Exterior: Entrevista Guilherme Siqueira

Exterior: Entrevista Guilherme Siqueira

JUNHO DE 2017 - ANO I - Nº 0001 VAZIO EM MÉDIA, ESTÁDIOS CATARINENSES NAS SÉRIES A E B 2016 TIVERAM POUCO MAIS DE UM QUARTO DE SUA CAPACIDADE OCUPADA POR JOGO: O QUE EXPLICA OS NÚMEROS BAIXOS E COMO OS CLUBES TRABALHAM PARA ATRAIR O TORCEDOR? > EXTERIOR: ENTREVISTA > ANÁLISE TÁTICA: AVAÍ E GUILHERME SIQUEIRA CHAPE NO BRASILEIRO 1 Junho de 2017 índice editorial Esta revista foi elaborada pelo acadêmico Bruno da Silva, como PÁGINA 6 edição número 1 de ‘Casamata’ é, acima de tudo, a trabalho de conclusão de curso de 6 materialização de uma trajetória, sempre voltada Jornalismo da Universidade Federal Entrevista. Hemerson de Santa Catarina, sob orientação da para a aquisição de conhecimento relacionado ao Prof. Dra. Tattiana Gonçalves Teixeira. Maria: objetivos e desafios esporte. O pré-projeto desta revista, que aborda as- Todo o conteúdo foi produzido de ser treinador exclusivamente para o projeto. Por Foto: Divulgação/Joinville EC suntos relacionados ao estado de Santa Catarina, foi ser um projeto de conclusão, esse adiantado no segundo semestre de 2016 e esta pu- trabalho não possui fins comerciais ou PÁGINA 9 blicação foi desenvolvida entre março e junho deste lucrativos ano, mas o produto final é o resultado de toda uma Edição, arte, infografia Público: como os clubes vida dedicada à leitura, pesquisa e gasto de tempo para adquirir e ab- e diagramação trabalham para atrair mais sorverA a maior quantidade de informações possível sobre futebol. Bruno da Silva 12 torcedores aos estadios Foto: Getty Images Equipe de redação A proposta desta edição é trazer à tona narrativas pouco contadas, PÁGINA 12 personagens com pouco espaço e memórias que devem ser preser- Bruno da Silva Lucas Martins Taticamente: Como a vadas em um estado que tem muita história – exemplificada pelos Mariana Garboggini Sá 12 campeões estaduais que não jogam mais profissionalmente. Um Vinícius Dutra Chape se reconstrói aspecto que circula por toda a publicação é a força de vontade de pes- Fotos dentro de campo soas para com os seus clubes. Distante dos palcos mais glamorosos Foto: Sirli Freitas/Chapecoense desse esporte que faz circular tanto dinheiro, pessoas batalham para Agência EFE Bruno da Silva PÁGINA 15 que suas paixões continuem vivas. Divulgação clubes Getty Images 15 Exterior: Guilherme ‘Casamata’ também apresenta números, estatísticas e gráficos, Foto de capa Siqueira fala da carreira de utilizados para que formem sequências de fatos e compunham nar- 9 sucesso na Europa Getty Images rativas relevantes, que ajudem a entender outro lado do futebol: o Foto: Divulgação/Valencia CF negócio. Logo PÁGINA 18 Amanda Ribeiro Marques Espera-se que ler ‘Casamata’ seja, além de uma fonte de informa- Luiz Fernando N. Menezes Após episódio trágico, Sônia Cristina dos Santos ção, uma experiência de construção de conhecimento. Sem a preten- Kindermann volta a ativa são de ser perfeita, a revista espera ser relevante para quem a produz, Impressão com futebol feminino lê e se relaciona com os temas abordados. Duplic Digital Foto: Divulgação/SE Kindermann Aproveite! Junho de 2017 18 Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Comunicação e Bruno da Silva Expressão [email protected] Departamento de Jornalismo Junho de 2017 2 3 Junho de 2017 que não tinham onde encontrar. Eu ia no BID (Boletim R$ 60 mil. No Estadual, o valor era quase redes sociais Informativo Diário) da CBF, no Google para informar o o triplo. Essa diminuição para a competi- torcedor. Foi como começou”, explica. ção nacional foi uma estratégia do clube O Colorado possui seis programas de sócio, com para reduzir gastos. valores variando entre R$ 20 e R$ 120. Atualmente o “O Inter tem um peso muito grande clube tem cerca de 1,5 mil associados, mas apenas um de dívidas contraídas por administrações Foto: Arquivo pessoal terço deles é adimplente. Assim como em outras áreas, passadas. Desde 2013, temos um acordo é comum na Serra Catarinense que o torcedor tenha com a Justiça do Trabalho pra pagar pau- um clube ‘grande’ e tenha simpatia pelo Inter. O clube latinamente pendências com ex-atletas e considera que o potencial de sua torcida gira em torno funcionários. Esse dinheiro vai para um de 330 mil pessoas, a população da região serrana. fundo, que depois é distribuído pela justi- Patrick Cruz é jornalista formado pela Universidade ça, em concordância com os advogados”, http://paixao.com.br Federal de Santa Catarina em 1999 e atuou por mais explica. de 15 anos como jornalista de economia, passando por Ver a popularização e o crescimento da Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Portal IG, Revista marca Inter de Lages no Brasil, compara- Exame e Veja. Atualmente, é redator-chefe da revista do ao que existia há 10 anos, é o que o faz >> PÁGINAS DO INTER DE LAGES NA INTERNET GANHAM RECONHECIMENTO COM BOM HUMOR E GQ no Brasil. Patrick mora em São Paulo, mas nunca mais feliz. “Se você procurasse no Google Fom tem sua própria agência, mas sempre colabora com fotos para as páginas do Inter abandonou o seu time do coração. A partir de 2011, as ‘Inter de Lages’, em 2009, você não encon- FANATISMO ABASTECIDAS COM TRABALHO VOLUNTÁRIO DE APAIXONADOS PELO CLUBE E PELA CIDADE redes sociais - ainda não-oficiais - foram ganhando ou- trava nada. Absolutamente nada. Tinha um verbete no o ‘Leoa do Mês’, na revista O Bem Amado, projeto focado tras plataformas: Facebook, Instagram e Twitter eram as Wikipedia, com duas linhas. Agora está atualizado, e no Inter que circulou até 2015. Esse editorial de linge- novas fontes de informação do Leão Baio, que viu sua quem escreve sou eu. Eu mesmo faço os releases, falo ries foi meu primeiro trabalho especificamente para o fama aumentando. com a comissão técnica, faço mail-in, e mesmo não es- Inter”, relembra. Fom conta que sempre envia fotos du- > por BRUNO DA SILVA Mesmo com o crescimento nas tando lá, estou sempre rante o jogo, para que elas possam ser divulgadas pelas redes sociais, o Inter continuava nas atualizando as redes so- redes sociais do Colorado. pauta jornalística tem várias definições, Em 2008, o Inter acabou rebaixado para a terceira divisão divisões inferiores do futebol catari- ciais, tem notícias todos O crescimento do Inter de Lages não só na esfera mas, basicamente, é um instrumento de estadual e a administração era ruim… Quando a gente nense. E a transformação dos meios “Eu sabia que o os dias. Tenho um en- estadual, chamou atenção do Confederação Brasileira orientação para repórteres e produtores. começou, nem havia Facebook, usávamos o Orkut e eu de comunicação de Patrick Cruz volvimento como torce- de Futebol, que publicou em seu site oficial o material Na maioria das vezes, o jornalista tenta administrava uma página lá. Usávamos esses canais para para oficiais tem tudo a ver com a Inter não era só dor, mas também como enviado pelo Colorado. Mais uma pequena conquista pensar em um roteiro para desenvolver, algum tipo de canal de informação. As vezes as pessoas não consolidação do clube no cenário do aquela foto amarela profissional, gosto das para quem começou todo esse trabalho do zero. “Dá or- inclusive com previsões de pergunta aos tinham nem como se informar direito sobre o clube, por- esporte do estado. “No fim de 2012, coisas bem feitas. Doía gulho, porque é uma coisa do torcedor tirar o time das entrevistados. Mas, não é raro que o eu e algumas pessoas nos reunimos na parede, não era ver o Inter ser tratado profundezas. Sendo um torcedor mais velho, eu já tinha produto final tome rumos diferen- para tirar o presidente anterior. E, como qualquer coisa”, visto o Inter fazer grandes campanhas. Eu sabia que o tes do que inicialmente foi pensado. Aqui, a ideia depois de muitas conversas, negocia- um time qualquer” admite. Inter não era só aquela foto amarela na parede, não era inicialA era falar sobre a irreverência e as diferentes ções, ele saiu depois de mais 20 anos Mesmo com essas um time qualquer, eu tinha essa convicção, não só como estratégias das redes sociais do In- no comando do clube e esse grupo dificuldades, as páginas torcedor, mas também como conhecedor da história do ternacional de Lages. Mas, a repor- assumiu a diretoria. Assim, os canais informais, que já oficiais do Internacional de Lages estão sempre atuali- futebol catarinense”. tagem produzida é muito mais do tinham um bom número de seguidores, e já eram fonte zadas. Todos os jogos, todos os gols, de todas as competi- Patrick nunca viu o Inter de Lages campeão da elite que isso. É uma história de como a de notícia, foram oficializados. Até para não começar- ções, estão organizados no Youtube. No flickr, são mais do Catarinense. O único título importante foi em 1965. paixão do torcedor pode ajudar a mos do zero, fizemos isso. Esse grupo, que foi formado de oito mil fotos disponíveis, colaboração de fotógrafos Mas o orgulho do ‘estagiário’ é ver o clube de volta ao O início do trabalho de reerguer um clube de futebol. em 2012, já mudou e eu sou o único que permaneceu. da cidade, que também fazem o trabalho de graça. Greik cenário que ele merecia. Mas, a trajetória do Colorado “Quando você for escrever o Eu sempre administrei as redes sociais mesmo de longe. Pacheco, Fom Conradi, Nilton Wolff e Zé Rabelo são os não acaba aí. E uma inspiração que vem do Oeste o faz Patrick foi anos antes do texto, escreva tudo em caixa alta e Fazia e ainda faço voluntariamente, apesar de hoje eu mais assíduos, mas há outros, que contribuem com me- acreditar. “A Chapecoense, por exemplo, há 10 anos, era retorno do Colorado à elite negrito, que será o estagiário do In- participar das decisões do clube”, diz.

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