Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social Isabel Ribeiro Penoni Hagaka: Ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil) Rio de Janeiro 2010 1 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. Isabel Ribeiro Penoni Hagaka: Ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Orientador: Prof. Dr. Carlos Fausto PPGAS-MN/UFRJ Rio de Janeiro 2010 2 Penoni, Isabel Ribeiro Hagaka: ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil). Rio de Janeiro, 2010 163 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2010. Orientador: Prof. Dr. Carlos Fausto 1. Etnologia Indígena 2. Kuikuro 3. Ritual I. Fausto, Carlos (Orient.) II. Universidade Federal do Rio de Janeiro III. Hagaka: ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil) 3 Isabel Ribeiro Penoni Hagaka: Ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil) Banca Examinadora: ______________________________ Prof. Dr. Carlos Fausto – orientador PPGAS-MN/UFRJ ______________________________ Prof. Dra. Bruna Franchetto PPGAS-MN/UFRJ ______________________________ Prof. Dr. Rafael Menezes Bastos UFSC 4 Dedico essa dissertação a Carlos Fausto e aos kuikuro, pelo que coube à cada parte na minha iniciação ao trabalho de campo e à etnografia. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço, em primeiro lugar, a minha mãe Maria do Carmo, pelas correções cuidadosas e valiosas contribuições a esta dissertação; por todo o interesse e envolvimento com as coisas que faço, pelo amor e apoio incondicionais, e o exemplo de determinação, integridade e coragem, no qual me espelho. Ao meu pai Nilson, pelos valores tão preciosos que me transmitiu ao longo da vida: a liberdade, o respeito às diferenças e o compromisso com idéias de um mundo melhor para todos; e também pelo amor e apoio incondicionais. Ao meu irmão João, por ter compartilhado de boa parte do que vi nascer e crescer; e por todas as ajudinhas gráficas e visuais! À família Freitas Ribeiro, em especial aos meus tios Joaquim, Marcos, Lúcia, Ana, André, Pedro, Paulo, Cecília e Camila, e aos meus avós Luci e Joaquim, pelo exemplo de luta, fé e companheirismo. Aos meus avós João e Esther, in memoriam. E a minha irmã Magda, por tudo o que ainda há por vir. Agradeço ao meu orientador e amigo Carlos Fausto, por ter me dado a liberdade que procurava para desenvolver um trabalho pessoal, que implicaria em construir pontes interdisciplinares, o que percebi também ser uma prática e um gosto seus; pelo interesse, incentivo, apoio, paciência e, sobretudo, pela orientação cuidadosa; enfim, por ser um grande mestre! A Bruna Franchetto, por todo o seu trabalho e trajetória profissional, inspiradores. E a todos os demais professores do PPGAS (MN/UFRJ), dos quais destaco Renata Menezes, Fernado Rabossi, Lygia Sigaud (in memoriam) e Eduardo Viveiros de Castro, por terem contribuído mais diretamente para a minha formação em antropologia dentro do Programa. A Carlo Severi pelo estímulo intelectual (ainda que indireto) à produção desta dissertação. A Tommaso Montagnani, pela profícua troca de idéias, que começou tímida no campo e vem conquistando cada vez mais liberdade, confiança e resultados; suas contribuições e comentários foram, todos, valiosos e estão incorporados a este trabalho. Ao Tiago Carvalho pelo interesse em ilustrar a dança do Hagaka. Aos meus colegas do PPGAS, principalmente aqueles que ingressaram comigo em 2008, por todas as boas discussões e momentos de descontração, que foram essenciais nos últimos dois anos. Um agradecimento especial a Bruno Sotto Mayor, que desde o princípio foi quem 6 acompanhou mais de perto minha trajetória dentro do Programa, partilhando de minhas inquietudes e decisões. A Paula Lacerda e Thiago Oliveira, por terem aberto as portas do seu refúgio no Alto do Sumaré e me presenteado com a sua boa companhia e deliciosas comidinhas. E a Gustavo Sapori, que compartilhou comigo da aridez e imensa emoção, da beleza extravagante, medos injustificados e toda sorte de desconforto (entre saudades de casa e intrigas políticas) que povoaram nossa primeira estadia na aldeia Kuikuro de Ipatse. Aos funcionários do PPGAS, da secretaria, da biblioteca, do restaurante e da xerox, por serem sempre atenciosos e eficientes. A CAPES – Cordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelos 24 meses de bolsa concedida para a realização do meu mestrado. Aos Kuikuro, representados pela figura do chefe Afukaká, pela generosidade com que me acolheram em sua aldeia. Especialmente, a Juelita e Myke, por toda a delicadeza. A Takumã, Ashauá, Ahuké, Jamalui e Babalu, pelo empenho na documentação do Hagaka e nas transcrições e traduções do material registrado. A Kanu e Jahila, pela confiança. A todos que participaram de minhas oficinas de teatro na aldeia, pela dedicação e disponibilidade e, também, por terem me proporcionado momentos de extrema felicidade e emoção. E a Mutuá, pelo cuidado e atenção que dispensou comigo no período em que estivemos em Ipatse, e pela amizade e inestimáveis contribuições a esta dissetação. Da minha trajetória no teatro, são incontáveis as pessoas que compartilharam comigo das alegrias, angústias, estréias, viagens... E me alongaria demais lembrando-me de todas elas. Portanto, destaco alguns nomes, como se pudessem representar todos os outros. Agradeço a Rosyane Trotta, que me ajuda a acreditar que o trabalho vale mais a pena se for construído por relações que atravessam o tempo. A Lygia Veiga, que me ensinou a ver no teatro o mundo mais maravilhoso dos mundos, sem fronteiras e para todos, de mystérios e das mais deliciosas companhias. A Joana Levi, com quem aprendi a enxergar a cena com os olhos inquietos de um cientista, que não descansa enquanto não faz uma grande descoberta. Agradeço especialmente aos atores da Cia Marginal, Priscilla, Geandra, Jaqueline, Diogo, Wallace e Rodrigo, pela amizade e parceria, e por terem embarcado no sonho de construirmos juntos um grupo de teatro. 7 Às amigas de casa e todas as horas Isabel Pacheco (agora também irmã), Shirley e Isadora, por terem apoiado e acompahado, de perto, minha trajetória acadêmica. A Tatiana Altberg por ter me tornado sócia de sua casinha de campo em Galdinópolis (onde fiz boa parte desta dissertação) e pela parceria sempre bem humorada. Ao “Papai” Flávio e a Ialê Lucinha, todo meu respeito e gratidão. A Nildes e Ana Paula, por terem participado e compartilhado de momentos tão especiais. A todos os irmãos do Ilê Axé Omin. Em especial, a Ronaldo e Elaine (meus irmãos mais velhos...), por cada palavra de apoio, incentivo e carinho; por todo o cuidado, pela amizade e o comprometimento, no qual me espelho e me identifico; enfim, pelo sentido maior que conferem a minha caminhada. A José Renato, meu irmão e amigo querido, por ter me colocado de frente para tantos caminhos que hoje constituem a minha vida; antes e depois, te amo demais! E a Isabele, pelo carinho mútuo e irrestrito, que nos foi “dado”, e pela certeza de que estará sempre junto. A todos os santos e ancenstrais, a minha reverência. Principalmente aqueles que participam de minha essência e trajetória no mundo, e aos que constituem os tesouros mais preciosos de minhas famílias de sangue e de santo. Em especial a Iemanjá, por todos os presentes e o cuidado incansável com seus filhos. Por fim, agradeço a Isabel Mansur, por ter feito dos últimos anos os mais felizes de toda a minha vida. Por me fazer acreditar, a cada dia, no amor e na felicidade. Por toda delicadeza e doçura, pelo comprometimento, respeito e companheirismo, inabaláveis. Pela generosidade e compreensão, admiráveis. Meu presente, meu sonho, minha vida, a ti todo o meu amor. 8 RESUMO PENONI, Isabel Ribeiro. Hagaka: ritual, performance e ficção entre os Kuikuro do Alto Xingu (MT, Brasil). Dissertação de Mestrado em Antropologia Social – PPGAS/MN/UFRJ: Rio de Janeiro, 2010. Esta dissertação de mestrado apresenta uma descrição e análise preliminares do ritual de Hagaka, observado e documentado em julho de 2009 na aldeia Kuikuro de Ipatse (MT, Alto Xingu). O Hagaka, mais conhecido como Jawari, é um ritual inter-tribal, feito em homenagem a um morto ilustre, geralmente um mestre de canto, ou um arqueiro exemplar. O homenageado de 2009 foi Nahum Kuikuro, possivelmente o maior especialista ritual da história recente kuikuro. Dois objetivos principais nortearam a escrita deste trabalho, foram eles: a) explorar a continuidade formal entre a narrativa mítica, o repertório musical e a rotina coreográfica associados ao Hagaka; e b) questionar os regimes de atribuição de identidades a performers e a artefatos envolvidos nesse ritual, explorando, assim, a construção de seus “personagens”. Por fim, sugere-se um possível diálogo entre certa discussão que anima a criação teatral brasileira contemporânea e os estudos do ritual. 9 ABSTRACT PENONI, Isabel Ribeiro. Hagaka: ritual, performance and fiction among the Kuikuro from Alto Xingu (MT, Brasil). Master’s Degree thesis on Social Anthropology – PPGAS/MN/UFRJ: Rio de Janeiro, 2010. This dissertation presents a preliminary description and analysis of the Hagaka ritual, observed and documented
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