível de serviço da via local e eleva os riscos de ocorrência de acidentes de trânsito e no canteiro de obras. Impacto: negativo, potencial, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

Aumento da Demanda por Transporte Público: a contratação de mão-de-obra para instalação do bairro Crixá exigirá um reforço no transporte público para atender o aumento do número de usuários. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

Incômodos à População Vizinha: a instalação do bairro Crixá e respectiva infraestrutura causarão incômodos aos moradores vizinhos ao parcelamento de solo, tais como: aumento do tráfego de veículos, principalmente, de maquinários, da emissão de particulados, dos ruídos, dentre outros transtornos. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, temporário, imediato e irreversível. 367 Aumento da Geração de Empregos, Renda e Tributos: durante as obras são gerados empregos diretos e indiretos, renda aos trabalhadores e empresários, assim como tributos diretos provenientes da obra. A renda gerada estimula o consumo no mercado local e, assim, gera tributos indiretos. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, temporário, imediato e reversível.

Atendimento às Normas e Parâmetros Urbanísticos: o uso do solo e a ocupação na forma proposta seguem as diretrizes estabelecidas pelo PDOT e pela SEDHAB, atendendo a política habitacional local e o principal instrumento de ordenamento territorial do Distrito Federal. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

4.4. Fase de Ocupação

4.4.1. Impactos sobre o Meio Físico a) Ar

Alteração no Microclima: essa alteração decorre do aumento da insolação, evaporação e eliminação da evapotranspiração e sombreamento causados pelo aumento das áreas impermeáveis, condição que eleva a temperatura e reduz a umidade relativa do ar. Impacto: negativo, efetivo, indireto, local, permanente, médio-prazo e irreversível.

Aumento da Geração de Ruídos: a ocupação do bairro Crixá promove a circulação de pessoas e veículos, o uso dos espaços públicos, comerciais e outras atividades que são fontes emissoras de ruídos. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Aumento da Emissão de Gases Poluentes na Atmosfera: causado pela circulação de veículos atraídos pelo bairro Crixá, de propriedade das pessoas residentes nesse parcelamento de solo ou pertencentes ao sistema de transporte público. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Geração de Maus Odores: efeito proveniente da decomposição de resíduos sólidos orgânicos gerados e armazenados pela população do bairro Crixá até a coleta pelo SLU. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, temporário, imediato e reversível.

368 Aumento da Produção de Oxigênio, Absorção de Gás Carbônico e Purificação do Ar: esse processo decorre do aumento do índice de área foliar, que afeta a fotossíntese, em razão do plantio de espécies da flora que compõe o projeto paisagístico. Impacto: positivo, efetivo, indireto, regional, permanente, imediato e irreversível. b) Água

Aumento do Consumo de Água: uso de água para abastecimento público do bairro Crixá, inclusive para consumo humano. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Redução da Recarga do Aquífero: consequência da pavimentação e impermeabilização do solo, que diminui a infiltração da chuva no solo e aumenta o escoamento superficial das águas pluviais. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

Contaminação da Água Subterrânea: percolação de chorume oriundo dos resíduos sólidos gerados, dano que pode ser agravado nos trechos da ADA onde o solo pertence à classe latossolo vermelho, pois a sua condutividade hidráulica é elevada e está situado em terreno plano a suave ondulado, reunindo assim condições favoráveis à infiltração de líquidos. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

Contaminação do Corpo Receptor de Efluentes Pluviais: efeito da recepção de efluentes pluviais no leito do córrego Açude, ocasionando a degradação da qualidade de sua água e o aumento instantâneo de sua vazão durante as chuvas de alta intensidade e/ou longa duração. Impacto: negativo, potencial, direto, regional, permanente, de médio prazo e reversível.

Assoreamento do Corpo Receptor de Águas Pluviais: efeito causado pelo carreamento de particulados e sedimentos para o leito do córrego Açude. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, médio prazo e reversível.

Aumento da Carga de Efluentes Sanitários: com a ocupação do bairro Crixá, aumentará a geração de efluentes sanitários, que devem ser destinados à ETE São Sebastião para tratamento e posterior lançamento final no ribeirão Santo Antônio da Papuda. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, imediato e irreversível.

369 Aumento do Consumo de Energia Elétrica: a matriz energética brasileira tem a predominância no uso da energia de fonte hidráulica proveniente de usinas hidrelétricas, motivo pelo qual o aumento do consumo de energia elétrica interfere sobre os recursos hídricos. Impacto: negativo, efetivo, indireto, regional, permanente, imediato e irreversível. c) Solo e Subsolo

Surgimento de Processos Erosivos: efeito decorrente da exposição do latossolo vermelho e cambissolo às intempéries e à ausência ou rala camada vegetal, que diminuem a infiltração de água no subsolo e elevam o escoamento superficial, promovendo a desagregação e carreamento de partículas de solo. Nesta etapa de ocupação do bairro Crixá a tendência é ocorrer erosão laminar e inexistir erosão em sulco, tendo em vista a finalização do processo de urbanização e a instalação de sistema de drenagem pluvial responsável pelo disciplinamento das águas de chuva. Deve-se ressaltar que as baixas declividades e a boa capacidade de infiltração de água no solo classificam o risco à erosão na ADA como baixo. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

Contaminação do Solo e Subsolo pela Deposição de Resíduos Sólidos: o manejo inapropriado dos resíduos sólidos gerados pode liberar substâncias contaminantes sob a forma de chorume, que tende a penetrar o solo e percolar até atingir o subsolo. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, médio prazo e reversível.

Diminuição da Geração de Resíduos Sólidos: a execução de Plano de Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS proporciona o manejo adequado dos materiais descartados pela população do bairro Crixá, evitando a contaminação do solo, diminuindo a demanda por aterros sanitários e favorecendo a reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos para os diversos fins. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, de longo prazo e reversível.

4.4.2. Impactos sobre o Meio Biótico a) Flora

Impedimento da Regeneração da Cobertura Vegetal: com a impermeabilização do solo em parcela da ADA, fica impedida a regeneração natural da flora nos trechos impermeabilizados. Impacto: negativo, efetivo, direto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

370 Recomposição da Cobertura Vegetal: o plantio de árvores, arbustos e herbáceas na área permeável na etapa final da obra, implantando-se o projeto paisagístico a ser aprovado, propiciará o sombreamento, a infiltração de água no solo, a florificação, frutificação e a atração de animais, em especial as aves. Impacto: positivo, efetivo, direto, local, permanente, de longo prazo e reversível.

Aumento da Biodiversidade da Flora: priorizar, na elaboração do projeto paisagístico, o plantio miscigenado de mudas de espécies nativas e exóticas ao bioma Cerrado, que tenham potencial para atrair a fauna silvestre, com destaque às aves. Impacto: positivo, potencial, direto, local, permanente, de longo prazo e irreversível.

b) Fauna

Deslocamento da Fauna Nativa: com a circulação de pessoas e veículos os animais silvestres tendem a migrar para áreas naturais vizinhas mais próximas que reúnam condições de habitar. Impacto: negativo, efetivo, indireto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

Alteração de Habitats Terrestres: as edificações e equipamentos da infraestrutura urbana criam novo cenário para a fauna silvestre, afastando-os, enquanto favorece as espécies exóticas e domésticas. Impacto: negativo, efetivo, indireto, local, permanente, de médio prazo e irreversível.

Alteração de Habitats Aquáticos: ocorrerá lançamento de águas pluviais no córrego Açude, podendo alterar a biota local pela redução da qualidade da água no ponto de lançamento e na zona de mistura. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, de médio prazo e irreversível.

Existência de 1 Espécie da Ictiofauna Ameaçada de Extinção: a espécie Salminus brasiliensis está relacionada na lista de espécies ameaçadas de extinção como Vulnerável. Impacto: negativo, potencial, indireto, regional, permanente, longo prazo e irreversível.

Atração de Animais Cosmopolitas (baratas, moscas, mosquitos, escorpiões e ratos): em razão da oferta de abrigo e alimentos consumidos pela população esses tipos de animais são atraídos ao convívio com os humanos. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, médio prazo e irreversível.

Atropelamento de Animais: em razão do aumento de vias e da movimentação de automóveis, o atropelamento de animais (silvestres e domésticos) deve ser aumentado. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, médio prazo e reversível.

371 Proliferação de Zoonoses: o adensamento da ocupação urbana e do número de habitantes na ADA pode potencializar a proliferação de zoonoses, como a dengue e a hantavirose. Impacto: negativo, potencial, indireto, local, permanente, médio prazo e reversível.

4.4.3. Impactos sobre o Meio Socioeconômico

Aumento da Circulação de Veículos: a ocupação do bairro Crixá atrai pessoas para o parcelamento, tanto para moradia, como para trabalho ou visita, aumentando o fluxo de veículos na região. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, de médio prazo e irreversível.

Aumento da Demanda de Bens e Serviços Públicos: aumento da demanda por serviços públicos de transporte, saúde, educação, segurança, assistência social, lazer e outros. Impacto: negativo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Consolidação do Setor Urbano: o aproveitamento do vazio urbano, próximo a outras áreas urbanas, ao invés de ocupar novas áreas, onde seriam modificadas as características naturais do ambiente numa escala maior, poupa do Estado investimentos elevados. Também propicia reduzir o custo operacional deste setor urbano e atribuir função social à ADA, conforme as diretrizes urbanísticas estabelecidas pela legislação vigente. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

Oferta de Áreas Habitacionais: a construção do bairro Crixá amplia a capacidade de acomodação de áreas habitacionais para população de baixa renda, por meio do Programa “Morar Bem”, implementado pelo Governo do Distrito Federal. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, médio prazo e irreversível.

Aumento da Geração de Empregos: a ocupação do bairro Crixá gera empregos diretos e indiretos. Impacto: positivo, efetivo, direto, regional, permanente, imediato e irreversível.

Aumento da Arrecadação Tributária e Renda: a ocupação do bairro Crixá gera renda aos empresários e trabalhadores, incidindo em aumento na arrecadação tributária. Permite melhorar o padrão de consumo de parte da sociedade e assim colaborar com o crescimento socioeconômico. Impacto: positivo, efetivo, indireto, regional, permanente, de longo prazo e irreversível.

372 4.5. Quadro Síntese

Quadro 113: Quadro síntese dos impactos ambientais e das medidas de controle dos efeitos negativos sobre o meio ambiente. Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental FASE DE PLANEJAMENTO Alteração da Estrutura Urbana do P – E – I – R – Pe – Mp – Ir - Entorno Preventiva: ampliar e reforçar os equipamentos públicos urbanos e comunitários, Alteração da Estrutura Urbana do N – E – D – R – Pe – Mp – Ir de acordo com o incremento populacional Entorno projetado para o bairro Crixá – 12.367 habitantes. Uso e Ocupação do Solo P – E – D – R – Pe – Im – Ir - Ocupação Ordenada do Solo P – E – D – R – Pe – Im – Ir - Preventiva: intensificar a fiscalização do Estado para evitar novas ocupações. Corretiva: remover as ocupações irregulares situadas na ADA para propiciar a execução da Ocupação Desordenada do Solo N – E – D – R – T – Im – Ir obra de implantação do bairro Crixá. Compensatória: não habilitar a inscrição no programa habitacional do bairro Crixá àqueles que se mantenham ocupando a ADA. Valorização das Terras P – Po – I – R – Pe – Mp – Ir - FASE DE INSTALAÇÃO Preventiva: preferir usar máquinas, veículos e equipamentos com menor geração de ruídos. Preventiva: realizar as manutenções preventivas em toda frota e equipamentos usados durante a obra para não gerarem ruídos acima dos níveis máximos permitidos. Corretiva: realizar a manutenção corretiva imediatamente após qualquer veículo, máquina ou equipamento gerar ruído acima do nível Aumento da Geração de Ruídos N – E – D – L – T – Im – Rv normal ou do nível máximo permitido. Mitigadora: confinar, parcial ou totalmente, as máquinas e equipamentos que sejam considerados fontes fixas de poluição sonora. Mitigadora: utilizar protetores auriculares durante a execução das tarefas em que sejam emitidos ruídos acima de 60 dB (decibéis). Mitigadora: controlar os locais, os horários e os níveis de ruído das atividades que excedam os limites sonoros permitidos. Mitigadora: realizar as manutenções Aumento da Emissão de Gases preventivas nas máquinas e veículos, de forma N – E – D – R – T – Im – Ir Poluentes e Partículas na Atmosfera que operem regulados e sem emitir poluentes atmosféricos acima dos níveis permitidos.

373 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Corretiva: realizar a manutenção corretiva imediatamente após qualquer veículo, máquina Aumento da Emissão de Gases N – E – D – R – T – Im – Ir ou equipamento apresentar a emissão de Poluentes e Partículas na Atmosfera poluentes atmosféricos acima do nível normal ou do nível máximo permitido. Mitigadora: aspergir água sobre as superfícies com solo exposto e nos locais onde haja a suspensão de poeira. Aumento da Suspensão de N – Po – D – L – T – Im – Rv Particulados (Poeira) Mitigadora: utilizar óculos de proteção e máscara semifacial filtrante ‘PFF1’ nos locais onde haja suspensão de poeira que prejudique a visão e respiração dos trabalhadores. Preventiva: manejar os resíduos sólidos gerados no canteiro de obras, de forma a segregá-los, acondicioná-los e armazená-los de acordo com a sua classe. Os resíduos orgânicos devem ser acondicionados em sacos plásticos contidos em recipientes com tampa; devem ser recolhidos quando os sacos plásticos estiverem preenchidos e transportados para Geração de Maus Odores N – Po – I – L – T – Im – Rv armazenamento em contêineres com tampa e sobre rodas, dispostos num local do canteiro de obras com piso impermeável e acessível para o Serviço de Limpeza Urbana – SLU proceder à sua coleta diária. Mitigadora: utilizar óculos de proteção e máscara semifacial apropriadas nos locais onde se utilizem substâncias voláteis, como tintas, solventes, combustíveis e outros. Preventiva: remover a cobertura vegetal somente nos trechos onde haverá intervenção para obra e mantê-la preservada onde estão Alteração no Microclima N – E – I – R – Pe – Mp – Rv projetadas as áreas verdes, quando possível. Corretiva: recompor a cobertura vegetal nos trechos que não foram impermeabilizados com a implantação do bairro Crixá. Preventiva: remover a cobertura vegetal somente nos trechos onde haverá intervenção Redução da Produção de Oxigênio, para obra e mantê-la onde estão projetadas as da Absorção de Gás Carbônico e da N – E – I – R – Pe – Im – Rv áreas verdes, quando possível. Purificação do Ar Corretiva: recompor a cobertura vegetal nos trechos que não foram impermeabilizados com a implantação do bairro Crixá. Preventiva: controlar o uso da água por meio da hidrometração dos poços tubulares em uso no canteiro de obras e remessa periódica dos Aumento do Consumo de Água dados quantitativos para ADASA, para que se N – E – D – R – T – Im – Ir Subterrânea constate o uso da vazão outorgada. Mitigadora: informar e sensibilizar todos os funcionários da obra para o uso racional da água, de forma a minimizar o seu desperdício. Mitigadora: maximizar as áreas verdes para Redução da Recarga do Aquífero N – E – I – R – Pe – Mp – Rv ampliar a infiltração das águas pluviais.

374 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Mitigadora: realizar as operações de terraplenagem exclusivamente nos limites contidos no Projeto Urbanístico, evitando-se a degradação desnecessária de áreas permeáveis por meio do controle da movimentação de máquinas e equipamentos pesados nas áreas Redução da Recarga do Aquífero N – E – I – R – Pe – Mp – Rv que não serão terraplenadas, para maximizar a infiltração de água no solo. Mitigadora: priorizar o uso de equipamentos de drenagem pluvial que maximizem durante a obra a infiltração de água no solo, como terraços, bacias de infiltração, bigodes. Mitigadora: preservar sem qualquer intervenção de engenharia as áreas permeáveis existentes na ADA e que estão mantidas no Redução do Nível dos Aquíferos N – Po – D – R – T – Im – Rv Projeto Urbanístico do bairro Crixá como áreas verdes, para maximizar a infiltração de água no solo. Preventiva: realizar manutenção preventiva dos maquinários, veículos e equipamentos para evitar o derramamento de óleos, combustíveis ou outros fluidos contaminantes no canteiro de obras durante a sua execução. Preventiva: informar e treinar os operários e todos os demais funcionários para o correto manejo de substâncias contaminantes e a adoção das providências corretas em caso de ocorrência de acidente. Contaminação da Água Subterrânea N – Po – I – R – T– Mp – Rv Corretiva: realizar imediatamente a manutenção corretiva dos maquinários, veículos e equipamentos que apresentarem derramamento de óleos, combustíveis ou outros fluidos contaminantes. Corretiva: realizar imediatamente a contenção da fonte poluente e promover, de acordo com o tipo de contaminação química, as medidas de descontaminação, e informar o IBRAM sobre a ocorrência do acidente. Mitigadora: instalar, preferencialmente, o sistema de drenagem pluvial durante o período Contaminação do Córrego Açude N – Po – I – R – Pe – Mp – Rv de seca ou com chuvas de baixa intensidade ou curta duração. Preventiva: instalar bacias de detenção antes do ponto de lançamento no corpo receptor, no caso do córrego Açude. Assoreamento do Córrego Açude N – Po – I – R – Pe – Mp – Rv Mitigadora: executar as obras de terraplanagem, cortes, aterros, escavações e fundações durante os períodos em que não haja chuvas volumosas ou de longa duração. Preventiva: proibir a movimentação de máquinas e equipamentos pesados nos trechos Aumento da Vulnerabilidade do Solo N – E –I – L – Pe – Mp – Ir onde a cobertura vegetal não será removida e nem serão feitas intervenções de engenharia.

375 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Mitigadora: remover a cobertura vegetal somente nos trechos onde serão executadas as intervenções de engenharia (terraplanagem, cortes, aterros, escavações, fundações, edificações, calçamento e pavimentação), de acordo com o Projeto Urbanístico, evitando-se Aumento da Vulnerabilidade do Solo N – E –I – L – Pe – Mp – Ir degradar os trechos com vegetação e que serão mantidos como áreas verdes. Corretiva: promover a cobertura do solo exposto às intempéries com vegetação nativa durante a etapa final da obra. Corretiva: conter e recuperar os processos erosivos que eventualmente sejam formados. Mitigadora: realizar as operações de terraplenagem, cortes, aterros, escavações, fundações exclusivamente trechos previstos no Projeto Urbanístico do bairro Crixá, evitando- Aumento da Vulnerabilidade do N – E –I – L – Pe – Mp – Ir se expor o subsolo às intempéries. Subsolo Corretiva: preencher imediatamente as escavações ao término da ação motivadora. Corretiva: conter e recuperar os processos erosivos que eventualmente surjam. Preventiva: proibir a movimentação de máquinas e equipamentos pesados nos trechos onde a cobertura vegetal não será removida e nem serão feitas intervenções de engenharia. Compactação e Impermeabilização N – E – D – L – Pe – Mp – Ir do Solo Corretiva: descompactar o solo nos trechos onde a superfície foi compactada e que será usada como área verde, servindo assim como medida inicial para o processo de recuperação das áreas alteradas. Preventiva: suspender as movimentações de solo quando ocorrer precipitações volumosas ou de longa duração. Preventiva: maximizar as áreas verdes (com cobertura vegetal nativa ou exótica ao Cerrado) e sem qualquer intervenção de engenharia para manter os processos naturais da fase terrestre do ciclo hidrológico e não alterá-los, causando Surgimento de Processos Erosivos N – Po – I – R – Pe – Lp – Ir assim efeito negativo sobre a susceptibilidade do solo às erosões, tornando-o mais vulnerável a esse impacto negativo. Corretiva: conter e recuperar os processos erosivos surgidos durante a implantação do bairro Crixá. Mitigadora: adotar os dispositivos que diminuam a velocidade e a quantidade das águas pluviais. Alteração da Paisagem Natural N – E – D – L – Pe – Im – Ir - Preventiva: realizar manutenção preventiva das máquinas, veículos e equipamentos para Contaminação do Solo e Subsolo N – Po – I – L – Pe – Mp – Rv evitar o derramamento de lubrificantes, combustíveis e outros fluidos contaminantes.

376 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Preventiva: informar e treinar os operários e todos os demais funcionários para o correto manejo de substâncias contaminantes e a adoção das providências corretas em caso de ocorrência de acidente. Corretiva: realizar imediatamente a manutenção corretiva dos maquinários, veículos e equipamentos que apresentarem derramamento de óleos, combustíveis ou outros fluidos contaminantes. Contaminação do Solo e Subsolo N – Po – I – L – Pe – Mp – Rv Corretiva: em caso de derramamento, transbordamento ou vazamentos de óleo, combustível e outros produtos perigosos, realizar a contenção imediata com barreiras de contenção ou retirar o produto, se possível, por meio do uso de areia ou serragens. Corretiva: realizar imediatamente a contenção da fonte poluente e promover, de acordo com o tipo de contaminação química, as medidas de descontaminação, e informar o IBRAM sobre a ocorrência do acidente. Mitigadora: utilizar materiais minerais Aumento da Demanda por Recursos N – E – I – R – Pe – Lp – Ir provenientes de fornecedores que possuam a Minerais Licença de Operação – IBRAM vigente. Mitigadora: aplicar o Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil – PGRCC e o Aumento da Geração de Resíduos N – E – D – R – T – Im – Rv Programa de Educação Ambiental com Sólidos da Construção Civil capítulo orientando os trabalhadores sobre o correto manejo dos resíduos sólidos. Mitigadora: suprimir a vegetação apenas nos locais onde serão edificados, pavimentados, calçados, escavados e terraplanados, evitando- Redução da Cobertura Vegetal N – E – D – R – Pe – Lp – Ir se retirar a vegetação dos trechos permeáveis que permanecerão como áreas verdes no Projeto Urbanístico do bairro Crixá. Mitigadora: suprimir a vegetação apenas nos locais onde serão edificados, pavimentados, calçados, escavados e terraplanados, evitando- Perda de Diversidade Genética N – E – D – R – Pe – Im – Ir se retirar a vegetação dos trechos permeáveis que permanecerão como áreas verdes no Projeto Urbanístico do bairro Crixá. Mitigadora: coletar material propagativo Eliminação de Bancos de Sementes N – E – D – R – Pe – Lp – Ir existente nos espécimes que serão abatidos. Maximizadora: executar o Projeto Paisagístico Recomposição da Cobertura Vegetal P – E – D – L – Pe – Lp – Rv durante a etapa final da obra. Compensatória: promover a recuperação de áreas degradadas com o plantio de espécies Aumento da Predação N – Po – I – R – T – Lp – Ir nativas do Cerrado em quantidade e qualidade equivalente às árvores suprimidas para oferecer recursos naturais equiparados aos suprimidos. Preventiva: manter as 2 formações florestais Alteração de Habitats Terrestres N – E – D – L – Pe – Im – Ir existentes na ADA.

377 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Corretiva: transferir ninhos de árvores a serem abatidas e para áreas naturais vizinhas. Mitigadora: suprimir a vegetação nativa somente nos trechos onde estão projetadas as intervenções de engenharia, de forma a manter Alteração de Habitats Terrestres N – E – D – L – Pe – Im – Ir as condições de habitat para a fauna. Compensatória: promover a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas do Cerrado em quantidade e qualidade equivalente aos habitats (fitofisionomias) a suprimir. Mitigadora: controlar a movimentação de máquinas e equipamentos, evitando a degradação desnecessária de trechos onde a cobertura vegetal será mantida, de acordo com Afugentamento da Fauna N – E – D – L – Pe – Mp – Ir o Projeto Urbanístico do bairro Crixá. Compensatória: promover a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas do Cerrado em quantidade e qualidade equivalente aos habitats (fitofisionomias) a suprimir. Mitigadora: transferir animais silvestres Perda de Indivíduos da Fauna N –Po – I – L – Pe – Im – Ir avistados durante a obra para áreas naturais vizinhas. Mitigadora: implantação das bacias de Existência de 1 Espécie da detenção para controle da qualidade e vazão do Ictiofauna Ameaçada de Extinção: a N –Po – I – R – Pe – Lp – Ir córrego do Açude no ponto de lançamento final Salminus brasiliensis das águas pluviais. Compensatória: promover a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas do Aumento da Competição Inter e Cerrado em quantidade e qualidade equivalente N – E – I – R – T – Lp – Ir Intraespecífica aos habitats (fitofisionomias) a suprimir, de forma a servir como fonte de recursos naturais para a fauna silvestre. Preventiva: informar e treinar os operários e todos os demais funcionários para o correto manejo dos resíduos da construção civil, com atenção aos resíduos orgânicos, que devem ser separados para coleta diária. Aumento da Ocorrência de Animais Mitigadora: implantar o PGRCC e manejar os N – Po – D – L – T – Im – Rv Cosmopolitas resíduos orgânicos de forma que sejam segregados em sacos plásticos acondicionados em recipientes com tampa, cujo volume ao ser preenchido deve ser recolhido em contêineres com tampa e sobre rodas para armazenamento, em local com piso impermeabilizado e acessível ao SLU para coleta diária. Preventiva: reduzir os limites de velocidade nas vias de circulação próximas às obras, em especial nos acessos ao canteiro de obras. Aumento do Risco de Acidente N – Po – D – R – T – Im – Rv Preventiva: sinalizar as vias internas ao canteiro de obras e da rodovia DF-473, em relação à identificação de “trecho em obras”. Aumento da Demanda por Mitigadora: contratar operários que residam N – E – D – R – T – Im – Rv Transporte Público mais próximos a ADA.

378 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Corretiva: aumentar a oferta de transporte para propiciar a mobilidade dos operários de suas residências até a rodoviária do Plano Piloto ou Aumento da Demanda por N – E – D – R – T – Im – Rv de São Sebastião. Transporte Público Corretiva: oferecer aos operários transporte da rodoviária do Plano Piloto ou de São Sebastião até o canteiro de obras. Preventiva: sinalizar as vias marginais ao canteiro de obras e da rodovia DF-473, em relação à identificação de “trecho em obras” e para redução da velocidade de circulação. Preventiva: realizar a manutenção preventiva das máquinas, veículos e equipamentos usados no canteiro de obras para manter os níveis de geração de ruídos e emissão de poluentes do ar em conformidade com os padrões indicados pelas normas vigentes. Corretiva: realizar a manutenção corretiva das máquinas, veículos e equipamentos usados no canteiro de obras assim que apresentarem qualquer defeito que gere níveis de geração de Incômodos à População Vizinha N – E – I – R – T – Im – Ir ruídos e emissão de poluentes do ar em não conformidade com os padrões indicados pelas normas vigentes. Mitigadora: aspergir água nos trechos com solo exposto às intempéries para mitigar a suspensão de poeira na atmosfera. Mitigadora: instalar preferencialmente as fontes fixas geradoras de ruídos em ambientes confinados ou semi confinados, situados o mais distante do trecho norte e oeste da ADA por serem esses os trechos habitados. Mitigadora: executar as atividades geradoras de ruídos acima de 60 dB no canteiro de obras entre 08:00 e as 18:00. Aumento da Geração de Empregos, P – E – D – R – T – Im – Rv - Renda e Tributos Atendimento às Normas e P – E – D – R – Pe – Lp – Ir - Parâmetros Urbanísticos FASE DE OCUPAÇÃO Mitigadora: promover a cobertura vegetal nos trechos com solo exposto às intempéries e nas demais áreas permeáveis da ADA por meio do plantio de espécies nativas do Cerrado que Alteração no Microclima N – E – I – L – Pe – Mp – Ir componham os estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo, preferencialmente, de forma a elevar o sombreamento e a evapotranspiração, criando condições para reduzir a temperatura e aumentar a umidade relativa do ar. Preventiva: permitir as atividades industriais, comerciais e de serviços que estejam em Aumento da Geração de Ruídos N – E – D – R – Pe – Im – Ir conformidade com os níveis de incomodidade adotados para áreas residenciais e de uso misto.

379 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Mitigadora: melhorar o sistema público de transporte urbano para motivar a população optar pelo transporte coletivo em vez de usar o transporte individual, propiciando reduzir as Aumento da Emissão de Gases N – E – D – R – Pe – Im – Ir emissões de poluentes na atmosfera. Poluentes e Partículas na Atmosfera Mitigadora: incentivar a carona solidária quando se optar pelo transporte individual, visando assim reduzir as emissões de poluentes na atmosfera. Preventiva: realizar a coleta diariamente dos resíduos orgânicos em todo bairro Crixá. Preventiva: as atividades caracterizadas comerciais devem possuir Plano de Gestão de Resíduos Sólidos específico, aprovado pelo IBRAM, bem como se responsabilizar por Geração de Maus Odores N – Po – I – R – T – Im – Rv todas as etapas de manejo de seus resíduos. Mitigadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU. Aumento da Produção de Oxigênio, Maximizadora: plantar espécies arbóreas, da Absorção de Gás Carbônico e da P – E - I – R – Pe – Im – Ir arbustivas e herbáceas nativas ao Cerrado, de Purificação do Ar preferência, em todas as áreas permeáveis. Preventiva: a CAESB deve realizar as manutenções preventivas na rede de abastecimento de água do bairro Crixá para evitar o desperdício de água. Corretiva: a CAESB deve imediatamente realizar a manutenção corretiva da rede de abastecimento de água do bairro Crixá assim que se detectar qualquer vazamento, visando minimizar o desperdício de água. Aumento do Consumo de Água N – E – D – R – Pe – Im – Ir Mitigadora: promover, em parceria com a CAESB, campanha de Educação Ambiental com objetivo de sensibilizar a população do bairro Crixá para o uso racional da água, de forma a se minimizar o desperdício de água. Mitigadora: substituir o uso da água subterrânea do sistema provisório de abastecimento do bairro Crixá pelo sistema de Paranoá (água superficial) assim que esse estiver em carga operacional. Corretiva: plantar e manter a cobertura vegetal das áreas permeáveis com árvores, arbustos e camada herbácea, para melhorar o processo de Redução da Recarga do Aquífero N – E – D – R – Pe – Mp – Ir infiltração de água no solo. Mitigadora: utilizar medidas de infiltração das águas pluviais para minimizar o efeito negativo da redução da infiltração dessas águas. Preventiva: realizar a coleta diariamente dos Contaminação da Água Subterrânea N – Po – I – R – Pe– Mp – Ir resíduos orgânicos em todo bairro Crixá.

380 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Preventiva: as atividades caracterizadas comerciais devem possuir Plano de Gestão de Resíduos Sólidos específico, aprovado pelo IBRAM, bem como se responsabilizar por todas as etapas de manejo de seus resíduos, recolhendo diariamente o resíduo orgânico. Contaminação da Água Subterrânea N – Po – I – R – Pe– Mp – Ir Mitigadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU e, assim, evitar a formação de chorume que pode contaminar o solo e as águas subterrâneas. Preventiva: fiscalizar a eventual existência de ligações clandestinas de redes de esgoto à rede de drenagem de águas pluviais. Mitigadora: o SLU deve efetuar a varrição e a coleta de resíduos sólidos regularmente e de forma eficiente para evitar o carreamento desses resíduos sólidos para os equipamentos Contaminação do Corpo Receptor de micro drenagem pluvial. N – Po – D – R – Pe – Mp – Rv de Águas Pluviais (córrego Açude) Mitigadora: implantar o sistema de drenagem pluvial definitivo dotado de dispositivos que diminuam a velocidade e a quantidade das águas pluviais a serem lançadas no corpo receptor, bem como que realizem a detenção de resíduos sólidos, ou seja, instalar as bacias de detenção exigidas pela ADASA antes do ponto de lançamento final das águas pluviais. Mitigadora: o SLU deve efetuar a varrição e a coleta de resíduos sólidos regularmente e de forma eficiente para evitar o carreamento de sedimentos e particulados para os equipamentos de micro drenagem pluvial. Mitigadora: implantar o sistema de drenagem Assoreamento do Corpo Receptor pluvial definitivo dotado de dispositivos que N – Po – I – R – Pe – Mp – Rv de Águas Pluviais (córrego Açude) diminuam a velocidade e a quantidade das águas pluviais a serem lançadas no corpo receptor, bem como que realizem a detenção de resíduos sólidos, sedimentos e particulados, ou seja, instalar as bacias de detenção exigidas pela ADASA antes do ponto de lançamento final das águas pluviais. Mitigadora: interligar o bairro Crixá à rede de esgotamento sanitário operada pela CAESB, Aumento da Carga de Efluentes cuja ETE São Sebastião é a unidade que N – E – I – R – Pe – Im – Ir Sanitários processa os efluentes brutos para lançá-los, como efluentes tratados, no leito do ribeirão Santo Antônio da Papuda. Mitigadora: financiar para população do Aumento do Consumo de Energia bairro Crixá a aquisição de eletrodomésticos N – E – I – R – Pe – Im – Ir Elétrica que pertençam a classe A da tabela de eficiência de consumo energético.

381 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Preventiva: manutenção do sistema de drenagem pluvial para que funcione de forma adequada e evite a ocorrência de erosões. Preventiva: plantar e manter a cobertura vegetal das áreas permeáveis com árvores, Surgimento de Processos Erosivos N – Po – I – R – Pe – Mp – Rv arbustos e camada herbácea, para evitar o desenvolvimento de processos erosivos. Corretiva: conter e recuperar os processos erosivos surgidos em decorrência do sistema de drenagem pluvial do bairro Crixá. Preventiva: realizar a coleta diariamente dos resíduos orgânicos em todo bairro Crixá. Preventiva: as atividades caracterizadas comerciais devem possuir Plano de Gestão de Resíduos Sólidos específico, aprovado pelo IBRAM, bem como se responsabilizar por todas as etapas de manejo de seus resíduos, Contaminação do Solo e Subsolo recolhendo diariamente o resíduo orgânico. N – Po – I – L – Pe – Mp – Rv pela Deposição de Resíduos Sólidos Mitigadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU e, assim, evitar a formação de chorume que pode contaminar o solo e as águas subterrâneas. Maximizadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e Diminuição da Geração de Resíduos P – E – D – R – Pe – Lp – Rv acondicionamento dos resíduos orgânicos e Sólidos secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU. Deve ressaltar os princípios dos 5R (reduzir, reciclar, reutilizar, repensar e recusar) em relação ao consumo e geração de resíduos. Compensatória: promover a recuperação de área equivalente àquela impermeabilizada pelo bairro Crixá. Impedimento da Regeneração da N – E – D – L – Pe – Mp – Ir Cobertura Vegetal Compensatória: promover o plantio relativo à compensação florestal decorrente da supressão da vegetação na ADA para implantação do bairro Crixá. Maximizadora: plantar e manter a cobertura Recomposição da Cobertura Vegetal P – E – D – L – Pe – Lp – Rv vegetal das áreas permeáveis com árvores, arbustos e camada herbácea. Maximizadora: plantar e manter a cobertura Aumento da Biodiversidade da P – Po – D – L – Pe – Lp – Ir vegetal das áreas permeáveis com árvores, Flora arbustos e camada herbácea nativa ao Cerrado. Deslocamento da Fauna Nativa N – E – I – L – Pe – Mp – Ir - Mitigadora: realizar a manutenção das bacias Existência de 1 Espécie da de detenção para o efetivo controle da Ictiofauna Ameaçada de Extinção: a N –Po – I – R – Pe – Lp – Ir qualidade e vazão do córrego do Açude no Salminus brasiliensis ponto de lançamento final das águas pluviais.

382 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Mitigadora: utilizar, preferencialmente, Alteração de Habitats Terrestres N – E – I – L – Pe – Mp – Ir espécies nativas do Cerrado na elaboração do projeto paisagístico do bairro Crixá. Mitigadora: manter as bacias de detenção para reduzir a carga poluente escoada pela rede de Alteração de Habitats Aquáticos N – Po – I – R – Pe – Mp – Ir drenagem de águas pluviais que é lançada no leito do córrego Açude. Mitigadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, Atração de Animais Cosmopolitas N – Po – I – L – Pe – Mp – Ir com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU e, assim, evitar a atração de animais sinantrópicos. Mitigadora: instalar equipamentos de redução de velocidade na rodovia DF-473 e nas vias internas do bairro Crixá, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e Atropelamento de Animais N – Po – I – L – Pe – Mp – Rv DETRAN. Mitigadora: sinalizar a rodovia DF-473 e as vias internas do bairro Crixá, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN. Preventiva: elaborar e executar o Programa de Vigilância Sanitária Ambiental. Mitigadora: o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre Proliferação de Zoonoses N – Po – I – L – Pe – Mp – Rv o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU e, assim, evitar proliferação de zoonoses. Mitigadora: melhorar e manter as condições de tráfego com duplicação ou alargamentos de vias de acesso e instalação de balões e retornos, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN. Aumento da Circulação de Veículos N – E – D – R – Pe – Mp – Ir Mitigadora: sinalizar a rodovia DF-473 e as vias internas do bairro Crixá, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN, com destaque aos cruzamentos e passagens de pedestres e ciclistas. Mitigadora: ampliar e instalar os equipamentos públicos urbanos e comunitários necessários ao atendimento da população projetada para o bairro Crixá (12.367 hab.). Aumento da Demanda de Bens e Mitigadora: preparar o setor de comércio e N – E – D – R – Pe – Im – Ir Serviços Públicos serviço para atender a demanda gerada pela população do bairro Crixá. Mitigadora: ampliar a quantidade de ônibus e linhas para atender a população do bairro Crixá. Consolidação do Setor Urbano P – E – D – R – Pe – Lp – Ir -

383 Impactos Classificação Medidas de Controle Ambiental Oferta de Áreas Habitacionais P – E – D – R – Pe – Mp – Ir - Aumento da Geração de Empregos P – E – D – R – Pe – Im – Ir - Aumento da arrecadação Tributária P – E – I – R – Pe – Lp – Ir - e da Renda

LEGENDA

P POSITIVO T TEMPORÁRIO N NEGATIVO Pe PERMANENTE E EFETIVO C CÍCLICO Po POTENCIAL Im IMEDIATO D DIRETO Mp MÉDIO PRAZO I INDIRETO Lp LONGO PRAZO L LOCAL Rv REVERSÍVEL R REGIONAL Ir IRREVERSÍVEL

MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO

384 5. MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL

5.1. Fase de Planejamento

5.1.1. Medidas Preventivas a) ampliar e reforçar os equipamentos públicos urbanos e comunitários, de acordo com o incremento populacional projetado para o bairro Crixá – 12.367 habitantes; b) intensificar a fiscalização do Estado para evitar novas ocupações.

5.1.2. Medida Corretiva a) remover as ocupações irregulares situadas na ADA para propiciar a execução da obra de implantação do bairro Crixá.

5.1.3. Medidas Mitigadoras Não há.

5.1.4. Medida Compensatória a) não habilitar a inscrição no programa habitacional do bairro Crixá àqueles que se mantenham ocupando a ADA.

5.2. Fase de Instalação

5.2.1. Medidas Preventivas a) preferir usar máquinas, veículos e equipamentos com menor geração de ruídos; b) realizar as manutenções preventivas em toda frota e equipamentos usados durante a obra para não gerarem ruídos acima dos níveis máximos permitidos; c) realizar manutenção preventiva dos maquinários, veículos e equipamentos para evitar o derramamento de óleos, combustíveis ou outros fluidos contaminantes no canteiro de obras durante a sua execução; d) remover a cobertura vegetal somente nos trechos onde haverá intervenção para obra e mantê-la preservada onde estão projetadas as áreas verdes, quando possível; e) proibir a movimentação de máquinas e equipamentos pesados nos trechos onde a cobertura vegetal não será removida e nem serão feitas intervenções de engenharia; f) suspender as movimentações de solo quando ocorrer precipitações volumosas ou de longa duração;

385 g) maximizar as áreas verdes (com cobertura vegetal nativa ou exótica ao Cerrado) e sem qualquer intervenção de engenharia para manter os processos naturais da fase terrestre do ciclo hidrológico e não alterá-los, causando assim efeito negativo sobre a susceptibilidade do solo às erosões, tornando-o mais vulnerável a esse impacto negativo; h) manter as 2 formações florestais existentes na ADA; i) controlar o uso da água por meio da hidrometração dos poços tubulares em uso no canteiro de obras e remessa periódica dos dados quantitativos para ADASA, para que se constate o uso da vazão outorgada; j) instalar bacias de detenção antes do ponto de lançamento no corpo receptor, no caso do córrego Açude; k) informar e treinar os operários e todos os demais funcionários para o correto manejo de substâncias contaminantes e a adoção das providências corretas em caso de ocorrência de acidente; l) informar e treinar os operários e todos os demais funcionários para o correto manejo dos resíduos da construção civil, com atenção aos resíduos orgânicos, que devem ser separados para coleta diária; m) manejar os resíduos sólidos gerados no canteiro de obras, de forma a segregá-los, acondicioná-los e armazená-los de acordo com a sua classe. Os resíduos orgânicos devem ser acondicionados em sacos plásticos contidos em recipientes com tampa; devem ser recolhidos quando os sacos plásticos estiverem preenchidos e transportados para armazenamento em contêineres com tampa e sobre rodas, dispostos num local do canteiro de obras com piso impermeável e acessível para o Serviço de Limpeza Urbana – SLU proceder à sua coleta diária; n) reduzir os limites de velocidade nas vias de circulação próximas às obras, em especial nos acessos ao canteiro de obras; o) sinalizar as vias internas ao canteiro de obras e da rodovia DF-473, em relação à identificação de “trecho em obras”; p) sinalizar as vias marginais ao canteiro de obras e da rodovia DF-473, em relação à identificação de “trecho em obras” e para redução da velocidade de circulação.

5.2.2. Medidas Corretivas a) realizar a manutenção corretiva imediatamente após qualquer veículo, máquina ou equipamento gerar ruído acima do nível normal ou do nível máximo permitido; b) realizar a manutenção corretiva imediatamente após qualquer veículo, máquina ou equipamento apresentar a emissão de poluentes atmosféricos acima do nível normal ou do nível máximo permitido; c) realizar imediatamente a manutenção corretiva dos maquinários, veículos e equipamentos que apresentarem derramamento de óleos, combustíveis ou outros fluidos contaminantes;

386 d) remover a cobertura vegetal somente nos trechos onde haverá intervenção para obra e mantê-la onde estão projetadas as áreas verdes, quando possível; e) recompor a cobertura vegetal nos trechos que não foram impermeabilizados com a implantação do bairro Crixá; f) realizar imediatamente a contenção da fonte poluente e promover, de acordo com o tipo de contaminação química, as medidas de descontaminação, e informar o IBRAM sobre a ocorrência do acidente; g) conter e recuperar os processos erosivos surgidos durante a implantação do bairro Crixá h) preencher imediatamente as escavações ao término da ação motivadora; i) descompactar o solo nos trechos onde a superfície foi compactada e que será usada como área verde, servindo assim como medida inicial para o processo de recuperação das áreas alteradas; j) em caso de derramamento, transbordamento ou vazamentos de óleo, combustível e outros produtos perigosos, realizar a contenção imediata com barreiras de contenção ou retirar o produto, se possível, por meio do uso de areia ou serragens; k) transferir ninhos de árvores a serem abatidas para áreas naturais vizinhas; l) aumentar a oferta de transporte para propiciar a mobilidade dos operários de suas residências até a rodoviária do Plano Piloto ou de São Sebastião; m) oferecer aos operários transporte da rodoviária do Plano Piloto ou de São Sebastião até o canteiro de obras.

5.2.3. Medidas Mitigadoras a) executar as atividades geradoras de ruídos acima de 60 dB no canteiro de obras entre 08:00 e as 18:00; b) confinar, parcial ou totalmente, as máquinas e equipamentos que sejam considerados fontes fixas de poluição sonora; c) utilizar protetores auriculares durante a execução das tarefas em que sejam emitidos ruídos acima de 60 dB (decibéis); d) controlar os locais, os horários e os níveis de ruído das atividades que excedam os limites sonoros permitidos; e) realizar as manutenções preventivas nas máquinas e veículos, de forma que operem regulados e sem emitir poluentes atmosféricos acima dos níveis permitidos; f) aspergir água sobre as superfícies com solo exposto e nos locais onde haja a suspensão de poeira; g) utilizar óculos de proteção e máscara semifacial filtrante ‘PFF1’ nos locais onde haja suspensão de poeira que prejudique a visão e respiração dos trabalhadores;

387 h) utilizar óculos de proteção e máscara semifacial apropriadas nos locais onde se utilizem substâncias voláteis, como tintas, solventes, combustíveis e outros; i) informar e sensibilizar todos os funcionários da obra para o uso racional da água, de forma a minimizar o seu desperdício; j) maximizar as áreas verdes para ampliar a infiltração das águas pluviais; k) realizar as operações de terraplenagem exclusivamente nos limites contidos no Projeto Urbanístico, evitando-se a degradação desnecessária de áreas permeáveis por meio do controle da movimentação de máquinas e equipamentos pesados nas áreas que não serão terraplenadas, para maximizar a infiltração de água no solo; l) preservar sem qualquer intervenção de engenharia as áreas permeáveis existentes na ADA e que estão mantidas no Projeto Urbanístico do bairro Crixá como áreas verdes, para maximizar a infiltração de água no solo; m) priorizar o uso de equipamentos de drenagem pluvial que maximizem durante a obra a infiltração de água no solo, como terraços, bacias de infiltração, bigodes; n) instalar, preferencialmente, o sistema de drenagem pluvial durante o período de seca ou com chuvas de baixa intensidade ou curta duração; o) executar as obras de terraplanagem, cortes, aterros, escavações e fundações durante os períodos em que não haja chuvas volumosas ou de longa duração; p) realizar as operações de terraplenagem, cortes, aterros, escavações, fundações exclusivamente trechos previstos no Projeto Urbanístico do bairro Crixá, evitando-se expor o subsolo às intempéries; q) adotar os dispositivos que diminuam a velocidade e a quantidade das águas pluviais; r) utilizar materiais minerais provenientes de fornecedores que possuam a Licença de Operação – IBRAM vigente; s) aplicar o Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil – PGRCC e o Programa de Educação Ambiental com capítulo orientando os trabalhadores sobre o correto manejo dos resíduos sólidos; t) implantar o PGRCC e manejar os resíduos orgânicos de forma que sejam segregados em sacos plásticos acondicionados em recipientes com tampa, cujo volume ao ser preenchido deve ser recolhido em contêineres com tampa e sobre rodas para armazenamento, em local com piso impermeabilizado e acessível ao SLU para coleta diária; u) coletar material propagativo existente nos espécimes que serão abatidos; v) suprimir a vegetação nativa somente nos trechos onde estão projetadas as intervenções de engenharia, de forma a manter as condições de habitat para a fauna; w) controlar a movimentação de máquinas e equipamentos, evitando a degradação desnecessária de trechos onde a cobertura vegetal será mantida, de acordo com o Projeto Urbanístico do bairro Crixá;

388 x) implantar o sistema de drenagem de águas pluviais em consonância com a Resolução da ADASA nº 09/2011, pois as bacias de detenção contempladas nesse sistema permitem manter a qualidade e a vazão do corpo receptor; y) contratar operários que residam mais próximos a ADA; z) instalar preferencialmente as fontes fixas geradoras de ruídos em ambientes confinados ou semi confinados, situados o mais distante do trecho norte e oeste da ADA por serem esses os trechos habitados.

5.2.4. Medida Compensatória a) promover a recuperação de áreas degradadas com o plantio de espécies nativas do Cerrado em quantidade e qualidade equivalente às árvores suprimidas para oferecer recursos naturais equiparados aos suprimidos, de forma a servir como fonte de recursos naturais para a fauna silvestre.

5.3. Fase de Operação

5.3.1. Medidas Preventivas a) permitir as atividades industriais, comerciais e de serviços que estejam em conformidade com os níveis de incomodidade adotados para áreas residenciais e de uso misto; b) realizar a coleta diariamente dos resíduos orgânicos em todo bairro Crixá; c) as atividades caracterizadas comerciais devem possuir Plano de Gestão de Resíduos Sólidos específico aprovado pelo IBRAM e se responsabilizar por todas as etapas de manejo de seus resíduos; d) a CAESB deve realizar as manutenções preventivas na rede de abastecimento de água do bairro Crixá para evitar o desperdício de água; e) fiscalizar a eventual existência de ligações clandestinas de redes de esgoto à rede de drenagem de águas pluviais; f) manutenção do sistema de drenagem pluvial para que funcione de forma adequada e evite a ocorrência de erosões; g) plantar e manter a cobertura vegetal das áreas permeáveis com árvores, arbustos e camada herbácea, para evitar o desenvolvimento de processos erosivos; h) elaborar e executar o Programa de Vigilância Sanitária Ambiental.

389 5.3.2. Medidas Corretivas a) a CAESB deve imediatamente realizar a manutenção corretiva da rede de abastecimento de água do bairro Crixá assim que se detectar qualquer vazamento, visando minimizar o desperdício de água; b) plantar e manter a cobertura vegetal das áreas permeáveis com árvores, arbustos e camada herbácea, para melhorar o processo de infiltração de água no solo; c) conter e recuperar os processos erosivos surgidos em decorrência do sistema de drenagem pluvial do bairro Crixá.

5.3.3. Medidas Mitigadoras a) promover a cobertura vegetal nos trechos com solo exposto às intempéries e nas demais áreas permeáveis da ADA por meio do plantio de espécies nativas do Cerrado que componham os estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo, preferencialmente, de forma a elevar o sombreamento e a evapotranspiração, criando condições para reduzir a temperatura e aumentar a umidade relativa do ar; b) melhorar o sistema público de transporte urbano para motivar a população optar pelo transporte coletivo em vez de usar o transporte individual, propiciando reduzir as emissões de poluentes na atmosfera; c) incentivar a carona solidária quando se optar pelo transporte individual, visando assim reduzir as emissões de poluentes na atmosfera; d) o Poder Público deve promover a orientação da população do bairro Crixá sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, com ênfase na segregação e acondicionamento dos resíduos orgânicos e secos para propiciar a coleta seletiva efetuada pelo SLU; e) promover, em parceria com a CAESB, campanha de Educação Ambiental com objetivo de sensibilizar a população do bairro Crixá para o uso racional da água, de forma a se minimizar o desperdício de água; f) substituir o uso da água subterrânea do sistema provisório de abastecimento do bairro Crixá pelo sistema de Paranoá (água superficial) assim que esse estiver em carga operacional; g) utilizar medidas de infiltração das águas pluviais para minimizar o efeito negativo da redução da infiltração dessas águas; h) o SLU deve efetuar a varrição e a coleta de resíduos sólidos regularmente e de forma eficiente para evitar o carreamento desses resíduos sólidos para os equipamentos de micro drenagem pluvial; i) implantar o sistema de drenagem pluvial definitivo dotado de dispositivos que diminuam a velocidade e a quantidade das águas pluviais a serem lançadas no corpo receptor, bem como que realizem a detenção de resíduos sólidos, ou seja, instalar as bacias de detenção exigidas pela ADASA antes do ponto de lançamento final das águas pluviais;

390 j) interligar o bairro Crixá à rede de esgotamento sanitário operada pela CAESB, cuja ETE São Sebastião é a unidade que processa os efluentes brutos para lançá-los, como efluentes tratados, no leito do ribeirão Santo Antônio da Papuda; k) financiar para população do bairro Crixá a aquisição de eletrodomésticos que pertençam a classe A da tabela de eficiência de consumo energético; l) utilizar, preferencialmente, espécies nativas do Cerrado na elaboração do projeto paisagístico do bairro Crixá; m) manter as bacias de detenção para reduzir a carga poluente escoada pela rede de drenagem de águas pluviais que é lançada no leito do córrego Açude; n) instalar equipamentos de redução de velocidade na rodovia DF-473 e nas vias internas do bairro Crixá, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN; o) sinalizar a rodovia DF-473 e as vias internas do bairro Crixá, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN; p) melhorar e manter as condições de tráfego com duplicação ou alargamentos de vias de acesso e instalação de balões e retornos, de acordo com o Estudo de Tráfego a ser aprovado pelo DER e DETRAN; q) ampliar e instalar os equipamentos públicos urbanos e comunitários necessários ao atendimento da população projetada para o bairro Crixá (12.367 habitantes); r) preparar o setor de comércio e serviço para atender a demanda gerada pela população do bairro Crixá; s) ampliar a quantidade de ônibus e linhas para atender a população do bairro Crixá.

5.3.4. Medidas Compensatórias a) promover a recuperação de área equivalente àquela impermeabilizada pelo bairro Crixá; b) manter o plantio de compensação florestal.

391 6. PLANO BÁSICO AMBIENTAL – PBA

As diretrizes mínimas propostas para elaboração dos Planos de Acompanhamento e Monitoramento, também denominados Plano Básico Ambiental – PBA, estão dispostas a seguir. Ressalta-se que os PBA devem ser elaborados de acordo com a fase do empreendimento (planejamento, instalação e ocupação) e as etapas do licenciamento ambiental (LP, LI e LO). i. apresentação; ii. objetivos; iii. diretrizes legais; iv. método; v. resultados esperados; vi. referência bibliográfica; vii. equipe técnica.

Ademais, para melhor controle dos impactos ambientais negativos pelo empreendedor, os PBA são instrumentos apropriados a serem cobrados pelo IBRAM como condicionantes nas Licenças Ambientais, haja vista abrangerem as medidas preventivas, corretivas, mitigadoras e compensatórias dos danos ao meio ambiente.

Abaixo seguem as diretrizes mínimas para os PBA propostos.

6.1. Programa de Recursos Hídricos

O Programa de Monitoramento de Recursos Hídricos tem por objetivo acompanhar a qualidade da água do corpo receptor do sistema de drenagem pluvial (córrego Açude), bem como das águas subterrâneas extraídas através de poços tubulares profundos, e, eventualmente, indicar medidas de controle para seus impactos negativos.

A qualidade da água do corpo receptor e das águas subterrâneas deve ser analisada, no mínimo, semestralmente (período de seca e chuva) durante o período de instalação do parcelamento e pelo menos mais 2 anos a partir de sua ocupação. Os parâmetros físico-químicos e biológicos a serem analisados devem adotar como referência aqueles indicados na Resolução do CONAMA nº 357/2005 e as suas alterações, para as águas superficiais, e na Resolução do CONAMA nº 396/2009 e Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011, para as águas subterrâneas.

392 A frequência das amostragens e os parâmetros a serem analisados serão avaliados e detalhados no âmbito do PBA a ser elaborado.

A coleta de amostras de água deve ser executada por equipe especializada e os resultados dessas análises laboratoriais devem ser comparados aos valores máximos permitidos e entre si para acompanhar a evolução da qualidade da água.

Ações Elaborar o Programa de Monitoramento de Recursos Hídricos a ser implantado e aprová-lo junto ao GRUPOHAB; Coletar amostras de água nos pontos de amostragem a serem definidos no referido Programa; Enviar as amostras ao laboratório para análise dos parâmetros determinados no Programa; Comparar os resultados laboratoriais aos valores máximos permitidos, e; Acompanhar as mudanças qualitativas durante o período de execução do Programa comparando as análises de cada ciclo amostral para verificar os efeitos da instalação e ocupação do bairro Crixá.

6.2. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Durante a fase de instalação, deve-se executar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC em conformidade com a Resolução do CONAMA nº 307/2002 e as suas alterações, visando minimizar a geração de resíduos sólidos e segregar, acondicionar, armazenar, tratar, dispor para coleta ou dar destino final aos resíduos inevitavelmente gerados.

A este PGRCC deve ser integrada as diretrizes para gerenciamento dos demais resíduos sólidos gerados no canteiro de obras, que não se enquadram como resíduos da construção civil, como aqueles gerados nas áreas administrativas do canteiro (almoxarifado, refeitório, escritório, dentre outros), de acordo com a NBR 10.004 e Resolução do CONAMA nº 275/2001, no que couber.

Ações Elaborar o PGRCC a ser implantado na ADA e aprová-lo junto ao GRUPOHAB; Instruir todos os funcionários e os prestadores de serviços quanto ao correto descarte e manejo dos resíduos sólidos gerados durante a obra; Reduzir a geração de resíduos sólidos; Reutilizar os resíduos quando possível;

393 Segregar os resíduos sólidos da construção civil nas classes ‘A’ a ‘D’, visando promover a reutilização e reciclagem do material, quando possível, e a destinação adequada dos rejeitos; Acondicionar os resíduos da construção civil pertencentes às classes ‘A’ e ‘B’ em locais identificados, contudo distintos, com vistas à reutilização do material; Acondicionar os resíduos da construção civil pertencentes às classes ‘C’ e ‘D’ em locais isolados, distintos, identificados e destiná-los em conformidade com as normas técnicas específicas e orientação do SLU; Destinar os resíduos da construção civil pertencentes à classe ‘D’, que compreende os resíduos perigosos, para empresas devidamente especializadas e licenciadas ambientalmente para este fim. Esses resíduos poderão ser destinados às seguintes empresas: DMS Ambiental (Distrito Federal), Utarp (Goiânia), Ecopetro Soluções Ambientais (Goiânia). Segregar os resíduos sólidos gerados (não caracterizados como da construção civil) por classes e tipos, em: orgânicos, papéis, metais, plásticos, vidros e especiais (lâmpadas, pilhas, baterias e tecnológicos), visando promover a reciclagem do material aproveitável e o correto descarte; Acondicionar os resíduos orgânicos em sacos plásticos alojados em recipientes com tampa acionada por pedal e devidamente identificados; Acondicionar os resíduos secos em recipientes específicos, conforme o padrão estabelecido pelo código de cores; Os resíduos orgânicos e secos devem ser armazenados em contêineres com tampa, separados e identificados, em abrigos fechados, ventilados e com piso impermeabilizado, ficando disposto para a coleta pelo Serviço de Limpeza Urbana.

6.3. Programa de Educação Ambiental

Considerando as Políticas Nacional e Distrital de Educação Ambiental (Lei Federal nº 9.795/1999 e Lei Distrital nº 3. 833/2006) e a Instrução Normativa do IBRAM nº 58/2013, o PEA deverá atingir os seguintes públicos alvos: Trabalhadores da obra, a fim de sensibilizá-los acerca das práticas e atividades diárias benéficas ao meio ambiente e quanto à importância das UC próximas ao bairro Crixá; Vizinhança mais próxima (a ser definido no PEA) para conscientizá-los e sensibilizá-los quanto à importância do bairro Crixá para a sociedade e o meio ambiente, reduzindo assim possíveis conflitos; Moradores do parcelamento para despertar a consciência ambiental e incentivar práticas ambientais sustentáveis nas unidades habitacionais.

394 Ações Elaborar o PEA a ser implantado e aprová-lo junto ao GRUPOHAB; Fornecer informações sobre como evitar ou minimizar os impactos negativos ao ambiente por meio da economia de água, de energia elétrica, combustíveis e correto gerenciamento dos resíduos sólidos; Executar agenda ambiental anual contemplando ações, atividades, eventos, gincanas, palestras, teatros, dentre outros, para que a educação ambiental seja efetiva e eficaz; Consolidar as informações sob a forma de cartilha, quando possível.

6.4. Programa de Vigilância Sanitária Ambiental (Zoonose)

Tem por finalidade fornecer subsídios visando à prevenção da exposição dos trabalhadores e moradores às potenciais Zoonoses durante a instalação e ocupação do bairro Crixá.

Ações Propor medidas para controlar qualquer propagação de vetores e hospedeiros de doenças decorrente da implantação e ocupação do bairro Crixá; Impedir que o bairro Crixá se tornasse causa da propagação de doenças transmissíveis por vetores e hospedeiros de doenças; Reduzir a incidência dos acidentes por animais peçonhentos decorrente da implantação do bairro Crixá.

395 7. CONCLUSÕES

Considerando que: a) O bairro Crixá tem por objetivo assentar 12.367 habitantes em imóveis destinados à classe social com renda mensal familiar de até R$ 1.600,00, em 3.120 unidades residenciais e 550 unidades mistas; b) A demanda habitacional reprimida existente no Distrito Federal representa o risco de ocorrência de ocupações desordenadas do solo caso não sejam oferecidas pelo Estado opções de moradia regular para as diferentes classes sociais; c) O bairro Crixá tem previsão legal, pois está fundamentado na Lei nº 3.877/2006 (política habitacional do Distrito Federal) e integra os Programas Morar Bem (GDF) e Minha Casa Minha Vida (União), que é regido pela Lei Federal nº 11.977/2009; d) O bairro Crixá localiza-se numa região onde existe oferta de terra sujeita à requalificação e próxima à infraestrutura urbana instalada, num trecho tipificado como vazio urbano, onde o custo de manutenção dessa infraestrutura urbana pode ser diminuído com a inclusão do bairro Crixá às redes existentes; e) A gleba do bairro Crixá está integralmente inserida em área pública pertencente ao patrimônio do Distrito Federal; f) A população projetada está em consonância com as diretrizes urbanísticas estabelecidas para o bairro; g) A poligonal do bairro Crixá está integralmente em Zona Urbana de Uso Controlado II – ZUC II, conforme dispõe o PDOT e a população projetada para o bairro está em consonância com as diretrizes da ZUC II; h) Não existem características geológicas, geomorfológicas, hidrogeológica, pedológicas, geotécnicas, hidrográficas ou de declividade que impeçam a implantação e ocupação do bairro Crixá; i) As áreas degradadas serão recuperadas com a implantação do projeto urbanístico do bairro Crixá; j) Não existem grotas ou canais naturais de escoamento intermitente; k) Não existem restrições relacionadas à flora e à fauna que impeçam a implantação e ocupação do bairro Crixá por não terem sido encontradas espécies raras e endêmicas. Todavia, a espécie da ictiofauna Salminus brasiliensis, que está relacionada na lista de espécies ameaçadas de extinção como Vulnerável, pode existir na bacia hidrográfica do rio São Bartolomeu; l) Não existem Áreas de Preservação Permanente na ADA; m) A ADA (82,45 ha) ocupa menos de 0,1% da APA da Bacia do rio São Bartolomeu (84.100 ha); n) A ADA situa-se na Zona de Ocupação Especial de Qualificação – ZOEQ, onde não existe restrição para o uso proposto; o) Existem condições técnicas para o atendimento à população do bairro Crixá no que concerne ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, resíduos sólidos e energia elétrica;

396 p) Não existem restrições legais para ocupação do bairro Crixá de acordo com as diretrizes urbanísticas estabelecidas na legislação vigente; q) Os impactos ambientais negativos identificados no EIA podem ser controlados por meio de medidas preventivas, corretivas, mitigadoras e compensatórias indicadas neste trabalho, assim como a execução dos PBA; r) Existem impactos ambientais positivos.

A equipe técnica avaliou como viável a implantação do bairro Crixá conforme apresentado neste EIA, desde que sejam atendidas integralmente as medidas de controle ambiental indicadas neste trabalho e executados os Programas de Monitoramento Ambiental propostos.

397 8. BIBLIOGRAFIA

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