Mér T Ola Cul Tura

Mér T Ola Cul Tura

CULTURA MÉRTOLA 2021 julho agosto setembro arte_ 50 editorial_ 04 exposições 51 ~ destaques_ 06 Boiografias da Arte 52 António Gomes Anacleto Candidatura M. 08 A nossa capa 56 César Silveira Pierre Pratt Residências Artísticas 10 Programa Residências Artísticas 59 Salomé Lamas 12 ~ aprender & compreender 16 mértola, património de todos_ 60 Fátima Durkee Olhar de …Manuela Barros Ferreira 61 Festival BA 22 64 _museu & arquivo Paisagens Sonoras 26 65 A história através dos objetos Lígia Rafael 28 _em andamento Do Aberto ao Abismo, 70 Arqueologia em construção Do Abismo ao Aberto Maria de Fátima Palma e Bilal Sarr ~ 32 _teatro & cinema 75 aconteceu 33 foi aqui Paula Rosa porque há vidas que davam filmes e filmes que marcam vidas 76 memóras fotográficas Ricardo Machado cinema paraíso João Antero 77 Centro de Documentação da programação cinema & teatro Mina de S. Domingos ~ Sara Ribeiro e Susana Gomes 46 _música & dança 78 Quem foi? 47 Ponham os ouvidos nisto! Mercedes Blasco ín "Os Cancros” por Marcos Veiga 48 Tocar & Andar di 49 Programação de Música ce 80 _literatura ~ 118 _gastronomia e mercados 81 sugestões 119 O ABC das plantas comestíveis, 82 espaço autor 120 aromáticas e medicinais José Luís Peixoto G de … Girassol Cristina Taquelim Ass. Montícola_ Francisco de Sousa 86 prosas / Licençapoética 87 124 A Origem dos Alimentos figos passados com Rosa Maria Lourenço ~ 88 _arquiteturas a sul mãos e manualidades_ 94 89 Cine-Teatro da Mina 126 Na mesa Rui Carvalho 95 Sopas de Cação ~ capacitar_ 100 ~ 127 _vá para fora cá dentro Serviços Educativos 101 Convento de Mértola Viagem ao Centro da Terra Sérgio Esperancinha Aula Aberta 104 Primeiras Leituras Cristina Taquelim e Paula Cusati Biofoco 106 Polinizadores na Agenda Nacional Sónia Ferreira ~ passa a palavra_ 108 Programa Bairros Saudáveis 109 ~ sociedade recreativa_ 114 Jogar à Sueca 117 reencontro com o lugar. Por lugar entenda-se o lugar físico do chão; da casa; do monte; da igreja, capela ou ermida; da ven- EDI da, café, taberna ou sociedade CULTURA recreativa; do largo, da soalheira da porta, da estrada, da vereda, do caminho e da paisagem. Por lugar, entenda-se também o lugar sensorial do gosto da co- Rosinda Pimenta Rosinda de Mértola Municipal da Câmara Vereadora mida caseira; das vistas largas e horizontes; do bafo quente ou O verão é de costume um tem- do fresco do rio sentido na pele; TO po de regressos, de encontros do silêncio do campo, do bulício e reencontros. Sendo este um da conversa, muita conversa; lugar de muitas partidas é, tam- da festa e da buzina do carro bém no reverso da moeda, um do padeiro, peixeiro e demais lugar de muitos retornos, sendo vendedores ambulantes à sua que estes últimos, tendem a MÉRTOLA chegada no largo do monte. ocorrer com mais frequência Por lugar, entenda-se acima de nesta época estival. tudo, o lugar dos afetos que é o Quem daqui é natural, mas en- abraço saudoso, o colo, o beijo, RI controu fora o meio de susten- a lágrima, o riso e o espanto to, agenda por agora o regresso aclamado perante a criança, para o merecido descanso e, neto ou sobrinho que se nos é neste regresso que aconte- apresenta tão crescida neste ce o momento arrebatador do regresso! AL AGENDA A estes reencontros proposi- na nossa empatia, estados de as pessoas que assistem; entre tados, junta-se, ainda, o po- ânimo, confiança e sentido de essas pessoas e os artistas e tencial arbitrário dos outros pertença. Por natureza seres entre essas pessoas que assis- encontros: os do acaso, felizes, gregários, carecemos da pre- tem e o objeto-produto cultural inesperados, surpreendentes. sença coletiva e em corpo para que se lhes apresenta. E às Os sujeitos deste encontro são concretizar a nossa essência e vezes, num canto, numa voz os visitantes, a gente de fora, humanidade. declamada, ou num traço de um os que estão de passagem e os Este verão, a pouco e pouco, pincel, o encontro é nosso, é que cá chegam em temporada à medida que a imunidade de epifania, é realização, é alma, é e, aqui, se encontram connos- uns permite, assistimos com emoção e arrepio provocado na co e com os outros visitantes, esperança ao renovado gesto pele. E sentimo-nos vivos! turistas e demais forasteiros. do regresso, do encontro e do Por estes tempos de verão, Nestes esporádicos acasos, por reencontro. O gesto ocorre na pela mão da Cultura, marcamos vezes surpreendem-se amigos esfera da família, da vizinhança, Encontro. Espero ver-vos, ainda e almas (gémeas) que a vida, da comunidade e do território. que na prudência de um ros- incauta lá atrás, apartou. Por- Em comunidade, à medida que to semicoberto pela máscara. que "a vida é (afinal) a arte do nos reencontramos regenera- Espero encontrar-vos e des- encontro, embora haja tanto mos relações de proximidade e frutar convosco desta alegria desencontro pela vida" (Vinicius, reedificamos a identidade social contagiante dos reencontros e Samba da Bênção). do coletivo. encontros de verão, que apesar Se há algo que nos subtraí- A Cultura é uma congregadora dos dias contados, fazem da ram, nos últimos tempos, sem nata de encontros e reencon- vida por cá, um lugar melhor. pedir licença foi este gesto tros. Na sala de espetáculos, na simples, mas magnânimo, do sala de exposições, no cine- encontro na presença, no olhar ma, no anfiteatro ou no largo o e no toque. A sua ausência ou Encontro acontece. E acontece escassez influiu penosamente em diversas dimensões: entre 5 1. Ato de encontrar(-se), de chegar um diante do outro ou uns diante dos outros. 2. En substantivotro masculino Junção de pessoas ou coisas que se·CON· movem em vários sentidos ou se dirigem para o mesmo ponto. 7 fotografia. Rita Sales fotografia. Audiência dos interessados Era uma vez um equipamento cultural. Talvez seja mais ajustado riscar equipamento cultural e escrever um projeto cultural. A utilização da palavra-conceito cultural, pela ampla latitude, ajuda-nos a escrever menos ou en- tender menos2. Para que nos serve uma história sem to- das as (p)artes da história¿ Cultural-Cultura. Estamos a pensar demasiado. Pausa. Talvez seja mais prudente ris- car projeto cultural e sublinhar programa cultural. www.talvez Era vez uma a beleza do espetáculo-palco, do palco-criação, da criação-espetador, do espetador-es- petáculo. Nada disso, no Musibéria vendemos rebuçados de caramelo porque fazem mal aos dentes. #aartedenão- sabercomunicar. Acolhemos dezenas, centenas, milhares de músicos, compositores, bailarinos, coreógrafos. Tudo homem. Acolhemos dezenas, centenas, milhares de mú- sicas, compositoras, bailarinas, coreógrafas. Tudo mulher. Tudo branco. Tudo amarelo. Tudo preto. Tudo hétero. Tudo homo. Tudo bi. Tudo trans. Tudo inter. Tudo obra. Critérios de apreciação Uma era vez e assim se ficou à espera… As ideias são para descentralizar mas cada um tem a sua vontade e a capital tem o seu dinheiro. Hipótese a), o ser animal necessita de água. Hipótese b), o ser planta necessita de água. Hipótese c), a coisa dinheiro necessita de água. So- lução = alínea f). Não irei escrever sobre como são des- Candidatura M. — À esquina de um qualificadas as instituições. Não irei escrever sobre como são destratados os profissionais das artes. Não escrever. país uma instituição bebe um café, O país é para não saber dançar. O país é para não saber música. O país é para dar lucro. O lucro é para dar lucro ao o vento existe à procura de existir lucro. Não sendo necessárias pessoas ao lucro entende- -se despedir as pessoas do país. O Baixo Alentejo é lucro super intensivo. Afinal que queríamos nós mais¿ fotografia. Musibéria fotografia. 8 Uma vez era melhor não di- de novidade para a região e para o da sua existência e do seu futuro, zer Arte… Mas isso foi há muito tem- país. Listados os anos e novo exe- o Musibéria continuará, em Serpa, à po. Porque indicava uma hipotética cutivo municipal ousou dar continui- sua espera. Tenha a bondade de es- educopendência de um hipotético dade ao trabalho outrora começado. tar distante das palavras e perto do investimento do hipotético minies- Dois atos de coragem neste país. O seu tempo. Sejam muito bem-vin- téril da hipotética cultura. Diga-se, Musibéria foi-é-será um exercício de dos______ [César Silveira] com elevado respeito pensado: Arte descoberta pelas múltiplas valên- Básica Incondicional. Mas isso será cias, oportunidades e realizações. O a muitos tempos do agora. Ar para Musibéria foi-é-será um exercício de César Silveira a arqueologia da respiração: inspirar. procura pelo tamanho que em cada César Silveira é licenciado em Para que nos serve uma instituição¿ momento lhe é justo. Todos sabe- Música na vertente Piano, mestre Este é o século das representações mos como o tempo nos convida a em Música com especialização digitais, por rede, pessoa a pessoa. experimentar roupa de diferentes em Composição, e pós-graduado Nestes dias saber da eternidade é tamanhos pela vida. O Musibéria em Gestão e Cooperação Cultural Internacional e em Gestão Coletiva saber atravessar satélites. O futuro foi-é-será um elogio à disponibili- e Direito de Autor na Lusofonia. Foi já só cabe no espaço aéreo do es- dade das lembranças, dos trabalhos professor de piano e música de câ- paço, dizem. Todos queremos uma e dos esquecimentos imaginados mara no Externato Jean Piaget de hipoteca, uma garantia, um compro- ou por imaginar. 1.ª _stação. Entre Almada, e nos Conservatório de misso de que o Espaço sabe falar o criações-erros-novas criações: pro- Música de Portimão e de Lagoa. nosso nome, os nossos nomes, por movemos e apresentamos objetos Desde 2013 cumpre a função de breves instantes sabe também falar artísticos, contribuímos para a edu- diretor do Musibéria, em Serpa.

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