Um Olhar a Partir Da Oralidade (Distrito De Bananal - Sc, 1930-1940)

Um Olhar a Partir Da Oralidade (Distrito De Bananal - Sc, 1930-1940)

GERSON MACHADO MEMÓRIAS E RELAÇÕES ÉTNICAS: UM OLHAR A PARTIR DA ORALIDADE (DISTRITO DE BANANAL - SC, 1930-1940) Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em História, Curso de Pós-Graduação em História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Antonio Cesar de Almeida Santos CURITIBA 2003 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS. LETRAS E ARTES COORDENAÇÃO DOS CURSOS DF. POS GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Rua General Carneiro. 460 6o andar fone 360-5086 FAX 264-2791 PARECER Os Membros da Comissão Examinadora designados pelo Colegiado dos Cursos de Pós-Graduação em História para realizar a argüição da Dissertação do candidato Gerson Machado, sob o título '"'Memorias e relações étnicas: um olhar a partir da oralidade (Distrito de Bananal, 1930-1940)". para obtenção do grau de Mestre em História, apos haver realizado a atribuição de notas são de Parecer pela . QfMÍ/QC&y sendo-lhe conferidos os créditos previstos na regulamentação dos Cursos (de Pos-Graduação em Historia, completando assim todos os requisitos necessários para receber o grau de Mestre. Curitiba, 17 de setembro de 2003 Proff.. Dr^r á.ÁÁf.'•t.1 Io Examinador Sgängjr UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES K COORDENAÇÃO DOS CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA — Rua General Carneiro. 460 6o andar fone 360-5086 FAX 264-2791 Ata da sessão pública de argüição de Dissertação para obtenção do grau de Mestre em História. Aos dezesssete dias do mês de setembro de dois mil e três. às quatorze horas, na sala Homero de Barros. Io andar. Edifício D. Pedro I. da Universidade Federal do Paraná, foram instalados os trabalhos de argüição do candidato Gerson Machado em relação a Dissertação intitulada "Memórias e relações étnicas: um olhar a partir da oraiidade (Distrito de Bananal, 1930-1940)". A Banca Examinadora, designada pelo Colegiado dos Cursos de Pós-Graduação em História, foi constituída pelos seguintes professores: Antonio Cesar de Almeida Santos, orientador, Eunice Sueli Nodari (UFSC), Roberto Edgar Lamb (UEPG), sob a presidência do primeiro. A sessão teve inicio com a exposição oral do candidato sobre o estudo desenvolvido. Logo após o senhor presidente concedeu a palavra a cada um dos Examinadores para suas respectivas argüições. Em seguida, o candidato apresentou sua defesa. Na seqüência, o senhor presidente retomou a palavra para as considerações finais. A seguir a banca examinadora reuniu-se sigilosamente, decidindo-se p^la .. CVÍlitiM&IÇ&Íi do candidato. Finalmente, o senhor presidente declarou candidato que recebeu o título de Mestre em História. Nada mais havendo aftratar o senhor presidente deu por encerrada a sessão, da qual eu, Dóris Guidolin, lavrei a presente Ata que vai assinada por mim e pelos membros da Aos meus pais il AGRADECIMENTOS La Ka Aye Mojí i Re! Agradecer é um ato nobre. Mas longe de lisogenar-me, quero expressar publicamente alguns agradecimentos que considero importante. Pessoas, instituições e outros... Primeiro as pessoas. Inicialmente a meus pais, Carlos e Maria Conceição Machado, que com sua simplicidade e sabedoria souberam contribuir com o trabalho. Suas narrativas foram pistas que ajudaram-me a entender alguns significados expressos nas entrevistas. Também, às minhas irmãs, Elizabete, Eliane e Elaine. Com essa última, compartilhei diversos momentos da pesquisa e, juntos, aprendemos a respeitar a memória das pessoas que nos são tão familiares e a percebê-las com um olhai" de historiador. Aos meus entrevistados, com os quais eu tenho uma dívida especial. Agradeço a confiança que depositaram em mim. Muitos deles me viram apenas duas ou três vezes mas, mesmo assim, "confessaram seus pecados" no dizer de um deles. Gostaria de ter mais tempo para ouvi-los e apreender com eles. Agradeço especialmente à primeira entrevistada que foi D. Chica. A partir de sua entrevista encorajei-me para desenvolver a pesquisa. Com ela pude entender mais aprofundadamente o quão complexas são as relações da memória. A D. Rosa, minha vizinha em Guaramirim, de quem eu guardo uma grata lembrança da infância sendo a generosidade, sempre, a sua marca principal. A D. Mariquinha, suas rezas e seus "bem-quereres" me foram muito úteis, além é claro, das lembranças compartilhadas. A D. Irma Stein que ao trabalhar e retrabalhar suas lembranças, buscava expressar o quanto aquilo que ela dizia era importante, testemunhando tempos e significados diferentes. iii Ao Sr. Fernandes, também vizinho, que com muita atenção e respeito nos acolheu entre suas lembranças, mesmo que a materialização de algumas delas estivessem comprometidas. À Dona Maria Unlauf que, da sua frágil condição física, revelou-se uma mulher forte, apaixonada e com um imenso desejo de \iver. Ao Sr. Walter Adam, sempre prestativo com toda comunidade, com quem partilha sua sabedoria e experiências. Ao Sr. Daniel Graudin, zelador de uma importante memória, pelas lembranças compartilhadas e pelo trabalho com patrimônio histórico de Guaramirim. À D. Maria Juliana, uma apreciadora das belezas das flores, por suas lembranças. Ao Sr. Adolfo e à D. Irmigard Leitzke, pela coragem de dizerem o que pensam mesmo sabendo da existência de um discurso autorizado. Ao meu tio José Tomaz Machado, pela apaixonada declaração de amor ao Bananal. Ao Prof. Antonio Cesar de Almeida Santos que, pacientemente, orientou-me e orientou-me e, com o qual pude trilhar os caminhos do território da memória. Ao Alafangi pela amizade e companheirismo... Ao Clóvis desbravador de uma Curitiba, até então, inóspita para os que vinham de Joinville como nós. Pela leitura crítica que fez desta dissertação e pela contribuição dada. À Simone pelas trocas de idéias e aos dois que, prontamente, me acolheram nesta cidade revelando-a e ensinando-me a ver o belo que há nela. Aos "Cavaleiros do Apocalipse": Andreia, Amarildo e Vittória. À Prof Mara Rese, pelas contribuições dadas ao texto. A Eleni pelo interesse e pela confiança. Ao Fernando D. Sasse, pelo auxílio na elaboração do Abstract. A todo corpo docente e discente do Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, especialmente da Linha Espaço e Sociabilidades, dos quais recebi maior contribuição. Gostaria de destacar, além do nome do meu orientador, outros dois: prof. Maria Luiza que, atenciosamente, contribui com diversos aspectos das minhas reflexões. A prof. Ana Maria Burmester, por quem nutro um respeito especial. Suas iv aulas tiraram o chão sobre o qual eu caminhava permitindo-me voar, pois elas lançaram luzes e encantamentos sobre o meu estudo, obrigado. Ao Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, pelo apoio recebido e aos amigos (as) que lá trabalham: Flávia, Judith, Ricardo, Andréia, Joice, Thais. Tatiane e Alexandrina que acompanharam de perto minhas divagações, leituras, delírios, frustrações e expectativas. Também, Dione, Miriam, Melita, Anilton, Pedio, Eunice. A todos, obrigado pela paciência. Ao Arquivo Histórico de Joinville. À CAPES pela bolsa que auxiliou-me, principalmente nos momentos finais. Todavia, como diria Halbwachs, este trabalho só foi possível pela coletividade em que estou inserido e na qual me constituo. Porém, para ser politicamente correto, tudo o que foi dito e escrito neste trabalho é de exclusiva responsabilidade minha. Palakori Ori Orisa. V Aprendi a vida da vida O amor aprendi de um só beijo, e não pude ensinar a ninguém nada a não ser o que vivi, o quanto tive em comum com outros homens, o quanto lutei com eles: o quanto disse de todos em meu canto. (Pablo Neruda) O Pressentimento O pressentimento é a sonda da alma no mistério. Nariz do coração que explora na treva do tempo Ontem é o murcho. O sentimento e o campo funéreo da recordação Anteontem é o que morreu. Madrigueira de idéias moribundas de pégasos sem freios Malezas de memórias e desertos perdidos na névoa dos sonhos. Nada turva os séculos Passados. Não podemos arrancar um suspiro do velho. O passado põe sua couraça de ferro e tapa os ouvidos com algodão do vento. Nunca se poderá arrancar-lhe um segredo. Seus músculos de séculos vi e seu cérebro de murchas idéias em feto não darão o licor que necessita o coração sedento. Porém o menino futuro nos dirá algum segredo quando brincar em sua cama de luzeiros E é fácil enganá-lo; por isso, demos-lhe com doçura nosso seio. Que a toupeira silenciosa do pressentimento nos trará suas soai has quando estiver dormindo. (Frederico Garcia vii SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES IX LISTA DE TABELAS X RESUMO XI ABSTRACT XII INTRODUÇÃO 1 TERRITÓRIO DA DIVERSIDADE 12 LOCALIDADES 13 ERA UMA VEZ BANANAL 16 TRAJETÓRIAS DE VIDA E O DISTRITO BANANAL 27 D. Chica 29 D. Rosa 32 D Mariquinha 35 D. Irma 37 Sr. Fernandes 41 D. Maria Unlauf 45 Sr. Walter 46 Sr. Daniel 50 D. Maria Juliana 53 Casal Leitzky (Sr. Adolfo e D. Irmigard) 57 Sr. Machado 59 CONFIGURANDO RELAÇÕES 62 LEMBRANÇAS E IDENTIDADES ÉTNICAS NO DISTRITO DE BANANAL 67 EM DEFESA DAS IDENTIDADES 69 VIVÊNCIAS NA CAMPANHA DE NACIONALIZAÇÃO 77 FAMÍLIA 81 ESCOLA 93 RELIGIÃO 97 TRABALHO 104 LAZER 109 ESTRATÉGIAS LOCAIS 114 SIGNIFICANDO ESPAÇOS 117 GUARAMIRIM SEMPRE 120 BANANAL ONTEM, GUARAMIRIM HOJE 126 Polifonias 127 O OUTRO, DIFÍCIL OU NECESSÁRIO? 135 O PROBLEMA DAS IDENTIDADES 140 CONSIDERAÇÕES FINAIS 145 FONTES 150 ENTREVISTAS 150 ESCRITAS 150 DOCUMENTOS 151 DIGITAL 151 CINEMATOGRÁFICA 151 BIBLIOGRAFIA 152 viii LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - MAPA DA MICROREGIÃO DE JOINVILLE/SC 18 FIGURA 2 - MAPA DOS LIMITES DO MUNICÍPIO DE GUARAMIRIM 19 FIGURA 3 - DONA CHICA 34 FIGURA 4 - DONA ROSA 34 FIGURA 5 - DONA MARIQUINHA 40 FIGURA 6 - DONA IRMA STEIN 40 FIGURA 7 - SR. FERNANDES 44 FIGURA 8 - SR. FERNANDES EM FRENTE DE SUA ATUAL RESIDÊNCIA 44 FIGURA 9 - DONA MARIA UNLAUF 49 FIGURA 10 - SR. WALTER ADAM 49 FIGURA 11- SR DANIEL 56 FIGURA 12 - DONA MARIA JULIANA 56 FIGURA 13 - CASAL LEITZKY 61 FIGURA 14-SR.

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