
1 ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL INVENTÁRIO DO ACERVO DOCUMENTAL DO MORGADO DA AVELEDA Câmara Municipal de Penafiel Penafiel 2011 Co -Financiado: 2 ORGANIGRAMA DE CLASSIFICAÇÃO DO MORGADO DA AVELEDA SISTEMA MORGADO DA AVELEDA Sistema Relacionado PT/SACQA/MA Sociedade Mercantil Freitas & Neves PT/SACQA/SMFN Livro.01 ACTAS DA ASSEMBLEIA-GERAL DA SACQA PT/SACQA/MA/lv.01 Série 001 COPIADORES CORRESPONDÊNCIA EXPEDIDA PT/SACQA/MA/001 Sub S ecção A GESTÃO PATRIMONIAL PT/SACQA/MA/A Sub S ecção B GESTÃO FINANCEIRA PT/SACQA/MA/B Sub Se cção C ARQUIVOS PESSOAIS PT/SACQA/MA/ C Sub S ecção D GESTÃO DOCUMENTAL PT/SACQA/MA/ D Sub Secção E RECURSOS HUMANOS PT/SACQA/MA/E 3 (S) Código de referência: PT/SACQA/MA Título: Morgado da Aveleda Data de produção : 1527-2008 Dimensão e suporte: 181 maços + 100 livros + 1109 cadernos + 250 bifólios + 310 fólios + 21 processos + 18 plantas + 1 envelope + 7 cadernetas + 8 cartas + 4 procurações Papel e pergaminho Nome do Produtor : Família Moreira de Meireles Freire; Família Guedes de Carvalho; Família Abreu Aranha; Família Silva da Fonseca; Família Gonçalves Zarco da Câmara; Família dos Condes de Beduido; Família Van Zeller Sociedade Agrícola Comercial da Quinta da Aveleda Breves notas para história: Através da cópia de um documento retirado da História Florestal Agrícola e Cinegética – colectânea de documentos existentes no Arquivo Nacional – Torre do Tombo – Chancelarias Reais, Vol.II, ano 1439 -1481, Lisboa, 1882 (documento que se encontrava no fundo da Aveleda), foi possível verificar que a Quinta da Aveleda, em 13 de Setembro de 1440, pertencia a João Afonso de Arrifana, mercador, morador em Penafiel e conseguiu carta de confirmação de coutada de parte da Ribeira de Sousa, pela qual é proibido pescar, ribeira que atravessava a sua quinta desde a ponte de Cepeda até à Raposeira. Sabemos também que grande parte da Quinta da Aveleda no séc.XVII e XVIII era prazo do Convento de Ave Maria e ao do Balio de Leça e que naturalmente, ao longo dos tempos, foi mudando os seus rendeiros. Quando em 1692, Gonçalo de Meireles Freire faz vínculo de morgado da quinta para sua sobrinha e sua descendência, sabemos que Miguel Moreira da Silva e sua mulher Maria de Meireles, sobrinha do fundador do morgado, Já moravam na Quinta da Aveleda e que na sua descendência ficou, até aos dias de hoJe. O vínculo de morgadio foi feito em 1692 e mesmo após o seu término, por carta de lei de 19 de Maio de 1863, no reinado de D. Luís I, a família conseguiu, sem grandes alterações, manter as propriedades unidas, o que para isso muito contribuiu a constituição da Sociedade Agrícola. História custodial e arquivística : A Sociedade Agrícola e Comercial Quinta da Aveleda detém todo o espólio documental desde a fundação do morgado da Aveleda, quer a nível da gestão patrimonial e financeira deste morgado, quer ao longo de cerca de quatro séculos nos quais foi aumentando e expandindo, quer ao nível de documentos pessoais dos vários membros da família, que foram 4 tendo relevância, quer ao nível local, regional e mesmo nacional pelos cargos políticos que foram assumindo. Casamentos propícios ao enriquecimento do morgado, com damas da corte, que como filhas herdeiras, trouxeram para a Aveleda importantes espólios documentais de suas famílias, enriqueceram, ainda mais, este arquivo, quer ainda, ao nível de documentos de carácter patrimonial, resultantes da compra de várias propriedades, bem como, a compra, Já no séc. XIX, do Reguengo de Penafiel. Toda a documentação encontrava-se num pequeno edifício, denominado “escritório agrícola”, em armários de madeira, grande parte dela em caixas de madeira, com o nome da propriedade a que dizia respeito, local esse, onde Já se encontrava há muitos anos, havendo mesmo cadernos com o inventário de alguns dos documentos mais utilizados, e que serviam como guias para a família. “Caixas de acondicionamento utilizadas pelos “Escritório Agrícola” proprietários” Em 26 de Maio de 2008, a Sociedade Agrícola e Comercial Quinta da Aveleda assina um protocolo com a Câmara Municipal de Penafiel, para tratamento e digitalização do fundo da Quinta. Este protocolo insere-se num conJunto de protocolos que a Câmara Municipal de Penafiel, através do seu Arquivo Municipal, tem elaborado com Juntas de freguesia, famílias e com outras instituições, nomeadamente, confrarias e irmandades, visando proteger e tratar estes espólios que fazem a história do concelho e mesmo da região onde se insere, o Vale do Sousa. Assim, este protocolo tem como obJectivo a limpeza, desinfestação, pequenas intervenções de restauro, classificação, ordenação e descrição consoante as normas ISAD(G) e ISAAR(CPF). Finalizando este tratamento, os documentos em suporte de papel ou pergaminho retornam aos primeiros outorgantes, ficando os documentos electrónicos, resultado da digitalização do fundo, pertença da Câmara Municipal de Penafiel. Devido às grandes dimensões deste fundo, a Câmara Municipal de Penafiel candidatou-se, em 2010, a um concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de 5 Arquivos Documentais , organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Tendo sido, assim, beneficiada pela mesma fundação com o subsídio no valor de 14 mil euros para apoio à concretização do proJecto de inventariação, tratamento e digitalização do referido fundo. Desta forma, em 20 de Setembro de 2011, o fundo documental foi transferido da Quinta da Aveleda para as instalações do Arquivo Municipal, onde permaneceu até à concretização do proJecto. O bom estado deste fundo e o facto de se encontrar de forma tão completa, sem grandes lacunas ou falhas, deve-se ao facto da importância que a família sempre deu ao seu arquivo, não só pelo seu valor histórico para a família, mas essencialmente devido ao seu valor administrativo e probativo. Grande parte dos documentos foram servindo ao longo das épocas para provar a posse de algumas propriedades, confirmar localizações, estudar as produções de forma a faze-las crescer e aumentar. Daí se explica, que documentos relativos a propriedades que Já não se encontram na família, estivessem arrumados em caixas com o título “documentos sem interesse”, ou documentos de carácter mais pessoal, que não implicavam bens ou genealogia, se encontrassem guardados em caixas com o título “curiosidades”. Nesta família, não se verificou, como em muito outros casos, uma valorização dos documentos pelo seu suporte de escrita (que levava a que muitos detentores desvalorizassem cadernos e fólios soltos em papel, arrumando-os em caves ou sótãos e valorizassem pergaminhos, iluminuras com selos pendentes, o que muitas vezes, levava a colocá-los expostos ou encaixilha-los, o que resultava na dispersão do fundo e em danos muitos graves a nível de conservação), no caso deste arquivo o fundo foi valorizado no seu todo, como sistema de informação, independente do suporte ou tipologia documental, o que permitiu chegar até aos dias de hoJe em quase perfeito estado de conservação e praticamente completo. Geralmente, estes arquivos de família têm sofrido de dispersão patrimonial, resultado da dispersão das próprias propriedades pelos vários membros da família, como resultado do fim do morgadio, dividindo-se, assim, pelos vários ramos da família que ficam com cada parcela de terreno. Na Quinta da Aveleda, com a criação da Sociedade Agrícola e Comercial da Quinta da Aveleda, isto não aconteceu, o fundo manteve-se unido e coeso à Sociedade, Justificando-se, assim, ter chegado até nós, tão amplo acervo documental, quer em número de documentos, quer em tipologias, quer em amplitude temporal. A documentação Já nas instalações do Arquivo Municipal. 6 Âmbito e conteúdo : Do sistema Morgado da Aveleda caiem directamente, um livro “Actas da Assembleia Geral da Sociedade Agrícola e Comercial da Quinta da Aveleda”, pois é um documento mais recente que diz respeito à gestão de toda a sociedade agrícola, bem como, uma série “Copiadores de correspondência expedida” que dizem respeito à correspondência e organização de toda a sociedade agrícola, englobando correspondência abrangente a todas as propriedades e que devido ao seu âmbito cronológico, abarca várias gerações. Documentação relativa à “gestão patrimonial”, “gestão financeira”, constituição do morgado, compras e vendas de propriedades, emprazamentos, arrendamentos, foros, compra do Reguengo de Penafiel, tombos do Reguengo, receita e despesa, diários de caixa, operações de razão, relatórios, balancetes, contas correntes, lembranças do celeiro, registo de gado bovino e sua produção de leite, entre outros. No que se refere à secção arquivos de família, podemos encontrar para os vários membros da mesma, certidões de nascimento, baptizado, casamento e óbito, dotes, convenções anti nupciais, testamentos, partilhas, cartas régias de concessão de títulos, honras e privilégios, diários, entre muitos outros documentos. No caso da secção arquivos de família, é de referir que aqui se encontram vários acervos documentais que entraram na família por casamentos, permitindo, também, o estudo de outras famílias, nomeadamente de Lisboa e com cargos na corte, como é o caso dos condes de Beduído e os Zarco da Câmara. A informação contida neste acervo permite o estudo da forma como esta família se auto organizava, se identificava, se sustentava, como influenciou o meio onde habitava, como foi vencendo ou sendo vencida pelas crises estruturais das diversas épocas. Assim, é de enorme relevância, quer para o estudo das famílias, estudos políticos, estudos das mentalidades e cultura, quer para história económica. Organização e ordenação : Este
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