BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA 28 de julho de 2017 | Página 1/13 CASO SUSPEITO DE MONITORAMENTO DOS CASOS DE DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA ATÉ A DENGUE SEMANA EPIDEMIOLÓGICA (SE) 29, 2017*. Pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja Com a circulação endêmica de três arbovírus (dengue, chikungunya e zika), novos cenários ocorrendo transmissão de dengue ou epidemiológicos são identificados no Ceará em 2017. Há ocorrência epidêmica de tenha a presença de Ae. aegypti que arboviroses, principalmente se consideradas as notificações de casos de chikungunya. Desta apresente febre, usualmente entre 2 e forma, todo o PROCESSO DE VIGILÂNCIA, desde a notificação, investigação e análise do 7 dias, e apresente duas ou mais das perfil epidemiológico, além do MANEJO CLÍNICO adequado do paciente (Ver seguintes manifestações: náuseas, Recomendações na Nota Técnica sobre Manejo Clínico das Arboviroses) e ações de vômitos, exantema, mialgia, artralgia, CONTROLE VETORIAL devem ser enfatizados e intensificados pelos profissionais de saúde e cefaléia, dor retro-orbital, petéquias, gestores dos municípios. prova do laço positiva ou leucopenia. Toda criança proveniente ou residente 1. Introdução em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente No Ceará (CE), há casos de dengue notificados desde 1986 e já foram isolados os quatros entre 2 e 7 dias, sem foco de infecção sorotipos (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). A doença manifesta-se de forma endêmica, aparente. com o registro de sete grandes epidemias nos anos de 1987, 1994, 2001, 2008, 2011, 2012 e CASO SUSPEITO DE 2015. A partir de 2015, foi confirmada também a transmissão autóctone dos vírus da CHIKUNGUNYA chikungunya e da zika. Paciente com febre de início súbito Este boletim tem como objetivo apresentar a situação epidemiológica e entomológica da maior que 38,5° C e artralgia ou com dengue, chikungunya e zika no Ceará, descrevendo os dados até a semana epidemiológica artrite intensa de início agudo, não (SE) 29 que abrange o período de 01/01 a 22/07/2017, com algumas análises comparativas explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas com o mesmo período do ano de 2016. endêmicas ou epidêmicas até duas O Estado tem como rotina a divulgação dos dados através do boletim, além de realizar o semanas antes de início dos sintomas monitoramento dos casos utilizando como ferramentas o "Diagrama de Controle da ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado. Dengue" e a "Classificação da Incidência" dos casos notificados de arboviroses (dengue, chikungunya e zika), conforme as orientações contidas no Plano Estadual de Vigilância e CASO SUSPEITO DE ZIKA Controle das Arboviroses. Na figura 1 observa-se o comportamento e a dispersão das doenças transmitidas pelo Aedes Doença febril aguda, autolimitada, aegypti no Estado. Em 2016, dengue e chikungunya mostraram comportamentos com duração de 3 a 7 dias, geralmente semelhantes, com tendências ascendentes até as SE 20 e 22, respectivamente. Nas semanas sem complicações graves. Paciente suspeito apresenta exantema subsequentes, as curvas apresentaram redução no número de casos confirmados, maculopapular pruriginoso destacando-se um pequeno aumento a partir da SE 45. Em contrapartida, nota-se que zika acompanhado de dois ou mais dos demonstrou uma dispersão contínua, entre as SE 05 e 32, porém, com menor número de seguintes sinais e sintomas: febre, registros, caracterizando um padrão diferenciado em relação às demais. hiperemia conjuntival sem secreção, prurido, poliartralgia ou edema Em 2017, a partir da SE 09 observa-se predominância da chikungunya, com aumento na periarticular. confirmação dos casos de forma crescente e significativa, se comparado às demais COLHER AMOSTRA DE TODOS OS arboviroses e ao mesmo período no ano de 2016 (Figura 1). Observa-se que a distribuição CASOS SUSPEITOS DE ZIKA EM dos casos por arboviroses ocorre em todas as faixas etárias, porém, com maior incidência GESTANTES, CASOS GRAVES E entre adultos jovens e pacientes do sexo feminino. Até a SE 29, a incidência de casos ÓBITOS. notificados para arboviroses é de 1.949,7 casos por 100 mil habitantes, distribuídos em 98,9% (182/184) dos municípios, caracterizando um cenário epidêmico no Estado (Tabela 1). Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde | Núcleo de Vigilância Epidemiológica | Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará - CEP: 60.060-440 Fone: (85) 32195539/ 31015215 | Fax: (85) 3101.5197 | Site: www.saude.ce.gov.br | E-mail: [email protected] BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA 28 de julho de 2017 | Página 2/13 Figura 1. Distribuição de casos confirmados de dengue, chikungunya e zika, por semana epidemiológica, Ceará, 2016 e 2017*. Zika Chikungunya Dengue 10000 9000 8000 2016 2017* 7000 6000 5000 Nº Nº de casos 4000 3000 2000 1000 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940414243444546474849505152 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242526272829 Semana Epidemiológica Fonte: Sinan. Dados exportados em 24/07/2017, sujeitos a alterações. Analisando o cenário epidemiológico das três Arboviroses nas últimas cinco semanas, observa-se que 7,9% (12/151) dos municípios das cinco Macrorregiões do Estado apresentam incidências dos casos notificados maiores que 300 por 100 mil habitantes. Quanto à taxa de incidência de casos confirmados, observamos que 36 municípios apresentam incidência entre 0,1 e 100 casos por 100 mil habitantes para o mesmo período (Figura 2). Figura 2. Incidência dos casos notificados e confirmados das Arboviroses, por município e macrorregião, SE 25 a 29, Ceará, 2017*. Notificados Confirmados SE 25 a 29 SE 25 a 29 Fonte: Sinan. Dados exportados em 24/07/2017, sujeito a alterações. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde | Núcleo de Vigilância Epidemiológica | Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará - CEP: 60.060-440 Fone: (85) 32195539/ 31015215 | Fax: (85) 3101.5197 | Site: www.saude.ce.gov.br | E-mail: [email protected] BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA 28 de julho de 2017 | Página 3/13 2. Dengue Em 2017, foram notificados 67.128 casos de dengue no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), correspondendo a uma taxa de incidência no Estado de 748,9 casos por 100 mil habitantes, distribuídos em 98,9% (182/184) dos municípios. No diagrama de controle abaixo observa-se um aumento dos casos notificados a partir da SE 03, com incidência acima do limite superior, registrando o maior pico na SE 15 com 60 casos por 100 mil habitantes. A partir da SE 21, nota-se que a incidência dos casos passa a ficar abaixo da média móvel, refletindo uma tendência de redução das notificações (Figura 3). Figura 3. Diagrama de controle dos casos notificados de dengue até a SE 29, Ceará, 2017*. 70,0 Média móvel Limite superior 2017 60,0 50,0 40,0 Incidência 30,0 20,0 10,0 0,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 Semana Epidemiológica Fonte: Sinan. Dados exportados em 24/07/2017, sujeito a alterações. Foram confirmados 25,8% (17.342/67.128) dos casos em 79,1% (144/182) dos municípios. Na figura 4, observa-se que os casos confirmados estão distribuídos em todas as faixas etárias, mostrando uma concentração de 63,7% (11.048/17.342) dos casos nas idades entre 15 e 49 anos e o sexo feminino correspondendo a 55,9% (9.705/17.342) dos casos. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde | Núcleo de Vigilância Epidemiológica | Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará - CEP: 60.060-440 Fone: (85) 32195539/ 31015215 | Fax: (85) 3101.5197 | Site: www.saude.ce.gov.br | E-mail: [email protected] BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA 28 de julho de 2017 | Página 4/13 Figura 4. Casos confirmados de dengue, segundo faixa etária, Ceará, 2017*. Feminino (n= 9.705) Masculino (n= 7.613) 128 ≥ 80 anos 95 300 70 a 79 anos 206 590 60 a 69 anos 390 978 50 a 59 anos 554 1314 40 a 49 anos 815 1733 30 a 39 anos 1255 2155 20 a 29 anos 1799 Faixa Etária Faixa 1039 15 a 19 anos 938 644 10 a 14 anos 729 489 5 a 9 anos 489 244 1 a 4 anos 234 91 < 1 ano 109 0 500 1000 1500 2000 2500 Nº de casos FONTE: Sinan. Dados exportados em 24/07/2017, sujeitos a alterações. Na figura 5, podemos observar uma discreta dispersão do vírus da dengue no Estado. Até a SE 14, seis (06) municípios apresentavam incidência de casos confirmados acima de 300 por 100 mil habitantes. Até a SE 29, foram identificados onze (11) municípios com altas incidências: Acopiara, Alto Santo, Brejo Santo, Farias Brito, Horizonte, Iracema, Quixeramobim, Tabuleiro do Norte, Milagres, Fortaleza e Jaguaribara. Figura 5. Incidência acumulada de casos confirmados de dengue até SE 29, Ceará, 2017*. SE 14 SE 19 SE 24 SE 29 FONTE: Sinan. Dados exportados em 24/07/2017, sujeitos a alterações. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde | Núcleo de Vigilância Epidemiológica | Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará - CEP: 60.060-440 Fone: (85) 32195539/ 31015215 | Fax: (85) 3101.5197 | Site: www.saude.ce.gov.br | E-mail: [email protected] BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA 28 de julho de 2017 | Página 5/13 2.1 Casos graves e óbitos Em 2017, foram confirmados 78 casos de dengue com sinais de alarme (DCSA) ocorridos nos municípios de Abaiara, Alto Santo, Aracati, Brejo Santo, Caucaia, Chorozinho, Crato, Fortaleza, Guaiúba, Marco, Piquet Carneiro, Russas e Tabuleiro do Norte.
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