Filosofia Segunda Série 29 (2012)

Filosofia Segunda Série 29 (2012)

FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DO PORTO II Série II Série Volume XXIX PORTO 2012 XXIX 2012 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS - SÉRIE DE FILOSOFIA SEGUNDA SÉRIE 29 (2012) UNIVERSIDADE DO PORTO REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS SÉRIE DE FILOSOFIA FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DO PORTO N.º 29 SEGUNDA SÉRIE 2012 DIRECTOR: José Meirinhos CONSELHO EDITORIAL: António Braz Teixeira (Lisboa) António Manuel Martins (Coimbra) Charles Travis (Londres/Porto) Hans Thijssen (Nijmegen) Isabel Matos Dias (Lisboa) João Rosas (Braga) Octavi Fullat (Barcelona) Juan Vasquez (Santiago de Compostela) Maria de Sousa (Porto) Maria Luisa Portocarrero (Coimbra) Rafael Ramón Guerrero (Madrid) Walter Osswald (Porto) CONSELHO DE REDACÇÃO: João Alberto Pinto José Meirinhos Luís Araújo Maria Celeste Natário Maria Eugénia Vilela Paula Cristina Pereira Paulo Tunhas Sofia Miguens PUBLICAÇÃO ANUAL PROPRIEDADE: Faculdade de Letras da Universidade do Porto DISTRIBUIÇÃO / Serviço de Publicações ASSINATURAS / Biblioteca Central PERMUTAS / Faculdade de Letras da Universidade do Porto INTERCÂMBIO Via Panoânima s/n 4150-564 Porto EXECUÇÃO GRÁFICA: T. Nunes, Lda - Maia TIRAGEM: 150 exemplares ISBN N.º 972-9350-64-7 ISSN N.º 0871-1658 DEPÓSITO LEGAL: N.º 175913/02 Índice Editorial ………………………………………………………………………………………… 7 ESTUDOS O Clitofonte de Platão. São Os filósofos inúteis no ensino da justiça? Estudo e tradução …… 17 José Colen A plenitudo potestatis papalis nos ‘escritos de ocasião’ de Guilherme de Ockham …………… 31 José Antônio de Camargo Rodrigues de Souza O segredo de Petrarca. Notas sobre a presença de Agostinho no De Secreto Conflictu Curarum Mearum …………………………………………………………………………………… 73 Paula Oliveira e Silva Francisco Suárez: sobre la imaginación y el conocimiento perfecto ………………………… 83 Angel Poncela González Naturaleza y forja de los modos infinitos mediatos, en Spinoza …………………………… 101 Miquel Beltrán O Conceito de felicidade na filosofia moral kantiana. Principais considerações ……………… 119 Cláudia Maria Fidalgo da Silva O totem máquina. O futuro da identidade e o futuro da comunidade na máquina universal 133 Porfírio Silva Da justiça como realização. Um percurso com Martya Sen e Adela Cortina ………………… 149 Ana Carina Vilares Convenções, conhecimento comum e convenções alternativas …………………………… 159 Diogo Fernandes A forma é uma expressão de conteúdo: John Coetzee contra o pensamento ético de substituição ……………………………………………………………………………… 173 Ana Falcato RECENSÕES J.F. Meirinhos – M. Lázaro Pulido (org.), Pensar a natureza. Problemas e respostas na Idade Média (séculos IX-XIV), Porto – Famalicão 2011 …………………………………………………… 187 Gonçalo Figueiredo J.F. Meirinhos – P. Oliveira e Silva (org.), As Disputações Metafísicas de Francisco Suárez. Estudos e antologia de textos, Porto – Famalicão 2011 ………………………………………………… 194 João Rebalde S. Miguens – J.A. Pinto – M. Teles (eds.), Aspectos do Juízo/Aspects of Judgement, Porto 2011 198 João Santos S. Miguens – G. Preyer (ed.), Consciousness and Subjectivity, Frankfurt a.M., 2012. ………… 202 Clara Morando e Manuela Teles N. Zangwill, Aesthetic Creation, Oxford, 2007 ……………………………………………… 209 Victor Guerreiro ÍNDICE ONOMÁSTICO …………………………………………………………………… 215 EDITORIAL 1962-2012: FILOSOFIA NA UNIVERSIDADE DO PORTO Em 2012 comemora-se o cinquentenário do regresso do ensino da Filosofia à Universidade do Porto. Em 1962 iniciou a sua atividade a Faculdade de Letras, reinstituída no ano anterior pelo Decreto 43.864, de 17 de agosto1, com licenciaturas em Filosofi a e em História (2ª secção) e o Curso de Ciências Pedagógicas (3ª secção), crescendo até às atuais 13 licenciaturas, 30 mestrados e 14 doutoramentos, com a Filosofi a a manter presença nesses três níveisveis de estudos. CinquentaCinquenta anosanos depoisdepois dessedesse atoato marcantemarcante parapara a UniversidadeUniversidade e para as humanidades no Porto e no País, o Departamento de Filosofi a quis celebrar o momento e homenagear todos aqueles que, enquanto docentes, estudantes ou funcionários, contribuíram para o desenvolvimento da atividade e da formação fi losófi cas e mantêm vivo o espírito fi losófi co de questionamento permanente, contribuindo assim para a formação de cidadãos atentos e críticos. A reintrodução do ensino de Filosofi a na Universidade do Porto em 1962 retomava o que já tinhatinha tterminadoerminado hháá mmaisais ddee ttrêsrês ddécadas,écadas, ccomom o fi m ddaa cchamadahamada “primeira” Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Criada por decreto do Ministro Leonardo Coimbra em maio de 1919, foi mandada encerrar compulsivamente pelo governo da Ditadura Militar por decreto de Abril de 1928, cessando atividade em 19312. A “segunda” Faculdade de Letras foi criada em corte com aquela experiência e com os que então lá tinhamtinham ensinadoensinado ou sido formados. Também não é muito explícita a relação entre a nova Faculdade e o Centro de Estudos Humanístico que funcionou anexo à UniversidadeUniversidade a partirpartir dede 19471947 e onde o interesse pela Filosofi a foi sendo mantido vivo por docentes de outras Faculdades, em particular de Medicina3. 1 Para a história da reabertura da Faculdade e do seu funcionamento até 1974, cfr. F.M. Araújo,jo, Faculdade(s) de Letras do Porto: da (re)criação à revolurevolução, Dissert. Mestrado, FLUP, Porto 2008. 2 Cfr. a recente obra P. Baptista, O Milagre da Quinta Amarela. História da primeira Faculdade de letras da Unversidade do Porto (1919-1931), Editorial UP, Porto 2012. A primeira faculdade de Letras foi mandada encerrar em Abril de 1928 por decreto da “Ditadura Militar”, ato que o “Estado Novo” só viria a reverter 30 anos depois do efetivo encerramento, que ocorreu em 1931 quando os últimos estudantes concluíram a sua formação 3 Cfr. L. de Pina, «Atividades fi losófi cas do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Porto», Studium Generale, 1, 1-2 (1955) 151-163; nesta que é a revista do próprio Centro e que foi publicada até 1969, é vasta a colaboração fi losófi ca publicada. Revista da Faculdade de Letras – Série de Filosofi a, 29 (2012) 7-13 7 Ao longo desta sua segunda e já maismais longa vida,vida, o DepartamentoDepartamento dede FilosofiFilosofi a,a, queque ataté 2000 teve a designação ofi cial de Secção de Filosofi a, gozou de mais ou menos autonomia consoante os modelos de gestão impostos ou concedidos às universidades, teve mais ou menos dinamismo consoante os meios, a dedicação e as ideias postas em prática pelos próprios docentes e estudantes. Embora os tempos já não permitissem a informalidade e o dinamismo fi losófi co existentes na primeira Faculdade, em Filosofi a sempre se praticou um assinalávelvel pluralismo teórico e prático, sem enfeudamentos disciplinares, reifi cações ideológicas ou exclusivismos de escola. Mesmo nos 12 anos que decorreram sob a ditadura que terminou em 1974, são vários os testemunhos de abertura fi losófi ca da parte principal do corpo docente e discente. A centralidade da história da Filosofi a e mesmo a abordagem das diferentes áreas e problemas fi losófi cos numa perspetiva que não ignora a sua história, talvez tenha sido a marca metodológica mais saliente da escola do Porto. A presença da perspetiva sistemática e disciplinar está também bem vincada no trabalho publicado dos docentes e nos planos de estudos mais recentes, que nos tempos mais recentes deixaram de obedecer a um esquema nacional e são defi nidos internamente. Em 50 anos são muitas as correntes, as posições, as orientações, os temas que, também em Filosofi a, afl oram e desaparecem, sobretudo em tempos de vertigem da novidade, a que não pode escapar quem está deverasdeveras empenhadoempenhado em participar nas discussões do seu tempo. Mas, na verdade, mais do que cultores extremos desta ou daquela escola, sempre foi espontaneamente preferido o posicionamento informado mas de diálogo crítico face às tendências de que cada um poderia partilhar, numa procura e afi rmação de vias próprias para o conhecimento fi losófi co. No trabalho dos docentes que deixaram marcas mais duradouras pelo seu ensino e pelas suas publicações, podemos verifi car linhas de continuidade e evolução pessoais, balizadas pela tentativa de conduzir-se a si mesmo no pensamento, descartando ser representante ofi cioso desta ou daquela corrente. Tal como na cultura portuguesa, até ao fi m dos anos 80 foi predominante a infl uência e o diálogo com a Filosofi a francesa, com atenção aos mais importantes fi lósofos alemães, espanhóis ou italianos. Após os anos 90 é crescente a abertura às correntes e prática fi losófi ca de países anglo-saxónicos, como acontece em quase todos os outros domínios culturais e académicos, mas mantendo a mesma atenção e curiosidade, talvez ainda de modo mais agudo, com a fi losofi a feita em francês, italiano, alemão ou castelhano. A história destes caminhos das ideias demorará a ser feita. TalvezTalvez daquidaqui a 5500 anosanos hhajaaja uumama leileituratura mmaisais cclaralara ddosos ppercursosercursos seguidos e dos respetivos resultados. Um dos resultados bem visíveisveis dodo Departamento,Departamento, e ondeonde poderpoderá serser verifiverifi cadacada essaessa pluralidade de interesses e de orientações, é a publicação periódica da Revista Faculdade de Letras – Sérierie ddee FilosofiFilosofi a. Com uma primeira série entre 1970 e 1973, iniciou a segunda série em 19854, mantendo uma longevidade pouco habitual em revistas académicas portuguesas, sendo na área de Filosofi a a segunda mais antiga e em publicação, depois da decana Revista Portuguesa de Filosofi a. Fundada sobretudo para publicar o trabalho dos docentes, a revista, também sinal dos tempos, evoluiu

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