UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA CRÍTICA À MODERNIDADE AO ENCONTRO COM A AMÉRICA LATINA: A LITERATURA DE RESISTÊNCIA DO ARGENTINO ERNESTO SÁBATO AMANDA ALVARENGA FERNANDES OLIVEIRA GOIÂNIA 2018 ii iii AMANDA ALVARENGA FERNANDES OLIVEIRA DA CRÍTICA À MODERNIDADE AO ENCONTRO COM A AMÉRICA LATINA: A LITERATURA DE RESISTÊNCIA DO ARGENTINO ERNESTO SÁBATO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás como critério para a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Cultura, Fronteiras e Identidades Linha de Pesquisa: Ideias, Saberes e Escritas da (e na) História Orientadora: Profa. Dra. Libertad Borges Bittencourt GOIÂNIA 2018 iv Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG. Oliveira, Amanda Alvarenga Fernandes Da crítica à modernidade ao encontro com a América Latina: a literatura de resistência do argentino Ernesto Sábato [manuscrito] / Amanda Alvarenga Fernandes Oliveira. - 2018. ix, 135 f. Orientador: Profa. Dra. Libertad Borges Bittencourt. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de História (FH), Programa de Pós-Graduação em História, Goiânia, 2018. Bibliografia. 1. Ernesto Sábato. 2. História. 3. Literatura. 4. Resistência. 5. Existencialismo. I. Bittencourt, Libertad Borges, orient. II. Título. CDU 94(8) v vi Este trabalho é dedicado aos meus sobrinhos: Sabrina, Alice, Laís, Miguel (in memoriam), Caio, Ismael e Arthur. Ensinam-me, diariamente, a grandeza da vida. AGRADECIMENTOS É impossível que um indivíduo “faça-se” sozinho, pois sua condição de sujeito social o coloca em constante convivência com outros indivíduos que atuarão – direta ou indiretamente – na construção do “si mesmo”. Só foi possível que eu finalizasse este trabalho pois pude contar com o apoio de muitas pessoas e, a elas, direciono os meus mais sinceros agradecimentos. Agradeço, primeiramente, ao Rodrigo Santos Monteiro Oliveira: meu marido, melhor amigo, primeiro e mais severo leitor, maior incentivador e companheiro de caminhada por essa grande experiência chamada vida. Quantas vezes, ao longo destes anos, pensei em abandonar a pesquisa por julgar-me incapaz de termina-la?! Não fosse ele, com seus carinhos diários, seu amor, a enorme paciência e conselhos preciosos, assim o teria feito! Agradeço por não ter desistido de mim, mesmo quando eu (em certa medida) já tinha. Digo, sem nenhuma ressalva no coração: este trabalho é tanto meu quanto dele. Agradeço à toda minha “Ohana”. Aos meus pais, Márcia das Graças Alvarenga Fernandes e José Carlos Fernandes, palavras nunca serão suficientes para expressar meu amor e gratidão! Desde o primeiro dia de minha existência se fizeram presentes, e sempre me encorajaram a trilhar meu caminho escolhendo não as saídas mais fáceis, mas aquelas que fizessem o corpo inteiro tremer de vontade/necessidade. São, sem sombra de dúvidas, os meus mais fortes exemplos de seres humanos. Aos meus irmãos (Leopoldo Henrique, Cassiana, Marcela e Rebeca), por dividirem comigo todos os momentos fundamentais da vida, bons ou ruins. Também às irmãs com quem não divido o mesmo sangue e material genético, mas com quem divido a alma: Ingrid e Pâmella. Todos os seis sempre foram meus cúmplices e portos seguros; para quem (tenho certeza!) posso voltar-me a qualquer momento. Cada um deles, com sua própria força, é responsável por moldar grande parte do que sou. Assim como aos cunhados, companheiros de meus irmãos (Simone, Danilo, Willian Gustavo, Paulo Otávio, Warley e Lucas), agradeço muito por fazerem-lhes tão felizes! Faço parte de outra família, igualmente maravilhosa e importante para mim. Aos meus sogros, Renata Santos Monteiro Oliveira e Edson da Silva Oliveira, sou grata pelo carinho e atenção que constantemente me disponibilizam, e por terem prontamente me agregado em seu seio familiar. Também aos cunhados e concunhadas, Felipe, Rafael, Camila e Brunna Beatriz, agradeço a imensa ternura e o cuidado oferecidos. viii Aos meus sobrinhos, para quem também dedico este trabalho, Sabrina, Alice, Laís, Caio, Ismael e Arthur, agradeço pela ingenuidade, pelas brincadeiras, pela leveza na maneira como encaram e vivem a vida. Agradeço por todos os abraços e demais demonstrações de afeto, sempre com um timing perfeito, acalentando-me nos dias de maior descrença e pessimismo. Também ao Miguel, meu sobrinho que fez uma passagem tão curta neste mundo, mas que tanto me ensinou sobre a vida e a importância dela! Sou grata, na mesma medida, a todos meus outros tios e primos, especialmente às tias Elizabeth (também minha madrinha), Virgínia e Diana, por terem sempre me acolhido como filha. Agradeço ao Professor Doutor Carlos Oiti Berbert Júnior, quem me acompanhou desde a graduação, confiando-me bolsas de iniciação científica e dando sugestões e alternativas diversas. Foi graças à sua indicação que conheci Ernesto Sábato e todo este trabalho pôde, então, ser pensado e estruturado. À Professora Doutora Libertad Borges Bittencourt, agradeço os conselhos e referências bibliográficas que indicou durante todos os anos de pesquisa, além de aceitar acompanhar-me nesta etapa final do caminho, com leituras e correções muito atenciosas. À Professora Doutora Fabiana de Souza Fredrigo, pela compreensão e acalanto com que me recebeu em um momento de muita consternação do processo, bem como por suas referências bibliográficas e leituras atenciosas e, igualmente, pela montagem de um roteiro de escrita após o Exame de Qualificação: este trabalho só encontra-se organizado desta maneira graças a isso. Também sou grata a estas duas professoras por compartilharem comigo – e com todos seus alunos – o entusiasmo pela América Latina, nosso continente tão plural e rico em possibilidades. À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) agradeço pela bolsa de estudos oferecida, possibilitando que eu me dedicasse exclusivamente aos estudos e desenvolvimento desta pesquisa durante a maior parte do processo. É simplesmente impossível viver sem amigos, pois eles são a família que nos cabe escolher e cultivar. Agradeço à Mariana Carrijo Medeiros que, com seus esforços e entusiasmos desmedidos, ensina-me a viver a vida de maneira mais serena e ajudou-me a superar todas as contingências da graduação e do Mestrado. Sou muito grata por sua amizade dedicada desde o momento mesmo em que nos conhecemos, e por todo o compartilhar. Aos outros amigos feitos durante os tempos na faculdade, principalmente à Thalita Santana e ao Paulo Sérgio, agradeço por todos os momentos vividos juntos, de muita alegria, mas também de muito aprendizado com as diferentes experiências e percepções de cada um. Também aos colegas Augusthus, Luana Beatriz, Poliana Gabriel, Talita Michelle, Nayara, Natália Pessoni, ix Marli, Eva, Juliana Pacheco, Matheus e Neide, agradeço o dividir de seus sucessos e fracassos durante os respectivos processos. Ainda, agradeço aos amigos feitos graças ao curso de francês na Aliança Francesa: Teresa e Pedro (“Rachel Green e Ross Geller”), Larissa, e as incríveis professoras Graziela, Auristela, Isabelle e Patricia. Merci beaucoup, mes chouchous! Amizade é se fazer presente, mesmo quando não se está. Aos “Cedegês” eu agradeço por constantemente seguirem essa premissa: ainda que morando longe, conto com a motivação e conselhos de cada um deles. Porém, é preciso agradecer especialmente à Ju (Juliana Prado) e à And (Lulcineia Souza), por serem “minhas pessoas”; com elas divido muito da vida (assim como dividirei minha “tequila da comemoração pela defesa”), e posso ser exatamente quem sou. Sou grata também às amizades da Rafaela, Naiara e Ana Paula, que me acompanham desde o Ensino Médio e que eu tenho certeza, independente do tempo que se passe sem que nos vejamos pessoalmente, estão torcendo por mim assim como torço por elas. Ser acometida por um diagnóstico de depressão, durante esse percurso, caracterizou-se em um constante sentir-me só e incapaz, mesmo com a consciência de estar cercada e amparada por todas essas pessoas. Por isso, agradeço aos médicos psiquiatras Cynthia Pinto e Diogo Reis Mariano, pela compreensão e cuidado ao estabelecerem meu tratamento e, também, aos psicólogos Leila Cristina de Melo e Lucivaldo Cosmi de Freitas, pelas conversas e escutas francas, com os quais dividi algumas de minhas angústias mais íntimas. Sinto necessidade de agradecer aos meus avós maternos, Hugo e Floracy, pois muitas das minhas memórias da infância (fase fundamental da existência de qualquer indivíduo) possuem estes como referências. Agradeço-os por todo o amor que dedicaram a mim e que deixaram em mim, e desejo que, caso haja uma próxima vida – ou pelo menos um próximo “plano” –, eu possa compartilha-la com eles novamente! Finalmente, agradeço a tod@s aquel@s que, de certa maneira, em algum momento, cruzaram meu caminho e ajudaram/ajudam em minha formação pessoal. “Ter escrito algo que te deixa como um fuzil disparado, que ainda vibra e fumega, ter te esvaziado por inteiro de ti mesmo, pois não só descarregaste o que sabes de ti mesmo, como também do que suspeitas ou supões, bem como de teus estremecimentos, teus fantasmas, tua vida inconsciente, e tê-lo feito com fadiga e tensão sustentada, com cautela constante, tremores, descobrimentos repentinos e fracassos, tê-lo feito de modo que toda a vida se concentrasse nesse determinado ponto, e advertir que tudo isso é como se não existisse se não o acolhe e lhe dá calor um signo humano, uma palavra, uma presença; e morrer de frio, falar no deserto, estar sozinho, noite e dia, como um morto.” (Cesare Pavese) RESUMO O homem moderno viu-se traído pela razão matemática, na qual havia depositado toda sua fé após virar as costas a Deus e aos mitos. Este sujeito dominou a natureza e a subjugou às suas vontades e técnicas, porém, perdido em meio aos símbolos e teoremas, não conseguiu encontrar respostas para suas angústias e sentiu-se cada vez mais só (ainda que cercado por todos os outros sujeitos do mundo).
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