Catalogo IV Fronteirafestival.Pdf

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Título: Moça típica da região de Goiás (GO) Acervo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Série: Acervo dos trabalhos geográficos de campo Autor: Desconhecido Local: Goiânia Ano: [195-] Este festival é dedicado a João Henrique Pacheco 21 de março de 1991 † 22 de setembro de 2017 “Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, elas já estão pairando no ar. Quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês. Não pararei porque não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia. A morte de um combatente não para uma revolução”. Luís Inácio Lula da Silva São Bernardo do Campo - 7 de abril de 2018 SUMÁRIO: 15 APRESENTAÇÃO 17 RADICALIDADE E RISCO | Camilla Margarida 23 E NÓS? | Camilla Margarida, Henrique Borela, Marcela Borela e Rafael Parrode 29 SESSÃO DE ABERTURA 35 UM INCÔMODO FESTIM SOBRE O OLHAR | Lúcia Monteiro e Patrícia Mourão 43 COMPETITIVA INTERNACIONAL DE LONGAS-METRAGENS 47 TIERRA SOLA E AS HISTÓRIAS DA ILHA DE PÁSCOA | Marcelo Ribeiro 53 EUFORIA | Dalila Camargo Martins 61 O TRAUMA DA HISTÓRIA E O CONTRAFOGO DO CINEMA | Marcelo Ribeiro 67 NENHUMA LUZ NO FIM DO TÚNEL | Rafael Parrode 75 OS MIL OLHOS DA LIBÉLULA | Rafael Parrode 85 QUEM SOU EU, PRA ONDE VOU, DE ONDE VIM? | Ricardo Roqueto 91 A TERRA É INAVEGÁVEL | Dalila Camargo Martins 97 OUROBOROS E O HORIZONTE DA BARBÁRIE| Marcelo Ribeiro 101 COMPETITIVA INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS 103 ESTADOS DE EMERGÊNCIA | Rafael Parrode 115 O MUNDO QUE FALTA | Camilla Margarida 131 PAISAGENS DA MEMÓRIA | Ricardo Roqueto 143 ATUALIDADE ROSSELLINI 145 APRESENTAÇÃO | Adriano Aprà 159 ENCICLOPÉDIA HISTÓRICA DE ROSSELLINI | Adriano Aprà 191 ROBERTO ROSSELLINI E A INVENÇÃO DO CINEMA MODERNO | Alain Bergala 213 ROBERTO ROSSELLINI: STROMBOLI | Éric Rohmer 219 CARTA ROSSELLINI | Jacques Rivette 235 DEFESA DE ROSSELLINI | André Bazin 245 CINEASTAS NA FRONTEIRA 273 A POÉTICA DOS ESPAÇOS-FANTASMAS: O CINEMA DE LEE ANNE SCHMITT | Mónica Delgado 279 LEE ANNE SCHMITT: UMA ENTREVISTA | Mónica Delgado 293 O OLHO QUE CONECTA: FILMES E VÍDEOS EXPERIMENTAIS DE STEPHEN BROOMER | Cameron Moneo 305 CADMO E O DRAGÃO 307 URGÊNCIAS DO AGORA / Rafael Parrode 321 VISÕES DA DESTRUIÇÃO 323 APRESENTAÇÃO / Rafael Parrode 351 ÀS PRIMAVERAS QUE VIRÃO 353 APRESENTAÇÃO / Rafael Parrode 365 EXPERIMENTOS DA DIÁSPORA AFRICANA 367 APRESENTAÇÃO / Rafael Parrode 379 EXIBIÇÕES ESPECIAIS 385 HENGYORO, DE TAKAMINE GO: AS CICATRIZES DO FANTASMA / Luiz Soares Júnior 393 ONOMATORQUESTRA 401 SESSÃO DE ENCERRAMENTO 405 SESSÃO ACESSIBILIDADE 409 ESTADO CRÍTICO - RESIDÊNCIA DE CRÍTICA DE CINEMA 413 MASTERCLASSES 419 MESA MEMÓRIA E PRESERVAÇÃO 423 PROGRAMAÇÃO 437 ÍNDICE DE FILMES 443 CRÉDITOS [ APRESENTAÇÃO ] 17 18 RADICALIDADE E RISCO Camilla Margarida Realizar o FRONTEIRA – FESTIVAL INTERNACIONAL DO FILME DOCUMENTÁRIO E EXPERIMENTAL nesta quarta edição é criar acontecimento no mundo, recriar e partilhar mundos, transformando outros. Apresentamos estes 11 dias de festival com a paixão de todos os anos - eu, Rafael Parrode, Marcela Borela e Henrique Borela e uma equipe dos sonhos, grandes programadoras e programadores, produção, comunicação, tráfego de filmes, design, técnica, convidadas e convidados. Estamos mais convictos do que podemos fazer com o pouco que temos, com parcos recursos e com a radicalidade e o risco de sempre. Buscamos, desde a primeira edição, pelas melhores projeções de cópias exibidas geralmente em seus formatos originais, respeitando as bitolas disponíveis, tanto analógicas como digitais. Entretanto, nesta quarta edição, todas as exibições serão realizadas em formato digital DCP, indo contra as diretrizes de emancipação das formas cinematográficas hoje reivindicadas num panorama em que o analógico tem sido cada vez mais usado enquanto plataforma de captação e projeção de filmes. É urgente, então, um debate em Goiânia que levante sobretudo questões relativas à memória e preservação do cinema e seus meios, ampliando os entendimentos atuais relativos à produção e exibição cinematográficas em tempos em que a desconfiança diante das tecnologias digitais ainda se faz necessária. É inadmissível que os espaços culturais da cidade de Goiânia permaneçam à margem dos debates que têm sido levantados sobre suportes do cinema, testemunhando o desaparecimento e a perda de toda uma história das imagens, e de toda uma comunidade do cinema analógico que vem sendo soterrada diariamente pela tecnologia a despeito de sua resistência global. É fundamental, neste momento, reivindicar espaços na cidade que se comprometam com a pluralidade técnica 19 e formal do cinema, possibilitando, a partir disso, o acesso mais amplo possível ao que de mais relevante se tem debatido sobre cinema e memória. Ainda nesse sentido, enquanto testemunhamos não só o desaparecimento das imagens, mas também da própria paisagem da cidade, que é engolida pela especulação imobiliária e o avanço das empreiteiras, continuamos firmando o centro de Goiânia como o espaço de resistência e militância do Fronteira, reforçando o caráter efervescente e democrático desse lugar onde a cidade nasceu. Fazemos a ocupação da última sala de cinema do centro de Goiânia que ainda não havia sido vivida pelo festival desde sua primeira edição em 2014: o Cinema Lumière Banana Shopping, reduto cult-pop-kitsch-gay na avenida Araguaia, coração da metrópole viva, contraditória, popular. É num certo apelo popular, sobretudo, que acontecem as mostras competitivas internacionais (8 longas e 18 curtas); exibições especiais não competitivas; homenagem e mostra dedicadas a Roberto Rossellini; mostra Cadmo e o Dragão; mostra Visões da Destruição; mostra Experimentos da Diáspora Africana; e mostra Às Primaveras que Virão, somadas às ações de formação (residência de crítica de cinema e duas masterclass), formam a programação do festival de 12 a 21 de abril. Já em clima de encerramento, a projeção com sonorização ao vivo da Onomatorquestra faz valer o momento de expansão de sentidos no último dia. Com a curadoria do pesquisador italiano Adriano Aprà, a mostra Atualidade Rossellini apresenta sete filmes do cineasta que foi o precursor do Neorrealismo italiano e que redirecionou os debates sobre o próprio cinema e os limites da produção cinematográfica. A mostra Cineastas na Fronteira convida o espectador a viagens memoráveis pela história do mundo através do espírito do cinema, pelo caminho da materialização experimental dos fantasmas das paisagens, da memória e do próprio cinema feito pela norte-americana Lee Ann Schmitt e pelo canadense Stephen Broomer. Transitando pela não-ficção e pelo filme ensaio em suportes que variam entre o 16mm e o digital, as obras de Lee Anne Schmitt, ao mesmo tempo que cartografam espaços e paisagens, captam também uma fantasmagoria inerente àqueles lugares, revelando fendas da história norte-americana. Stephen Broomer, herdeiro, por sua vez, de todo um legado do cinema experimental 20 canadense, entrelaça seu trabalho entre pesquisa e preservação da memória do cinema, ao mesmo tempo que opera entre o found footage e o cinema estrutural, percorrendo o cinema experimental. No outro extremo, a Cadmo e o Dragão é a mostra permanente dedicada a filmes desobedientes, de temas urgentes e atuais, produzidos em Goiás. Esta mostra surge como o desenho de uma historiografia possível de um cinema experimental e inventivo produzido em nosso estado ao longo do tempo. Na busca por renovação, revelamos realizadores cujos olhares se destacam pelo frescor e rebeldia. Além destas, há mostras especiais com recortes particulares e dialógicos. Em Às Primaveras que Virão, estreias mundiais dos dois novos curtas de Sylvain George (nome decisivo do cinema político francês atual, ao qual a segunda edição do Fronteira dedicou sua retrospectiva) estão programadas: Um pouco da brasa que voa (Un Peau de Feu Que Volé, França, 2017) e Ainda maio (Joli Mai, França, 2017). Compõem ainda a mostra o brasileiro Secundas (2017) dirigido por Cacá Nazário, sobre a primavera secundarista de 2016; Panfletos da Nova Esquerda (1974) dirigido por Saul Levine, Lamentos da Destruição (2017) de Guli Silberstein; Blues do Deslocamento (2017) do realizador norte americano Sky Hopinka e O Manifestante Integral (2017) do francês Léo Richard. Na mostra Experimentos da Diáspora Africana – que traz um conjunto de poéticas pós- coloniais dos negros sobre si, suas imagens e o mundo – está programada a exibição da cópia restaurada de O lamento do jazz (The cry of jazz, EUA, 1959), clássico do cinema negro norte-americano dirigido por Ed Bland, acompanhado de filmes de Kevin Jerome Everson e Claudrena Harold – dois dos documentaristas mais importantes dos EUA hoje –; entre eles, Como eu poderia me atrasar (How can I ever be late, EUA, 2017), estreia no Brasil; a norte-americana de descendência nigeriana Akosua Adoma Owusu, e seu novo trabalho Mahogany também (Mahogany too, 2018); e Ephraim Asily, cujo filme anterior, Kindah (2016), esteve em competição na terceira edição do Fronteira, retornando agora com seu novo filme Fluid frontiers (2017), que encerra a sua “diáspora suite” composta por outros quatro filmes. Saul Levine, um dos mais importantes realizadores da vanguarda norte-americana desde 21 os anos de 1970, faz estreia mundial de seu novo filme, Luz vazada, mancha do amor (Light lick, love stain, EUA, 2018) na mostra Visões da Destruição, que reúne olhares de reinvenção a partir da “morte” do cinema. Na mesma mostra, um dos grandes nomes do atual cinema independente francês, Jean Claude Rousseau, estreia no Brasil com seus curtas Tão longe, tão perto (Si loin si proche, França / Japão,

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