Cabo Verde: Da Descolonização À Abertura Democrática

Cabo Verde: Da Descolonização À Abertura Democrática

LUDEMILA CARDOSO PEREIRA CABO VERDE: DA DESCOLONIZAÇÃO À ABERTURA DEMOCRÁTICA Orientador: Professor Doutor José Filipe Pinto Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais Lisboa 2013 LUDEMILA CARDOSO PEREIRA CABO VERDE: DA DESCOLONIZAÇÃO À ABERTURA DEMOCRÁTICA Dissertação apresentada para a obtenção de grau de Mestre em Ciência Política – Cidadania e Governação no Curso de Mestrado em Ciência Política – Cidadania e Governação conferido pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Orientador: Professor Doutor José Filipe Pinto Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais Lisboa 2013 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Epìgrafe É uso comum dizer-se que o cabo-verdiano é a principal riqueza e pedra angular da sociedade de Cabo Verde; portanto, o povo deverá estar, em cada dia que passa, de cabeça erguida e sem viseira, com os pés fincados no chão, assumindo esta liberdade e responsabilidade inerentes. Mello de Andrade Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 2 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Dedicatòria Dedicatória A todos aqueles que no escuro da solidão padeceram, enlouquecendo a mente e chagando o corpo, e sucumbiram para que não caiam no vazio do esquecimento. Às minhas filhas gémeas Karen e Cármen, que de uma forma ou outra contribuíram para que esse sonho se tornasse realidade Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 3 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Agradecimentos Aos meus pais Luísa Cardoso e Vicente Pereira, por terem apostado em mim e por todo incentivo e respeito que tiveram pelas minhas decisões. Aos meus irmãos e familiares que, junto com os meus pais, sempre me deram carinho e coragem. Ao meu esposo, pelo companheirismo e fonte da minha inspiração. A todos os meus colegas de curso e professores pelo engajamento e dedicação. Ao meu Orientador Professor Doutor José Filipe Pinto, pela disponibilidade e apoio constante e pela sua capacidade de incentivo na orientação desta Dissertação. Um agradecimento especial a Carla Gomes, funcionária do Arquivo Histórico de Cabo Verde, pela amizade e apoio prestado. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 4 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Resumo Cabo Verde, descoberto no século XV, viveu sob o domínio de Portugal até ao processo de descolonização, que culminou na independência do arquipélago. A 5 de julho de 1975, o PAIGC, partido binacional, que já estava no Poder na Guiné-Bissau, tomou conta do Poder em Cabo Verde, passando ambos os países a viver sob o regime de partido único. Esta união foi mantida até ao golpe de Estado de 1980, em Bissau, que levou à cisão dos dois Estados, dando lugar a um novo partido, o PAICV, que passou a governar Cabo Verde a partir de 1981. No entanto, o regime continuou a ser de partido único. Em 1990, o Conselho Nacional do PAICV decidiu proceder à abertura política, permitindo que outros partidos concorressem às eleições. Assim, as eleições legislativas, as presidenciais e as autárquicas de 1991, foram vencidas de forma clara pelo único partido da oposição que cumpria as exigências legais para concorrer, o MpD. O estudo da evolução política do arquipélago permite constatar que a democracia está no caminho da consolidação, tendo havido alternância política nas eleições de 2001. Por isso, Cabo Verde tem sido apontado como um exemplo no que concerne ao regime democrático na África não apenas Lusófona. O objetivo desta dissertação é analisar a evolução política de Cabo Verde, desde o processo de descolonização até à abertura política e traçar uma visão prospetiva sobre o país. Palavras-Chave: Cabo Verde, Descolonização, Monopartidarismo, Multipartidarismo, Democracia Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 5 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Abstract Cape Verde, discovered in the XV century, lived under the Portuguese domination until the decolonization process, which culminated in the independence of the archipelago. On the 5th of July of 1975, the PAIGC, a binational party, which was already governing Guinea-Bissau, took the Power in Cape Verde, leading both countries to live under a single party regime. This union was maintained until the coup d´etat of 1980, in Bissau, that led to the splitting of the two States, giving rise to a new party, the PAICV, which started to govern Cape Verde since 1981. However, the regime remained a single party one. In 1990, the PAICV National Council decided on a political opening, allowing other parties to compete in the elections. Thus, the legislative, presidential and municipal elections of 1991 were clearly won by the only opposition party that fulfilled the legal requirements to compete, the MpD. The study of the political evolution of the coup d´etat allows to watch that the democracy is on its way to consolidation, due to political changes in the 2001 elections. Therefore, Cape Verde has been pointed as an example concerning to the democratic regime in Africa, and not only in Lusophone area. The purpose of this dissertation is to analyze the political evolution of Cape Verde, since the decolonization process until the political opening and draw a prospective view of the country. Keywords: Cape Verde; Decolonization; Single Party; Multiparty; Democracy Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 6 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Lista de Siglas e Abreviaturas ADM Aliança Democrática para a Mudança ANC Congresso Nacional Africano (African National Congress) ANP Assembleia Nacional Popular APA Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association) APD Ajuda Pública ao Desenvolvimento CCPD Círculo Cabo-verdiano para a Democracia CEI Casa dos Estudantes do Império CEL Comité Executivo de Luta CONCP Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CSL Conselho Superior de Luta EUA Estados Unidos da América FAC Frente Ampla de Cabo Verde FLIGC Frente de Libertação da Guiné e de Cabo Verde FRAIN Frente Revolucionária Africana para a Independência das Colónias Portuguesas GRIS Grupo Revolucionário de Intervenção Socialista IDH Índice de Desenvolvimento Humano LOPE Lei da Organização Política do Estado MAC Movimento Anticolonialista MFA Movimento das Forças Armadas MLG Movimento de Libertação da Guiné MLGCV Movimento de Libertação da Guiné e de Cabo Verde Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 7 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira MpD Movimento para a Democracia MPLA Movimento Popular de Libertação de Angola ONG Organizações Não-Governamentais ONU Organização das Nações Unidas OUA Organização da Unidade Africana PAI Partido Africano de Independência PAICV Partido Africano da Independência de Cabo-Verde PAIGC Partido Africano para a Independência de Guiné Bissau e Cabo-Verde PCD Partido da Convergência Democrática PIB Produto Interno Bruto PIDE Polícia Internacional de Defesa do Estado PNUD Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento PRD Partido da Renovação Democrática PSD Partido Social Democrata PTS Partido do Trabalho e Solidariedade RDAG Reunião Democrática Africana da Guiné Portuguesa UCID União Cabo-verdiana Independente e Democrática UDC União Democrática Cabo-verdiana UE União Europeia ULHT Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias UPICV União do Povo das Ilhas de Cabo Verde UPLG União Popular de Libertação da Guiné Portuguesa UPG União das Populações da Guiné URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas USD Dólares dos Estados Unidos (United States Dollar) Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais 8 Cabo Verde: da Descolonização à Abertura Democrática Ludemila Cardoso Pereira Índice Geral Epígrafe .................................................................................................. Erro! Marcador não definido. Dedicatória........................................................................................................................................... 3 Agradecimentos .................................................................................................................................. 4 Resumo ................................................................................................................................................ 5 Abstract ................................................................................................................................................ 6 Lista de Siglas e Abreviaturas .......................................................................................................... 7 Introdução .........................................................................................................................................

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