UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE E DE JOHN LOGAN AURICÉLIO SOARES FERNANDES JOÃO PESSOA - PB ABRIL DE 2020 AURICÉLIO SOARES FERNANDES ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE E DE JOHN LOGAN Tese submetida ao Programa de Pós- Graduação em Letras, da Universidade Federal da Paraíba, como pré-requisito para a obtenção do título de Doutor em Letras. Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Mousinho Magalhães Área de Concentração: Literatura, Cultura e Tradução Linha de Pesquisa: Tradução e Cultura JOÃO PESSOA - PB ABRIL DE 2020 ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE E DE JOHN LOGAN FERNANDES, Auricélio Soares. Espelhos e retratos de Dorian Gray em Penny dreadful: configurações do gótico na construção do personagem de Oscar Wilde e de John Logan________ fls. Tese. (Doutorado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2020. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Antonio Mousinho Magalhães – UFPB Orientador ____________________________________________________ Profª. Drª Laura Loguercio Cánepa – Universidade Anhembi Morumbi (Examinadora externa) ____________________________________________________ Profª. Drª Rosângela Neres Araújo da Silva – Universidade Estadual da Paraíba (Examinadora externa) ____________________________________________________ Prof. Dra. Genilda Alves de Azerêdo – Universidade Federal da Paraíba (Examinadora interna) ____________________________________________________ Profª. Drª Lúcia Fátima Fernandes Nobre – Universidade Federal da Paraíba (Examinadora interna) JOÃO PESSOA - PB ABRIL DE 2020 Primeiramente, dedico esta tese a todos aqueles estudantes, nordestinos, sem recursos financeiros e que não fazem parte da “pseudo-elite” do Brasil (como eu e muitos de meus alunos de Letras); aqueles que ainda sonham em estudar/seguir numa pós-graduação e veem aos poucos as portas se fechando para eles; àqueles dotados de grande conhecimento e que muito contribuiriam para o desenvolvimento das HUMANAS, mas, que por tantos e tantos motivos, entre POLÍTICOS, IDEOLÓGICOS, SOCIAIS... se veem longe das mesmas oportunidades ocupadas pela meritocracia. Não esqueçamos que “não há prática educativa que não se direcione para um certo objetivo, que não envolva um certo sonho, uma certa utopia” (FREIRE, Paulo. In: ______. Cartas a Cristina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994, p. 163.) e que “[...] a educação, não importando o grau em que se dá, é sempre uma certa teoria do conhecimento que se põe em prática” (FREIRE, Paulo. Educação: o sonho possível. In. BRANDÃO, C. R. (Org.). O educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Graal, 1982, p. 95). Então, que tentemos fazer nossos sonhos se tornar realidade. Que a Poesia, a Arte e a Beleza e o Amor permaneçam acima de tudo. Para minha mãe, meu pai e meu irmão, que apesar de não terem tanta ciência do que é um Doutorado, sempre me apoiaram e me deram forças para eu nunca parar de estudar e buscar minha autorealização; Para Suenia, minha amada irmã, pela compreensão e amor; Para todos os silenciados, subalternos, freaks e aqueles que não se encaixam no mundo; Para a poetisa e Mestra Vitória Lima, responsável por meu amor e dedicação aos estudos cinematográficos e literários anglo-americanos; Para a Mestra indiana Shashi, que me ensinou mais do que amar a literatura e a ser grato; Para Genilda Azerêdo, responsável pelo meu desenvolvimento crítico e intelectual no PPGL; E, para meu admirado orientador Prof. Mousinho, por acreditar no meu projeto e me proporcionar as mais relevantes considerações teórico, críticas, profissionais e emocionais nessa jornada no PPGL que agora se encerra... Dedico igualmente. AGRADECIMENTOS (1) Em aliteração e com admiração agradeço Às mais maravilhosas mulheres de minha vida acadêmica: Vitória, Shashi, Sudha, Genilda... Feministas, modelos, queridas De cores, almas e roupas tão bonitas. Ao meu orientador, Um Doutor com o mesmo nome do meu pai: Antonio (Lula), socialista, Mousinho, Meu pai acadêmico “sim sinhô”. À Capes e ao CNPQ, por ainda possibilitar gratuitamente aqueles que sonham em “sê Dotô”. À minha mãe terrena, a Rainha do Céu (Regina Coeli), Irmã, irmão, Pai, família, Aquela na qual somos frutos da partilha. Aos amigos, ex-amigos, aos inimigos que me admiram. Às in(tensas) noites insones com vinho, chocolate, absinto, Heavy metal, 80´s gothic rock, que ainda hoje sinto. Enfim, por fim, e no fim agradeço ao café, A Oscar Wilde, Poe, Byron, Hawthorne, Baudelaire- Dark – decadants avec elegance. À Penny dreadful, Que em série me mostrou o lado humano dos outsiders. AGRADECIMENTOS (2) Aos colegas do grupo Ficções, em especial “às irmãs de orientador” Suellen, Rayssa e Elisângela, que desde a seleção me guiaram em importantes considerações sobre meu projeto e desenvolvimento da tese. Agradeço a todos os integrantes desse grupo de pesquisa tão relevante para minha formação acadêmica. Obrigado por todos os “toques” de pesquisa, comentários, ideias e palavras, escritas ou faladas, que me foram passadas. A Geraldo Alves, pela poesia visual e pelo silêncio... aos “querides” Ana Carolina, pela companhia, amizade e “macaquices” em Gba City, a metaficcionaCaio Medeiros pela atenta leitura crítica e pelos maravilhosos apontamentos sobre metaficcão, a Jenison, pelas palavras de incentivo. Aos amigos de longe, mas tão perto: Fábio Ronaldo, Caroline, Iris Medeiros, Luciano Araújo, Daniela “Morte”, Bebeto, Egberto, Deco, Vanuza, Skarllety, Alice, Luan, Paulinho, Rosilda Alves, Isabelle Ferreira, pelo incentivo. A Joey Almeida, igualmente, pela torcida, carinho e por partilhar relevantes e interessantes considerações quando a série ainda estava sendo transmitida. Aos meus queridos alunos de Letras-Inglês da UEPB – Guarabira. À professora, ex-diretora e colega Dalva Ibiapino, que me ajudou em todo o processo na licença do Doutorado. Obrigado por todo o carinho gratuito em tentar facilitar toda a minha jornada na Escola Estadual de Areial. À professora e colega (e examinadora) Rosangela Neres, pelo carinho, disponibilidade e conversas desde o início do doutorado. À professora Lúcia Nobre, cujas considerações no ato da qualificação enriqueceram muito esta pesquisa. À banca examinadora: Profa Laura Cánepa e Professora Genilda Azerêdo, pela aceitação e disponibilidade de examinar esta pesquisa. A Richard, pela partilha do amor e da melancolia. A meu gato Salvador Dalí, por sempre estar ao meu lado, na cadeira da mesa ou no sofá, me observando ou dormindo, ou querendo brincar às 3 ou 4 da manhã, enquanto escrevia esta tese. À Arte e à/da Ficção, que tem me proporcionado os mais maravilhosos momentos de prazer e alegria. Ao meu amigo Erielson (in memoriam), que amaria ter me visto chegar até aqui. E, enfim, à minha amiga Marta Furtado (in memoriam), que não chegou a ler essa tese, OBRIGADO por toda a Luz que emanou em minha vida há tantos anos. Some things are more precious because they don´t last long - Oscar Wilde A thing of Beauty is a Joy forever - John Keats Forever is composed of Nows - Emily Dickinson ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE E DE JOHN LOGAN RESUMO Como um fenômeno transcultural e trans-histórico (SÁ, 2010) propenso a mudanças em determinado tempo e espaço, o gótico tem permanecido nas artes há quase novecentos anos, desde seu surgimento na arquitetura até formas audiovisuais da contemporaneidade. Nesse contexto, essa tese tem por objetivo principal discutir reflexos do gótico no seriado de televisão anglo-americano Penny dreadful, cuja trama maior advém de personagens literários da tradição inglesa. Penny dreadful é um exemplo de adaptação televisiva que se desvincula do modelo de fidelidade ao texto fonte, como fora por muito tempo atribuído à qualidade da adaptação (STAM, 2006), materializando na ficção seriada uma tendência contemporânea nas produções audiovisuais que retratam o lado humano dos personagens monstruosos (ROAS, 2012), (LLOBERA, 2015), compreendidos como uma metáfora dos “monstros” que cada indivíduo pode ter dentro de si. Assim, escolhemos como categoria específica o personagem Dorian Gray, do romance O retrato de Dorian Gray, do escritor, poeta, dramaturgo e crítico irlandês Oscar Wilde. No seriado televisivo, Dorian Gray é caracterizado como monstruoso (JEHA, 2007) e transgressor (BOTTING, 1996) e suas ações o enquadram como um outsider, como afirma Howard Becker (2008), no seu estudo sobre a sociologia do desvio. Além disso, ao analisarmos o personagem Dorian Gray e a conexão com o espaço em que ele vive, verificamos a presença da autorreflexividade, que atribui diversos outros sentidos à sua caracterização, intimamente ligada à arte pictórica e a símbolos como o espelho. Compreendemos Penny dreadful como uma bricolagem (LEVI-STRAUSS, 1971), (DE CERTEAU, 1994) de narrativas góticas clássicas do século XIX como Frankenstein, Drácula, O médico e o monstro, citações de poemas do Romantismo inglês e folhetins de terror da Era Vitoriana, os penny dreadfuls, que dão nome à série. Para discorrermos acerca da narrativa na televisão e a ficção seriada, utilizamos estudos de Jost (2007,
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