A Desconstrução Da Propaganda Salazarista Em Fantasia Lusitana (VERSÃO CORRIGIDA)

A Desconstrução Da Propaganda Salazarista Em Fantasia Lusitana (VERSÃO CORRIGIDA)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS COMPARADOS DE LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA MÁRCIO AURÉLIO RECCHIA Portugal, um país “neutro” perante a guerra: a desconstrução da propaganda salazarista em Fantasia Lusitana (VERSÃO CORRIGIDA) São Paulo 2018 MÁRCIO AURÉLIO RECCHIA Portugal, um país “neutro” perante à guerra: a desconstrução da propaganda salazarista em Fantasia Lusitana (VERSÃO CORRIGIDA) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras. Área de concentração: Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa Orientadora: Profª. Drª. Aparecida de Fátima Bueno São Paulo 2018 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. RECCHIA, Márcio Aurélio. Portugal, um país “neutro” perante a guerra: a desconstrução da propaganda salazarista em Fantasia Lusitana. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. ______________________________ Instituição_________________________ Julgamento____________________________ Assinatura__________________________ Prof. Dr. ______________________________ Instituição_________________________ Julgamento____________________________ Assinatura__________________________ Prof. Dr. ______________________________ Instituição_________________________ Julgamento____________________________ Assinatura__________________________ Prof. Dr. ______________________________ Instituição_________________________ Julgamento____________________________ Assinatura__________________________ Dedico este trabalho à memória dos meus avós Achilles e Ernestina Recchia e Cristino e Odila Faria, pelo amor que me dedicaram e pelo exemplo de vida que foram para mim. AGRADECIMENTOS À professora Aparecida de Fátima Bueno, por me acolher como orientando e por me guiar durante os anos de pesquisa no mestrado. Obrigado pela paciência, disponibilidade e incentivo perante os desafios e por todos os ensinamentos. À professora Carolin Overhoff Ferreira, pela participação em minha banca de qualificação e por ter aceitado integrar a minha banca de defesa. Agradeço as indicações de leitura que auxiliaram bastante no desenvolvimento de minha pesquisa. Às professoras Fabiana Carelli e Mariana Duccini, que, juntamente com a professora Carolin, gentilmente aceitaram fazer parte da minha banca de defesa e contribuíram com recomendações e conselhos. À professora Marcia Valeria Zamboni Gobbi, pela participação em minha banca de qualificação, pelas indicações de leitura e sugestões. Ao professor Pedro Schacht Pereira, que muito tem contribuído em prol do debate atual acerca do colonialismo português e da desconstrução de sua imagem fantasiosa. A todos os professores do Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa que colaboraram com leituras valiosas. À professora Maria do Rosário Lupi Bello, cujo curso sobre literatura, cinema e dramaturgia foi fundamental para a minha compreensão sobre a análise da narrativa fílmica, elemento bastante significativo para o amadurecimento da minha pesquisa. À professora Renata S. Junqueira pelo carinho com que me acolheu no Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema, e a todos os seus integrantes, em especial ao Professor Pedro M. Guimarães pelas sugestões e contribuições em minha pesquisa. Aos professores e pesquisadores envolvidos com o Cinema Português, pelas contribuições, indicações de leitura, críticas e sugestões, especialmente a Daniel Ribas, Jorge Cruz, Leandro Mendonça, Lisa Vasconcellos, Mariana Copertino e Paulo Cunha. À Tania Antonietti Lopes, pela disponibilidade em ajudar, pela contribuição com sugestões de leituras e com o empréstimo de títulos literários importantes. A todos os colegas do Grupo de Pesquisa Colonialismo e Pós-Colonialismo em Português, pelo aprendizado em conjunto, pela troca de experiências e pelas conversas, acadêmicas ou não, em especial à Alex Neiva, Carla Kinzo, Carolina Medeiros, Elizabeth Ferreira, Johin Sueny, Paula Fábrio, Pedro Proença, Renata Carvalho e Viviana Antunes. Ao Centro de Estudos das Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa (CELP), em especial à Marinês Mendes, pelo suporte e disponibilidade durante o mestrado. À amiga Edimara Lisbôa, que sempre me incentivou ao estudo do Cinema Português, apresentando diversos filmes e vasta bibliografia. Pelo prestimoso auxílio nas várias fases da minha pesquisa e escrita e pela imediata disposição em ajudar. À amiga Penélope Salles, que me acompanhou de perto nesse retorno ao mundo acadêmico. Pelo companheirismo, ajuda, incentivo, conselhos e pelas várias conversas que tivemos no decorrer do mestrado, que contribuíram para o nosso amadurecimento. Ao amigo José Vanzelli, pelas recomendações e sugestões acadêmicas. Obrigado pelo companheirismo, pelo apoio, pelos valorosos conselhos e pela grata interlocução. Ao amigo Fabrizio Maeda, pelas sugestões, trocas de ideias, pelo suporte e por todo aprendizado proporcionado. Ao Antônio Bernardo Araújo Júnior, cuja oportuna ajuda na fase final do mestrado foi essencial para que eu conseguisse concentrar esforços. Ao amigo e irmão Lúcio Franchi Cruz, que sempre esteve ao meu lado me apoiando em várias fases da minha vida. Obrigado pelos conselhos, pelo incentivo de sempre, e pela prestimosa ajuda com a organização do meu texto. Ao Elton Sousa Moura, pelas pertinentes dicas sobre mapas mentais e o processo de escrita, e pelo apoio de sempre. Aos meus pais Aurelio e Célia, que sempre acreditaram em mim, pela educação proporcionada e pelo apoio irrestrito, sem os quais nada seria possível. À minha irmã Mara, meu cunhado Jailton e meus sobrinhos Stephanie e Victor, pelos anos de convivência, pelo carinho, dedicação e toda ajuda dispensada. À minha irmã Maíra e meu cunhado Robson, pelo apoio incondicional e pelo carinho, e em especial à minha sobrinha Antonella, que tanto alegra a minha vida. Enfim, agradeço a todos que, de alguma forma, me apoiaram e incentivaram durante esses anos de leituras, estudos e pesquisas acadêmicas no mestrado. Sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia (QUEIRÓS, Eça de, 1997) Sobre a nudez forte da verdade o manto diáfano da fantasia, parece clara a sentença, clara, fechada e conclusa, uma criança será capaz de perceber e ir ao exame repetir sem se enganar, mas essa mesma criança perceberia e repetiria com igual convicção um novo dito, Sobre a nudez forte da fantasia o manto diáfano da verdade, e este dito, sim, dá muito mais que pensar, e saborosamente imaginar, sólida e nua a fantasia, diáfana apenas a verdade (SARAMAGO, José, 1994) Il modo migliore per difendersi dall’invasione di memorie pesanti è impedirne l’ingresso, stendere una barriera sanitaria lungo il confine. È piú facile vietare l’ingresso a um ricordo che liberarsene dopo che è stato registrato (LEVI, Primo, 2017) RESUMO RECCHIA, Márcio Aurélio. Portugal, um país “neutro” perante a guerra: a desconstrução da propaganda salazarista em Fantasia Lusitana. São Paulo, 2018. 170 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. António de Oliveira Salazar foi a figura central do Estado Novo português (1933-1974), responsável pelo estabelecimento de um governo antidemocrático, autoritário, que fez uso da censura, promoveu a tortura, e criou órgãos que disseminavam os valores do regime, tais como o SPN (Secretariado da Propaganda Nacional). Podemos dizer que a atuação da propaganda foi tão eficiente durante os longos anos de ditadura que não é incomum, nos dias atuais, encontrar parcelas da população portuguesa que reproduzem vários mitos criados ou disseminados durante o governo de Salazar, chegando mesmo a enaltecer a figura do ditador. Para uma melhor compreensão desse contexto, nosso objetivo é analisar o documentário Fantasia Lusitana (2010), de João Canijo (Porto, 1957), pois nele o realizador desconstrói a propaganda salazarista, produzida, sobretudo, durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Composto exclusivamente por material de arquivo, o documentário conjuga excertos de filmes, noticiários, canções, fotografias, documentos, jornais e revistas, produzidos ou chancelados pela SPAC (Sociedade Portuguesa de Actualidades Cinematográficas), bem como material de fontes independentes ou externas, portanto, não submetido ao crivo da censura. Neste segundo bloco, destacamos o registro fotográfico de refugiados estrangeiros que utilizaram Lisboa como rota de fuga da perseguição nazista, uma vez que Portugal havia adotado o status de neutralidade durante a guerra. Entretanto, o contraponto ao discurso oficial promovido pelo governo ditatorial se dá principalmente através das anotações de Alfred Döblin, Erika Mann e Antoine de Saint-Exupéry, três intelectuais famosos que, por meio de um olhar crítico e isento da influência da propaganda, registraram suas impressões

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