Universidade Federal De Juiz De Fora Instituto De Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Em Ciências Sociais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS VICTOR GUILHERME PEREIRA FERNANDES “UM PASSO À FRENTE”: HISTÓRIA SOCIAL DE UM ROCK BRASILEIRO Juiz de Fora 2016 VICTOR GUILHERME PEREIRA FERNANDES “UM PASSO À FRENTE”: HISTÓRIA SOCIAL DE UM ROCK BRASILEIRO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Área de concentração: Cultura, Poder e Instituições, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Dmitri Cerboncini Fernandes Juiz de Fora 2016 VICTOR GUILHERME PEREIRA FERNANDES “UM PASSO À FRENTE”: HISTÓRIA SOCIAL DE UM ROCK BRASILEIRO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Área de concentração: Cultura, Poder e Instituições, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Aprovada em 06 de abril de 2016 BANCA EXAMINADORA __________________________________ DMITRI CERBONCINI FERNANDES Universidade Federal de Juiz de Fora ______________________________ LUIS FLÁVIO NEUBERT Universidade Federal de Juiz de Fora ______________________________ MARCELO GARSON BRAULE PINTO Universidade Federal do Rio de Janeiro Serei eternamente grato à minha família pela oportunidade de regressar aos estudos, obter realização pessoal e concluir uma etapa tão importante de minha formação acadêmica. A eles dedico este trabalho. Agradecimentos A meus pais André e Léa, que jamais se opuseram a minhas escolhas e sempre se dedicaram à minha completa felicidade. À minha esposa Nathália, cujo suporte e a cumplicidade foram fundamentais em todos os momentos, sem ela esta jornada teria sido impossível. Ao meu orientador Prof. Dr. Dmitri Cerboncini Fernandes, um verdadeiro farol a me guiar pelo universo do conhecimento e da sociologia da arte. Aos colegas de mestrado e doutorado com quem dividi angústias e êxitos, especialmente José Wellington, Virgínia, Jacqueline e Fábio. Aos colegas do grupo de pesquisas coordenado pelo Prof. Dmitri. Aos professores do PPG-CSO pelas aulas, pelo aconselhamento, pelo carinho e pela motivação que sempre encontrei nestas pessoas, em especial à Professora Dr. Beatriz Teixeira e aos Professores Dr. Luis Neubert e Dr. Arthur Coelho. Aos meus irmãos que tanto contribuíram para minha formação como cidadão e como amante da música popular. Ao Capuz Vermelho onde tudo começou. Aos amigos, fonte eterna de reciprocidade, incentivo e alegria. Não é possível deixar de mencionar figuras como Júlio Cesar, Yussef, Lucas, Paula, Belfort e Isabel, Digo e Gheysa. À Universidade Federal de Juiz de Fora também financiadora desta pesquisa. Por fim, é preciso ainda agradecer àqueles que tornaram essa pesquisa relevante por meio de seus testemunhos: ao escritor Nélio Rodrigues, que jamais poupou esforços nem jamais se negou a ajudar um colega pesquisador mesmo à distância, fornecendo documentos e dispondo de horas de seu tempo em entrevistas; ao crítico e produtor musical, José Emílio Rondeau, cujas palavras me proporcionaram grande reflexão e inúmeros insights explicativos; e, finalmente, aos músicos Arnaldo Brandão e Gustavo Schroeter, integrantes da última formação de The Bubbles e fundadores de A Bolha ao lado de Renato Ladeira (in memorian) e Pedro Lima. Ambos são verdadeiros sobreviventes da “geração que queria mudar o mundo” com a música e acabaram por forjar a história do rock e do pop nacionais ao trabalhar com os principais nomes da música popular brasileira e também por integrar conjuntos que sempre se caracterizaram pela posição de vanguarda no rock e no pop produzidos no Brasil. A todos o meu muito obrigado. RESUMO O trabalho que se segue busca elucidar a história social do gênero musical rock and roll no Brasil. Tal gênero tem sido tratado com certa indiferença por críticos e historiadores da música popular, reduzindo sua história social a ondas de popularidade aparentemente desconexas, marcadas pela jovem guarda e pelo surgimento do BRock na década de 1980. O tratamento dispensado ao rock and roll produzido no Brasil na década de 1970 é residual, inclusive na academia, contribuindo para a formação de uma imagem subdimensionada da produção musical daquele período. A pesquisa tem início com uma reconstituição do campo de produção da música popular brasileira da década de 1960, na qual se insere o nascente rock brasileiro, a fim de compreender como este gênero estrangeiro é recebido e interage com os demais gêneros populares com os quais concorria. Em seguida, procede-se a uma análise de trajetória com base na história da banda de rock A Bolha, conjunto que atravessa a década de 1970 enfrentando a falta de espaço para o gênero e a falta de interesse da mídia e da indústria fonográfica. Com isto, pretende-se descortinar as estruturas sociais vigentes constritoras do desenvolvimento do gênero naquele período. Trata-se de uma época marcada pelas restrições das liberdades civis em função do regime militar que vigorou de 1964 a 1985, o que foi, sem dúvida, fator fundamental para a conformação do campo de produção musical daqueles anos. A década de 1970 assistiu à consolidação da MPB como gênero musical dominante devido, entre outras coisas, ao prestígio acumulado na época dos festivais de música popular televisionados, à posição de enfrentamento ao regime, adotada pelos artistas que a ela se filiavam, e ainda, à aceitação da crítica e público consumidores por sua maior afinidade com as tradições musicais brasileiras pregressas. Por meio de uma análise estrutural do campo de produção musical à maneira bourdieusiana, pretende-se localizar os agentes tributários da constituição da representação social erigida em torno do gênero rock and roll no Brasil, de modo que se possa compreender como este segmento, que chegou a ameaçar o domínio da MPB em meados da década de 1960, passou a ocupar praticamente apenas os canais e espaços independentes da produção cultural que compõem a chamada “cena underground.” Palavras chave: Música Popular. MPB. Rock and Roll. Sociologia da música. História social da música popular brasileira. Arte e Sociedade. ABSTRACT The work that follows seeks to elucidate the social history of rock and roll musical genre in Brazil. This genre has been treated with indifference by critics and historians of popular music, reducing its social history the seemingly random waves of popularity, marked by the “Jovem Guarda” and the emergence of “BRock” in the 1980s. The treatment of the rock and roll produced in Brazil in the 1970s is residual, including the academy, contributing to the building of an undersized image of the musical production from that period. The research begins with a reconstruction of the Brazilian popular music production course of the 1960s, in which is included the incipient Brazilian rock in order to understand how this foreign genre is received and interacts with other popular genres which it contended with. A track analysis based on the rock band “A Bolha” (The Bubble), that had to face the lack of space for the genre as well as the lack of interest of the media and the music industry throughout the 70’s follows hereupon. It is intended to uncover the existing social structures constricting the development of the genre in that period. That was a time marked by restrictions on civil rights due to the military regime that ruled the country from 1964 to 1985, which was undoubtedly a key factor for shaping the musical production field of those years. The 1970s saw the consolidation of Brazilian popular music as the dominant musical genre owing to, among other factors, the prestigie accumulated by the Brasilian Pop Music Festivals shown on TV at that time, the facing off agaisnt the political regime adopted by the artists that joined it in, and yet, the acceptance of review critics and public consumers for their greater affinity with former Brazilian musical traditions. Through a structural analysis of the music production field to the Bourdieusian way, I intend to place the tax agents of the constitution of social representation built around the rock and roll genre in Brazil, so that you can understand how this segment, which threatened the MPB area in the mid-1960s, was to occupy only the channels and independent spaces of cultural production that make up the so-called "underground scene." Keywords: Popular Music. MPB. Rock and roll. Sociology of music. Social history of brazilian popular music. Art and Society. SUMÁRIO Introdução..........................................................................................................01 Capítulo 1 – Os anos 1960: conflito ideológico e a retomada da “linha evolutiva”....................................................................................................................07 1.1 – Primeiro Ciclo do Rock Brasileiro: dos “proto-rockers” à jovem guarda – alienação X exaltação do “nacional-popular”.............................................................20 1.2 – Tropicália e as bases para a fundação de um “rock popular brasileiro”.....46 Capítulo 2 – A Bolha e os elos perdidos do rock brasileiro...........................58 2.1 – The Bubbles/ A Bolha: de devotados do rock a ídolos do underground....70 2.2 – Aspectos estruturais: a crítica e o discurso acerca do rock brasileiro – puristas X hibridistas; underground X mainstream....................................................91 Conclusão: um passo à frente para a história social do rock brasileiro...........120 Referências Bibliográficas..............................................................................131

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