Cleonice Elias Da Silva.Pdf

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Cleonice Elias da Silva Rio 40 Graus: sua censura e os patamares de uma conscientização cinematográfica MESTRADO EM HISTÓRIA SÃO PAULO 2015 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Cleonice Elias da Silva Rio, 40 Graus: sua censura e os patamares de uma conscientização cinematográfica MESTRADO EM HISTÓRIA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de mestre em História, sob orientação da Profª Drª Carla Reis Longhi SÃO PAULO 2015 Banca Examinadora ______________________________ ______________________________ ______________________________ Aos meus avós e pais Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o filme Rio, 40 Graus (Nelson Pereira dos Santos, 1955) e a mobilização surgida entre os intelectuais brasileiros após a sua censura pelo coronel e chefe de polícia Geraldo Menezes Côrtes. Para estudar essa mobilização, analisaremos textos publicados na imprensa brasileira no decorrer do segundo semestre de 1955. As fontes desta pesquisa correspondem ao filme e aos textos da imprensa publicados no referido período. Um eixo norteador importe para a reflexão que apresentamos são as questões trazidas por Marcelo Ridenti (2000, 2010) sobre a valorização do povo na cultura brasileira e a brasilidade revolucionária. Proporemos um novo viés analítico para pensar o filme como documento histórico e estético. Esse viés diz respeito ao projeto estético e ideológico do nacional popular. Tratando-se da mobilização surgida após a censura do filme, afirmaremos que ela proporcionou discussões sobre a produção de filmes no Brasil, agenciando questões presentes nos congressos de cinema de inícios dos anos 50, sendo a principal delas a defesa do cinema nacional. Todavia, as proporções assumidas pela mobilização em defesa da liberação do filme imprimiram uma nova dinâmica nas discussões realizadas nos congressos de cinema. Palavras-chave: Rio, 40 Graus; Censura; Mobilização; Nacional Popular; Neorrealismo. Abstract: This research aimed to analyze the film Rio, 40 Degrees (Nelson Pereira dos Santos, 1955) and the mobilization occurring between Brazilian intellectuals after censorship by the colonel and chief of police Geraldo Menezes Cortes. To study this mobilization we analyze texts published in the Brazilian press in the second half of 1955. The sources of this research correspond to the film and the press articles published in that period. An important guiding principle for reflection that we present are the questions raised by Marcelo Ridenti (2000, 2010) about the appreciation of the people in the Brazilian culture and the revolutionary brazilianness. We propose a new analytical bias to think the film as historical and aesthetic document, this bias concerns the aesthetic and ideological project of national-popular. In the case of mobilization that emerged after the censorship of the film, we stated that it gave discussions on film production in Brazil, touting the issues surrounding the early '50s Cinema Congress, the main one, the defense of national cinema. However, the proportions assumed by the mobilization in support of the release of the film, printed a new dynamic in discussions of the Cinema Congress. Keywords: Rio, 40 Degrees; Censorship; Mobilization; National-Popular; Neorealism ABREVIATURAS ABE Associação Brasileira de Educação ABL Academia Brasileira de Letras APC Associação Paulista de Cinema Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CMC Comissão de Moral e Costumes CPC Centro Popular de Cultura da UNE DIP Departamento de Imprensa e Propaganda ECA Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo Edusp Editora da Universidade de São Paulo EUI European University Institute (Instituto Universitário Europeu) Difilm Distribuidora de Filmes Brasileiros Ltda Embrafilme Empresa Brasileira de Filmes S.A. IDHEC Institut Supérier d’Études Cinématographiques INC Instituto Nacional de Cinema INCE Instituto Nacional de Cinema Educativo ISEB Instituto Superior de Estudos Brasileiros MAM Museu de Arte Moderna MEC Ministério da Educação e Cultura PC Partido Comunista PCB Partido Comunista Brasileiro Polithicult Núcleo de Estudos de Política, História e Cultura SCDP Serviço de Censura de Diversões Públicas UCLA Universidade da Califórnia UNE União Nacional dos Estudantes AGRADECIMENTOS Aos professores de uma vida. Agradeço a minha orientadora, professora doutora Carla Reis Longhi, por ter-me aceito como sua orientanda, pela simpatia de sempre, por ter respeitado algo que a mim é tão caro: minha autonomia, dando-me liberdade para, a partir das leituras indicadas, construir as reflexões que moldaram este trabalho. À professora doutora Estefania Knotz Canguçú Fraga, pelas leituras realizadas dos meus textos e pelas indicações sugeridas. À professora doutora Yvone Avelino, pelas sugestões dadas para o desenvolvimento de algumas discussões nesta pesquisa. À professora doutora Maria do Rosário da Cunha Peixoto, pelas aulas sobre teoria e metodologia. Aos professores doutores Pedro Antonio Tota e Antonio Rago Filho, por terem me recebido tão bem na tensa entrevista do processo seletivo lá nos confins de 2012, e por sempre terem sido muito solícitos; ao primeiro agradeço também pelo convite para integrar o seu grupo de pesquisa Polithicult; ao segundo, pela leitura criteriosa que fez da minha pesquisa no momento da qualificação. À professora doutora Elen Doppenschmitt, pela leitura de um dos capítulos dessa dissertação e pela arguição realizada. Ao professor doutor Eduardo Morettin, pelas críticas e recomendações dirigidas ao meu trabalho durante a minha qualificação. Ao professor doutor Marcos Napolitano, pela leitura realizada em 2009 do ensaio que originou este projeto de pesquisa e pelas indicações bibliográficas a mim concedidas. Ao professor doutor Mauricio Cardoso, pela leitura atenta do meu primeiro projeto de mestrado e pelas orientações que tento desde aquele momento seguir à risca. À Capes e ao CNPq, pelas bolsas que possibilitaram a realização e a dedicação para o desenvolvimento desta pesquisa. Aos colegas com os quais cursei disciplinas e que de alguma forma colaboram com esta pesquisa, entre outros, Icaro Picerni, Karla Maestrini, Iberê Moreno, Renata Allucci e Cleyton Costa. Agradeço também aos colegas Amanda Alexandre, Maria Verônica Perez, Renata Pires, Gabriel Kenzo e à Marlene, cuja alegria e perseverança admiro. Aos meus amigos, especialmente, os de longa data, Adriana Batista, Vinicius França, Alexandre dos Anjos, Sirley Alencar, Eduardo Alves, Carmem Silva, Marcela Boni e Gláucia Lemos, pelo companheirismo de sempre, e aos recentes, Rodolfo Rodrigues, Fabiano Tizzo e Jorge Cárceres. Ao Alexandre do Centro de Documentação da Cinemateca, por ser tão prestativo e por ter me atendido muito bem todas as vezes que precisei consultar os documentos do acervo. Agradeço também à Gabriela e ao Adilson. Ao Anoar Provenzi, pela revisão cuidadosa desta dissertação. À minha querida mãe, com quem compartilhei as angústias e as conquistas durante todo o processo da pesquisa, a pessoa que mais vibra e torce por mim nessa vida. Ao meu querido pai, em quem me inspiro em muitos aspectos e que sempre está disposto a ajudar na realização dos meus sonhos. Aos meus queridíssimos irmãos, Zé, Tim e Que, com os quais me divirto e dos quais me orgulho demais. Aos meus tios e primos, pela torcida de sempre, e aos meus avós, em especial, as minhas avós Nega e Ciína. Agradeço ao Maurice Politi, pela generosidade. Ao Marcos César Alvarez, pelas conversas sobre cinema. Ao doutor Paulo Moraes, pelo profissionalismo e pela alegria contagiante. À Elcy Peçanha, também pelo profissionalismo e por ter me indicado os caminhos dos encontros e desencontros comigo mesma. Ao doutor José Anibal Torri. Agradecimentos à senhora Ivelise (esposa de Nelson Pereira dos Santos), por ter intermediado o meu contato com ele. Meus agradecimentos especiais a Nelson Pereira dos Santos, pela entrevista concedida na ABL. A produção de Nelson é de estrema importância para o patrimônio do cinema brasileiro e continua me motivando a realizar futuros trabalhos para além deste mestrado. Por fim, confesso que iniciei esta pesquisa cheia de receios e a concluo muito grata a todos, cheia de alegria e com uma pretensa sensação de “dever” cumprido. “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem” JOÃO GUIMARÃES ROSA, Grande sertão: veredas SUMÁRIO ABREVIATURAS ............................................................................................................................ 7 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................... 12 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 13 CAPÍTULO 1 PRINCIPAIS ASPECTOS DO CONTEXTO CINEMATOGRÁFICO E CULTURAL NO BRASIL NA DÉCADA DE 1950 Introdução ....................................................................................................................................................... 40 1.1. A produção de filmes em São Paulo e no Rio de Janeiro ........................................................ 44 1.2. A década de 1950 e as críticas a uma cultura alienada ...........................................................

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