O GRES Acadêmicos Do Salgueiro E As

O GRES Acadêmicos Do Salgueiro E As

Universidade Federal Fluminense Centro de Estudos Gerais Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Área de História Programa de Pós-Graduação em História - Doutorado Guilherme José Motta Faria O G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e as representações do negro nos desfiles das escolas de samba nos anos 1960 Niterói 2014 1 Universidade Federal Fluminense Centro de Estudos Gerais Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Área de História Programa de Pós-Graduação em História – Doutorado Guilherme José Motta Faria O G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e as representações do negro nos desfiles das escolas de samba nos anos 1960 Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, sob orientação da Prof. Dra. Martha Campos Abreu. Orientadora: Prof. Dra. Martha Campos Abreu Niterói 2014 2 Universidade Federal Fluminense Centro de Estudos Gerais Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Área de História Programa de Pós-Graduação em História – Doutorado Guilherme José Motta Faria O G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e as representações do negro nos desfiles das escolas de samba nos anos 1960 Banca Examinadora: Prof. Dra. Martha Campos Abreu (Orientadora) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFF _______________________________________________ Prof. Dra. Marilene Rosa Nogueira da Silva Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UERJ ________________________________________________ Prof. Dra. Rachel Soihet Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFF _________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo de Souza Magalhães Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da UNIRIO ________________________________________________ Prof. Dr. Matthias Wolfram Orhan Rohring Assunção Universidade de ESSEX (Prof. Visitante da UFF) _________________________________________________ Niterói 2014 3 F224 Faria, Guilherme José Motta. O G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e as representações do negro nos desfiles das escolas de samba nos anos 1960 / Guilherme José Motta Faria. – 2014. 292 f. ; il. Orientador: Martha Campos Abreu. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, 2014. Bibliografia: f. 267-275. 1. Escola de Samba. 2. Acadêmicos do Salgueiro (Escola de Samba). 3. Negro. 4. Movimento social. 5. História. 6. Memória. I. Abreu, Martha Campos. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 394.25 4 Dedicatória À minha esposa Maria Clara pelo amor, compreensão e companheirismo nesse período da escrita da tese. Aos meus filhos Ariel, Isadora e João pelo incentivo, algumas colaborações e, sobretudo, por fazerem parte fundamental da minha vida. Agradecimentos A minha orientadora, Prof. Dra. Martha Campos Abreu, por sua dedicação e paciência nesse difícil e apaixonante processo de pesquisa e produção de uma tese. Aos membros da Banca Examinadora, Dra. Rachel Soihet, Dr. Marcelo Magalhães, Dra. Marilene Rosa da Silva Nogueira e Dr. Matthias Assunção pelas críticas, sugestões e apoio para vôos futuros. Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em História Política da Universidade Federal Fluminense por seus ensinamentos e por constantemente me convidar a reflexões para aguçar minha visão crítica. A prof. Hyléa Vale pela revisão no texto e pelas palavras de incentivo acadêmico. Aos colegas professores da Universidade Veiga de Almeida - Campus Cabo Frio pelo apoio. Aos colegas do Centro de Estudos Natália Caldonazzi, da Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio e da Câmara Municipal de Cabo Frio, espaços que foram compreensivos com o rigor das tarefas de um doutorado. Aos funcionários do APERJ, Biblioteca Nacional, MIS e Arquivo Nacional pela atenção e presteza nos momentos em que foram solicitados. 5 Resumo Na década de 1960, as Escolas de Samba conquistaram o protagonismo do Carnaval carioca e renovaram os vínculos com o Poder Público, com a imprensa e com a classe média carioca. O G.R.E.S Salgueiro ocupou lugar destacado nessa História, pois foi considerada a Escola que “revolucionou” os desfiles daquele período, especialmente por meio de seu maior nome, o Carnavalesco Fernando Pamplona. A partir de publicações de cronistas, jornalistas e pesquisadores, de entrevistas com sambistas e profissionais envolvidos com a montagem do Carnaval e por meio de notícias do Jornal do Brasil, esta tese procura mostrar os limites das versões que construíram a ideia do pioneirismo do Salgueiro na modernização dos desfiles e na introdução de temáticas afro-brasileiras. Complementarmente, procurará situar as chamadas inovações temáticas dos desfiles dos anos 60 num contexto mais amplo, onde diversos sujeitos sociais atuaram, e numa teia de significados bem mais complexa e plural, mobilizada por intelectuais e militantes ligados aos movimentos negros. Mesmo não conquistando o reconhecimento na bibliografia sobre as associações culturais, as escolas de samba do Rio de Janeiro desempenharam um papel relevante no levantamento de temas e discussões acerca da história do negro na sociedade brasileira. Palavras-Chave Escolas de samba; Salgueiro; Movimento negro; História; Memória. Abstract In the decade of 1960, the schools of Samba have conquered the lead role of Rio de Janeiro carnival, gaining the attention of the public power, media and middle-class citizens. The G.R.E.S Salgueiro was able to occupy a highlighted spot in this story, for it was considered the school that “revolutionized” the parades of that period, especially through its biggest name, the Carnavalesco Fernando Pamplona. By making use of books from journalists, chroniclers and researchers, interviews with veterans from Salgueiro, and Jornal do Brasil acquis, this thesis intends to show the limits of the versions that built the idea of Salgueiro’s pioneering spirit in the modernization of the parades and the introduction of afro-brazilian themes. Complementarily, it will attempt to place the labeled thematic innovations of the 60’s parades in a wider context, in which several social subjects acted, and in a web of meanings far mar complex and plural, mobilized by intellectuals and militants associated to the black movements. Even though the schools of Samba did not conquer the acknowledgment in the bibliography about cultural associations, their role in bringing up themes and discussions about the black people story in the brazilian society was very relevant. Keywords Schools of Samba; Black Movement; Salgueiro; History; Memory. 6 Sumário Introdução ................................................................................................................ 9 Parte I As versões sobre o pioneirismo do Salgueiro na década de 1960 Capítulo 1 A construção narrativa do pioneirismo da Acadêmicos do Salgueiro nos anos 1960 ……………………………………………...………....................... 15 1.1 Os primeiros sinais do discurso do pioneirismo do Salgueiro e das transformações estéticas e temáticas dos desfiles dos anos 1960 ....................... 15 1.2 Haroldo Costa e Sergio Cabral: Dois jornalistas e a produção de memórias do Carnaval carioca ............................................................................................... 21 1.3 As publicações de Haroldo Costa e Sergio Cabral ......................................... 27 Salgueiro: Academia de Samba (1984) ..........……………….…………......……. 27 As Escolas de Samba do Rio de Janeiro(1996)..……………................……......... 33 1.4 A construção dos cânones sobre o pioneirismo do Salgueiro nas obras de Sergio Cabral e Haroldo Costa …..………………………………….………….. 37 1.5 O Cânone principal: A chegada de Fernando Pamplona e o pioneirismo na temática afro-brasileira ………................................................... 45 1.6 Outros marcos do pioneirismo do Salgueiro ..........….........……………...... 58 Capítulo 2 Entre cânones e revisões: Os desfiles dos anos 1960 sob o olhar dos pesquisadores ….……………………………………....................................... 69 2.1 As narrativas dos pesquisadores …...……………………………………...... 71 2.2 Um passo além dos cânones: as pesquisas acadêmicas …...……………....... 79 Capítulo 3 Os desfiles dos anos 1960 nas narrativas orais dos personagens da Acadêmicos do Salgueiro ..………………………………………………...... 94 3.1 Os personagens entrevistados e os Eixos Temáticos escolhidos ……........... 94 3.2 As narrativas dos antigos sambistas do Salgueiro………..……………...... 100 3.3 O segundo grupo de entrevistados: Os artistas acadêmicos …..……......... 123 3.4 Com a palavra: Fernando Pamplona! .......................................................... 129 7 Parte II A presença negra nos desfiles das escolas de samba na década de 1960 Capítulo 4 O JB e as Escolas de Samba .......….……………………………….. 140 4.1 O papel do Jornal do Brasil e seu acervo ...................................................... 140 4.2 Os jornalistas do JB e as matérias sobre as escolas de samba na década de 1960 ....................................................................................................... 152 4.3 A questão racial e o JB: Uma matéria especial ............................................ 159 Capítulo 5 As escolas contam e cantam a História do Negro no Brasil .......... 170 5.1 O cotidiano escravo do negro no Brasil Colonial ..........................................171 5.3 Luta, Resistência e os Heróis negros ..............................................................192 5.4 A presença negra na cultura nacional e no folclore.....................................

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