Imagens De Transformação E Resistência Na Apropriação Do Espaço Urbano De Belo Horizonte

Imagens De Transformação E Resistência Na Apropriação Do Espaço Urbano De Belo Horizonte

Elisangela Batista da Silva IMAGENS DE TRANSFORMAÇÃO E RESISTÊNCIA NA APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE BELO HORIZONTE Belo Horizonte 2020 Elisangela Batista da Silva IMAGENS DE TRANSFORMAÇÃO E RESISTÊNCIA NA APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE BELO HORIZONTE Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Arquitetura e Urbanismo. Área de concentração: Teoria, produção e experiência do espaço Orientadora: Profa. Dra. Celina Borges Lemos Belo Horizonte 2020 Ao meu querido e amado pai (in memoriam), que se orgulhava de ser belo-horizontino e que tanto me ensinou sobre essa linda cidade. Com você, meu pai, aprendi a andar pelas ruas dessa cidade, conheci histórias, lendas e personalidades. Com você eu aprendi a amar essa cidade. AGRADECIMENTOS “Em tudo dai graças.” (1 Tessalonicenses 5:18) Gratidão! Etimologicamente, a palavra gratidão vem do latim Gratia, cujo seu significado é estar agradecido, dar graças, reconhecer. Durante esses anos, descobri o poder da energia vibratória desta palavra. A sua potência realizadora. Manifesto a minha gratidão a Deus, ao Universo, e todos amigos das esferas superiores por tudo, pela oportunidade, pelas provações, pelas dores, pelo aprendizado. Por tudo que foi agente de crescimento nestes últimos anos; Sou grata a todos os amigos, que foram muitos, que acreditaram em mim, quando eu não mais acreditava; Sou grata a sabedoria de cada orientação recebida; Sou grata a cada um, sintam em seus corações, pelas palavras de incentivo, pela parceria, por caminharem juntos; Sou grata pela luz que vocês fizeram em meu caminho quando a sombra chegou; Sou grata por cada oração. Gratidão a Celina Lemos, a Rita Ribeiro, a Ana Paula Baltazar, ao Luiz Santana, a Fernanda Gomes, ao programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – NPGAU, aos funcionários do acervo do Jornal Estado de Minas, aos entrevistados que disponibilizaram tempo e atenção, entre tantos que auxiliaram nesse processo de execução. RESUMO A presente pesquisa propõe um estudo a respeito de como a arte urbana tem modificado a paisagem urbana de Belo Horizonte e, consequentemente, a sua imagem. Desde os anos de 1960, vários painéis foram pintados em murais pela cidade, mas é a partir dos anos de 1990 que surgem murais gigantes de Hugues Desmaziéres e seu discípulo Douglas Melo, que servem de inspiração para o surgimento do Circuito Urbano de Arte – CURA, que por meio de festivais tem ressignificado a cidade com temas que despertam interesse e debates. A arte urbana, por meio do grafite, do muralismo e da pichação está presente em muros, empenas, viadutos, equipamentos urbanos. Para investigar esse cenário, partiu-se da premissa de que se poderia considerar a arte urbana como bases constituintes da prática social do espaço urbano na cidade. E como os processos de ocupação, apropriação e intervenção na cidade podem ser compreendidos como fomentadores de questões políticas e sociais. Pois é uma arte que diz muito sobre a cidade, ela transgride, mas também é legalizada. Para entender essa cena, buscou-se aporte teórico na teoria do espaço e a tríade dialética de Henri Lefebvre e nos estudos midiológicos de Régis Debray. A teoria do espaço, juntamente com o direito à cidade, proporciona a compreensão da prática social do espaço. E as eras midiológicas esclarecem o lugar da imagem como signo social, que associados a teorias lefebvrianas dão aporte teórico a esta pesquisa. Foram realizadas pesquisas com levantamento de dados mistos quantitativos e qualitativos, junto a moradores e transeuntes de Belo Horizonte, para compreender qual é a percepção destes em relação a este cenário. E uma pesquisa qualitativa com entrevista com artistas urbanos e produtores da cena urbana, que são agentes ativos desse panorama. Palavras-chave: Circuito Urbano de Arte. Prática social. Mediologia. Apropriação. ABSTRACT This research proposes a study on how urban art has changed the urban landscape of Belo Horizonte and, consequently, its image. Since the 1960s, several panels have been painted on murals around the city, but it is from the 1990s that giant murals of Hugues Desmaziéres and his disciple Douglas Melo appear, which serve as inspiration for the emergence of the Urban Circuit of Art - CURA, which through festivals has reinterpreted the city with themes that arouse interest and debate. Urban art, through graffiti, muralism and graffiti, is present in walls, gables, viaducts, urban equipment. To investigate this scenario, we started from the premise that urban art could be considered as constituent bases of the social practice of urban space in the city. And if the processes of occupation, appropriation and intervention in the city can be understood as promoting political and social issues. Because it is an art that says a lot about the city, it transgresses, but it is also legalized. To understand this scene, we sought theoretical support in the theory of space and the dialectic triad of Henri Lefebvre and in the mediological studies of Régis Debray. The theory of space, together with the right to the city, provides an understanding of the social practice of space. And the midiological eras clarify the place of the image as a social sign, which associated with Lefebvrian theories give theoretical support to this research. Research was carried out with a survey of mixed quantitative and qualitative data, with residents and passers-by of Belo Horizonte, to understand what their perception is in relation to this scenario. And a qualitative research with an interview with urban artists and producers of the urban scene, who are active agents of this panorama. Keywords: Urban Art Circuit. Social Practice. Mediology. Appropriation. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Festa da inauguração de Belo Horizonte – 12 de dezembro de 1897 – Praça da Liberdade ..............................................................................................................22 Figura 2 – Casa do Saber Renascida das Cinzas. Praça da Av. Barão Homem de Melo ...........................................................................................................................36 Figura 3 – Planta geral de Belo Horizonte - 1895 ........................................................41 Figura 4 - Edifício do Cine Brasil – 1932 .................................................................... 43 Figura 5 - Feira de Amostra Permanente – 1935........................................................ 44 Figura 6 - Edifício Ibaté - .............................................................................................45 Figura 7 – Prédio Banco Financial – 1944 ..................................................................46 Figura 8 – Edifício Sulamérica/Sulacap – 1946 ..........................................................46 Figura 9 – Edifício Acaiaca – 1947 .............................................................................47 Figura 10 – Edifício Clemente Faria – 1946 ................................................................48 Figura 11 – Skyline de Belo Horizonte – 2020 ............................................................55 Figura 12 - Intervenção da Cia Base. Dança aérea Flying Colors. Virada Cultural BH 2019 ...........................................................................................................................60 Figura 13 - Caverna do complexo de Lascaux, França ...............................................64 Figura 14 - Monumentos americanos .........................................................................70 Figura 15 – Arte Bizantina ......................................................................................... 73 Figura 16 – Tela: Nascimento de Vênus – Sandro Botticelli 1483 ...............................75 Figura 17 – Domo de Florença .................................................................................. 77 Figura 18 - Céu de Bagdá durante a Guerra do Golfo 1991 ........................................84 Figura 18 - Ação realizada pelo Grupo Poro – Azulejos de Papel ...............................90 Figura 19 – Portal de Gramado, estilo bávaro ............................................................95 Figura 20 – Vista panorâmica da Praça Sete, 1963 ....................................................99 Figura 21 – Fachada Cine Brasil anos de 1990 ........................................................100 Figura 22 – Provos e as bicicletas brancas ...............................................................103 Figura 23 - Duelo de MC’s – Família de Rua .............................................................107 Figura 24 - Modelo de pôsteres – Beco do Batman ..................................................111 Figura 25 - Sticker art ...............................................................................................112 Figura 26 - Exemplo de Adbusting ............................................................................113 Figura 27- Arte em estêncil ......................................................................................113 Figura 28 - Beco do Batman – São Paulo .................................................................114 Figura 29 - Grafite de maio 1968 - Paris ...................................................................116 Figura 30 – Vagões grafitados New York .................................................................117 Figura 31 – Obra em exposição no SP Arte ............................................................

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