Bromelia Antiacantha) NO PLANALTO NORTE CATARINENSE: ESTÁ EM CURSO UM PROCESSO DE DOMESTICAÇÃO?

Bromelia Antiacantha) NO PLANALTO NORTE CATARINENSE: ESTÁ EM CURSO UM PROCESSO DE DOMESTICAÇÃO?

SAMANTHA FILIPPON USO E MANEJO DE CARAGUATÁ (Bromelia antiacantha) NO PLANALTO NORTE CATARINENSE: ESTÁ EM CURSO UM PROCESSO DE DOMESTICAÇÃO? Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em Recursos Genéticos Vegetais/Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título de Doutor em Ciências com Área de concentração em Recursos Genéticos Vegetais. Orientador: Dr. Maurício Sedrez dos Reis Coorientador: Dr. Nivaldo Peroni Florianópolis 2014 “Aos agricultores, mantenedores e fazedores de cerca viva de caraguatá do Planalto Norte Catarinense” Dedico AGRADECIMENTOS Inúmeras páginas não seriam suficientes para agradecer a todas as pessoas que me auxiliaram e colaboraram nesta etapa da minha vida e em especial para a realização deste trabalho. Assim deixo aqui, correndo o risco de esquecer alguém, um agradecimento simbólico, pois não há como expressar toda minha gratidão. Simplesmente não existem palavras, todos vocês estão no meu coração. Agradeço à Deus pela oportunidade de viver e conviver, de estudar, de repartir, de servir e principalmente de aprender. Hoje vejo que nada é por acaso e se até aqui cheguei foi porque me foi permitido e abençoado. Do fundo do coração agradeço aos meus pais Rogério e Rejâne pelo apoio, preocupação e amor incondicional, sem os quais nada disso seria possível. Agradeço também a toda minha família pelo incentivo e compreensão pelos momentos em que não pude estar presente. Ao professor Maurício Sedrez dos Reis expresso minha admiração e gratidão pelo acolhimento, pela orientação, pelos ensinamentos, pelo exemplo, pela amizade, compreensão e por sempre estar com a porta aberta, muuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiito obrigada. Da mesma forma agradeço ao professor Nivaldo Peroni pelos ensinamentos, conversas, sugestões e amizade. Agradeço aos dois por todas as oportunidades de trabalho em projetos, pesquisas, participações em reuniões, pelos excelentes momentos de convívio e trocas de experiências, enfim.... por tudo. Agradeço aos professores do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, em especial aos professores Miguel Pedro Guerra e Rubens Onofre Nodari pela oportunidade de convívio e pelos ensinamentos. Um agradecimento especial à Berna, que muito mais do que secretária do Programa foi mãe, se preocupando com as bolsas, com os prazos, com os resultados, com as viagens, escutando os choramingos nas dificuldades e compartilhando as alegrias, simplesmente sem palavras.... Deixo aqui um agradecimento especial ao meu companheiro Patrique, que nestes últimos anos tem sido, um amigo compreensivo, confidente e companheiro e, além disso, passou a ser: parceiro, “expert” em fazer malas, colega de campo, avaliador de caraguatá e “entrevistador etnobotânico”, a ti, meu reconhecimento, minha gratidão e amor. À Paula Aliprandini, pelos 27 anos de amizade, por estar sempre presente em minha vida, pelo indiscutível apoio, força e compreensão, pelos desabafos e risadas, pela paciência e pela ajuda nos dias mais difíceis, muito obrigada. Aos amigos Samuel e Fátima, Romaldo, Sidnei, Estefânia e Rogério e à D. Norma pelo incentivo e compreensão pelos momentos de ausência. À amiga Silvana Mitterer por me acalmar ouvindo os desabafos, pelos conselhos, por me mostrar a vida de uma forma diferente e me ensinar a exercitar minha espiritualidade, obrigada. Aos meus amigos e colegas do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais deixo toda minha gratidão pela amizade, momentos de descontração e em especial pela ajuda tanto em campo quanto em laboratório. Agradeço aqui especialmente à Georg Altrak e Douglas Loch Santos da Silva acima de tudo pela parceria e companheirismo, por nunca me abandonarem nos trabalhos de campo e por participarem de todo o processo desde a discussão da metodologia até chegarmos aos resultados, sem vocês eu não teria conseguido. Assim, também agradeço aos amigos Juliano Zago da Silva e Tiago Montagna por me ensinarem a fazer a eletroforese de isoenzimas e interpretar os tais “zimogramas” e por sempre estarem dispostos a ajudar no laboratório e nas análises dos resultados, aos dois e a todos que ajudaram (Andréa, Carol, Luiz Guilherme, Georg, Douglas, Alex, Zago, Montagna e minha mãe) o meu muito obrigada. Agradeço também ao amigo Alison G. Nazareno pela ajuda com a análise dos dados das progênies e pela paciência de me ensinar como os programas de computador funcionavam. Agradeço aos amigos Karina V. Hmeljvski, Diogo Klock Ferreira e Alexandre Siminski pela troca de figurinhas e de artigos. Agradeço ainda à Andréa G. Mattos, Alex A. Zechini, Felipe Steiner, Glauco Schüssler, Anna Jacinta Mello, Ana Luísa Arraes de Assis, Willian Vieria, Vitor Hugo Buzzi, Caroline Cristofolini, Márcia P. Hoeltgebaum e Alison P. Bernardi pela paciência, pelas inúmeras conversas, desabafos, ajuda e sugestões, mas acima de tudo pela amizade que levarei para o resto da vida. À todos da Floresta Nacional de Três Barras que além de amigos, se tornaram pra mim uma família fora de casa, meu agradecimento pela acolhida e apoio local. Como não poderia ser diferente, quero aqui deixar registrados meus mais sinceros e profundos agradecimentos aos agricultores das comunidades em que estive no Planalto Norte, em especial à comunidade da Campininha, onde sei que agora além de conhecidos tenho amigos. À todos vocês agradeço pela acolhida em suas casas, pelas informações, pela permissão dos trabalhos em campo, pelo chimarrão e pela amizade. À CAPES e ao CNPq pelas bolsas, imprescindíveis para dar o suporte financeiro. À FAPESC e ao Projeto CONSERVABIO pelo auxílio financeiro para a realização deste trabalho. Obrigada à todos... “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê” (Arthur Schopenhauer) RESUMO A domesticação é um processo em que populações de organimos e/ou ambientes são adequados aos interesses e necessidades de uso e manejo humano. Tal processo pode acarretar modificações fenotípicas e/ou genéticas em diferentes intensidades. Como este processo atua tanto sobre populações quanto sobre paisagens, o conceito de paisagem tem sido usado para entender como os seres humanos interpretam concepções locais e padrões de uso/ manejo de paisagens, e também sobre como os sistemas locais de conhecimento podem ajudar na sustentabilidade ecológica. Assim, este estudo inclui abordagens que envolvem aspectos de caracterização demográfica e genética da espécie Bromelia antiacantha (carcaguatá) em diferentes paisagens, bem como uma abordagem etnobotânica a qual buscou caracterizar o histórico de uso e as principais práticas de manejo que envolvem a espécie. Neste contexto, o principal objetivo foi buscar evidências da domesticação de B. antiacantha, estudando os efeitos do uso e manejo da paisagem com a espécie, empregados no Planalto Norte Catarinense, sobre a estrutura demográfica e diversidade genética das populações da mesma. O estudo foi realizado no Planalto Norte Catarinense nos Municípios de Três Barras, Canoinhas, Irineópolis e Major Vieira. Para os estudos de demografia foram usadas parcelas permanentes em unidades de paisagem submetidas a diferentes intensidades de manejo. Nestas parcelas as rosetas de B. antiacantha foram acompanhas durante três anos. Nas mesmas unidades de paisagem foram coletadas amostras foliares para caracterização genética e frutos para retirada de sementes para a caracterização genética de progênies. A caracterização genética foi realizada empregando eletroforese de izoenzimas. A coleta de dados do estudo etnobotânico foi realizada empregando-se entrevistas semiestruturadas e turnês guiadas. O acompanhamento das populações de B. antiacantha nas diferentes unidades de paisagem permitiu um maior conhecimento sobre a dinâmica da espécie em ambientes com diferentes intensidades de interferência humana. Nas áreas com interferência humana visando obtenção de outros recursos (extração de erva mate e o manejo do gado) as rosetas da espécies foram encontras em densidades médias menores, quando comparadas às demais unidades de paisagem. A maior densidade de plantas foi encontrada na unidade de paisagem com maior interferência humana: a cerca viva. O número de rosetas reprodutivas e o período para entrar em reprodução, nas diferentes unidades de paisagem, não está relacionado ao manejo realizado nas unidades. A diversidade genética encontrada, de maneira geral, foi alta, entretanto entre as populações e paisagens estes índices se mostraram diferentes entre adultos e progênies. Nos adultos a maior diversidade foi encontrada nas cercas vivas, as quais apresentaram também baixos índices de fixação. Nas progênies os índices de diversidade mais altos foram encontrados nas áreas sem manejo. O estudo etnobotânico permitiu elucidar algumas questões levantadas pelos resultados demográficos e genéticos. Além disso, verificou-se que a transmissão do conhecimento sobre a espécie se deu principalmente pela família nuclear e que a eficiência da cerca para a contenção/proteção dos animais foi a principal razão apontada para o uso das cercas de caraguatá. Segundo os entrevistados as rosetas para a confecção das cercas vivas são obtidas na maioria dos casos na propriedade rural sendo que a maioria destas áreas de coleta de mudas foi caracterizada como floresta conservada. Os resultados etnobotânicos obtidos mostraram ainda que não há um critério específico observado para a coleta das mudas, porém quando há disponibilidade de rosetas, o vigor e o tamanho são características observadas. Além disso, com base nas idades das cercas e nos relatos

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