Virgulino Cartografado: Relações De Poder E Territorializações Do Cangaceiro Lampião (1920-1928)

Virgulino Cartografado: Relações De Poder E Territorializações Do Cangaceiro Lampião (1920-1928)

VIRGULINO CARTOGRAFADO: RELAÇÕES DE PODER E TERRITORIALIZAÇÕES DO CANGACEIRO LAMPIÃO (1920-1928) GUERHANSBERGER TAYLLOW AUGUSTO SARMENTO NATAL/RN 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: HISTÓRIA E ESPAÇOS LINHA DE PESQUISA III: CULTURA, PODER E REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS VIRGULINO CARTOGRAFADO: RELAÇÕES DE PODER E TERRITORIALIZAÇÕES DO CANGACEIRO LAMPIÃO (1920-1928) GUERHANSBERGER TAYLLOW AUGUSTO SARMENTO NATAL/RN 2019 GUERHANSBERGER TAYLLOW AUGUSTO SARMENTO VIRGULINO CARTOGRAFADO: RELAÇÕES DE PODER E TERRITORIALIZAÇÕES DO CANGACEIRO LAMPIÃO (1920-1928) Dissertação apresentada como requisito para obtenção do grau de Mestre no curso de Pós-Graduação em História, Área de Concentração em História e Espaços, Linha de Pesquisa Cultura, Poder e Representações Espaciais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior. Dissertação aprovada em _____ de ____________ de ______ BANCA EXAMINADORA _____________________________________ Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior – Orientador/Presidente Programa de Pós-graduação em História - UFRN _____________________________________ Dr. André Souza Martinello – Examinador Externo Departamento de Geografia - UDESC ____________________________________ Dr. Francisco Firmino Sales Neto – Examinador Interno Programa de Pós-graduação em História - UFRN ____________________________________ Dr. Raimundo Nonato Araujo da Rocha – Suplente Programa de Pós-graduação em História - UFRN Para Gerlania, minha mãe querida, que me fez guerreiro; Para Raimundo Augusto Neto, meu pai, que me fez Flamengo; Para Gustavo, meu irmão; Para Luiza, Geralda, Chico Moreno e Luiz, meus avós que ao mesmo tempo considero como pais; Para meu bisavô paterno, Raimundo Augusto (In Memoriam); Para José Romero Araújo Cardoso (In Memoriam); Para meu orientador, professor Durval Muniz, que acreditou na proposta de trabalho desde o primeiro dia; Para Francisco Firmino Sales Neto, meu amigo e fonte de inspiração. AGRADECIMENTOS O historiador, cuja função é problematizar as memórias e os usos do passado, deixa de lado sua criticidade no ato de agradecer. É o momento de olhar para as mãos, os abraços e as mensagens de apoio que foram silenciadas pelo texto. O agradecimento culmina na desterritorialização do historiador profissional e na reterritorialização do autor corpóreo, muitas vezes escondido por trás da escrita, cheio de sentimentos, lembranças e afetos. Agradeço: Aos meus pais, que financiaram a maior revolução de minha vida: estudar e ter condições de me inserir onde eles não tiveram a oportunidade de entrar, na universidade. O amor paterno e materno é isso, oferecer ao filho o mundo. Aproveitei e saí de uma pequena cidade do interior da Paraíba para realizar sonhos nos grandes centros. Obrigado, amo vocês! Ao meu orientador, Durval Muniz de Albuquerque Júnior, por ter aceitado me orientar e ter realizado um dos meus sonhos acadêmicos. Muito obrigado pelos ensinamentos, pelas conversas e por todo carinho com que me recebeu em Natal. Aos amigos e amigas do grupo de pesquisa “Cartografias Contemporâneas: história, espaços, produção das subjetividades e práticas institucionais”, pelos afetos e diversas discussões teóricas que ajudaram no meu refinamento conceitual e político. Ao amigo Francisco Firmino Sales Neto, que me ensinou os caminhos da universidade e se tornou um grande companheiro. Suas palavras confortam e transformam o medo em força, coragem e esperança. Quando crescer quero ser do tamanho de Neto. Obrigado! À Greyce Kelly, minha companheira, a pessoa que me apoia e transmite um amor em forma de luz. Sintetizada no romance da Bela Inês, do nosso cantor favorito, Alceu Valença: “ela tem uma luz que me alumia, ao meio dia clareia a luz do sol”. Aos professores do programa, em especial Francisco das Chagas Fernandes Santiago Junior; Renato Amado Peixoto; Raimundo Pereira Alencar Arrais; Durval Muniz de Albuquerque Junior; e Magno Francisco de Jesus Santos, pelas disciplinas ministradas. Aos professores Raimundo Nonato e André Martinello, pelas contribuições apresentadas na qualificação do texto, como também no tratamento carinhoso e receptivo. Aos secretários e coordenadores do Programa de Pós-Graduação em História da UFRN, pela eficiência e disposição em realizar suas funções. Em especial a Luann Alves, pela atenção e amizade. À CAPES pelo financiamento deste trabalho. Aos colegas do curso de mestrado, pelas vivências compartilhadas, conselhos e os diversos tipos de ajuda. Ao professor Francisco Pereira Lima, de Cajazeiras, Paraíba, pelos conselhos e auxílio logístico na viagem por algumas cidades do Pajeú pernambucano. Na oportunidade chegamos na cidade de Calumbi, onde fomos recepcionados pelo amigo Lourinaldo Teles Pereira Lima, a quem também gostaria de agradecer pela receptividade e disponibilidade. Ao eterno amigo José Romero Araújo Cardoso (In Memoriam), com quem troquei inúmeras mensagens e aprendi muito. Se estivesse entre nós, certamente iria ler o texto com muito carinho e atenção. Que saudades sinto da nossa janela de conversa nas redes sociais. Aos amigos Alexandre Kalew, Pedro Felipe, Lucy, Lisandra e Hallyson, presentes ganhados em Natal e que desejo levar para a vida. Aos meus primos Helison Sarmento e Elanya Sarmento pela convivência agradável por quase um ano. À cidade litorânea de Natal, que acolheu o menino do interior e cuja receptividade e vivências ficaram literalmente tatuadas no meu corpo. Aos familiares e amigos que não foram citados, mas que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho. “(...) construímos um conceito de que gosto muito, o de desterritorialização. (...) precisamos às vezes inventar uma palavra bárbara para dar conta de uma noção com pretensão nova. A noção com pretensão nova é que não há território sem um vetor de saída do território, e não há saída do território, ou seja, desterritorialização, sem, ao mesmo tempo, um esforço para se territorializar em outra parte”. (Deleuze no vídeo “L’abécédaire de Gilles Deleuze”, filmado em 1988 por Claire Parnet apud COSTA, 2016, p. 99) RESUMO Este trabalho investiga as relações de poder e os processos de territorialização que o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião (1898-1938), construiu por meio do estabelecimento de uma rede de protetores e coiteiros e em contraponto a uma rede de opositores, entre os anos de 1920 e 1928, nos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Aqui o espaço do cangaço lampiônico não é entendido como dado e preestabelecido, mas como resultado dos jogos de poder e das múltiplas relações que esse cangaceiro agenciou com sujeitos de destaque da política sertaneja dentro do contexto da chamada Primeira República. O território é aqui percebido em sua dimensão processual, possibilitando interpretar as ações de Lampião como produtoras de múltiplos territórios, que ganharam configurações espaciais diversas, como: territórios em rede, territórios em zona ou territórios em movimento. Três tipos de fontes foram explorados nesta pesquisa: os jornais, que divulgaram notícias sobre Lampião, entre os anos de 1920-1928; os relatos policiais; e a bibliografia memorialística sobre o cangaço e o bando de Lampião. Partindo da problematização dessas produções e do diálogo com a historiografia do tema, busco entender como se deram as múltiplas territorializações do cangaceiro Lampião. Palavras-chave: Lampião; Relações de poder; Territorializações; Espaço. ABSTRACT This work investigates the relations of power and processes of territorialization that the cangaceiro1 Virgulino Ferreira da Silva, better known as Lampião2 (1898-1938), constructed through the establishment of a network of protectors and coiteiros3 and in counterpoint to a network of opponents, between the years of 1920 and 1928, in the states of Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará and Rio Grande do Norte. Here the space of the cangaço lampiônico4 is not understood as given and pre-established, but as a result of the games of power and of the multiple relations this cangaceiro has dealt with prominent subjects of the sertaneja5 politics in the context of the First Republic. The territory is perceived here in its procedural dimension making it possible to interpret Lampião's actions as producers of multiple territories, which have gained diverse spatial configurations, such as: networked territories, territories in zones or territories in movement. Three types of sources were explored in this research: the newspapers, which published news about Lampião, between the years 1920-1928; the police reports; and the memorialist bibliography about the cangaço and the band of Lampião. Starting from the problematization of these productions and the dialogue with the historiography of the theme, I try to understand how the multiple territorializations of the cangaceiro Lampião took place. Keywords: Lampião; Power relations; Territorializations; Space. 1 It was a heavily armed mobster who had been in band along the Brazilian Northeast, especially during the first three decades of the XX. 2 Virgulino Ferreira da Silva, commonly known as Lampião, was a Brazilian cangaceiro. 3 Were people who helped the cangaceiros, giving them shelter and food. 4 Lampião’s reign period. 5 Which is situated in the interior, of a place, of a state, of a city. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................................

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