Cinema E América Latina Estética E Culturalidade

Cinema E América Latina Estética E Culturalidade

Cinema e América Latina estética e culturalidade Anelise R. Corseuil Fabián Núñez Karla Holanda (Orgs.) Cinema e América Latina estética e culturalidade Anelise R. Corseuil Fabián Núñez Karla Holanda (Orgs.) Editora SOCINE — Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual 2016 Organizadores Anelise R. Corseuil Fabián Núñez Karla Holanda Revisão ABNT Morena Porto Projeto gráfico, diagramação, editoração eletrônica e capa Letícia Beatriz Folster Diretoria Presidente: Cezar Migliorin Ficha Catalográfica elaborada por Morena Porto CRB 14/1516 Vice-Presidente: Alessandra Brandão Secretária Acadêmica: Roberta Veiga Tesoureira: Suzana Reck Miranda Secretária: Débora Rossetto Comissão Editorial Afrânio Catani (USP) Beatriz Furtado (UFC) Bernadette Lyra (UAM) Consuelo Lins (UFRJ) João Guilherme Barone (PUC-RS) Tunico Amancio (UFF) Sumário 4 10 26 Cinema e América Latina: Interculturalismo, Multiculturalismo e Hibridações de Classicismo e modernidade em Leopoldo Torre Nilsson debates estético–historiográficos e culturais gênero em Tony Manero e Prófugos, de Pablo Larraín Estevão Garcia Anelise R. Corseuil | Fabián Núñez | Karla Holanda Luiza Lusvarghi 39 53 66 A anatomia das aparências: Ilusiones ópticas de Viagens hemisféricas: deslocamentos e A adolescência diaspórica em La Jaula Cristián Jiménez e o Chile atual (e seu cinema) fronteiras em A Jaula de Ouro e El Norte de Oro (Diego Quemada-Díez, 2014) e Fabián Núñez Anelise R. Corseuil Pelo Malo (Mariana Rondón, 2013) Rafael Tassi | Sandra Fischer 82 96 Direção de fotografia e sexualidade: Cinema (documentário) e feminismo no Brasil um estudo sobre a construção visual de Karla Holanda combinações sexo–gênero–desejo abjetas Marina Cavalcanti Tedesco 112 129 144 A música e a emoção no âmago do Melodrama, AK-47 e pó: a “Ilustrados” x “iniciados”, “melancólicos” x documentário de Santiago Álvarez narconovela latino-americana “propositivos”: tipos críticos latino-americanos Marcelo Prioste Maurício de Bragança Eliska Altmann 161 178 Ruínas, monumento e periferia — o modernismo em três Autores metrópoles da América Latina através do audiovisual Marília Bilemjian Goulart Cinema e América Latina: debates estético–historiográficos e culturais Anelise R. Corseuil | Fabián Núñez | Karla Holanda Os capítulos publicados neste livro são o resultado dos trabalhos apresentados no Seminário Temático Cinema e América Latina: hibridismos, debates estético–historiográficos e culturais, ocorrido nos Encontros Internacionais da SOCINE a partir de 2013, cujo objetivo principal foi discutir a produção audiovisual na América Latina, conside- rando suas especificidades, hibridismos e paralelismos. Os ensaios analisam a totalidade do fenômeno audiovisual, a saber, produção, exibição e recepção, buscando estabelecer um campo de reflexões sobre o audiovisual e o continente latino-americano e suas relações com países vizinhos. Para esse intuito, lançamos mão de análises sobre aspectos culturais, estéticos, políticos, históricos, sociais, institucionais e tecnológicos. A partir dos anos 1960, com a irrupção do Nuevo Cine Latinoamericano (NCL), o cinema da América Latina chamou a atenção internacional, estabelecendo um diálogo com a crítica e a teoria estrangeiras ao buscar se auto definir, ou seja, compreender as suas singularidades estéticas e ideológicas, a partir sobretudo de contraposições às produ- ções estrangeiras ou regionais anteriores ao NCL. Portanto, ao se tornar um marco referencial nas discussões sobre cinema e América Latina, o NCL sofre o risco de “monumentalização”, convertendo-se no código pelo qual tudo o que deve ser entendido por “cinema latino-americano” deve ser interpretado. Frisamos que a maior vítima desse impulso “monumentalizador” é o próprio NCL, uma vez que se apagam, desse modo, as suas nuances e contradições, inerentes a qualquer processo artístico. Anelise R. Corseuil; Fabián Núñez; Karla Holanda, Cinema e América Latina: debates estético–historiográficos e culturais Portanto, o propósito do reunir pesquisas sobre o Audiovisual e a América Latina objetivou estabelecer um campo de reflexões sobre o tema seguindo o esteio da revisão historiográfica. Por isso, a necessidade de um procedimento interdisciplinar ao estabelecer novos recortes e vieses de estudo. Assim, o presente livro visa divulgar o trabalho de pesquisadores preocupados em propor outros métodos teórico-metodológicos na abordagem sobre a cultura e o fenômeno audiovisual na América Latina. Entre as nossas preocupações está estabelecer outras propostas de estudos sobre movimentos estéticos consolidados na historiografia; analisar filmes e realizadores subestimados pela crítica e historiografia e pelos estudos acadêmicos; acampar estudos em áreas tradicionalmente não abordadas, como a recepção e a preservação; debates sobre a produção e a recepção da produção contemporânea e propor estudos que interrelacionem o audiovisual brasileiro com o restante da América Latina, visando inserir as preocupações em torno do cinema brasileiro com as cinematografias vizinhas. 5 Nesse contexto apresentamos os capítulos deste volume. O capítulo de Luiza Lusvarghi Interculturalismo, Multiculturalismo e Hibridações de gênero em Tony Manero e Prófugos, de Pablo Larraín analisa a hibridação dos gêneros e o interculturalismo (Canclini, 2001) em obras ficcionais para cinema e televisão a partir de duas narrativas criminais de Pablo Larraín, o filme Tony Manero e a série Prófugos (HBO, 2011–2013). A perspectiva teórica adotou ainda o conceito de gênero ficcional televisivo como categoria cultural proposto por Jason Mittell (2004, 2012), os estudos de Steve Neale (2000) sobre gêneros fílmicos hollywoodianos, e os de Robert Stam (2003) sobre multi- culturalismo e transtextualidade. A partir dos filmes de Torre Nilsson da virada dos anos 1950 para os 60, como obras de transição entre o cinema clás- sico e o moderno, o capítulo de Estevão Garcia, Classicismo e modernidade em Leopoldo Torre Nilsson, analisa o filme El secuestrador (1958) e sua recepção crítica. Para o autor, o filme apresenta características do cinema moderno, com estratégias do cinema clássico, que, revela convergência ética com o neorrealismo italiano, apresentando seu inconformismo ao demonstrar as imperfeições de sua sociedade. Cinema e América Latina: estética e culturalidade Em A anatomia das aparências: Ilusiones ópticas de Cristián Jiménez e o Chile atual (e seu cinema), Fabián Núñez analisa as inter-relações entre o longa-metragem ficcional chileno Ilusiones Ópticas (2009) de Cristián Jiménez e aspectos do Nuevo Cine Chileno, dos anos 1960/70. O capítulo propõe uma reflexão sobre o vínculo desse movimento com a produção cinematográfica contemporânea, buscando entender as transformações ocorridas na sociedade chilena, ao pensar o cinema como um meio de reflexão sobre a identidade nacional. Os dois próximos capítulos desse volume analisam, sob diferentes perspectivas, o filme A Jaula de Ouro (2013), dirigido por Diego Quemada-Díez. Em Viagens hemisféricas: deslocamentos e fronteiras em A Jaula de Ouro e El Norte, Anelise R. Corseuil analisa as relações entre as fronteiras culturais representadas nos filmes A Jaula de Ouro e El Norte (1983), dirigido por Gregory Nava. A Jaula de Ouro foi premiado em vários festivais, o que possibilitou reco- nhecimento internacional ao filme; El Norte foi indicado ao Oscar por melhor roteiro original. Os filmes narrativizam 6 a jornada de imigrantes guatemaltecos rumo aos EUA, em busca de melhores condições de vida, sendo a viagem percorrida pelos protagonistas fonte de questionamento sobre as formas de contato e representação das culturas latino-americanas e estadunidense. Em A adolescência diaspórica em La Jaula de Oro (Diego Quemada-Díez, 2014) e Pelo Malo (Mariana Rondón, 2013) de Rafael Tassi e Sandra Fischer, os autores exploram as inter-relações entre a estruturação psíquica dos personagens e os contextos simbólicos a partir dos quais são originadas, focalizando a fragmentação deste cinema migratório, que avança no tratamento das características fundacionais do nomadismo emergente, em que os sujeitos emergentes, apresentam-se desreferencializados e presos a territorialidades pouco ou nada acolhedoras. As questões de gênero e a produção fílmica no Brasil são abordados em Direção de fotografia e sexualidade: um estudo sobre a construção visual de combinações sexo–gênero–desejo abjetas, de Marina Tedesco. A autora reflete sobre os desdobramentos da direção de fotografia cinematográfica e audiovisual e seus atravessamentos de gênero e sexualidade. A partir do entendimento de que as técnicas não são neutras, e sim desenvolvidas a partir de Anelise R. Corseuil; Fabián Núñez; Karla Holanda, Cinema e América Latina: debates estético–historiográficos e culturais um saber, a autora analisa pressupostos que embasaram a constituição do “como fazer” hegemônico da captação de imagens em movimento. Após a análise de diversos manuais de cinematografia publicados entre 1930 e 2000 e de entrevistas e memórias de diretores de fotografia, a autora constata que, historicamente, as prescrições para se registrar de maneira “correta” a imagem de uma pessoa têm variado em função de ela ser homem ou mulher. Em Cinema (documentário) e feminismo no Brasil, Karla Holanda discute a produção do documentário no Brasil, relacionando-o ao feminismo. Para a autora a importância de destacar o cinema feito especificamente por mulheres suscita a discussão dos motivos pelos quais tais diretoras e filmes foram ignorados ou receberam pouca atenção da história e dos

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