Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 56ª LEGISLATURA 252ª SESSÃO (SESSÃO NÃO DELIBERATIVA SOLENE) Em 3 de Setembro de 2019 (Terça-Feira) Às 13 horas e 30 minutos

ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos. LEITURA DA ATA O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior. EXPEDIENTE (Não há expediente a ser lido.) HOMENAGEM O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Esta sessão solene se destina a celebrar os 50 anos da criação do e foi requerida pelo Deputado Hildo Rocha. Convido para compor a Mesa o Deputado Hildo Rocha; o Sr. Paulo Tonet Camargo, Vice-Presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo; o Sr. Cristiano Lobato Flores, Diretor-Geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.

Convido todos a ouvirem, em posição de respeito, a execução do Hino Nacional, interpretado pela cantora Rosana Brown, que representou Brasília no programa Brasil da Rede Globo, acompanhada de André Capochin, nos teclados. (É entoado o Hino Nacional.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Convido todos a assistirem ao vídeo institucional. (Exibição de vídeo.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo Rocha. O SR. HILDO ROCHA (Bloco/MDB - MA. Sem revisão do orador.) - Deputado Rodrigo Maia, Presidente da Câmara, a quem saúdo e agradeço por ter concordado com a minha proposta de realizar esta sessão solene em homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional, que, como estamos vendo, faz história em nosso País e, se Deus quiser, fará mais 50 anos, 100 anos de história.

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Quero cumprimentar o Deputado Alexandre Frota, o Deputado Vanderlei Macris, o Sr. Paulo Tonet Camargo, Vice- Presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, representando aqui toda a Diretoria, o Sr. Cristiano Lobato Flores, Diretor-Geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão — ABERT, aqui representando as demais emissoras de televisão e rádio do Brasil.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, é com grande honra que tomo parte, como proponente, desta sessão solene, que celebra os 50 anos da mais elevada obra do nosso jornalismo: o Jornal Nacional. Com transmissão inaugural em 1º de setembro de 1969, sob a apresentação de Hilton Gomes e Cid Moreira, o programa nasce num momento agitado e crítico da vida nacional. A manchete foi a doença do Presidente Costa e Silva e a instalação da Junta Militar, que governaria o País no lugar do Vice-Presidente Pedro Aleixo. Nos 50 anos seguintes, o povo brasileiro se habilitou a receber as notícias mais importantes do Brasil e do mundo, com rigor jornalístico e tempestividade através daquele telejornal. Para que o programa fosse ao ar, uma nova estrutura tecnológica precisou ser estabelecida no País. Antes de 1969, não havia propriamente redes de televisão no Brasil, mas emissoras somente. Um capítulo de telenovela, por exemplo, poderia demorar até 3 meses para que fosse assistido em todas as regiões do País. O Jornal Nacional foi o primeiro telejornal em rede nacional do Brasil, empreendimento que somente se tornou possível com a implantação da rede de micro-ondas da Embratel, em 1969. Podemos dizer, sem medo de errar, que o JN representou uma revolução na forma de fazer televisão no País: no aspecto técnico, sem dúvida, mas também no aspecto da comunicação, porque uma nova linguagem jornalística teve que ser criada, capaz de interagir com todas as culturas regionais e locais que formam o Brasil. Em pouco tempo, o JN se tornaria a primeira página do jornalismo brasileiro, o mais respeitado, influente e assistido. Mais que isso: o Jornal Nacional se tornou a referência de notícia do povo brasileiro, o mais frequente e confiável instrumento para manter-se bem informado sobre os assuntos do dia. Esse prestígio decorre naturalmente da segurança transmitida pela excelente equipe de jornalistas e pelo processo editorial meticuloso que caracteriza o telejornal desde a sua fundação. Se o coração de um telejornal é a reportagem, os apresentadores são rostos. Eles são a ligação entre o jornal e as pessoas. É por seu intermédio que todos recebem, em primeiro lugar, a informação do dia. Poucas vezes, no Brasil, são tão admiradas e tão imediatamente reconhecidas vozes como a de Cid Moreira, o primeiro e mais longevo apresentador do Jornal Nacional, onde trabalhou por quase 3 décadas e que marcou a história do JN, em dupla com Sérgio Chapelin. Na verdade, o Jornal Nacional, como nenhum outro programa de televisão, foi pródigo em grandes apresentadores, mestres da fala e da palavra. Gostaríamos de cumprimentar a todos os que passaram pela bancada mais ilustre do noticiário brasileiro, nas pessoas de William Bonner e , os atuais apresentadores, que também exercem as funções de editor-chefe e editora-executiva. Arrolar aqui as notícias marcantes da trajetória do Jornal Nacional é tarefa difícil, impossível, na verdade. V.Exas. e os senhores que nos acompanham puderam perceber isso através vídeo institucional exibido aqui há poucos instantes.

É impossível porque todas as notícias relevantes do Brasil e do exterior do último meio século foram transmitidas pelo Jornal Nacional. Ao veicular essa sucessão de acontecimentos, creio que o Jornal Nacional acaba, de certo modo, por se misturar a eles, tornando-se parte da notícia, da história e das lembranças dos telespectadores. Gostaria de encerrar, Sr. Presidente, felicitando naturalmente o Grupo Globo, nas pessoas de Roberto Irineu Marinho, Presidente do Conselho, e Jorge Nóbrega, Presidente Executivo, pelo transcurso dos 50 anos da mais preciosa flor do jornalismo brasileiro. Ainda com risco de cometer injustiça, não há como deixar de registrar o nome de alguns pioneiros, daqueles que, superando ingentes adversidades, conseguiram lançar o Jornal Nacional: , fundador da TV Globo e um dos maiores nomes da história da imprensa brasileira; José Bonifácio Sobrinho, o Boni; Walter Clark, o primeiro Diretor-Geral da emissora; e Armando Nogueira, que por muitos anos foi Diretor-Geral da Central Globo de Jornalismo. Por derradeiro, cumprimentamos, de modo especial, todos os milhares de profissionais que atuaram no Jornal Nacional nas muitas e variedades funções necessárias para pôr o jornal no ar. Os senhores e as senhoras são os grandes responsáveis por este que é um dos melhores e mais vistos telejornais do mundo, orgulho e tesouro do Brasil. Muito obrigado. Viva a Rede Globo! Viva o Jornal Nacional! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Obrigado, Deputado. 2/10 Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS

Antes de passar a palavra ao primeiro Líder inscrito, vou usar de forma breve este microfone e, em vez de ler o texto construído por mim e por minha assessoria, prefiro falar de forma espontânea, Tonet. O Jornal Nacional é inaugurado em 1969 — eu nasci em 1970. Portanto, o jornal faz parte da construção da minha vida e de muitos brasileiros. A revolução que o Jornal Nacional deu à telecomunicação no Brasil tem aspectos fundamentais. Acho que talvez um dos mais importantes seja a integração que o Jornal Nacional fez de um país tão grande e continental como o nosso. Através do Jornal Nacional, os brasileiros do Sul passaram a conhecer melhores os brasileiros do Norte. Tudo o que a TV Globo e o Jornal Nacional fizeram para informar melhor os brasileiros, para levar a informação de forma rápida, verdadeira, transparente, foi muito importante para a consolidação do momento que o Brasil vive hoje, o da nossa democracia. Agradeço, em nome da Câmara dos Deputados, a todos os apresentadores, repórteres e, principalmente, aos funcionários que construíram um telejornal que até hoje é orgulho para todos nós brasileiros. Mas vivemos hoje — e viveremos nos próximos 10, 20, 30 anos — um novo desafio: o desafio da revolução tecnológica, em que as fake news prosperam em relação às verdades. E é nesse contexto de mudanças que temos a contestação da democracia liberal em muitos países do mundo — na Espanha; nos Estados Unidos; na Grã-Bretanha, com o Brexit, para o qual ainda não houve solução — e no Brasil também, com uma mudança de ciclo político.

Nós sabemos que para combater a informação falsa, a mentira, as informações distorcidas colocadas na rede de qualquer forma, temos a imprensa brasileira e certamente a liderança do Jornal Nacional, para levar a informação verdadeira a todos os brasileiros e brasileiras, em cada canto do nosso Brasil, do sul ao norte, do leste ao oeste. Fiz questão de estar aqui, hoje, nesta sessão em homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional, porque sei da importância que esse jornal tem para o Brasil. Todos nós que estamos na política sabemos que, quando temos uma informação importante, a nossa prioridade é que ela apareça no Jornal Nacional, às 9 horas da noite, porque essa informação vai chegar ao maior número de brasileiros, a milhões de brasileiros. Parabenizo o Jornal Nacional e agradeço à TV Globo por tudo o que tem feito pela democracia e pela liberdade de imprensa e agradeço, principalmente, pela maneira como o Jornal Nacional e os jornais da TV Globo colaboraram — e foram decisivos — para a integração deste País. Muito obrigado e muito boa sorte aos funcionários da TV Globo e do Jornal Nacional para que nos próximos anos continuemos recebendo informações diárias, verdadeiras e que possam realizar um papel importante neste momento de transformações que vivemos no mundo da tecnologia e da comunicação. Muito obrigado e boa tarde a todos. (Palmas.) Tem a palavra o Deputado Delegado Antônio Furtado, pelo PSL. O SR. DELEGADO ANTÔNIO FURTADO (PSL - RJ. Sem revisão do orador.) - Boa tarde a todos. Meu nome é Antônio Furtado, Delegado da Polícia Civil do Estado do e Deputado Federal. Cumprimento a Mesa, na pessoa do nosso Presidente, o Deputado Federal Rodrigo Maia. Cumprimento também, de forma muito especial, o Deputado Hildo Rocha, pela brilhante iniciativa de ter requerido esta sessão solene para comemoração dos 50 anos do Jornal Nacional. No dia 1º de setembro de 1969, era lançado, na voz marcante de Cid Moreira, o Jornal Nacional, o primeiro jornal a ser exibido para todo o País.

Os motivos para comemorar não são apenas da Rede Globo de Televisão ou desta Câmara, mas, sim, de todo o Brasil. O Jornal Nacional é, acima de tudo, o triunfo de uma equipe dedicada, composta por centenas de produtores, diretores, técnicos, editores, apresentadores e repórteres, que têm paixão pela notícia, aos quais, sinceramente, parabenizo. Assistimos, acredito que juntos, a muitos acontecimentos históricos através do Jornal Nacional. A primeira reportagem em cores foi exibida em 1972, curiosamente o ano do meu nascimento. Dessa, sinceramente, não me lembro. Assistimos a informações sobre a Guerra do Golfo, em 1990; sobre a triste morte de Ayrton Senna, em 1994; e também sobre o tetracampeonato de futebol no mesmo ano, numa cobertura inédita. Em 2001, todos paramos para acompanhar os atentados de 11 de setembro. Em 2002, sentimos a brutal e triste morte do jornalista Tim Lopes. Em 2013, acompanhamos, perplexos, a tragédia da boate Kiss. E agora, em 2019, vimos o rompimento da Barragem de Brumadinho. Esses são alguns fatos que documentam a grande importância que o Jornal Nacional tem para o nosso País. Credibilidade, isenção e imparcialidade são valores que o Jornal Nacional buscou. Por isso conquistou o coração de tantos brasileiros.

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A qualidade do noticiário e sua luta constante por informar e emocionar seu público explicam também as razões de ser o Jornal Nacional um recordista de audiência. Os prêmios que ele alcançou, especialmente o Emmy Internacional, em 2011, o equivalente ao Oscar da televisão, pela cobertura da expulsão dos traficantes do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, revelam como a cobertura noticiosa brasileira atingiu prestígio mundial. Roberto Marinho, fundador da Rede Globo de Televisão, com extrema sabedoria, afirmava que mais importante que vencer é convencer. Seguindo essa máxima, o Jornal Nacional comprova a vocação da boa imprensa em ultrapassar a barreira do tempo e tornar-se, com meio século de vida, um clássico do jornalismo brasileiro sem jamais perder o tom jovial e, assim, flertar com a eternidade. Parabéns à Rede Globo de Televisão, que, no mesmo ano em que o homem chegava à lua, fincava a bandeira de um telejornal inovador e revolucionário no território ainda deserto da esperança de milhões de brasileiros de enxergarem o espelho da própria vida, de verem fortalecido o espírito de Nação e de encontrarem, a cada noite, as angústias, os sonhos e as realizações do mundo inteiro, para, afinal, descobrirmos todos nossa verdadeira identidade. Como já foi dito, o Jornal Nacional é a história de uma ideia que, em 1969, parecia quase impossível: unir o Brasil por uma rede de televisão. Hoje, 50 anos depois daquele sonho, graças ao Jornal Nacional, o Brasil conhece melhor a si mesmo. A história desse jornal, que venceu tantos desafios e obstáculos para chegar a milhões e milhões de lares nessas 5 décadas, comprova a força do conselho do inesquecível Martin Luther King Jr., que dizia: "Se você não puder voar, corra. Se você não puder correr, ande. Se você não puder andar, rasteje. Mas, nunca, nunca, desista dos seus sonhos". Vida longa ao Jornal Nacional! Que ele siga na sua trajetória de sucesso! E que Deus nos abençoe a todos! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Tem a palavra o Deputado Baleia Rossi, pelo MDB.

O SR. BALEIA ROSSI (Bloco/MDB - SP. Sem revisão do orador.) - Boa tarde a todos. Cumprimento o Deputado Hildo Rocha, que propôs a realização desta sessão em homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional. Cumprimento o Presidente Rodrigo Maia, que não só aceitou a sugestão, mas também fez questão de estar presente nesta homenagem, que demonstra que o nosso Parlamento realmente entende a importância do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, para o nosso País. Cumprimento o Tonet e, na sua pessoa, cumprimento todos os dirigentes da emissora. Cumprimento o Heraldo Pereira, que é da minha cidade, Ribeirão Preto, o Gerson Camarotti e, por meio deles, todos os jornalistas que diariamente fazem a diferença para o País, informando a população. Cumprimento, por fim, todos os funcionários que no dia a dia garantem o sucesso do Jornal Nacional. Falo aqui em nome do Movimento Democrático Brasileiro — MDB, um partido que, nesses últimos 50 anos, sempre esteve presente neste Parlamento, lutando pela democracia, pela liberdade de imprensa, em favor da nossa população. Ao ver o vídeo que foi passado aqui, percebemos que o Jornal Nacional esteve presente em todos os momentos importantes da vida recente do nosso País, noticiando, criticando, informando. Por isso esta Casa hoje comemora esses 50 anos. Uma ideia de um jornalista visionário, Roberto Marinho, integrou o País. Como disse o Presidente Rodrigo Maia, o passou a conhecer os problemas do Pará; São Paulo, os do Amapá; e vice-versa. Os brasileiros passaram a se conhecer melhor nas suas características, nas suas questões regionais. Isso, com absoluta certeza, uniu o nosso País e, mais do que isso, abriu os olhos da nossa população para o mundo. Como foi relatado aqui, houve cobertura extraordinária da Guerra do Golfo, dos atentados de 11 de setembro, da morte de Ayrton Senna, dos títulos da nossa seleção. Enfim, o Jornal Nacional tem a marca de informar a população brasileira daquilo que acontece no nosso País, mas também integra a nossa população com o mundo. Parabéns à Câmara dos Deputados, que faz esta justa homenagem ao Jornal Nacional, que sempre lutou pela liberdade de imprensa e sempre abriu espaço para o bom debate, para a permanência da nossa democracia, algo muito caro a este Parlamento. Parabéns, Deputado Hildo Rocha! Parabéns, Presidente Rodrigo Maia! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Obrigado, Deputado Baleia Rossi. Tem a palavra a Deputada Angela Amin.

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A SRA. ANGELA AMIN (Bloco/PP - SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, demais Deputados aqui presentes, a família Globo é a família do Jornal Nacional. Eu gostaria de cumprimentar o Deputado Hildo Rocha por apresentar a todos os brasileiros a importância do Jornal Nacional e da Rede Globo de Televisão. Tudo o que já foi falado nós consideramos da maior importância para o Brasil e para o mundo, mas eu não poderia deixar de registrar aqui a importância da Rede Globo de Televisão e do Jornal Nacional num dos episódios mais críticos do Estado do , que foram as enchentes de 1983. Além de mostrar as cenas do que vivenciava o Estado e a sua gente, o Jornal Nacional fez com que o Brasil e o mundo buscassem, através da solidariedade, a reconstrução daquele Estado com maior rapidez. Por isso, eu não poderia deixar de registrar a gratidão de todos os catarinenses, do Governo do Estado à época e, sem dúvida, de todos os que sentiram de perto a importância do processo de solidariedade e principalmente da comunicação positiva na busca dessa solidariedade. Muito obrigada à Rede Globo de Televisão e ao Jornal Nacional! Sem dúvida, Santa Catarina lhes agradece! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos, pelo PDT. O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, inicio homenageando o Presidente Rodrigo Maia e o Deputado Hildo Rocha, autor da proposição de realização desta homenagem. Cumprimento o Sr. Paulo Tonet Camargo, Vice-Presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, gaúcho com muita honra e com muito orgulho, e o Sr. Cristiano Reis Lobato Flores, Diretor-Geral da ABERT — Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Eu fiz questão de estar aqui, em nome do meu partido, o PDT, porque da Rede Globo nós podemos discordar, mas não podemos desconhecê-la, muito menos desrespeitá-la. E o Jornal Nacional, dentre os ícones do jornalismo nacional, é para a Rede Globo e para o País, eu diria, no dia a dia, o evento mais importante em termos de noticioso. Isso temos que reconhecer, respeitar e solenemente declarar. Eu me recordo da primeira vez em que assisti a um programa de televisão, e foi na TV Globo, em 1970. Eu não sabia o que era televisão. Morava no interior do interior, onde nem luz elétrica havia. Fomos longe, à casa de um vizinho que tinha uma televisão em preto e branco, para assistir à final da Copa do Mundo, um jogo entre o Brasil e a Itália, naquele famoso campeonato que o Brasil venceu. Depois disso, não parei mais de testemunhar a evolução da televisão no Brasil.

Hoje nós vivemos tempos diferentes, não só pela Internet e pelas redes sociais, mas também pelas fake news. Aliás, há uma disputa entre as redes sociais e a televisão aberta. Eu diria que talvez essa disputa se diferencie pelas fake news. Na televisão aberta, não há fake news, mas, nas redes sociais, é o que mais há. A televisão aberta tem a responsabilidade de checar o jornalismo, de rever o jornalismo, de reconsiderar a notícia, o noticiado, ou pelo menos rever conceitos. Por isso é que é importante dizermos que o Jornal Nacional fala uma língua só, de norte a sul, de leste a oeste, neste Brasil gigante pela própria natureza. Faz-se necessário todos os dias renovar a nossa convicção de Brasil e, fundamentalmente, de brasilidade. Recordo-me muito claramente do Cid Moreira, dos muitos eventos e das primeiras edições do Jornal Nacional. Recordo- me também do Dr. Roberto Marinho e da briga que ele tinha com o Dr. Brizola. Eu, que sou brizolista, nunca entendi muito bem essa briga entre dois homens gigantes — o Brizola, para mim, é o maior, é o meu ícone na política; quanto ao Dr. Roberto Marinho, o que dizer da sua grandeza? —, até que uma vez os dois se encontraram. Para nós, foi uma alegria. Enfim, o encontro não resultou em muitos efeitos, pelo menos no que diz respeito àquilo que nós trabalhistas e brizolistas queríamos. Mas eu tenho outra recordação, do dia 7 de agosto de 2003, quando o Dr. Roberto Marinho, chefe da Rede Globo, veio a falecer. O Dr. Brizola, generosa e respeitosamente, foi ao velório, o que gerou notícias de todos os lados. Não demorou 1 ano, em 21 de junho de 2004, faleceu o Dr. Brizola. Eu fui ao seu velório no Rio de Janeiro, e lá estava a família do Dr. Roberto Marinho prestando condolências à família do Brizola. Então, há exemplos que servem de exemplos e que precisamos conhecer, respeitar e reconhecer. Por isso, presto minha homenagem a todos os dirigentes e diretores da Rede Globo, mas principalmente a seus funcionários, seus repórteres. E faço isso na figura não só do Cid Moreira, que, inclusive, leu um manifesto que o Dr. Brizola escreveu em defesa do seu Governo no Rio de Janeiro e que é um repórter de grandeza, mas também do Boni, do Armando Nogueira, do Sérgio Chapelin, da Zileide Silva da Luz, nossa jornalista da Globo, que está aqui todos os dias conosco, amada, querida, negra, bonita, respeitada, a quem eu admiro — e digo isso a ela muito seguidamente —, do Gerson Camarotti, mas especialmente do nosso jornalista Carlos Henrique Schroder, gaúcho, santo-angelense, missioneiro, como eu. Sinto orgulho quando vejo o seu nome lá, porque conheci o seu pai em Santo Ângelo, quando foi o nosso Prefeito. 5/10 Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS

Poderia aqui relatar tanta coisa que a Globo transmitiu no Jornal Nacional, aquilo que foi tragédia, aquilo que foi notícia, como o atentando de 11 de setembro, o incêndio na boate Kiss, a tragédia de Brumadinho. Transmitiu também o Brasil sendo campeão por muitas vezes. E nós temos a felicidade de dar esse testemunho aqui na Casa do Povo. Parabéns, sim, à Rede Globo e ao Jornal Nacional! Que este ato coletivo do Parlamento Nacional sirva inclusive de inspiração para que o próprio Jornal Nacional e a própria Rede Globo enxerguem no Parlamento uma voz plural, aberta, democrática, ampla, generosa, frágil, destemida, corajosa e, às vezes, até acuada, mas nunca encolhida, que nunca se ajoelhou, nunca lambeu bota, nunca pediu penico e nunca se entregou.

O Parlamento está muito vivo, muito aceso, muito de pé. A democracia deve prosperar, e o Jornal Nacional há de propagar essa democracia, que faz bem para o Parlamento, faz bem para o País e faz muito bem para todos nós brasileiros. Parabéns ao Jornal Nacional pelos seus 50 anos! Que venham outros 50 anos! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Obrigado, Deputado. Passo a palavra ao Dr. Paulo Tonet Camargo, para que fale em nome da TV Globo. O SR. PAULO TONET CAMARGO - Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que preside a sessão, eminente Deputado Hildo Rocha, proponente desta Sessão Solene, por meio de quem eu saúdo a todas as Sras. e Srs. Deputados aqui presentes, eu gostaria, em primeiro lugar, de agradecer as generosas palavras de todos que estiveram nesta tribuna e de fazer uma saudação especial aos meus colegas de trabalho, fundamentalmente ao meus colegas jornalistas, a quem dedico esta homenagem, porque são eles que fazem o Jornal Nacional, são eles que fazem no dia a dia um jornalismo importante, independente, seguro e, sobretudo, responsável. A eles, meus colegas, eu dedico esta homenagem. Para mim é uma grande honra estar nesta Casa do Povo, em uma solenidade que comemora os 50 anos do mais antigo noticiário televisivo no ar no Brasil, que já faz parte da vida do nosso povo. O Presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho, impossibilitado de comparecer hoje a esta Casa, pediu-me que apresentasse a todos e a todas o seu agradecimento, em nome dos acionistas, dirigentes e funcionários do Grupo Globo, por esse reconhecimento. Pediu-me também que trouxesse aos senhores suas palavras, que passo a ler a seguir:

No primeiro ano do século XXI, em 2001, a internet no Brasil, tal como a conhecemos hoje, tinha apenas seis anos de idade. Os usuários dos sites noticiosos do Grupo Globo eram somente um milhão e setecentos mil. Havia apenas 3,5 milhões de lares com acesso à TV por assinatura, com 12 milhões de espectadores. Não havia redes sociais e nem smartphones. Neste ano de 2019, os sites jornalísticos se contam em número infinito e os usuários dos sites noticiosos do Grupo Globo somam 79,4 milhões, um aumento de 4663%. Os lares com TV por assinatura quintuplicaram e são hoje 17 milhões, com 54 milhões de espectadores que têm hoje mais de 200 canais de televisão ao seu dispor. As redes sociais fazem circular milhões de posts com todo tipo de informação e também de desinformação. E já são 230 milhões de smartphones, que põem a notícia e imagens de todos os tipos na palma das mãos. Não há melhor palavra para descrever essas mudanças senão revolução, uma revolução vertiginosa. Uma coisa, no entanto, mantém um lugar de centralidade absoluta na vida dos brasileiros: o Jornal Nacional. Em agosto passado, cerca de metade de todos os televisores ligados estava sintonizado no JN. Um desempenho sem igual não somente no Brasil, mas mundo afora. Qual a razão desse êxito, por que os brasileiros, todas as noites, há cinquenta anos, assistem ao Jornal Nacional, mesmo com o crescimento exponencial de opções? Porque reconhecem que o jornalismo que lhes é oferecido tem qualidade. Desde sempre foi assim, mas hoje é ainda mais verdade: nada obriga o telespectador a assistir ao JN. Ele pode mudar de canal, desligar a TV, navegar na internet, se informar em qualquer outra fonte de informação. Se prestigia o JN, é porque, ao longo das décadas, se sentiu sempre bem informado e dia após dia, geração após geração, a experiência permitiu a ele conferir credibilidade ao que assistiu. Fazer jornalismo custa caro, muito caro. Para isto é necessário investir em bons profissionais, equipamentos sofisticados, tecnologia de ponta, e a Rede Globo não poupa esforços para isso. Nas cinco emissoras próprias e nas 117 empresas afiliadas, são quase cinco mil profissionais ligados ao jornalismo trabalhando 24 horas, sete dias na semana, todos os dias, todos os meses para levar informação em primeira mão aos brasileiros. Profissionais apaixonados pelo que fazem, atados à realidade, minuto a minuto, uma atividade

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com poucos paralelos no mundo do trabalho. Essa rede de afiliadas, composta por empresas independentes, é o que permite à Rede Globo ser a primeira a saber se algo aconteceu no extremo norte do país ou em seu extremo sul prestando um serviço sem paralelo ao seu público telespectador.

Mas não é apenas por isso que o JN tem qualidade. A essência do seu sucesso se assenta na premissa de que noticia os fatos com isenção, o princípio maior do bom jornalismo. E faz isso porque é independente, editado por uma empresa cujo objetivo e o negócio é fazer comunicação de qualidade. Não é fácil. Muitas vezes isso cria toda sorte de incompreensões, contrariedades que nos causam dor, só atenuada porque temos a convicção de que agimos de boa-fé e no melhor interesse da informação. Hoje, qualquer pessoa que avalie o JN de forma desapaixonada haverá de constatar, para citar apenas um aspecto, que os agentes públicos nos Três Poderes mudam sem que nosso comportamento mude. Noticiamos os fatos, os bons e os maus, independentemente de quem sejam os protagonistas. Nós não fazemos os fatos. Nós os reportamos. Neste momento é preciso que se diga com absoluta honestidade: só se pode fazer esse bom jornalismo, isento e independente, graças à Constituição que nos rege, escrita por seus predecessores e promulgada neste histórico plenário. Pilar maior da democracia brasileira é respeitada pelos Três Poderes ao longo dos anos que se sucederam desde 1988. Sem desmerecer os outros Poderes, todos fundamentais, o papel desta Casa tem sido de suma importância. Graças às senhoras e aos senhores e àquelas e àqueles que aqui estiveram antes, o jornalismo profissional pode cumprir o seu papel. Ontem como hoje, é o compromisso dessa Casa com a democracia, com a república e com as liberdades individuais, em especial a liberdade de imprensa, que permite que se possa informar, sem amarras, o povo brasileiro. Ideias regressivas, com grande impacto negativo na atividade jornalística, surgem de quando em vez. Mas é perene a postura da Câmara dos Deputados de rechaçar tais ideias ou de sequer dar chance para que progridam. Temos a consciência de que esse compromisso é tão profundo que se mantém inalterado mesmo quando por vezes a instituição é objeto de coberturas que desagradem seus membros. Não há prova maior de apreço pela liberdade de imprensa e de reconhecimento de sua importância no regime democrático. Essa homenagem ao Jornal Nacional, que nos toca profundamente e pela qual teremos sempre enorme gratidão, é exemplo eloquente disso. O Grupo Globo tem uma fé inquebrantável no Brasil e na nossa atividade de produzir informação e entretenimento de qualidade. Prova disto é o investimento de mais de 200 milhões na construção de novos estúdios inaugurados no mês passado. Nossa fé também é absoluta no Estado democrático de direito alicerce na construção de uma nação próspera e justa. Reconhecemos, enaltecemos e agradecemos a este parlamento cujo papel é vital nessa construção. E como forma de retribuir vamos honrar as liberdades democráticas de que os senhores e as senhoras são guardiões, continuando a fazer um jornalismo de qualidade, isento e independente, que acerte infinitamente mais do que erre, mas que, quando erre, reconheça o erro, como é da nossa tradição. Foi assim nos cinquenta anos até aqui. É o compromisso que renovo aqui, diante da casa do povo brasileiro, para os anos que ainda estão por vir. Muito obrigado. João Roberto Marinho. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia. DEM - RJ) - Agradeço ao Sr. Paulo Tonet pelas palavras. Passo a palavra, pela ordem, ao Deputado Paulo Pereira da Silva. O SR. PAULO PEREIRA DA SILVA (SOLIDARIEDADE - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu faço uma saudação ao Paulo Tonet, meu xará, pelo trabalho que faz aqui em Brasília com os Parlamentares e com o Congresso Nacional. Cumprimento todos os funcionários da Rede Globo que constroem o Jornal Nacional e que levam informações a todo o povo brasileiro. Como nós dizemos, se não saiu na Globo, não vale. Parabéns ao Jornal Nacional e à Rede Globo! Parabéns, Tonet, pelo trabalho que faz! Parabéns aos funcionários que constroem o Jornal Nacional! Um abraço! (Durante o discurso do Sr. Paulo Pereira da Silva, o Sr. Rodrigo Maia, Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Muito obrigado. 7/10 Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS

Convido o Deputado Eduardo Braide para que faça uso da palavra pelo PMN. O SR. EDUARDO BRAIDE (PMN - MA. Sem revisão do orador.) - Cumprimento o Sr. Presidente Hildo Rocha, o Sr. Paulo Tonet, que aqui neste ato representa as empresas da Rede Globo, o representante da ABERT que aqui se faz presente, as Sras. e os Srs. Deputados. "Saiu no Jornal Nacional." Talvez, com essa frase simples, eu possa resumir a importância, a grandeza e a seriedade de algo ser matéria de uma reportagem nesse instrumento tão importante, que vem realmente ajudando a transformar o Brasil ao longo desses 50 anos. Eu poderia falar diversas palavras, mas gostaria de resumir o serviço prestado pelo Jornal Nacional ao longo desses 50 anos em três delas: informação, formação e emoção. A palavra "informação" se deve à capacidade que o Jornal Nacional tem de repassar seu conteúdo a todo o nosso Brasil, este País de extensão continental, a diversos Estados ao mesmo tempo. A palavra "formação" se deve à importância que as matérias e reportagens que lá são feitas têm para formar opinião de nós brasileiros. Eu mesmo já tive a oportunidade de, ao acompanhar diversas reportagens do Jornal Nacional, mudar o meu ponto de vista em relação à determinada matéria a ser votada aqui nesta Casa, pela profundidade, pela grandeza, pelo alcance que aquela reportagem conseguiu ter e pelo conhecimento que conseguiu levar a todos nós sobre determinados assuntos. Por fim, eu não poderia esquecer a palavra "emoção". Quantas vezes não tive a oportunidade de me emocionar, Sr. Paulo, ao acompanhar uma reportagem, uma matéria do Jornal Nacional, seja nos momentos tristes, seja nos momentos felizes? E vejo aqui, como justa homenagem, a presença de diversos daqueles que fazem o Jornal Nacional. Eu vi aqui a Zileide Silva, que, enquanto nós estávamos prestando atenção à sessão, já fazia uma matéria, certamente para o Jornal Nacional. Vejo ali o Gerson Camarotti, a Giuliana Morrone, o Heraldo Pereira, o Júlio Mosquéra, enfim, todos aqueles que aqui estão. Um ato belíssimo que o Jornal Nacional faz agora — e eu tenho acompanhado — é chamar aqueles repórteres dos Estados, das filiais, para que possam apresentar o Jornal Nacional em comemoração aos 50 anos. Eu acho que isso demonstra, acima de tudo, que essa é uma empresa que tem coração, que realmente consegue ir aonde outras não conseguem.

Portanto, parabéns ao Jornal Nacional! Parabéns à Rede Globo! Que nos ajudem neste momento tão importante, de revolução tecnológica. Nós sabemos que não é fácil manter um jornal na televisão com a rapidez das notícias que transbordam hoje nas nossas redes sociais, mas ele tem um papel fundamental. Se eu pudesse fazer um pedido aqui, como Parlamentar desta Casa, seria o de que o Jornal Nacional continue a combater as fake news e a fazer valer aquilo que é verdade. Vida longa ao Jornal Nacional e a todos aqueles que fazem com que as matérias cheguem até os lares dos brasileiros! Parabéns à equipe do Jornal Nacional, da TV Globo! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Muito obrigado, Deputado Eduardo Braide. Registro a presença do Sr. Rodolfo Salema, Gerente de Assuntos Legais da ABERT; do Sr. Márcio Maciel, Diretor de Relações Governamentais da ABERT; do Sr. Luiz Carlos Abrahão, Diretor de Tecnologia da ABERT; da Sra. Teresa Azevedo, Diretora de Comunicação da ABERT; do Sr. Adolfo Fernandes, assessor parlamentar da ABERT; do Sr. Rafael Larcher, advogado da ABERT; e da Sra. Tainá Farfan, jornalista representante da ABERT. Registro também a presença da Sra. Juliana Toscano, Diretora da Associação Nacional de Editores de Revistas, e do Sr. Roberto Franco, Diretor de Assuntos Institucionais e Regulatórios do SBT. Agora eu passo a palavra para o representante do PTB, o Deputado Paes Landim, do Piauí. O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB - PI. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu caro representante da Globo, Dr. Paulo Tonet, minhas senhoras, meus senhores, os oradores que me antecederam já registraram muito bem o significado do Jornal Nacional ao longo desses 50 anos. E o próprio filme que precedeu a abertura dos pronunciamentos mostrou o significado histórico do Jornal Nacional, interligando o Brasil profundo, aquele Brasil distante, desconhecido, com o Brasil moderno. O País, naquela época, sem comunicação, estava iniciando a sua caminhada tecnológica no mundo das telecomunicações. Foi através do Jornal Nacional que o Brasil desconhecido descobriu que pertencia ao País e descobriu o próprio mundo. E, nesse sentido, um aspecto muito importante, desde Cid Moreira ao seu atual diretor, o redator William Bonner, é que o Jornal Nacional vem se impondo exatamente porque vem acompanhando toda a evolução tecnológica, se inserindo cada vez mais em todos os lares brasileiros, desde as metrópoles aos mais distantes rincões deste continente. Um dado importante, Sr. Presidente, é que o Jornal Nacional, mais que as próprias feministas, as próprias líderes do movimento feminista, foi quem mais propagou o papel da mulher em nossa sociedade, sobretudo porque, a partir de 2000, com Fátima Bernardes, Patrícia Poeta e Renata Vasconcellos, aumentou a autoestima da mulher brasileira, mostrando 8/10 Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS não só a sua graça e elegância, mas sobretudo o seu saber e competência profissional. Assim ensinou à mulher como desempenhar um papel na sociedade através do seu próprio esforço, através da educação e através exatamente da sua competência profissional.

Sr. Presidente, eu concluo destacando uma frase muito interessante de Renata Vasconcellos no dia 30 de agosto, quando ela disse que os 50 anos do Jornal Nacional se confundem com a própria história do desenvolvimento nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Muito obrigado, Deputado Paes Landim. Registro a presença do nosso Governador do Rio Grande do Sul, o Germano Rigotto, que foi várias vezes Deputado Federal, nosso colega. Seja bem-vindo! Passo a palavra ao Deputado Darci de Matos, que está representando o PSD. O SR. DARCI DE MATOS (PSD - SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Hildo Rocha, que preside esta sessão de homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional, representantes oficiais da Rede Globo que se fazem presentes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, não poderia deixar de, em nome da bancada do PSD, fazer algumas rápidas considerações a respeito deste momento. Esta aparentemente singela homenagem se reverte de muita grandeza, por se tratar de uma homenagem do Parlamento brasileiro ao Jornal Nacional, que é o ícone do jornalismo brasileiro e tem uma história que se confunde com a história recente do nosso País. O Jornal Nacional sempre teve, tem e terá, com certeza, a missão de informar a população brasileira dos grandes fatos, dos fatos relevantes, dos grandes acontecimentos e dos momentos difíceis e importantes da história da nossa República. A imprensa, que é considerada o quarto poder, tem um papel fundamental no dia a dia do nosso País, no processo democrático, na consolidação da democracia brasileira, sobretudo pelo aspecto de informar e formar a população brasileira e pela defesa — por que não? — das classes menos favorecidas do nosso Brasil. Portanto, o Jornal Nacional se constitui num ícone, num instrumento de comunicação que deu e com certeza ainda dará significativas contribuições para o desenvolvimento político, econômico, social e cultural do nosso Pais. É isso que nós queremos. Nós defendemos uma imprensa isenta, ousada, comprometida com a democracia e, sobretudo, com o desenvolvimento e a construção de um Pais que ofereça oportunidade a todos. Parabéns! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Obrigado. O Presidente Rodrigo Maia pediu que eu encerrasse a sessão, porque foi suspensa uma sessão extraordinária. Antes de encerrá-la, quero cumprimentar e saudar todos os funcionários da Rede Globo. Eu cumprimento a todos na pessoa da Zileide Silva, repórter, jornalista dessa emissora, um exemplo de pessoa, comprometida com seu trabalho. Assim são os funcionários da Rede Globo que eu posso daqui observar. Às vezes as pessoas não sabem, mas os olhos nossos estão sempre vendo como se comporta cada um. Tem a palavra o Deputado José Guimarães, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT - CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu havia feito a minha inscrição, mas, quando eu cheguei, a sessão já havia iniciado, então não pude falar no tempo da Liderança do PT. Mas eu queria, neste momento, parabenizar o Jornal Nacional pelos seus 50 anos, especialmente os profissionais que fazem, ancoram o Jornal Nacional. Muitos deles eu conheço e são testemunhas de que, quando eu não concordo com determinados comentários, com determinadas análises, eu mando um WhatsApp — não é, Camarotti? E isso tem que ser assim, porque a democracia é um exercício plural do pensamento entre as partes. Eu assisti ao Fantástico no domingo, que é um momento em que tiro um pouquinho de tempo para ficar em casa. Se há um jornal que tira informação dos rincões do País com qualidade e veracidade, é o Jornal Nacional, com aquelas pautas que interessam à sociedade. Aquelas duas reportagens sobre a Amazônia foram fortes. Muitas vezes, quem governa não concorda com aquilo que é traduzido por esses profissionais. Um dia desses, eu até liguei para o Murilo Salviano. Ele estava em aldeias indígenas da Amazônia — lembram? — fazendo aquela boa informação chegar ao Brasil inteiro. E é assim que isso tem que ser. Digo o mesmo em relação à questão ambiental. Quanto à educação, assisti àquela reportagem em que uma menina dizia que, se não recebesse aquela bolsa de 100 reais, provavelmente não teria comida para alimentar sua família e confesso que eu chorei lá em casa. Olhem a qualidade daquela informação que vocês transmitiram no

9/10 Sessão de: 03/09/2019 Notas Taquigráficas CÂMARA DOS DEPUTADOS domingo! O Jornal Nacional é isso. Muitas vezes não concordamos com tudo, mas é um espaço fundamental para levar informação de qualidade. Deputado Paulo Pereira da Silva, no seu discurso, V.Exa. colocou duas questões fundamentais: ninguém está acima da Constituição. A defesa do Estado Democrático de Direito e a liberdade de imprensa são valores que sustentam a democracia brasileira. Aliás, eu nasci lutando por eles. Parabéns a todos vocês que fazem os 50 anos do Jornal Nacional! Um abraço a todos! Parabéns pelos 50 anos! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Obrigado. O Deputado Luiz Lima pede a palavra, por 1 minuto, antes de encerrarmos.

O SR. LUIZ LIMA (PSL - RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Deputado Hildo Rocha, muito obrigado por ter aberto esta exceção para que eu pudesse parabenizar o Jornal Nacional. Durante esses 50 anos — tenho 41 anos e reportagens magníficas guardadas comigo —, certamente vocês contribuíram muito para o desenvolvimento do nosso País. Vocês fiscalizam, de fato, as ações públicas do nosso País. Sou Deputado Federal do PLS do Rio de Janeiro. Trabalhei no SporTV a partir de 1999 fazendo comentários sobre esportes aquáticos, mas tive que me afastar no ano passado. Tenho certeza de que as opiniões diferentes de cada cidadão e de cada jornalista, se tiverem sentido e partirem da vontade de contribuir para a construção de um país melhor, devemos ouvir e aceitar. Quero parabenizar cada um de vocês, tanto os que têm opinião divergente como aqueles que têm opinião convergente com a minha. A divergência e a convergência, se tiverem o sentido de contribuir para o desenvolvimento saudável do nosso País, são um exercício fundamental para a construção da democracia. Parabéns ao Jornal Nacional! Que vocês tenham sempre essa vontade de construir um Brasil cada vez melhor! Parabéns! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Muito obrigado, Deputado Luiz Lima. O meu amigo Deputado Eduardo Bolsonaro solicitou-me a palavra. Concedo a ele 1 minuto para que faça a sua manifestação. O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Perfeito, Deputado Hildo Rocha. Podem ficar tranquilos: não vim aqui para falar novamente do editorial de Roberto Marinho de 1984. Venho aqui só para lembrar que, no segundo turno da eleição presidencial, apenas um candidato falava que defendia a liberdade de imprensa. Normalmente, aqui no Congresso Nacional, alguns políticos tentam dar nome bonito quando falam em democratização da imprensa ou qualquer tipo de controle, mas por trás existem outras intenções. A mim pouco importa a linha editorial. O importante é que vocês tenham a liberdade para fazer o trabalho de vocês. Sr. Presidente, nunca se deve generalizar. Se se começar a generalizar, nós Deputados seremos os primeiros a sofrer. Estou vendo ali o Valdo Cruz, a Delis Ortiz, o Heraldo, alguns jornalistas altamente respeitáveis. Podem ter certeza de que, no que depender deste Deputado aqui, os senhores vão ter total carta branca para falar o que bem entenderem. Quanto àqueles que não estiverem satisfeitos, a legislação nacional já prevê instrumentos, se for o caso de crime contra a honra, um direito de resposta, que, por vezes, a própria Rede Globo já exibiu nos seus telejornais. Queria apenas pontuar isso e desejar um bom trabalho a todos vocês. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Muito obrigado. Cumprimento mais uma vez os funcionários da Rede Globo e a sua diretoria, na pessoa do Sr. Paulo Tonet Camargo. Agradeço ao Sr. Cristiano Reis Lobato Flores, representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Muito obrigado. ENCERRAMENTO O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha. Bloco/MDB - MA) - Está encerrada a Sessão Solene em homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional. (Encerra-se a sessão às 14 horas e 48 minutos.)

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