
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM Henrique Cintra Santos A transnacionalização da cultura dos Ballrooms CAMPINAS, 2018 Henrique Cintra Santos A transnacionalização da cultura dos Ballrooms Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em Linguística Aplicada na área de Linguagem e Sociedade Orientadora: Profa. Dra. Daniela Palma Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação defendida pelo aluno Henrique Cintra Santos e orientado pela Profa. Dra. Daniela Palma CAMPINAS, 2018 Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Crisllene Queiroz Custódio - CRB 8/8624 Santos, Henrique Cintra, 1994- Sa59t SanA transnacionalização da cultura dos Ballrooms / Henrique Cintra Santos. – Campinas, SP : [s.n.], 2018. SanOrientador: Daniela Palma. SanDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. San1. Transnacionalismo - Aspectos culturais. 2. Performance. 3. Sociolinguística. 4. Linguagem e cultura. I. Palma, Daniela, 1972-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: The transnationalization of Ballroom culture Palavras-chave em inglês: Transnationalism - Cultural aspects Performance Sociolinguistics Language and culture Área de concentração: Linguagem e Sociedade Titulação: Mestre em Linguística Aplicada Banca examinadora: Daniela Palma [Orientador] Maria Viviane do Amaral Veras Joana Plaza Pinto Data de defesa: 08-03-2018 Programa de Pós-Graduação: Linguística Aplicada Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) BANCA EXAMINADORA: Daniela Palma Maria Viviane do Amaral Veras Joana Plaza Pinto IEL/UNICAMP 2018 Ata da defesa, com as respectivas assinaturas dos membros da banca, encontra-se no SIGA - Sistema de Gestão Acadêmica. Dedico esta dissertação a toda comunidade dos Ballrooms, especialmente a brasileira, que através de sua arte e sua performance cria mais uma ferramenta de luta e, mais do que isso, uma nova concepção do que se entende como família. Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de transnacionalização da cultura dos Ballrooms, com enfoque em seu desenvolvimento no território brasileiro, assim como as questões identitárias, performáticas e linguísticas que envolvem esse processo. A cultura dos Ballrooms, surgida em Nova York em meados do fim da década de 70, consiste em uma comunidade performática e de competição LGBT que, em sua formação original, era majoritariamente parte de uma expressão cultural negra e latina dos EUA. Desde a sua formação, suas práticas têm sido exploradas pela cultura mainstream e, dessa forma, sua existência ultrapassou os limites periféricos das grandes cidades norte-americanas e é hoje uma cultura em processo de transnacionalização com expressivas formações em países da Europa e América do Sul, especialmente o Brasil. Porém, apesar de haver esse movimento cultural transnacional e se tratar de uma cultura que, a priori, propõe uma prática subversiva contra as hegemonias que reprimem essas minorias, há um controle por parte das comunidades originárias dessa cultura (em específico, as norte-americanas) para que as comunidades europeias e latino-americanas respondam às demandas desses grupos originários e, mais do que isso, procurem por seu reconhecimento. Sendo assim, pretende-se aqui não apenas observar as práticas desses grupos, as questões de gênero e sexualidade que envolvem suas performances e o papel linguístico dentro dessa dinâmica grupal, mas também o processo pelo qual a transnacionalização se dá, quais diferenças e inovações nas práticas do grupo essa transnacionalização provoca e por quais dispositivos se dá o controle dessas comunidades pelos grupos “originais” americanos. Abstract: The aim of this work is to analyze the process of transnationalization of the Ballroom culture, especially its development in Brazil, as well its aspects related to discussions about identity, performativity and language. The Ballroom culture, with its roots in the 70s in the city of New York, is a LGBT community based on performance and competition which has its origins in the black-latin american culture. Since its formation, its practices have been exploited by the mainstream culture and, therefore, its existence has overcome the limits of the suburbs of the major American cities and it is today a culture in the process of transnationalization with expressive formations in countries of Europe and South American, expecially Brazil. Although there is a transnational movement and the fact that it is a culture whose purposes, a priori, point out to a subversive approach against the hegemonic society that repress these people, there is a control by the communities where this culture has its origins (that is, the USA) that wants that the communities of Ballrooms in South America and Europe respond to the demands of the communities in USA and even seek for their recognition. Therefore, this work intends not only to observe the practices of these groups, the questions of gender and sexuality that are intrinsic to the performances of these communities, but also the process of transnationalization, what differences and innovations in the practices of these groups the transnationalization cause and by which means happens the control of these communities by the “original” north-american groups. Índice de Figuras Figura 1: Competidor de um Ball fazendo o Voguing ....................................................... 22 Figura 2: Capa do VHS/DVD do documentário Paris is Burning .................................... 24 Figura 3: Madonna e dançarinos, alguns dos Ballrooms, no videoclipe de Vogue ........... 25 Figura 4: Principais membros dos Ballrooms na época de Paris is Burning .................... 26 Figura 5: Competidor da categoria Executive Realness em Paris is Burning ................... 41 Figura 6: Flyer de um Ball realizado recentemente na cidade de Paris ............................ 51 Figura 7: Competidor na categoria Butch Realness em um Ball em Dallas ..................... 55 Figura 8: Flyer de um Ball com as categorias da competição e o valor dos prêmios ....... 56 Figura 9: Lasseidra e o New Way Vogue no Streetstar em 2015....................................... 58 Figura 10: Competidores em uma battle de Old Way Vogue no Streetstar 2013.............. 58 Figura 11: Análise do Google Trens sobre termos relacionados ao Ballroom ................. 74 Figura 12: O website do grupo BH is Voguing ................................................................. 76 Figura 13: Trio Lipstick .................................................................................................... 77 Figura 14: Flyer do evento BH Vogue Fever de 2017 ...................................................... 78 Figura 15: Categoria Runway .............................................................................................95 Figura 16: Categoria Virgin Vogue ....................................................................................96 Figura 17: Categoria Hands Performance ........................................................................ 96 Figura 18: Categoria Old Way .......................................................................................... 97 Figura 19: Categoria New Way ......................................................................................... 97 Figura 20: Categoria Vogue Femme Soft and Cunt ...........................................................98 Figura 21: Categoria Vogue Femme Dramatics.................................................................98 Figura 22: Página Berlin Voguing Out no Facebook .......................................................164 Figura 23: Página de Lasseindra no Facebook .................................................................164 Figura 24: Perfil brasileiro no Instagram da House of Zion .............................................165 Figura 25: Video no YouTube de um ball realizado na Siberia (Russia)...........................167 Figura 26: Vídeo no YouTube de Lasseindra dançando no Zodiac Ball............................168 Sumário Introdução...................................................................................................................................10 Capítulo 1 – Os Ballrooms.........................................................................................................13 1.1 Origem dos Ballrooms................................................................................................... 14 1.2 Gênero, sexualidade, performance e Realness............................................................... 29 1.2.1 O sistema de gênero (e sexualidade) dentro dos Ballrooms ....................................30 1.2.2 Gênero e performance nos Ballrooms .................................................................... 35 1.2.3 Realness .................................................................................................................. 38 1.3 Os Balls e a Performance ...............................................................................................51 Capítulo 2 – Transnacionalização, tradução cultural e o evento Vogue Fever.................... 61 2.1 Transnacionalização .....................................................................................................
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