JA-25-Marco-Completo

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Prioritário O SEMANÁRIO DE MAIOR EXPANSÃO DO ALGARVE FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis quinta-feira I 25 de março de 2021 I ANO LXIV - N.º 3339 I Preço 1,30 € PORTE PAGO - TAXA PAGA www.jornaldoalgarve.pt para lá da crise… próxima edição Especial aniversário HáHá umum AlgarveAlgarve queque nuncanunca parouparou 64 ANOS Fórmula 1 Sim, sabemos que nem todos nós estamos em teletrabalho ou caímos nas malhas do lay-off, Entidades juntas remunerado a 100% ou a 70%. Todos os dias de manhã e à tardinha as estradas contra possível se compõem de gente que vai trabalhar. Mais espaçadamente do que antes, proibição de público a EN125 é um corrupio de carros particulares, carrinhas com trabalhadores para as estufas ou construção civil. Que Algarve é esse, que nunca parou? P 8 P 4 e 5 Indústria Investidores nacionais compram Conserveira do Sul P 9 Aviação Taxas de tráfego vão descer num aeroporto em crise P 10 Beneficiários em isolamento profilático queixam-se Em 2020 Compras de casa Segurança Social paga com atrasos própria com a maior queda do País que chegam a dois meses P 24 P 3 PUB Apoie o JORNAL do ALGARVE COM UMA ASSINATURA EXTRA O SEU CONTRIBUTO FAZ A DIFERENÇA PAGUE A SUA ASSINATURA Dados para transferências (mencionando o nº ou nome de assinante): CAIXA GERAL DEPÓSITOS PT 50 0035 0909 0001 6155 3303 4 CRÉDITO AGRÍCOLA PT 50 0045 7043 4000 6213 1353 7 Para mais fácil identificação da transferência, solicitamos envio comprovativo de pagamento para: [email protected] 25 I março I 2021 »DOIS [2] JORNAL do ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt [AVARIAS] SMS 894 Carlos Albino [email protected] No Algarve, como se irá contar os pobres? Fernando Proença Aqui há uns anos, um certo artigo sobre a questão da pobreza dificuldade em se erguer, ficarão acomodados a um canto, Coisas minhas em África tinha por título How to count the poors? E servia continuando imóveis. Receio bem que assim seja. Receio a precisamente para explicar a impossibilidade de fazer essa apatia de uma geração que não tem nervo para criar por si, Conjunturalmente escrevo sobre futebol: espreito contagem, porque muitos dos índices de que nos servimos para ir à vida, para se submeter ao trabalho, para ultrapassar um jogo da segunda liga e os jogadores exibem (a pro- para caracterizar a pobreza não são apanhados pelo radar. É a barreira do conflito sem entrar na desistência. Uma geração pósito da comemoração de um dia contra o racismo) isso que receio que em breve suceda entre nós. Que a pande- imatura até à idade da maturidade. Superprotegida pela fa- nas costas da camisola o dístico “racismo não”: palavra mia, que está deixando um rasto de catástrofe na atividade mília, pela assistência, pelo Estado. Para que fique claro, há que não entendo esta atracção pelos slogans. Não me económica, esteja a criar não só os pobres declarados por quarenta anos dizia-se a uma criança- “Filho, já tens sete anos, interpretem mal, caso me vá explicar bem; o racismo é que se espera mas também os pobres não contáveis, e que já tens oito, dez anos, tens de ser responsável!” Hoje, os pais uma distorção grave na forma como vivemos e agimos estes sejam muitos mais. dizem – “Filho, ainda só tens trinta e cinco aninhos, coitado!” perante quem não tem a nossa cor de pele. Não sei se a mais grave, mas se não, andará lá perto. Existir um O exercício é simples – Parte da população que em geral Como se se irá contar os pobres? Muitos não serão contados dia em que se lembre essa velha fraqueza e distorção carece de assistência, depois da pandemia, continuará a como pobres, como se dizia no tal artigo sobre África. Poderão humana, também me parece bem: se há um dia inter- necessitar de ajuda, como antes dela já necessitava. Por- sobreviver de expedientes, passar uma vida mais ou menos nacional para as zonas húmidas então estamos a falar que infelizmente, existe um arquipélago social imóvel que digna na aparência, mas não contarão como o motor ativo de vários patamares acima, ou se quiserem, abaixo. vive da generosidade do Estado Social, uma conquista da da região e do país a que pertencem. Não produzirão, não Outra questão são os movimentos e principalmente visão humanística da sociedade europeia. E haverá uma criarão progresso nem novidade. O Algarve está repleto des- as modas. Talvez esteja a fazer uma tempestade num outra parcela da sociedade que pertencendo a um estrado tas figuras que emergem no horizonte. Não lhes quero mal, copo de água quando refiro um jogo e uma jornada - económico moderado, sob o efeito da pandemia, passa a lamento apenas que um dia não tenham tentado cumprir o viver também ao nível daqueles que necessitam de medidas princípio de Habermas – “Envergonha-te de morrer antes de não uma manifestação do Bloco de Esquerda - mas assistenciais. Parte desta população retomará em breve a teres alcançado uma vitória para a Humanidade”. Tentar, só apenas onde na camisola se lê “racismo não” em de- sua vida, crescerá economicamente depois do sobressalto, tentar, seria o caminho. Não tentar, é pobreza. Receio que, trimento de Pedro Casimiro ou Marega. Mas Portugal não se deixará abater, reorganizar-se-á, aceitará estímulos, entre nós, a pandemia reforce a legião dos que não contam não é – que eu saiba – mais racista que a média dos aplicará a sua energia em criar formas novas de afirmação, como pobres, sendo-o de verdade. países em que o racismo é mais incipiente, e um ou e um dia olhará para trás como a oportunidade de um ajuste outro caso (raros. Menos raros do que queríamos, mas a uma nova realidade. Flagrante epidemia: Nada pode substituir o real, o virtual é apenas muito mais do que se pressente nas acções da liga ou um remédio. Não abusem do remédio, sobretudo sem medicamen- da federação) não fazem o Inverno, como as andorinhas Mas sem querer tocar a canção da fatalidade, outros terão tação. a Primavera. Acho uma piada estas importações que fazemos dos steites. Há racismo por lá, muito mais que a média? Há, mas não estamos nos EUA, nem nos restantes lugares onde existem questões graves sobre CRÓNICA DE FARO pele. Aqui, estas tomadas de posição (onde “racismo não” é apenas uma pequena frase que me despertou CHUA - as nossas felicitações! para o que considero um problema maior) – e o tempo o dirá melhor que eu – só trarão problemas, onde o Numa atitude que se tem concretizado ao longo de mais pessoal operacional em cada unidade menor não será o que cada vez mais parece: que estão de 6 décadas, o que aliás é percurso desde sempre seguido de saúde: número de camas, consul- aflitos por não termos chegado aí, a uma sociedade por «Jornal do Algarve», neste espaço quando justo o é, jamais tas externas, altas e urgências, entre verdadeiramente racista que é, aparentemente, o que deixámos de elogiar o CHUA (Centro Hospitalar Universitário outros), para identificar os ganhos alguns querem. Pelo que se vê no futebol de todos os do Algarve) ou as unidades hospitalares que o antecederam que levaram à evolução dos níveis de dias (por exemplo no caso da expulsão dupla de Sérgio (Hospital da Misericórdia ou Hospital Distrital de Faro). No eficiência de cada hospital. Importa Conceição e Paulo Sérgio do Portimonense) e agora fa- sentido inverso também e sempre que justificado tecemos as apontar que a seguir à posição primeira lando em bom português, seria as camisolas terem nas nossas crónicas referindo as deficiências ou procedimentos atribuída ao Centro Hospitalar Universi- costas “não há má educação”, com o á do verbo haver, menos correctos havidos. Lembramos inclusive, nos anos 60 tário do Algarve ficaram os prestigiados João Leal confusamente trocado do artigo definido, “à”, porque do século passado, o processo judicial e a ameaça de não Centro Hospitalar Universitário São se escrevemos à portuguesa, então escrevemos sobre prestação de serviços clínicos aos jornalistas (Encarnação Vie- João e Centro Hospitalar Universitário do Porto, ambos da problemas portugueses. Se alguém der um salto a um gas, autor da «Crónica de Faro», Mário Zambujal e eu próprio) Cidade Invicta. sobre a ausência de um médico no «Serviço de Urgência». E o que é a entidade outorgante desta referência? O jogo de iniciados das distritais, não se vai enganar no Vem tudo isto e justificadamente a propósito do recente Coimbra Business School é «uma escola activa e atenta ás país. Haverá jogos de futebol onde os jogadores vão de reconhecimento do CHUA como «o hospital mais eficiente do necessidades do Mundo, leccionando formação de qualidade, faca para o campo ou são esperados cá fora, por uma País em 2020, quanto ao impacto da pandemia na eficiência com pós graduação». turba de gorilas (talvez no México), mas em Portugal do funcionamento». Esta elogiosa referência surgiu na se- não: somos mais mansos, aprendemos, de pequenos, Parabéns CHUA, merecidos parabéns, que envolvem quência de um motivado estudo realizado pela CBS (Coimbra a atirar-nos para o chão a fingir lesões e a discutir com quantos estão ligados a este universo prestador regional dos Business School) entre 37 unidades hospitalares de Portugal os árbitros. Em Portugal somos mal-formados e parece cuidados de saúde, que sem aliviar os múltiplos problemas e coordenado pelas investigadoras Dras. Carla Henriques e que formação do futebol serve exactamente para isso. ali vividos, os reforçam tal como a, cada dia, mais carente do Maria do Castelo Gouveia. Onde se lê formação, devia ler-se má formação, então, novo Hospital do Algarve! A lista elaborada por estas professoras do CBS incidindo porque não um slogan, “má educação não”? sobre vários parâmetros (número de médicos, enfermeiros e Nota: O autor não escreveu o artigo ao abrigo do novo acordo ortográfico Diretor Colunistas Colaboradores Paginação Eletrónica Delegação de Faro Propriedade: Fernando Reis Ana Simões Almerinda Romeira, Ana Oliveira, Ana Viegas, Ângelo Lídia Palma, [email protected] Viprensa Sociedade Medalha de Mérito Turístico - Grau Ouro Carlos Albino Cruz, António Manuel, António Montes, António Ana Reis Editora do Algarve, Lda.

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