diário de S.Paulo APENAS R$1,90 Confira o novo PORTAL do Jornal Diário de SP em WWW.SPDIARIO.COM.BR OLÁ, SEGUNDA 27/01/2020 APENAS R$1,90 de S.Paulo diárioSaiba como é a vida de quem vive nas calçadas de São Paulo Bolsonaro vê dificuldades na aprovação de reforma tributária P8 Governo disponibiliza R$ 90 milhões para regiões atingidas por chuvas P10 LUTO NO ESPORTE A lenda, Kobe Bryant, morre em acidente de helicóptero nos Estados Unidos P18 Palmeiras x São Paulo Corinthians Coluna do Neto P17 Choque-Rei’ Corinthians joga mal e fica no empate com o zerado Mirassol P19 Palmeiras e São Paulo fazem clássico movimentado, mas 1X1 sem gols P12 Ano 137 / N.º 44.889 / Publicidade: (11) 2337-7081 SIGA O DIÁRIO DE S. PAULO www.spdiario.com.br twitter.com/diariosp www.facebook.com/diariosp Fale com o Diário: (11) 2337-7084 2 DIÁRIO DE S. PAULO - SEGUNDA-FEIRA / 27 DE JANEIRO DE 2020 dia a dia HOMENAGENS São Paulo tem 33 ruas que homenageiam personagens e datas da ditadura Por Agencia Brasil demanda de familiares de conversavam com os mo- Neto, conhecido como prefeito. mortos e desaparecidos radores sobre os motivos Tintim, que frequentava a “O projeto de lei tem um pela ditadura militar, para ocorrer a alteração. praça e acabou morrendo processo lento de trami- esmo com ex-presos políticos duran- Carla Borges, outra ideali- após um acidente. tação na Câmara, por- mudanças te o período e dos movi- zadora do projeto, afirma zTambém eram tiradas que não é prioridade, até promovidas após mentos de Direitos Hu- que a maioria das pessoas dúvidas sobre a mudança. porque também tem uma Ma ação do pro- manos da cidade de São que eram abordadas pelo Os moradores acredita- base de vereadores con- grama Ruas de Memória, Paulo. programa não sabiam vam que correspondên- servadores”, explica Cas- diversos logradouros da quem eram os homenage- cia não iriam chegar ou tellano. Ela ressalta que capital paulista ainda Ressignificação dos ados das ruas em que mo- que seria necessário ficar para conseguir aprovar a fazem referência ao espaços públicos ravam. As reações foram alterando o endereço em mudança de cinco logra- período de ditadura Clara Castellano, uma das diversas. cadastros. No entanto, a douros , foi necessário militar no Brasil idealizadoras do progra- mudança em nada afeta- mobilização social e ajuda ma, explica que mesmo “Quando ficavam saben- ria, já que o CEP do lo- da militância. Castelo Branco, Sérgio após o fim da ditadura, do, muitos se chocavam. gradouro seria mantido. É Fleury, Otávio Gonçalves diversas marcas do regime Outros entendiam que era necessário, porém, pagar Atualmente, quatro Proje- Moreira Júnior e Alberi continuaram pela cidade. alguém que não deveria uma taxa para trocar o tos de Leis que pretendem Viêira dos Santos. Esses ser homenageado, mas endereço do imóvel no mudar logradouros relacio- são alguns personagens não entendiam qual era cartório. nados à ditadura tramitam que marcaram a ditadura “As pessoas sua relação com aqui- na Câmera de São Paulo. As militar no Brasil (1964- naturalizam um lo. Mas também tinham Desde 2015, o projeto teve praças Augusto Rademaker 1985) e que dão nome à pessoas que concorda- grandes conquistas, como Grunewald e Ministro ruas da capital paulista. período marcado vam com a homenagem”. a alteração do nome do Alfredo Buzaid e as ruas São Paulo tem 33* logra- por autoritaris- Como exemplo, Borges Minhocão , antes nomea- Senador Filinto Muller e douros (ruas, avenidas, mo, por violações cita a rua Fleury, onde ha- do de Costa e Silva e agora Rua Doutor Sérgio Fleury viadutos e praças) que políticas, por viam militares favoráveis João Goulart . podem ter seus nomes homenageiam datas, fatos tortura, assassi- à manutenção do nome. alterados. No entanto, não ou pessoas envolvidas “A mudança não é rápi- há previsão de quando os com a ditadura militar . natos, sumiços de O projeto realizou deba- da, até porque tem todo o projetos serão votados. Até 2015 eram 38, mas pessoas”. tes com a população local processo de participação cinco delas foram reno- sobre a mudanças nos social”, afirma Castellano. meadas por meio do nomes dos logradouros, Além do diálogo com os Programa Ruas de Memó- Segundo ela, alterar os buscando novos nomes moradores, é necessário ria , da Secretária de nomes das ruas é uma que os representassem. convencer os vereado- Direitos Humanos de São forma de ressignificar os Na praça Milton Tavares, res a criar e defender Paulo. espaços públicos. “Nós por exemplo, a população projetos de leis para não podemos naturalizar e escolheu, para substituir o alterar cada uns dos no- Costa e Silva, Milton não podemos permitir que nome do general, o nome mes. Após isso, o projeto Tavares, Alcides Cintra, existam permanên- do skatista Paulo Sella ainda precisa ser votado Couto e Silva e a data 31 de cias de um período pela Câmara e sancio- março (quando o golpe de que notadamente nado pelo 1964 foi instaurado) violou direitos perderam seu logradouros humanos e que e foram substituídos por notadamente não vítimas da ditadura ou era democrático. benfeitores locais. Outras Porque naturali- 33 placas de ruas que zar esse símbolo homenageiam pessoas significa natura- ligadas à repressão militar lizar as violações continuam lá, mesmo cometidas por após quatro anos da esses violadores instauração do projeto. [que dão os no- Programa foi lançado em mes as ruas]”. 2015, durante a gestão de Dessa forma, Fernando Haddad, e o Ruas de Me- visava ressignificar o mórias pretende espaço público da cidade. explicar o paradoxo que Lançado em agosto de há em manter em uma 2015 durante a gestão de democracia nomes de Fernando Haddad (PT), o ruas que homenageiam a Ruas de Memórias consis- ditadura. Funcionários do te em ressignificar o projeto, acompanhados de espaço público e suprir a vítimas do regime militar, imagens/internet DIÁRIO DE S. PAULO - SEGUNDA-FEIRA / 27 DE JANEIRO DE 2020 3 dia a dia ACIDENTES Número de ciclistas mortos por atropelamento em São Paulo aumentou Por Agencia Brasil uantidade de mortes por Q atropelamento também aumentou em relação a dados de 2018 Segundo o Infosiga, sistema do governo do estado de São Paulo, o número de mortes envolvendo ci- clistas na capital paulista aumentou em 2019: foram 36 casos no ano pas- sado contra 22 em 2018. A diferença representa um crescimento de 64%. A quantidade de mortes envolvendo bicicletas também cresceu no res- tante do Estado: 404 mortes, 2,52% a mais do que no ano anterior. As mortes por atropelamento em São Paulo também aumentaram em 2019. Ao todo, foram registradas 394 mortes nessa modalidade, o que representa um aumento de 3,95% em relação a 2018. O sistema tam- bém mostra que os casos os inclusos nas faixas etárias entre 45 e 80 anos cresceram. Apesar dos dados acima, o núme- ro geral de mortes em acidentes de trânsito diminuiu em 2019. Enquan- to foram registradas 888 mortes em 2018, ocorreu uma queda de 1,52% no ano passado: 874 óbitos. 4 DIÁRIO DE S. PAULO - SEGUNDA-FEIRA / 27 DE JANEIRO DE 2020 dia a dia CIDADES Saiba como é a vida de quem vive nas calçadas de São Paulo Capital mais rica do Brasil deixa ‘invisíveis’ cidadãos que precisam de oportunidade profissional, abrigo e afeto para sair das calçadas Por IG centro paulistano, conside- no. “Eu tô cansada emocio- Eliana: — Eu sou formada em Aqui”, e tenho outra versão radas perigosas devido à nalmente. O bagulho é letras. Sou professora de de Roxette, que chama-se… concentração de usuários muito louco. Acabei de inglês. como é que é… vamo ver se er ex- morador de de drogas. Isso, no entanto, voltar da Cracolândia e teve Pedinte: — É mesmo? Que eu lembro.... [e cantarola rua em um universo não tinha relação com o um ataque da Guarda legal! uma parte de Spending my onde papelão é tamanho da coragem dela, Municipal. É quase todo dia, Eliana: — Não lembro o Time]. A mais recente Sterreno, cobertor mas com a empatia pela quase toda hora. E é inad- ritmo [da música]. Qual é o chama-se “Jamais diga que representa um teto e a vida que acontece diante de missível isso que está seu nome? é o fim”. Eu não sei quem indiferença social é rotina mais de 12,8 milhões de acontecendo. A situação de Pedinte: — Marco Antônio canta, mas é a versão de se torna uma tarefa quase pessoas que circulam em rua deve ser tratada como Muniz Alexandrino da Silva. uma internacional. ‘Sim, impossível. Ainda mais São Paulo . Ainda assim, parte da saúde mental, Eliana: — Você está em jamais diga que tem fim, quando os laços familiares vida invisível. saúde pública. Não deveria situação de rua? Deus é maior que tudo rompidos dão espaço ao “Casei, tive filhas em um ser questão de segurança”. Pedinte: — Não. aqui’. Você pode não consumo de drogas, a fome relacionamento de 20 anos Enquanto Eliana Toscano Eliana: — Você está o quê? acreditar, mas é isso aí. e a exposição crescente a que era muito abusivo. falava sobre a importância Pedinte: — Eu estou andando Menina, não vai fazer falta violências físicas, sexuais e Pulei fora da união, mas das questões que envolvem por aí. [os 15 centavos]? morais nas calçadas das mantive a ilusão de ficar pessoas em condição de rua Eliana: — Mas você tem uma Eliana: — Não, pega, é seu. cidades. Atual funcionária morando junto para termi- serem tratadas pela saúde casa? Pedinte: — Eu tô rico! — dis- da Secretaria de Direitos nar de cuidar das meninas. pública e não pelo setor de Pedinte: — Tenho terreno, se, sorrindo.
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