A “Intervenção Específica” Como Aspecto Fundamental Na Interacção Treinador – Exercício – Jogador

A “Intervenção Específica” Como Aspecto Fundamental Na Interacção Treinador – Exercício – Jogador

UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DESPORTO E DE EDUCAÇÃO FÍSICA A “INTERVENÇÃO ESPECÍFICA” COMO ASPECTO FUNDAMENTAL NA INTERACÇÃO TREINADOR – EXERCÍCIO – JOGADOR UM ESTUDO DE CASO COM NELO VINGADA RICARDO MANUEL PIRES FERRAZ Porto, Dezembro de 2005 UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DESPORTO E DE EDUCAÇÃO FÍSICA A “INTERVENÇÃO ESPECÍFICA” COMO ASPECTO FUNDAMENTAL NA INTERACÇÃO TREINADOR – EXERCÍCIO – JOGADOR UM ESTUDO DE CASO COM NELO VINGADA Trabalho monográfico realizado no âmbito da Disciplina de Seminário, Opção de Futebol, ministrada no 5ºano da Licenciatura em De sporto e Educação Física da Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. Trabalho realizado por: Ricardo Manuel Pires Ferraz Trabalho orientado por: Prof. José Guilherme Oliveira Porto, Dezembro de 2005 DEDICATÓRIA Aos meus Pais, ao meu Irmão e à minha Avó Maria do Carmo. Pelo orgulho que sentem . Por tudo aquilo que eu sou. Por tudo… Agradecimentos ________________________________________________________________________________ AGRADECIMENTOS Com a realização de um trabalho monográfico é importante a contribuição de algumas pessoas. Por outro lado, a ele está inerente o final de um percurso de alguns anos e também a continuação da caminhada. Neste sentido, será pertinente referenciar e agradecer àqueles que de determinada forma nos deixaram a sua marca, e aos que connosco contribuíram de uma forma mais acesa para que esta hora fosse possível. - Agradeço ao Prof. Guilherme Oliveira. Foi nosso professor em todos os anos do curso com grande competência e revelando elevado grau de conhecimento. Foi primordial para o no nosso “aprender e “despertar” relativamente à forma de olhar o treino e o jogo. Foi um exemplo e uma referência para nós. Como nosso orientador foi fundamental pelos seus ensinamentos e pelo caminho que sempre nos apontou, crucial para “contar a história”. Revelou também uma grande compreensão e uma disponibilidade total. Obrigado. - Agradeço ao Prof. Vítor Frade. Não contribuiu directamente para a realização deste trabalho mas enquanto nosso professor ensinou-nos a importância do “pensar” futebol, despertando-nos para a sua verdadeira essência. - Agradeço ao Prof. Júlio Garganta. Enquanto nosso professor deixou-nos a marca da competência, da seriedade e do equilíbrio. - Agradeço ao Prof. Carlos Araújo. Pelo seu incentivo e pela sua amizade. - Agradeço ao Prof. Nelo Vingada. Pela sua total disponibilidade, pelos conhecimentos e experiências que nos transmitiu, pela sua forma muito particular de ver o treino. Foi uma pessoa essencial na realização deste trabalho. III Agradecimentos ________________________________________________________________________________ - Agradeço à instituição Académica de Coimbra. Por ter permitido a minha presença nas suas instalações. - Agradeço ao presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes. Foi essencial nos contactos estabelecidos para a realização deste trabalho. Além do mais é uma pessoa cuja experiência e inteligência o levam a reconhecer que o conhecimento resultado do estudo, é fonte essencial no processo de treino. Por ele estou a fazer a transição, continuando a caminhada. Obrigado pela confiança e pela aposta. - Agradeço aos meus colegas e amigos de curso, Ricardo, Rui, Bruno, Miguel e uma referência especial ao Paulo. Por tudo aquilo que passámos juntos, que não tem palavras e que perdurará, e pela convicção de que iremos passar muito mais. - Agradeço aos meus amigos de sempre, Luís, Alberto, Leitão, Joel, Hugo, Pires, Zé, às vezes tão longe mas sempre presentes. Nunca há muitas palavras para eles, tal é o tamanho do que representam. - Agradeço à Patrícia. Pelo nosso Amor. III Resumo ________________________________________________________________________________ RESUMO O processo de treino tem as suas particularidades e acreditamos que tudo o que lhe diga respeito ou que nele ocorre pode ter influência directa no rendimento dos jogadores e das equipas. Considerando a Especificidade como princípio metodológico de intervenção nesse processo, qualquer tipo de decisão a ele inerente não será tomada ao acaso e decorrerá num determinado contexto. A forma como se poderá entender a intervenção respeitante ao exercício terá, pois, o seu grau de responsabilidade num processo que se pretende congruente. Nesse sentido, tentámos perceber qual seria a importância e entendimento subjacente, a uma “Intervenção Específica” aquando da realização do exercício. Procurámos ter também, um conhecimento concreto e contextualizado da forma de intervenção a esse nível de um treinador, reconhecidamente competente, de uma equipa de alta competição. Para tal efectuou-se uma pesquisa bibliográfica e observaram-se sessões de treino do professor Nelo Vingada, na sua actual equipa, a Académica de Coimbra. Como resultado da análise e discussão dos conteúdos da revisão da literatura e das sessões de treino observadas, concluímos que as opiniões divergiam no que diz respeito ao entendimento e à prática relativamente à forma como devia decorrer a intervenção na realização do exercício. Mais ainda, concluímos que tinham pontos de vista completamente opostos. Havia, porém, um ponto de contacto que dizia respeito à necessidade de envolvência e compreensão do jogador mas que tinham em conta processos distintos. Palavras-Chave: Modelo de Jogo, Especificidade, Processo de treino, Operacionalização, “Intervenção Específica”. IV Índice ________________________________________________________________________________ ÍNDICE Dedicatória…………………………………………………………………………..……II Agradecimentos……………………………………………………………………...….III Resumo ………………………………………………………………………….………..V Índice………………………………………………...………………………………...….VI 1- Introdução………………………………………………………………………………1 2- Revisão Bibliográfica………………………………………………………………...3 2.1- A conceptualização da Especificidade como princípio metodológico de intervenção................................................................................................................3 2.1.1- A importância da Especificidade do treino em Futebol…………,……………..3 2.1.2 - Modelo de jogo: uma exigência para a operacionalização do princípio da Especificidade………………..……………………………………………………..5 2.1.3 -O Conhecimento Específico em Futebol como consequência da operacionalização do conceito de Especificidade………………………………..7 2.1.3.1 – Conhecimento Específico como resultado da interacção entre diferentes domínios………………..…………………………………………………………….7 2.1.3.2 – O conhecimento declarativo e processual como contributos para a Especificidade do conhecimento …………………………………………………8 2.1.3.3 – A importância associada ao processo emocional na aquisição de conhecimento Específico……………………………………………………………9 2.1.3.4 – A importância das imagens mentais na configuração do conhecimento Específico…………...……………………………………………………………….11 2.1.4 – O conhecimento específico como primado da qualidade dos desempenhos…………………………………………………………………… …12 2.2 - Da conceptualização para a operacionalização: a absoluta necessidade de uma “Intervenção Específica” no exercício para a criação de conhecimentos Específicos ajustados……………………………………………………………17 2.2.1 - O processo de treino enquanto organização Fractal……………………… 17 IV Índice ________________________________________________________________________________ 2.2.2 -O papel edificador do Exercício mas ainda assim insuficiente na concretização e garantia de uma “homotetia interna” de todo o processo…………………………………………………………………………..19 2.2.3 - A “Intervenção Específica” no exercício: a fundamentação de uma necessidade lógica… …………………………………………………………23 3. Material e Métodos…………………………………………………………………..30 4. Análise e Discussão dos resultados……..………………………………………31 4.1 – Exercícios criados vs Modelo de Jogo………………………………………….31 4.2 – Intervenção nos exercícios relacionados com o Modelo de Jogo vs Objectivos pretendidos…………………………..…………………………………34 4.2.1 – A compreensão da forma de intervenção de Nelo Vingada relativamente ao processo de apreensão do modelo de jogo…………………………………...35 4.2.1.1 – O conhecimento táctico – técnico do jogador…...…………………………35 4.2.1.2 – A repetição sistemática e a não variabilidade dos exercícios……………37 4.2.1.3 – A(s) “Descobertas Guiada(s)”………………..………………………………38 4.3 – Que Especificidade no processo de treino observado?.................................41 5. Conclusões…………………………………………………………………………...43 6. Bibliografia……………………………………………………………………………45 IV Introdução ________________________________________________________________________________ 1. INTRODUÇÃO “O Futebol é um mundo de emoções, de paixões, onde também cabe a reflexão. Também o amor é um mundo de paixões, de emoções e toda a literatura universal gira em torno dele” Valdano (2002:2) Grandes realizações são possíveis quando se dá atenção aos pequenos começos Lao Tsé O presente trabalho constitui a evidência de uma curiosidade e o gosto por tentar satisfazê-la. De facto, a partir do momento em que começámos a pensar Futebol, muitas questões se levantaram, muitas dúvidas surgiram e muitos problemas se colocaram. Efectivamente, o Futebol como fenómeno antropossocial total (Frade, 2004), leva a que tenhamos mais dúvidas que certezas, mas também reside aí o encanto da sua existência. É verdade que pensando muito nele nos sentimos mais ignorantes, mas também mais apaixonados e confiantes. Apaixonados porque não nos conseguimos separar dele, e confiantes porque com isso julgamos poder evoluir e contribuir para que também ele possa evoluir connosco. A lógica deste trabalho assenta precisamente nesse sentido. A definição da escolha deste

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