O JORNALISTA CONTRA O TEMPO: Relações Entre Credibilidade E Velocidade Na Produção Do Radiojornalismo

O JORNALISTA CONTRA O TEMPO: Relações Entre Credibilidade E Velocidade Na Produção Do Radiojornalismo

0 FIAM-FAAM – CENTRO UNIVERSITÁRIO MESTRADO PROFISSIONAL EM JORNALISMO RICARDO LOPES DE OLIVEIRA GOUVEIA O JORNALISTA CONTRA O TEMPO: relações entre credibilidade e velocidade na produção do radiojornalismo São Paulo – SP 2018 1 RICARDO LOPES DE OLIVEIRA GOUVEIA O JORNALISTA CONTRA O TEMPO: relações entre credibilidade e velocidade na produção do radiojornalismo Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Mestrado Profissional em Jornalismo, do FIAM-FAAM – Centro Universitário, para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Área de Concentração: Práticas Jornalísticas Linha de Pesquisa: Jornalismo e Mercado de Trabalho São Paulo – SP 2018 2 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca FIAM-FAAM com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) G719j Gouveia, Ricardo Lopes de Oliveira O jornalista contra o tempo : relações entre credibilidade e velocidade na produção do radiojornalismo / Ricardo Lopes de Oliveira Gouveia; orientador Francisco de Assis. -- São Paulo, 2018. 116 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Jornalismo) – FIAM-FAAM – Centro Universitário, 2018. 1. Jornalismo 2. Radiojornalismo 3. Rotinas produtivas em jornalismo 4. Credibilidade 5. Velocidade I. Assis, Francisco de, orient. II. Título. 3 RICARDO LOPES DE OLIVEIRA GOUVEIA O JORNALISTA CONTRA O TEMPO: relações entre credibilidade e velocidade na produção do radiojornalismo Data de aprovação: 2 de março de 2018. Banca Examinadora: Presidente: Prof. Dr. Francisco de Assis FIAM-FAAM – Centro Universitário Membro Externo: Prof. Dr. Luciano Victor Barros Maluly Universidade de São Paulo (USP) Membro Interno: Profa. Dra. Cláudia Nonato FIAM-FAAM – Centro Universitário 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos os jornalistas que já sofreram algum tipo de constrangimento ou assédio que os tenham levado à prática de um jornalismo automático, burocrático e sem reflexão. 5 AGRADECIMENTOS Esta dissertação não teria sido concluída, ou sequer idealizada, sem a participação de algumas pessoas. Agradeço à minha namorada, Anelise Kawakami, por todo suporte emocional e pelo companheirismo, enquanto eu passava horas diante do computador. A meus pais, Fátima e José António, que reconheceram e admiraram meus esforços para chegar até aqui. Essa admiração serviu de combustível na jornada. A Rodrigo Fernandez, cuja ajuda profissional foi responsável por manter meu equilíbrio e minha energia durante o caminho. À amiga Helen Braun, que me guiou nos primeiros passos para ingressar na vida acadêmica. A meus professores do mestrado do FIAM-FAAM – Centro Universitário, por todas as ideias e possibilidades sugeridas, que mudaram meus modos de enxergar o jornalismo e a pesquisa. A meus colegas de profissão, que, nestes dois anos, exaltaram a necessidade da discussão proposta por essa dissertação. E, por fim, ao meu orientador, Francisco de Assis, por seu suporte 24 horas por dia, sete dias por semana. 6 RESUMO Esta dissertação discute a relação entre credibilidade e velocidade na produção jornalística no rádio, considerando, de um lado, o capital simbólico do jornalismo, historicamente construído, e, de outro, a demanda da atualização rápida do noticiário (estimulada, especialmente, pela internet), a qual muitas vezes impede a devida checagem e incide em erros de várias ordens e proporções. Trata-se de uma pesquisa de newsmaking, qualitativa e de caráter exploratório, que se valeu da técnica da entrevista semiestruturada, aplicada junto a 14 profissionais atuantes em duas rádios de São Paulo (CBN e Jovem Pan). Nosso objetivo era compreender suas rotinas produtivas e identificar que significados são atribuídos por eles à noção de credibilidade jornalística, bem como qual é a implicação disso em seu trabalho. Como resultado, concluímos que esses sujeitos entendem que a credibilidade do radiojornalismo se constrói a partir de uma série de fatores, dentre os quais se destacam a apuração precisa – que requer tempo –; a segurança demonstrada pela voz, ao informar; e a trajetória na área (sendo que os mais experientes demonstram mais condições de negociar os modos de fazer, quando consideram que as ordens recebidas para uma atuação mais ágil fragilizam o processo). Também ficou evidente que, com exceção da prestação de serviços ao vivo e da cobertura de casos de grande relevância previamente agendados – situações em que ser veloz aparenta fazer sentido –, a rapidez no agir se constitui mais em uma cobrança feita pelos jornalistas a eles próprios – tanto por meio de prescrições de superiores a subordinados quanto na forma de autocobrança – e menos em uma reivindicação expressiva por parte da audiência. Desse modo, observamos que a corrida contra o tempo está enraizada nas culturas profissional e organizacional em que os profissionais estão inseridos, não raramente provocando tensões em seu desempenho. Palavras-chave: práticas jornalísticas; radiojornalismo; rotinas produtivas em jornalismo; credibilidade; velocidade. 7 ABSTRACT This dissertation discusses the relation between credibility and agility in the journalistic production on the radio, considering, on one hand, the symbolic capital of journalism, historically built, and, on the other hand, the demand for fast update of the news (stimulated, especially, by the internet), which many times prevents the proper checking and results in mistakes of many orders and proportions. That is about a research on newsmaking, qualitative and with an exploratory character, which betook the technique of half structured interview, applied on 14 professionals who work at two radios in São Paulo (CBN and Jovem Pan). Our objective was to comprehend their productive routine and identify the meanings they attribute to the notion of journalistic credibility, as well as its implications on their work. As a result, we concluded that these people understand that credibility in radio journalism is built on several factors, among which we stand out precise checking – which demands time –; the confidence showed through the voice when reporting; and the path on the area (once the more experienced ones have more conditions to deal the methods, when consider that some given orders for a fast acting weaken the process). It was also evident that, by the exception of the live provision of services and the coverage on previously scheduled cases of great relevance – situations in which being fast seems to make sense –, the agility on acting is more about a demand made by the journalists on their own – considering orders to subordinated ones or also the self demand – and less about an expressive requirement from the audience. Then, we noticed that the race against the clock has its roots in the professional and organizational cultures in which the professionals are inserted, not rarely causing tensions on their performance. Keywords: journalistic practices; radio journalism; productive routines in journalism; credibility; velocity. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10 CAPÍTULO 1: A CREDIBILIDADE NO CONTEXTO DO JORNALISMO ............................................................. 16 1.1. Credibilidade versus velocidade .................................................................................................... 18 1.2. No meio do caminho, a apuração .................................................................................................. 21 1.3. Credibilidade, poder e liberdade ................................................................................................... 23 1.4. A credibilidade e o radiojornalismo .............................................................................................. 26 1.5. A onda da pós-verdade .................................................................................................................. 34 CAPÍTULO 2: A VELOCIDADE NO (RADIO)JORNALISMO ................................................................................ 38 2.1. Implicações do fetiche da velocidade nas práticas jornalísticas .................................................... 39 2.2. A velocidade nas ondas do rádio ................................................................................................... 42 2.3. As condições de trabalho impostas pela velocidade ao (radio)jornalismo .................................... 46 CAPÍTULO 3: PROCESSOS DE PRODUÇÃO JORNALÍSTICA NA CBN E NA JOVEM PAN ............................. 49 3.1. Por dentro dos processos de produção: alguns apontamentos metodológicos .............................. 56 3.2. A produção jornalística na CBN .................................................................................................... 59 3.2.1. O trabalho dos chefes de reportagem ......................................................................................... 61 3.2.2. O trabalho dos repórteres .......................................................................................................... 63 3.2.3. O trabalho dos âncoras ............................................................................................................... 65 3.3. A produção jornalística na Jovem Pan .......................................................................................... 67 3.3.1. O trabalho dos chefes de reportagem ......................................................................................... 69 3.3.2. O trabalho dos repórteres ..........................................................................................................

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