En 13-Correlation Between.P65

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Morgado FL et al. CorrelaçãoARTIGO entre ORIGINAL a ECG e •achados ORIGINAL de imagem ARTICLE de TC no TCE Correlação entre a escala de coma de Glasgow e os achados de imagem de tomografia computadorizada em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico* Correlation between the Glasgow Coma Scale and computed tomography imaging findings in patients with traumatic brain injury Fabiana Lenharo Morgado1, Luiz Antônio Rossi2 Resumo Objetivo: Determinar a correlação da escala de coma de Glasgow, fatores causais e de risco, idade, sexo e intubação orotraqueal com os achados tomográficos em pacientes com traumatismo cranioencefálico. Materiais e Métodos: Foi realizado estudo transversal prospectivo de 102 pacientes, atendidos nas primeiras 12 horas, os quais receberam pontuação segundo a escala de coma de Glasgow e foram submetidos a exame tomográfico. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 37,77 ± 18,69 anos, com predomínio do sexo masculino (80,4%). As causas foram: acidente automobilístico (52,9%), queda de outro nível (20,6%), atropelamento (10,8%), queda ao solo ou do mesmo nível (7,8%) e agressão (6,9%). No presente estudo, 82,4% dos pacientes apresentaram traumatismo cranioencefálico de classificação leve, 2,0% moderado e 15,6% grave. Foram observadas alterações tomográficas (hematoma subgaleal, fraturas ósseas da calota craniana, hemorragia subaracnoidea, contusão cerebral, coleção sanguínea extra-axial, edema cerebral difuso) em 79,42% dos pacientes. Os achados tomográficos de trauma craniano grave ocorreram em maior número em pacientes acima de 50 anos (93,7%), e neste grupo todos necessitaram de intubação orotraqueal. Con- clusão: Houve significância estatística entre a escala de coma de Glasgow, idade acima de 50 anos (p < 0,0001), necessidade de intubação orotraqueal (p < 0,0001) e os achados tomográficos. Unitermos: Trauma craniano; Escala de coma de Glasgow; Epidemiologia; Tomografia computadorizada. Abstract Objective: To describe the correlation between the Glasgow Coma Scale, risk factors, age, sex and tracheal intubation with the cranial computed tomographic findings in patients with traumatic brain injury. Materials and Methods: A prospective, cross sectional study was developed with 102 patients who were given a Glasgow coma score and submitted to computed tomography at the first 12 hours following admission. Results: The mean age of the entire series was 37.77 ± 18.69 years, with prevalence of male patients (80.4%). The most common causes of head injury were: automobile accidents (52.9%), falls (20.6%), pedestrian injuries (10.8%), falls to the ground (7.8%) and aggression (6.9%). In the present study, 82.4% of patients had traumatic brain injury rated as mild, 2.0% as moderate and 15.6% as severe. Tomographic findings such as subgaleal hematoma, skull fractures, subarachnoid hemorrhage, cerebral contusion, extra-axial blood collection and diffuse cerebral edema were observed in 79.42% of the patients. Most of the findings of severe traumatic brain injury were observed in the patients above 50 years (93.7%) and in this group, all the patients required tracheal intubation. Conclusion: Statistical significance was observed in the correlation between the Glasgow Coma Scale, age > 50 years (p < 0.0001), need for tracheal intubation (p < 0.0001) and CT findings. Keywords: Head injury; Glasgow Coma Scale; Epidemiology; Computed tomography. Morgado FL, Rossi LA. Correlação entre a escala de coma de Glasgow e os achados de imagem de tomografia computadorizada em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico. Radiol Bras. 2011 Jan/Fev;44(1):35–41. INTRODUÇÃO O TCE constitui um dos principais pro- * Trabalho realizado no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, blemas de saúde pública mundial, apresen- Sorocaba, SP, Brasil. O traumatismo cranioencefálico (TCE) tando elevada e crescente incidência no 1. Médica Estagiária de Radiologia e Diagnóstico de Imagem do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Sorocaba, SP, Brasil. é definido como uma agressão ao cérebro mundo de hoje e representando importante 2. Doutor, Professor da Pontifícia Universidade Católica de São causada por uma força física externa, que causa de morbimortalidade entre adoles- Paulo (PUC-SP), Coordenador do Estágio de Radiologia e Diag- nóstico de Imagem do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Soro- pode produzir um estado diminuído ou al- centes e adultos jovens. Ele contribui dire- caba, SP, Brasil. terado de consciência, resultando em com- tamente para os óbitos decorrentes de cau- Endereço para correspondência: Dra. Fabiana Lenharo Mor- prometimento das habilidades cognitivas sas externas, as principais representadas gado. Avenida Onze de Junho, 600, ap. 172, Vila Clementino. São Paulo, SP, Brasil, 04041-002. E-mail: fabimorgado@ ou do funcionamento físico. Pode ser tem- por acidentes automobilísticos, quedas, hotmail.com porário ou permanente e provocar compro- agressões e atropelamentos. No Brasil, em Recebido para publicação em 11/4/2010. Aceito, após revi- (1) são, em 19/11/2010. metimento funcional parcial ou total . 2008, as maiores taxas de mortalidade por Radiol Bras. 2011 Jan/Fev;44(1):35–41 35 0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Morgado FL et al. Correlação entre a ECG e achados de imagem de TC no TCE estas causas foram encontradas nas regiões tíficos disponíveis na literatura com esta fi- Foram excluídos da amostra os pacien- Sudeste e Nordeste(1). nalidade. No nosso trabalho procuramos tes com: idade abaixo de 12 anos, diagnós- A avaliação inicial do paciente vítima averiguar tais achados. tico tomográfico ou clínico de acidente vas- de TCE inclui a escala de coma de Glasgow As relações entre os tipos de lesões en- cular cerebral, outras lesões de natureza não (ECG), dados relativos ao acidente e tomo- cefálicas demonstradas pela TC, o tipo de traumática, e pacientes com diagnóstico de grafia computadorizada (TC). É imprescin- TCE (gravidade da lesão) e o prognóstico TCE com mais de 12 horas de duração. dível a determinação da causa do trauma- são descritas na literatura por diversos au- Após atendidos no pronto-socorro, os tismo, a intensidade do impacto, a presença tores(11,12), todos mantendo aproximada- pacientes foram encaminhados ao setor de de sintomas neurológicos, convulsões, e mente a mesma relação: quanto mais grave TC, onde uma avaliação neurológica era sobretudo, documentar qualquer relato de o TCE, mais numerosos e mais graves os feita sempre pelo mesmo médico radiolo- perda de consciência(2), tempo decorrido achados na TC. gista. Os dados demográficos e fatores de entre o acidente e o exame, vômitos e cri- Procuramos, neste trabalho, além de risco eram coletados também neste mo- ses convulsivas(3). avaliar fatores causais, idade, sexo e fato- mento, mediante respostas dos próprios O TCE é classificado em leve, mode- res de risco com a pontuação na ECG e os pacientes, e quando impossibilitados, por rado e grave, através da ECG, que foi ini- achados tomográficos, avaliar também a meio de testemunhas e/ou acompanhantes. cialmente descrita em 1974 por Teasdale e incidência da necessidade de intubação Foram considerados como TCEs leves Jennett(4), e representa o parâmetro atual- orotraqueal em pacientes com traumatismo os com pontuação de 13 a 15 pontos na mente mais utilizado mundialmente para cranioencefálico, o que poderá tornar-se ECG, TCEs moderados, de 9 a 12 pontos, avaliação do nível de consciência, pois tem, mais um parâmetro importante na avalia- e TCEs graves, de 3 a 8 pontos(4). Todos os entre as suas principais vantagens, um con- ção do paciente na sala de emergência. A pacientes incluídos no estudo foram sub- junto de exames físicos bastante simples de proposta de um trabalho prospectivo, com metidos a TC de crânio sem administração serem realizados(4). um mesmo examinador classificando os intravenosa de contraste. O principal exame de imagem recomen- pacientes quanto à ECG, e a avaliação da Todos os exames de crânio foram reali- dado na avaliação de emergência há 19 TC feita pelo mesmo médico radiologista, zados com o paciente em decúbito dorsal, anos era a radiografia, na qual um sinal de torna este trabalho peculiar, pois é levado em aparelho Somatom Balance (Siemens fratura era considerado como um fator de em conta que esta pontuação e a descrição Medical Solutions; Erlangen, Alemanha), risco. Os protocolos foram então modifica- dos achados podem variar de observador single-slice, helicoidal, utilizando 130 kVp dos para incluir a TC, a ECG e a presença para observador. e 80 mAs. Foram feitos cortes axiais, para- de fratura craniana como fatores de risco. lelos à linha infraorbitomeatal, de 5 mm de Atualmente, o exame de imagem de espessura na região da fossa posterior e de MATERIAIS E MÉTODOS eleição para diagnóstico e prognóstico do 10 mm de espessura no restante do crânio. TCE é a TC(5), que também atua no controle Foram estudados, prospectivamente, Todas as imagens das TCs de crânio fo- evolutivo das lesões. Os resultados dos 102 pacientes com idade acima de 12 anos, ram analisadas, tanto em janelas de partes estudos que investigam a indicação de TC sendo que 80,4% (82/102) eram do sexo moles (200 W e 40 C para base de crânio e de crânio no TCE são contraditórios. Diver- masculino. A média de idade foi de 37,77 80 W e 35 C para encéfalo) quanto para as sos trabalhos tentam estabelecer indicado- anos, com desvio-padrão de ± 18,69 anos, estruturas ósseas (1500 W e 450 C), pelo res clínicos que justifiquem a não realização e 79,4% (81/102) dos pacientes tinham mesmo médico

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