UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS João Henrique Ribeiro Barbosa ARTE CONSTRUTIVA BRASILEIRA O uso de materiais pictóricos industriais pelos artistas nas décadas de 1950 e 1960 Belo Horizonte 2017 João Henrique Ribeiro Barbosa ARTE CONSTRUTIVA BRASILEIRA O uso de materiais pictóricos industriais pelos artistas nas décadas de 1950 e 1960 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito à obtenção do título de Mestre em Artes Área de Concentração: Arte e Tecnologia da Imagem Orientador: Prof. Dr. Luiz Antônio Cruz Souza Belo Horizonte 2017 Aos meus pais, pelos pequenos e grandes sacrifícios que permitiram a realização dessa pesquisa. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, prof. Dr. Luiz Antônio Cruz Souza, pelo convite de fazer parte desse projeto. Essa oportunidade me permitiu visitar arquivos históricos, fundações e museus do Brasil, conhecer profissionais consagrados no estudo das obras de arte e apresentar os resultados obtidos em encontros internacionais. Agradeço pela paciência, pelo empenho em resolver todas as demandas requisitadas por mim, pelas conversas frequentes e correções. As professoras Dras. Yacy-Ara Froner e Magali Meleu, por aceitarem fazer parte da banca de avaliação, por lerem o trabalho, por apontarem novas ideias e pelo auxílio na correção do trabalho. À minha minha amiga, Patrícia Schossler, por me instigar e estimular desde o princípio a procurar, sempre que possível, respostas para perguntas desafiadoras. Agradeço pelas inúmeras sugestões, pelas discussões constantes, pela leitura, correção e apontamentos, mesmo em caráter de coorientação não oficial. Ao meu grupo de pesquisa e pela experiência trocada com as professoras Dras. Maria Angelica Melendi, Marília Andrés, Alessandra Rosado e Rita Lages. Agradeço também à pesquisa e a coleta de informações realizadas pelas professoras Maria Alice Sanna Castelo Branco e Giulia Villela Giovanni durante as visitas em museus de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ao prof. Dr. Alexandre Leão e equipe do ILAB, em especial, aos bolsistas Adriano Bueno, Elaine Pessoa e Dani Luce. Sem vocês, esse trabalho perderia o brilho e a cor. À Corina Roggae do Museu de Houston por compartilhar a pesquisa desenvolvida na instituição. À Capes/CNPQ pelo auxílio financeiro e apoio. Às bolsistas do projeto, Débora e Carolina e também ao nosso programador visual Eduardo Leite. Obrigado pelo empenho e dedicação. Ao Fabio Humberg do setor de Coordenação de Comunicação e Publicações da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, pelos apontamentos e referências indicadas. Ao Paulo César Aguiar, Diretor Executivo do Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo, pela receptividade e comprometimento. Ao Julio Carlos Afonso, editor da Revista de Química Industrial, pela possibilidade de ter acesso ao exemplares produzidos nas décadas de 1940 e 1950. Ao Francis Louis Morrel Junior da Revista Tintas & Vernizes, muito obrigado pela disponibilidade e paciência. À Roberta Alves, bibliotecária da Associação Comercial do Rio de Janeiro, pela dedicação e pelos apontamentos. À Luciana Costa, bibliotecária da Associação Comercial de São Paulo, por se envolver com essa pesquisa e por divulgar o acervo da instituição. Às equipes do CEDOC da Pinacoteca do Estado de São Paulo, em especial ao Diego Silva; do Museu de Arte da Pampulha, na pessoa de André Leandro Silva; e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em especial a Aline Siqueira pelo comprometimento. À Ana Isabel Ferraz e equipe da Fundação Bunge, pelo acolhimento e dedicação. À Luciana de Oliveira e toda a equipe da biblioteca da Escola de Belas Artes da UFMG, pela paciência e auxílio. Finalmente, aos meus pais, Evandro e Tereza, por toda a estrutura oferecida e pela possibilidade de me dedicar integralmente a esse estudo. Às minhas irmãs, Clarice, Manu e Ciça, pelo carinho a cada dia. Em especial a Clarice, Fábio, Pedro, Maria, André e Lúcia: a família mais alegre; à Manu, minha primeira e última leitora; e à Ciça, pelas orações e estímulo na caminhada. À minha querida Isabela por estar sempre ao meu lado. Agradeço pela compreensão nos momentos em que eu não estive presente e por me apoiar na escrita desse trabalho. A Deus, aqui o último, mas sempre o primeiro. Agradeço pelo estímulo e vontade de, a cada dia, continuar pesquisando e escrevendo. Não se pode exigir boa qualidade na arte brasileira sem dar aos artistas material de boa qualidade. (Mário Pedrosa)1 1 Os preços das tintas estão fora do alcance dos artistas. Tribuna da Imprensa, Edição 01326(1), 08/05/1954, p. 9. RESUMO Esta dissertação de mestrado tem como objetivo compreender o uso e a disponibilidade dos materiais pictóricos, artísticos e comerciais, na arte construtiva brasileira durante as décadas de 1950 e 1960. Esse trabalho se insere na pesquisa brasileira “Arte Concreta Brasileira – A materialidade da forma”, que resulta de uma parceria com o Getty Conservation Institute para o desenvolvimento do projeto “The Material of Form: Industrialism and the Latin American Avant-Garde”. Essa dissertação compreende três capítulos. O primeiro apresenta o contexto artístico brasileiro nas décadas de 1950 e 1960. Discutiremos os conceitos de arte construtiva, arte concreta e neoconcreta e o que caracteriza os movimentos lançados pelos paulistas do Grupo Ruptura, os cariocas do Grupo Frente e do Neoconcretismo. O segundo capítulo inicia com um breve contexto econômico e industrial do Brasil, com ênfase nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Na tentativa de compreender a diversidade de termos empregados na descrição da composição das resinas sintéticas disponíveis começo do século XX, apontaremos qual o significado dos termos “tinta a óleo”, “nitrocelulósica”, “alquídica”, “vinílica” e “acrílica” para os fabricantes de tinta no Brasil durante a década de 1960. Esse assunto será posteriormente aprofundado em uma discussão sobre os estabelecimentos comerciais responsáveis pela venda e distribuição desses produtos. Além disso, também destacaremos as empresas nacionais e internacionais produtoras de materiais de revestimento, suas marcas e linhas de produtos. O capítulo também propõe uma reflexão social sobre a busca por uma precipitada autonomia brasileira, particularmente na produção de resinas sintéticas na década de 1950; a situação é amplamente quesitonada por Iberê Camargo através do Salão Preto e Branco (1954) e Miniatura (1955). O terceiro capítulo busca relacionar os conceitos artísticos com os materiais. Nele procuramos enfatizar as diferentes características da arte concreta nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro tendo em vista a sua opção pelos produtos industriais. O aspecto artístico e material será aprofundado em uma reflexão sobre as obras “Forma em Evolução” (1952) de Ivan Serpa e “Composição Abstrata” (1959) de Mário Silésio. Palavras chave: tintas industriais, arte construtiva brasileira, materiais e técnicas modernas. ABSTRACT The aim of this research is to understand the availability of artistic and industrial paint materials in Brazilian constructive art during the 50’s and 60’s. This work is included in the research “Brazilian Concrete Art: The Material of Form”. This one results from the project “The Material of Form: Industrialism and the Latin American Avant-Garde” developed by the Getty Conservation Institute. This dissertation contains three sections. The first one presents the Brazilian artistic context during the 50’s and 60’s. It will be discussed concepts about constructive art, concrete art and the neoconcrete movement, and what characterize the movements launched by the paulistas of Ruptura’s Group and cariocas of Frente’s Group and Neoconcretism. The second chapter starts with a brief industrial and economical context of Brazil, emphasizing cities like São Paulo, Rio de Janeiro, and Minas Gerais. In order to understand the diversity of terms used in the description of synthetic resins available in the beginning of the XIX century, we will show what the meaning of “oil paint”, “nitrocellulose”, “alkyd”, “vinyl” and “acrylic paint” according to paint manufacturers during the 60’s. After that, we will refine on the discussion of department stores responsible for selling and distributing those products. Besides we also will detail national and international paint companies, their brands and product lines. This chapter also proposes a social reflexion about Brazilian's autonomy rush, particularly in the synthetic resins production in the 50’s. This situation is fully debated by Iberê Camargo at the “Salão Preto e Branco” (1954) and “Miniatura” (1955). The third chapter tries to relate the artistic and materials definitions. We try to emphasize the different characteristics of concrete art in São Paulo and Rio de Janeiro with a view on the option for industrial materials, In this chapter, we will also choose to highlight Ivan Serpa’s and Mario Silésio’s choice of materials and their intention. Key words: industrial paints, Brazilian constructive art, materials and modern techniques. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – Anúncio dos produtos da tinta CIL. Fonte: O Cruzeiro (Revista), Edição 0008, 1957, p. 131. ...................................................................................................................... 30 FIGURA 2 – Anúncios dos produtos Eucatex e Duratex. Fonte: Eucatex S.A. Hardboard. Fonte: Revista do Empresário, Ano XIX (1956), N°827(1), p. 21. ................................... 31 FIGURA
Details
-
File Typepdf
-
Upload Time-
-
Content LanguagesEnglish
-
Upload UserAnonymous/Not logged-in
-
File Pages313 Page
-
File Size-