Carlos Henrique de Moura Rodrigues Martins Reinaldo Oudinot, Planta das Obras da Barra do Douro e de aumento projectado para conservar o seu melhoramento beneficiar a Fortificação; representa-seCarlos também Henrique a nova Plantade Moura para Rodrigues se edificar Martinssobre o terreno que resulta das mesmas Obras [Janeiro de 1792]. O Programa de Obras Públicas para o Território de Portugal Continental, 1789-1809 Intenção Política e Razão Técnica – o Porto do Douro e a Cidade Porto e Razão Técnica – o Porto Intenção Política Volume 1 Intenção Política e Razão Técnica – o Porto do Douro e a Cidade do Porto O Programa de Obras Públicas para o Território de Portugal Continental, 1789-1809 Continental, de Portugal de Obras Públicas para o Território O Programa Volume I Tese de Doutoramento em Arquitectura, na especialidade de Teoria e História de Arquitectura, orientada pelo Professor Doutor Mário Júlio Teixeira Krüger e pelo Professor Doutor Alexandre Vieira Pinto Alves Costa e apresentada à Universidade de Coimbra Maio de 2014 Carlos Henrique de Moura Rodrigues Martins Dissertação de Doutoramento em Arquitectura Departamento de Arquitectura Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Maio de 2014 Apoios: À minha mãe e ao meu pai 3 4 “… rasgar a nuvem do tempo que tudo ousa envolver em amortecido esquecimento…” José Bonifácio de Andrada e Silva, Elogio Academico da Senhora D. Maria Primeira, 1817. 5 6 Agradecimentos Após alguns anos maioritariamente dedicados à elaboração da dissertação, estou em dívida para com muitas pessoas e instituições. Ao professor Mário Krüger, orientador do trabalho, devo a crítica exigente à qual, creio, muitas vezes não consegui corresponder; devo, ainda, o acompanhamento contínuo e detalhado do processo de construção da tese, sem o qual tudo teria sido mais difícil. Ao professor Alexandre Alves Costa, orientador do trabalho, devo o apoio inicial ao tema do trabalho e a confiança depositada na elaboração da tese, elementos motivadores e sempre presentes no quotidiano da investigação. Devo um agradecimento aos colegas do Departamento de Arquitectura com quem partilhei conversas e reflexões e que, de diferentes modos, contribuíram para a realização do trabalho. Aos professores José António Bandeirinha, Paulo Varela Gomes e Walter Rossa agradeço os conselhos e sugestões iniciais. Ao professor Paulo Providência, para além dos diálogos trocados, sempre estimulantes, agradeço os muitos livros cedidos sem prazo de devolução, prazo que agora dou por terminado. Ao Gonçalo Canto Moniz, ao Armando Rabaça, ao Rui Lobo, ao Miguel Correia e ao Joaquim Almeida agradeço a troca de ideias e de livros; acima de tudo agradeço a permanente cumplicidade e atenção, muito importantes num trabalho que foi feito em grande parte em plena solidão. Ao Gonçalo Canto Moniz, associa-se às inúmeras ajudas que não se esquece, a partilha dos problemas que cada um enfrentava no seu trabalho de investigação durante as viagens entre o Porto e Coimbra; constituiu, para mim, um processo de contínua aprendizagem. Agradeço à doutora Graça Simões os esclarecimentos na organização das referências bibliográficas, cujas sugestões e críticas, apesar da desobediência, foram importantes. Agradeço, ainda, aos regentes das cadeiras de Projecto e de Seminário, José Fernando Gonçalves, Paulo Providência, Pedro Maurício e Gonçalo Canto Moniz, as ajudas informais mas decisivas para poder conciliar o trabalho de investigação com a actividade pedagógica. À Ana Losa, a minha gratidão pelo estímulo e impulso iniciais para enfrentar esta tarefa, assim como pela revisão dos primeiros textos. Ao Sidh Mendiratta agradeço as reflexões sobre cartografia manuscrita e a ajuda na recolha de documentos da British Library, em Londres. Ao José Ferrão Afonso agradeço a ajuda na reorientação do tema numa fase anterior ao início do trabalho. Ao Fernando Figueiredo, conhecedor deste período histórico e, em particular, da actividade da Universidade de Coimbra e de José Monteiro da Rocha, agradeço a revisão crítica de alguns textos, a partilha de informação e de documentos muito úteis para o trabalho e a discussão criteriosa de aspectos parciais ou gerais do trabalho. À Sílvia Alves devo um agradecimento profundo pelo cuidadoso e empenhado trabalho de revisão e correcção do texto, e de formatação do documento final; um apoio e eficiência que não se esquece. Devo um agradecimento a várias pessoas que me auxiliaram em certos passos da execução do trabalho. Agradeço aos ex-alunos e hoje arquitectos João Briosa, Luís Sobral e 7 Pedro Pereira a ajuda no trabalho de desenho sobre cartografia manuscrita. Agradeço, ainda, ao João Briosa, o apoio na elaboração dos dois anexos e, ao Luís Sobral, o apoio na elaboração dos dois mapas. Ao Hugo Monteiro devo a paciente transcrição de muitos documentos manuscritos; foi uma ajuda preciosa e imprescindível, tornando acessíveis textos em muito mau estado ou com uma caligrafia muito difícil. Agradeço aos meus irmãos e à minha mãe a paciência e as ajudas quase invisíveis mas essenciais para o sossego necessário ao prosseguimento de um trabalho que exigiu longo isolamento. Ao Luís agradeço a revisão da tradução do resumo do trabalho; ao João o empréstimo de vários livros e ao Pedro as múltiplas ajudas em questões de informática e no tratamento de cartografia manuscrita. Agradeço, ainda, ao Manuel Tavares o interesse pelo tema do trabalho, cedendo e lembrando inúmeros livros da sua vasta e crescente biblioteca. No plano institucional agradeço à Fundação Ciência e Tecnologia o apoio financeiro concedido através da bolsa de doutoramento (SFRH/BD/32580/2006). Durante esta investigação, muito tempo foi passado em arquivos e bibliotecas. Aos funcionários das instituições onde trabalhei devo um agradecimento pelo apoio permanentemente prestado. Importa assinalar, pela generosidade e empenho, alguns destes auxílios. Agradeço à doutora Maria Adelaide Meireles que me apoiou na consulta do acervo de cartografia manuscrita da Biblioteca Pública Municipal do Porto (parte dele pertencente à colecção Balsemão), no que foi o primeiro contacto com o trabalho de pesquisa arquivística, e me aconselhou outros arquivos para prosseguir a investigação. Agradeço ao doutor João Tavares, do Arquivo Histórico Militar, as inúmeras ajudas e conselhos no processo de pesquisa deste riquíssimo e imenso arquivo. Agradeço a Fernando Almeida, do Arquivo Histórico Ultramarino, a atenção prestada na consulta da documentação, fornecendo várias pistas de pesquisa. Agradeço ao Fernando António Conceição, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a preparação e organização de inúmera documentação para consulta, um trabalho precioso que em muito facilitou a breve estadia neste belo arquivo. Agradeço ao doutor Paulo Tremoceiro, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, a sugestão e fornecimento de materiais e linhas de pesquisa e a ajuda na procura de fontes cuja referência era desconhecida. Agradeço a Anne Lacourt, responsável pelos arquivos da Ecole nationale des ponts et chaussées, a facilidade de acesso aos documentos relativos ao processo do aluno da escola Joseph Auffdiener. Por fim, agradeço ao coronel de engenharia José Eduardo Caixaria, a quem fico com uma dívida de gratidão pela disponibilização de muitos documentos originais que transcreveu pelo seu próprio punho e pelo incentivo ao prosseguimento do trabalho cuja pertinência salientou. Esta dissertação é resultante de um trabalho de investigação autónomo e original e não inclui matérias que sejam o resultado de trabalho feito em colaboração. 8 Resumo Este trabalho propõe como problemática central entender se as obras públicas iniciadas em 1789 pelos ministros José de Seabra da Silva e Luís Pinto de Sousa corresponderam a uma política do Estado para o fomento das vias de transportes e comunicações; e se as iniciativas empreendidas, no seu conjunto, constituem um programa global ou se, pelo contrário, não passaram de iniciativas casuísticas e muitas vezes ocasionais, tal como formulou Artur Teodoro de Matos em 1980. Explora-se esta questão, analisando e interpretando as origens, o desenvolvimento e o impacto das políticas para as obras públicas implementadas pelo segundo governo mariano e continuadas pelos governos seguintes até às invasões francesas. A análise tem como ponto de partida os projectos e obras empreendidos pelo Estado central neste período de vinte anos (1789-1809). Observam-se as propostas no seu contexto morfológico e histórico, tendo como objectivo clarificar a estrutura, sequência e ritmo do conjunto dos trabalhos. Além disso, com esta análise, procura-se compreender os conteúdos inerentes aos diferentes trabalhos públicos e apreender o processo de concepção e de decisão. A perspectiva é essencialmente global, abarcando a totalidade do território continental dando, no entanto, ênfase ao porto do Douro e à cidade do Porto, por ser a experiência com maior articulação entre diferentes programas e escalas de intervenção. Adoptou-se como método de trabalho o relacionamento entre acção legislativa, produção projectual e experiência de obra, cruzando pensamento e acção na procura de interpretar as intenções e opções dos políticos e as razões dos técnicos. Defende-se que o conjunto de projectos e obras empreendidos contêm uma ideia de rede para o território. Uma rede hierarquizada no campo programático, em grau crescente de complexidade técnica, tendo como prioridade as vias terrestres a que se seguem as vias fluviais e marítimas. Uma rede hierarquizada no campo espacial, tendo como eixo estruturante
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