Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas Departamento de Antropologia Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana A CIDADE DO FUTEBOL ETNOGRAFIA SOBRE A PRÁTICA FUTEBOLÍSTICA NA METRÓPOLE MANAUARA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo como requisito para obtenção do título de Mestre Orientador: Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani São Paulo, agosto de 2014 CHIQUETTO, Rodrigo Valentim. A Cidade do futebol: etnografia sobre a prática futebolística na metrópole manauara. Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo como pré-requisito para obtenção do título de mestre em Ciência Social (Antropologia Social). Aprovado em: Banca examinadora Prof. Dr. Luiz Henrique de Toledo PPGAS/UFSCAR Prof. Drª. Silvana de Souza Nascimento PPGAS/USP Prof. Dr. José Guilherme Cantor Magnani PPGAS /USP 1 Para Yana 2 Agradecimentos Agradeço a todos os meus familiares, amigos e colegas que me acompanharam durante o percurso desta pesquisa. Foram cinco anos de muito trabalho, em que conheci muita gente nova, aqui e lá. Alguns passaram rapidamente, outros estiveram junto desde sempre, outros, ainda, vieram e ficaram. Destes, os mais importantes são, sem sobra de dúvida, meus pais. Que me ensinaram tudo o que eu sei e mais um pouco. E não há nada mais importante para mim do que isso. A eles, ofereço minha gratidão, um abraço apertado e um grande beijo. Às minhas irmãs, Bárbara, Renata e Ana, ofereço outro grande beijo, pois com vocês compartilhei coisas que só os irmãos compartilham – de perto ou de longe, tanto faz. Minha gratidão, também, ao Marcos e a Graça, pelos conselhos e pela amizade. Aos meus outros parentes: primos, primas, tios e tias, com os quais sempre conversei muito, sobre tantas coisas, em almoços e jantares de família, muito obrigado pela paciência e pela disposição em ouvir aquilo que eu tinha para dizer, mesmo que as opiniões – muitas vezes – fossem as mais diversas. Aos meus avós – Dayse, Oswaldo, Regina e Pedro – agradeço profundamente pelo companheirismo, pela a amizade e pelo carinho. Dentre todos, há aqueles que são especiais por terem traçado este caminho comigo, debatendo questões relacionadas a este texto, vivendo os imponderáveis da pesquisa de campo, compartilhando o local de trabalho, o cafezinho, a casa, o barco. Linhas de vida que se emaranharam à minha, levando-me junto para outros lugares, pensamentos e emoções. Não posso deixar de expressar minha gratidão ao meu orientador e amigo, José Guilherme Cantor Magnani, por ter me acolhido no Núcleo de Antropologia Urbana desde o primeiro ano de faculdade e por ter me mostrado a beleza da etnografia. Era isso o que eu buscava quando entrei na universidade e foi o que consegui. Muito obrigado pela paciência, pela dedicação e pelas conversas trocadas com este orientando. Os colegas e amigos do NAU e seus subgrupos (GEU e NAU-Cidades, principalmente), sabem o quanto são importantes para mim. Tanto aqueles com os quais 3 convivo ou convivi quase que diariamente, como a Anona, Aninha, Jacque, Pri, Lucas, Valéria, Zé, Marielli, Álvaro, Ju, Tiemi, Diego, Michel; quanto aqueles que vejo mais raramente, mas com os quais sempre troco muitas ideias. Deixo também meu agradecimento aos amigos que me acompanharam no projeto de produção do filme sobre o futebol de várzea: Enrico, Gian, Giu, Mariane, Willian e Ricardo. Finalmente, agradeço aos outros colegas e amigos da universidade, seja do PPGAS, seja do curso de graduação, pelo apoio, pelas conversas, pela amizade. Aos professores Luiz Henrique de Toledo e Silvana Nascimento, agradeço pela leitura atenta do texto apresentado na banca de qualificação do PPGAS/USP. Agradeço também aos funcionários e professores de Departamento de Antropologia da USP pela atenção e pela dedicação. Também gostaria de citar, aqui, o pessoal da Comissão Pró-Índio de São Paulo, na qual trabalhei por pouco tempo, mas onde teci amizades muito importantes. Lúcia, Carol, Diogo, Otávio, Janete... Muito, obrigado! Agradeço imensamente a todos aqueles que conheci em Manaus e que, de uma forma ou de outra, foram fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa. Em especial, cito os Sateré-Mawé que nos receberam – a mim e meus colegas do GEU – desde nossa primeira viagem ao Amazonas. Nilson, Moisés, Sara, André, Valda, Jaffer, Teresinha, a e todos os outros que vivem em Y´apyrehyt, Hywy e Sahu-Apé, muito obrigado. Cito também outros participantes do Peladão Indígena que foram fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa: Mara, que passou para minhas mãos grande parte dos documentos utilizados para esta pesquisa, e João Paulo, com quem, além de jogar bola, também conversei muito sobre antropologia. O agradecimento a João Paulo se estende para toda a sua família, que me recebeu em sua casa e em suas peladas de domingo, em especial à Clarinda e a Bu´u com quem levei muitas conversas sobre artesanato e pajelança. Seria impossível citar todos os boleiros e boleiras de Manaus que me passaram as informações mais valiosas sobre a prática do futebol na capital amazonense. Agradeço, então, a todos os jogadores e jogadoras da equipe Apolo F.C, a todos as boleiras da equipe Salcomp; a todos do time Panair F.C, da equipe União da Ilha da Manaus Moderna, do ASJEC, do Amigos do Wallace, da Feira da Banana, e de todas as outras equipes com as quais entrei em contato neste percurso. Fica meu agradecimento, 4 também, às candidatas à Rainha do Peladão, que dedicaram parte de sua apertada rotina para me oferecer algumas informações sobre sua participação no concurso de beleza, e aos jornalistas, estrangeiros ou brasileiros – em especial ao Carsten, Henrik, Baleia, Lúcio e Evandro – que me acompanharam durante algumas semanas na pesquisa de campo. Agradeço a toda a equipe que administra o Peladão pela receptividade e pela valiosa ajuda. Carlos, Sidnis, Ítalo, Rick, Sérgio, Kid, Ademar e, principalmente, Arnaldo Santos, que comprou a minha ideia desde o início e esteve sempre disponível para todos os tipos de conversa: desde sérias entrevistas sobre o andamento do campeonato até longos papos sobre tantos outros assuntos, para os quais sempre apresentou opiniões críticas e instigantes. Aproveito também para expressar minha gratidão a todos os outros amigos manauaras. Ao pessoal da UFAM, que me acolheu em suas mesas de estudo e de bar, aos colegas do PROCAD, pelas intensas discussões antropológicas e, principalmente, à Márcia e sua família, pela acolhida calorosa. Esta pesquisa não teria saído do Papel sem o apoio do Departamento de Antropologia da USP, do CNPq e do PROCAD Paisagens Ameríndias - Habilidade, Mobilidade e Socialidade nos rios e cidades da Amazônia, coordenado pela Prof. Dra. Marta Amoroso e pelo Prof. Dr. Gilton Mendes. Agradeço pela confiança depositada no meu trabalho. Gostaria citar, enfim, alguns de meus amigos e amigas que neste processo de pesquisa e escrita estiveram sempre ao meu lado. Ao Caio, Tiaron, Gui, Letícia, Vini, Renata, Fê Latorre, Hercules, Dario, Lu, Andre, Leslie, Rafa, Lucas, Yuri, Fê Squariz... A presença de vocês foi fundamental para que eu conseguisse me manter no prumo e seguir sempre adiante. Muito... muito obrigado por tudo. Aos meus amigos de banda – Gui, Vini, André, Bahia –, que me aguentaram por todos os finais de semana nos últimos quatro anos, meu agradecimento está sempre presente na música que compartilho com vocês e que, gentilmente, vocês se põe a tocar. E, aproveitando a deixa, agradeço também, imensamente, ao Hélio e a Emi, que me receberam em sua casa com tanto carinho durante os últimos anos. 5 Finalmente, gostaria de expressar minha gratidão infinita a uma pessoa para a qual reservo um amor infinito. Muito obrigado, Yana, por me acompanhar com tanta dedicação e com tanto amor por absolutamente todos os caminhos que percorri nestes últimos anos. Você é co-autora das linhas desta dissertação e das linhas da minha vida. Grande beijo a todos. 6 Resumo Esta pesquisa trata da prática do futebol amador jogado no contexto do Peladão – maior campeonato de futebol de várzea do Brasil, que ocorre desde 1973 na cidade de Manaus e que agrega homens, mulheres e crianças, além de contar com um grande concurso de beleza que elege, todos os anos, a Rainha do Peladão. Busca-se, a partir de uma descrição detalhada do circuito do futebol de Manaus, identificar como, por meio desta prática, os boleiros e boleiras da capital amazonense envolvem-se num continuo processo de habitação da metrópole, tecendo linhas narrativas, colocando em jogo categorias de pertença e acusação, e circulando por suas ruas, campos e bares, criando, assim, uma cidade específica daqueles que vivem intensamente este jogo: a Manaus do futebol. Palavras-chave: Antropologia urbana, Antropologia das práticas esportivas, Etnologia Urbana, Futebol, Circuito, Manaus. 7 Abstract The following research is about amateur football playing in the context of Peladão – the greatest lea football championship in Brazil that takes place in Manaus since 1973, which integrates men, women and children, as well as a beauty pageant that annually elects the Peladão´s Queen. By describing in details the Manaus´ circuito (circuit), it´s seeking to identify how, through the practice of the football, the players from this city get involved in a continuous process of dwelling in the metropolis. Weaving narrative lines, playing with categories of belonging and accusation and circulating around Manaus´ streets, fields and bars, they create an especific city of those who intesely live the game: the Manaus of soccer. Keywords: Urban anthropology, Sporting practices anthropology, Urban ethnology, Football, Circuito, Manaus 8 Lista de Ilustrações Figura 1- Carteirinhas do Peladão da gestão de Messias Sampaio utilizadas como veículo de propaganda de empresas e da candidatura do coordenador para vereador.
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