BIODIVERSIDADE BRASILEIRA Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Biodiversidade e Florestas BIODIVERSIDADE BRASILEIRA Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros BRASÍLIA - DF 2002 Equipe PROBIO – Projeto de Conservação e de Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira: DANIELA OLIVEIRA, DANILO PISANI, DILMA DE FÁTIMA QUEIROZ DE MENEZES, EDILEIDE SILVA, FÁTIMA OLIVEIRA, JOÃO ARTHUR SEYFFARTH, MARINEZ COSTA, MAURÍCIO AZEREDO, NILSON SILVA, RITA DE CÁSSIA CONDE, ROSÂNGELA ABREU, SHIRLEY RODRIGUES ANDRADE E UBIRATAN PIOVEZAN. Coordenadores da Avaliação, por Biomas Amazônia Brasileira JOÃO PAULO RIBEIRO CAPOBIANCO Cerrado e Pantanal ROBERTO B. CAVALCANTI Caatinga JOSÉ MARIA CARDOSO DA SILVA Mata Atlântica e Campos Sulinos LUIZ PAULO PINTO Zona Costeira e Marinha SILVIO JABLONSKI Organizadora CILULIA MARIA MAURY Projeto Gráfico MARILDA DONATELLI Revisão GISELA VIANA AVANCINI Fotos gentilmente cedidas por: André Alves, Andy Young, Antônio Edson Guimarães Farias, Carlo Leopoldo Francini, Cláudio Savaget, Denise Greco, Edward Parker, Enrico Marone, Eurico Cabral de Oliveira, Guilherme Fraga Dutra, Haroldo Castro, Haroldo Palo Júnior, Ilmar Santos, Juan Pratginestós, Miguel T. Rodrigues, Ricardo Russo, Russel Mittermeier, Conservation International do Brasil e WWF- Brasil. Apoio: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO; Global Environment Facility – GEF; Banco Mundial – BIRD; Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Projeto BRA 00-021. Os textos técnicos apresentados foram produzidos pelas instituições responsáveis pelos workshops em seus respectivos biomas e apenas organizados por este Ministério, no âmbito do PROBIO. AVALIAÇÃO e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília: MMA/SBF, 2002. 404 p. 1. Meio ambiente. 2. Biodiversidade. 3. Política ambiental. I. Ministério do Meio Ambiente CDU 504.7 Ministério do Meio Ambiente – MMA Centro de Informação e Documentação Luis Eduardo Magalhães – CID Ambiental Esplanada dos Ministérios – Bloco B – térreo 70068-900 – Brasília – DF Tel: 5561 317-1235 Fax: 5561 224 5222 e-mail: [email protected] PREFÁCIO Avaliar e identificar áreas e ações prioritárias para a conser- vação dos biomas brasileiros – Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, Caatinga, Floresta Atlântica e Campos Sulinos e Zona Costeira e Marinha – mostraram-se iniciativa pioneira e instigante, devido à grande representatividade e importância da biodiver- sidade brasileira, para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Com o desenvolvimento do Projeto de Conservação e Uti- lização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), pela primeira vez, foi possível identificar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, avaliar os condicionantes socio- econômicos e as tendências atuais da ocupação humana do ter- ritório brasileiro, bem como formular as ações mais importantes para conservação dos nossos recursos naturais. O trabalho preliminar do PROBIO organizou informações sobre todos os biomas, que se encontravam dispersas em deze- nas de órgãos públicos e instituições privadas, e gerou um consi- derável acervo que constituiu, para alguns dos biomas brasileiros, o primeiro trabalho do gênero. O segundo passo foi o envolvimento de diferentes insti- tuições, nacionais e internacionais, e de pesquisadores de todas as regiões do País, firmemente apoiados por este Ministério, em um esforço inédito para gerar informações que permitem, agora, a adoção de ações capazes de proporcionar grande avanço no conhecimento e na efetiva proteção da biodiversidade brasileira. Este trabalho representa também o cumprimento de com- promissos assumidos pelo governo brasileiro, quando da assina- tura da Convenção sobre Diversidade Biológica, que determinou a cada uma das nações signatárias que estabelecesse suas priori- dades de ações. É com muito orgulho que o Ministério do Meio Ambiente disponibiliza este livro, elaborado a partir de relatórios existentes e de outros resultantes da realização de workshops de avaliação dos biomas brasileiros e que tem por objetivo sintetizar e consoli- dar os resultados obtidos, de forma a poder divulgá-los ampla- mente para tomadores de decisão, proponentes e executores de projetos, instituições de ensino, de pesquisa e de extensão, entre outros. Este documento é uma prova do esforço brasileiro em conhecer sua realidade e que deverá nortear, daqui para frente, a política do Ministério do Meio Ambiente para a conservação e o manejo sustentável de nossa biodiversidade. José Carlos Carvalho Ministro do Meio Ambiente APRESENTAÇÃO A Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB, assinada em 1992, aborda aspectos importantes referentes ao tema biodi- versidade, tais como: conservação e utilização sustentável, identi- ficação e monitoramento, conservação ex situ e in situ, pesquisa e treinamento, educação e conscientização pública, minimização de impactos negativos, acesso a recursos genéticos, acesso à tec- nologia e transferência, intercâmbio de informações, cooperação técnica e científica, gestão da biotecnologia e repartição de seus benefícios, entre outros. O desafio da CDB é conciliar o desenvolvimento com a con- servação e a utilização sustentável da diversidade biológica. Esta tarefa não terá êxito, no entanto, sem a ajuda tecnológica e finan- ceira dos países economicamente desenvolvidos. Não se pode fazer pesquisas sem os recursos genéticos dos países pobres e/ou em desenvolvimento, geralmente ricos em biodiversidade. A CDB trata dessas assimetrias e propõe diretrizes para superá-las, reconhecendo o princípio da divisão dos custos decor- rentes do uso da biodiversidade e dos benefícios advindos da comercialização dos produtos resultantes do intercâmbio entre países ricos e países pobres. O Brasil, como país signatário da CDB, deve apoiar ações que venham a dotar o governo e a sociedade de informações necessárias para o estabelecimento de prioridades que conduzam à conservação, à utilização sustentável e à repartição de benefí- cios da diversidade biológica brasileira. Para cumprir com as diretrizes e as demandas da CDB, o País deve elaborar sua Política Nacional de Diversidade Biológica, bem como implementar o Programa Nacional da Diversidade Biológica – PRONABIO, viabilizando as ações propostas pela Política Nacional. O Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diver- sidade Biológica Brasileira – PROBIO, o componente executivo do PRONABIO, tem como objetivo principal apoiar iniciativas que ofereçam informações e subsídios básicos para a elaboração tanto da Política como do Programa Nacional. O conhecimento das áreas e das ações prioritárias para a conservação do uso sustentável e a repartição de benefícios da biodiversidade brasileira é um subsídio fundamental para a gestão ambiental. Para atender a esta demanda, o PROBIO apoiou a realização de cinco grandes avaliações divididas por bioma, envolvendo especialistas, tomadores de decisão e organizações não-governamentais. Com uso de metodologia inovadora, que pressupôs a elaboração prévia de documentos por especialistas, foi realizada discussão para indicação, por consenso, de áreas e de ações prioritárias para todo o País. Cada avaliação por bioma teve como resultados: sumário executivo e mapa-síntese, relatório técnico, além de documentos e mapas temáticos que estão sendo disponibilizados on-line. Este livro consolida as informações referentes às cinco avaliações por bioma, que estão contempladas nos respectivos sumários executivos. A idéia é oferecer um instrumento de con- sulta rápida que sintetize as recomendações e indique as áreas e as ações prioritárias para conservação e uso sustentável da biodiversidade brasileira, tornando acessível, para gestores públi- cos e privados e sociedade em geral, o resultado desse enorme esforço de parceria entre governo, universidades e organizações não-governamentais. Este documento tem um capítulo introdutório abordando os objetivos gerais das avaliações. A metodologia foi sintetizada em um único capítulo, abordando todos os biomas. Em seguida são apresentados os textos que tomaram como base os respectivos sumários executivos. Ao final apresenta-se um capítulo de con- clusão. Acreditamos que este esforço resultará em uma série de ações em benefício da biodiversidade brasileira. Na área governa- mental já podem ser notadas várias ações que procuram atender às recomendações das avaliações por bioma, como, por exemplo, o apoio a projetos de gestão participativa e de desenvolvimento sustentável no entorno de Unidades de Conservação, de inven- tários biológicos rápidos em áreas insuficientemente conhecidas e de manejo de espécies ameaçadas de extinção. Este trabalho subsidiou o reconhecimento de uma abrangente Reserva da Biosfera do Sistema MAB (Man and Biosphere) da UNESCO para cada um dos principais biomas brasileiros. Serve de base também à criação de inúmeras outras áreas protegidas. É um esforço importante que realiza, pela primeira vez no Brasil, uma sistematização de dados deste porte. Deve, no entanto, ser revisto periodicamente, sofrendo os aperfeiçoamentos
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