Coimbra 1969 -1970/80: Luto Académico: Tradição Coimbrã E Mudança Política

Coimbra 1969 -1970/80: Luto Académico: Tradição Coimbrã E Mudança Política

Carlos Miguel Jorge Martins Coimbra 1969 -1970/80: Luto Académico, Tradição Coimbrã e Mudança Política Dissertação de Mestrado em História, na área de especialização em História Contemporânea, orientada pelo Doutor Rui Luís Vide Cunha Martins, apresentada ao Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra 2013 Faculdade de Letras Coimbra 1969-1970/80: Luto Académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Ficha Técnica: Tipo de trabalho Dissertação de Mestrado Título Coimbra 1969-1979/80: Luto Académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Autor Carlos Miguel Jorge Martins Orientador Rui Luís Vide Cunha Martins Coorientador Identificação do Curso 2º Ciclo em História Área científica História Especialidade História Contemporânea Data 2013 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Índice Agradecimentos ............................................................................................................................. 3 Resumo .......................................................................................................................................... 5 Introdução ..................................................................................................................................... 8 Capítulo I – Coimbra, uma tradição de luta ................................................................................ 16 1. As Lutas Liberais ............................................................................................................ 16 2. A Sociedade do Raio e a “Rolinada”................................................................................... 18 3. Crise/Greve de 1907 ............................................................................................................ 20 4. A República - Da tomada da Bastilha ao “Decreto 40.900” ............................................... 23 5. De 1962 a 1965 ................................................................................................................... 28 6. Perfis contestatários em análise ........................................................................................... 32 Capítulo II – A Crise de 1969 e Luto Académico ....................................................................... 37 1. Contexto Internacional e português ................................................................................. 37 2. Coimbra e os antecedentes .............................................................................................. 42 3. Da Tomada da Bastilha ao 17 de Abril ........................................................................... 44 4. A divergência na unidade ................................................................................................ 47 5. 17 De Abril ...................................................................................................................... 51 6. Luto Académico .............................................................................................................. 54 7. Greve a exames e a “Audiência” ..................................................................................... 56 Capítulo III – A tradição sob o signo da contestação ................................................................. 64 1. Acerca da praxe académica coimbrã ............................................................................... 64 2. Breve resenha sobre a história da praxe académica coimbrã ......................................... 68 3. Academia em mudança ................................................................................................... 70 4. Tradição em 69, arma de luta .......................................................................................... 74 Capítulo IV – A Década de 70, entre o Marcelismo e a Democracia ......................................... 89 1. O movimento estudantil pós-69 ...................................................................................... 89 2. A recusa completa da tradição antes e depois do 25 de Abril ........................................ 92 3. O regresso das “Tradições” ............................................................................................. 99 3.1 O papel da Canção de Coimbra ..................................................................................... 99 3.2 A mudança na Associação Académica de Coimbra .............................................. 103 3.3 O Movimento Pró-Reorganização e Restauração da Praxe Académica de Coimbra 106 1 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas 3.4 A Semana Académica de 1979 .............................................................................. 108 3.5 O regresso da Queima das Fitas ............................................................................ 116 Considerações finais .................................................................................................................. 124 Anexos....................................................................................................................................... 128 Do fundo digital www.amigoscoimbra70.pt/ ..................................................................... 129 Do Diário de Coimbra ........................................................................................................... 147 Arquivo privado de Carlos Carranca ..................................................................................... 169 Fontes e Bibliografia ................................................................................................................. 177 2 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Agradecimentos O percurso deste projecto compôs-se de um manancial de vivências, contributos, dificuldades e trabalho. Ele é o culminar, não só de um mestrado, mas de também de um capítulo de muitas histórias e personagens que agora encontra ao seu fim. A condigna homenagem seria excessivamente longa para ser contida neste espaço, no entanto prestamo-nos a dirigir um agradecimento sucinto aqueles que nesta fase final, desta dissertação em especifico, tiveram um papel preponderante em determinada altura. Ao meu orientador, Professor Rui Luís Vide Cunha Martins, pelas opções certeiras, compreensão, confiança, palavras de alento e por uma orientação humana. Às pessoas que tive o privilégio de entrevistar, por fazerem de mim uma pessoa mais rica. Ao Professor Carlos Carranca por me ter recebido em sua casa e no seu “baú de memórias”. Aos funcionários da Biblioteca Geral, por serem, de certa forma, também eles companheiros assíduos desta caminhada que agora finda. Aos amigos que nos últimos tempos, de alguma maneira me auxiliaram com determinadas especificidades técnicas, Gilberto Silva, António Neto, João Teixeira. Ao David Leitão por ter, em parte, tornado isto possível. Ao Filipe Santos e André Brito, por durante praticamente um ano terem partilhado, com amizade e camaradagem, um espaço de vivências, trabalho e estudo mútuos. 3 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas A todos aqueles presentes de forma constante nos bons e nos maus momentos mas que não cabem aqui.(uns mais longe do que outros). À minha família, por tudo, pois não há palavras que expressem a gratidão e compensações que paguem ausências. E para Ti, que esperas hoje e cada um dos dias por mim. 4 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Resumo A dissertação que a seguir se expõe, remete-nos, por um lado para a complexidade do factor “Tradição” e sua importância no processo histórico da cidade de Coimbra e, principalmente na sua Academia, e por outro para o seu percurso evolutivo desde a eclosão da Crise de 69 e consequente início do Luto Académico, até ao momento de retoma de alguns desses elementos. Numa fase inicial pretendemos evidenciar a existência de uma tradição coimbrã de luta e contestação muito antiga. Esta assume importância de facto na construção desse cunho irreverente, histórico e identitário da academia conimbricense, que tem o seu paradigma na Crise de 69, a qual procuraremos descrever sob a perspectiva do lugar que as tradições coimbrãs assumiram no desenrolar dos acontecimentos. No seguimento disso abre-se o período do Luto Académico, momento histórico muito especifico, cujos fundamentos e percurso são motivo de investigação neste trabalho. Procuramos finalmente ilustrar como se propicia o término desse momento rico da história da cidade, que se consubstanciou no regresso pleno das dimensões ligadas à tradição estudantil de Coimbra, abandonadas na transição da década de 60 para os anos 70. Também esse processo de recuperação encontra nesta dissertação uma proposta de explicitação das suas componentes e vicissitudes várias. Palavras-chave: Crise de 69; Contestação; Tradição; Coimbra; Academia; 5 Coimbra 1969-1979/80: Luto académico, Tradição Coimbrã e Mudanças Políticas Abstract The following dissertation refers us, on one hand, to the complexity of the “Tradition” factor, as well as its importance in the city of Coimbra’s historical process and especially in its academy, and on the other hand to its evolutionary journey from the outbreak of the Academic crisis in 1969 and its subsequent academic mourning until the recovery of some of these elements . This fact assumes importance in the making of the irreverent, historical and identity- based nature of Coimbra’s academy, whose paradigm is the 1969’s Crisis,

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