KATIA BORTOLOTTI MARCHI DO SURF AO TOW-IN: do processo civilizador à GRADUAÇÃO EM FÍSICA EDUCAÇÃO GRADUAÇÃO - sociedade de risco DERAL DO PARANÁ DERAL UNIVERSIDADE FE UNIVERSIDADE SETORBIOLÓGICAS DE CIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS CURITIBA 2017 KATIA BORTOLOTTI MARCHI DO SURF AO TOW-IN: do processo civilizador à sociedade de risco Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do Título de Doutora em Educação Física do Programa de Pós-Graduação em Educação Física, do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná. Orientador: FERNANDO RENATO CAVICHIOLLI Universidade Federal do Paraná Sistema de Bibliotecas Marchi, Katia Bortolotti Do surf ao tow-in : do processo civilizador à sociedade de risco. / Katia Bortolotti Marchi. – Curitiba, 2017. 173 f.: il. ; 30cm. Orientador: Fernando Renato Cavichiolli Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. 1.Esportes – Aspectos sociológicos. 2. Esportes radicais. 3. Esportes e globalização. 4. Esportes aquáticos. I. Título. II. Cavichiolli, Fernando Renato. III. Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. CDD (22. ed.) 306.483 DEDICATÓRIA Ao Wanderley, que me inspirou a enfrentar este desafio. Nosso envolvimento e o distanciamento (na tese) me ajudaram a crescer. Amo você. AGRADECIMENTOS Acima de tudo, agradecer a Deus que me ajudou a enfrentar novos desafios. “Tudo posso naquele que me fortalece”. Sem Deus seria impossível. A minha família, meu profundo agradecimento por tudo... Um agradecimento especial ao Ademir Gebara, pela amizade, leituras, orientações e apoio desde o início da jornada. Voce é um professor e amigo exemplar. À Ana Luiza Sallas, pela empolgação, sempre me perguntando quando eu entraria no doutorado; mesmo sem ler meu projeto, ajudou-me com leituras, emprestou livros... obrigada pelas disciplinas e “orientações”, você é uma grande professora: “o importante é ser feliz”... A Fernando M. Mezzadri, meu orientador do mestrado, professor, chefe, amigo, obrigada por acompanhar minha trajetória acadêmica. A André M. Capraro, pelas suas contribuições em todo esse processo e também por manifestar constantemente um espírito de ajuda e estímulo. A Cristina C. de Medeiros, sempre perguntando se precisava de ajuda, e precisei! Obrigada pela interpretação e entendimento brilhante que fez da tese, além da prontidão em ser titular da banca. A Juliano de Souza, aprendi muito com você nas nossas parcerias, e a Gilmar F. Afonso, colega de mestrado, obrigada pela leitura da tese. Aos professores e coordenadores do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal do Paraná. E, nesta instituição, especificamente, ao Centro de Educação Física e Desporto, por me disponibilizar condições para o desenvolvimento desta etapa acadêmica. A Rodrigo Waki, secretário da Pós-graduação, prestativo, sempre pronto a ajudar e fazer o melhor. Faz seu trabalho com maestria, competência, organização. Obrigada mesmo. Ao pessoal do grupo, Taís, André, Camile, Emília, Wallison, Isabela, Mayara, Estér, Luizão, e um agradecimento especial ao Rafael Sentone que não mediu esforços para ajudar com as leituras e artigos e artigos... Ao Jay Coakley, pelas primeiras conversas em Fort Collins/USA, em 2012, pelos artigos, livros. Você é muito especial, obrigada. As primeiras conversas sobre surf foram com o Fernando Dandoro (in memorian), obrigada pelo livro. A Ruth Cidade, pela amizade, pelas orações.... A Leonor Demário, pelas conversas, café, bolo, café, valeu!!! A Gisele Schwartz, pela acolhida na Unesp de Rio Claro, pelos livros e a leitura do projeto, e também ao Helder Isayama, a ambos, pelas contribuições no texto de qualificação. E, finalmente, a Fernando R. Cavichiolli, que, antes de ser meu orientador, meu professor, meu chefe, é meu amigo. Obrigada por aceitar me orientar no doutorado e por confiar em mim. Eu imagino as dificuldades inerentes a esse contexto, mas terminamos. Obrigada de coração. Não posso deixar de agradecer quem ficou sempre ao meu lado, aquecendo meus pés nos dias frios, pulando, brincando, dormindo, roncando, parece minha sombra rsrs. Meu querido Rodolfo, meu filho peludo. “You could go over the falls and die You could slam against the rocks and die You could get pinned under and die Or you could stay home and fall off the couch and die”. (Ohiopyle, PA/USA, 2012) RESUMO Os esportes de aventura, de modo geral, têm sido marcados por constantes inovações e transformações nas quais práticas e praticantes se renovam de maneira surpreendente. Modalidades que, por exemplo, se multiplicam e diversificam com frequência são o surf, a vela, o voo livre, entre outras. Surgem novos esportes, as práticas mudam de adeptos, os gostos se modificam e existem inovações tecnológicas. Percebemos o esporte como um fenômeno sociocultural cada vez mais voltado para os contornos de uma mercadoria com fins lucrativos e que apelos a estilos de vida particulares se tornaram progressivamente mais efetivos na publicidade e na cultura do consumo em geral. A redefinição de hábitos e costumes sociais se deve ao desenvolvimento do processo civilizacional da sociedade, à globalização e seus avanços tecnológicos. A prática dos esportes de aventura, especificamente o surf, e transformações apresentadas no seu percurso histórico, tornaram-se uma tendência social para catalisar as pressões urbanas das grandes cidades e para “libertar” seus praticantes das tensões do cotidiano, ou seja, os atores desse processo procuram esses esportes em que ocorre uma suposta “descarga de adrenalina” e os inscrevem num processo desafiador (fascinante?) de descontrole controlado das emoções. Diante desse cenário procuramos entender o processo histórico e o desenvolvimento do surf ao tow in, a partir de análises sociológicas das representações sociais, contidas no contexto do processo civilizacional e da modernidade. Para tanto, nos utilizamos de uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório, na qual obtivemos informações e fontes que possibilitaram a construção dessa história social do surf. Com o processo de espetacularização dos esportes, e sua segmentação de mercado, muitas empresas passaram a associar suas marcas e produtos aos esportes de aventura que por meio das propagandas transmite a ideia de uma vida de aventura, prazer, liberdade e emoção. Nossa hipótese é de que, com a adesão dessas práticas, não se estavam vendendo apenas “novos esportes”, mas, sim, uma imagem e um estilo de vida.Temos que a modernidade é marcada pela “vontade de inovar”, portanto, surge uma nova configuração social na qual ocorreram mudanças de paradigma, advindas dos processos de globalização, de individualização e de reflexividade, ou seja, temos caracterizada a sociedade de risco, aliada à efetivação da sociedade de consumo e da espetacularização dos esportes. Finalizando, podemos visualizar a consolidação de um “espírito de aventura” em muitas atividades humanas e, de forma mais presente no nosso estudo, nos esportes de risco, principalmente nos praticantes de tow in e ondas gigantes. Estamos falando de um novo habitus esportivo. Nele, a relação com a natureza fica cada vez mais estreitada e proporcionadora de novos desafios, o praticante não se interessa mais apenas pela posição distintiva, decorrente dessas práticas, mas também pela busca constante de novas sensações e emoções. Palavras-chave: emoção, risco, surf, tow in, sociologia do esporte. ABSTRACT Adventure sports, in general, have been marked by constant innovations and transformations in which practices and practitioners renew themselves in an amazing way. Modalities that, for example, multiply and diversify frequently are surfing, sailing, free flying, among others. New sports arise, practices change their fans, preferences change and technological innovations exist. We perceive sport as a sociocultural phenomenon increasingly focused on the contours of a for-profit commodity and that appeals to particular lifestyles have become progressively more effective in advertising and consumer’s culture in general. The redefinition of social habits and customs is due to the development of the civilizational process of society, to globalization and its technological advances. The practice of adventure sports, specifically surfing, and transformations presented in its historical journey, have become a social tendency to catalyze the urban pressures of large cities and to free their practitioners from the daily stresses, that is, the actors of this process seek out those sports which promotes an alleged adrenaline rush and insert them in a challenging (fascinating?) process of controlled uncontrolled emotions. In view of this scenario, we sought to understand the historical process and the development from surfing to tow in, from sociological analyses of social representations, in the context of the civilizational process and modernity. For that, we used a qualitative exploratory research, in which we obtained information and sources that enabled the construction of this social history of surfing. With the process of spectacularization of sports, and its market segmentation, many companies started to associate their brands and products with adventure sports that through the advertisements express the idea of a life of adventure, pleasure, freedom and emotion. Our hypothesis is that, with the adherence of these practices, they were not only selling new sports, but rather an image and a lifestyle. Modernity is marked by the
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages175 Page
-
File Size-