Apoio à implementação e sustentabilidade das Áreas Protegidas do Arquipélago do Marajó, especialmente para a Reserva da Biosfera Amazônia- Marajó. Programa Viva Marajó Diagnóstico Socioeconômico, Ambiental e Cultural do Arquipélago do Marajó. Escuta Marajó Versão para diagramação 1 Índice 1. Introdução ............................................................................................................................................. 7 1.1. O Programa Viva Marajó ..................................................................................................................... 7 1.2. Os Públicos preferenciais do Viva Marajó .................................................................................................... 8 2. A Escuta ................................................................................................................................................. 9 2.1. Metodologia ....................................................................................................................................... 9 4.1. Saúde ............................................................................................................................................... 14 4.2. Educação .......................................................................................................................................... 28 4.3. Saneamento básico e Lixo ................................................................................................................. 43 5. Contexto Fundiário .............................................................................................................................. 50 5.1. Parque Estadual de Charapucu e a Reserva da Biosfera ................................................................................ 52 5.2. Projetos de Assentamentos Agroextrativistas (PAE´s) ................................................................................... 54 5.3. Comunidades Quilombolas ............................................................................................................................ 66 6. Estratégias econômicas ........................................................................................................................ 70 6.1. Unidade de produção ..................................................................................................................................... 71 6.2. Extração florestal não-madeireira .................................................................................................................. 71 6.3. Exploração florestal madeireira ..................................................................................................................... 84 6.4. Pesca ............................................................................................................................................................... 90 6.5. Agricultura ...................................................................................................................................................... 98 6.6. Criação de pequenos animais ....................................................................................................................... 102 6.7. Pecuária ........................................................................................................................................................ 103 2 Créditos Período do trabalho Junho de 2010 a novembro de 2011 Diretor Geral João Meirelles Filho Equipe Peabiru Maria Jose Barney Hermógenes Sá Ana Carolina Vieira Carlos Augusto Ramos Richardson Frazão Ana Gabriela Fontoura Francinaldo da Costa Junior Vivian Silva Manoel Potiguar Maíra Parente 3 Pesquisadores Salvaterra, Soure, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari Vanessa de Paula Morimoto Simone Melo Samir Casseb Luiza Bastos Marcos Paulo Lima Fernanda Belich Aguiar São Sebastião da Boa Vista, Muaná, Ponta de Pedras e Curralinho Mônica Lizardo de Moraes Vanessa Malheiro Morais Pedro Nabuco de Araújo Gustavo Dutra Rafael Pinheiro Araújo 4 Gurupá, Anajás, Afuá e Chaves Pedro Pereira Leitão Sara Baima Silva Ricardo Rodrigues Luiz Guilherme Ramos Junior Nailana Thiely Breves, Bagre, Melgaço e Portel Jamerson Rodrigo Campos Letícia Sales de Oliveira Mônica Nazaré Leite Sidney Pereira Rodrigo Pires Fotografias e vídeos Fernanda Belich Aguiar Rafael Pinheiro Araújo Nailana Thiely Rodrigo Pires 5 Endereço do Peabiru: Tel 91.3222.6000 Rua Ó de Almeida, 1083 – Reduto Belém, Pará, 66.053-190 www.peabiru.org.br Contato: [email protected] Documento Final entregue em 30 de Novembro de 2011 após validação das Oficinas de Socialização nos 16 municípios do Marajó. Sujeito a atualizações até a publicação final. 6 1. Introdução 1.1. O Programa Viva Marajó O programa Viva Marajó é uma ação do Instituto Peabiru e do Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável da região do Marajó envolvendo parcerias científicas, institucionais e de financiadores. Trata-se de um conjunto de ações de longa duração, a partir da valorização dos capitais ambiental, socioeconômico e cultural, para fortalecer processos de transformação das comunidades do Arquipélago do Marajó. Os eixos de ação do Viva Marajó são: I. Conservar o patrimônio ambiental e cultural – apoiar, monitorar e influenciar instituições locais, regionais, nacionais e internacionais na criação e gestão de sistema de unidades de conservação para proteger áreas significativas de paisagens e sítios arqueológicos. Pretende ainda contribuir para o sistema estadual de unidades de conservação, fortalecendo a candidatura do Marajó como Reserva da Biosfera Amazônia Oriental – Marajó junto à UNESCO; II. Capacitar para o Desenvolvimento Institucional – apoiar instituições locais em seus processos de fortalecimento, para maior formalização, governança, sustentabilidade financeira, representatividade, posição de mercado e acesso a recursos a que tem direito; III. Realizar Campanha de Valorização do Marajó – inserir o Marajó na agenda de formadores de opinião, veículos de comunicação, e para a sociedade em geral, por meio de: ações de comunicação da identidade marajoara, a partir do reconhecimento de seu território natural e cultural, valores e saberes e fazeres locais; e da divulgação de iniciativas capazes de se tornarem políticas públicas e institucionais, motivadoras e inspiradoras ao processo de desenvolvimento. IV. Contribuir para inserção do Marajó no Mercado da Sustentabilidade - identificar produtos e serviços representativos do território, sua biodiversidade e cultura, capazes de se diferenciar e gerar benefícios socioeconômicos duradouros (conceito de terroir). Contribuir para o fortalecimento de cadeias de valor sustentáveis, inclusivas, biodiversas e neutralizadoras de carbono, a partir de prioridades locais, observando-se oportunidades de demanda. O programa Viva Marajó é parte de uma ação maior de articulação da sociedade, a Rede Viva Marajó da Sociedade Civil, que mobiliza hoje diferentes atores pela melhoria da qualidade de vida, a conservação da biodiversidade e da cultural e promoção da sustentabilidade do Marajó. 7 Importante comentar que a economia do Marajó encontra-se estagnada e, em alguns casos, em declínio acentuado, em contraponto ao boom econômico brasileiro. A implementação das políticas públicas inclusivas também merece maior atenção, tanto no nível estadual como federal, e especialmente aquelas capazes de permitir a retomada do crescimento econômico, baseado agora, nos princípios da sustentabilidade. De certa maneira, este estudo pretende contribuir com a identificação ações para este fim. Além disso, o estudo pode ser ferramenta importante de comparação às ações previstas no Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Marajó, elaborado em 2007 pela Casa Civil da Presidência da República, para a melhoria das condições de vida no arquipélago. O Diagnóstico Socioeconômico do Marajó (Escuta) foi o primeiro passo do Instituto Peabiru para se posicionar e fundamentar a elaboração de projetos. Além disso, tem o propósito de gerar subsídios à sociedade local sobre o andamentos das ações previstas no Plano Marajó do Governo Federal. 1.2. Os Públicos preferenciais do Viva Marajó Viva Marajó atuará com organizações representativas da cultura e da sociedade do Marajó, bem como aquelas que trabalham em pesquisa e desenvolvimento tecnológico na região. Entre as organizações privadas estão associações comunitárias, cooperativas, entidades de classe e empresariais. Entre as organizações públicas as prefeituras, escolas estaduais, organismos das áreas de meio ambiente, pesquisa científica e cultural. A prioridade é para o entorno de unidades de conservação e de sítios arqueológicos. 8 2. A Escuta Conhecer as necessidades, anseios e potencialidades das populações dos 16 municípios da mesorregião do Marajó, tanto da área insular como da continental eram os objetivos desse diagnóstico. A esse processo carinhosamente demos o nome de Escuta. Denominamos a esse processo de Escuta por entendermos que os Figura 1 – Mesorregião do Marajó e seus 16 municípios limites disciplinares não captam os desafios das realidades marajoaras para a ação social e cultural do programa, mas dão uma idéia do status quo da região. É premissa do nosso programa o reconhecimento da necessidade de efetivação do discurso da inclusão social e da garantia de acesso aos direitos sociais básicos. A escuta buscou integrar as dimensões individuais, sociais, políticas e ambientais da realidade marajoara. A Escuta permitiu ainda mapear os atores sociais e identificar
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